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CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

ESCOLA TÉCNICA
Escola Técnica Mônaco
Estrada da Portela, nº 107
Madureira – Rio de Janeiro – RJ – Brasil – 21.351-050

Diagramação e Edição
Fernando O. Borges

Coordenação Pedagógica
Tamires da Silva Santos Pereira

Direção Pedagógica
Suellen Ewald Torres de Oliveira

Copyright © 2020 Escola Técnica Mônaco Ltda.


1ª Edição
Todos os direitos reservados.

Proibida a reprodução e edição, mesmo parcial, por qualquer pessoa, sem


autorização da instituição.
INTERCORRÊNCIAS CIRÚRGICAS I

OBJETIVOS DAS CLÍNICAS CIRÚRGICAS............................................................... 05


Classificação das cirurgias...................................................................................... 05

PLANEJAMENTO DA UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO................................. 06


PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES..................................................................................... 06

ELEMENTOS DA UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO.......................................... 06


EQUIPAMENTOS DA SALA DE CIRURGIA.............................................................. 07

PERÍODOS OPERATÓRIOS......................................................................................... 08

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PRÉ-OPERATÓRIO.................................................................................................. 08
TRANS-OPERATÓRIO............................................................................................ 08
PÓS-OPERATÓRIO................................................................................................ 08

AUTORIZAÇÃO OPERATÓRIA................................................................................. 08

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PRÉ-OPERATÓRIA.......................................... 09


CONCEITO.............................................................................................................. 09
OBJETIVOS.............................................................................................................. 09
IDENTIFICAÇÃO DO CLIENTE.............................................................................. 10

MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (M.P.A)................................................................. 10

PERÍODO DE ADMINISTRAÇÃO DOS MEDICAMENTOS................................... 11


FINALIDADES DA M.P.A......................................................................................... 11

CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM OS SISTEMAS DO CORPO HUMANO.11


APARELHO GASTRINTESTINAL............................................................................ 11
CATETER NASOGASTRICO........................................................................................ 12
APARELHO RESPIRATÓRIO................................................................................... 12
APARELHO CARDIOVASCULAR SINAIS VITAIS................................................ 13

EXERCÍCIOS ATIVOS, PASSIVOS E ISOMÉTRICOS............................................... 14


APARELHO LOCOMOTOR REPOUSO................................................................ 14
APARELHO GENITURINÁRIO............................................................................... 15
APARELHO TEGUMENTAR PREPARO DA PELE.................................................. 15
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRANS-OPERATÓRIO......................... 16

ANESTESIA/TIPOS........................................................................................................ 17

FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE ANESTÉSICO .............................................. 17


ANESTESIA GERAL................................................................................................. 17
ANESTESIA REGIONAL......................................................................................... 18

INCISÃO CIRÚRGICA E POSICIONAMENTO......................................................... 19


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LOCAL DA INCISÃO E TIPOS DE CIRURGIA..................................................... 19

A POSIÇÃO DO CLIENTE NA MESA DE CIRURGIA............................................. 19


TIPOS DE POSIÇÃO CIRÚRGICA.............................................................................. 20

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 22

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INTERCORRÊNCIA CIRÚRGICA I

OBJETIVOS DAS CLÍNICAS CIRÚRGICAS


Precisão nas ações de prevenção e atendimento imediato aos acidentados.

Assistência de enfermagem em quantidade e qualidade e admissão.

Observância das normas e rotinas e das tarefas especiais do centro cirúrgico.

Conhecimento dos meios de prevenção.

CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS

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Emergência - É a cirurgia que deverá ser realizada imediatamente, sem perda de
tempo, pois o distúrbio pode ameaçar a vida do paciente.

Ex.: obstrução vesical ou intestinal; hemorragia intensa; fratura do crânio; apendicite


supurada; prenhês tubária; P.A.F. (perfuração por arma de fogo).

Urgência - Cirurgia que deve ser solucionada no prazo de até 24h.

Ex.: cálculos renais ou uretrais; infecção aguda da vesícula biliar

Necessária - É a cirurgia a ser realizada no prazo de algumas semanas ou meses.

Ex.: hiperplasia da próstata; cesárea; tumores benígnos

Eletiva - É a cirurgia determinada de acordo com o programa do paciente e do


médico; é realizada no espaço de algumas semanas ou meses.

Ex.: cataratas; hérnias simples; distúrbios da tireóide

Opcional - É cirurgia que fica a critério do cliente (preferência pessoal).

Ex.: cirurgias de estética

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PLANEJAMENTO DA UNIDADE DE CENTRO
CIRÚRGICO
A unidade de Centro Cirúrgico é o conjunto de elementos destinados às atividades cirúr-
gicas, bem como à recuperação pós-anestésica (R.P.A) e pós-operatória imediata (P.O.I).

PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES

1º Proporcionar recursos humanos e materiais para que o ato cirúrgico seja realizado
em condições ideais, não só técnicas como assépticas;
2º Prestar assistência integral ao paciente no período de R.P.A e P.O.I;

3º Realizar a programação cirúrgica diária e de emergências;


4º Manter em ordem o arquivo e o registro de cirurgias;

5º favorecer o ensino e o desenvolvimento de pesquisas, a fim de aprimorar as


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condições técnicas e assistenciais.

ELEMENTOS DA UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO


Elementos são as áreas ou compartimentos, com finalidade determinada, que, em con-
junto, compõem uma unidade do hospital.
São considerados essenciais os elementos a seguir:

- Vestiários masculino e feminino;


- Sala de estar e para relatórios médicos;
- Posto de enfermagem e secretaria da unidade;
- Sala para guardar de equipamentos e aparelhos;
- Copa;
- Sala para material de limpeza;
- Sala para guarda e transferência de macas;
- Sala de expurgo;
- Sala de câmara escura;
- Sala para estocagem de materiais esterilizados;
- Rouparia;
- Local para lavabo;
- Sala de reserva de medicamentos e soluções usadas no centro cirúrgico;
- Sala de cirurgia;
- Sala de estar e para repouso pessoal;
- Sala ou laboratório de anatomia patológica.

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EQUIPAMENTOS DA SALA DE CIRURGIA
Os equipamentos utilizados em uma sala de cirurgia podem ser móveis e fixos.
Equipamentos Fixos
São aqueles adaptados á estrutura da sala de cirurgia. São eles:

Armário embutido;
Balcão;
Negatoscópio;
Interruptores e tomadas de 110 e 220w;
Oxigênio e vácuo central;
Foco central;
Ar condicionado;

Equipamentos Móveis

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São os que podem ser deslocados de um lugar para outro ou acrescidos na sala de
cirurgia. São eles:

mesa cirúrgica e acessórios;


mesas auxiliares como as de Mayo e outras;
mesa para instrumental cirúrgica;
mesa para roupas estéreis;
suporte de soro com alças;
banco giratório;
balde para lixo;
foco auxiliar;
aparelho de anestesia;
respirador portátil;
bisturi elétrico;
aparelho de pressão.

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PERÍODOS OPERATÓRIOS

PRÉ-OPERATÓRIO

A fase pré-operatória da enfermagem inicia-se com a tomada de decisão sobre a inter-


venção cirúrgica e termina com a transferência do cliente para a mesa de operação. As ativi-
dades de enfermagem, durante essa fase, podem incluir a realização de uma avaliação clínica
do paciente, a execução de uma entrevista pré-operatória e seu o preparo para o anestésico
e para a cirurgia a que irá submeter-se. É classificado como pré-operatório tardio (mediato) e
pré-operatório imediato.

TRANS-OPERATÓRIO

As funções de enfermagem no período trans-operatório iniciam-se quando o paciente é


admitido no centro cirúrgico ou quando ele é transferido, e terminam quando ele é admitido na
sala de recuperação pós-anestésica. Nessa fase, as atividades de enfermagem podem incluir
o início de infusão, administração de medicamentos, execução de toda atividade monitorada
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dos sinais vitais, durante o procedimento cirúrgico, e oferecimento de segurança ao paciente.

PÓS-OPERATÓRIO

A fase pós-operatória inicia-se com a admissão do paciente na sala de RPA, e termina


com a avaliação de acompanhamento na unidade de internação ou no lar. As atividades de
enfermagem durante esse período podem referir-se à avaliação do estado pós- operatório
do paciente, em termos de efeito das medicações anestésicas e do impacto da cirurgia sobre
a imagem corporal ou as funções vitais, bem como à avaliação da percepção da cirurgia pela
família. É classificado em P.O.I (ao receber o paciente na enfermaria) e P.O. mediato e tardio
(nas horas e dias consecutivos).

AUTORIZAÇÃO OPERATÓRIA

Todo paciente ou o seu responsável deve assinar, antes da cirurgia, um termo de res-
ponsabilidade, autorizando o hospital a realizar o procedimento cirúrgico. Essa autorização
operatória tem como finalidade:

- proteger o paciente contra uma cirurgia indesejada;

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- proteger o hospital e sua equipe contra uma ação legal do paciente ou de sua
família sobre uma cirurgia realizada sem consentimento.

Antes de o paciente assinar a autorização é necessário que o cirurgião informe, em


termos claros e simples, sobre tudo aquilo que o indivíduo desejaria saber. O cirurgião pre-
cisa, também informar o paciente acerca dos possíveis riscos, complicações e deformações
decorrentes da cirurgia e da retirada de partes do corpo, bem como acerca de reações no
período pós-operatório imediato ou tardio.
Numa situação de emergência, torna-se necessário fazer a cirurgia, como meio de sal-
var o paciente sem o seu consentimento. No entanto, todo esforço deve ser feito para entrar
em contato com a família do paciente.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PRÉ-OPERATÓRIA

CONCEITO

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As metas da enfermagem no período pré-operatório são a redução da ansiedade do
paciente e o preparo do mesmo para a cirurgia. Os temores que condizem com a ansiedade
do paciente no período pré-operatório são o medo do desconhecido do mesmo, da morte, da
anestesia e da alteração de sua imagem corporal. O fato de ter alguém disponível para ouvir
e responder às dúvidas reduz a ansiedade do paciente. O conteúdo e a abordagem do clien-
te deverão ser sempre individualizados. Geralmente, a orientação à educação do paciente
no pré-operatório inclui a descrição do ato cirúrgico, uma revisão de exercícios pós-operató-
rios, uma medicação pré- anestésica e da dor e expectativas da assistência pós-operatória.
A identificação e correção dos distúrbios que aumentam o risco cirúrgico, acompanhado de
cuidadoso preparo de acordo com o tamanho e tipo de cirurgia contribuem para preparar
do paciente de forma ideal, o cliente para a fase pré-operatória.

OBJETIVOS:

- Proporcionar uma recuperação pós-operatória mais rápida e redução das complica-


ções;
- Diminuir o custo hospitalar e o período de internação;
- Preparo físico, psíquico e espiritual do paciente;
- Alívio da ansiedade pré-operatória do paciente;
- Avaliação física do paciente através de um histórico de enfermagem, incluindo o exame
físico.

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IDENTIFICAÇÃO DO CLIENTE

A etapa inicial da assistência de enfermagem a um cliente e obter a sua cooperação


ativa é colher uma história minuciosa e abrangente. Esses contatos preliminares com a equipe,
durante o histórico de enfermagem, exames físicos, teste diagnósticos, eliminam dúvidas quanto
à identidade do paciente e fornecem ao mesmo a oportunidade de formular questões e fami-
liarizar-se com aqueles que irão assisti-lo. Para estabelecer uma relação de harmonia com o
paciente, o médico e o enfermeiro devem respeitar-lhe os sentimentos e as necessidades.

MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (M.P.A)

Barbitúricos / tranqüilizantes - Para sedação são comumente utilizados os medi-


camentos: Fenobarbital (Nembutal), Secobarbital (SeconalSodium), bem como os
hipnóticos Benzodiazepínicos (Diazepan, Valium, e Diempax), o medicamento é
prescrito na véspera da cirurgia, para evitar a insônia.

Opiácios - Medicamentos como a morfina e a meperidina (dolantina) podem ser


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prescritos antes da operação, para reduzir a quantidade de anestésico quando


necessário. Esses medicamentos também podem ser usados para produzir analge-
sia em paciente com dor, antes da cirurgia. Ao mesmo tempo, é importante ressal-
tar que as doses de analgésicos podem deprimir a respiração e o reflexo da tosse.
Grandes doses podem causar hipotensão, náuseas, vômitos e constipação.

Anticolinérgicos - Os medicamentos anticolinérgicos podem ser prescritos para


reduzir as secreções no trato respiratório e prevenir ou tratar a bradicardia refle-
xa intensa durante a anestesia. Essas medicações também são administradas para
controlar as secreções que são antecipadas como a indução anestésica e intuba-
ção, freqüentemente é prescrita a atropina.

outros medicamentos pré-anestésicos - Droperidol ou Fentanil ou associação de


ambos. Não devem ser utilizados como sedativos, porque podem causar depressão
respiratória ou circulatória e potencializar os depressores (droga antidepressiva).

Antibióticos Profiláticos - São administrados quando se deseja evitar bacteria-


na, como, por exemplo, paciente com uma ferida limpa em que será implantada
uma prótese.

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PERÍODO DE ADMINISTRAÇÃO DOS MEDICAMENTOS
Já que os medicamentos pré-anestésicos devem ser administrados de 45 a 75 min antes
da anestesia, é muito importante que o profissional de enfermagem administre esta medica-
ção precisamente no tempo prescrito. De outro modo, seu efeito será reduzido ou ainda não
terá iniciado quando começar a anestesia.
Após a administração da M.P.A, o paciente deverá ser mantido no leito, porque come-
çará a sentir-se sonolento. Se receber atropina, deverá ser informado de que sua boca ficará
seca. Durante esse tempo, o enfermeiro deve informar o paciente sobre os efeitos colaterais
das medicações. O ambiente deverá estar tranqüilo para favorecer seu relaxamento.
Obs.: A Atropina é uma droga que tem como finalidade reduzir secreções (devido a
isso a boca fica seca).

FINALIDADES DA M.P.A.

- Reduzir a ansiedade do paciente, facilitando o efeito do anestésico. Ex.: Dolantina


(Demerol) – Opiáceo,
Diempax (Diazepan) - Barbitúrico

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- Diminuir secreção, principalmente do trato respiratório. Ex.: Atropina- Anticolinérgico
- Reduzir as intercorrências alérgicas Ex.: Fenrgan (Prometazina).

CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM OS SISTEMAS DO


CORPO HUMANO
APARELHO GASTRINTESTINAL

PREPARO INTESTINAL

A preparação do intestino é fundamental nas cirurgias intestinais, já que algumas bac-


térias podem escapar e invadir os tecidos adjacentes, causando sepse.

Obs.: Sepse é uma infecção causada pelo acúmulo de bactérias.

O objetivo do preparo intestinal é prevenir a defecação, durante a anestesia, ou trau-


ma acidental dos intestinos, durante a cirurgia abdominal. Os antibióticos orais suprimem a
microflora desenvolvida no cólon. Os enemas, “até limpar”, são prescritos na noite anterior da
cirurgia eletiva. Não devem ser aplicados mais do que três enemas, em virtude dos efeitos

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negativos sobre o equilíbrio hidroeletrolítico (isto também seria muito desgastante para o pa-
ciente). Notifique ao médico, caso os enemas não continuem saindo limpos.

Obs.: toda e qualquer lavagem intestinal deve ser feita no paciente em decúbito lateral
esquerdo.

JEJUM

De 8h às 10h antes da cirurgia, o paciente não pode mais ingerir alimentos sólidos. Os
pacientes a serem operados pela manhã são mantidos com líquidos claros até 4horas antes da
cirurgia.
O propósito de suspender os alimentos antes da cirurgia é prevenir a aspiração para
os pulmões. O material inalado age como corpo estranho aos pulmões, é irritante, causa uma
reação inflamatória e, ao mesmo tempo, interfere na troca aérea adequada. A aspiração é um
problema sério, causando uma mortalidade em torno de 60 a 70%, quando ocorre.

CATETER NASOGASTRICO
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A sonda nasogástrica é indicada também no preparo gastrintestinal, quando se preten-


de fazer o esvaziamento do conteúdo gástrico.

APARELHO RESPIRATÓRIO

RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA

É um tipo de respiração na qual a cúpula do diafragma é achatada durante a inspira-


ção, resultando na dilatação do abdômen superior, à medida que o ar nele penetra. Durante a
expiração, os músculos abdominais e o diafragma relaxam. Essa é uma técnica de relaxamento
eficaz para o cliente:

Assumir uma posição no leito semelhante àquela que certamente será usada depois da
cirurgia. (semi-fowler)
Colocar as duas mãos sobre a parte inferior do gradil costal, abrir suavemente a mão e
repousar a superfície plana dos dedos sobre o tórax (para sentir o movimento do tórax).
Expirar suave e plenamente, para que as costelas afundem em relação à linha média.
Inspirar profundamente pela boca e nariz, para permitir a elevação do abdômen, à
medida que os pulmões se enchem de ar.
Prender a respiração e contar até 5.

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Expirar deixando todo ar sair pelo nariz e pela boca. Repetir esses exercícios respi-
ratórios 15 vezes, com um breve repouso, depois de cada cinco repetições. Fazer isso duas
vezes ao dia, durante os dias que precedem a cirurgia.

TOSSE
A tosse facilita a eliminação de secreções torácicas. Quando se efetua uma respiração
profunda, o reflexo da tosse é estimulado.

Seqüência:

- entrelace os dedos e coloque as mãos sobre o local da provável incisão. Isso funcio-
nará como uma “faixa de proteção”, durante a tosse, e não ameaçará a incisão;
- incline-se ligeiramente para frente, quando estiver sentado na cama;
- respire utilizando o diafragma, como foi descrito anteriormente;
- inale plenamente com a boca aberta;
- faça 3 ou 4 tossidas rápidas,depois, com a boca aberta, faça uma respiração pro-
funda e estimule uma ou duas tosses vagarosas e, a seguir rápidas;

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as secreções devem ser rapidamente eliminadas no tórax, evitando as complicações
respiratórias (pneumonia, obstrução, infecção, etc...).

APARELHO CARDIOVASCULAR SINAIS VITAIS

Muitas decisões terapêuticas importantes se baseiam nos sinais vitais, a precisão é, por-
tanto, essencial.
Temperatura Axilar - 36,0 a 36,8 ºC
Respiração - 16 a 20 IRPM (Impulsos Respiratórios por Minutos).

Obs.: Observe o ritmo e a profundidade da respiração


Pulso - 60 a 80 BPM
Na mulher de 65 a 80 pulsação por minuto No homem de 60 a 70
Pressão arterial - 120 x 80 mmHg

Obs.: Note se a batida do pulso contra o seu dedo é forte ou fraca. Forte - pulso cheio
Fraca – filiforme

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EXERCÍCIOS ATIVOS, PASSIVOS E ISOMÉTRICOS

Exercícios ativos:
São exercícios efetuados pelo paciente sem auxílio do terapeuta; objetiva aumentar a
força muscular.

Exercícios passivos:
São os exercícios executados pelo terapeuta ou pelo enfermeiro, sem auxílio do pacien-
te; objetivam reter a mais ampla faixa de mobilidade articular possível e manter a articulação.

Exercícios isométricos:
Realizam-se alternativamente, contraindo e relaxando-se um músculo, ao mesmo tempo
em que se mantém uma parte do corpo numa posição fixa. Esses exercícios são efetuados pelo
paciente e objetivam manter a força muscular, quando uma articulação for imobilizada.

APARELHO LOCOMOTOR REPOUSO


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Quando o cliente é orientado a permanecer em repouso após a cirurgia, é indicada a


movimentação do corpo para a melhoria da circulação, para a prevenção da estase venosa e
contribuição para as trocas respiratórias eficientes.
O paciente recebe orientações sobre como virar de um lado para o outro e como assumir
a posição lateral, a qual será utilizada no pós-operatório e assumida a cada 2 horas.
O enfermeiro deve lembrar-se da à utilização da mecânica corporal e orientar o pa-
ciente a fazer o mesmo. Quando ele é colocado em qualquer posição, seu corpo deverá ser
mantido em alinhamento adequado.

DEAMBULAÇÃO

Geralmente, a deambulação é autorizada 12 ou 24 horas após a cirurgia, através de


exercícios realizados no leito, que facilitam a deambulação, estimulando o tônus muscular e
assim contribuindo para melhor expansão pulmonar, através da respiração, e estimula os mo-
vimentos peristálticos, através das vísceras do trato gastrintestinal. Durante a deambulação, o
paciente é orientado a manter o corpo ereto.

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APARELHO GENITURINÁRIO

USO DO PATINHO E COMADRE

Quando o paciente tiver de permanecer no leito durante algum tempo, o enfermei-


ro deve explicar o método para utilização do patinho e da comadre. Deve-se preservar a
privacidade do paciente (fechar a porta, evitar abri-la constantemente e cercar o leito com
biombos).

CATETERISMO VESICAL DE ALÍVIO

Quando o paciente precisa urinar e não consegue, deve-se palpar a parte inferior do
abdômen, onde se sentirá a presença da bexiga distendida (bexigoma ou globo vesical), e
deverá introduzir, sob prescrição médica, sonda vesical de alívio, quando outras medidas fa-
lharem. Caso o paciente não apresente problemas para urinar, pede-se que faça o esvazia-
mento espontâneo da bexiga, antes de ser encaminhado à S.O (sala de operação).

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CATETERISMO VESICAL DE DEMORA

O cateterismo vesical “de demora” é indicado quando o paciente é submetido a cirur-


gias de grande porte e quando o controle do volume urinário é indispensável no pós- opera-
tório, para avaliação de quantidade, cor e aspecto da urina.

APARELHO TEGUMENTAR PREPARO DA PELE

São os cuidados com a pele do paciente.


O objetivo do preparo pré-operatório da pele é reduzir a população bacteriana, sem
lesar a pele. Quando há tempo, como em uma cirurgia eletiva, o paciente poderá usar um
sabão contendo detergente, germicida para limpar a área cutânea, durante vários dias antes
da cirurgia, visando à redução do número de microorganismos.

Ex.: SOAPEX e FISIOHEX

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TRICOTOMIA
A tricotomia (raspagem de pêlos) é efetuada pela equipe de saúde duas horas antes de
o paciente ser encaminhado ao centro cirúrgico. Pode ser utilizado um detergente antimicrobia-
no para fazer espuma e tornar a remoção de pelos mais fáceis. Deve-se manter a pele firme
e a depilação será feita pela direção ao crescimento dos pêlos. Deverão ser feitos movimentos
longos e contínuos e devem ser evitadas as escoriações. Deve-se manter o paciente orientado
para melhor posicionamento.

BANHO

Antes da cirúrgia, o paciente deve tomar um banho morno, usando um sabonete de


clorexidine 0,5%. O tempo exigido para a cirurgia requer que o banho seja tomado na noite
anterior. O propósito desse banho de limpeza, mais próximo da cirurgia, é reduzir o risco de
contaminação da ferida cirúrgica pela pele.

TRANSPORTES E REGISTROS
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A lista de conferência pré-operatória é anexada ao prontuário completo, que acom-


panha o paciente na sala de cirurgia. O formulário do consentimento informado também será
anexado, bem como os resultados de todos os exames laboratoriais e anotações de enferma-
gem. Quaisquer informações que possam exercer influência sobre a cirurgia e anestesia deve-
rão ser anexadas ao prontuário, em local de destaque.
O paciente é transferido para a sala pré-operatória numa cama ou maca previamen-
te preparada, cerca de 30 a 60 min. antes do início da anestesia. A maca deve ser o mais
confortável possível, com lençóis suficientes para assegurar proteção contra correntes de ar.
Os lençóis deverão ser grandes ou suficientemente longos para cobrir o paciente dos pés aos
ombros. De preferência, acompanhá-lo até o centro cirúrgico.
É importante que alguém permaneça durante todo o tempo junto ao paciente, no perí-
odo pré-operatório.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRANS-OPERATÓRIO

Toda atividade da sala de cirurgia é centralizada no paciente que irá ser submetido
a um procedimento cirúrgico, para reparo, correção ou alívio de um problema físico. Desde o
momento em que o paciente chega à sala de cirurgia até o momento em que é administrada
a anestesia, essa atenção deve ser centrada nas reações tanto psicológicas quanto fisiológicas
do paciente.
No sentido de se assegurar ao paciente uma assistência integral durante a cirurgia, as
informações deverão ser compartilhadas com o anestesiologista, enfermeiro e cirurgião. Além

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disso, quaisquer ocorrências pertinentes, relacionadas à assistência ao cliente na sala de R.P.A
(hemorragia, choque, problemas respiratórios, etc), precisam ser anotados, documentados e
levados à equipe da sala de R.P.A.

OBJETIVOS

- Receber o cliente e avaliar suas condições emocionais;


- Colocar o cliente na posição adequada para indução anestésica;
- Ajudar o anestesista e a equipe cirúrgica no que for necessário;
- Expor a região a ser operada;
- Cuidar da segurança do paciente, através de instrumental cirúrgico e condi-
ções favoráveis;
- Controlar de perdas excessivas de líquido;
- Controlar de sinais vitais;
- Manter uma veia permeável;
- Manter o ambiente asséptico e sob controle;

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ANESTESIA/TIPOS
A anestesia é um estado de narcose, analgésica, relaxamento e perda dos reflexos. A
anestesia inalatória é bem comum, por ser mais facilmente controlada. A administração e a
eliminação da medicação são em grande parte afetadas pela ventilação pulmonar. Aneste-
sia de maior profundidade requer maior concentração do agente anestésico.
Os anestésicos se dividem em 2 classes, de acordo com a perda da sensibilidade que
produzem em todo o corpo (anestesia geral) ou em partes do corpo (anestesia regional).

FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE
ANESTÉSICO

ANESTESIA GERAL

É geralmente produzida através de inalação ou de técnicas endovenosas.

Tipos:
Anestésicos líquidos voláteis:
Produzem anestesia quando os seus vapores são inalados. Incluem-se neste grupo:
HALOTANO, EUFLURANO e o ISOFLURANO. Todos são administrados com O2 e usualmente
com óxido nitroso.

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Anestésicos gasosos:

São administrados através da inalação e sempre associados ao oxigênio. Esse grupo de


anestésicos inclui o óxido nitroso.
As substâncias, ao serem inaladas, penetram no sangue através dos capilares pulmona-
res e, quando em concentração suficiente, atuam sobre os centros cerebrais, produzindo a per-
da da consciência e da sensibilidade. Quando a administração do anestésico é interrompida,
o vapor ou gás é eliminado pela via pulmonar.

Obs.: O vapor é conduzido ao paciente por um tubo ou máscara. Quando posiciona-


do, o tubo endotraqueal impede a passagem de substância do esôfago para os pulmões, de
forma que, quando o cliente vomita, nenhum conteúdo penetra nos pulmões.

Anestesia endovenosa:

Pode ser produzida com injeção de várias substâncias, como TIOPENTAL (Pentotal), um
barbitúrico de ação curta, sendo comumente o anestésico mais utilizado para este propósito;
esta substância leva a perda da consciência em 30 segundos . A anestesia endovenosa é útil
nas cirurgias de pouca duração, sendo utilizada com menor freqüência nas cirurgias prolonga-
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das, como a cirurgia abdominal.

ANESTESIA REGIONAL
É um tipo de anestesia local em que um tipo de substância analgésica é injetado dire-
tamente em torno de nervos, de modo que está área seja anestesiada. O efeito depende do
tipo de nervo envolvido. O efeito de um anestésico não pode ser considerado desaparecido,
até que as funções motoras sejam recuperadas.
O paciente submetido a uma anestesia espinhal ou local permanece acordado e cons-
ciente no ambiente que o cerca. Conversas descuidadas, barulhos desnecessários e odores
desagradáveis precisam ser evitados, pois podem ser percebidos pelo paciente na mesa de
cirurgia.

Tipos:

Anestesia epidural: é obtido através da injeção de um anestésico local no canal espinhal, no


espaço que circunda a dura-mater. A vantagem desse anestésico é a ausência de complicações
neurológicas e de alteração da pressão arterial.

Anestesia espinhal: produz um tipo de convulsão extensa do bloqueio nervoso que ocorre
com a introdução de um anestésico local no espaço subaracnóideo. A nível lombar, ela produz
anestesia das extremidades inferiores, períneo e abdômen inferior.

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Anestesia local: é realizada pela injeção de um anestésico local nos tecidos próximos ao local
da incisão, freqüentemente ela é associada a um bloqueio dos nervos que suprem a área da
incisão.

Tem como vantagens: é um método simples com poucos equipamentos; a recuperação pós-op-
eratória é facilitada, é ideal para cirurgias curtas e superficiais, o efeito indesejável da aneste-
sia geral são evitados.

Ex.: marcaína, xilocaína, benzocaína

INCISÃO CIRÚRGICA E POSICIONAMENTO


LOCAL DA INCISÃO E TIPOS DE CIRURGIA

Local da Incisão Tipos de Cirurgia

- Subcostal: Cirurgias da vesícula e das vias biliares;

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- Paramediana: Lado direito (vias biliares e vesícula) /Lado esquerdo (esplenectomia,
gastrectomia, correção de hérnie de hiato);

- Transversal: Gastrectomia;

- Reto-direito: Apendicectomia, ressecção de intestino delgado;

- Reto-esquerdo: Ressecção do colo sigmóide;

- MC Burney: Apendicectomia;

- Mediana (baixa): Aparelho reprodutor feminino;

- Mediana: Cirurgia cardíaca.

A POSIÇÃO DO CLIENTE NA MESA DE CIRURGIA


A posição em que o paciente será colocado na mesa de cirurgia irá depender do pro-
cedimento a ser realizado, bem como do estado físico do cliente. entre os fatores a considerar
incluem-se os seguintes:

- O cliente deverá permanecer numa posição tão confortável quanto possível,


esteja ele dormindo ou acordado;
- A área cirúrgica deverá estar adequadamente exposta;
- Não deve haver interferência na respiração do cliente, resultante da pressão
do braço sobre o tórax ou causada pelas vestes;

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- A preocupação com a segurança deverá ser particularmente observado nos
clientes magros, idosos e obesos;
- A paciente precisa de uma contenção gentil, antes da indução, em caso de
agitação;
- A circulação sanguínea e a linfática não podem ser obstruídas por uma
posição desconfortável e nem poderá haver pressão em determinada área.

TIPOS DE POSIÇÃO CIRÚRGICA


Decúbito Dorsal
A posição para a cirurgia é o decúbito dorsal; um dos braços permanece ao lado da
mesa, com a palma da mão voltada para baixo, o outro é cuidadosamente colocado sobre um
suporte para infusão intravenosa. Essa posição é utilizada para a maioria das cirurgias abdo-
minais, exceto as da vesícula biliar e da pelve.

Posição de Litotomia
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Nessa posição, o paciente está deitado de costas com as pernas e coxas flexionadas em
ângulo reto.
A posição é mantida colocando-se os pés em estribos. Está indicada para quase todas
cirurgias do períneo, reto e vagina.

Cirurgias Renais
O cliente é colocado sobre o lado não operatório, na posição de rins, com um travesseiro
de ar abaixo da região lombar, ou sobre uma mesa com a região dorsal ou rins elevados.

Cirurgias Torácicas e Torocoabdominais

A posição varia com o tipo da cirurgia a ser realizada.O cirurgião e o anestesiologista


colocam o paciente sobre a mesa operatória na posição desejada.

Cirurgia do Pescoço
As cirurgias que envolvem a tireóide, por exemplo, são realizadas com o paciente em
decúbito dorsal, com o pescoço distendido sobre um travesseiro abaixo do outro, e a cabeça e
o tórax elevados, de modo a reduzir a pressão venosa.

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Cirurgias Cranianas e Cerebrais

Tais cirurgias requerem posições e aparelhos especiais, geralmente determinados pelo


cirurgião.

Posição de Trendelembug

Geralmente é utilizada para cirurgias de abdômen inferior e da pelve, porque promove


boa exposição da área deslocando os intestinos para o abdômen superior. Nessa posição, a
cabeça e o corpo são rebaixados e os joelhos fletidos. O paciente é mantido na posição atra-
vés de suportes acolchoados nos ombros.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1- Portal.Anvisa.gov.br//>caderno 4.Medidas de Prevenção de Infecção relacionadas a ciru-


rgia.

2- Manual de Biossegurança Fio Cruz

3- Cirurgia – Diagnóstico e Tratamento 11ª Ed. Guanabara Koogan, 2004. - Vinhaes, JC –


Clínica e terapêutica Cirúrgica.

4- 7 de mar. de 2016 - Cirurgia Geral, Pediatria, Obstetrícia e Ginecologia e Medicina Pre-


ventiva Social (Saúde, Ciências da).
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