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efaleia

1
eBook
Manual de
sobrevivência da
dor de cabeça

2
04 Dor de cabeça, cefaleia, migrânea ou
enxaqueca?

06 Ser comum é diferente de ser normal!

07 Objetivo deste ebook


Índice
08 Quem sou

09 Entendendo a dor

10 Sentir dor é comum?

13 Um pouco de história

16 Cefaleia uma doença frequente

18 Mas você não parece estar doente!

24 Mitos e verdades sobre a enxaqueca

3
Dor de cabeça,
cefaleia,
migrânea ou
enxaqueca?

Vamos começar fazendo um esclarecimento sobre a nomeclatura, que


geralmente causa bastante confusão:

Cefaleia é o nome médico para dor de cabeça, assim sendo, toda dor de cabeça
é um tipo de cefaleia.

Dentre os tipos mais comuns de cefaleia, estão a enxaqueca e a cefaleia tensional.

Estima-se que existam mais de 200 tipos de dor de cabeça. Saber as


características das mais comuns ajuda no diagnóstico e tratamento.

Enxaqueca e migrânea são a mesma coisa. A diferença é que o termo migrânea


é mais antigo e vem da palavra grega “hemicrania”, que significa metade do
crânio. Isso explica um aspecto importante da doença: o comprometimento
mais comum de um dos lados da cabeça.

Mais adiante, explicarei a diferença do quadro clínico das 2 dores mais comuns.

4
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada sete pessoas
convivem com a cefaleia em todo o mundo, tornando a doença uma das mais
prevalentes e incapacitantes do planeta. Este número sugere que você ou
alguém muito próximo sofra com esta doença.

A cefaleia é
subestimada,
subdiagnosticada
e subtratada ao
Por sua grande prevalência,
as cefaleias são consideradas redor de todo o
pela OMS como a 2ª causa de
incapacidade no mundo. mundo.

2ª CAUSA 5
06 Ser comum é
diferente de
ser normal!
O fato de que a dor de cabeça é uma condição muito comum, faz com que
muitas pessoas a considerem “normal”.

Apesar do que se acredita, DOR DE CABEÇA NÃO É NORMAL. Ela tem trata-
mento e deve ser acompanhada com o devido cuidado. Se você sofre de dor
de cabeça, este manual é para você.

Justamente por ser tão comum, a dor de cabeça é muitas vezes banalizada,
fazendo com que a pessoa lide não apenas com a dor, mas também com o es-
tigma da doença, muitas pessoas chegam a ter vergonha de falar que sofrem
de dor de cabeça, o problema não parece grave o suficiente, alguns até consi-
deram “frescura”, forçando a pessoa sofrer em silêncio e não procurar ajuda.
6
A saúde é nosso bem maior. Por seu
valor ser incalculável, não se pode com-
prá‑la. E para manter‑se saudável, é pre-
07
Objetivo
deste ebook
sociada ao constrangimento que a
doença pode muitas vezes causar,
torna muito difícil a vida de que sofre
ciso entender como o corpo funciona, com esse problema.
afinal, não se cuida bem daquilo que O tratamento da cefaleia é uma jornada.
não conhece. Com essa ideia, desen-
volvi este primeiro e-book da “Coleção Não existe fórmula mágica que resol-
Manual de Sobrevivência”, que traz va o problema da noite para o dia. Va-
informações claras e simples, com um mos embarcar neste caminho juntos?
conteúdo de leitura leve e rápida. Este e-book é baseado na literatura
científica e nas diretrizes dos órgãos
Neste e-Book abordaremos a DOR de referência. Tento trazer praticida-
DE CABEÇA. de e leveza ao assunto baseado nos
Muitas pessoas sentem-se perdidas anos da minha prática clínica.
e muitas vezes nem sabe que dor de Importante! O conteúdo aqui presente
cabeça é uma doença. Existe o mito de tem caráter meramente informativo e
que se a cabeça dói é por falta de ócu- não substitui a avaliação de um profis-
los, pressão que está alta, sinusite, pro- sional de saúde. Para uma orientação
blemas de fígado e tantas outras coisas. especializada, diagnóstico e tratamen-
A falta de informação adequada as- to, o médico deve ser consultado.
7
Quem sou

Meu nome é Tatiane Barros, sou


médica em Portugal e no Brasil,
com especialização em Neurologia
no Brasil.

Ouço e coleciono histórias de pes-


soas ao longo dos meus 20 anos
de formada. Ajudar as pessoas a
terem uma vida com menos dor
e mais saúde é meu propósito de
vida. Minha missão agora é escla-
recer o maior número possivel de
CREMESP: 944343 / RQE: 28347
dúvidas através destas páginas.
ORDEM DOS MÉDICOS (PORTUGAL): 69540

Equivalência em Mestrado Integrado em Pós-Graduação em Envelhecimento


Medicina da Universidade de Lisboa Saudável - BWS - São Paulo

Mestre em Ciências Médicas pela Especialização em Medicina de Estilo


Universidade Federal de Vida
de São Paulo - UNIFESP Hospital Albert Einstein - São Paulo

Residência Médica em Neurologia Membro da Academia Brasileira de


pela Universidade de Santo Amaro - Neurologia
UNISA
Membro da Sociedade Brasileira de
Pós-Graduação em Avaliação e Cefaleia
Tratamento de Dor - FMUSP

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Entendendo a dor

Proponho que antes de falarmos tema de defesa sai do eixo, comprome-


especificamente de cefaleia pos- tendo nossa qualidade de vida. Em vez
samos conhecer um pouco sobre o de nos proteger, a dor vira um grande
conceito geral da dor.
problema que deve e precisa ser tratada
como uma doença.
Sentir dor, seja ela aguda ou crônica, é
muito comum e pode ser insuportável.
Segundo a Organização Mundial da Saú-

A dor é uma sensação desagradável de, a dor é considerada o 5º sinal vital.


que pode limitar as habilidades e ca- Isso significa que quando uma pessoa
pacidades de uma pessoa. A definição dá entrada no pronto-socorro por exem-
amplamente aceita da dor foi elaborada plo, a equipe médica vai medir a pres-
pela Associação Internacional para o são, o pulso, a temperatura, a respiração
Estudo da Dor: “A dor é uma experiên- e questionar se sente alguma dor.
cia sensorial e emocional desagradável
associada a uma lesão tecidual real ou
potencial, ou é descrita em tais termos.”

POR QUE DOI?


Sentir dor é vital para nós. Através dela
podemos nos defender de agentes
externos e saber que algo está errado.
Sem a dor, seria impossível manter a
integridade de nosso corpo. Sem ela,
não perceberíamos, por exemplo, que a
nossa mão está queimando quando em
contato com o fogo.

Entretanto, em alguns casos, nosso sis-


9 9
Sentir dor
é comum?
10
Muito. Infelizmente, mais de
30% das pessoas sentem dor.
População Mundial
sentem dor
Proponho que antes de falarmos es-
pecificamente de cefaleia possamos
conhecer um pouco sobre o conceito
geral da dor.

Sentir dor, seja ela aguda ou crôni-


30%
ca, é muito comum e pode ser insu-
portável.

A dor é uma sensação desagradá-


vel que pode limitar as habilidades
e capacidades de uma pessoa. A
Formas mais
definição amplamente aceita da dor comuns de dor
foi elaborada pela Associação Inter- Pescoço
nacional para o Estudo da Dor: “A dor
é uma experiência sensorial e emo- Cabeça

cional desagradável associada a uma


Joelho
lesão tecidual real ou potencial, ou é
descrita em tais termos.” Costas

POR QUE DOI?


Desde os primórdios, o homem
Sentir dor é vital para nós. Através dela
busca esclarecer a dor e seu devi-
podemos nos defender de agentes
do controle. Se por um lado ainda
externos e saber que algo está errado.
há muito a se descobrir, por outro,
Sem a dor, seria impossível manter a
os avanços da medicina já possibi-
integridade de nosso corpo. Sem ela, litam, muitas vezes, uma vida sem
não perceberíamos, por exemplo, que a dor. Assim, nos dias de hoje, é ina-
nossa mão está queimando quando em ceitável conviver com dores sem
contato com o fogo. buscar ajuda profissional.

11
Cefaleia
(Toda vez que eu usar a palavra “cefaleia” estou me referindo à dor
de cabeça, certo? Lembre-se da nossa definição no início do livro).

Se você sofre com cefaleia saiba que você não está sozinho. As do-
res de cabeça são muito comuns.

A OMS em seu projeto Global Burden of Disease (GBD) apresentou


dados que são bem alarmantes em relação à cefaleia. Um exemplo
disso é o fato de que entre mulheres de 15 a 49 anos, a enxaqueca
é simplesmente a doença que mais causa incapacidade no mundo!

Caso você sofra deste mal, é importante que saiba que ela não pre-
cisa controlar sua vida.

VOCÊ ACREDITA ?

A cefaleia não é Segundo a Organização Pacientes com fortes


diagnosticada e tratada Munidal da Saúde dores de cabeça
em pelo menos 50% (OMS), a cefaleia pode têm três vezes mais
dos pacientes e menos ser mais incapacitante chance de desenvolver
de 50% dos que sofrem do que a cegueira, depressão do que os
de enxaqueca procuram paraplegia, angina ou que não sofrem.
ajuda médica. artrite reumatóide.
12
Um pouco
de história
13
A enxaqueca não é uma doença dos
tempos modernos. Apesar de ter
sido reconhecida como uma doença
incapacitante apenas em 2012, há
relatos que comprovam sua existên-
cia desde a Pré-História.

Nossos antepassados acreditavam


que o tormento era fruto de ações de Trepanação – 7.000 a.C
maus espíritos e para tentar se livrar da
dor, faziam literalmente furos na cabe- gregos (400 a.C.) apelavam para vômi-
ça (cirurgia de trepanação), para que os tos. Também já foi tentado amarrar um
espíritos saíssem pelo crânio. chicote ao redor do pescoço, aplicação
de ferro quente na cabeça, aplicação
No decorrer dos anos foram implemen- de ópio e soluções de vinagre.
tadas outras formas de tratamentos.
Os egípcios (1200 a.C.) amarravam Somente em 1833, finalmente, o cami-
com força a cabeça com faixas, os nho do tratamento efetivo foi aberto.

Cafaleia é mais prevalente


do que você imagina
No mundo, 14% da população mundial sofre com esse mal.

A Organização Mundial
Estima-se que 90% da população
da Saúde classifica
mundial já teve o problema ao menos
a Dor de Cabeça
uma vez. Dorzinha boba para alguns, como uma das 10
tormento insuportável para outros, ela maiores doenças
sempre acompanhou o ser humano. incapacitantes do
mundo.

14
Uma doença que afeta todos
As mulheres são mais propensas a ter cefaleia – elas estão três vezes mais ex-
postas que os homens à doença. Isso acontece por causa dos desequilíbrios
hormonais, que são intensos na vida da mulher.

Mulheres são mais


afetadas pela cefaleia
do que os homens

Para as mulheres ainda


há um agravante.
50% das mulheres com cefaleia tem dor pelo me-
nos uma vez por mês.

A cefaleia é mais prevalente entre os 25 e 55 anos.

Uma a cada
vinte crianças
sofrem
de cefaleia.
15
Cefaleia
uma doença
frequente
16
Acredita que a cefaleia apenas
ocorre ocasionalmente? Repense.

Muitas
pessoas
sentem
dores vários
dias em um
único mês.

Uma doença mal compreendida


O estigma
de cefaleia
pode ser
opressor. Sentem que as
outras pessoas
Frequentemente
se preocupam
Sentem-se
envergonhados
Escondem
sua doença de
não entendem em desapontar por sofrerem outras pessoas.
que a enxaqueca outras pessoas de cefaleia
não é apenas
uma dor de cabeça

Uma doença
invisivel 17
Mas você
não parece
estar doente!

Este tipo de frase aumenta ainda


mais o sofrimento de quem vive sofre
com a cefaleia.
18
Cefaleia é grave?
Na maioria dos casos, a cefaleia não é uma doença grave, porém é incapacitan-
te, pois a pessoa com dor tem dificuldade de realizar suas atividades habituais e
queda de sua produtividade.

Como saber que tipo de eu tenho?


Os principais tipos são: cefaleia tensional, cefaleia em salvas e enxaqueca.

Enxaqueca
Atrelada a fatores desencadeantes.
Cefaleia Tensional Cefaleia em Salvas Alguns alimentos ou Jejum, período
Mais frequente Menos frequente
menstrual, cheiros, estresse, entre
outros

Intensidade leve ou moderada Pulsátil Latejante com intensidade forte

Dor leve, normalmente O olho fica vermelho Pode vir acompanhada de


sentida em toda a testa, cuja lacrimejante e o nariz sensibilidade à luz e/ou som,
sensação é de pressão congestionado e com corisa enjoo, vômitos

Crises diárias, de 1 a 8 vezes por


Duração variável Duração por dias
dia, podendo se repetir por meses

Pode afetar o dia-a-dia


Pode afetar o dia-a-dia com mais intensidade Afeta totalmente a rotina

Como saber se a minha dor é ou não enxaqueca?


A enxaqueca é uma das formas clínicas mais comuns de cefaleia primária
ou idiopática. Geralmente é hereditária. Em Portugal, a prevalência da enxa-
queca ao longo da vida é de 16%. Manifesta-se por crises que podem durar
entre 4 e 72 horas.
19
A dor é descrita como unilateral, latejan-
te ou pulsátil, de intensidade moderada
a severa, vem geralmente acompanhada
de náuseas e/ou vômitos, além de sen-
de ataques
sibilidade à luz e ao barulho. Piora com de enxaqueca
atividade física, ocorre mais comumen- ocorrem no mundo
te no período da manhã, dura de 12 a 72 todos os dias.
horas e não melhora com analgésicos
comuns. Algumas vezes a dor é precedi- sas, ou sensação de “formigamento” na
da pelo que chamamos de “aura”, que é face ou braço. Esses sintomas duram
o aparecimento de sintomas visuais tais de 15 a 30 minutos e vem seguidos da
como pontos, linhas ou figuras lumino- dor de cabeça.

Qual a causa da enxaqueca?


Não se sabe exatamente quais as causas da
enxaqueca. Sabe‑se que a genética pode ser um
fator importante, além das alterações cerebrais,
que também podem aumentar a predisposição
à doença. Alguns fatores externos, os chama-
dos gatilhos, afetam as células nervosas, e as
levam a estimular a constrição e a dilatação dos
vasos sanguíneos. Assim, o organismo libera
substâncias que causam a dor.

Quais os sintomas de enxaqueca?


Aversão à luz (fotofobia), sensibilidade ao barulho (fonofobia), dores fortes por trás
dos olhos (porém, esse é um sintoma que às vezes pode não ocorrer durante uma
crise), náuseas e vômitos, visão turva, tonturas e fraquezas, tensão na nuca, altera-
ção na pressão arterial. Sintomas menos comuns da enxaqueca são bocejos, hiper-
sensibilidade no couro cabeludo e na face, inchaços ao redor dos olhos, espirros,
alterações de humor, coriza e dificuldade de raciocínio.

20
Impacto negativo
na carreira
Impacto
negativo no
relacionamento
Impactos
com as crianças Não são poucos os impactos pessoais
e profissionais causados pela cefa-
Perda do trabalho
leia. O impacto na qualidade de vida
vai além dos sintomas, pode interferir
nas relações pessoais e até na carreira
profissional.

Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico, ou seja é baseado na história completa e
detalhada narrada pelo paciente, além de um exame físico e neurológico criterioso.

Que exames o médico pode solicitar?


A avaliação complementar com exames de imagem como a tomografia com-
putadorizada ou ressonância nuclear magnética de crânio, é realizada apenas
para descartar qualquer outro problema, o diagnóstico de enxaqueca é basi-
camente clínico.

O que pode desencadear a enxaqueca?


Estresse, longos períodos sem se alimentar, sono in-
satisfatório, iluminação forte, cheiros ou ruídos inten-
sos, fortes mudanças de temperatura, esforço físico
exagerado, certos medicamentos, como analgésicos,
alterações hormonais como as da fase menstrual, e
ainda, certos alimentos e bebidas, como os queijos
amarelos envelhecidos, frutas cítricas, carnes proces-
sadas, dieta rica em frituras e gorduras, chocolates,
café, chá e refrigerantes à base de cola. Excesso de
álcool e as substâncias aspartame (presente em
adoçantes) e glutamato monossódico (realçador de
sabor presente na fabricação de alimentos) também
são gatilhos da enxaqueca.
21
Mais comuns

Mudanças Estresse e Medicamentos Fumar Má postura


climáticas. ansiedade
Temperatura e Cefaleia tensio- Cefaleia tensio- Mesmo que você Se você perma-
pressão atmos- nal é o tipo mais nal é o tipo mais não seja fumante, nece sentado por
férica podem comum de dor comum de dor estar próximo de todo o dia pode
causar cefaleia de cabeça de cabeça um pode desen- sofrer dores por
em algumas cadear a dor causa da má
pessoas postura

Posso ter dor de cabeça por usar anticoncepcional?


Sim. O anticoncepcional pode provocar um desequilíbrio de certos hormônios,
como o aumento do estrogênio no organismo, e este é um dos gatilhos de enxa-
queca. A recomendação é pedir que o médico indique um método anticoncep-
cional que tenha baixo índice de estrogênio. Em alguns casos, o uso de anticon-
cepcional oral deve ser evitado.

Posso ter dor de cabeça ao realizar esforço físico?


Sim. Fazer atividade física regularmente é recomendado para amenizar os epi-
sódios de crises. Porém, esforço físico intenso, seja ele um esporte ou uma
atividade funcional que esforce demais o organismo, pode desencadear uma
crise de enxaqueca ou piorá‑la se estiver no início. Se as crises ocorrem sempre
desencadeadas por esforços físicos, é importante procurar ajuda médica para
afastar a possibilidade de aneurisma.

O uso frequente de analgésico é ruim?


O uso de analgésicos descontroladamente não trata a enxaqueca, pode até pio-
rar a situação e levar à forma crônica da doença. Ele também causa efeito rebo-
te, quando há aumento da ansiedade de ter enxaqueca e da intensidade da dor.
22
Precisarei tomar medicações para o resto da vida?
A enxaqueca não tem cura, mas não ter exercícios fisicos rotineiramente e pro-
cura é diferente de não ter tratamento! curar ter uma rotina de sono saudável.

É importante tentar identificar os fa- Às vezes medicamentos profiláticos


tores desencadeantes e optar por um são necessários, eles tem como obje-
estilo de vida mais saudável, com ali- tivo diminuir a frequencia, a intensida-
mentação rica em legumes, verduras de e a duração das crises. Esse tra-
e frutas, evitar ao máximo o consumo tamento é individualizado e deve ser
de alimentos ultraprocessados, realizar acompanhado por um neurologista.

Vomitar alivia a dor?


Sim, vomitar ajuda a aliviar a dor, embora a ciência não saiba por qual motivo.

Existe relação entre a ingestão de certos alimentos e a


enxaqueca?
Em alguns casos de enxaqueca, sim: frituras, gorduras, chocolate, queijos amare-
los envelhecidos, embutidos, vinho tinto, café, refrigerante de cola e cerveja são
alguns alimentos que podem provocar crises.

Existe cura para a dor de cabeça?


Não. Dor de cabeça não tem cura, mas tem controle e melhora importante da qua-
lidade de vida. O objetivo do tratamento é não deixar que a dor de cabeça governe
sua vida!

O que fazer para prevenir a enxaqueca?


Adotar um estilo de vida saudável, incluindo na rotina rituais anti‑estresse, dieta
sem alimentos que estimulam a enxaqueca, exercícios físicos regulares, cuidando
do sono e acompanhando a doença com um médico especialista.
23
Mitos e
verdades
sobre a
enxaqueca
24
Analgésicos curam a
enxaqueca. Quem tem enxaqueca não
MITO. Pelo contrário, o uso indiscrimi- pode comer chocolate ou
nado e abusivo de analgésicos é um tomar vinho e café.
dos fatores responsáveis pela cronici- MITO E VERDADE. Alguns pacien-
dade da dor, tornando as crises mais tes podem ter suas crises desen-
frequentes e intensas. cadeadas pelo vinho, chocolate ou
café, outros não. Portanto, é impor-
É necessária a realização tante identificar os alimentos que
de exames de imagens para desencadeiam crises e evitar seu
o diagnóstico. consumo.
MITO. O diagnóstico da enxaqueca é
clínico, baseado exclusivamente em As mulheres são as que mais
critérios presentes na Classificação sofrem com enxaqueca.
Internacional de Cefaleias. VERDADE. Por questões hormonais,
as mulheres têm maior prevalência de
A enxaqueca está relacionada enxaqueca. Após a puberdade, a do-
a problemas na visão. ença afeta cerca de 18% das mulheres
MITO. Embora o déficit de refração e 6% dos homens, com pico de preva-
possa funcionar como fator deflagra- lência entre 25 e 55 anos de idade.
dor, não é sua causa.
A enxaqueca é uma doença
A prática de atividade hereditária.
física previne crises de Verdade. A ciência já comprovou
enxaqueca. que a enxaqueca é transmitida pe-
VERDADE. A prática de exercícios regu- los pais geneticamente. Entretan-
lares, fora dos períodos de crise, pode to, é importante frisar que ela não
sim funcionar como fator de melhora na se manifesta em 100% dos casos.
frequência e na intensidade das crises.
25
A enxaqueca não tem cura, mas tem tratamento.
VERDADE. Embora ainda não seja possível banir a enxaqueca definitivamente da
vida das pessoas, as terapias atuais já conferem alívio duradouro às crises, pro-
porcionando uma qualidade de vida bastante satisfatória aos seus portadores.

Quem tem enxaqueca não pode se expor ao sol.


MITO. O que se observa é que pacientes com enxaqueca apresentam intolerân-
cia à luz, especialmente nos períodos de crise.

As crises de enxaqueca desaparecem durante a gestação.


MITO E VERDADE. No período gestacional, a maioria das pacientes, por
questões hormonais, apresenta melhora na frequência e intensidade das cri-
ses. Porém, em alguns casos, as crises persistem ou até mesmo pioram.

Quando devo procurar um médico?


Você deve procurar ajuda de um neurologista se você:
- tem dores de cabeça constantemente,
- anda com analgésicos na bolsa e é sempre a você que seus amigos ou
colegas de trabalho recorrem quando precisam de remédio,
- chega a ter vergonha de dizer que está com dor,
- sente impacto na sua produtivade e suas relações pessoais.

Antes de procurar um médico, você já pode fazer um “diário da dor”, exis-


tem até aplicativos de celular para isso.

Se até hoje você achava que ter dor de


cabeça era normal, lembre-se o normal
é a cabeça não doer!
26
O registro te ajudará a conhecer melhor a sua doença e descrevê-la com
mais detalhes na consulta médica.

Esse registro deve conter:


- Data e duração da dor
- intensidade ou impacto (se a dor impediu de fazer alguma coisa)
- sintomas que acompanhem a dor (enjôos, vômitos, tontura, mal estar ou
qualquer outro sintoma)
- a medicação que fez uso
- anotar também: período menstrual, alimentos e sono

O que você já pode começar a fazer para melhorar


suas dores:
- adote um estilo de vida saudável,
- pratique exercícios fisicos regularmente,
- mantenha hidratação adequada
- matenha horários regulares de sono (dormir pouco ou dormir em exces-
so podem desencadear crises)
- evite períodos prolongados sem comer, e busque uma alimentação rica
em verduras, legumes e frutas, evitando alimentos industrializados e ul-
traprocessados
- identifique fatores de estresse e ansiedade e tente controlá-los
- identifique medicamentos que podem desencadear dor, como anticoncepcional

27
Chegamos ao fim deste Ebook. Espero que ele tenha não

FECHAMENTO apenas ajudado a compreender melhor a cefaleia, mas


também tenha sido um instrumento de motivação para que
você possa sempre cuidar de sua saúde e ser muito feliz.

Agora que chegamos ao fim, deixe o seu comentário, dú-


vida ou uma simples observação em nosso perfil do Insta-
gram. Isto não vai apenas me ajudar a compreender a rele-
vância deste tema, como também me ajudará a estruturar
outros assuntos que sejam importantes.

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