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SUMÁRIO

1 REGULAÇÃO MÉDICA............................................................................... 4

2 O COMPONENTE PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL DA POLÍTICA NACIONAL


DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS – SAMU 192: PORTARIA GM/MS 1864/03:............ 7

2.1 Abordagem ao usuário do SAMU 192 .................................................. 9

3 OPERACIONALIZAÇÃO DA CENTRAL SAMU 192 ................................. 12

4 CARACTERIZAÇÃO DOS VEÍCULOS UTILIZADOS NO SAMU 192 ...... 13

4.1 Carro Rápido ...................................................................................... 18

4.2 Incidente com Múltiplas Vítimas (IMV) ............................................... 18

4.3 Triagem das vítimas ........................................................................... 21

4.4 Regulação de situações especiais ..................................................... 22

4.5 Transferências e transporte inter-hospitalar ....................................... 22

4.6 Conceituação: .................................................................................... 23

4.7 Transporte Aquaviário: ....................................................................... 24

4.8 Transporte Terrestre:.......................................................................... 25

4.9 Diretrizes Técnicas: ............................................................................ 25

4.10 Responsabilidades/Atribuições da Central SAMU 192 /Médico


Regulador 28

4.11 Responsabilidade e Atribuições da Equipe de Transporte .............. 29

4.12 Responsabilidades/Atribuições do Serviço/Médico Receptor ......... 30

4.13 Óbitos no APH móvel ...................................................................... 31

4.14 Óbito na ambulância. ...................................................................... 32

4.15 Constatação do óbito ...................................................................... 32

4.16 Menor Alcoolizado, Abuso da Criança e do Idoso ........................... 33

4.17 Paciente menor de 18 anos ............................................................ 33

1
4.18 Paciente sem condições de decidir (acompanhados de criança ou
menor de idade de 18 anos) .................................................................................. 34

4.19 Paciente que recusa atendimento ................................................... 34

4.20 Outros médicos no local da ocorrência ........................................... 35

4.21 Ordens contrárias de bombeiros, policiais e outras autoridades


presentes no local da ocorrência ........................................................................... 36

4.22 Liberação de paciente no local da ocorrência ................................. 37

4.23 Trotes .............................................................................................. 37

4.24 Maca presa ..................................................................................... 37

4.25 Problemas na recepção do paciente pelas equipes intra-hospitalares


38

4.26 Atendimento a pacientes com distúrbios psiquiátricos .................... 39

4.27 Conceito .......................................................................................... 39

4.28 Elementos da Urgência Psiquiátrica ............................................... 39

4.29 Avaliação da Urgência Psiquiátrica ................................................. 40

4.30 Urgências Psiquiátricas Prioritárias ................................................. 41

5 O ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ........................... 42

5.1 HISTÓRICO ....................................................................................... 42

5.2 COMPARAÇÃO ENTRE OS MODELOS ........................................... 43

6 MUDANÇA NA GESTÃO DAS URGÊNCIAS A PARTIR DA


CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ................................................................................... 45

7 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E TRANSPORTE INTER-


HOSPITALAR............................................................................................................ 46

7.1 Histórico dos Atendimentos Móveis de Urgência e da Regulação


Médica de Urgência ............................................................................................... 47

7.2 No mundo ........................................................................................... 47

7.3 No Brasil ............................................................................................. 49

8 CATÁSTROFE E PRÉ-ATENDIMENTO ................................................... 53


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9 ACIDENTES COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS ................................................ 55

10 TRIAGEM .............................................................................................. 56

10.1 Cartão Vermelho ............................................................................. 59

10.2 Cartão Amarelo ............................................................................... 59

10.3 Cartão Verde ................................................................................... 59

10.4 Prioridade Preto .............................................................................. 59

11 DETALHAMENTO DAS ÁREAS DE PRIORIDADE............................... 60

12 TÉCNICA START .................................................................................. 62

12.1 Respiração ...................................................................................... 63

12.2 Perfusão .......................................................................................... 63

12.3 Nível de Consciência ...................................................................... 63

BIBLOGRAFIA ................................................................................................ 64

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1 REGULAÇÃO MÉDICA

Fonte: www.blogdaluciane.com.br

A regulação médica das emergências é o elemento ordenador e orientador da


atenção pré-hospitalar, realizando a ligação com o nível hospitalar e abarcando duas
competências: a decisão técnica sobre os pedidos de socorro e a decisão gestora dos
meios disponíveis.
O médico regulador tem o dever de saber com exatidão as habilidades de seu
pessoal não-médico e médico, de modo a dominar as possibilidades de prescrição e
fornecer dados que permitam viabilizar programas de capacitação que qualifiquem os
intervenientes.
A competência técnica do profissional médico inclui: julgar e decidir sobre a
gravidade de um caso que lhe está sendo comunicado; enviar os recursos necessários
ao atendimento (com ou sem a presença do médico na ocorrência); monitorar e
orientar o atendimento prestado por outro profissional de saúde habilitado ou por
médico intervencionista; definir e acionar o hospital de referência ou outro meio
necessário ao atendimento. Nos casos em que julgue não ser preciso enviar meios
móveis de atenção, o médico deve explicar sua decisão e orientar o demandante do
socorro quanto a outras medidas que julgar conveniente, através de orientação ou

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conselho médico, permitindo ao demandante assumir cuidados ou ser orientado a
buscá-los em local definido ou orientado pelo médico.
Trata-se da telemedicina, onde alguns procedimentos tornam-se impositivos:
gravação contínua dos comunicados, correto preenchimento das fichas médicas de
regulação e atendimento, e obediência aos protocolos institucionais consensuais e
normatizados, tanto no setor público quanto no privado, que definem os passos e as
bases para a decisão do regulador. O protocolo de regulação deve estabelecer, ainda,
os limites do telefonista auxiliar de regulação médica, que não pode, em nenhuma
hipótese, substituir a prerrogativa de decisão médica e seus desdobramentos, sob
pena de responsabilização posterior do médico regulador.
Os protocolos de intervenção médica deverão ser concebidos e pactuados,
garantindo perfeito entendimento entre o médico regulador e o intervencionista quanto
aos elementos de decisão e intervenção. Objetividade nas comunicações e precisão
nos encaminhamentos são igualmente imprescindíveis. Como, com frequência, o
médico regulador autorizará atos não-médicos por radiotelefonia – sobretudo para
auxiliares de enfermagem, socorristas e enfermeiros-socorristas –, os protocolos
correspondentes deverão estar claramente constituídos e a autorização deve ser
assinada na ficha de regulação médica e no boletim ou ficha de atendimento pré-
hospitalar. O médico regulador tem o dever de saber com exatidão as habilidades de
seu pessoal não-médico e médico, de modo a dominar as possibilidades de prescrição
e fornecer dados que permitam viabilizar programas de capacitação que qualifiquem
os intervenientes.
O próprio médico regulador deverá possuir formação específica e habilitação
formal para a função, bem como acumular capacidade e experiência neste tipo de
assistência. Deverá garantir que todos os envolvidos na atenção pré-hospitalar
observem rigorosamente o sigilo médico mesmo nas comunicações radiotelefônicas,
com o uso de códigos. A competência técnica médica do regulador sintetiza-se na sua
capacidade de julgar, discernindo a urgência real da aparente. Em torno deste desafio
devem-se centrar suas prerrogativas, deveres e garantias de regulamentação sobre o
que o CFM pode e deve se manifestar. Para o bom exercício de suas funções devem
ser oferecidos ao médico regulador os meios necessários com relação a recursos
humanos e equipamentos.

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Quanto à decisão gestora dos meios disponíveis, outra competência do
regulador, este deverá ter autorização e regulamentação por parte dos gestores do
SUS em seus níveis de coordenação operacional, notadamente os municípios. As
prerrogativas do regulador devem estender-se também à decisão sobre o destino
hospitalar ou ambulatorial dos pacientes atendidos, considerando-se que nas
emergências não existe, a priori, número fechado de leitos ou capacidade limite. O
médico pode ainda acionar planos de atenção a desastres que estejam pactuados
com os outros interventores em situações excepcionais, coordenando o conjunto da
atenção médica de emergência. Pode também requisitar recursos privados em
situações de exceção, com pagamento ou contrapartida posteriores de acordo com a
pactuação a ser realizada com as autoridades competentes.
O médico regulador do sistema público de emergências deverá ser
obrigatoriamente consultado pela APH privada sempre que esta conduzir pacientes
ao setor público e, ainda, deverá ter acesso à Central de Internações para a obtenção
de informações necessárias que o ajudem a redirecionar os pacientes para os locais
mais adequados às suas necessidades. É desejável que, com a pactuação de todos
os setores sociais pertinentes, o médico regulador seja reconhecido formalmente
como autoridade pública na área de saúde, com seus deveres e prerrogativas
devidamente estabelecidos e documentados.
O setor privado que atua em APH precisa contar, obrigatoriamente, com
médicos reguladores e de intervenção, o que pode ser exigido inclusive nos códigos
municipais de saúde. Estas centrais privadas estão submetidas ao regulador público
sempre que suas ações ultrapassarem os limites das instituições privadas não-
conveniadas ao SUS, incluindo os casos de medicalização de assistência domiciliar
não-emergencial. Em caso de necessidade de atuar como porta-voz em situações de
interesse público, o regulador deverá manter-se nos limites do sigilo e da ética médica.

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2 O COMPONENTE PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL DA POLÍTICA NACIONAL DE
ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS – SAMU 192: PORTARIA GM/MS 1864/03:

Fonte: i1.r7.com

O Serviço de atendimento Móvel de urgência - SAMU 192 é um programa de


âmbito Federal com responsabilidade Tripartite (união, Estados e Municípios), e
através do número de acesso nacional 192, criado pelo Decreto Presidencial
5.055/2004, tem como finalidade acolher e prestar socorro à população com agravos
à saúde. Com este serviço, as três esferas de governo estão conseguindo reduzir o
tempo de internação em hospitais, as sequelas decorrentes da falta de socorro
precoce e consequentemente o número de óbitos.
O SAMU 192 atende urgências em qualquer lugar: nas residências, locais de
trabalho e vias públicas. Funcionando 24 horas por dia com equipes de profissionais
de saúde, como auxiliares/ técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e
condutores de veículos de urgência, os quais atendem às urgências clínicas, cirúrgica,
gineco obstétrica, pediátrica, traumáticas e de saúde mental. O acionamento do
serviço é realizado por solicitação telefônica, de forma gratuita, através do número
nacional de atendimento às urgências o 192 (cento e noventa e dois), onde a ligação
é atendida por técnicos na Central SAMU 192, dentre eles o médico, que identifica a

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gravidade do caso e, imediatamente, faz a leitura da situação apresentada e inicia o
atendimento, orientando o paciente, e/ou a pessoa que fez a chamada, sobre as
primeiras condutas a serem tomadas.
A Central SAMU 192 tem como papel fundamental organizar a relação entre os
vários serviços, identificando a demanda, qualificando o fluxo dos pacientes no
sistema e gerando uma porta de comunicação ao público em geral. Através do número
nacional de atenção às urgências (192), as solicitações de socorro são recebidas,
avaliadas, hierarquizadas e atendidas por ordem de prioridade de acordo com as
decisões do médico regulador.
O sistema deve ser capaz de acolher de forma humanizada qualquer usuário,
prestando-lhe atendimento e redirecionando para os locais adequados à continuidade
do tratamento. Através do trabalho integrado entre a Central de Regulação Médica
das urgências e outros serviços (Regulação de leitos hospitalares, de procedimentos
de alta complexidade, de exames complementares, de internamentos e de consultas
especializadas, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal,
dentre outros) a assistência ao usuário é garantida de forma integral.
Para o excelente funcionamento do serviço, o SAMU 192 deve contar com rede
de atendimento pactuada e hierarquizada de forma resolutiva com atribuições formais
de responsabilidades, adensamento tecnológico e recursos humanos qualificados.
A Central de Regulação Médica do SAMU 192, operacionalizada por Médicos
Reguladores, é um espaço no qual se garante uma escuta permanente de todos os
pedidos de ajuda que ocorrem à central, bem como o estabelecimento de uma
classificação inicial do grau de urgência de cada caso, desencadeando a resposta
mais adequada a cada solicitação.

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2.1 Abordagem ao usuário do SAMU 192

Fonte: circuitomt.com.br

O contato telefônico com o SAMU 192 é a porta de entrada no sistema de


urgência dos municípios que compõem o Estado para todos os usuários que solicitam
ajuda relacionada aos agravos à saúde. Assim sendo, neste momento deverão ser
transmitidos ao solicitante segurança, confiança e, acima de tudo, acolhimento.
Quando a ligação dá entrada no sistema SAMU 192, o TARM é o primeiro
profissional a contatar com o solicitante, logo, sua conduta ao recepcioná-lo deverá
garantir a continuação da comunicação, para que posteriormente o médico regulador
possa extrair todas as informações que julgar necessárias para aquele pedido de
socorro.
O TARM deverá seguir fielmente algumas orientações para o recebimento dos
chamados telefônicos e lembrar que, usualmente, as primeiras informações e/ou
palavras proferidas pelo solicitante traduzem provavelmente os fatos mais fidedignos
relacionados ao agravo. O acolhimento inicial realizado pelo TARM, além de garantir
a continuidade no processo de comunicação, tem por objetivo identificar sinais de
alerta que surjam de imediato em decorrência da natureza do agravo, bem como a
descrição do caso/cenário por parte do solicitante.

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Uma vez percebidos tais sinais, a solicitação deve ser priorizada e transferida
imediatamente ao médico regulador, mesmo que haja outras solicitações em espera.
Situações como: vítimas inconscientes, com dificuldade respiratória ou sem
respirar são caracterizadas como situações de extrema urgência. Logo, serão
repassadas imediatamente ao médico regulador, após a coleta de informações
mínimas de identificação.
Para efeito de raciocínio, agrupamos os casos urgentes de maior gravidade em
três diferentes grupos sindrômicos operacionais: Síndromes de “Valência Forte”,
Síndromes de “Etiologia Potencialmente Grave” e Síndromes de “Semiologia
Potencialmente Grave”.

• Síndromes de “Valência Forte”


Situações em que o valor social é muito elevado. Ex.: “Presidente da República
caiu na rampa do Congresso...”. A “morte” pode ser uma urgência médica, mesmo
que a gravidade seja nula, torna-se uma urgência pelo valor social do evento.

• Síndromes de “Etiologia Potencialmente Grave”


Situações em que a causa indica uma gravidade muito elevada. Ex.: “Ele caiu
do prédio...”, “Ele foi baleado por uma espingarda calibre 12...”, “Ele foi atropelado por
um caminhão...”, “Ela está parindo...”, entre outras.

• Síndromes de “Semiologia Potencialmente Grave”


Situações em que os sinais e/ou sintomas informados pelo solicitante indicam
gravidade elevada: Ex.: “Eu o encontrei desmaiado...”, “Ele está roxo...”, “Não está
respirando...”, “Não está se mexendo...”, etc. Estas situações são concebidas a partir
da forma como as queixas são apresentadas via telefone pelo solicitante, portanto,
não seguem inicialmente uma lógica de determinação imediata da patologia do
paciente.
O chamado pode chegar ao médico regulador a partir de diferentes solicitantes,
de diversos perfis, e o relato dos fatos pode se apresentar de maneira distinta.
Algumas vezes o solicitante apresenta um conjunto de sinais isolados que não
constituem de imediato uma síndrome, portanto, caberá ao regulador ouvi-lo e
direcionar o interrogatório, a fim de obter os dados que lhe possibilitem estabelecer o
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diagnóstico sindrômico ou mesmo chegar a uma hipótese diagnóstica, embora esta
última não seja indispensável para a tomada de decisão do regulador.
A seguir são apresentados alguns sinais essenciais a serem pesquisados para
o estabelecimento do diagnóstico sindrômico:

• Pesquisar sobre a presença, ausência e qualidade dos movimentos


respiratórios: para obter estas informações, em se tratando de solicitante leigo, poderá
ser necessário orientá-lo sobre como proceder, por exemplo, pedindo-lhe que observe
se o peito (tórax) ou barriga do paciente se movimentam, se sai ar do seu nariz, etc.
Também pode ser útil a observação da coloração das pontas dos dedos, das
unhas ou do lábio;
• Pesquisar sobre a presença ou ausência de pulso: orientar a pesquisa de
batimentos na região do pulso ou pescoço, presença de sudorese e/ou temperatura
da pele;
• Pesquisar o nível de consciência: verificar se o paciente responde ou não a
estímulos verbais e/ou a estímulos dolorosos, etc. Tomemos um outro exemplo: um
solicitante relata ao telefone que seu familiar está “desmaiado”. Tentaremos então
investigar alguns sinais, perguntando ao solicitante se o paciente tem movimentos
respiratórios, se é possível sentir seu pulso, se responde a estímulo doloroso, etc.
Caso todas as respostas sejam negativas, pode-se ter o diagnóstico de uma
parada cardiorrespiratória.

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3 OPERACIONALIZAÇÃO DA CENTRAL SAMU 192

Fonte: /www.traipunoticia.com.br

O acionamento do serviço de atendimento móvel de urgência é realizado


gratuitamente através do número nacional de atendimento às urgências (192), onde o
solicitante que necessita de atendimento e/ou alguém que esteja próximo, por meio
de um telefone (celular, orelhão e ou residencial), faz a solicitação do socorro. Em
seguida, o TARM recebe a ligação e, em aproximadamente trinta (30) segundos, colhe
as informações do paciente que necessita de atendimento, logo após, a ligação será
transferida para o médico regulador, iniciando o processo de regulação médica
através da Telemedicina.
Para garantir um funcionamento adequado do modelo de regulação
referenciado acima, algumas tecnologias estão sendo incorporadas à central de
regulação médica das urgências como o sistema de rastreamento dos veículos
através de GPS (Global Positio-ning System) e ainda a transmissão de dados para o
interior das ambulâncias e vice-versa. Estas ferramentas oferecem informações que
servem para auxiliar na decisão gestora do regulador médico, uma vez que atuam
sobre dois dos grandes nós críticos do atendimento pré-hospitalar móvel, a

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comunicação qualificada com as equipes de atendimento e a diminuição do tempo
resposta.

4 CARACTERIZAÇÃO DOS VEÍCULOS UTILIZADOS NO SAMU 192

Fonte: belfordroxonoticiasonline.blogspot.com.br

Ambulância Tipo “D” (USA – Unidade de Suporte Avançado)

Unidade destinada a atendimentos de urgências nas remoções de pacientes


com risco de morte iminente, de moderada a grave, que necessitem de cuidados
médicos intensivos. Tripulada por médico, enfermeiro e condutor de veículo de
urgência. Possui todos os recursos destinados a suporte avançado de vida, podendo
ser realizadas dentro do veículo intervenções de alta complexidade para salvar a vida
dos pacientes.

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http://blogdolevanyjunior.com

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Ambulância Tipo “B” (USB – Unidade de Suporte Básico)

Unidade destinada ao atendimento pré-hospitalar e remoção de pacientes com


risco de vida, que seja caracterizado de pequena e média gravidade, não classificado
com potencial de necessidade de intervenção médica no local e/ou durante a remoção
até o serviço de destino. É tripulada por um auxiliar ou técnico de enfermagem e um
condutor de veículos de urgência.

Fonte: s3.amazonaws.com/magoo

Motolância

Unidade móvel de atendimento (motocicleta) integrada à frota do SAMU 192


como mais um veículo disponível para o atendimento rápido dos usuários acometidos
por agravos agudos (tempo-dependente). Deverão ser utilizadas exclusivamente em
intervenções do SAMU 192, sob regulação médica e se destinam, prioritariamente, às
seguintes situações:

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Fonte: www.rontan.com.br

 Intervenções nos acionamentos de unidade de suporte avançado de vida (USA),


considerando que a motocicleta desenvolve melhor velocidade e conta com a
agilidade necessária no trânsito para chegar antes da ambulância ao local onde se
encontra o paciente. Assim, nos eventos tempo-dependentes (por exemplo, infarto
agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, traumatismo crânio-encefálico, dentre
outras tantas) deverão ser envidados esforços por parte das centrais de regulação em
efetuar o despacho imediato da motocicleta como forma de assegurar a chegada do
socorro no menor tempo-resposta possível, preservando-se a segurança do condutor
da motocicleta;

 Intervenções em eventos em locais de reconhecido difícil acesso a veículos de


urgência (ambulâncias) em razão de características geográficas, condições da malha
viária, dentre tantas peculiaridades de cada Município/região de abrangência do
serviço, bem como em outras situações desta natureza que possam ser identificadas
pela regulação médica como motivação para utilização da motocicleta;

 Apoio nas intervenções de suporte básico de vida quando for necessário auxílio direto
na cena de mais um técnico de enfermagem para auxílio em procedimentos que
necessitem de mais profissionais, de acordo com o julgamento da regulação médica
(reanimação cardiopulmonar, extração de vítimas, dentre outras situações do
atendimento Pré-hospitalar - APH móvel);

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 Apoio nas intervenções de suporte avançado de vida quando for necessária a
presença de mais um técnico de enfermagem na cena, a critério do médico regulador;

 Demais situações de agravo à saúde da população nas quais, a critério do médico


regulador, no uso de suas atribuições contidas na Portaria 2.048/GM, possa haver
benefício no emprego da motocicleta, uma vez que a chegada desta unidade
viabilizará o início de manobras de suporte básico de vida (BRASIL, 2008).

Unidades móveis de suporte

Veículo de Intervenção Rápida – VIR

Unidade móvel de apoio que deve ser acionada nos casos de incidentes com
múltiplas vítimas, uma vez que é abastecido com quantidade extra de insumos e
equipamentos.

Fonte: 4.bp.blogspot.com

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4.1 Carro Rápido

Veículo de rápida locomoção, destinado ao encaminhamento de equipes extras


do SAMU 192 para dar suporte em eventos cuja capacidade técnica no local seja
insuficiente para prestação do socorro.

4.2 Incidente com Múltiplas Vítimas (IMV)

O atendimento a incidentes com múltiplas vítimas é um desafio com o qual os


serviços de atendimento pré-hospitalar móvel e os hospitais que atendem urgências
se deparam com frequência. Diariamente temos em nosso país acidentes dos mais
variados tipos, com ônibus, trens, vans, automóveis, desabamentos, colisão de vários
veículos, incidentes em eventos com aglomerado de pessoas que causam um número
considerável de vítimas, em sua maioria superior a cinco. Nessas situações ocorre um
desequilíbrio entre os recursos disponíveis e a capacidade de atendimento médico,
levando a uma incapacidade dos serviços para lidarem com esse problema, que
muitas vezes sequer é percebida, ou seja, o caos se instala e muitas vidas podem ser
perdidas. Assim é necessário estarmos preparados e treinados para atender essas
situações caóticas.
A definição do número 5 (cinco) como limite acima do qual consideramos a
situação como acidente com múltiplas vítimas, deve-se à necessidade de mudança
de comportamento das equipes para atender esses eventos. Nos municípios cuja
estrutura de saúde é insuficiente para o atendimento simultâneo a cinco vítimas
graves, este número pode ser readequado, tornando-se compatível com cada
realidade. O importante é o estabelecimento dos protocolos de atendimento a
incidentes com múltiplas vítimas, para serem aplicados quando eles ocorrerem.
O conceito utilizado no atendimento dos eventos cotidianos do SAMU “nosso
melhor recurso técnico para o paciente mais grave” deve dar lugar à seguinte
concepção: “melhor cuidado de saúde para o maior número possível de vítimas, no
momento que elas mais precisam, no menor tempo possível e com os recursos
disponíveis”.
Quando temos um incidente com múltiplas vítimas vários atores do atendimento
pré-hospitalar móvel chegam ao local do acidente. São médicos, enfermeiros,
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bombeiros, policiais e voluntários, todos querendo dar o máximo das suas
capacidades e habilidades para salvar o máximo possível de vidas. Porém, o que
ocorre na maioria das vezes é que esses esforços não são concentrados, nem
somados, cada um trabalha por si, sem protocolos adequados ou que proponham
trabalho conjunto, sem comando único e sem a somatória dos esforços, que levariam
a uma multiplicação da capacidade de resposta.
Os incidentes com múltiplas vítimas fazem com que a rotina da Central SAMU
192 mude por completo, pois além de ter que dar uma resposta a este grande evento,
o regulador médico terá que continuar atendendo às demandas diárias do serviço.
Diante disso, faz-se necessário um planejamento prévio, bem como recursos
imediatamente disponíveis para serem utilizados nestas situações.

Os incidentes com múltiplas vítimas possuem três etapas de regulação médica


distintas:

1ª Etapa: estabelecimento do evento:

 Momento em que a regulação identifica a situação através das informações obtidas


dos solicitantes;

 Caso não seja possível a definição dessa situação através dos solicitantes, a
regulação envia uma ou mais equipes para confirmação das informações, avaliação
inicial local e atendimento;
 As equipes de apoio devem ser alertadas;
 Envio dos recursos necessários (ambulâncias do SAMU 192, Corpo de Bombeiros,
Polícia Militar e Rodoviária, Polícia de Trânsito, kits de equipamentos e outros que se
fizerem necessários, conforme o tipo de evento);
 Deixar em alerta os hospitais de referência, que devem tomar as providências
cabíveis, conforme os protocolos estabelecidos para essas situações;
 Informar cadeia hierárquica do serviço.

2ª Etapa: atendendo o evento:

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• Manter contato com coordenação médica local;
• Garantir recursos médicos;
• Manter interface com bombeiros, polícias, hospitais e outros serviços;
• Garantir o encaminhamento adequado das vítimas conforme suas
necessidades;
• Garantir a organização dos dados da ocorrência, dos recursos e das vítimas;
• Garantir a continuidade do atendimento das demandas cotidianas com as
adequações necessárias;
• acionar centrais de regulação dos SAMU 192 de cidades da região, caso seja
necessário.

3ª Etapa: encerrando o evento

• Desmobilizar os recursos acionados que permaneceram em prontidão;


• Tabular os dados do evento com a localização adequada das vítimas;
• Fornecer os dados do evento (número de vítimas, gravidade, óbitos,
encaminhamentos, equipes envolvidas etc.) às autoridades competentes;
• Avaliar o impacto do evento na rede hospitalar;
• Avaliar a necessidade de transporte inter-hospitalar;
• Avaliar as necessidades de garantia de acolhimento das situações cotidianas;
• Discutir as questões levantadas durante o evento;
• Propor as adequações necessárias.

O cumprimento de cada uma dessas etapas possibilita tanto a organização


quanto a otimização dos recursos humanos e materiais que, na maioria das vezes,
nunca é sufi ciente para o atendimento a esses eventos.

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4.3 Triagem das vítimas

Fonte: www.infonet.com.br

Triagem significa classificar, selecionar, separar. No atendimento aos pacientes


acidentados, implica classificar em vários graus de gravidade para o tratamento e
transporte, visando a assegurar o melhor cuidado médico para o maior número de
vítimas. Assim sendo, a triagem consiste numa avaliação rápida das condições
clínicas das vítimas para estabelecer prioridade no atendimento médico. Logo, alguns
princípios devem ser considerados, são eles:

• A triagem deve ser realizada rapidamente (60 a 90 segundos por vítima);

• Os parâmetros utilizados são baseados na Respiração, Perfusão e Nível de


Consciência (ver a seguir algoritmo para Triagem);

• Utilizar um método de triagem que facilite a classificação das vítimas, no caso


do SAMU 192 é utilizado o protocolo START (Simples Triagem e Rápido Tratamento);

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 A identificação das vítimas durante a triagem é extremamente necessária, para isso
são utilizados cartões coloridos conforme convenção internacional de cores ou outros
recursos disponíveis, desde que deixem clara a prioridade médica da vítima;
 Zoneamento das áreas de risco.
Todo evento oferece um risco potencial para aqueles que irão prestar auxílio direto
aos acidentados. Logo, uma das prioridades de todo evento de grande proporção é a
delimitação das zonas de risco do evento. Estas áreas são classificadas em Zona
Quente, Zona Morna e Zona Fria. Apesar da delimitação de cada zona de risco não
ser atribuição do SAMU 192, todos os membros do serviço devem ter conhecimento
das particularidades de cada uma delas a fim de que possam reconhecer e respeitar
seus limites e ainda diminuir os riscos de acidentes.
Abaixo segue uma foto ilustrativa simulando o zoneamento de uma área
acometida por um eventual incidente.

4.4 Regulação de situações especiais

4.5 Transferências e transporte inter-hospitalar

Fonte: www.bememergencias.8box.com.br

Dentro da perspectiva de estruturação de Sistemas Estaduais de urgência e


Emergência, com universalidade, atenção integral e equidade de acesso, de caráter

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regionalizado e hierarquizado, de acordo com as diretrizes do SUS, os serviços
especializados e de maior complexidade deverão ser referência para um ou mais
municípios de menor porte.
As grades de referência loco-regionais devem ser previamente pactuadas e as
transferências deverão ser solicitadas ao médico regulador da Central de Regulação
de urgências, cujas competências técnicas e gestoras estão estabelecidas na Portaria
GM/MS 2048/02.
No processo de planejamento e pactuação das transferências inter-
hospitalares, deverá ser garantido o suporte de ambulâncias de transporte para o
retorno dos pacientes que, fora da situação de urgência, ao receberem alta, não
apresentem possibilidade de locomover-se através de outros meios, por restrições
clínicas.

4.6 Conceituação:

O transporte inter-hospitalar refere-se à transferência de pacientes entre


unidades não hospitalares ou hospitalares de atendimento às urgências e
emergências, unidades de diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de saúde que
funcionem como bases de estabilização para pacientes graves, de caráter público ou
privado e tem como principais finalidades:

A - A transferência de pacientes de serviços de saúde de menor complexidade


para serviços de referência de maior complexidade, seja para elucidação diagnóstica,
internação clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, sempre que as
condições locais de atendimento combinadas à avaliação clínica de cada paciente
assim exigirem;

b- A transferência de pacientes de centros de referência de maior complexidade


para unidades de menor complexidade, seja para elucidação diagnóstica, internação
clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, seja em seus municípios de
residência ou não, para conclusão do tratamento, sempre que a condição clínica do
paciente e a estrutura da unidade de menor complexidade assim o permitirem, com o

23
objetivo de agilizar a utilização dos recursos especializados na assistência aos
pacientes mais graves e/ou complexos.
Este transporte poderá ser aéreo, aquaviário ou terrestre, de acordo com as
condições geográficas de cada região, observando-se as distâncias e vias de acesso,
como a existência de estradas, aeroportos, heliportos, portos e condições de
navegação marítima ou fluvial, bem como a condição clínica de cada paciente, não
esquecendo a observação do custo e disponibilidade de cada um desses meios. O
transporte inter-hospitalar, em qualquer de suas modalidades, de acordo com a
disponibilidade de recursos e a situação clínica do paciente a ser transportado, deve
ser realizado em veículos adequados e equipados de acordo com os seguintes
critérios:

Transporte Aeromédico: O transporte aéreo poderá ser indicado, em


aeronaves de asa rotativa, quando a gravidade do quadro clínico do paciente exigir
uma intervenção rápida e as condições de trânsito tornarem o transporte terrestre
muito demorado, ou em aeronaves de asa fixa, para percorrer grandes distâncias em
um intervalo de tempo aceitável, diante das condições clínicas do paciente. A
operação deste tipo de transporte deve seguir as normas e legislações específicas
vigentes, oriundas do Comando da Aeronáutica através do Departamento de aviação
Civil. Para efeito da atividade médica envolvida no atendimento e transporte aéreo de
pacientes, considera-se que o serviço deve possuir um diretor médico com habilitação
mínima compreendendo capacitação em emergência pré-hospitalar, noções básicas
de fisiologia de voo e noções de aeronáutica, sendo recomendável habilitação em
medicina aeroespacial. O serviço de transporte aeromédico deve estar integrado ao
sistema de atendimento pré-hospitalar e à Central de Regulação Médica de urgências
da região e deve ser considerado sempre como modalidade de suporte avançado de
vida.

4.7 Transporte Aquaviário:

Este tipo de transporte poderá ser indicado em regiões onde o transporte


terrestre esteja impossibilitado pela inexistência de estradas e/ou onde não haja

24
transporte aeromédico, observando-se a adequação do tempo de transporte às
necessidades clínicas e à gravidade do caso.

4.8 Transporte Terrestre:

Este tipo de transporte poderá ser indicado para áreas urbanas, em cidades de
pequeno, médio e grande porte, ou para as transferências intermunicipais, onde as
estradas permitam que essas unidades de transporte se desloquem com segurança e
no intervalo de tempo desejável ao atendimento de cada caso.

4.9 Diretrizes Técnicas:

Responsabilidades e Atribuições das Unidades de saúde solicitantes:


a. O médico responsável pelo paciente, seja ele plantonista, diarista ou o
médico assistente, deve realizar as solicitações de vagas ao Complexo Regulador do
Estado, seguindo os Protocolos Operacionais do complexo;

b. O médico responsável pelo paciente, seja ele plantonista, diarista ou o


médico assistente, deve realizar as solicitações de transferências à Central SAMU 192
e realizar contato prévio com o serviço potencialmente receptor;

c. Não remover paciente com risco iminente de morte, sem prévia e obrigatória
avaliação e atendimento respiratório, hemodinâmico e outras medidas urgentes
específicas para cada caso, estabilizando-o e preparando-o para o transporte;

d. Esgotar seus recursos antes de acionar a Central de Regulação Médica ou


outros serviços do sistema loco-regional;

e. A decisão de transferir um paciente grave é estritamente médica e deve


considerar os princípios básicos do transporte, quais sejam: não agravar o estado do
paciente, garantir sua estabilidade e garantir transporte com rapidez e segurança;

25
f. Informar ao médico regulador, de maneira clara e objetiva, as condições do
paciente;

g. Elaborar documento de transferência que deve acompanhar o paciente


durante o transporte e compor seu prontuário na unidade receptora, registrando
informações relativas ao atendimento prestado na unidade solicitante, como
diagnóstico de entrada, exames realizados e as condutas terapêuticas adotadas. Este
documento deverá conter o nome e CRM legíveis, além da assinatura do solicitante;

h. Obter a autorização escrita do paciente ou seu responsável para a


transferência. Poder-se-á prescindir desta autorização sempre que o paciente não
esteja apto para fornecê-la e não esteja acompanhado de possível responsável;

i. A responsabilidade da assistência ao paciente transferido é do médico


solicitante, até que o mesmo seja recebido pelo médico da unidade responsável pelo
transporte, nos casos de transferência em viaturas de suporte avançado de vida ou
até que o mesmo seja recebido pelo médico do serviço receptor, nos casos de
transferência em viaturas de suporte básico de vida ou viaturas de transporte simples.
O início da responsabilidade do médico da viatura de transporte ou do médico da
unidade receptora não cessa a responsabilidade de indicação e avaliação do
profissional da unidade solicitante;
j. Nos casos de transporte de pacientes em suporte básico de vida para
unidades de apoio diagnóstico e terapêutico, para realização de exames ou
tratamentos, se o paciente apresentar intercorrência de urgência, a responsabilidade
pelo tratamento e estabilização é da unidade que está realizando o procedimento, que
deverá estar apta para seu atendimento, no que diz respeito a medicamentos,
equipamentos e recursos humanos capacitados;

k. Nos casos de transporte de pacientes críticos para realização de


procedimentos diagnósticos ou terapêuticos e, caso estes serviços situem-se em
clínicas desvinculadas de unidades hospitalares, o suporte avançado de vida será
garantido pela equipe da unidade de transporte;

26
l. Nos locais em que as Centrais de Regulação ainda não estejam estruturadas
ou em pleno funcionamento, é vedado a todo e qualquer solicitante, seja ele público
ou privado, remover pacientes sem contato prévio com a instituição/serviço
potencialmente receptor;

m. Nos locais em que as Centrais de Regulação já estão em funcionamento,


nenhum paciente poderá ser transferido sem contato prévio com a mesma ou
contrariando sua determinação;

n. Nos casos de transferências realizadas pelo setor privado, o serviço ou


empresa solicitante deverá se responsabilizar pelo transporte do paciente, bem como
pela garantia de recepção do mesmo no serviço receptor, obedecendo às
especificações técnicas estabelecidas neste Regulamento;

o. Nos casos de operadoras de planos privados de assistência à saúde,


permanece em vigor a legislação própria a respeito deste tema, conforme Resolução
CONSU n° 13 de 4 de novembro de 1998 e CONSU n° 15 de 29 de março de 1999,
eventual regulamentação posterior a ser estabelecida pela agência Nacional de Saúde
Suplementar.

27
4.10 Responsabilidades/Atribuições da Central SAMU 192 /Médico Regulador

Fonte: ciruspar.blogspot.com.br

Além das estabelecidas no Capítulo II da Portaria GM/MS 2048/02, ficam


definidas as seguintes responsabilidades/atribuições para a Central de
Regulação/Médico Regulador:

a. O acionamento e acompanhamento da unidade e equipe de transporte, caso


estes se localizem descentralizados em relação à estrutura física da central de
regulação, como nos casos de transporte aeromédico, hidroviário ou terrestre, em que
se opte por descentralizar viaturas e equipes para garantir maior agilidade na
resposta. Nestes casos, a localização dos veículos e das equipes de saúde
responsáveis pelo transporte deverá ser pactuada entre os gestores municipais da
região de abrangência da central;

b. Utilizar o conceito de “vaga zero”, definido no Capítulo II da Portaria GM/MS


2048/02, também nos casos de regulações inter-hospitalares, quando a
avaliação do estado clínico do paciente e da disponibilidade de recursos loco-
regionais o tornem imperativo.

28
4.11 Responsabilidade e Atribuições da Equipe de Transporte

Fonte: www.assaionline.com.br

Ficam estabelecidas as seguintes responsabilidades/atribuições à Equipe de


Transporte:
a. acatar a determinação do médico regulador quanto ao meio de transporte e
tipo de ambulância que deverá ser utilizado para o transporte;
b. Informar ao médico regulador caso as condições clínicas do paciente no
momento da recepção dele para transporte não sejam condizentes com as
informações que foram fornecidas ao médico regulador e repassadas por este à
equipe de transporte;

c. No caso de transporte terrestre, deverão ser utilizadas as viaturas de


transporte simples para os pacientes eletivos, em decúbito horizontal ou sentados,
viaturas de suporte básico ou suporte avançado de vida, de acordo com o julgamento
e determinação do médico regulador, a partir da avaliação criteriosa da história clínica,
gravidade e risco de cada paciente, estando tais viaturas, seus equipamentos,
medicamentos, tripulações e demais normas técnicas estabelecidas no presente
Regulamento;

d. O transporte inter-hospitalar pediátrico e neonatal deverá obedecer às


diretrizes estabelecidas neste manual, sendo que as viaturas utilizadas para tal devem
29
estar equipadas com incubadora de transporte e demais equipamentos necessários
ao adequado atendimento neonatal e pediátrico;

e. Registrar todas as intercorrências do transporte no documento do paciente;

f. Passar o caso, bem como todas as informações e documentação do paciente,


ao médico do serviço receptor;

g. Comunicar ao médico regulador o término do transporte;

h. Conduzir a ambulância e a equipe de volta à sua base.

4.12 Responsabilidades/Atribuições do Serviço/Médico Receptor

Ficam estabelecidas as seguintes responsabilidades/atribuições ao


Serviço/Médico Receptor:
a. Garantir o acolhimento médico rápido e resolutivo às solicitações da central de
regulação médica de urgências;

b. Informar imediatamente à Central de Regulação se os recursos diagnósticos


ou terapêuticos da unidade atingirem seu limite máximo de atuação;

c. Acatar a determinação do médico regulador sobre o encaminhamento dos


pacientes que necessitem de avaliação ou qualquer outro recurso especializado
existente na unidade, independentemente da existência de leitos vagos ou não –
conceito de “vaga zero”;

d. Discutir questões técnicas especializadas sempre que o regulador ou


médicos de unidades solicitantes de menor complexidade assim demandarem;

e. Preparar a unidade e sua equipe para o acolhimento rápido e eficaz dos


pacientes graves;

30
f. Receber o paciente e sua documentação, dispensando a equipe de
transporte, bem como a viatura e seus equipamentos o mais rápido possível;

g. Comunicar a Central de Regulação sempre que houver divergência entre os


dados clínicos que foram comunicados quando da regulação e os observados na
recepção do paciente.

4.13 Óbitos no APH móvel

Óbito no local da ocorrência:

• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da


ambulância quando houver suspeita de óbito do paciente no local da ocorrência;

• Havendo suspeita e/ou confirmação de morte traumática, a equipe deverá


preservar as evidências, não removendo o corpo e mantendo intacta a cena;
• A equipe deverá permanecer no local da ocorrência até a chegada de
autoridade policial competente, salvo orientação contrária do médico regulador;
• Registrar o óbito da vítima no local especificado na ficha de atendimento;

Fonte: www.bandab.com.br

31
• Comunique à Central SAMU 192 a necessidade de contatar/acionar o
CIOSP 190.

Óbito no local da ocorrência após intervenção da Equipe de USB

• A vítima será encaminhada ao SVO. (Morte sem assistência Médica)

4.14 Óbito na ambulância.

• Em unidades de Suporte avançado, caberá ao médico intervencionista o


preenchimento da Declaração de Óbito (D.O.), podendo usar a prerrogativa de
informar a causa mortis como “causa desconhecida” ou “causa indeterminada”.
– Resoluções CFM n° 1601/00 e 1779/05 e Processo Consulta 2478/01 CFM
com Parecer de abril/03;
• Em casos de morte traumática ou suspeita, deverá ser acionado o CIOSP 190
para guarda do corpo;
• Em unidades de Suporte Básico de Vida, encaminhar para o SVO, pois o
entendimento da legislação atual é de “morte sem assistência médica”;
• Qualquer dúvida em relação ao preenchimento das D.O., contatar a Central
SAMU 192 de sua região.

4.15 Constatação do óbito

• Caberá ao médico intervencionista ou Médico Regulador a constatação do


óbito, inclusive com relação às equipes de suporte básico de vida, quando for possível
fazê-la.

32
4.16 Menor Alcoolizado, Abuso da Criança e do Idoso

http://www.rafaelnemitz.com/2014/02/adolescentes-extremamente-alcoolizados.html#.WHAYxPDyvIU

• O médico regulador deve ser informado imediatamente, a fim de que possa


acionar o Conselho Tutelar, Conselho do Idoso, Conselho da Infância e adolescência
ou similar;

• O médico regulador deve registrar na ficha de atendimento.

4.17 Paciente menor de 18 anos

• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe quando


houver atendimento a paciente menor de idade desacompanhado;

• Se possível, solicitar que vizinhos acompanhem o paciente até a unidade de


saúde definida pela regulação, registrando nome endereço e telefone. Caso contrário
informar aos vizinhos o destino que será dado ao paciente;

• Comunicar ao Conselho Tutelar ou similar;

• Comunicar ao Serviço Social da unidade receptora.

33
4.18 Paciente sem condições de decidir (acompanhados de criança ou menor
de idade de 18 anos)

• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da


ambulância quando houver atendimento a paciente sem condições de decidir,
acompanhado de menor de idade;

• a equipe, se possível, indagará se algum parente ou vizinho pode se


responsabilizar pelo menor, registrando nome e endereço desse responsável,
colhendo assinatura do mesmo;

• Caso contrário, conduzir a criança ao destino final do paciente, registrando o


nome e cargo do funcionário que assume a responsabilidade pelo menor ou Serviço
Social se unidade hospitalar;

• Comunicar ao Conselho Tutelar.

4.19 Paciente que recusa atendimento

Caso a vítima recuse atendimento, o médico regulador deverá solicitar à equipe


que investigue na vítima:
• Situações de risco de morte imediata: comprometimento de vias aéreas e
respiração, sangramento abundante;
• Alterações de comportamento que indiquem que a vítima se encontra
prejudicada em sua capacidade de decisão: alterações do nível de consciência,
intoxicação etílica ou por droga.

34
Fonte: www.clicknovaolimpia.com.br

4.20 Outros médicos no local da ocorrência

• A presença, no local da ocorrência, de médicos que se prontifiquem a prestar


atendimento e que não sejam plantonista do SAMU 192, é considerada intervenção
médica externa;

• O profissional da ambulância deve registrar o fato na ficha de ocorrência,


anotando nome e CRM do profissional e solicitar ao profissional que registre sua
intervenção no verso da mesma;

• O fato será imediatamente comunicado ao médico regulador e, idealmente,


os dois médicos devem manter contato pelo rádio ou outro meio de comunicação para
troca de informações relativas ao paciente;

• Quaisquer dúvidas quanto à conduta tomada pelo médico que está assistindo
o paciente no local devem ser informadas ao médico regulador, para que ele faça
contato com o profissional que está intervindo no local;

35
4.21 Ordens contrárias de bombeiros, policiais e outras autoridades presentes
no local da ocorrência

Fonte: www.agoramt.com.br

• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da


ambulância quando houver determinações emanadas por bombeiros, policiais ou
outras autoridades presentes ao local da ocorrência, contrárias às estabelecidas nas
rotinas operacionais ou protocolos assistenciais do SAMU 192;

• a equipe deve imediatamente esclarecer que essas ordens ferem tais


regulamentos;

• O médico regulador deve orientar a equipe quanto à conduta a ser seguida;

• a equipe deve encaminhar, por escrito, relatório à Central de Regulação do


SAMU 192.

36
4.22 Liberação de paciente no local da ocorrência

Fonte: www.reportertatu.com

• A liberação de vítimas no próprio local da ocorrência é de competência


exclusiva do médico regulador, após tomar conhecimento de suas lesões e sinais
vitais. Caso o médico intervencionista presente no local decida por esta conduta, deve
contar com o aval e a concordância do médico regulador.

4.23 Trotes

• Anotar no livro específico que fica na sala de regulação do SAMU 192.

4.24 Maca presa

• A equipe deve informar imediatamente ao médico regulador, que manterá


contato com o responsável pela unidade receptora para solucionar o problema;

• Caso o problema não seja solucionado, manter contato com a Coordenação


do SAMU 192 de acordo com escala de Supervisão previamente afixada na Central.

37
4.25 Problemas na recepção do paciente pelas equipes intra-hospitalares

Fonte: enfermeiropsf.blogspot.com.br

• A equipe deve informar imediatamente ao médico regulador, que manterá


contato com o responsável pela unidade receptora para solucionar o problema;

• Caso o problema não seja solucionado, manter contato com a Coordenação


do SAMU 192 de acordo com escala de Supervisão previamente afixada na Central.

38
4.26 Atendimento a pacientes com distúrbios psiquiátricos

Fonte: www.varaldiverso.com.br

4.27 Conceito

Define-se a urgência psiquiátrica como a situação na qual o transtorno do


pensamento, do afeto ou da conduta é tão evidente que o próprio paciente, a família
ou a sociedade consideram que requer atenção imediata. Pode apresentar-se em
condições que:
São manifestações de uma alteração psicológica aguda (ansiedade, pânico,
depressão, transtornos de adaptação), implicam risco de dano pessoal ou interpessoal
(agressão, suicídio, homicídio) e evidenciam um comportamento profundamente
desorganizado (psicose, delírio).

4.28 Elementos da Urgência Psiquiátrica

Na aproximação de uma urgência psiquiátrica devem-se considerar quatro


elementos:

• O paciente, com quadro clínico que necessitará estudo cuidadoso, exames


pertinentes e o tratamento necessário;

39
• O ambiente humano circundante, que deve ser avaliado em sua influência
para a ação procedente;

• O ambiente físico, que deve ser examinado pelas equipes para identificar
perigos ou facilidades potenciais;

• O médico que, como experto, haverá de resolver a urgência. Sua capacidade


profissional e personalidade exercerão um papel decisivo.

4.29 Avaliação da Urgência Psiquiátrica

A aproximação ao paciente na urgência psiquiátrica é, a princípio, similar à de


qualquer urgência médica.
Durante a intervenção, através da entrevista, coletam-se as informações e os
achados necessários para estabelecer o diagnóstico. Na entrevista e o exame se
adequarão, logicamente, às circunstâncias de cada paciente.
Se, por definição, a urgência demanda intervenção rápida, devemos ser, no
entanto, cuidadosos e conservadores diante da suspeita de um quadro orgânico;
igualmente, em algumas urgências de etiologia psicológica é pertinente obter toda a
informação possível, pois poderia tornar-se difícil sua execução posterior.
O médico deve realizar uma rápida avaliação mental e proceder ao exame
físico, lembrando que muitas doenças orgânicas têm uma expressão psicológica.
Sempre considerar seriamente as ideias ou tentativas de suicídio ou homicídio,
assim como os riscos de agressão.
Se a informação oferecida pelo paciente não for digna de crédito ou houver
impossibilidade de obtê-la diretamente, se recorrerá aos familiares ou
acompanhantes.

Na avaliação deve-se por especial ênfase no que se segue:


• História clínica;
• Referência detalhada da queixa principal;
• Mudanças recentes no curso de sua vida (especialmente doenças físicas ou
perdas);
40
• Níveis de compensação anteriores à urgência;
• Uso de drogas;
• História anterior de doenças médicas psiquiátricas e resposta ao tratamento;
• História familiar;
• História pessoal.

4.30 Urgências Psiquiátricas Prioritárias

Paciente Suicida;
• Depressão;
• ansiedade e Pânico;
Transtornos Dissociativos;
• Transtornos de Conversão;
• Transtornos de adaptação;
• Demência;
• Situação de Crise Emocional;
• agitação / Violência;
• Psicoses agudas;
• Mania;
• Esquizofrenia;
• Esquizofrenia Catatônica;
• Delírio;
• alcoolismo;
• Reações às Fenotiazidas.

41
5 O ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Fonte: encrypted-tbn1.gstatic.co

5.1 HISTÓRICO

O conceito de triagem nasceu da concepção militar. Os feridos no campo de


batalha eram submetidos à rápida avaliação: aqueles em melhor situação voltavam
para a batalha e os outros teriam prioridade no atendimento médico. A palavra triar
vem do verbo francês “trier” que remete à necessidade de escolha. A triagem nos
pontos de atenção à saúde surge com intensidade na década de 1950 por profunda
transformação social experimentada após a llª Guerra Mundial. Até então a atenção à
saúde era feita pelos chamados médicos de família que atendiam casos de urgências.
A urbanização acelerada promoveu o surgimento de serviços de urgência
ancorados em hospitais de retaguarda. As pessoas passaram a procurar os serviços
de urgência e reduziram a ligação com seu médico de “confiança”. Apareceram, então,
problemas de definição de prioridade. Surgiram os primeiros protocolos
sistematizados de triagem na tentativa de sistematização e ordenamento do fluxo dos
pacientes que vão aos serviços de urgência.
42
5.2 COMPARAÇÃO ENTRE OS MODELOS

Fonte: www.vereadorarmando.com

Os modelos de triagem têm grande variação de acordo com as várias


experiências em serviços geralmente isolados (sem concepção sistêmica). Há
modelos que utilizam de 2 níveis até 5 níveis de gravidade, sendo os últimos mais
aceitos na atualidade. São cinco os modelos de triagem mais avançados e que
passaram a ter uma concepção sistêmica, ou seja, são utilizados por uma rede de
serviços:
Australasian Triage Scale - ATS) - Foi o pioneiro e usa
tempos de espera de acordo com gravidade;

Canadian Triage Acuity Scale - CTAS) - Muito


semelhante ao modelo australiano, é muito mais complexo e está em uso em grande
parte do sistema canadense;

Manchester Triage System - MTS) - Trabalha com


algoritmos e determinantes, associados a tempos de espera simbolizados por cor.
Está sistematizado em vários países da Europa;

Emergency Severity Index - ESI) - Trabalha com um


único algoritmo que foca mais na necessidade de recursos para o atendimento. Não
é usado em todo o país;

43
Model Andorrà del Trialge – MAT) - Baseia-se em
sintomas, discriminantes e algoritmos mas é de uso complexo e demorado.

Na comparação entre os modelos observa-se que todos utilizam escalas de 5


níveis, mas os únicos que têm formato eletrônico e se baseiam em algoritmos clínicos
são o protocolo de Manchester e o de Andorra. O MTS, além disso, é baseado em
categorias de sintomas e não em escalas de urgência pré-definidas que podem induzir
a diagnóstico, o que não é desejável num protocolo de classificação de risco.

Fonte: saudeblog.com.br

44
6 MUDANÇA NA GESTÃO DAS URGÊNCIAS A PARTIR DA CLASSIFICAÇÃO
DE RISCO

Fonte: www.saude.sp.gov.br

A organização do fluxo de acesso nos serviços de urgência com a definição de


prioridades é potente reformulador de seus modelos de gestão. Há necessidade de
novo desenho dos fluxos de encaminhamento após a classificação de risco:
pera para atendimento médico;

A integração dos serviços em rede pode determinar um fluxo pactuado pelos


serviços. O protocolo de classificação é potente ferramenta de comunicação, co-
responsabilização e regulação da rede das condições agudas para:

gular o transporte entre os serviços.

A organização da rede de resposta às condições agudas tem como


fundamentais critérios:

45
e
pactuados internamente por cada instituição e responsabilizados nominalmente pelos
respectivos trabalhadores, com descrição e aceitação dos papéis propostos;

assinada por todos que se co-responsabilizam pelos serviços desta rede;


-classificação de risco entre
todos os atores dos serviços (de todos os níveis de atenção), compartilhada por uma
estrutura reguladora também responsável pelo transporte do paciente, se necessário,
até o destino pactuado;

SAMU, prontuário eletrônico) que se co-responsabilizam pelos resultados;

(definir a forma quando for regional).


É importante ressaltar que a utilização de um protocolo de Classificação de
Risco seja ele qual for não garante os resultados em uma instituição ou uma rede. Ele
é apenas uma peça deste mosaico complexo. A figura mostra um fluxograma de
determinantes gerais do protocolo de Manchester.

7 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E TRANSPORTE INTER-HOSPITALAR

Fonte: /www.pilotopolicial.com.br/

46
7.1 Histórico dos Atendimentos Móveis de Urgência e da Regulação Médica de
Urgência

7.2 No mundo

Século VI - Imperador Mauricius - Cria um corpo de cavaleiros encarregado da


remoção do ferido. Século XVIII - Napoleão Bonaparte designa o Barão Dominique-
Jean Larrey para desenvolver um sistema de cuidados médicos para o exército
francês. Barão Larrey desenvolve todos os preceitos do cuidado médico de
emergência utilizados atualmente:
1) rápido acesso ao paciente por profissional treinado;
2) tratamento e estabilização no campo;
3) rápido transporte aos hospitais apropriados;
4) cuidados médicos durante o transporte.
1859 - H. Dunant, pleiteia o estabelecimento da convenção de Genebra da qual
será originado a Cruz Vermelha.
1864 - Sistema organizado de socorro à população civil (Railway Surgery -
USA) foi implantado, com o objetivo de prestar cuidados médicos às vítimas do trauma
durante as viagens de trem.
1865 - Serviço de ambulância nos Estados Unidos da América foi instituído pelo
Exército Americano.
1869 - Criado serviço de ambulância (carruagem puxada por cavalos) em Nova
York.
1870 - Primeiro registro de transporte aero-médico, por meio de balão de ar
quente, pelo exército prussiano em Paris.
1899 - Primeira ambulância motorizada operada pelo Hospital Micheal Reese
Hospital de Chicago; alcançava 30 km/hora
1924 - Chefe Cot - Cria o ”Serviço de Emergência para os Asfixiados”, dentro
do regimento de Bombeiros de Paris, que é o primeiro exemplo de postos de
emergência móvel avançados, distinto dos serviços hospitalares. Durante a I e II
Grandes Guerras Mundiais, os serviços médicos militares provaram sua eficácia no
acesso e manejo precoce das pessoas feridas. Entretanto, embora o sistema militar

47
médico tornara-se bem desenvolvido, o desenvolvimento do sistema civil estava
atrasado.
1956 - Professor Cara em Paris - Cria o primeiro Serviço Móvel de Emergência
e Reanimação (SMUR), com a finalidade de assegurar o transporte interhospitalar de
pacientes em insuficiência respiratória séria, principalmente no momento da epidemia
de poliomielite.
Final dos anos 50 - J.D. Farrington, e outros, questionaram quais as lições
aprendidas pelos serviços médicos militares poderiam ser aplicadas aos civis para
melhorar o cuidado civil.
1962 - Professor Larcan - Abre em Nancy, um serviço de emergência médica
urbano. 1965 - Ministério de Saúde Francês impõe a certos centros hospitalares que
se dotem de meios móveis de socorro de emergência. Serviços de Atendimento
Médico de Urgência (SAMU) são criados para administrar as chamadas médicas que
apresentam um caráter de emergência assim como o funcionamento do SMURS (UTI
Móveis).
Os SAMU, inicialmente centrados nos atendimentos de estrada, estendem seu
campo de ação inclusive para intervenções não traumatológicas, transportes inter-
hospitalares e chamadas da população por ansiedade, quer se trate de uma urgência
vital ou simplesmente sentida como tal.
Tendo em conta o grande número de intervenções, da diversidade de situações
encontradas e das respostas oferecidas, a realização de uma coordenação médica
revela-se rapidamente necessária. Assim nasceu o princípio da regulação médica.
Para melhorar a organização e a regulação da emergência médica-cirúrgica, ao
término dos anos 1970, cria-se progressivamente o Centro 15 Regional
(departamental).
1969 - Comissão sobre EMS (Emergency Medical Service) é criada pela
Associação Médica Americana 1970 - Registrado o Treinamento Médico de
Emergência.
1975 - ACLS desenvolvido pela Associação Americana de Cardiologia.
1978 - Curso piloto de ATLS desenvolvido em Auburn, Nebraska.
1979 - Comitê de acreditação em EMT-Paramedic formado.
1981 - Prehospital Trauma Life Support (PHTLS)

48
7.3 No Brasil

Fonte: www.treslagoas.ms.gov.br

No ano de 1893, o Senado da jovem República Brasileira, aprova a Lei que


pretendia estabelecer o socorro médico de urgência na via pública. O Rio de Janeiro,
capital do país, contava na época com uma população em torno de 522 mil habitantes
(dados de 1890).
Em 1904, foram instalados postos de Pronto Socorro e em 1907, o Prefeito
Pereira Passos encomendou na Europa várias ambulâncias. O veículo, destinado a
transporte de pacientes, havia sido criado em 1792, por Dominique Larrey, o cirurgião
chefe da Grande Armada de Napoleão Bonaparte, as ambulâncias móveis. Nesta
ocasião criou-se também a palavra ambulância (do latim Ambulare – “deslocar”)
designando uma ambulância móvel para ser fixada no campo de batalha, para
funcionar como estrutura correspondente a um hospital de campanha. Larrey atendia
aos feridos (“debaixo do fogo inimigo”), iniciando no local o tratamento precoce, com
suturas, incisões de partes lesadas, imobilizações e quando necessárias amputações.
Optando pelo tratamento no local, era observada maior chance de sobrevida.

49
Fonte: www.infonet.com.br

No Rio de Janeiro, os serviços de urgência, sempre contaram com grande


participação dos estudantes de medicina. Existiam concorridos concursos, para a
função de Acadêmicos Bolsistas, que atuavam nos Prontos Socorros, como nas
ambulâncias. Não eram apenas as bolsas que atraiam os acadêmicos, mas a
experiência que vivenciavam e o peso curricular, por terem sido aprovados no
concurso.
Hoje, o Rio de Janeiro, onde se iniciou no Brasil a primeira organização de
urgência, vive uma militarização deste atendimento no que se refere ao “socorro
médico de urgência na via pública”, talvez em função do caos tanto da rede pública e
privada da saúde, como a violência e a dificuldade “civil” de acesso. Grande número
de médicos foi incorporado à carreira do Corpo de Bombeiros. Na assistência médica,
as ambulâncias foram consideradas durante muito tempo, mais como um Sistema de
Transporte do que como unidade de atendimento e cuidados precoces, diferente da
utilização que teve principalmente nas guerras. Frequentemente a gerência das frotas
de ambulâncias, sequer estavam ligadas diretamente a Serviços de Saúde, aos
Serviços Municipais de Transporte, quando não diretamente aos gabinetes do
Executivo.
Década de 50 - "SAMDU" - Serviço de Assistência Médica Domiciliar de
Urgência Podemos considerar, do ponto de vista histórico, esta atividade como um
embrião da atenção pré-hospitalar no Brasil. Por uma série de motivos, incluindo a
50
não introdução do método de regulação médica das urgências, esta atividade foi
sendo desativada progressivamente e terminou.
Década de 60 e 70 – Vários Serviços privados de atendimento domiciliar de
urgência foram inaugurados no Brasil A partir de 1975, com a Lei 6229, quando o
município ficou com a responsabilidade do atendimento às urgências, através de
serviços próprios, conveniados ou transferidos para localidades com recursos, a
distribuição de ambulâncias transformou-se em moeda política, distribuída com
grande alarde, pois se constituíam em “outdoor móvel”, com grande identificação do
doador e também do governante local que a havia conseguido.
A profusão de informação exterior era sempre inversamente proporcional aos
recursos no seu interior, maca e sirene. Os veículos escolhidos, em sua grande
maioria não eram apropriados para o transporte de pacientes em boas condições, pois
a altura e o espaço físico, não permitiam sequer que o paciente pudesse fazer uso de
“soro fisiológico E.V. ou uso de O2”, no caso de paciente crítico.
A função de transporte foi a que cumpria até recentemente, independente do
estado do paciente, pois com recurso humano, contava-se apenas, com um motorista
“ágil” no volante. Fica difícil se ter ideia de quantas vidas foram “salvas” ou “ceifadas”
no transporte por ambulância.
1987 - O primeiro serviço de atendimento pré-hospitalar em Minas Gerais, sem
a presença de médico, foi implantado pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, em
Blumenau, em parceria com outras entidades. Sete anos após já atuava em 15
cidades catarinenses, contando apenas com a participação de socorristas e sem
pessoal médico.
1990 - Início do atendimento pré-hospitalar pelos corpos de bombeiros no
Brasil.

51
Fonte: flashbackers.com.br

1991 - Início do SIATE em Curitiba e do 1994 - Início do Belém 192 urgente.


1995 - Início do SAMU de Porto Alegre e início da rede 192.
1996 - Início do SAMU de Campinas.
1996 - Rede 192 transformada em Rede Brasileira de Cooperação em
Emergências.
1997 - Primeira resolução sobre pré-hospitalar e transportes sanitários pelo
CREMESC.
1998 - Resolução do CFM.
1999 - Portaria Ministerial 824.
2001 - Portaria Ministerial 814
1996-2002 - Início e desenvolvimento de diversos SAMU no Brasil: "SOS
Fortaleza", o "SAMU-RESGATE” da região metropolitana de São Paulo, Ribeirão
Preto, Araraquara, São José do Rio Preto, Santos, região do Vale do Ribeira, Belo
Horizonte, Recife, etc. Atualmente no Brasil, nas grandes cidades, o conceito de
ambulância, deixa de ser o de Sistema de Transporte e Remoção e se incorpora, como
parte do Sistema de Saúde, com a função de diminuir o intervalo terapêutico nas
urgências.
2003 – Portarias Ministeriais 1863 e 1864 tornam o SAMU – 192 um serviço
nacional.

52
2003 – 2008 – Vários SAMUs são inaugurados no Brasil, ultrapassando a
cobertura de 100 milhões de cidadãos brasileiros em junho de 2008.

8 CATÁSTROFE E PRÉ-ATENDIMENTO

Fonte: meioambiente.culturamix.com

Pela Organização Mundial de Saúde, catástrofe é um fenômeno ecológico


súbito de magnitude suficiente para necessitar de ajuda externa. No atendimento pré-
hospitalar, catástrofe é aquela situação em que as necessidades de atendimento,
excedem os recursos materiais e humanos imediatamente disponíveis, havendo
necessidade de medidas extraordinárias e coordenadas para se manter a qualidade
básica ou mínima de atendimento.
É um desequilíbrio entre os recursos disponíveis e os prescindíveis para o
atendimento, de modo que quanto maior for esse desequilíbrio, mais sérias serão as
consequências às vítimas do evento. Normalmente as catástrofes exigem ajuda
externa. Os acidentes com múltiplas vítimas são aqueles que apresentam
desequilíbrio entre os recursos disponíveis e as necessidades, e que, apesar disso,
podem ser atendidos com eficiência desde que se adote a doutrina operacional
protocolada.
É fácil concluir que um acidente pode ser uma catástrofe ou um evento normal,
dependendo da capacidade de resposta dos órgãos atuantes. As enchentes são as
principais causas de catástrofes naturais no mundo. Os afogamentos, hipotermia,
os traumas diversos por escombros são as principais causas de morte. Entre os

53
sobreviventes a minoria necessita de atendimento médico de urgência e são
ferimentos leves. O grande problema são as doenças infectocontagiosas, que
necessitam de cuidados de saúde pública. Nos casos de terremotos, o número de
vítimas pode ser enorme, com quebra de toda a estrutura da comunidade, a ajuda
muitas vezes é demorada, há um número grande de vítimas com lesões por
esmagamento, presas em escombros que necessitam de atendimento pré-hospitalar
e hospitalar de urgência.
As catástrofes provocadas pelo homem são os acidentes com trens, explosões,
incêndios, acidentes com materiais tóxicos ou radioativos, guerras, entre outros.
No nosso país, onde temos como principais catástrofes naturais às enchentes,
normalmente não se faz necessário o atendimento pré-hospitalar devido aos danos
serem basicamente materiais, os serviços de atendimento pré-hospitalares atuam, na
grande maioria das vezes, em catástrofes provocadas pelo homem e acidentes com
múltiplas vítimas. Como parâmetro de magnitude, consideramos acidente com
múltiplas vítimas aqueles eventos súbitos com mais de 5 (cinco) vítimas graves.

54
9 ACIDENTES COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS

Fonte: www.corneliodigital.com

O atendimento a acidentes com múltiplas vítimas é um desafio no qual os


serviços de atendimentos pré-hospitalares e os hospitais se deparam com freqüência.
Diariamente temos em nosso país acidentes dos mais variados tipos com número de
vítimas superiores a cinco.
Diante dessas situações ocorre uma incapacidade dos serviços de lidarem com
esse problema, havendo, desta forma, necessidade de se estar preparado e treinado
para atender esses acidentes.
O conceito do melhor esforço, ou seja, o melhor atendimento para a vítima mais
grave deve dar lugar ao conceito de o melhor atendimento para o maior número
possível de vítimas, no momento que elas mais precisam e no menor tempo possível.
Assim princípios básicos no atendimento dessas situações são fundamentais:
triagem, tratamento e transporte.
Para que estes três princípios básicos sejam plenamente atendidos é
necessário que haja comando, comunicação e controle, que são pontos capitais,
indispensáveis para o sucesso do atendimento. É preciso que haja um comandante
da área no local, junto a um Posto de Comando, identificável por todos e que todos
obedeçam a suas ordens e orientações; um coordenador médico para chefiar as

55
atividades médicas locais e um coordenador operacional (Oficial de Socorro) para
as atividades de salvamento, todos trabalhando conjuntamente.
É necessário que haja comunicação entre as equipes de atendimento, bem
como comunicação com a central de operações. Tal comunicação não deve interferir
na rede de comunicações da unidade, para evitar congestionamento. Congelar a área
mediante o controle total do local do acidente é o primeiro objetivo do comandante
da área. Este objetivo visa limitar a extensão do acidente, organizar ações e medidas
efetivas de segurança proteção e atendimento pré-hospitalar a todas as vítimas
envolvidas, no menor tempo possível.
A função de comando tem por objetivo evitar três grandes transtornos:
● Ocorrência de novos acidentes;
● Tratamento e transporte inadequado das vítimas aos hospitais;
● Que o caos local seja transferido ao hospital mais próximo.
Para exemplificar podemos citar um acidente com ônibus na BR-116, próximo
à Curitiba: 140 passageiros; 36 mortos no local e mais de 50 feridos. Um só hospital
recebeu 40 vítimas de uma só vez, enquanto outros dois receberam 12 e 08 vítimas
respectivamente.

10 TRIAGEM

Fonte: www.hemoter.com.br

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A doutrina do atendimento a acidentes com múltiplas vítimas (AMUV), diante
do desequilíbrio momentâneo dos recursos disponíveis em relação ao grande número
de vítimas, preconiza: empregar todos os esforços para o maior número de
vítimas.
Assim sendo, no atendimento a múltiplas vítimas, triagem significa atendê-las,
classificando-as em graus de prioridades para que resulte no salvamento do maior
número de vítimas, empregando o critério do melhor atendimento para o maior
número de vítimas.
A triagem consiste numa avaliação rápida das condições clinicas das vítimas
para estabelecer prioridades de tratamento médico. É uma tática que determina
prioridades de ação que, quando bem utilizada, determina sucesso na diminuição da
mortalidade e morbidade das vítimas de acidentes coletivos.
Cabe à primeira guarnição que chega ao local do acidente, procurar congelar a
área e iniciar a triagem preliminar, enquanto solicita apoio, visando salvar o maior
número de vítimas de óbito iminente. A triagem é dinâmica e repetida, pois as vítimas
podem evoluir para melhor ou pior estado de saúde. A triagem consiste de ações
simples e rápidas, gastando no máximo de 60 a 90 segundos por vítima.

Fonte: www.einstein.br

Com a chegada do médico do SIATE ao local, o profissional socorrista ou


bombeiro repassa todo o histórico do atendimento a ele, que assumirá a coordenação
médica da situação, dando continuidade à triagem e organização das demais ações
de natureza médica no local do sinistro, simultaneamente o Comandante da Área
57
desenvolverá as atividades gerenciais e o Coordenador Operacional desenvolverá as
atividades de salvamento.
A tática de triagem deve ser utilizada quando os recursos de pessoal e de
material forem insuficientes frente a um acidente que envolve várias vítimas. Por
exemplo, num acidente com ônibus, com várias vítimas, onde os recursos
imediatamente disponíveis são insuficientes, a triagem é necessária. Diferentemente,
num desabamento de prédio, onde há varias vítimas presas nos escombros, o resgate
é lento e cada vítima pode receber atendimento médico pleno e ser transportada
adequadamente ao hospital, não sendo necessário procedimento urgente de triagem.

Fonte: www.clicprovida.com.br

A tática de triagem adotada pelo SIATE, obedece à técnica denominado


START (simples triagem e rápido tratamento) por ser um método simples, que se
baseia na avaliação da respiração, circulação e nível de consciência, dividindo as
vítimas em quatro prioridades e utiliza cartões coloridos para definir cada uma das
prioridades. A Prioridade de Atendimento às Vítimas obedece a seguinte ordem:

58
Fonte: pt.slideshare.net/

10.1 Cartão Vermelho

Vítimas que apresentam risco imediato de vida; apresentam respiração


somente após manobras de abertura de vias aéreas ou a respiração está maior que
30 movimentos respiratórios por minuto; necessitam de algum tratamento médico
antes de um transporte rápido ao hospital; necessitam ser transportadas rapidamente
ao hospital para cirurgia.

10.2 Cartão Amarelo

Vítimas que não apresentam risco de vida imediato; necessitam de algum tipo
de tratamento no local enquanto aguardam transporte ao hospital.

10.3 Cartão Verde

Vítimas com capacidade para andar; não necessitam de tratamento médico ou


transporte imediato, possuem lesões sem risco de vida.

10.4 Prioridade Preto

Vítimas em óbito ou que não tenham chance de sobreviver; não respiram,


mesmo após manobras simples de abertura da via aérea.

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11 DETALHAMENTO DAS ÁREAS DE PRIORIDADE

Na área destinada às vítimas com Cartão Vermelho vão todos os pacientes


com risco de vida imediato e que terão uma evolução favorável se os cuidados
médicos forem iniciados imediatamente. Aqui também irão os pacientes que
necessitam de um transporte rápido até o hospital para serem estabilizados no centro
cirúrgico.
São os pacientes com:
● Choque; Amputações.
● Lesões arteriais;
● Hemorragia Severa;
● Lesões por inalação;
● Queimaduras em face;
● Lesão de face e olhos;
● Lesões intra-abdominais;
● Insuficiência Respiratória;
● Pneumotórax Hipertensivo
● Lesões extensas de partes moles;
● Queimaduras de 2º grau maior que 20% a 40%,ou de 3º grau maior que 10
a 30%;

Fonte: images.slideplayer.com.br

60
Na área destinada às vítimas com Cartão Amarelo vão aquelas vítimas que
necessitam de algum atendimento médico no local e posterior transporte hospitalar,
porém que não possuem risco de vida imediato.
São os pacientes com:
● Fraturas;
● TCE leve, moderado;
● Queimaduras menores;
● Traumatismos abdominais e torácicos;
● Ferimentos com sangramento que necessitam suturas.
Na área destinada às vítimas com Cartão Verde vão as vítimas que
apresentam pequenas lesões, geralmente estão sentadas ou andando, sem risco de
vida e que podem ser avaliadas ambulatorialmente. São os pacientes que causam
mais problemas na cena do acidente, geralmente estão com dor e em estado de
choque e tendem a ser pouco cooperativos. Não entendem o fato de estarem
agrupados numa certa área recebendo cuidados mínimos. É extremamente
importante um apoio psicológico para manter essas vítimas nessas áreas, pois do
contrário elas tendem a deixar o local, indo sobrecarregar o hospital mais próximo.

Fonte: jornalcomarca.com.br

São os pacientes com:


● contusões;
● hematomas;

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● escoriações;
● pequenos ferimentos.
Na área destinada às vítimas com Cartão Preto vão as vítimas em óbito.
Naquelas situações em que há um desequilíbrio entre os recursos médicos e o número
de vítimas, todos os pacientes com traumatismos severos, com poucas chances de
sobrevida, também vão para essa área de prioridade.
São os pacientes:
● em óbito;
● múltiplos traumas graves;
● queimaduras de 2 e 3 grau extensas.

12 TÉCNICA START

Fonte: thumbs.dreamstime.com/

Nesta técnica, como acima descrito, cabe à primeira guarnição que chega ao
local do acidente, procurar congelar a área e iniciar a triagem preliminar, enquanto
solicita apoio, visando salvar o maior número de vítimas de óbito iminente. Assim os
socorristas deverão realizara a triagem observando a RESPIRAÇÃO, PERFUSÃO e
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA.

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12.1 Respiração

Avaliar a freqüência respiratória e a qualidade da respiração das vítimas. Se a


vítima não respira, checar presença de corpos estranhos causando obstrução da via
aérea.
Remova dentadura e dentes soltos. Alinhe a cabeça cuidando da coluna
cervical. Se após esse procedimento não iniciar esforços respiratórios, cartão PRETO.
Se iniciar respiração, cartão VERMELHO. Se a vítima respira numa freqüência maior
do que 30 movimentos respiratórios por minuto, cartão VERMELHO. Vítimas com
menos de 30 movimentos respiratórios por minuto não são classificadas nesse
momento, deve-se avaliar a perfusão.

12.2 Perfusão

O enchimento capilar é o melhor método para se avaliar a perfusão. Pressione


o leito ungueal ou os lábios e solte. A cor deve retornar dentro de 2 segundos. Se
demorar mais de 2 segundos, é um sinal de perfusão inadequada, cartão
VERMELHO.
Se a cor retornar dentro de 2 segundos a vítima não é classificada até que se
avalie o nível de consciência.

12.3 Nível de Consciência

É utilizado para as vítimas que estejam com a respiração e perfusão


adequadas. O socorrista solicita comandos simples do tipo “Feche os olhos”; “Aperte
minha mão”; “Ponha a língua para fora”. Se a vítima não obedece a esses comandos,
cartão VERMELHO. Se a vítima obedece a esses comandos, cartão AMARELO.

63
BIBLOGRAFIA

BRASIL Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no 824, de 24 de


junho de 1999. Aprova o texto de Normatização de Atendimento Pré-Hospitalar.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no 1863, de 29 de
Setembro de 2003. Institui a Política Nacional de Atenção às Urgências, a ser
implantada em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das
três esferas de gestão.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no 1864, de 29 de
Setembro de 2003. Institui o componente pré-hospitalar móvel da Política
Nacional de Atenção às Urgências, por intermédio da implantação de Serviços
de Atendimento Móvel de Urgências em municípios e regiões de todo o território
brasileiro: SAMU – 192.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no 2048, de 05 de
Novembro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de
Urgência e Emergência.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no 2072, de 30 de
Outubro de 2003. Institui o Comitê Gestor Nacional de Atenção às Urgências.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no 2657, de 16 de
Dezembro de 2004. Estabelece as atribuições das centrais de regulação médica
de urgências e o dimensionamento técnico para a estruturação e
operacionalização das Centrais SAMU-192.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no 2923, de 09 de
Junho de 1998. Institui o Programa de Apoio à Implantação dos Sistemas
Estaduais de Referência Hospitalar para atendimento de Urgência e Emergência.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no 2925, de 09 de
Junho de 1998. Cria mecanismos para a Implantação dos Sistemas Estaduais de
Referência Hospitalar em Atendimento de Urgências e Emergências.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no 479, de 15 de
abril de 1999. Cria mecanismos para a implantação dos Sistemas Estaduais de
Referência Hospitalar de Atendimento de Urgências e Emergências e estabelece
critérios para classificação e inclusão dos hospitais no referido sistema.
64
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no 95, de 26 de
janeiro de 2001. Aprova, em seu Anexo I, a Norma Operacional da Assistência à
Saúde NOAS-SUS 01/2001 que amplia as responsabilidades dos municípios na
Atenção Básica; define o processo de regionalização da assistência; cria
mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único
de Saúde e procede à atualização dos critérios de habilitação de estados e
municípios.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portal da Saúde: www.saude.gov.br. Cadernos
da Política Nacional de Humanização – PNH.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Portaria no
356, de 22 de Setembro de 2000. Estabelece, em seu Anexo I, os recursos
financeiros destinados à Implementação do Componente II do Programa de
Humanização do Pré-Natal e Nascimento e, em seu Anexo II, estabelece o
conceito geral, os princípios básicos, diretrizes e competências das Centrais de
Regulação Obstétrica e Neonatal a serem implantadas, nos seus respectivos
âmbitos de atuação estadual, regional e municipal.
BRASIL. Senado federal. Constituição da República Federativa do Brasil,
de 05 de Outubro de 1988. Seção II – da Saúde, Artigos 196, 197, 198, 199, 200.
BRASIL. Senado federal. Lei 8080, de 19 de Setembro de 1990. Dispões
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências.
BRASIL. Senado federal. Lei 8142, de 18 de Dezembro de 1990. Dispões
sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras
providências.
CAMPOS, G.W.S. A reforma da Reforma: repensando a saúde. São Paulo:
Hucitec, 1992.
COHN, A. A saúde como direito e como serviço. São Paulo: Cortez, 1991.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM no 1246, de 8 de
Janeiro de 1988. Código de Ética Médica.

65
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM no 1451, de 10 de
março de 1995. Define os conceitos de urgência e emergência e equipe médica
e equipamentos para os pronto socorros.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM no 1529, de 28 de
Agosto de 1998. Normatiza a atenção médica na área da urgência e emergência
na fase de atendimento pré-hospitalar – Revogada.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM no 1671, de 29 de
Julho de 2003. Dispõe sobre a regulação do atendimento pré-hospitalar e dá
outras providências.
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SANTA CATARINA.
Resolução CREMESC no 027 de 13 de março de 1997. Regulamenta o transporte
de pacientes em ambulâncias e outros veículos.
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SANTA CATARINA.
Resolução CREMESC no 028 de 13 de março de 1997. Regulamenta o
atendimento pré-hospitalar.
COSTA, N.R. Lutas urbanas e Controle Sanitário - Origem das Políticas de
Saúde no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1986.
DE LA TORRE, M. C. Plano microrregional de atenção integral às
Urgências de Marília – SP, 2003
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MARTINEZ-ALMOYNA, M. & NITSCHKE, C.A.S. (Org.). Regulação médica
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MARTINEZ-ALMOYNA, M. & NITSCHKE, C.A.S. (Org.). Regulação Médica de
Urgências e de transferências Inter-Hospitalares de Pacientes Graves.
Cooperação Brasil-França. 2000 - 2ª Edição.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Regulação Médica de Urgências. Em
fase de publicação. Outubro de 2005
PARANÁ. Secretaria do Estado da Saúde. Regulação Médica de Urgência.
Curitiba, 2004. [manual]
POSSAS, C. Epidemiologia e Sociedade. São Paulo: Hucitec, 1989.

66
RBCE. Rede Brasileira de Cooperação em Emergências. Curso de Regulação
Médica de Urgências. In: IV Congresso Internacional da RBCE: Bases para uma
Política Nacional de Atenção às Urgências. Goiânia, 2000. [mimeo]

67

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