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2ª PROVA OCLUSÃO

ARTICULADORES E ARCOS FACIAIS

“Instrumento que permite a reprodução e o diagnostico dos movimentos bordejantes da


mandíbula”.

“Instrumentos mecânicos que representam as ATMs, a mandíbula e a maxila e simulam o


relacionamento existente entre os dentes superiores e inferiores”.

 Classificações:
- não ajustáveis: não permitem ajustes para simular os movimentos mandibulares
- semi- ajustáveis (ASA): simulam os deslocamentos condilares, utilizando medias ou
equivalentes mecânicos para todo ou parte dos movimentos.
- totalmente ajustáveis (ATA): aceitam registros tridimensionais e simulam os
movimentos mandibulares e a posição dos modelos em relação à ATM, de forma
personalizada.

 Não ajustáveis:
Charneiras e oclusores
Vantagens:
- baixo custo;
- facilidade de montagem;
- curto tempo: arbitrário;
- dispensa arco-facial e registros mais elaborados.

Desvantagens:
- somente movimento de abertura/fechamento;
- reproduz uma única posição oclusal (MIH);
- as trajetórias de abertura e fechamento não reproduzem os movimentos do
paciente.

 Totalmente ajustáveis:
Instrumentos mais sofisticados
Registros com uso de pantógrafos
Stuart, Denar, Ney, T.T.
Ajustes:
- guia condilar
- guia anterior
- ângulo de Bennet
- distancia inter condilar
- movimento de rotação condilar.

Vantagens:
- próteses sem interferências
- relacionamento interoclusal estável
- ajustes mínimos.

Desvantagens:
- maior tempo dispensado
- alto preço

Ana Flávia P. Santos


- desconhecimento da técnica pelo protético

 Semi- ajustáveis:
Permitem confecções de restaurações que preenchem os requisitos oclusais
com uma pequena demanda de tempo clinico para ajustes.

Classificação:
- arcon: contem as esferas condilares no ramo inferior e o guia condilar no
ramo superior.
- não arcon: contem esferas condilares no ramo superior e o guia condilar no
inferior.

Eixo de rotação arbitrário próximo do real;


Simulam alguns movimentos mandibulares de forma satisfatória;
Registram a relação de oclusão cêntrica (ROC) e MIH
Ajustes:
- guias anteriores
- guia condilar
- ângulo de Bennett
- distância inter condilar.

Vantagens:
- minimizar ajustes
- custo benefício

Desvantagens:
- maior tempo dispensado

Componentes:
- ramo inferior
- ramo superior
- guias
- pino incisal
- placas de montagem

Inclinação condilar: quanto maior a angulação, mais altas as cúspides


posteriores. Geralmente 30º.
Movimento de Bennett: quanto maior movimento de translação lateral, mais
baixas as cúspides posteriores.

Distancia inter condilar: 1,2 ou 3.


Ângulo de Bennett: 15º

Outros componentes:
- placas imantadas
- mesa incisal ajustável
- mesa para montagem do modelo superior.

*mesa incisal:
Definição das angulações dos guias

Ana Flávia P. Santos


Visualização das angulações dos guias
Proteção para a montagem dos dentes
Facilidade na detecção de contatos prematuros laterais
Metálica: guias fornecidos pela mesa; possibilidade de visualizar inclinações.
Plástica: guias fornecidos pelos dentes (...).

ARCO FACIAL
“Dispositivo acessório do articulador com finalidade de transferir os planos de
orientação da boca (...).”

Importância:
Sem uso do arco facial o posicionamento dos modelos se torna arbitrário.
Correto posicionamento (anteroposterior, vertical ou lateral)
Transferência do eixo de rotação da mandíbula ao articulador.

Finalidades:
- ajuste preciso de rotações laterais
- favorecer a posição anteroposterior do modelo
- registro da relação horizontal do modelo superior
- posicionamento vertical do modelo
- registro da trajetória condilar sagital
- transferência do eixo de rotação da mandíbula ao articulador.

Outros componentes:
- garfo para dentado
- garfo para desdentado.

Classificação:
->arbitrários: determinam o eixo de rotação arbitrariamente através de
medidas anatômicas medias.
-> cinemáticos: determinam o eixo de rotação real da mandíbula.
-> pantográficos: determinam o eixo de rotação real e registram as trajetórias
dos movimentos mandibulares.

Possíveis causas de falhas:


- falha na localização do eixo de rotação arbitrário
- falha na colocação das olivas no meato acústico
- desadaptação entre o registro do arco e os dentes
- falha na adaptação do modelo ao registro
- deslocamento do garfo durante a montagem (suporte)
- expansão do gesso
- erros na medição.
PROVA: Relacione:
Paciente: articulador
Fossa mandibular: guia condilar
Côndilo: esfera condilar
Ponto infra orbital: plataforma indicadora
Guia incisal: mesa incisal
Eixo de rotação: eixo condilar
Maciço crânio facial: ramo superior

Ana Flávia P. Santos


MONTAGEM DE MODELOS INFERIORES

Registros precisos diminuem a possibilidade de execução de restaurações sem contatos oclusais


ou com necessidade de ajustes precisos.

“Todo e qualquer processo restaurador deve estar em harmonia com a máxima intercuspidação
habitual do paciente antes da restauração”.

 Posições mandibulares:
- relação central (quando o paciente não possuir dentes ou tiver quantidade insuficiente
de dentes);
- MIH
- ROC

Em que posição devo montar meus modelos?


- modelo de estudo: RC
- modelo de trabalho: MIH

 Modelo de estudo:
- RC
- dimensão vertical aumentada (dentados)
- sem contatos dentários (evita deflexão)
- modelos montados o mais próximo possível.

Objetivo:
Avaliar padrão oclusal
- guia anterior
- movimentos excursivos (lateralidade)
Contatos deflexivos (1 dos dentes que levam a mandíbula de RC para MI)
- ver necessidade de ajustes.

*desprogramação do arco de fechamento habitual:


Bloqueio do mecanismo proprioceptivo do sistema neuromuscular
Desmemorização do reflexo proprioceptivo.

- JIG de Lucia: desprograma a musculatura (guia de interferência mandibular –


manipulação bilateral de Dawson).
- calibradores de Long
- rolo de algodão
- tens
- Woefel Leafe Wafer...

 Modelo de trabalho:
Situações clinicas encontradas:
1- Restaurações simples de acordo com a oclusão existente (MI)

Ana Flávia P. Santos


2- Dentes preparados em um quadrante (MI)
3- Todos os dentes posteriores preparados (RC)
4- Quantidade insuficiente de dentes para registro estável (RC)
5- Registro para PPR (RC)
6- Todos os dentes preparados (RC)

4 situações:

- com estabilidade e assintomático

- sem estabilidade e assintomático

- com estabilidade e sintomático

- sem estabilidade e sintomático

*estabilidade: no mínimo 1 unidade oclusal posterior

 Com estabilidade e assintomático:

1- a existência de mais de 1 posição dos contatos dentários contra indica a montagem sem
registro inter oclusal

2- comparar a montagem intra oralmente

3- os mesmos contatos devem ser checados em cada etapa

 Sem estabilidade e assintomático:


Quantidade insuficiente de dentes para um registro estável; tecido mole para estabilizar
o tecido.

AS SEIS CHAVES PARA OCLUSÃO NORMAL

Contextos:

- “dentário”

- esquelético (genético, hábitos, etc.);

- funcional (RC=MIH)

* parâmetros de normalidade: bom selamento dos lábios e encaixe dentário.

 Aspectos:
88% má oclusão

Ana Flávia P. Santos


Oclusão normal:
- tecidos musculares equilibrados;
- maxila e mandíbula bem posicionadas;
- relação normal: dente- dente, dente- base apical;
- movimentos mandibulares e ATM normais.

 Relação dentária normal:


Análise estática
Análise dinâmica

 As 6 chaves:
- chave I: relação inter- arcos
- chave II: angulação das coroas
- chave III: inclinação das coroas
- chave IV: rotações
- chave V: contatos justos
- chave VI: curva de Spee

 CHAVE I: RELAÇÃO INTER-ARCOS


1- A cúspide mesio- vestibular do 1º molar superior oclui no sulco vestibular
do 1º molar inferior;
2- A crista marginal distal do 1º molar superior oclui na crista marginal mesial
do 2º molar inferior;
3- Cúspides vestibulares dos pré-molares superiores ocluem na ameia dos
pré-molares inferiores;
4- Incisivos superiores sobrepõem os incisivos inferiores (25% cobrindo os
inferiores e cerca de 1-1.5 mm pra frente dos inferiores);
5- Canino superior oclui na ameia entre o canino inferior e o primeiro pré-
molar inferior. A ponta da cúspide suavemente à frente da ameia.
6- A cúspide mesio-palatina do 1º molar superior permanente oclui na fossa
central do 1º molar inferior permanente;
7- A cúspide palatina dos pré-molares superiores oclui na fossa dos pré-
molares inferiores.

 CHAVE II: ANGULAÇÃO DAS COROAS:


(longo eixo das coroas) sentido M-D
Terço cervical um pouco mais angulado para distal

 CHAVE III: INCLINAÇÃO DAS COROAS:


Sentido V-L
1- Incisivos: inclinação vestibular
2- Caninos: inclinação vertical ou suavemente lingual
3- Canino -> segundo molar: inclinações linguais progressivas
4- Incisivos inferiores: verticalizados
5- Caninos -> molares: progressão para lingual

 CHAVE IV: ROTAÇÕES:


Ausência de giroversões/ rotações (a giroversão muda o ponto de contato)

Ana Flávia P. Santos


 CHAVE V: CONTATOS JUSTOS:
Ausência de diastemas

 CHAVE VI: CURVA DE SPEE:


Distancia entre a ponta da cúspide e a linha é 0.5mm em oclusão normal
(avaliar sobre modelo invertido sobre a mesa)
- plana suavemente convexa (parâmetro normal)
- muito acentuada
- reversa

Obs: linha media só será avaliada após as 6 chaves. Se estiver desviada, mas
as 6 chaves estiverem corretas, a linha media desviada não esta interferindo na
oclusão.

TRAUMATISMO PERIODONTAL
Forças oclusais:
- fisiológicas
- patológicas

*área de atuação da força oclusal:


- tecido de inserção: ligamento, cemento e osso alveolar;
- tecido de revestimento: gengiva e mucosa alveolar.

 Adaptação periodontal:
Os tecidos periodontais tem a capacidade de se adaptarem a algumas variações
das forças oclusais sem que os mesmos sejam afetados.

 Fatores modificantes:
- intensidade
- frequência
- duração
- direção

Quando as forças excedem a capacidade de adaptação do periodonto aparece


lesão.
“trauma oclusal”: são alterações patológicas ou modificações adaptativas que
ocorrem no periodonto em consequência de forças excessivas produzidas pelos
músculos da mastigação.

É uma designação empregada para descrever as alterações no periodonto.

 Alterações do trauma oclusal “puro”:


- mobilidade dentária;
- espessamento do ligamento periodontal;
- espessamento da lâmina dura;
- perda óssea vertical (sem bolsa);
- reabsorção radicular;

Ana Flávia P. Santos


- calcificação intrapulpar;
- fissuras gengivais.

 Trauma oclusal primário:


A força oclusal é considerada como fator etiológico primário na destruição
periodontal.
A injúria é resultante de uma força oclusal excessiva aplicada ao dente com
periodonto normal.

 Trauma oclusal secundário:


A força oclusal é causa secundaria de destruição de um periodonto debilitado pela
inflamação ou distúrbios sistêmicos anteriormente tolerados.
A injúria é resultante de uma força oclusal normal aplicada a um dente com
periodonto de suporte inadequado.

 O trauma oclusal puro, normalmente, é reversível.

 Recessão gengival:
- fatores contribuintes: posição do dente no arco e traumatismo por oclusão.
(...)

Conclusões:
As forças oclusais traumáticas são determinantes na instalação de problemas
periodontais relacionados ás estruturas de revestimento e suporte.
O reconhecimento dos problemas oclusais é fundamental no resultado e
preservação do tratamento periodontal.

TIPOS DE OCLUSÃO
2 classificações:
- do ponto de vista estático: oclusão normal e má oclusão (classes I, II e III).
- do ponto de vista funcional: ideal, fisiológica, patológica, terapêutica.

 IDEAL:
Utópica, “de livro”.
21 critérios para que a oclusão seja considerada ideal:

1- Todos os componentes do sistema mastigatório estão presentes;


2- Existência de relação anatômica “clássica” entre os dentes maxilares e
mandibulares: relação molar classe I;
3- Em máxima intercuspidação, os contatos dentais devem ser bilaterais e
simultâneos nos dentes posteriores. Os dentes anteriores estão em contato,
mas o suporte maior da dimensão vertical de oclusão é dado pelos dentes
posteriores- contatos “livres” nos dentes anteriores;
4- A dentição esta em harmonia com o osso basal e com estruturas craniofaciais;
5- Os dentes devem estar posicionados de tal modo que as sobrecargas
mastigatórias sejam direcionadas ao longo eixo dentário;

Ana Flávia P. Santos


6- Periodonto íntegro, ausência de frêmito (contato excessivo... dente “treme”) ou
mobilidade dentária;
7- Estabilidade oclusal (ausência de migrações);
8- Os dentes não apresentam atrições além do que seria esperado para a idade
do indivíduo;
9- Posição neuromuscular em harmonia com a máxima intercuspidação (equilíbrio
ortopédico);
10- A máxima intercuspidação esta em harmonia com a relação central, isto é, as 2
posições são coincidentes (ROC); ou a M.I esta em uma curta distancia (dentro
de 1mm) mais anteriormente que a R.C em relação ao plano sagital;
11- Durante a protrusão, os dentes posteriores desocluem (guia anterior)- oclusão
mutuamente protegida;
12- Desoclusão do lado de não trabalho em lateralidade;
13- Em lateralidade, contato entre caninos no lado de trabalho (guia canino),
conjuntamente ou não com mais dentes posteriores (função em grupo);
14- Posição postural de repouso com adequada distancia interoclusal (EFL);
15- Satisfação do paciente com todas as funções (mastigação, deglutição, fonação,
estética e respiração);
16- Atividade muscular reduzida (quando em repouso);
17- Atividade parafuncional mínima;
18- Capacidade de adaptação estrutural e funcional;
19- Função mastigatória multidirecional com vários tipos de alimentos;
20- Ausência de sinais ou sintomas de dor ou disfunção de qualquer componente
do sistema mastigatório;
21- O paciente tem um aspecto de “não percepção” da oclusão e do sistema
mastigatório, ou seja, a oclusão não representa um problema para ele.

*resumo 5 critérios:
1- contatos bilaterais e simultâneos em todos os dentes posteriores em M.I;
2- guias de desoclusão (anterior e lateral) e lado de não trabalho livre de
contatos;
3- resultantes das forças oclusais paralelas ao longo eixo dental;
4- espaço interoclusal em harmonia com a oclusão, sistema neuromuscular e
ATM’s;
5-Requisitos de estética, função mastigatória, deglutição e fonação satisfatórias
ao paciente.

 FISIOLÓGICA:
Encontrada normalmente na população. Apresenta-se diferente da ideal no que diz
respeito à disposição dos dentes, mas é estética e funcionalmente satisfatória para
o paciente. Não apresenta patologias.

- parafunção pode estar presente, porem, os componentes do sistema estão


respondendo bem e sem dor ou sinais ou sintomas ou disfunção.

NÃO REQUER TRATAMENTO.

1- Estabilidade oclusal (sem tendência a migrações);


2- Função mastigatória, fonação, estética satisfatórios ao paciente;
3- Ausência de sinais e sintomas periodontais (frêmitos, mobilidade);

Ana Flávia P. Santos


4- Ausência de sinais e sintomas de alterações dentárias (atrições severas);
5- Ausência de sinais e sintomas de desordens temporomandibulares (sua
presença não significa que a causa é a oclusão).

Funcionamento eficiente e ausência de patologias -> não se indica alterações


na oclusão.

 PATOLÓGICA:
É aquela na qual a estética, fonação e a função mastigatória não são satisfatórias
ao paciente. Existem doenças periodontais e sinais ou sintomas de disfunção ou
falta de adaptação funcional adequada dos componentes do aparelho mastigatório.

REQUER TRATAMENTO!

 TERAPÊUTICA:
É aquela que foi modificada por alguma modalidade terapêutica, transformando
uma oclusão patológica em, pelo menos, fisiológica.
Foi tratada/modificada.

ANÁLISE FUNCIONAL DA OCLUSÃO

É reunião e análise das informações obtidas durante:


- a anamnese;
- exame físico;
- exame radiográfico;
- modelos montados em articulador.

Para elaboração do diagnostico, prognostico e plano de tratamento.

Análise clinica da oclusão: no paciente durante exame físico + análise funcional no


articulador.

Análise clínica da oclusão:


Sinais e sintomas apresentados durante exame clínico.
Análise dos modelos em ASA (estática e dinâmica): posição em R.C.
Fora da fase aguda: processo inflamatório muscular e/ou articular- pode causar
mudanças na oclusão (edemas articulares, espasmos, PTLI).
Uso de placa miorrelaxante é necessária previamente à análise funcional- devido a
presença de DTM’s.

- análise dos modelos montados no ASA: os modelos articulados permitem a


avaliação das condições oclusais sem a participação do sistema neuromuscular
(neutralização da atividade reflexa/ protetora) bem como a presença de tecidos
moles que impedem a visualização das condições oclusais.
(...)

 ANÁLISE ESTÁTICA:
- permite avaliar a posição de cada dente no arco ou a classificação das más posições
dentárias individuais. Ex: migrações ausência e apinhamento;

Ana Flávia P. Santos


- permite avaliar a presença de facetas de desgaste;
- más oclusões nos sentidos vertical e transversal: mordidas abertas...;
- tipo de oclusão de acordo com as classificações de Angle;
- permite avaliar a inclinação do plano oclusal e espaços...;
- trespasses horizontais (2 mm);
- trespasses verticais (ideal: sobreposição 25-30%);
- linha mediana.

A análise apenas estática pode não indicar problemas oclusais.

 ANÁLISE DINÂMICA:
1- Permite a avaliação do deslize de R.C para M.I;
2- Favorece a análise dos movimentos e permite a avaliação dos guias de desoclusão;
3- Permite a avaliação de interferências oclusais durante os movimentos.

 Permite a avaliação do deslize de R.C para M.I:


Simétricos (protrusivo): o deslocamento mandibular é igual dos 2 lados.
Assimétricos (látero-protrusivo): o deslocamento é maior para um dos lados.

DTM E DOR OROFACIAL

 O que é?
Inclui dor ou desconforto na região do ouvido, ATM, e/ou músculos da mastigação,
face, têmporas, pescoço de um ou ambos os lados. A dor pode surgir
repentinamente e progredir com flutuação de frequência e intensidade por meses
ou anos. Estalos, estalidos, crepitação, travamento, limitação da abertura bucal ou
desvio nos movimentos mandibulares, dificuldades na mastigação e dor de cabeça
estão também associadas com DTM.

- multifatorial: má oclusão (cofator etiológico); ansiedade/estresse; hábitos


parafuncionais;...

 MUSCULARES:
Dor: primaria- secundária
Dor muscular
Dor articular
Ambas

*tratamento é efetivo quando direcionado a fonte primária da dor.

Etiologia: má postura

*tônus muscular
*atividade/hiperatividade/apertamento

- co-contração protetora
- dor muscular local

Ana Flávia P. Santos


- mioespasmo
- dor miofascial
- miosite

 Co- contração protetora:


Associação muscular para proteger órgãos/ estruturas lesionadas ou
ameaçadas (resposta SNC).

Etiologia:
- trauma tecidual> anestesia, abertura prolongada> limitação abertura
- pancada no mento> ATM> limitação nos movimentos
- contato prematuro> dente> limitação e desvio
- causa contração muscular prolongada (isométrica)
- evento de estresse emocional.

-> limitação funcional e dor (leve) aos movimentos


-> consegue grande amplitude movimentos (com dor)
-> palpação muscular não provoca dor (tecidos normais)
-> ausência de dor em repouso
-> sensação de fraqueza muscular.

Exame clinico:
Dor leve durante a função
Ausência ou pouca dor no repouso mandibular
Amplitude mandibular (...).

 Dor muscular local:


Alterações periféricas (tecido muscular)

Etiologia:
- prolongamento da contração protetora (isquemia)
- hiperatividade muscular (apertamento, hábitos)
- ação algiogênica dos metabólitos
- estresse emocional

Fraqueza muscular
Palpação muscular provoca dor
Dor mínima (ou inexistente) em repouso
Aumento da dor ao movimento
Decréscimo amplitude e velocidade dos movimentos.

Evento -> SNC -> contração protetora -> dor muscular local resolução

*dor local: dor na origem do estimulo


*dor referida: trigger point

 Dor miofascial:
Dor referida: trigger point
A palpação do local (que o paciente sente) não acentua a dor. Não é fonte
primaria.

Ana Flávia P. Santos


Trigger point:
- temporal anterior: dor na região dos incisivos
- temporal médio: dor nos caninos e dentes posteriores
- temporal posterior: dor na região posterior da cabeça
- masseter: dor de origem dentaria nos dentes superiores e inferiores
posteriores
- ventre anterior do digástrico: dor em dentes anteriores inferiores.

Efeito excitatório central > alterações musculares


Pontos de gatilho (dor referida)

Etiologia:
- prolongamento da dor muscular
- presença de distúrbios do sono
- hábitos (parafunções/ postura)
- estresse emocional prolongado.

Ativação: (...)

 Mioespasmo:
Contração muscular involuntária (SNC)

Etiologia:
- dor prolongada
- fatores metabólicos (fadiga)
- sessões clinicas prolongadas (cirurgia, endo, dentistica)
- manutenção do estresse

Restrição intensa dos movimentos


Desoclusão “súbita”
Pode ter dor em repouso
Aumento da dor com função
Musculo afetado “rígido” e doloroso à palpação.

Exame clinico:
Disfunção estrutural:
- sensação de fraqueza
- limitação da abertura
- força aumenta a abertura bucal
- desoclusão “súbita”

 Miosite:
Dor muscular mantida predominantemente pelo SNC

Etiologia:
- dor muscular e dor miofascial prolongadas
- substâncias algogênicas no tecido muscular
- infecções em estruturas correlatas
- sensibilização do SNC

Ana Flávia P. Santos


Similar à inflamação/ infecção muscular (tecido muscular)
Restrição intensa dos movimentos
Dor intensa em repouso
Dor à palpação
Aumento da dor com função

 ARTICULARES:
Compressão das superfícies articulares

 Alteração no mecanismo de lubrificação


 Fibrilação na superfície articular;
 Colamento (alongamento dos ligamentos, ruídos articulares);
 Alongamento dos ligamentos do disco articular.

 Alteração na forma e na relação do côndilo/ disco


 Remodelamento (ruído)
 Reabsorção (inflamação)

 Alterações inflamatórias
 Na área retro discal
 Ligamentos
 Membrana sinovial (sinovite)

 Apertamento dentário:
- alterações periodontais
- alterações dentais
- alterações musculares
- alterações articulares

 Alterações articulares:
- aderência (temporária e permanente);
- alteração de forma (remodelamento, DAD/ osteoartrose);
- inflamação (retrodiscite, capsulite, sinovite);
- deslocamento do disco (com redução e sem redução);
- infecção;
- distúrbios de desenvolvimento.

 Aderência:
É um “Colamento” das superfícies articulares podendo ocorrer no
compartimento superior (disco e osso temporal) ou no compartimento
inferior (disco e côndilo).
Aderência temporária
Aderência permanente

Etiologia:
- compressão excessiva nas superfícies articulares
- alterações no mecanismo de lubrificação: Colamento e fibrilação na
superfície articular.

Ana Flávia P. Santos


História:
Aderência temporária:
- paciente relata sobrecarga (bruxismos)
- sensação de travamento (abertura limitada)
- estalo único ao forçar a abertura

Aderência permanente:
- redução na abertura bucal
- estalidos recíprocos
- dor pode ou não estar presente (tentativa de abertura bucal)

 Alteração na forma:
- Remodelamento:
História: esta ligada a disfunção (sobrecarga) e dor há longo tempo.

Exame: (pode ter) ruído em um determinado ponto do movimento


(repetitivo no mesmo ponto de abertura e do fechamento)

- Doença articular degenerativa:


Superfícies articulares e suas estruturas ósseas subjacentes se
deterioram e produzem inflamação subsequente na membrana sinovial.
História:
- dor articular que aumenta com movimento
- dor maior durante o dia
- dor constante

Exame clínico:
- abertura mandibular limitada (quando há dor)
- crepitação

Exame radiográfico:
- mudanças estruturais no osso sub- articular (erosões)

 Inflamação:
Capsulite: é a inflamação do ligamento capsular
Sinovite: é a inflamação da membrana sinovial

Etiologia:
- macrotrauma: pancada no queixo e face
- microtrauma: distensão dos ligamentos intra e extra capsulares

História:
- trauma
- dor continua na ATM que aumenta com o movimento
- sintomas auditivos
- dor referida para cabeça e pescoço.

Exame:
- sensibilidade severa à palpação no polo lateral

Ana Flávia P. Santos


- abertura mandibular limitada (espasmo ou dor)
- desoclusão dos dentes do lado da dor (espasmo)

*patologias inflamatórias (retrodiscite):


-dor (localizada, severa e continua, aumenta com o movimento e
pulsátil)
-alteração na trajetória mandibular (alteração muscular- co-contração).

Etiologia:
- macrotrauma: pancada no mento ou face. Estresse físico
- microtrauma: deslocamento posterior do côndilo (interferência
oclusal, contato prematuro, oclusão classe II de Angle), deslocamento
do disco.

História:
- trauma;
- desordem progressiva de interferência do disco;
- dor contínua, pulsátil que aumenta com a função;
- apertamento dentário aumenta a dor;
- mastigação de alimento do mesmo lado (epsilateral), diminui a dor.

Exame:
- limitação do movimento mandibular ou desvio da trajetória.
- má oclusão (edema ou espasmo do PTLI)
- sensibilidade severa à palpação (via meato)
- apertar os dentes em uma espátula de madeira diminui a dor.

 Tipos de desordens de interferência do disco:


1- Desalojamento do disco
2- Deslocamento do disco com redução
3- Deslocamento do disco sem redução

 Desalojamento do disco:
Etiologia:
Colapso da zona bilaminar
- macrotrauma: alongamento brusco das estruturas
- microtrauma: hiperatividade muscular crônica (condição oclusal)

História:
- trauma
- dor (às vezes) associada ao estalido (?)

Exame:
- ruído articular (no inicio da abertura e final do fechamento; movimentos
normais);
- limitação (quando presente) devido à dor.

 Deslocamento do disco com redução:


Etiologia:

Ana Flávia P. Santos


- lâmina retrodisal inferior (mais alongado)
- ligamentos colaterais do disco
- borda posterior do disco (mais fina)

História:
- estalido a longo tempo
- sensação de travamento
- dor (ás vezes)

Exame:
- limitação da abertura bucal
- antes da redução do disco a mandíbula sofre desvio para o lado do
deslocamento – “S”
- estalo súbito de recaptura do disco
- abertura e fechamento protruído elimina os ruídos.

 Deslocamento do disco sem redução:


Etiologia:
Elasticidade da lâmina retrodiscal superior danificada

História:
- paciente descreve quando e como ocorreu
- relata travamento na abertura da mandíbula
- relato de estalos antes da disfunção (limitação e desvio da abertura).

Exame:
- limite de abertura de 25 a 30 mm
- desvio da mandíbula para lado afetado
- a abertura não aumenta (quando se aplica força)
- movimento lateral normal (epsilateral)
- movimento lateral restrito (contralateral)
- sobrecarga articular produz dor.

*deslocamento espontâneo/ luxação da mandíbula:


Refere-se ao travamento que ocorre após a transposição do côndilo e disco
sobre o pico da eminencia articular.
Pode ser uni ou bilateral

*sub- luxação/ hipermobilidade mandibular:


Movimento de transposição do côndilo sobre o pico da eminencia articular no
final da abertura da boca sem travamento.

Etiologia: eminencia articular com declive posterior curto e inclinado e declive


anterior longo.
(...)

Exame:
- abertura bucal ampla;

Ana Flávia P. Santos


- ao abrir a boca, no ultimo estagio, o côndilo irá transpor a eminência,
deixando uma depressão atrás;
- durante o movimento de abertura observa-se o polo lateral
- vibração látero- lateral no final da abertura
- não há dor.

 Desordens inflamatórias:
- artrite traumática
- infecciosa
- reumática.

PLACAS OCLUSAIS
Cúspides VIPS ou de contenção (vestibulares inferiores e palatinas->
mantem a dimensão vertical).

Placa oclusal: aparelho removível feito, geralmente, em resina acrílica


diretamente na boca do paciente ou em laboratório.

Sinonímia:
- placa de mordida
- placa noturna
- aparelho inter oclusal
- splent oclusal
(...)

Histórico:
1881 (Goodwillie) 1ª placa.
Década de 60 – Michigan.

 Para que servem?


- testar uma posição terapêutica antes de uma alteração oclusal
definitiva (DVO);
- reposicionar a mandíbula;
- proteção dentária (sono, esportes);
- finalidades terapêuticas (DTMs).

Placas miorrelaxantes: promovem a estabilização


Estabilizadoras: promovem o relaxamento muscular. Função primária
de promover o máximo de equilíbrio maxilomandibular.

 Mecanismos de ação:
Diminuição da atividade muscular e dos sintomas.
1- Alteração da condição oclusal
2- Alteração da posição condilar
3- Restabelecimento da DVO
4- Conscientização
5- Efeito placebo
6- Aumento dos impulsos periféricos (adequados) ao SNC.

Ana Flávia P. Santos


 Classificação:
- de acordo com a cobertura oclusal:
A- total: recobre todos os dentes
B- parcial: cobertura parcial do arco (temporária, poucos dias).

- de acordo com o material:


A- acrílico termo- polimerizável: encerada e prensada.
B- acrílico auto polimerizável: diretamente na boca.
C- pré- fabricadas: the aqualizer; NTI (justificado nos casos
emergenciais).

Placas auto: menor tempo de confecção; menor custo.


Placas termo: mais resistente; maior durabilidade; melhor estética.

- de acordo com o arco confeccionado:


A- superior
B- inferior
C- dupla (estabilidade entre arcos).

*a escolha da placa superior ou inferior vai depender do número de


dentes do paciente para estabilizar a placa.

Maxilar: mais estável; mais resistente; mais fácil ajuste.


Mandibular: mais estética; melhor fonética (?)

- de acordo com o tipo de disfunção:


A- estabilizadora/ miorrelaxante (lisa):
Contatos oclusais equilibrados e simultâneos em ambos os lados
Tem guias de desoclusão (lateralidade e protrusão)
Deve ser lisa (as endentações suaves)
Deve ter estabilidade na boca.

B- reposicionamento mandibular:
Reposicionamento anterior pivotante (o côndilo vai pra frente, aliviando
o coxim retrodiscal).
Temporária.

 Indicações:
- diagnóstico (posição oclusal/ condição oclusal)
- alterar as relações (temporariamente) e redistribuir as forças oclusais
- sustentar as relações maxilomandibulares
- controlar a dor/ disfunção dos músculos.

 Placas e bruxismo:
Não há evidencias de que a placa elimine o bruxismo
Contudo, há benefícios em relação ao desgaste dentário.

 Contra indicações:

Ana Flávia P. Santos


Placas de cobertura parcial:
1- Placa anterior (placa frontal ou “front plateu”). Além de 4 ou 5
dias.
2- Placa posterior (quando não for possível...).

 Vantagens placa de relaxamento:


- reversível
- auxilia no diagnostico
- confecção simples e rápida
- baixo custo

 Requisitos de um aparelho miorrelaxante:


1- Preferencia pelo arco maxilar
2- Guia de desoclusão pelo canino
3- Deve ser plana
4- Contato em todos os dentes antagonistas

 Características:
1- Deve estar adaptada e ser estável;
2- Em MI, todas as cúspides de contenção devem tocar a placa;
3- Em protrusão, os incisivos e caninos desocluem os posteriores;
4- Nos movimentos laterais, somente os caninos entram em contato;
5- Os dentes posteriores somente tocam a placa em MI;
6- A superfície oclusal deve ser a mais plana possível.

AJUSTE OCLUSAL POR DESGASTE E ADIÇÃO

Definições:
1- Contato prematuro (MI): não desgasta as cúspides VIPS, só em
ultimo caso;
2- Interferência oclusal (lateralidade ou protrusão).

 Ajustes:
- por desgaste (desgaste seletivo)
- por adição (restaurações oclusais)

 Ajuste por desgaste seletivo:


Indicações:
- trauma oclusal primário
- mobilidade dental
- impacção alimentar
- melhorar a distribuição de forças
- terapia para algumas DTMs

Contra indicações:

Ana Flávia P. Santos


- classe II de Angle
- dentes com abrasão
- falta de suporte posterior
- necessidades de grandes desgastes

 Sequencia do ajuste oclusal por desgaste seletivo:


- desgaste inicial
- ajuste no arco de fechamento “RC ou em equilíbrio ortopédico”
- ajuste dos dentes anteriores ou em protrusão
- ajuste em lateralidade
- acabamento e polimento.

 Desgaste inicial:
- ajuste para fins estéticos
- escultura de restaurações

 Ajuste em RC ou em equilíbrio ortopédico


- cúspide x fossa sem desvio mandibular
- cúspide x fossa com desvio para o lado vestibular
- cúspide x fossa com desvio para o lado lingual.

Ana Flávia P. Santos


Ana Flávia P. Santos

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