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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS DE TRANSPORTE DE PACIENTES ... 5

Transporte de pacientes................................................................................ 6

3 TRANSPORTE DE PACIENTES INTRA HOSPITALAR ............................. 8

3.1 Tipos de transporte intra hospitalar ...................................................... 8

3.2 Fases do transporte intra hospitalar ................................................... 10

4 RESPONSABILIDADES ........................................................................... 16

Equipe multiprofissional .............................................................................. 16

4.1 Médico ................................................................................................ 17

4.2 Enfermeiro .......................................................................................... 17

4.3 Fisioterapeuta ..................................................................................... 18

4.4 Técnico/Auxiliar de Enfermagem ........................................................ 18

5 NORMAS PARA O TRANSPORTE .......................................................... 19

5.1 Grupos de risco .................................................................................. 21

5.2 Fatores predisponentes ao erro ou ao evento adverso ...................... 21

5.3 Complicações comuns ....................................................................... 21

5.4 Cuidados específicos: ........................................................................ 22

6 TRANSPORTE DE PACIENTES NÃO-CRÍTICOS ................................... 23

7 TRANSPORTE DE PACIENTES INTER HOSPITALAR ........................... 24

7.1 Transporte inter hospitalar: Definição ................................................. 26

7.2 Indicações de transportes inter-hospitalar .......................................... 30

7.3 Segurança e contraindicações ........................................................... 31

8 ACIDENTES ............................................................................................. 32

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8.1 Acidentes de transito .......................................................................... 33

8.2 Afogamentos ...................................................................................... 35

8.3 Asfixia ................................................................................................. 36

8.4 Queimaduras ...................................................................................... 38

8.5 Acidentes com armas de fogo ............................................................ 39

8.6 Como proceder? ................................................................................. 40

9 TIPOS DE TRANSPORTE ........................................................................ 40

9.1 Transporte aero médico ..................................................................... 41

9.2 Transporte aquaviário......................................................................... 43

9.3 Transporte terrestre ............................................................................ 43

9.4 Tipos de veículos ............................................................................... 45

9.5 Medicamentos das ambulâncias ........................................................ 51

9.6 Tripulação........................................................................................... 52

10 TÉCNICAS DE IMOBILIZAÇÃO ............................................................ 53

10.1 Imobilização cervical ....................................................................... 54

10.2 Imobilização do tronco .................................................................... 55

10.3 Imobilização da cabeça ................................................................... 55

10.4 Imobilização das pernas ................................................................. 56

10.5 Imobilização dos braços .................................................................. 56

10.6 Retirada de capacete ...................................................................... 57

10.7 Transporte em geral ........................................................................ 58

11 TÉCNICAS DE TRANSPORTE EM CASO DE ACIDENTES ................ 58

12 LEMBRETE IMPORTANTES................................................................. 59

13 RESULTADOS ESPERADOS ............................................................... 61

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 62

15 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 64

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS DE TRANSPORTE DE PACIENTES

Fonte:pebmed.com.br

A busca da qualidade na medicina atual tem em seus objetivos, assegurar ao


paciente cada vez melhores condições de assistência, diagnóstico e terapêutica, o
que provocou uma reorganização das estruturas médico-hospitalares, tornando-as
mais especializadas e autossuficientes em suas funções, mas também as
estratificando de acordo com sua complexidade, de forma que os recursos a elas
alocados sejam mais bem aproveitados conforme a demanda de pacientes. Com isto,
o fluxo de pacientes modificou-se para que, em vez de os recursos chegarem ao local
de internação, o paciente se desloque para estas áreas quando necessário,
independentemente da gravidade de seu quadro clínico.

A segurança do paciente é o resultado da redução de riscos e danos evitáveis


durante o processo de cuidados à saúde a um mínimo aceitável.
Compreender a frequência, as causas, a natureza da ocorrência de
incidentes e de eventos adversos, possibilita a elaboração de estratégias que
minimizam os danos decorrentes dos cuidados prestados e o sofrimento
desnecessário do paciente e da equipe de atendimento. (WORLD HEALTH
ORGANIZATION ,2012, apud, SILVA, 2015, p.540).

Para que esta filosofia pudesse ser implantada, houve a necessidade de


promover meios para que o transporte destes pacientes pudesse ser feito sem
prejudicar seu tratamento, ou seja, deve ser indicado, planejado e executado
minimizando o máximo possível os riscos para o transportado. Surgiu, então, a
medicina de transporte, que se tornou um segmento importante do setor produtivo de

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nosso país, onde provavelmente algum de nós já atuou, ou ainda atua. Este
desenvolvimento, porém, surgiu sem que houvesse uma normatização específica,
gerando durante anos distorções em sua prática, o que só foi corrigido recentemente.

Transporte de pacientes
O ato de transportar deve reproduzir segurança e eficiência. Abordaremos os
conceitos, evidências clínicas, logística, normas e regulamentos do transporte de
paciente.
Os pacientes críticos portadores de afecções de alta complexidade requerem
intervenções que, muitas vezes, são realizadas fora da unidade de terapia intensiva
(UTI). Estes necessitam de transporte intra hospitalar, ou seja, encaminhamento
temporário para a realização de exames diagnósticos, procedimentos terapêuticos ou
transferências realizadas por profissionais de saúde para outros setores, ainda que
dentro do ambiente hospitalar.
Embora esse procedimento seja corriqueiro nas UTIs, e acompanhado por
profissionais durante toda sua realização, ele é frequentemente desvalorizado pelos
profissionais de saúde. Além disso, o não uso da padronização das ações para a
garantia de uma adequada assistência nesse caso, reflete na ocorrência de eventos
adversos relacionados ao transporte de pacientes criticamente enfermos.
Sabe-se da necessidade do transporte intra hospitalar para a realização de
exames complementares e intervenções cirúrgicas, as quais não podem ser
realizadas à beira do leito. Sendo assim, a garantia da segurança do paciente durante
esse procedimento é de extrema importância, com a intenção de prevalecer, dessa
forma, os benefícios que devem ser almejados com o transporte intra hospitalar.
A decisão de transportar um paciente deve ser baseada na avaliação dos
benefícios potenciais, ponderados aos riscos potenciais. A razão básica para o
transporte do paciente é a necessidade de cuidados adicionais (tecnologia e/ou
especialistas), não disponíveis no local onde o paciente se encontra.
Em relação à minimização dos riscos e das possibilidades de eventos adversos,
cabe destacar o respaldo da Resolução da Diretoria Colegiada-RCD nº 7, que
preconiza o acompanhamento contínuo, de pelo menos um enfermeiro e um médico
durante o transporte intra hospitalar de pacientes críticos, bem como a disponibilidade
do prontuário do paciente durante esse procedimento.

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Diante disso, busca-se investigar dinâmicas mais adequadas para a realização
do transporte intra hospitalar do paciente crítico, com vistas a estimular reflexões e
possíveis adequações, por parte dos profissionais de saúde, acerca da segurança
indispensável no transporte do paciente gravemente enfermo.
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são setores complexos do hospital,
destinadas ao atendimento de pacientes graves, que demandam espaço físico
específico, recursos humanos especializados e instrumental tecnológico avançado.
Apesar de toda a sofisticação das UTIs nem todos os exames ou cuidados
necessários ao paciente podem ser oferecidos à beira do leito, e com frequência o
paciente necessita de transporte intra hospitalar que é o encaminhamento temporário
ou definitivo de pacientes críticos, por profissionais de saúde dentro do ambiente
hospitalar, seja para fins diagnósticos ou terapêuticos.

Sabe-se que a assistência inadequada torna os pacientes em vítimas de


complicações, sendo que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um dos
locais que mais compromete a segurança do paciente. A UTI é um ambiente
repleto de recursos tecnológicos que auxiliam na tentativa de preservar a vida
do paciente, permite aos profissionais maior controle das situações de risco,
além de ajudar a guiar tratamentos e detectar complicações indesejadas.
(TOFOLLETO, 2008, apud SILVA, 2015, p. 540).

É um período de potenciais complicações visto que o paciente está fora do


ambiente de cuidados intensivos e vulnerável a fatores que podem culminar em
alterações hemodinâmicas rápidas, progressivas e evitáveis. A decisão de transportar
um paciente crítico é baseada na avaliação dos potenciais benefícios do transporte.
Os estudos têm documentado os eventos adversos relacionados às variáveis
como equipe multidisciplinar, equipamentos e alterações fisiológicas inerentes ao
paciente e, nesse sentido, a segurança do paciente, no cenário do transporte, tem
sido facilitada pelo desenvolvimento de equipamentos próprios, equipes treinadas e
desenvolvimento de protocolos específicos, visto que se trata de uma população com
grandes chances de complicações e de instabilidade inerentes à doença de base.
O sucesso no transporte depende diretamente do planejamento e da atuação
organizada da equipe multiprofissional, bem como da escolha de equipamentos
adequados. Nesse âmbito, um aspecto importante no transporte do paciente é a
comunicação prévia das informações necessárias entre a equipe que transporta o
paciente e aquela que irá recepcioná-lo, de forma que não seja comprometida sua
segurança e a continuidade dos cuidados de saúde seja reforçada.

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3 TRANSPORTE DE PACIENTES INTRA HOSPITALAR

Fonte:www.hc.unicamp.br

Define-se transporte intra hospitalar a transferência temporária ou definitiva


de pacientes por profissionais de saúde dentro do ambiente hospitalar.
O transporte intra-hospitalar é necessário para a realização de testes
diagnósticos (tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética,
angiografias, etc.), para intervenções terapêuticas (como para o Centro Cirúrgico) ou
para a internação em Unidades de Terapia Intensiva.
Como em toda conduta, existe indicação e contraindicação para sua realização:
Indicações do transporte intra-hospitalar de clientes: Admissão do cliente,
realização de exames diagnósticos e de procedimentos terapêuticos e cirúrgicos,
transferências entre leitos ou interunidades, encaminhamento às atividades de
recreação, alta hospitalar.
Contraindicações do transporte intra-hospitalar de clientes: Incapacidade de
manter oxigenação, ventilação e performance hemodinâmica durante o transporte ou
permanência no local de destino pelo tempo necessário.

Os riscos e benefícios em deslocar um paciente devem ser considerados,


incluindo uma avaliação do estado clínico do paciente antes do transporte,
dos benefícios desse transporte para o paciente, da equipe que o
acompanhará e dos equipamentos disponíveis. (HAYNES, 2009, apud
SILVA, 2015, p.540).

3.1 Tipos de transporte intra hospitalar

Transporte, sem retorno do paciente, para fora da área de tratamento


intensivo (CTI, Centro Cirúrgico e Sala de Recuperação Pós-Anestésica): envolve o

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transporte dos pacientes com alta médica da sala de recuperação pós-anestésica ou
da UTI. Aqui a decisão de “alta da unidade” é a razão do transporte; portanto, assume-
se a responsabilidade de que o quadro clínico está estável e o paciente está apto a
ingressar em unidades de menor complexidade. Consequentemente, seu transporte
será de pequeno risco. Normalmente, não é necessária a presença de médico neste
tipo de transporte, porém a maioria dos hospitais, por recomendação do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN), exige a presença de pelo menos um técnico de
enfermagem durante o trajeto.
Transporte em um único sentido de um paciente para uma área de
cuidados intensivos: envolve o transporte de pacientes da sala de emergência
(clínica ou de trauma) ou enfermaria para a UTI ou para o Centro Cirúrgico. Deve
sempre ter o acompanhamento médico, e ser realizado, idealmente, após
ressuscitação inicial e estabilização do paciente, a menos que haja risco iminente de
vida. Os cuidados serão, dentro do possível, uma extensão dos cuidados iniciais:
suporte ventilatório, hemodinâmico e avançado de vida.
Transporte da UTI para o Centro Cirúrgico, com retorno à UTI: a
necessidade de intervenções cirúrgicas em qualquer segmento do corpo torna
necessário o transporte do paciente crítico, mantendo o mesmo nível de cuidados no
trajeto e dentro do Centro Cirúrgico. Tais procedimentos devem ter uma indicação
precisa e em tempo, num acordo entre o cirurgião e o intensivista, ambos
responsáveis pelo paciente. Alguns procedimentos cirúrgicos podem ser realizados à
beira do leito, dentro da UTI, mas estes só estão indicados se a equipe assumir que o
risco do transporte é maior que o deles. Neste tipo de transporte há a necessidade da
presença do médico, porém não há nada redigido que indique qual profissional, seja
o plantonista da UTI, cirurgião ou anestesiologista, deva responsabilizar-se por este
deslocamento. Recomenda-se, então, que o acompanhamento seja feito pelo médico
responsável pelo paciente na unidade de origem, ou seja, pelo intensivista ou pelo
cirurgião no deslocamento ao centro cirúrgico e pelo anestesiologista ou cirurgião no
sentido inverso, já que estes estão mais familiarizados com as últimas alterações
observadas no quadro clínico do paciente nestes dois diferentes momentos.
Transporte da UTI para áreas não- UTI e retorno do paciente de volta ao
CTI: envolve os transportes para áreas onde são realizados procedimentos
diagnósticos ou terapêuticos não-cirúrgicos. Neste caso, o paciente pode ausentar-se

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por períodos prolongados de tempo e, principalmente, permanecer em unidades onde
não há pessoal treinado e equipamentos adequados que permitam a continuidade do
tratamento a que ele estava sendo submetido na UTI. Consequentemente, isto tudo
deve ser levado junto com o paciente, o que torna este deslocamento o de maior
complexidade logística.
Transporte não-crítico: São incluídos aqui os deslocamentos não-
emergenciais e rotineiros, inclusive o de pacientes a serem submetidos a cirurgias
eletivas, da unidade de internação ao centro cirúrgico.

3.2 Fases do transporte intra hospitalar

Os passos a serem seguidos no transporte intra-hospitalar do paciente.


Envolve três fases:
1- Fase preparatória
 Coordenação e Comunicação pré-transporte
Avaliar a gravidade e a condição atual do paciente e promover a melhor
estabilidade cardiorrespiratória possível. Certificar-se de que o local de destino esteja
pronto para receber o paciente. Se o paciente for transportado por uma outra equipe,
informar sobre suas condições gerais, tratamento instituído pré-transporte, e estimar
suas necessidades pós-transporte (tipo e modo ventilação, uso de drogas, etc.).
Documentar, no prontuário médico, as indicações para o transporte e o estado do
paciente durante o transporte.
 Equipe de transporte
O número de pessoas que participarão do transporte depende da gravidade da
doença e da complexidade e do número de equipamentos exigidos. Um mínimo de
duas pessoas é o necessário, pessoas capazes de providenciar suporte de vias
aéreas e que saibam interpretar possíveis alterações cardiovasculares e respiratórias
que, porventura, ocorram no decorrer do transporte.

Estudos têm documentado os eventos adversos relacionados às variáveis


como equipe multidisciplinar, equipamentos e alterações fisiológicas
inerentes ao paciente e, nesse sentido, a segurança do paciente, no cenário
do transporte, tem sido facilitada pelo desenvolvimento de equipamentos
próprios, equipes treinadas e desenvolvimento de protocolos específicos,
visto que se trata de uma população com grandes chances de complicações
e de instabilidade inerentes à doença de base. (BECKMANN, 2004, apud,
2012, p.472).

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Podem fazer parte da equipe de transporte: o enfermeiro, o médico, os
auxiliares e técnicos de enfermagem e o fisioterapeuta.
O médico deve acompanhar o transporte intra-hospitalar daqueles pacientes
com o estado fisiológico instável e que podem precisar de intervenções agudas que
estão além da capacidade técnica do enfermeiro, sendo obrigatória a sua presença
nas seguintes situações:
-Pacientes com via aérea artificial (intubação endotraqueal, Crico/traqueostomia);
-Instabilidade hemodinâmica;
-Uso de drogas vasoativas;
-Presença de monitorização invasiva, tais como o uso de cateter de artéria pulmonar
(Swan- Ganz), pressão intracraniana (PIC), pressão arterial invasiva, cateter no bulbo
da veia jugular.
Alguns serviços médicos possuem uma equipe de transporte intra e inter
hospitalar fixa, enquanto outros não possuem equipes fixas, sendo formada a partir
de médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem que se encontram no período
de trabalho em que vai ocorrer o transporte, dependendo da disponibilidade.
Algumas instituições médicas possuem protocolos de transporte intra-
hospitalar que incluem o médico em todos os tipos de transporte.
 Equipamentos necessários para o transporte:
É fundamental avaliar a necessidade de transportar os equipamentos
especiais para cada paciente a ser transportado, a fim de evitar sua falta longe do
local de origem, onde os mesmos podem não estar disponíveis.
Dentre as tantas exigências no transporte intra hospitalar, vale ressaltar os
cuidados principais a serem tomados em vários itens durante o mesmo.
 Tubo endotraqueal
Assegurar que a fixação esteja adequada. A cânula deve ser aspirada de
maneira vigorosa, previamente ao transporte. Em casos de demora no transporte,
pode ser necessária a aspiração das vias aéreas através de aspirador portátil ou de
uma rede de vácuo da rede hospitalar do local onde ficará o paciente.
 AMBU conectado ao cilindro de oxigênio
O cilindro de oxigênio pode estar acoplado à maca de transporte ou em carrinho
manual, que deve acompanhar a maca no transporte. Deve ser usado um AMBU de
volume adequado ao paciente e a frequência de ventilação manual deve ser igual à

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do ventilador usado antes do transporte, o volume de ar a ser insuflado deve ser
adequado para a expansão bilateral e simétrica da parede torácica do paciente,
mantendo uma relação inspiração: expiração em torno de 1:2 a 1:3.
A ventilação manual do paciente com AMBU é segura, podendo manter
adequadamente os níveis gasométricos através de pessoal bem treinado e que
forneça volume-minuto respiratório e FiO2 (fração inspirada de oxigênio) adequados.
O principal erro, nesses casos, são hiperventilação e a alcalose. Deve-se certificar se
o cilindro de oxigênio está carregado e adotar um fluxo necessário para manter a
saturação de oxigênio maior que 94%, registrado no oxímetro de pulso.
 Drogas
Uma lista de medicações apropriadas para uso durante o transporte dos
diversos tipos de pacientes; pediátricos, neonatais, obstétricos e adultos, já existe.
Uma caixa de medicações de emergências deve acompanhar o transporte do paciente
crítico, sendo que as principais são: adrenalina, lidocaína, atropina, bicarbonato de
sódio, adenosina, aminofilina, cloreto de cálcio, dexametasona, digoxina, dopamina,
furosemida, heparina, manitol, magnésio, naloxone, nitroglicerina, nitroprussiato,
fenitoína, cloreto de potássio, procainamida, propranolol e verapamil.
Deve-se antecipar a necessidade de medicações prescritas para o paciente,
particularmente quando o seu uso for intermitente, como é o caso da sedação e
bloqueadores neuromusculares.
 Monitor de transporte
Existem monitores modulares de transporte, que permitem o acompanhamento
contínuo de vários parâmetros vitais: eletrocardiografia, oximetria de pulso,
capnografia, pressão arterial não invasiva e módulos de pressão invasiva. Na
ausência de um monitor de múltiplos parâmetros, específico para transporte, pelo
menos, o oxímetro de pulso deve, obrigatoriamente, acompanhar o transporte de
todos os pacientes críticos. Sua bateria deve estar carregada.
 Bombas de infusão
Devem ser levadas no transporte de pacientes que necessitem de controle
rigoroso da infusão de medicações, tais como: aminas vasoativas, sedação,
bloqueadores neuromusculares, heparina, etc. Fixá-las adequadamente e certificar-
se de que as baterias estejam carregadas.
 Dreno de tórax

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Assegurar que sua fixação esteja adequada, não clampá-lo, a não ser apenas
para posicionamento do paciente na maca e transportar desclampado, com o frasco
de drenagem num nível abaixo do ponto de inserção, na parede torácica.
 Cateteres venosos
Assegurar que a fixação esteja adequada, não os deixar tracionados pelos
equipos de soro e certificar-se de que os soros infundidos não irão acabar. É
importante a antecipação das posições dos equipos e frascos de soro para que não
haja a tração e retirada dos cateteres venosos, periféricos ou centrais, causando
desconfortos, riscos e atrasos ocasionados por uma nova punção. Tal fato é
totalmente evitável.
 Sondas nasogástricas e vesical
Assegurar que a sua fixação esteja adequada, podendo clampálas apenas por
curtos períodos, não esquecendo de desclampá-las logo a seguir e podendo ser
transportadas no mesmo nível do paciente.
Todos cuidados citados devem ser redobrados, quando o paciente for
transferido para outro leito, pois é, no momento da passagem do paciente para outras
macas, camas ou mesas, que ocorrem os maiores problemas.
Não é obrigatória a presença de equipamento de ressuscitação cardiopulmonar
e equipamento de sucção para acompanhar cada paciente que está sendo
transportado, mas tais equipamentos devem estar localizados em áreas usadas por
pacientes críticos e estar prontamente disponíveis dentro de, no máximo, quatro
minutos, através de um planejamento prévio para emergências que possam ocorrer
no transporte.
Alguns serviços possuem uma unidade móvel de transporte permanentemente
equipada, que é composta por um ventilador mecânico, monitor das funções vitais e
bombas de infusão.
2- Fase de transferência
O objetivo, nesta fase, é manter a estabilidade fisiológica do paciente através
de monitorização contínua e prevenção para evitar iatrogenias.
O paciente que está sendo transportado deve receber, durante o transporte,
monitorização das funções vitais semelhante àquela usada na UTI, se for
tecnologicamente possível.

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O nível mínimo de monitorização para todo paciente em transporte deve ser:
eletrocardiografia, frequência cardíaca e respiratória e oximetria de pulso, de modo
contínuo e a medida intermitente da pressão arterial não invasiva.
Alguns pacientes selecionados podem se beneficiar da monitorização da
capnografia, pressão arterial invasiva, pressão da artéria pulmonar, pressão
intracraniana, medidas intermitentes da pressão venosa central, pressão capilar
pulmonar e débito cardíaco. Nos pacientes intubados, que estão conectados a um
ventilador mecânico, a pressão das vias aéreas deve estar sendo monitorizada. Os
alarmes do ventilador mecânico, que indicam desconexão ou pressão excessivamente
alta nas vias aéreas, devem estar funcionando. Esta é a fase mais negligenciada
dentre as fases dos transportes intra-hospitalares, pois os pacientes ficam fora da área
de cuidados intensivos, ficando em um local onde a monitorização é difícil e sem
equipamento suficiente para controlar situações de emergência.
As intercorrências ocorrem principalmente por episódios relacionados aos
equipamentos: deslocamento da cânula endotraqueal, perda do suprimento de
oxigênio, mau funcionamento do equipamento por falta de energia, bateria
descarregada ou danificação do aparelho, perda de cateter endovenoso, ficando sem
receber hidratação e medicações, retirada de sonda nasogástrica ou vesical, etc. Aqui,
principalmente, é notada a importância da fase preparatória do transporte, pois, com
a seleção e manutenção prévia dos materiais e equipamentos necessários, a grande
maioria dessas intercorrências podem ser abolidas.
Os cuidados devem ser redobrados, quando é necessário transferir o paciente
do seu leito para outro leito ou maca, com retorno ao leito original. É neste momento
que costuma ocorrer a maior parte das intercorrências, como no transporte para a
realização de tomografia computadorizada, que pode ser responsável por grande
número das intercorrências.

A divulgação de problemas relacionados à segurança do paciente fez com


que as organizações da área da saúde, em seus diferentes níveis de gestão,
pesquisem suas causas e proponham medidas com a finalidade de tornar
profissionais conscientes desses problemas, diminuindo os riscos de
incidentes (GOMES, 2008, apud GUESSER, 2014, p.25).

3- Fase de estabilização pós-transporte

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O paciente pode apresentar-se com estabilidade hemodinâmica ao longo do
transporte e vir a ter alterações hemodinâmicas apenas após o final de todo esse
processo.
Após as alterações ocorridas ao longo do transporte, a estabilização do
paciente é lenta. Portanto, deve-se considerar um período de meia a uma hora após
o transporte como uma fase de extensão do mesmo. Não é algo difícil de ser feito,
pois o paciente estará de volta ao ambiente protegido.
Recomenda-se uma maior atenção aos parâmetros hemodinâmicos e
respiratórios nessa fase. Muitos hospitais têm documentado a evolução do transporte
intra hospitalar, a fim de obter um melhor conhecimento de sua casuística, visando a
um melhor controle de qualidade. A elaboração de uma ficha de transporte, a ser pela
equipe responsável pelo transporte, é fundamental para a documentação.
O transporte do paciente sempre envolve uma série de riscos, sendo que o
problema mais comum é a falha no controle das funções cardiorrespiratórias,
resultando em instabilidade fisiológica com prejuízo da oxigenação tecidual, o que
pode trazer sérias consequências. Podem ainda ocorrer outras alterações, tais como
hipertensão severa, arritmias, obstrução aérea, entre várias outras.
Não deve haver nenhum momento, no transporte, sem monitorização ou
manutenção das funções vitais do paciente. Os equipamentos disponíveis e o nível
de prática dos recursos humanos devem ser iguais às intervenções requeridas ou
antecipadas para o paciente. A predição de risco para determinado grupo de
pacientes não é bem determinada, ou seja, não se sabe qual o grupo de pacientes
que terá maior ou menor chance de deterioração fisiológica durante o transporte.
Atualmente, o grupo de pacientes com maiores chances de deterioração do quadro
clínico, durante o transporte, são os pacientes com falência respiratória e baixa
complacência pulmonar.
Para outros grupos de pacientes a serem transportados, seleciona- se os
conforme o tipo de doença, idade, transporte para cirurgia, pressão arterial de oxigênio
inicial ou tempo de transporte, não encontraram nenhuma relação com as citadas
variáveis.
Além dos riscos supracitados, que ocorrem durante o transporte, existem
também os incidentes que, apesar de serem inócuos, na maioria das vezes, são
potencialmente fatais e, por serem facilmente previsíveis, sua ocorrência merece

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atenção, tais como: desconecção da leitura do eletrocardiograma, falha do monitor,
infiltração inadvertida do tecido subcutâneo pela perda não percebida do acesso
venoso e desconecção da infusão de drogas vasoativas e sedação. Destes, ao
contrário do previsto, a maior parte ocorre nos transportes eletivos e a menor parte
ocorre nos transportes de emergência; o que pode refletir uma maior preparação e
monitorização nas situações emergenciais e maior desleixo nas situações mais
corriqueiras.
Frente ao exposto, fica evidente a necessidade de dispormos, para o transporte
do paciente eletivo, dos mesmos cuidados que dispensamos aos pacientes de
transporte de emergência. O principal fator determinante da qualidade dos cuidados
durante o transporte é o treinamento e a eficiência da equipe. Os equipamentos para
monitorização são, obviamente, importantes e a sua miniaturização tem resolvido
muitos dos problemas associados com a falta de espaço, sendo, também, menos
susceptíveis a artefatos de movimento. Além disso, o desenvolvimento de testes
diagnósticos portáteis, como é o caso do ultra-som, doppler transcraniano e
eletroencefalografia, poderá diminuir a necessidade de transporte dos pacientes
críticos.

4 RESPONSABILIDADES

Dos membros da equipe que assiste cada paciente, destaca-se funções importantes
para cada um deles.

Equipe multiprofissional
-Conhecer o quadro atual do cliente: diagnóstico de internação e evolução clínica.
-Avaliar os parâmetros clínicos do cliente (frequência respiratória e cardíaca, pressão
arterial sistêmica, temperatura corporal, nível de saturação periférica de oxigênio e
análise de gases arteriais).
-Analisar o risco benefício do transporte de alto risco.
-Prever todas as intercorrências e complicações que possam ocorrer no trajeto e
adotar medidas preventivas.
-Registrar as intercorrências, condutas e demais informações em prontuário.

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-Seguir as normas estabelecidas no protocolo de transporte intra-hospitalar, sob a
específica responsabilidade.

4.1 Médico

-Avaliar a necessidade do transporte para a realização da intervenção diagnóstica ou


terapêutica.
-Estabilizar o cliente hemodinamicamente antes de ser transportado.
-Classificar o tipo de transporte (baixo, médio e alto risco).
-Determinar os medicamentos que poderão ou não ser interrompidos durante o
transporte.
-Comunicar ao médico da unidade de destino as informações relativas ao cliente e ao
seu transporte.
-Acompanhar o cliente no transporte de alto risco, e se necessário, também, no de
médio risco.
-Testar e programar o ventilador de transporte.
-Ser capacitado e ter conhecimento em suporte avançado de vida, ventilação
pulmonar assistida e obtenção de via aérea artificial.

4.2 Enfermeiro

-Organizar e definir a distribuição de atribuições da equipe nas fases pré, trans e pós-
transporte.
-Classificar o tipo de transporte (baixo, médio e alto risco).
-Estabelecer comunicação efetiva com as equipes dos locais de origem e de destino.
-Realizar o planejamento do transporte: meio de locomoção; trajeto, tempo de
permanência fora da unidade, materiais e equipamentos necessários, cuidados
específicos e número e categoria dos profissionais envolvidos. O planejamento deverá
ser individualizado.
-Solicitar o kit de medicamentos à Farmácia, por meio da impresso “requisição de
materiais”.
-Providenciar os kits de intubação traqueal e de materiais de suporte.
-Solicitar os equipamentos eletrônicos necessários à central de equipamentos (CE).

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-Testar e programar o ventilador de transporte.

De acordo com a resolução COFEN N° 376/2011 cabe ao enfermeiro da


unidade de origem: antecipar possíveis instabilidades e complicações no
estado geral do paciente; prover equipamentos necessários à assistência
durante o transporte; prever necessidade de vigilância e intervenção
terapêutica durante o transporte; avaliar distância a percorrer, possíveis
obstáculos e tempo a ser despendido até o destino; selecionar o meio de
transporte que atenda às necessidades de segurança do paciente; definir o(s)
profissional(is) de Enfermagem que assistirá(ao) o paciente durante o
transporte; e realizar comunicação entre a Unidade de origem e a Unidade
receptora do paciente. (RES. COFEN 367/ 2011, apud GUESSER, 2014, p.
47).

-Acompanhar o cliente no transporte de médio e de alto risco.


-Acompanhar as atividades realizadas pela sua equipe de enfermagem.
-Treinar/capacitar a sua equipe de enfermagem.
-Ser capacitado e ter conhecimento em suporte avançado de vida e em ventilação
pulmonar assistida.

4.3 Fisioterapeuta

-Comunicar ao fisioterapeuta da unidade de destino as informações relativas ao


cliente e ao seu transporte.
-Testar e programar o ventilador de transporte.
-Acompanhar o cliente no transporte de alto risco quando, mediante avaliação do
fisioterapeuta, o cliente apresentar necessidade de altas pressões ventilatórias para
manter oxigenação adequada, ou quando identificado algum risco de assincronia
entre ventilador e cliente.
-Ser capacitado e ter conhecimento em suporte avançado de vida e em ventilação
pulmonar assistida.

4.4 Técnico/Auxiliar de Enfermagem

-Preparar o cliente.
-Pegar e devolver os equipamentos eletrônicos utilizados à CE.
-Reunir e testar a integridade e o funcionamento dos materiais e dos equipamentos.
-Acompanhar o cliente no transporte de baixo, médio e de alto risco.
-Agilizar a utilização do elevador.
18
-Recompor a unidade e o cliente.
-Realizar a limpeza e desinfecção do veículo de transporte e dos equipamentos da
unidade.
-Ter conhecimento em suporte básico de vida.
-Encaminhar as solicitações de exames e outros à unidade de destino.
-Reunir o prontuário, a prescrição médica, os pedidos de exames e outros.
-Providenciar o formulário “requisição de materiais”.
-Buscar e devolver o kit de medicamentos à Farmácia.
-Registrar a alta hospitalar ou a transferência para outra unidade de internação.

5 NORMAS PARA O TRANSPORTE

Fonte: br.freepik.com

O cliente deverá sempre ser transportado em um meio de transporte adequado


e seguro às condições clínicas, físicas e idade do cliente, podendo ser na cama, maca,
berços comum ou aquecido, incubadora ou cadeira de rodas.
Os recém-nascidos e crianças não deverão ser transportados no colo do
responsável, nem do profissional de saúde. Deve-se utilizar berço comum ou
aquecido, incubadora, cadeira de rodas, cama ou maca. O cliente que apresentar
condições plenas de deambulação poderá ser transportado andando, somente no
momento da admissão.

19
O transporte do cliente poderá ser classificado como de baixo, médio e de alto
risco, considerando as condições clínicas do cliente.
No transporte de baixo risco, o cliente não precisará ser monitorizado, mas os
sinais vitais deverão ser aferidos antes e após o transporte e registrados em impresso
próprio no prontuário.
No transporte de médio e de alto risco, os clientes deverão ser transportados
monitorizados (frequência cardíaca, saturação de oxigênio, e se necessário, pressão
arterial sistêmica). O número e a categoria de profissionais envolvidos no transporte
intra-hospitalar variarão de acordo com as condições clínicas, o peso do cliente, o
número e complexidade de dispositivos invasivos e equipamentos utilizados.

O transporte pode gerar impactos no paciente por dois mecanismos: o


primeiro pela movimentação do paciente durante o transporte, a aceleração
e desaceleração, mudanças na postura e de uma superfície para outra,
fatores que podem repercutir no estado hemodinâmico, respiratório,
neurológico, psicológico e álgico. Outro mecanismo refere-se à mudança do
ambiente, mudanças no equipamento, o ruído, a dureza da mesa de exame,
o procedimento em si (quando o transporte é realizado com o objetivo de
realizar exames ou procedimentos), são todos fontes de desconforto extra
podendo gerar estresse fisiológico adicional ao paciente criticamente doente
(GILMAN, 2006; JENKINS; 2008 apud GUESSER, 2014, p. 45).

A unidade que irá receber o cliente deverá ser comunicada da condição clínica
do cliente, da idade, do peso, do diagnóstico, do padrão respiratório, das
especificações dos tipos de dispositivos invasivos e materiais/equipamentos
necessários, da descrição do uso de medicamentos, da necessidade de adoção de
precauções específicas e da hora exata da transferência.
Os equipamentos eletrônicos deverão ser selecionados de acordo com o
diagnóstico e estado clínico do cliente. No transporte de alto risco, são recomendados,
no mínimo, monitores para avaliação de sinais vitais (oxímetro de pulso ou monitor
multiparamétrico portátil, dependendo da avaliação do médico e do enfermeiro) e
ventilador de transporte, se o cliente estiver intubado.
Os veículos de transporte (maca, incubadora, cadeira de rodas e outros)
deverão ser de materiais leves, possuir mecanismos de mobilização de decúbito e ter
freio, direcionamento, deslizamento suave, proteção lateral e suporte para soro,
bombas de infusão, cilindros de oxigênio, monitores e outros.

20
O transporte do cliente, se não for de caráter de urgência/emergência, deverá
ser evitado durante às trocas de plantões e no horário de visitas. Se necessário no
horário de visita, comunicar a família.
O transporte do cliente ao Centro Cirúrgico deverá ser realizado, conforme
rotina operacional padrão específica.

5.1 Grupos de risco

Clientes em uso de drogas vasoativas, em ventilação mecânica invasiva e com


PEEP ≥ 10, com risco de bronco aspiração, com instabilidade hemodinâmica grave,
em pós-operatório imediato, poli traumatizados, com múltiplos dispositivos invasivos,
agressivos, agitados, psiquiátricos, neurológicos e cardiopatas, oferecem maiores
riscos.

5.2 Fatores predisponentes ao erro ou ao evento adverso

-Deficiência de recursos humanos, de materiais e de equipamentos


-Uso de equipamentos sem manutenção preventiva ou corretiva (certificação e
registro com a engenharia clínica).
-Equipe não qualificada (falta de conhecimento, erros de julgamento, dificuldade de
trabalhar em equipe, problemas de reconhecimento, pressa, desatenção, falta de
seguimento do protocolo, preparo inadequado dos materiais, dos equipamentos e do
cliente e demora no atendimento às intercorrências)
-Falta de planejamento multidisciplinar,
-Comunicação ineficiente multidisciplinar e interunidades,
-Infraestrutura inadequada no trajeto,
-Ausência de protocolos e rotinas operacionais padrão atualizadas e baseadas em
evidência científica.

5.3 Complicações comuns

O planejamento das ações e cuidados visará prever todas as intercorrências


que possam acontecer durante o transporte com intuito de evitá-las, tais como:

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-Alterações dos níveis pressóricos; parada cardiorrespiratória; arritmias; acidente
vascular cerebral; insuficiência respiratória; bronco aspiração, vômitos; alteração do
nível de consciência; agitação; crise convulsiva; dor; hipotermia; aumento da pressão
intracraniana; hipo/hiperglicemia e broncoespasmo.
-Extubação; obstrução de vias aéreas por secreções; pneumotórax; tração de
cateteres; perda do acesso venoso; interrupção da infusão de drogas vasoativas;
término do medicamento e falhas técnicas dos equipamentos.

5.4 Cuidados específicos:

Paciente com soro


- Cuidado para não obstruir a agulha ou cateter, mantendo o soro sempre em altura
adequada para gotejamento uniforme;
- Não tracionar o equipo, para que a agulha ou cateter não se desloque, e para evitar
desconexão;
- Se houver formação de soroma (infiltração de soro no tecido subcutâneo),
interromper o gotejamento. Comunicar o responsável pela medicação assim que
chegar à unidade;
- Caso haja desconexão dos cateteres, procurar o posto de enfermagem mais
próximo.
Paciente com sonda vesical
- Verificar se a sonda está corretamente fixada na coxa do paciente, prevenindo lesões
uretrais devido a tração acidental;
- Manter a bolsa coletora sempre em nível abaixo do paciente, para evitar retorno de
urina à bexiga. Pode-se também pinçar o prolongamento para poder elevar o coletor.
Paciente com dreno de tórax
- Pinçar o dreno e o prolongamento com 2 pinças próprias;
- O frasco só poderá ser elevado acima do nível do tórax do paciente quando o dreno
e o prolongamento estiverem pinçados;
- Cuidado para não tracionar o dreno;
- Colocar o frasco entre os pés em transporte de cadeira; e em caso de maca, colocar
entre os membros inferiores;

22
- Retirar as pinças imediatamente após a chegada do paciente ao destino, observando
que o frasco esteja em nível mais baixo que o tórax do paciente.
Paciente com tubo endotraqueal:
-Transportar sempre com cilindro de oxigênio e ambú. O enfermeiro deve acompanhar
o transporte;
- Cuidado para não tracionar o tubo;
- Se o paciente também estiver com sonda nasogástrica e apresentar náuseas ou
sinal de refluxo, abrir imediatamente a sonda.
Pacientes agitados, confusos:
- Proceder sempre o transporte em maca com grade;
- Restringir o paciente se necessário.
Pacientes anestesiados:
- Proceder sempre o transporte em maca com grade;
-Não movimentar muito o paciente, pois pode provocar vômito. Nestes casos,
lateralizar a cabeça do paciente, para evitar aspiração. Se o paciente estiver som
sonda nasogástricas abri-la.

6 TRANSPORTE DE PACIENTES NÃO-CRÍTICOS

Neste tipo, em que os deslocamentos são considerados sempre eletivos,


discute-se frequentemente qual o profissional deve realizar este transporte. A maioria
dos hospitais em nosso país utiliza a figura do “maqueiro”, que presta suporte ao
paciente até o transporte, através de macas, cadeiras de rodas e deambulação. Estes
profissionais, devem receber treinamento de suporte básico de vida, estando,
portanto, habilitados a reconhecer uma parada cardiorrespiratória, e outras reações
patológicas e chamar por ajuda, ou seja, guardar a vida do paciente que eles
transportam em casos de intercorrências.
Não compete aos profissionais de Enfermagem a condução do meio (maca
e/ou cadeira de rodas) em que o paciente está sendo transportado. A designação do
profissional de enfermagem que prestará assistência ao paciente durante o transporte,
deve considerar o nível de complexidade da assistência requerida, de acordo com a
resolução Cofen Nº 588/2018.

23
Já no caso do transporte inter-hospitalar, deve-se proceder como descrito nas
normas da Resolução CFM nº 1.672/03, de 9 de julho de 2003.

7 TRANSPORTE DE PACIENTES INTER HOSPITALAR

Fonte: ortomedical.ws

A decisão de transportar um paciente sempre deve seguir normas e


procedimentos extremamente rígidos e elaborados pelos profissionais da unidade de
origem e corpo clínico do hospital. Deve-se sempre lembrar que a decisão de
transporte é de responsabilidade médica intransferível, cabendo a este profissional
avaliar todas as variáveis envolvidas, independentemente de outros fatores alheios ao
tratamento do paciente, devendo todo procedimento de transporte ser registrado no
prontuário do paciente.
Para que a organização deste tipo de transporte seja eficiente, deve-se basear
seu planejamento em quatro grandes conceitos: planejamento e coordenação,
comunicação, pessoal especializado e equipamento e monitoração, como citado
anteriormente.
O Planejamento e coordenação é parte de rotina. Ao planejar o transporte de
um paciente, deve-se procurar prever e, se possível, antecipar, todas as
intercorrências que possam ocorrer durante o deslocamento, sejam de origem médica,
logística, trânsito, condições climáticas ou até da operacionalidade do hospital. A falta
deste planejamento gera situações absurdas, como elevadores cheios de usuários,
falta de luz ou até transporte a um local inadequado. Deve sempre haver uma
coordenação designada, que nestes casos deve ser um médico familiarizado com o
quadro clínico do paciente, sendo os mais indicados aqueles que pertencem ao setor

24
de origem. Aqui a filosofia é, a falta de planejamento põe o paciente a riscos não-
tolerados.
No que tange a Comunicação, o contato entre as equipes do setor de origem
do paciente, de transporte, os facilitadores, que são aqueles que manejam os meios
de transporte, como os elevadores, e do local de destino deve ser constante,
seguindo-se um plano predeterminado. Havendo falha na comunicação o ideal é não
haver transporte.

O sucesso no transporte intra-hospitalar depende diretamente do


planejamento e da atuação organizada da equipe multiprofissional, bem como
da escolha de equipamentos adequados. Nesse âmbito, um aspecto
importante no transporte do paciente é a comunicação prévia das
informações necessárias entre a equipe que transporta o paciente e aquela
que irá recepcioná-lo, de forma que não seja comprometida sua segurança e
a continuidade dos cuidados de saúde seja reforçada.
(BOUTILIER, 2007, apud ALMEIDA, 2012, p. 572).

Os profissionais envolvidos no transporte de pacientes devem, além de


treinados e frequentemente reciclados, estar familiarizados com as rotinas utilizadas
para este transporte e estes são denominados pessoal especializado. Devem ser
selecionados por sua aptidão e interesse e, se possível, independentemente de sua
função, ter capacidade de reconhecer uma parada cardiorrespiratória e realizar
manobras de suporte básico de vida. Um paciente crítico deve ser transportado por
uma equipe, nunca por uma única pessoa, mesmo que este seja o mais habilitado e
treinado dos especialistas. A eles compete garantir que o tratamento intensivo não
seja descontinuado. Um médico habilitado em manejo de vias aéreas, ventilação
pulmonar assistida e reanimação cardiopulmonar também deve estar presente. Caso
não seja treinado não arrisque.
Os equipamentos e monitoração devem ser destinados especificamente ao
transporte e permanência do paciente no local de destino, se a permanência for
temporária.
Esses equipamentos devem ser projetados especificamente para o transporte,
possuindo fonte energética própria (bateria) de longa duração e recarregável,
possibilidade de uso de fonte externa própria, nas especificações utilizadas pelo
hospital. Para o transporte aero médico ou aquaviário, os equipamentos devem ser
homologados para o uso nestes ambientes.

25
Devem permitir que a terapia empregada na unidade de origem não seja
descontinuada e principalmente que seus métodos não sejam modificados durante o
transporte e permanência na unidade de destino. Isto é particularmente importante
com os ventiladores mecânicos e bombas de infusão. Os atuais protocolos de
funcionamento e utilização, bem como suas múltiplas funções, fazem com que sua
utilização manual seja incapaz de reproduzir os objetivos planejados na terapia
empregada na unidade de origem. A insuficiência de equipamentos e monitoração
mínima que assegure o transporte o inviabiliza, exceto em situações de risco iminente
de vida. Se não houver condições, não transporte.
O transporte destes doentes envolve alguns riscos mas justifica-se, entre
hospitais e entre serviços de um mesmo hospital, pela necessidade de facultar um
nível assistencial superior, ou para realização de exames complementares de
diagnóstico e/ou terapêutica não efetuáveis no serviço ou instituição onde o doente se
encontra internado.

7.1 Transporte inter hospitalar: Definição

Define-se transporte inter-hospitalar como a transferência de pacientes entre


unidades não hospitalares ou hospitalares de atendimento às urgências e
emergências, unidades de diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de saúde que
funcionem como bases de estabilização para pacientes graves ou como serviços de
menor complexidade, de caráter público ou privado.
O ato de transportar deve reproduzir a extensão da unidade de origem do
paciente, tornando-o seguro e eficiente, sem expor o paciente a riscos
desnecessários, evitando, assim, agravar seu estado clínico. Já o objetivo precípuo
destas intervenções é melhorar o prognóstico do paciente; portanto, o risco do
transporte não deve sobrepor o possível benefício da intervenção. Pelo fato de o
período de transporte ser um período de instabilidade potencial, deve sempre ser
questionado se os testes diagnósticos ou as intervenções terapêuticas prescritas
alterarão o tratamento e o resultado do paciente, justificando os riscos da remoção.
Os trabalhos clínicos demonstram uma mudança na conduta terapêutica em um
número menor de pacientes após exames diagnósticos, enquanto grande parte de
pacientes apresentam sérias alterações fisiológicas durante o transporte. Toda vez

26
que o benefício da intervenção programada for menor que o risco do deslocamento,
este não deve ser feito.
O transporte inter-hospitalar é realizado sempre que se necessite de maiores
recursos humanos, diagnósticos, terapêuticos e de suporte avançado de vida, que não
estão presentes no hospital de origem.
O transporte inter-hospitalar faz-se necessário, quando o hospital onde se
encontra o paciente não tem recursos humanos, diagnósticos e terapêuticos,
necessários para tal paciente, sendo a responsabilidade pela decisão da transferência
do paciente, único e exclusivamente do médico que o está atendendo. Para o
transporte inter-hospitalar, é obrigatória a comunicação telefônica à regulação médica
ou diretamente ao hospital que vai receber o paciente. A remoção do paciente é
responsabilidade médica e envolve aspectos de ordem logística, técnica, operacional,
financeira, legal e ética, tornando esse ato médico muito complexo.
O transporte não deve comprometer o prognóstico do paciente. A ressuscitação
e a estabilização cardiovascular e pulmonar devem começar no hospital que está
encaminhando o paciente, se bem que, às vezes, a estabilização hemodinâmica só é
possível através de cirurgia, no hospital que vai recebê-lo. Quando houver
necessidade, a equipe deverá permanecer no local de origem, estabilizando o
paciente, para que seja possível a sua locomoção mais segura.
Para evitar problemas, o paciente consciente e orientado ou o representante
legal de paciente não orientado devem dar o consentimento antes do transporte inter-
hospitalar. Tal prática deve incluir a apresentação dos riscos versus benefícios do
transporte e a sua documentação no prontuário médico, sendo assinado o
consentimento. Se as circunstâncias não permitem o consentimento informado, a
indicação para o transporte e as razões da não obtenção do consentimento devem
constar no prontuário médico.
A decisão de transportar o paciente necessita da análise dos vários fatores,
relacionados a seguir.
• Indicação do transporte;
• Patologia de base e condições médicas associadas;
• Treinamento da equipe de transporte;
• Material e equipamentos disponíveis na unidade de transporte;
•. Pesar o risco / benefício do transporte para o paciente;

27
• Tempo de transporte;
• Distância;
• Recursos do local de origem e do local de destino;
• Possibilidade de complicações durante o transporte • Condições do trajeto a ser
percorrido (trânsito, meteorologia, etc.);
• Avaliação dos possíveis fatores de estresse durante o transporte: ruídos, vibrações,
forças acelerativas, variações da luminosidade e temperatura ambiente;
• Considerações éticas;
• Recursos financeiros para a viabilização do transporte.
Alguns procedimentos invasivos são impossíveis de serem realizados com
segurança durante o deslocamento do veículo de transporte, como a obtenção de um
acesso venoso profundo, drenagem pleural e intubação traqueal, devendo ser
antecipada a sua necessidade e feita antes do início do transporte.
No mínimo, duas pessoas devem acompanhar o transporte, além do condutor
do veículo. A necessidade de médico é discutível, porém a equipe deve ter
competência para a realização de manobras avançadas para a obtenção das vias
aéreas, incluindo a intubação endotraqueal e para o suporte básico e avançado de
vida que, em nosso meio, são manobras apenas de competência médica. Que os
utilizados para o transporte intra-hospitalar, variando sua disposição dentro do veículo
de transporte.
O planejamento e a previsão de materiais, medicamentos e equipamentos a
serem utilizados são responsabilidade da enfermagem.
O modo de transporte pode ser terrestre (ambulâncias) ou aéreo (helicóptero
ou avião), e em alguns locais, podem ser usados barcos.
Os fatores que influenciam a escolha do modo de transporte incluem distância
e duração, urgência da situação, complicações que o paciente pode desenvolver
durante o transporte aéreo ou terrestre, condições meteorológicas locais, geografia e
disponibilidade de recursos.
Seja qual for o modo de transporte, selecionado para a realização da remoção,
este deverá apresentar condições internas de acomodação satisfatória do paciente,
da equipe e dos acompanhantes. É fundamental que os veículos sejam equipados
com sistema de radiocomunicação, o qual permita contato contínuo com o hospital de
referência.

28
Equipamentos para o transporte de pacientes críticos:
-Maca própria para transporte: deve ser leve, com proteção lateral, e permitir o
transporte de equipamentos, monitores e cilindros a ela acoplados. Para ambulâncias,
deve ser dobrável, possuir cintos de segurança e ser adequadamente fixada no
veículo transportador.
-Equipamentos elétricos providos de baterias totalmente carregadas, de ampla
autonomia, e com capacidade de utilizar a rede elétrica do setor de destino. Para
ambulâncias, não devem sofrer influência de fatores gerados pelo meio de transporte,
como água salgada, pressurização de cabine e trepidação; também não devem
interferir na navegabilidade do veículo.
-Equipamentos que permitam a continuidade do tratamento do paciente,
projetados especificamente para o transporte, como ventiladores mecânicos e
bombas infusoras.
- Materiais para permeabilização da via aérea e ventilação pulmonar assistida.
- Oxigênio: em geral com cilindro de reserva e capacidade mínima para 30
minutos em alto fluxo.
- Materiais para realização de procedimentos para situações de risco iminente
de vida, como descompressão de tórax, cricotireoidostomia etc.
- Drogas para reanimação cardiopulmonar, ou específicas para as doenças do
paciente, ou para complicações possíveis e antecipadas.
-Monitores: Desfibrilador/cardioversor com marca-passo externo, cardioscópio,
oxímetro de pulso, equipamento de pressão arterial tono-oscilométrica.
-Monitores específicos para as doenças do paciente, e/ou que evitem a
descontinuação da monitoração utilizada no setor de origem.

Recomendações para o transporte intra-hospitalar de pacientes críticos


As recomendações foram divididas em três grupos:
 Avaliação do paciente:
Conhecimento do quadro atual do paciente: Diagnóstico de internação e evolução
clínica. Avaliação do risco/benefício do transporte;
Monitorização das Medidas Hemodinâmicas: Pressão Venosa Central (PVC), Pressão
Arterial Média (PAM), Pressão Arterial Sistêmica (PA),
Monitorização respiratória: Saturação de Oxigênio (SatO2),

29
Frequência Respiratória (FR),
Análise dos gases arteriais (PCO2, PO2)
 Ações com relação à equipe:
Treinamento, aperfeiçoamento e participação de profissionais:
- Médico e enfermeiro,
- Médico, enfermeiro e auxiliar de enfermagem,
- Médico e auxiliar de enfermagem,
- Médico, enfermeiro e fisioterapeuta.
Organização e divisão do trabalho pela equipe nas fases pré, trans e pós-transporte.
Precauções quanto às principais complicações: Respiratórias, cardiovasculares,
perda de drenos e cateteres, desconexão de drogas, extubação e falha técnica de
equipamentos.
 Ações com relação ao material/equipamento:
Presença da maleta de medicamentos no transporte, conferência da maleta de
medicamentos e maleta de intubação, checagem do nível de gases nos cilindros, uso
da maca de transporte, uso de bombas de infusão e de respiradores portáteis, uso da
maca convencional, uso de bombas de infusão convencionais, uso da ventilação
manual, manutenção periódica dos materiais, uso do monitor/desfibrilador, uso do
oxímetro de pulso, uso do capnógrafo.

7.2 Indicações de transportes inter-hospitalar

Transferência sem retorno, de centros de menor para centros de maior


complexidade: Inclui os pacientes, em vários estágios de gravidade, que são levados
para realizarem tratamento definitivo em hospitais especializados, permanecendo
internados neles definitivamente. Nesta categoria são incluídos os pacientes
transferidos para outras cidades.
Transferência com retorno, para tratamento ou exames diagnósticos em
centros de maior complexidade: O tipo mais comum, onde o paciente vai a uma
unidade isolada ou a outro hospital realizar um exame ou tratamento e retorna ao
hospital de origem. O local de destino frequentemente não possui os recursos para
manter o suporte de vida e o tratamento do paciente, devendo estes ser transportados
junto a ele e mantidos até o fim do exame e/ou tratamento.

30
Transferência de pacientes poli traumatizados de centros de menor
complexidade, para onde são levados pelos sistemas de atendimento pré-hospitalar
para estabilização, a outros de maior complexidade, para tratamento definitivo: Este
tipo é parte fundamental de um sistema de atendimento pré-hospitalar. Pacientes
críticos podem ser levados temporariamente a uma unidade de menor complexidade,
mas com capacidade de prestar suporte avançado de vida, próxima à área do sinistro.
Após a estabilização, a vítima é transferida a um centro para seu tratamento definitivo.
Isto permite menor tempo para o atendimento, liberação da equipe de socorristas e
melhor manejo da distribuição de pacientes, evitando sobrecarregar a rede de
emergência.

7.3 Segurança e contraindicações

Considera-se o transporte seguro quando:


 A equipe multidisciplinar responsável pelo paciente sabe quando fazê-lo
e como realizá-lo, ou seja, deve haver indicação para o deslocamento e,
principalmente, planejamento para fazê-lo.
 Assegura-se a integridade do paciente, evitando o agravamento de seu
quadro clínico.
 Há treinamento adequado da equipe envolvida, desenvolvendo
habilidade no procedimento.
 Há uma rotina operacional para realizá-lo.
São consideradas contraindicações para o transporte de pacientes:
 Incapacidade de manter oxigenação e ventilação adequadas durante o
transporte ou durante a permanência no setor de destino.
 Incapacidade de manter performance hemodinâmica durante o
transporte ou durante a permanência no setor de destino pelo tempo
necessário.
 Incapacidade de monitorar o estado cardiorrespiratório durante o
transporte ou durante a permanência no setor de destino pelo tempo
necessário.
 Incapacidade de controlar a via aérea durante o transporte ou durante a
permanência no setor de destino pelo tempo necessário.

31
 Número insuficiente de profissionais treinados para manter as condições
acima descritas, durante o transporte ou durante a permanência no setor
de destino (ex. médico, enfermeiro, fisioterapeuta).

8 ACIDENTES

A seguir, vamos abordar algumas definições para que haja melhor


entendimento do assunto em questão. Dentre as definições encontra-se:
1. Acontecimento casual, fortuito, inesperado; ocorrência.
2. Qualquer acontecimento, desagradável ou infeliz, que envolva dano, perda,
sofrimento ou morte
Todo e qualquer evento que provoque incapacidade total ou parcial.
Temporária ou permanente, que leve o indivíduo a perda da capacidade física, a dor,
a internação e permanência hospitalar, havendo para o tratamento e recuperação de
tal evento, a movimentação e transporte intra e inter hospitalar, seja ele de qualquer
natureza. Podem ser de vários tipos e gravidades, abordaremos aqui os mais comuns,
levando em conta sua gravidade.

O atendimento nas áreas de urgência e emergência tem crescido e se


tornado cada vez mais expressivo na sociedade brasileira e mundial. O
aumento dos casos de acidentes e violência tem forte impacto sobre o
Sistema Único de Saúde (SUS) do país e o conjunto da sociedade. Na
assistência, este impacto pode ser medido diretamente pelo aumento dos
gastos com internações hospitalares, assistência em Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) e tempo de hospitalização. Na questão social, pode ser
verificado pelo aumento de 30% no índice de Anos Potenciais de Vida
Perdidos (APVP) devido a acidentes e violências nos últimos anos.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, apud SILVA, 2010, p. 572).

32
8.1 Acidentes de transito

Fonte: www.coachronaldoentringe.com.br

O trânsito é vital para o desenvolvimento, infelizmente, a pouca atenção dada


à segurança desse setor fez com que os sistemas de trânsito se desenvolvam de
maneira desregrada, causando uma perda significativa de vidas, saúde e riqueza.
Além disso, o trânsito facilita a circulação de pessoas e bens, melhora o acesso à
educação, serviços de saúde, emprego e aos mercados econômicos, sendo assim,
estima-se que 1,3 milhão de pessoas morrem a cada ano vítimas de acidentes de
trânsito e que aproximadamente 30 milhões de pessoas sofram lesões não fatais. Os
acidentes têm custos econômicos e sociais devastadores, tanto para as famílias
quanto para a sociedade. Considera-se Acidente de Trânsito uma colisão ou
incidente que envolva pelo menos um veículo em movimento, trafegando em uma via
pública (ou privada, desde que o público tenha acesso a ela). Incluem-se nessa
categoria: colisões entre dois ou mais veículos automotores, entre veículos e
pedestres, entre veículos automóveis e animais ou obstáculos fixos, entre veículos
rodoviários e ferroviários, ou envolvendo apenas o veículo automotor.
Ressalta-se que colisões entre mais de um veículo são contabilizadas como
apenas um acidente quando colisões sucessivas aconteçam dentro de um curto
período. Já lesão, é considerada como um dano físico decorrente da exposição de
um corpo humano a níveis intoleráveis de energia. Pode ser uma lesão corporal

33
resultante de uma exposição à energia em excesso ou perda de função resultante da
falta de elementos vitais.
Estatísticas comprovam que brasileiros estão morrendo mais em acidentes
com transporte terrestre, principalmente motocicleta, tornando-se assim uma
verdadeira epidemia de lesões e óbitos no trânsito. Dados do Sistema de Informações
de Mortalidade revelam que somente no ano de 2010, 40.610 pessoas foram vítimas
fatais de acidente de trânsito. As consequências para as vítimas de acidente de
trânsito são inúmeras, como: morte, lesões e às vezes sequelas para o resto da vida,
sem contar com o impacto emocional e financeiro das mesmas, gastos com
tratamento de reabilitação, incapacidade para trabalhar ou até mesmo dificuldade em
realizar os trabalhos pela deficiência adquirida com os acidentes.
Uma das maiores preocupações dos órgãos responsáveis pelo planejamento
do trânsito e também da comunidade científica é encontrar soluções que possam
reduzir o número de fatalidades e de feridos nos acidentes de trânsito. Analisar os
acidente e melhor compreender esses eventos pode ajudar a prevenir ou reduzir a
sua ocorrência e o seu impacto. Nesse sentido, os dados de acidentes constituem a
base de muitas atividades de segurança viária.
Eles são essenciais para o diagnóstico e encaminhamento de soluções para os
problemas motivadores dos acidentes. A identificação desses elementos permite
otimizar esforços no aprimoramento da segurança.
As informações sobre os acidentes ocorridos permitem reconhecer a dimensão
e as características o problema a enfrentar. Permitem, também, que seja feita a
avaliação da eficácia das ações implementadas para a redução de acidentes.
Os registros de acidentes de trânsito são a principal fonte de informação
disponível sobre o problema de insegurança viária, porém, embora úteis, os dados
coletados nos boletins de ocorrência usualmente não contemplam as informações
referentes a fatores contribuintes do acidente, as quais são necessárias para
pesquisas mais aprofundadas envolvendo a segurança viária. Do ponto de vista de
entendimento da gênese do acidente e do desenvolvimento de medidas mitigadoras,
o levantamento de informações sobre os fatores que contribuem para a ocorrência
dos acidentes, de forma direta ou indireta, são elementos importantes para a
promoção da segurança viária. Medidas como evitar uso do celular ao volante, uso de

34
cinto de segurança, atenção as regras de sinalização e direção consciente são
imprescindíveis para manter a segurança no transito e evitar acidentes.

8.2 Afogamentos

A realidade dos dados sobre afogamento não destaca um novo problema, mas
uma velha e grave endemia pouco conhecida e divulgada em nossa sociedade.
Incidente silencioso, cercado de mistérios indecifráveis e muitas vezes atribuídas a
uma fatalidade inevitável do destino ocorrem normalmente em ambiente extra
hospitalar, e por ter pouca ou nenhuma repercussão, não ganha à notoriedade e a
atenção que necessita. Como alguns casos não são classificados como afogamento
subestima-se em muito a realidade mesmo em países de alta renda, e não inclui
situações como inundações, acidentes de navegação e tsunamis. Isto ocorre pela
forma como os dados sobre o assunto são coletados, classificados e reportados,
assim como pela dificuldade em interpretar e ajustar estes dados para nossa
realidade. Para a sociedade em geral a palavra afogamento remete ao salvamento e
as medidas de primeiros socorros como as mais importantes, no entanto a ferramenta
de maior eficácia na luta contra os afogamentos é a prevenção. Um dos grandes
desafios neste segmento é conseguir impactar a sociedade com a possibilidade desta
ocorrência que está entre todos e muito próxima de acontecer. O conhecimento destas
variáveis permite elaborar estratégias que possam mitigar o fardo elevado do
afogamento, utilizando melhor os recursos disponíveis em prevenção.
Campanhas de prevenção além de poder informar e evitar o desastre de um
afogamento, impacta a sociedade com a possibilidade real desta ocorrência.
O afogamento envolve principalmente a assistência pré-hospitalar prestada por
leigos, guarda-vidas, socorristas e profissionais de saúde. Portanto, é essencial que
profissionais de saúde tenham conhecimento da cadeia de sobrevivência no
afogamento que inclui desde a preparação, assistência proativa de prevenção
praticada em ambientes de saúde, a identificação de comportamentos e situações de
risco iminente no ambiente aquático, passando pela assistência pré-hospitalar de
atender uma ocorrência em seu ambiente familiar, até finalmente a internação
hospitalar se necessária. No afogamento o resgate é um dos componentes vitais para

35
salvar o paciente e a avaliação e os primeiros cuidados são fornecidos em um
ambiente altamente hostil, a água.
Aos profissionais de saúde, o conhecimento da assistência reativa prestada ao
afogado para ajudá-lo sem, contudo, tornar-se uma segunda vítima é fundamental.
Saber como e quando realizar o suporte básico de vida ainda dentro da água e acionar
o suporte avançado pode fazer a diferença entre a vida e a morte do paciente. Quando
este tipo de assistência não é realizado adequadamente no local do evento, pouco se
pode realizar no hospital para modificar o resultado final.
Dentre as medidas de prevenção destacam-se não adentrar em lagos,
represas, lagoas, cachoeiras desconhecidas, não arriscar prestar socorro se não tiver
aptidão para tal, atenção dobrada em casos de enchentes e inundações com
correntezas em locais desconhecidos e o uso de equipamentos de proteção para
contato aquático.

8.3 Asfixia

Fonte: melhorcomsaude.com.br

A asfixia, é classificada como acidente por causa externa, tendo como riscos
acidentais à respiração, afogamento e submersão acidentais. As principais causas
são: afogamento e submersão, inalação, ingestão de alimento causando obstrução do
trato respiratório, inalação, ingestão de objeto causando obstrução do trato
respiratório, intoxicação por gases e outros vapores, exposição a outro tipo específico
de fumaça e trauma. A asfixia é uma das principais causas de morbidade e
36
mortalidade entre crianças, especialmente entre as menores de 3 anos de idade.
Essas crianças estão sob maior risco tanto pelas vulnerabilidades do desenvolvimento
das vias aéreas como pela capacidade subdesenvolvida de mastigar e engolir
alimento. Além disso, crianças pequenas, em fase de exploração, frequentemente
põem objetos na boca para explorar seus ambientes.
Alia-se a isso o fato de que o risco de obstrução completa das vias aéreas por
um corpo estranho alojado na laringe está associado a uma mortalidade em torno de
45%, e em pacientes asfixiados por uma obstrução transitória das vias aéreas
podendo ocorrer risco de encefalopatia hipóxica próximo de 30% trazendo não apenas
impacto na morbimortalidade das crianças como grande trauma em toda a família,
considerando que, na maioria das vezes, esses acidentes ocorrem em crianças
saudáveis com todo o potencial de desenvolvimento e expectativas da família.
Por isso, embora a asfixia seja um problema pouco frequente em termos
absolutos, a ação adequada e oportuna dos serviços de saúde pode prevenir a
ocorrência desses óbitos. Entretanto, a maioria das pessoas que sofre de asfixia fora
do ambiente hospitalar morre sem receber cuidados de ressuscitação cardiopulmonar.
Por conseguinte, esse tema deve fazer parte do treinamento periódico dos
profissionais de saúde de todos os níveis de atenção, e em especial dos profissionais
das Unidades Básicas de Saúde, muitas vezes os primeiros a entrarem em contato
com essa situação de emergência tanto nos centros de saúde como na comunidade
ou na residência dos pacientes. As asfixias podem ser:
 Pela supressão da atmosfera respirável: afogamento, estrangulamento,
enforcamento, por corpo estranho etc.;
 Pela interrupção da ventilação pulmonar de origem nervosa, como a
síncope;
 Pela paralisia dos músculos respiratórios, geralmente por doenças
clínicas, como poliomielite, intoxicações ou espasmos, ou,
 Por defeito da fixação do oxigênio pela hemoglobina, como nos casos
de intoxicação por monóxido de carbono.

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Em socorro as asfixias o ideal e solicitar ajuda especializada com o máximo de
urgência e no menor tempo possível, afim de evitar danos maiores e sequelas ao
indivíduo, além de prevenção ao óbito.

8.4 Queimaduras

Fonte: fabiosaito.com.br

As queimaduras constituem um importante problema de saúde pública,


representando a segunda causa de morte não só no Brasil, como em outros países.
Os acidentes geram enormes gastos e são responsáveis por sequelas psicológicas e
sociais ao acidentado, bem como à sua família. A maioria destes ocorrem em casa e
são atribuídos a lapsos na atenção aos perigos domésticos. Grande parte das
queimaduras acontecem em ambientes domésticos e é provocada por líquidos
superaquecidos.
Mesmo com a sobrevivência física, as cicatrizes e as contraturas culminam,
com frequência, na distorção da imagem, que será levada para sempre. Dessa forma,
é de fundamental importância a prevenção, encarando a queimadura como um
acidente grave que pode ser evitado por meio da aplicação de princípios
epidemiológicos, realização de campanhas de conscientização e programas
educativos. A escola é, certamente, um dos locais mais propícios para se receber
informação de prevenção. Mesmo considerando-se que, na idade escolar, a maioria
dos acidentes ocorre fora da escola, é recomendado que as escolas participem
ativamente na prevenção dos acidentes, criem comissões de prevenção de acidentes

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e tenham um papel de agente formador de conhecimentos. No Brasil, o estado do
Pará, é o estado com os piores indicadores em relação às queimaduras.

8.5 Acidentes com armas de fogo

Os incidentes ou acidentes de tiro e disparos podem ser voluntários ou


involuntários e são mais frequentes do que se supõe. A falta de conhecimento no
manuseio e descuidos com regras básicas de segurança e, ainda, a falta de
manutenção de armas de fogo levam a ocorrência de interrupções, acidentes de
disparos ou disparos indesejados. O índice numérico de acidentes nesta modalidade
não é confiável, pois como muitos não resultam em lesões, não aparecem nas
estatísticas, restando apenas registros daqueles que resultaram em lesões para o
próprio atirador ou terceiros.
Dentre os principais fatores provocadores de acidentes destaca-se:
Acionamento da tecla do gatilho sem prévia verificação da existência ou não de
munição na câmara; deslocamento do dedo indicador pressionando a tecla do gatilho;
retirada do cartucho da câmara sem a retirada do carregador municiado e posterior
acionamento do gatilho; dentre outras. Estas caracterizam atitudes que
costumeiramente resultam em disparos involuntários.
A ocorrência dessas modalidades de disparos está vinculada a fatores
humanos ou materiais, que podem ou não estar correlacionados. Especialistas
acreditam que atitudes frutos da irresponsabilidade e gestos inconsequentes, medo,
inexperiência, descuidos, falta de concentração, excesso de confiança e
inobservância de regras de segurança, dentre outros, ocasionam grande parte dos
disparos que podem ser compreendidos nesta modalidade. Os demais são atribuídos
a fatores materiais diretos, como desgastes nos componentes dessas armas, má
conservação, retiradas de peças e, ainda, quando ocorre a transformação da arma
e/ou a utilização de munição inadequada.
Materializar disparos involuntários é uma tarefa praticamente impossível na
grande maioria das ocorrências, no entanto, na ocorrência de disparos acidentais
deve-se realizar um exame pericial exaustivo na busca de comprovar o histórico
relatado, ou, ainda, demonstrar se a arma apresenta algum defeito de fabricação,
desgaste, ruptura ou ausência de peça ou mecanismo, que justifique a ocorrência de

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disparo acidental. Nunca se pode descartar, sem um exame detalhado, em qualquer
acidente, a possibilidade da causa ser por fator material.
A melhor conduta mediante um acidente com arma de fogo é sempre acionar o
socorro, e a polícia, para que seja apurada a vivacidade dos fatos, recolhimento da
arma para perícia e demais providencias legais cabíveis.

8.6 Como proceder?

Mediante a um acidente, é indicado sempre buscar e manter a calma, pensando


com tranquilidade sobre as atitudes necessárias a serem tomadas. No caso de ser
expectador do acidente, buscar ajuda através do corpo de bombeiros e orientar as
vítimas como proceder. Dicas como não se movimentar, não levantar e caminhar são
dicas que podem salvar vidas até a chegada do socorro. No caso de vítima tentar se
acalmar e aguardar a chegada do socorro, seguindo orientações de pessoa
capacitada para tal, fornecer telefones para contato de parentes ou pessoas próximas
e não evadir o local do acidente.

Considera-se atendimento pré-hospitalar toda e qualquer assistência


realizada, direta ou indiretamente, fora do âmbito hospitalar, utilizando-se
meios e métodos disponíveis. Esse tipo de atendimento pode variar de um
simples conselho ou orientação médica até o envio de uma viatura de suporte
básico ou avançado ao local da ocorrência onde haja pessoas traumatizadas,
visando à manutenção da vida e à minimização de sequelas. (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2004, apud MINAYO 2008, p. 1878).

9 TIPOS DE TRANSPORTE

De acordo com a indicação de cada caso particular do paciente, define-se o


meio de transporte que será utilizado para sua remoção. Estes podem ser aéreos,
aquáticos ou terrestres.

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9.1 Transporte aero médico

Fonte: lideraviacao.com.br

Indicado, em aeronaves de asa rotativa, quando a gravidade do quadro clínico


do paciente exigir uma intervenção rápida e as condições de trânsito tornem o
transporte terrestre muito demorado, ou em aeronaves de asa fixa, para percorrer
grandes distâncias em um intervalo de tempo aceitável, diante das condições clínicas
do paciente. A operação deste tipo de transporte deve seguir as normas e legislações
específicas vigentes, oriundas do Comando da Aeronáutica através do Departamento
de Aviação Civil (DAC) e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Para efeito da atividade médica e de enfermagem envolvida no atendimento e
transporte aéreo de pacientes, consideram-se os profissionais envolvidos como
“tripulantes aero médicos” e, portanto, submetidos à legislação avulsa e ao Código
Aeronáutico Brasileiro, devendo ter aptidão física específica para esta operação,
atestada periodicamente pelo Centro de Medicina Aeroespacial (CEMAL) do
Comando da Aeronáutica, e habilitação mínima em emergência pré-hospitalar, noções
básicas de fisiologia de voo e noções de aeronáutica e segurança de voo, incluindo
ainda aero navegabilidade, escape de aeronaves e sobrevivência, sendo
recomendável habilitação em medicina aeroespacial.
O serviço de transporte aero médico deve estar integrado ao sistema de
atendimento pré-hospitalar e à Central de Regulação Médica de Urgências da região
e deve ser considerado sempre como modalidade de suporte avançado de vida. Por
sua vez, a aeronave de transporte aero médico e os seus equipamentos de suporte
de vida devem ser homologados para tal.
41
 Aeronaves
Para distâncias a partir de 400 Km, recomendam- se os Learjets, turboélices e
bimotores, cuja opção será baseada no tipo de pista disponível na cidade de origem.
A pressão do ar, dependendo da altitude atingida pela aeronave, pode afetar
não apenas as condições do paciente, como também a calibração dos monitores e
ventiladores mecânicos, que estão sendo utilizados.
Os passos devem ser idênticos aos do transporte intra-hospitalar: Fase
preparatória, fase de transferência e fase de estabilização pós-transporte; mantidas
as devidas proporções.
Há mais complexidades e particularidades que no transporte inter-hospitalar:
montagem do veículo de transporte, trajeto a ser percorrido, custo do transporte,
impossibilidade da realização de processos invasivos durante o transporte, maior
cuidado na manutenção dos veículos, treinamento especializado da equipe de
transporte.
 Helicóptero
Seu uso deve ser considerado para distância de até 400 Km e, também, quando
há dificuldades topográfica no local. O helicóptero pode ter múltiplas funções, servindo
para a Polícia, resgate do corpo de Bombeiros, bem como para transporte médico.
Outras vezes, pode ser dedicado apenas ao transporte médico, não podendo ser
utilizado em casos de chuva de granizo e denso nevoeiro. O custo para aquisição e
manutenção do helicóptero é muito elevado, devendo ser bem indicado para o
paciente que vai se beneficiar desta cara tecnologia.

Critérios para evacuação aero médica


-Tempo de chegada da ambulância terrestre superior a quinze minutos para casos
graves,
-Diferença de tempo terrestre/aéreo para transporte superior a 15 minutos para casos
graves,
-Indisponibilidade de transporte terrestre,
-Acesso terrestre difícil ou impossível (montanhas, ilhas etc.).

Critérios clínicos:
-Pressão arterial sistólica inferior a 90 mmHg,

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-Frequência respiratória inferior a dez por minuto ou superior a trinta e cinco incursões
por minuto,
-Sinais de instabilidade hemodinâmica,
-Quadro clínico grave que se beneficie de intervenção médica precoce (infarto agudo
do miocárdio, ataque cerebral e abdome agudo),
- Alteração aguda de nível de consciência,
-Lesão com risco de perda funcional de extremidade.

Critérios no trauma:
-Escala de trauma inferior a 12,
-Escala de coma de Glasgow inferior a 10,
-Trauma penetrante (crânio, tórax, abdome),
-Fratura de pelve ou fêmur bilateral,
-Queimadura por inalação,
-Trauma facial e/ou ocular grave.

9.2 Transporte aquaviário

Este tipo de transporte poderá ser indicado em regiões onde o transporte


terrestre esteja impossibilitado pela inexistência de estradas e/ou onde não haja
transporte aero médico, observando-se a adequação do tempo de transporte às
necessidades clínicas e a gravidade do caso. Como o transporte aero médico, aqui o
profissional envolvido é considerado “tripulante de embarcação” e, portanto,
submetido à legislação da Marinha do Brasil.

9.3 Transporte terrestre

Este tipo de transporte é indicado para áreas urbanas, em cidades de pequeno,


médio e grande porte, ou para as transferências intermunicipais, onde as estradas
permitam que essas unidades de transporte se desloquem com segurança e no
intervalo de tempo desejável ao atendimento de cada caso.
Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se
destine exclusivamente ao transporte de enfermos. As dimensões e outras

43
especificações do veículo terrestre deverão obedecer às normas da ABNT, e cada
tipo de ambulância tem de apresentar condições mínimas para realizar o atendimento
com segurança.

Das exigências
Do veículo- Ter informações do Hospital de Referência para onde será encaminhado
o viajante;
-Possuir programa atualizado de manutenção, operação e controle do veículo,
responsáveis pela supervisão do programa e relatório descritivo;
-Descrever programas educativos, de capacitação e incentivos financeiros;
-Destacar os subitens abaixo.

Da identificação do executor: Nome do (s) responsável (is) e dados cadastrais da


empresa responsável realização da atividade (razão social, nome de fantasia, CNPJ,
endereço, alvará, licença e autorização de funcionamento da empresa emitido pela
ANVISA e outros registros legais);
Documentações válidas: alvarás, licenças e autorizações, quando couber.

Da caracterização da atividade: O gestor deverá fornecer acesso a um serviço


médico apropriado, de acordo com a complexidade do atendimento, conforme
especificações abaixo.

Da operacionalização: Considerando que não há legislação que determina qual o


tipo de ambulância adequada conforme fluxo de pessoas ou eventos de saúde pública
em um determinado local, a escolha para os veículos utilizados para transporte de
viajantes enfermos ou suspeitos deve ser definido pelos Comitês Locais considerando
as particularidades de cada local.

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9.4 Tipos de veículos

Fonte: www.maues.am.gov.br

O uso de ambulâncias no transporte dos pacientes é o mais difundido e mais


barato. Pode ser utilizado, de forma segura, para distâncias inferiores a 60 Km, muitas
vezes, sendo indicado para distâncias de até 150 quilômetros e, a partir desta
quilometragem, torna-se inviável devido ao alto custo. Seu uso pode ser limitado pelas
condições de tráfego e condições meteorológicas.
Há dois tipos principais de ambulâncias:
A ambulância de suporte básico, normalmente, conta com motorista e técnico
de enfermagem, tendo à sua disposição, cilindros de oxigênio, material para punção
venosa, periférica imobilização e hidratação endovenosa. Em termos de
planejamento, devemos ter uma ambulância de suporte básico para cada 75 a 100 mil
habitantes, se a ambulância for utilizada apenas para o transporte de pacientes que,
realmente, dela necessitem devido à gravidade do seu quadro clínico.
A ambulância de suporte avançado conta com uma equipe de médico,
enfermeiro ou técnico de enfermagem e motorista, sendo equipada com material para
ventilação mecânica, bombas de infusão, equipamentos de monitorização,
desfibriladores, tubos endotraqueais, material de drenagem pleural, acesso venoso
profundo, talas para imobilização, material para pequenas cirurgias e medicações
variadas e padronizadas. A ambulância deve ter suporte para geração de energia e
sistema de back-up para carregamento de energia para o funcionamento dos diversos
aparelhos, além de cilindros de oxigênio e ar comprimido.

45
No suporte básico, que não requer procedimentos de grande complexidade,
a assistência pode ser realizada por profissionais de nível médio, desde que
sejam qualificados, ao passo no suporte avançado as ambulâncias são
estruturadas como unidades de terapia intensiva, contando com materiais e
equipamentos necessários a atendimentos de maior complexidade e sendo
dotadas de uma equipe composta de pelo menos três membros: médico,
enfermeiro e condutor/socorrista. (CABRAL, 2010, apud, DUARTE, 2011, p.
504).

Em termos de planejamento, deve-se ter uma ambulância de suporte avançado


para cada 300 mil habitantes. Quando há uma regulação médica, eficiente, 5 a 8%
dos casos são transportados pela ambulância de suporte avançado.
É fundamental que haja manutenção preventiva de todos os componentes
mecânicos, elétricos e hidráulicos da ambulância, para que não haja riscos para a
equipe e paciente, e para a redução dos gastos.
O motorista deve ter conhecimento de suporte básico de vida para que possa
participar, efetivamente, do atendimento e também um curso de direção defensiva,
para que seu modo de dirigir não ponha em risco os ocupantes do veículo.
Os veículos utilizados para transporte de viajantes enfermos ou suspeitos
devem possuir minimamente os requisitos, de acordo com o disposto no item 2.1 da
Portaria nº. 2.048/02:
Tipo A:
Ambulância de Transporte: Veículo destinado ao transporte em decúbito
horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para remoções simples e
de caráter eletivo.
Exigências: Conter sinalizador óptico e acústico; equipamento de radiocomunicação
em contato permanente com a central reguladora; maca com rodas; suporte para soro
e oxigênio medicinal.
Tipo B:
Ambulância de Suporte Básico: Veículo destinado ao transporte inter hospitalar
de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de
pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com potencial de
necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de
destino.
Exigências: Sinalizador óptico e acústico; equipamento de radiocomunicação fixo e
móvel; maca articulada e com rodas; suporte para soro; instalação de rede de oxigênio
com cilindro, válvula, manômetro em local de fácil visualização e régua com dupla

46
saída; oxigênio com régua tripla (a- alimentação do respirador; b- fluxômetro e
umidificador de oxigênio e c - aspirador tipo Venturi); manômetro e fluxômetro com
máscara e chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil com válvula; maleta
de urgência contendo: estetoscópio adulto e infantil, ressuscitador manual
adulto/infantil, cânulas orofaríngeas de tamanhos variados, luvas descartáveis,
tesoura reta com ponta romba, esparadrapo, esfigmomanômetro adulto/infantil,
ataduras de 15 cm, compressas cirúrgicas estéreis, pacotes de gaze estéril, protetores
para queimados ou eviscerados, cateteres para oxigenação e aspiração de vários
tamanhos; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clamps umbilicais, estilete
estéril para corte do cordão, saco plástico para placenta, cobertor, compressas
cirúrgicas e gazes estéreis, braceletes de identificação; suporte para soro; prancha
curta e longa para imobilização de coluna; talas para imobilização de membros e
conjunto de colares cervicais; colete imobilizador dorsal; frascos de soro fisiológico e
ringer lactato; bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos para a tripulação;
lanterna de mão; óculos, máscaras e aventais de proteção e maletas com medicações
a serem definidas em protocolos, pelos serviços.
As ambulâncias de suporte básico que realizam também ações de salvamento
deverão conter o material mínimo para salvamento terrestre, aquático e em alturas,
maleta de ferramentas e extintor de pó químico seco de 0,8 Kg, fitas e cones
sinalizadores para isolamento de áreas, devendo contar, ainda com compartimento
isolado para a sua guarda, garantindo um salão de atendimento às vítimas de, no
mínimo, 8 metros cúbicos.
Tipo C:
Ambulância de Resgate: Veículo de atendimento de urgências pré-
hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil
acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas).
Exigências: Sinalizador óptico e acústico; equipamento de radiocomunicação fixo e
móvel; prancha curta e longa para imobilização de coluna; talas para imobilização de
membros e conjunto de colares cervicais; colete imobilizador dorsal; frascos de soro
fisiológico; bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos para a tripulação;
lanterna de mão; óculos, máscaras e aventais de proteção; material mínimo para
salvamento terrestre, aquático e em alturas; maleta de ferramentas e extintor de pó
químico seco de 0,8 Kg; fitas e cones sinalizadores para isolamento de áreas.

47
Tipo D:
Ambulância de Suporte Avançado: Veículo destinado ao atendimento e
transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de
transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve
contar com os equipamentos médicos necessários para esta função. Exigências:
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de radiocomunicação fixo e móvel; maca
com rodas e articulada; dois suportes de soro; cadeira de rodas dobrável; instalação
de rede portátil de oxigênio como descrito no item anterior (é obrigatório que a
quantidade de oxigênio permita ventilação mecânica por no mínimo duas horas);
respirador mecânico de transporte; oxímetro não-invasivo portátil; monitor
cardioversor com bateria e instalação elétrica disponível (em caso de frota deverá
haver disponibilidade de um monitor cardioversor com marca-passo externo não-
invasivo); bomba de infusão com bateria e equipo; maleta de vias aéreas contendo:
máscaras laríngeas e cânulas endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de
aspiração; adaptadores para cânulas; cateteres nasais; seringa de 20ml;
ressuscitador manual adulto/infantil com reservatório; sondas para aspiração traqueal
de vários tamanhos; luvas de procedimentos; máscara para ressuscitador
adulto/infantil; lidocaína geleia e spray; cadarços para fixação de cânula; laringoscópio
infantil e adulto com conjunto de lâminas; estetoscópio; esfigmomanômetro
adulto/infantil; cânulas orofaríngeas adulto/infantil; fios-guia para intubação; pinça de
Magyll; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material para
cricotiroidostomia; conjunto de drenagem torácica; maleta de acesso venoso
contendo: tala para fixação de braço; luvas estéreis; recipiente de algodão com
antisséptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para punção de vários
tamanhos incluindo agulhas metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção
óssea; garrote; equipos de macro e micro gotas; cateteres específicos para dissecção
de veias, tamanho adulto/infantil; tesoura, pinça de Kocher; cortadores de soro;
lâminas de bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de infusão
de 3 vias; frascos de soro fisiológico, ringer lactato e soro glicosado; caixa completa
de pequena cirurgia; maleta de parto como descrito nos itens anteriores; sondas
vesicais; coletores de urina; protetores para eviscerados ou queimados; espátulas de
madeira; sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para drogas
fotossensíveis; equipo para bombas de infusão; circuito de respirador estéril de

48
reserva; equipamentos de proteção à equipe de atendimento: óculos, máscaras e
aventais; cobertor ou filme metálico para conservação do calor do corpo; campo
cirúrgico fenestrado; almotolias com antisséptico; conjunto de colares cervicais;
prancha longa para imobilização da coluna. Para o atendimento a neonatos deverá
haver pelo menos uma Incubadora de transporte de recém-nascido com bateria e
ligação à tomada do veículo (12 volts). A incubadora deve estar apoiada sobre carros
com rodas devidamente fixadas quando dentro da ambulância e conter respirador e
equipamentos adequados para recém natos.
Tipo E:
Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para
transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de
resgate.
Exigências: - Maca ou incubadora; cilindro de ar comprimido e oxigênio com
autonomia de pelo menos 2 horas; régua tripla para transporte; suporte para fixação
de equipamentos médicos;
-Equipamentos médicos fixos: respirador mecânico; monitor cardioversor com bateria;
oxímetro portátil; bomba de infusão; prancha longa para imobilização de coluna;
-Equipamentos médicos móveis: maleta de vias aéreas contendo: conjunto de cânulas
orofaríngeas; cânulas endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de aspiração;
adaptadores para cânulas; cateteres nasais; seringa de 20 ml; ressuscitador manual
adulto/infantil completo; sondas para aspiração traqueal de vários tamanhos; luvas de
procedimentos; lidocaína geleia e spray; cadarços para fixação de cânula;
laringoscópio infantil e adulto com conjunto de lâminas curvas e retas; estetoscópio;
esfigmomanômetro adulto/infantil;; fios; fios-guia para intubação; pinça de Magyll;
bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material para cricotiroidostomia;
conjunto de drenagem de tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação
de braço; luvas estéreis; recipiente de algodão com antisséptico; pacotes de gaze
estéril; esparadrapo; material para punção de vários tamanhos, incluindo agulhas
metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote; equipos de
macro e micro gotas; cateteres específicos para dissecção de veias tamanhos
adulto/infantil; tesoura; pinça de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi;
seringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de infusão polivias; frascos
de solução salina, ringer lactato, e glicosada para infusão venosa; caixa de pequena

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cirurgia; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbilicais; estilete estéril
para corte do cordão; saco plástico para placenta; absorvente higiênico grande;
cobertor ou similar para envolver o recém-nascido; compressas cirúrgicas estéreis,
pacotes de gases estéreis e braceletes de identificação; sondas vesicais; coletores de
urina; protetores para eviscerados ou queimados; espátulas de madeira; sondas
nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para drogas fotossensíveis; equipos
para bombas de infusão; circuito de respirador estéril de reserva; cobertor ou filme
metálico para conservação do calor do corpo; campo cirúrgico fenestrado; almotolias
com antisséptico; conjunto de colares cervicais; equipamentos de proteção à equipe
de atendimento: óculos, máscaras, luvas.
-Outros: colete imobilizador dorsal; cilindro de oxigênio portátil com válvula;
manômetro e fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; bandagens
triangulares; talas para imobilização de membros; coletes reflexivos para a tripulação;
lanterna de mão; equipamentos de proteção à equipe de atendimento: óculos,
máscaras, luvas.
É importante a anotação minuciosa de todos os dados do paciente (desde o
hospital de origem e condições iniciais, incluindo todas as alterações e intercorrências
que tenham ocorrido durante o transporte), para que a equipe que o receber esteja a
par de todo o quadro clínico e não haja dúvidas após a retirada da equipe de transporte
do local.
Apesar da habituação apenas ao transporte de ambulância, o preconizado em
relação ao modo de transporte é:
 Via terrestre para distância de até 150 Km,
 Helicópteros para distâncias de até 400Km e,
 Para distâncias maiores, devem ser utilizados Learjeats, turboélices ou
bimotores.
Alguns fatores de estresse são específicos do transporte aéreo como
disbarismo, umidade do ar, temperatura, vibrações, ruídos, forças acelerativas e
gravitacionais, hipoxia, sobrecargas musculoesqueléticas, luminosidade e podem
repercutir de modo significativo na patologia do paciente, sendo importante adequar a
terapêutica de acordo com a condições de voo.
Em qualquer das vias, (terrestre ou aérea), deve haver um sistema de
radiocomunicação, acomodação satisfatória do paciente para que não se corra

50
nenhum risco desnecessário por falta de espaço interno e posicionamento dos
socorristas, de maneira a atender aos cuidados intensivos durante a remoção.
Tipo F:
Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário, destinado
ao transporte por via marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médicos
necessários ao atendimento de pacientes conforme sua gravidade. Exigências:
Deverá ser equipado como indicado para as Ambulâncias de Tipo A, B, ou D,
dependendo do tipo de assistência a ser prestada.
Veículos de Intervenção Rápida:
Estes veículos, também chamados de veículos leves, veículos rápidos ou
veículos de ligação médica são utilizados para transporte de médicos com
equipamentos que possibilitam oferecer suporte avançado de vida nas ambulâncias
do Tipo A, B, C e F.
Outros Veículos:
Veículos habituais adaptados para transporte de pacientes de baixo risco,
sentados (ex. pacientes crônicos) que não se caracterizem como veículos tipo lotação
(ônibus, peruas, etc.). Este transporte só pode ser realizado com anuência médica.

9.5 Medicamentos das ambulâncias

Uma lista de medicações obrigatórias deve estar presente nos veículos de


suporte avançado, seja nos veículos terrestres, aquáticos e nas aeronaves ou naves
de transporte médico das classes D, E e F.

 Medicações mínimas recomendadas para o transporte

Adenosina, Glucagon, Água destilada, Heparina, Albuterol, Isoproterenol,


Amiodarona, Labetalol, Atropina, Lidocaína, Bicarbonato de sódio, Manitol Cloreto de
cálcio, Metilprednisolona, Cloreto de potássio, Metoprolol, Digoxina, Naloxone,
Diltiazem, Nitroglicerina, Difenidramina, Nitroprussiato de sódio, Dopamina,
Procainamida, Epinefrina, Solução salina, Fenitoína, Sulfato de magnésio,
Fenobarbital, Terbutalina, Furosemida, Verapamil, Glicose 25% e 50%-Lidocaína sem

51
vasoconstritor; adrenalina, epinefrina, atropina; dopamina; aminofilina; dobutamina;
hidrocortisona; glicose 50%;

 Medicações especializadas e controladas para serem adicionadas


imediatamente antes do transporte:

Analgésicos narcóticos: morfina, fentanil.


Sedativos / hipnóticos: lorazepam, midazolam, propofol, etomidato, ketamina
Bloqueadores Neuro Musculares (BNM): succinilcolina, pancurônio, atracúrio,
rocurônio
Prostaglandina E1
Surfactante pulmonar
Soros: glicosado 5%; fisiológico 0,9%; ringer lactato;
Psicotrópicos: hidantoína; meperidina; diazepan; midazolan;
Medicamentos para analgesia e anestesia: fentanil, ketalar, quelecin;
Outros: água destilada; metoclopramida; dipirona; hioscina; dinitrato de isossorbitol;
furosemida; amiodarona; lanatosideo C.

9.6 Tripulação

 Ambulância do Tipo A: 2 profissionais, sendo um o motorista e o outro um


Técnico ou Auxiliar de enfermagem.
 Ambulância do Tipo B: 2 profissionais, sendo um o motorista e um técnico ou
auxiliar de enfermagem.
 Ambulância do Tipo C: 3 profissionais militares, policiais rodoviários, bombeiros
militares, e/ou outros profissionais reconhecidos pelo gestor público, sendo um
motorista e os outros dois profissionais com capacitação e certificação em
salvamento e suporte básico de vida.
 Ambulância do tipo D: 3 profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro e um
médico.
 Aeronaves: O atendimento feito por aeronaves deve ser sempre considerado
como de suporte avançado de vida e, para os casos de atendimento pré-
hospitalar móvel primário não traumático e secundário, deve contar com o

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piloto, um médico, e um enfermeiro; para o atendimento a urgências
traumáticas em que sejam necessários procedimentos de salvamento, é
indispensável a presença de profissional capacitado para tal.
 Embarcações: A equipe deve ser composta 2 ou 3 profissionais, de acordo com
o tipo de atendimento a ser realizado, contando com o condutor da embarcação
e um auxiliar/técnico de enfermagem em casos de suporte básico de vida, e
um médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida.

10 TÉCNICAS DE IMOBILIZAÇÃO

Fonte: canaldaprevencao.com

Entende-se por imobilização o termo genérico usado para descrever qualquer


procedimento, organizado, para reposicionar ou transportar uma pessoa doente ou
ferida, de um local para outro.
Contamos atualmente com uma ampla e variada gama de técnicas de
imobilização e transporte, mas nos ateremos às clássicas e de maior utilidade em
nosso meio. As vítimas de trauma deverão ser manipuladas com o máximo de cautela
para que as lesões existentes não sejam agravadas.
Sempre que houver a possibilidade de nos depararmos com uma “coluna
instável”, deveremos tomar as providências cabíveis e necessárias:

53
1. Trazer a cabeça para uma posição apropriada, em linha neutra (a menos que
contraindicado). Manter este apoio e imobilização manual até que seja completada a
imobilização definitiva.
2. Avaliar o paciente e proceder a todas intervenções necessárias.
3. Examinar o pescoço e aplicar o colar cervical, apropriado.
4. Checar a habilidade motora, resposta sensitiva e circulatória dos quatro membros.
5. Posicionar o dispositivo de imobilização no paciente e imobilizar o tronco para que
este não possa mover-se para cima ou para baixo, esquerda ou direita.
6. Avaliar e acolchoar a região occipital ou inter escapular quando necessário.
7. Imobilizar a cabeça com o dispositivo, mantendo-a em linha neutra.
8. Uma vez na prancha longa, imobilize as pernas para que elas não se movam
anteriormente ou lateralmente.
9. Prenda os braços na prancha.
10. Reavalie novamente, utilizando o método A B C D E e reavalie a motricidade,
resposta sensorial e circulação de todos os membros.

10.1 Imobilização cervical

Inicialmente a imobilização cervical deve ser realizada manualmente,


segurando-se a cabeça com as mãos e cuidadosamente trazendo-a para a posição
em linha neutra, exceto quando houver espasmo muscular, aumento da dor,
aparecimento ou agravamento de uma deficiência neurológica ou comprometimento
das vias aéreas/ventilação, onde fica contraindicado o reposicionamento em linha
neutra. A cabeça permanecerá imobilizada manualmente em linha neutra até o
término da imobilização mecânica.

 Colar cervical
É um excelente dispositivo auxiliar na imobilização, porém não limita
completamente os movimentos laterais e de flexão-extensão, devendo, portanto, ser
utilizado em conjunto com o imobilizador de cabeça e o dispositivo de fixação do
tronco. Um colar efetivo deve estar em contato com o peito e a região dorsal superior,
na sua porção inferior e em contato com o occiptal e a região infra-mentoniana, na
sua porção superior. O mesmo deve ter o tamanho apropriado ao paciente,

54
minimizando ao máximo os movimentos e ao mesmo tempo permitindo a abertura
parcial espontânea da boca pelo paciente ou pelo socorrista, em caso de vômitos,
minimizando a possibilidade de bronco aspiração. O colar somente poderá ser retirado
depois de afastadas as possíveis lesões. O fato de o paciente poder deambular não
afasta a possibilidade de lesão cervical.

10.2 Imobilização do tronco

Neste dispositivo a cabeça, tórax e membros inferiores deverão estar fixados,


impedindo desta forma a mobilização da coluna vertebral. O dispositivo mais utilizado
em nosso meio é a prancha longa, onde as cintas ajustáveis poderão estar dispostas
perpendicularmente ao eixo principal do paciente e para minimizar a possibilidade de
deslocamento para cima e para baixo, dispostas em X no tórax.
As cintas deverão estar, preferencialmente, no tórax, na pélvis (sobre as cristas
ilíacas), acima e abaixo dos joelhos. Dependendo da necessidade poderemos
aumentar o número de cintas, mas aquelas que forem colocadas no tórax inferior e no
abdômen inferior não poderão estar ajustadas em demasia para não impedir a
excursão do tórax e nem promover aumento da pressão intra-abdominal.

10.3 Imobilização da cabeça

Antes da imobilização da cabeça à prancha longa ou outro dispositivo, deve-


se avaliar a necessidade da colocação de coxim sob a cabeça ou tórax, para que haja
um adequado posicionamento em linha neutra: Em muitos adultos, por uma questão
anatômica própria do paciente, o posicionamento na prancha longa, produz uma
indesejada hiperextensão da cabeça em relação ao tronco, fazendo-se necessário a
colocação de coxim sob a sua cabeça.
Em crianças, geralmente aquelas com corpo do tamanho aproximado de 7 anos
de idade ou menos, ao posicionarmos em prancha, ocorre uma indesejada hiperflexão
da cabeça pela desproporção entre a cabeça e o tórax própria da idade, fazendo-se
necessário a colocação de coxim sob o tórax para a correção desta desproporção.
O coxim a ser utilizado não poderá ser de material esponjoso de “fácil”
compressão, sendo mais indicados os de materiais semirrígidos, mais firmes,

55
podendo também ser utilizadas toalhas dobradas. A altura do coxim deve ser o
suficiente para a correção da desproporção encontrada. Uma vez o dispositivo rígido
tenha sido imobilizado ao tronco e adequado acolchoamento tenha sido realizado, a
cabeça deve agora ser fixada ao dispositivo. Devido à cabeça ter formato
arredondado, ela não pode ser estabilizada em uma superfície plana somente com
faixas ou fitas, isso ainda permitiria movimentos rotatórios.
Portanto, para que estes movimentos não ocorram, deve ser colocado o
imobilizador de cabeça (peça com dois blocos de espuma semirrígida que são
posicionados nas laterais da cabeça) e ajustado por meio de fitas, as quais deverão
estar posicionadas uma passando sobre a região frontal e a outra sobre os blocos de
fixação na sua porção inferior, passando por cima do colar cervical, porém sem
contato com o mesmo. As fitas devem permanecer ajustadas o suficiente para que
não permita movimentos, e normalmente isso promove certa compressão nos blocos
de espuma. Outro material como cobertor enrolado, poderá ser utilizado na fixação da
cabeça, mas este tipo de fixação deve ser executado com maior critério e na ausência
do fixador clássico, como por exemplo, nos atendimentos a múltiplas vítimas onde os
recursos podem ficar escassos.

10.4 Imobilização das pernas

A rotação externa das pernas pode resultar em movimento anterior da pélvis e


da coluna inferior. Para eliminar esta possibilidade devemos colocar um coxim entre
as pernas, podendo este ser com talas ou cobertor enrolado e ajustar as cintas no
terço médio das coxas, abaixo dos joelhos e acima dos pés. Maiores quantidades de
cintas poderão ser utilizadas dependendo da necessidade.

10.5 Imobilização dos braços

Os braços poderão ser fixados junto ao tronco ou separadamente por cintas


adicionais, a vantagem da fixação em separado é que pode-se soltá-las para aferir a
pressão arterial ou cateterizar uma veia. Esta fixação não deve ser muito apertada ao
nível das cristas ilíacas para não comprometer a circulação das mãos. Após a
imobilização os pulsos periféricos deverão ser reavaliados e a sua ausência implica

56
em mais uma tentativa de imobilização. Se com esta nova tentativa ainda houver
ausência do pulso é imperativo que o transporte para o hospital seja o mais rápido
possível.

10.6 Retirada de capacete

Fonte: slideplayer.com.br

Pacientes usando capacete de face inteira devem ter o mesmo removido logo
no processo de avaliação para permitir o acesso às vias aéreas e face. Isto também
melhora a posição fletida da cabeça causada pelo capacete.
O primeiro socorrista ajoelha-se acima da cabeça do paciente e com as palmas
de sua mão posicionadas nas laterais do capacete e com seus dedos longos firma a
mandíbula, trazendo a cabeça para a linha neutra.
O segundo socorrista solta ou corta a correia e coloca uma de suas mãos na
região infra-mentoniana, com o polegar firma o ângulo da mandíbula do paciente e
com os dedos longos firma o outro ângulo da mandíbula. Com a outra mão, firma a
nuca e occipital do paciente. Esta manobra transfere a responsabilidade de
imobilização e alinhamento para o segundo socorrista.
O socorrista 1 retira o capacete pelo topo da cabeça. Três fatores devem ser
lembrados: O capacete tem forma oval e deve ser expandido lateralmente para liberar
as orelhas, se houver cacos de vidros estes devem ser retirados e se o capacete der
cobertura facial completa o mesmo ao ser retirado deve ser rodado para trás, para
superar o obstáculo oferecido pelo nariz.

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Após o capacete ser retirado, o socorrista 2 recoloca suas mãos, uma de cada
lado da cabeça do paciente, para refazer a imobilização e liberar o socorrista 1 para
que este possa proceder a colocação do colar cervical. Após esse procedimento
seguir todas as manobras para a imobilização e pranchamento do paciente seguindo
as técnicas discutidas anteriormente.

10.7 Transporte em geral

Todo transporte deve respeitar uma legislação. Nenhuma situação justifica


colocar em risco a equipe de socorro ou outras pessoas. A sirene não abre caminho
e sim “pede” passagem. Não é a alta velocidade do veículo de transporte quem salva
o paciente e sim a agilidade e capacidade de atendimento da equipe socorrista. O
transporte deve ser realizado com segurança e o máximo de conforto que o caso
permitir.
O número de transportados por veículo não pode desrespeitar o conceito de
segurança e todos os ocupantes do veículo deverão estar utilizando os cintos de
segurança. Pacientes com rebaixamento do nível de consciência devem ser
transportados sob a vigilância de um socorrista, pelo risco de bronco aspiração.
O deslocamento do paciente em cadeira de rodas deve ser executado com
cuidado e se possível com cinto atrelado, trazendo a cadeira para trás e inclinada
discretamente, para que não ocorra queda do paciente para frente. Verifique sempre
se a maca travou, em suas articulações e no trilho da ambulância. Nos casos de
empalamento (objeto penetrante ou transfixante no corpo da vítima), este somente
deverá ser removido em ambiente hospitalar e para o transporte o objeto deverá ser
fixado por meio de compressas e faixas para impedir a sua mobilização.
Nota: O transporte de membro amputado deve seguir a sequência:
1. Lavar o membro com SF0,9%.
2.Envolvê-lo em saco plástico.
3. Somente então colocar em local resfriado por gelo.

11 TÉCNICAS DE TRANSPORTE EM CASO DE ACIDENTES

São considerados requisitos básicos para transporte de pacientes acidentados:

58
-Atenção
- Movimentação mínima,
- Evitar aceleração brusca ou paradas súbitas durante o transporte. O transporte deve
ser feito sempre em baixa velocidade, por ser mais seguro e mais cômodo para a
vítima.
- Não interrompa, sob nenhum pretexto, a respiração artificial ou a massagem
cardíaca, se estas forem necessárias. Nem mesmo durante o transporte.
- Logo que a vítima estiver em cima da prancha, cada socorrista deve se posicionar
em uma das extremidades da prancha (o socorrista A deve colocar-se de costas para
o paciente, e o B, aos seus pés);
- Para aumentar as chances de recuperação, o ideal é que a vítima seja atendida no
local do acidente. Caso isto não seja possível por falta de segurança, tanto para ela
como para o socorrista, deve-se transportá-la para um local seguro, porém
respeitando certos cuidados específicos. Veja como: Transporte de vítimas Transporte
de vítimas
- Antes de retirar a vítima do local do acidente:
* preste atenção ao movimentá-la para não agravar as lesões já existentes;
* examine o estado geral da vítima;
* tente calcular o peso da pessoa;
* considere o número de socorristas para ajudar;
* retenha a hemorragia;
* mantenha a vítima respirando;
* evite ou controle o estado de choque,
* imobilize as áreas com suspeita de fraturas.
O transporte da vítima pode ser feito por maca, que é a melhor forma. Se por
acaso não houver uma disponível no local, ela pode ser improvisada com duas
camisas ou um paletó e dois bastões resistentes, ou até mesmo enrolando-se um
cobertor várias vezes em uma tábua larga.

12 LEMBRETE IMPORTANTES

- Evite transportar a vítima ou mesmo movimentá-la sem necessidade.

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- Chame uma ambulância e fique prestando o atendimento de acordo com a avaliação
primária e secundária e as orientações recebidas.
- Avalie a situação, só em casos onde não há como chegar socorro (local de difícil
acesso e/ou sem telefone) e desde que tomadas as devidas providências em relação
a segurança da vítima e imobilização adequada é que devemos transportá-la, ou em
casos em que não haja necessidade de uma ambulância (pequenas lesões) desde
que avaliadas e que o transporte por carro comum não interfira para agravar a
situação.
- Comprovada a não contraindicação e conforme a situação, (desmaio, inalação de
gases, entorses, etc.), transporte a vítima de acordo com o que melhor se adequar a
cada caso.
- A remoção ou movimentação de um acidentado deve ser feita com um máximo de
cuidado, a fim de não agravar as lesões existentes. Antes da remoção da vítima,
devem-se tomar as seguintes providências:
*Se houver suspeita de fraturas no pescoço e nas costas, evite mover a pessoa.
Para puxá-la para um local seguro, mova-a de costas, no sentido do comprimento com
o auxílio de um casaco ou cobertor.
* Para erguê-la, você e mais duas pessoas devem apoiar todo o corpo e colocá-la
numa tábua ou maca, lembrando que a maca é o melhor jeito de se transportar uma
vítima. Se precisar improvisar uma maca, use tábuas de madeira, amarrando
cobertores e cobrindo-as.
* Sempre use apoio para a cabeça, impedindo-a de cair para trás.
* Na presença de hemorragia abundante, as movimentações da vítima podem levar
rapidamente ao estado de choque.
* Se houver parada respiratória, inicie imediatamente a respiração boca-a-boca e faça
massagem cardíaca.
* Imobilize todos os pontos suspeitos de fratura.
* Se houver suspeita de fraturas, amarre os pés do acidentado e o erga em posição
horizontal, como um só bloco, levando até a sua maca. No caso de uma pessoa
inconsciente, mas sem evidência de fraturas, duas pessoas bastam para o
levantamento e o transporte. Lembre-se sempre de não fazer movimentos bruscos.

60
13 RESULTADOS ESPERADOS

O transporte de pacientes deve ocorrer quando os benefícios esperados para


ele excedem os riscos inerentes ao transporte e, também, quando o paciente
necessita de cuidados que não existam no hospital onde está. A decisão e a efetuação
do transporte são responsabilidades do médico que o assiste. Tal transporte envolve
a presença de um veículo adaptado com todos os equipamentos necessários para a
monitoração e suporte avançado de vida. O transporte de pacientes críticos é uma
atividade complexa e que está se expandindo em nosso meio. Existe uma série de
passos a ser seguida para o planejamento e a adequada execução do transporte,
antevendo as necessidades e riscos para o paciente.
É fundamental que o transporte seja realizado de modo consistente e científico,
utilizando o conhecimento teórico e prático, incorporando novas tecnologias e
antecipando os erros, visando sempre tornar mais eficiente o transporte do paciente
crítico.

61
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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63
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RESOLUÇÃO COFEN Nº 588/2018

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