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Plano de Cuidados Gerais para o Cliente Cirúrgico

Este plano de cuidados (Nível I) apresenta diagnósticos de enfermagem e problemas


colaborativos normalmente aplicáveis a clientes (e pessoas significativas) que experimentam
todos os tipos de cirurgia. Os diagnósticos de enfermagem e os problemas colaborativos
específicos a um procedimento cirúrgico são apresentados no plano de cuidados (Nível II)
daquele procedimento.

Cronologia
Períodos pré e pós-operatório
GRUPO DE DIAGNÓSTICOS
Pré-operatório

Diagnóstico de enfermagem

Ansiedade/Medo relacionado a experiência cirúrgica, perda de controle, resultado imprevisível e


conhecimento insuficiente sobre rotinas pré-operatórias, exercícios e atividades pós-operatórios,
modificações e sensações pós-operatórias

Pós-operatório

Problemas colaborativos

CP: Hemorragia
CP: Hipovolemia/Choque
CP: Evisceração/Deiscência
CP: Íleo paralítico
CP: Infecção (peritonite, incisão)
CP: Retenção urinária
CP: Tromboflebite

Diagnósticos de enfermagem

Risco de Padrão Respiratório Ineficaz relacionado à imobilidade secundária ao estado e dor


pós-anestésicos

Risco de Infecção relacionado ao local de invasão do organismo secundário à cirurgia

Dor Aguda relacionada a ruptura cirúrgica das estruturas do organismo, flatos e imobilidade

Risco de Nutrição Desequilibrada: Menos do que as Necessidades Corporais relacionado a


aumento das exigências de proteínas e vitaminas para a cicatrização de feridas e ingestão
diminuída secundárias a dor, náusea, vômito e restrições alimentares

CARPENITO, L. J. Planos de cuidados de enfermagem e documentação: diagnósticos de enfermagem e problemas


colaborativos. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
Risco de Constipação relacionado a peristaltismo diminuído secundário a imobilidade, efeitos da
anestesia e narcóticos

Intolerância a Atividade relacionada a dor e fraqueza secundárias a anestesia, hipoxia tissular e


ingestão insuficiente de líquidos e nutrientes

Risco de Controle Ineficaz do Regime Terapêutico relacionado a conhecimento insuficiente


sobre cuidados do local da cirurgia, restrições (dieta, atividade), medicamentos, sinais e sintomas
de complicações e seguimento dos cuidados

Critérios para a alta


Antes da alta, o cliente e/ou a família:
1. Relatará todas as restrições das atividades em casa.
2. Descreverá o controle da ferida e da dor em casa.
3. Discutirá as exigências de líquidos e nutrientes para a cicatrização adequada da ferida.
4. Listará os sinais e sintomas que devem ser comunicados a um profissional da saúde.
5. Descreverá a continuidade dos cuidados necessários.

Pré-operatório: diagnóstico de enfermagem

Ansiedade/Medo relacionado a experiência cirúrgica, perda de controle, resultado


imprevisível e conhecimento insuficiente sobre rotinas pré-operatórias, exercícios e
atividades pós-operatórios, modificações e sensações pós-operatórias

NOC Autocontrole da ansiedade, Enfrentamento, Autocontrole do comportamento


impulsivo

Meta
O cliente comunicará sentimentos a respeito da experiência cirúrgica, incluindo as limitações e
as restrições, e discutirá qualquer dispositivo médico terapêutico (p. ex., aparelhos, muletas,
gesso, etc.) que se aplicarão após a cirurgia.
Indicadores
 Verbaliza, se solicitado, o que esperar quanto a rotinas, ambiente e sensações.
 Demonstra exercícios, uso da tala e terapia respiratória no pós-operatório.

NIC Redução da ansiedade, Treinamento para controle de impulsos, Orientação


antecipada

CARPENITO, L. J. Planos de cuidados de enfermagem e documentação: diagnósticos de enfermagem e problemas


colaborativos. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
Intervenções Justificativas

1. Propiciar confiança e conforto: 1. O oferecimento de apoio emocional e


permanecer com o cliente, encorajá-lo a partilhar encorajamento no sentido de compartilhar os
sentimentos e preocupações, escutar com sentimentos possibilita o esclarecimento de seus
atenção e transmitir sentimento de empatia e medos e dá oportunidade ao enfermeiro de
compreensão. oferecer feedback realista e confiança renovada.

2. Corrigir concepções erradas e 2. Fatores contribuintes da ansiedade,


informações inexatas que o cliente tenha a passíveis de modificação, incluem informações
respeito do procedimento. Fornecer literatura incompletas e imprecisas. Oferecer informações
escrita, quando possível, que o cliente e a família corretas e corrigir conceitos equivocados pode
possam ler para referência futura e por prazer ajudar a eliminar medos e a reduzir a ansiedade.
(Black, J., 2005)

3. Determinar se o cliente quer apoio 3. Muitos clientes precisam de apoio


espiritual (como visita de capelão ou outro líder espiritual para enfrentar seus medos e
espiritual, artigo ou ritual religioso). ansiedades.
Providenciar tal apoio, se necessário.

4. Permitir e incentivar que familiares e 4. O apoio efetivo de familiares, de outros


pessoas significativas compartilhem medos e parentes e de amigos pode ajudar o cliente a
preocupações. Solicitar seu apoio ao cliente, mas enfrentar a cirurgia e a recuperação.
apenas se for importante e produtivo.

5. Avisar o médico se o cliente mostrar 5. O aviso imediato possibilita a


ansiedade grave ou em nível de pânico. investigação rápida e uma possível intervenção
farmacológica.

6. Comunicar ao médico se o cliente 6. O médico é responsável por explicar a


precisar de qualquer outra explicação sobre o cirurgia ao cliente e à família; o enfermeiro tem
procedimento; antes, o médico deve explicar o como responsabilidade determinar o nível de
seguinte: compreensão das pessoas e, depois, notificar o
a. Natureza da cirurgia médico quanto à necessidade de oferecer mais
b. Razão e resultado esperado da cirurgia informações, se necessário.
c. Todos os riscos envolvidos
d. Tipo de anestesia a ser usado
e. Tempo esperado para a recuperação e
todas as restrições e instruções para o
pós-operatório.

7. Envolver os familiares ou pessoas 7. Familiares ou pessoas significativas


significativas na orientação ao cliente sempre informados podem agir como “instrutores” no
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que possível. sentido de lembrar ao cliente as orientações e as
restrições pós-operatórias.

8. Oferecer orientação (na cabeceira da 8. O ensino pré-operatório dá informações


cama ou em grupo) sobre informações gerais ao cliente, o que pode ser útil na redução da
pertinentes à necessidade de participação ativa, ansiedade e do medo associados ao
rotinas pré-operatórias, ambiente, corpo desconhecido, além de reforçar a sua sensação
funcional e exercícios pós-operatórios. de controle sobre a situação.

9. Apresentar informações ou reforçar a 9. A estimulação simultânea de múltiplos


aprendizagem usando materiais escritos (p. ex., sentidos aumenta o processo de aprendizagem.
livros, panfletos, folhas de instrução) ou recursos Materiais escritos podem ser conservados e
audiovisuais (como vídeos, slides e cartazes). usados como referência após a alta. Esses
materiais podem ser especialmente úteis a
cuidadores que não participaram das sessões de
orientação ao cliente.

10. Explicar a importância e a finalidade de 10. Essas informações podem ajudar o


todos os procedimentos pré-operatórios: cliente a aliviar a ansiedade e o medo associados
à falta de conhecimento sobre atividades e
rotinas necessárias no pré-operatório.
a. Enemas a. Os enemas e/ou laxantes são prescritos,
às vezes, para esvaziar o intestino de material
fecal, o que pode reduzir riscos de obstrução
intestinal pós-operatória conforme o
peristaltismo recomeça.
b. Nada por via oral (NPO) b. A eliminação de líquidos orais no
pré-operatório reduz o risco de aspiração no
pós-operatório.
c. Sedativos pré-operatórios c. Os sedativos no pré-operatório reduzem a
ansiedade e promovem o relaxamento, que
aumenta a eficácia da anestesia e reduz as
secreções decorrentes da intubação.
d. Exames laboratoriais d. Exames e estudos estabelecem os valores
que servem de base e ajudam a detectar todas as
anormalidades antes da cirurgia.

11. Discutir os procedimentos e as sensações 11. A compreensão do cliente a respeito dos


intraoperatórios esperados: procedimentos e das sensações esperadas pode
a. Aparência da sala de cirurgia e do ajudar a amenizar os medos.
equipamento

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b. Presença da equipe cirúrgica
c. Administração da anestesia
d. Aspecto da sala de recuperação
pós-anestésica
e. Recuperação da anestesia

12. Explicar todas as rotinas e sensações 12. A explicação do que o cliente


esperadas no pós-operatório: pode esperar, do motivo para os procedimentos e
das razões da ocorrência de determinadas
sensações, pode ajudar a reduzir os medos
associados ao desconhecido e ao inesperado.
a. Administração de líquido via parenteral a. Os líquidos parenterais repõem aqueles
perdidos em decorrência do estado de NPO e das
perdas de sangue.
b. Monitoramento de sinais vitais b. O monitoramento cuidadoso é necessário
para determinar o estado e rastrear quaisquer
alterações.
c. Verificações e trocas de curativos c. Até a cicatrização das bordas da ferida,
ela deve ser protegida de contaminações.
d. Inserção e cuidados com a sonda d. Uma sonda nasogástrica promove a
nasogástrica (SNG) drenagem e reduz a distensão e a tensão
abdominais sobre a sutura.
e. Inserção e cuidados com a sonda vesical e. Uma sonda de Foley drena a bexiga até a
de demora (Foley) volta do tono muscular quando a anestesia for
f. Outros dispositivos, como cateteres excretada.
endovenosos (EV), bombas de infusão e drenos
g. Sintomas incluindo náusea, vômito e dor g. Náusea e vômito são efeitos colaterais
comuns de medicamentos e anestésicos no
pré-operatório; outros fatores contribuintes
incluem certos tipos de cirurgia, obesidade,
desequilíbrio eletrolítico, mudanças rápidas de
posição e fatores psicológicos e ambientais.
h. Disponibilidade de analgésicos e h. A dor costuma ocorrer à medida que os
antieméticos, se necessários medicamentos perdem seu efeito.

13. Se aplicável, ensinar o cliente (mediante 13. A compreensão do cliente sobre as


demonstração de retorno para assegurar a medidas de cuidado no pós-operatório pode
compreensão e a capacidade) a fazer o seguinte: ajudar a diminuir a ansiedade associada ao
a. Virar-se, tossir e respirar profundamente. desconhecido e a promover o comprometimento.

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b. Apoiar o local da incisão ao tossir, Orientar-lhe as rotinas do pós-operatório, antes
pressionar a incisão com o travesseiro (Wagner, da cirurgia, garante que sua compreensão não
Johnson e Kidd, 2006). seja prejudicada no pós-operatório em
c. Mudar a posição na cama a cada 1 a 2 decorrência dos efeitos contínuos da sedação.
horas.
d. Sentar-se, sair da cama e deambular assim
que puder após a cirurgia (deve-se evitar sentar
por um longo período).

14. Explicar a importância de atividades 14. A atividade melhora a circulação e ajuda


progressivas no pós-operatório, incluindo a a evitar o acúmulo de secreções respiratórias. O
deambulação precoce e o autocuidado, assim que autocuidado promove a autoestima e pode ajudar
o cliente puder fazê-las. a melhorar recuperação.

15. Explicar políticas hospitalares 15. Fornecer essas informações aos


importantes aos familiares e às pessoas familiares e às pessoas significativas pode ajudar
significativas (como horários de visita, número a reduzir sua ansiedade e possibilitar que eles
de visitantes permitidos a cada vez, localização ofereçam melhor apoio ao cliente.
das salas de espera, forma como os médicos
entrarão em contato com eles após a cirurgia).

16. Avaliar as capacidades do cliente e da 16. Essa investigação identifica a


família para alcançar metas de aprendizagem necessidade de qualquer orientação e apoio
planejadas e preestabelecidas mutuamente. adicionais.

Documentação
Anotações de controle
Anotações de evolução
Interações incomuns
Registro de educação multidisciplinar do cliente
Orientação pré-operatória, pós-operatória e ensino do tratamento geral, plano de
cuidados/caminho crítico

Pós-operatório: problemas colaborativos

Complicação potencial: Hemorragia


Complicação potencial: Hipovolemia/Choque
Complicação potencial: Evisceração/Deiscência
Complicação potencial: Íleo paralítico
Complicação potencial: Infecção (peritonite, incisão)
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Complicação potencial: Retenção urinária
Complicação potencial: Tromboflebite

Meta de enfermagem
O enfermeiro monitorará quanto a sinais e sintomas iniciais de (a) hemorragia; (b)
hipovolemia/choque; (c) evisceração/deiscência; (d) íleo paralítico; (e) infecção; (f) retenção
urinária e (g) tromboflebite e intervirá, como colaborador, para estabilizar o cliente.
Indicadores
 Calmo, alerta, orientado (a, b)
 Respirações 16 a 20 movimentos por minuto (a, b)
 Respirações relaxadas e rítmicas (a, b)
 Som respiratório presente em todos os lobos (a, b)
 Ausência de estertores ou sibilos (a, b)
 Pulso 60 a 100 batimentos por minuto (a, b)
 Pressão arterial >90/60, <140/90 mmHg (a, b)
 Enchimento capilar <3 segundos (a, b)
 Pulsos periféricos totais, iguais (a, b)
 Pele quente e seca (a, b)
 Temperatura de 36,5 a 37,4 oC (a, b, e)
 Eliminação urinária >30 mL/hora (a, b)
 Cor da pele normal (a, b)
 Ferida cirúrgica intacta (c, e)
 Mínima secreção serossanguinolenta (c)
 Ruídos intestinais presentes (b, d)
 Ausência de vômito ou náusea (b, d)
 Sem distensão abdominal (b, d)
 Sensibilidade abdominal reduzida (c, e)
 Sensibilidade da ferida diminuída (c, e)
 Ausência de distensão da bexiga (f)
 Sem dificuldades para urinar (f)
 Sinal de Homans negativo (ausência de dor na dorsiflexão do pé) (g)
 Ausência de sensibilidade, calor, edema na panturrilha (g)
 Leucograma 4.000 a 10.000 mm3 (e)
 Hemoglobina (a)
o Homens: 14 a 18 g/dL
o Mulheres: 12 a 16 g/dL
 Hematócrito (a)
o Homens: 42 a 52%
o Mulheres: 37 a 47%
 Saturação de oxigênio (SaO2) >94% (a, b)

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Intervenções Justificativas

1. Monitorar quanto a sinais e sintomas de 1. A reação compensatória ao volume


hemorragia/choque e comunicar imediatamente circulatório diminuído busca aumentar o
as mudanças ao cirurgião: oxigênio do sangue pelo aumento das
a. Frequência do pulso aumentada com frequências cardíaca e respiratória e pela
pressão sanguínea normal ou ligeiramente diminuição da circulação periférica (manifestada
diminuída por pulsos periféricos diminuídos e pele fria). A
b. Eliminação urinária <30 mL/hora redução do oxigênio para o cérebro resulta em
c. Inquietação, agitação, estado mental estado mental alterado.
diminuído
d. Aumento do enchimento capilar > 3
segundos
e. Saturação de oxigênio diminuída <94%
(oximetria de pulso)
f. Frequência respiratória aumentada
g. Pulsos periféricos diminuídos
h. Pele fria, pálida ou cianótica
i. Sede

2. Monitorar o estado hídrico; avaliar: 2. Perdas de líquidos durante a cirurgia e


a. Ingestão (parenteral e oral) em consequência do estado NPO podem alterar o
b. Eliminação e outras perdas (urina, equilíbrio hídrico em clientes de alto risco. O
drenagem e vômitos). estresse pode ocasionar retenção de sódio e de
água.

3. Ensinar o cliente a apoiar a ferida 3. O apoio reduz a tensão sobre a sutura,


cirúrgica com um travesseiro ao tossir, espirrar igualando a pressão em toda a ferida.
ou vomitar.

4. Monitorar o local da cirurgia quanto a 4. O monitoramento cuidadoso


sangramento, deiscência e evisceração. possibilita a detecção precoce de complicações.

5. Ocorrendo deiscência ou evisceração, 5. Intervenções rápidas podem reduzir a


contatar imediatamente o cirurgião e fazer o gravidade das complicações.
seguinte:
a. Colocar o cliente na posição de Fowler a. A posição de Fowler baixa usa a
baixa. gravidade para minimizar mais protrusão de
tecido.
b. Orientar o cliente a ficar deitado e b. Deitar-se imóvel também minimiza a
imóvel. protrusão dos tecidos.
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c. Cobrir as vísceras em protrusão com c. Um curativo úmido e esterilizado ajuda a
curativo úmido esterilizado. manter a viabilidade tissular.

6. Não iniciar líquidos até que estejam 6,7. A manipulação intraoperatória de órgãos
presentes os ruídos intestinais; então, começar abdominais e os efeitos depressivos dos
com quantidades pequenas. Monitorar a reação narcóticos e anestésicos sobre o peristaltismo
do cliente na reintrodução de líquidos e podem ocasionar íleo paralítico, normalmente
alimentos e observar a natureza e a quantidade entre o terceiro e o quinto dia pós-operatório. A
de qualquer vômito. dor costuma ser localizada, aguda e intermitente.

7. Monitorar quanto a sinais de íleo


paralítico:
a. Ruídos intestinais ausentes
b. Náusea, vômito
c. Distensão abdominal

8. Monitorar quanto a sinais e sintomas de 8. Microrganismos podem ser introduzidos


infecção/sepse (consultar também o diagnóstico no organismo durante a cirurgia ou pela incisão.
de enfermagem Alto Risco de Infecção): Os patógenos em circulação desencadeiam os
a. Aumento de temperatura mecanismos de defesa do organismo: leucócitos
b. Calafrios são liberados para destruir alguns patógenos, e o
c. Mal-estar hipotálamo eleva a temperatura do corpo para
d. Leucograma aumentado matar outros patógenos. Hiperemia,
e. Sensibilidade abdominal aumentada sensibilidade e edema na ferida resultam de
f. Sensibilidade, hiperemia ou edema na migração de linfócitos para a área.
ferida
g. Hipotensão
h. Taquicardia
i. Nível de consciência diminuído
(dependendo da idade do cliente e da gravidade
da sepse)

9. Monitorar quanto a sinais de retenção 9. A anestesia produz relaxamento muscular


urinária: que afeta a bexiga. Ao retornar o tono muscular,
a. Distensão da bexiga e dor associada sem os espasmos do esfincter da bexiga evitam o
alívio (Wagner, Johnson e Kidd, 2006) fluxo excessivo de urina, ocasionando distensão
b. Fluxo excessivo de urina (30 a 60 mL ou da bexiga. Quando a retenção urinária aumenta a
urina cada 15 a 30 minutos) pressão intravesical, o esfincter libera urina, e o
controle do fluxo é novamente obtido.

10. Orientar o cliente a comunicar 10. O desconforto da bexiga e a dificuldade


desconforto da bexiga ou incapacidade para para urinar podem ser sinais iniciais de retenção

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colaborativos. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
urinar. urinária.

11. Se o cliente não urinar em 8 a 10 horas 11. Essas medidas podem ajudar a promover
após a cirurgia ou queixar-se de desconforto da o relaxamento do esfincter urinário, facilitando a
bexiga, fazer o seguinte: eliminação de urina.
a. Aquecer uma comadre.
b. Encorajá-lo a sair da cama para usar o
banheiro, se possível.
c. Orientar o cliente do sexo masculino a, se
possível, ficar em pé ao urinar.
d. Abrir a torneira da pia enquanto ele
tentar urinar.
e. Derramar água morna sobre o períneo do
cliente.

12. Se o cliente ainda não conseguir urinar, 12. A sondagem de alívio é preferível à
seguir os protocolos de sondagem de alívio, sondagem de demora porque acarreta menos
conforme prescritos. risco de infecção do trato urinário por patógenos
ascendentes.

13. Monitorar quanto a sinais e sintomas de 13. Vasoconstrição por hipotermia reduz a
tromboflebite: circulação periférica. A anestesia e a imobilidade
a. Sinal de Homans positivo (dor na diminuem o tono vasomotor, resultando em
dorsiflexão do pé devido à circulação retorno venoso menor com acúmulo de sangue
insuficiente) periférico. Combinados, esses fatores aumentam
b. Sensibilidade, calor incomum ou o risco de tromboembolia venosa (TEV)
hiperemia na panturrilha (Ahonen, 2007). A cirurgia laparoscópica leva ao
c. Sinal de Lowenberg (dor na panturrilha pneumoperitônio e a posição de Trendelenburg
em resposta à pressão mais baixa do que a reversa causa acúmulo de sangue venoso nas
esperada inflando-se um dispositivo pernas. A distensão venosa resultante pode
compressivo) (Begelman, 2002) causar dano endotelial, promovendo também a
TEV (Ahonen, 2007).

14. Aplicar meias elásticas, conforme 14. Elas aplicam compressão igual,
prescrição. aumentam o retorno venoso e reduzem o
acúmulo de sangue.

15. Lembrar o cliente de movimentar e 15. Isso aumentará a circulação.


flexionar as pernas de hora em hora.

16. Incentivar o cliente a fazer exercícios 16. Essas medidas ajudam a aumentar o
com as pernas. Desestimular colocação de retorno venoso e a prevenir estase venosa.

CARPENITO, L. J. Planos de cuidados de enfermagem e documentação: diagnósticos de enfermagem e problemas


colaborativos. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
travesseiros sob os joelhos, uso de flexão de
joelhos, cruzamento das pernas e posição
sentada prolongada. Usar botas/meias de
compressão elástica, se apropriado.

Intervenções relacionadas com a prescrição médica


Medicamentos:
Pré-operatórios: Sedativos, analgésicos narcóticos, anticolinérgicos
Pós- operatórios: Analgésicos narcóticos, antieméticos
Terapia endovenosa: Reposição hidroeletrolítica
Exames laboratoriais: Contagem completa do sangue, análise de urina, perfil químico
(especialmente magnésio, potássio e cálcio)
Estudos diagnósticos: Raio X, eletrocardiograma, tomografia computadorizada, ultrassom
Terapias: Sondagem de demora, espirometria de incentivo, cuidado da ferida, dieta líquida
(evoluindo para normal) conforme a tolerância, situação pré-operatória de NPO, meia elástica,
oximetria de pulso

Documentação
Anotações de controle
Sinais vitais (pulsos, respirações, pressão arterial, temperatura)
Circulação (cor, pulsos periféricos)
Ingestão (oral, parenteral)
Eliminação (urinária, sondas, densidade específica)
Função intestinal (ruídos intestinais, evacuação, distensão)
Ferida (cor, drenagem)
Anotações de evolução
Queixas ou achados investigativos pouco comuns
Intervenções
Registro da orientação multidisciplinar do cliente
Orientação pós-operatória

Pós-operatório: diagnósticos de enfermagem

Risco de Função Respiratória Ineficaz relacionado à imobilidade secundária


a estado e dor pós-anestésicos

NOC Prevenção da aspiração, Estado respiratório

Meta
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colaborativos. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
O cliente evidenciará campos pulmonares limpos.
Indicadores
 Sons respiratórios presentes em todos os lobos
 Sons respiratórios claros em todos os lobos (sem sibilos ou congestão)
 Respirações rítmicas e relaxadas

NIC Controle de vias aéreas, Estimulação à tosse, Monitoração respiratória,


Posicionamento

Intervenções Justificativas

1. Auscultar as áreas pulmonares quanto a 1. A presença de estertores indica retenção


sons respiratórios diminuídos e anormais. de secreções. Diminuição dos sons respiratórios
pode indicar atelectasia.

2. Realizar medidas de prevenção de 2. No período pós-operatório, o sensório


aspiração. Posicionar o cliente de lado, com diminuído e a hipoventilação contribuem para
travesseiros apoiando as costas e com os joelhos maior risco de aspiração.
levemente flexionados.

3. Reforçar a orientação pré-operatória do 3. A dor pós-operatória pode desencorajar a


cliente sobre importância das mudanças de adesão; o reforço da importância dessas medidas
decúbito, das tossidas e da respiração profunda, pode melhorar a adesão.
além de exercícios para as pernas a cada 1 a 2
horas.

4. Promover o seguinte assim que o cliente 4. Exercícios e movimento promovem


voltar à unidade: expansão pulmonar e mobilização de secreções.
a. Respirações profundas Espirometria de incentivo promove a respiração
b. Tosse (exceto se contraindicada) profunda, oferecendo indicação visual da
c. Mudanças de decúbito frequentes eficácia do esforço respiratório. A tosse ajuda a
d. Deambulação precoce deslocar tampões de muco, sendo contraindicada
e. Espirometria de incentivo de hora em em clientes com lesão craniana, cirurgia de olhos
hora (10 respirações cada vez, ou como ou cirurgia plástica porque aumenta as pressões
prescrito) (Wagner, Johnson e Kidd, 2006). intracraniana e intraocular e a tensão sobre
tecidos delicados (cirurgia plástica).

5. Estimular a ingestão adequada de 5. Hidratação adequada liquefaz as


líquidos orais, conforme indicada. secreções, o que possibilita uma expectoração
mais fácil e evita a estase de secreções, que
constitui um meio para a proliferação de

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colaborativos. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
microrganismos. Também ajuda a reduzir a
viscosidade do sangue, diminuindo o risco de
formação de coágulos.

Documentação
Anotações de controle
Temperatura
Frequência e ritmo respiratórios
Sons respiratórios
Tratamentos respiratórios e resposta do cliente
Anotações de evolução
Resposta insatisfatória aos tratamentos respiratórios
Registro da orientação multidisciplinar do cliente

Risco de Infecção relacionado ao local de invasão do organismo secundário à


cirurgia

NOC Cicatrização de feridas: primeira intenção, Estado imunológico

Meta
O cliente demonstrará cicatrização da ferida.
Indicadores
 Ausência de drenagem anormal
 Bordas da ferida intactas e aproximadas

NIC Controle de infecção, Cuidados com lesões, Cuidados com o local de incisão,
Educação em saúde

Intervenções Justificativas

1. Monitorar quanto a sinais e sintomas de 1. O tecido reage à infiltração de patógenos


infecção da ferida: com aumento do fluxo de sangue e linfa
a. Edema e hiperemia aumentados (manifestado por edema, hiperemia e drenagem
b. Separação da ferida aumentada) e por epitelização diminuída
c. Drenagem aumentada ou purulenta (marcada por separação da ferida). Os patógenos
d. Temperatura subnormal prolongada ou circulantes levam o hipotálamo a elevar a
significativamente aumentada temperatura corporal; alguns patógenos não
conseguem sobreviver a temperaturas mais
elevadas.

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2. Monitorar a cicatrização da ferida, 2. Uma ferida cirúrgica com bordas
observando: aproximadas por suturas costuma cicatrizar por
a. Evidências de bordas intactas e primeira intenção. O tecido de granulação não é
aproximadas (primeira intenção) visível, e a formação de cicatriz é mínima.
b. Evidências de tecido de granulação Diferentemente, uma ferida cirúrgica com dreno
(segunda e terceira intenção) ou abscesso cicatriza por segunda intenção ou
granulação e apresenta formação de cicatriz mais
distinta. Uma ferida reestruturada cicatriza por
terceira intenção e resulta em cicatriz mais
profunda e larga.

3. Orientar o cliente sobre os fatores que 3.


podem retardar a cicatrização da ferida:
a. Tecido da ferida desidratado a. Há estudos que relatam que a migração
epitelial fica impedida diante de crosta
ressecada; o movimento é três vezes mais rápido
em tecido hidratado.
b. Infecção da ferida b. O exsudado, em feridas infectadas,
prejudica a epitelização e o fechamento da
ferida.
c. Nutrição e hidratação inadequadas c. Para reparar o tecido, o organismo
precisa de maior ingestão de proteínas e
carboidratos e de hidratação adequada para o
transporte vascular de oxigênio e resíduos.
d. Suprimento de sangue comprometido d. Suprimento de sangue ao tecido
lesionado deve ser adequado para o transporte de
leucócitos e a remoção de resíduos.
e. Estresse aumentado ou atividade e. Maior estresse e atividade resultam em
excessiva níveis mais elevados de queloide, um inibidor da
mitose que deprime a regeneração epidérmica.

4. Adotar medidas para prevenir a infecção: 4. Essas medidas ajudam a evitar a entrada
a. Lavar as mãos antes e depois da troca de de microrganismos na ferida; também reduzem o
curativos. risco de transmissão de infecção a outras
b. Usar luvas até que a ferida esteja pessoas.
fechada.
c. Limpar totalmente a área ao redor das
sondas de drenagem.
d. Manter sondas afastadas da incisão.
e. Descartar soluções irrigadoras não usadas

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após 24 horas.
f. Se os drenos estiverem colocados,
garanta sua desobstrução e que estejam fixados
com segurança, para prevenir que sejam puxados
contra a incisão (Baird, Keen e Swearingen,
2005).

5. Explicar quando há indicação de curativo 5. Uma ferida que cicatriza por primeira
para feridas que cicatrizam por primeira e intenção requer curativo que proteja de
segunda intenção. contaminação até que os bordos se fechem
(normalmente em 24 horas). A cicatrização de
uma ferida por segunda intenção requer curativo
que mantenha hidratação adequada; não há
necessidade de curativo após o fechamento dos
bordos da ferida.

6. Minimizar irritação da pele por meio de: 6. Evitar a irritação da pele elimina fonte
a. Uso de bolsa coletora, se indicado potencial de entrada de microrganismos.
b. Troca frequente de curativos saturados

7. Proteger a ferida e a pele circundante 7. Proteger a pele pode ajudar a minimizar


contra drenagem, usando os seguintes métodos: escoriação por drenagem ácida. Uma barreira
a. Uso de bolsa coletora, se indicado semipermeável para a pele proporciona um
b. Aplicação de uma barreira para a pele ambiente úmido para a cicatrização e evita a
entrada de bactérias.

8. Orientar e ajudar o cliente a: 8. Em geral, uma ferida precisa de três


a. Apoiar o local da cirurgia ao semanas para a formação de cicatriz reforçada.
movimentar-se Tensão na sutura, antes disso, pode ocasionar
b. Comprimir a área ao tossir, espirrar, ruptura.
vomitar
c. Reduzir o acúmulo de flatos

9. Consultar um enfermeiro especialista em 9. O controle de ferida complexa ou de


ostomia ou clínica a respeito de medidas cicatrização prejudicada requer consulta a
específicas de cuidado com a pele. enfermeiro especialista.

Documentação
Anotações de evolução
Sinais e sintomas de infecção
Anotações de controle
Temperatura
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Aspecto da ferida e plano de controle da ferida (Black, 2005)

Dor Aguda relacionada a ruptura cirúrgica das estruturas do organismo,


flatos e imobilidade

NOC Estado de conforto, Controle da dor

Meta
O cliente comunicará redução progressiva da dor e aumento na atividade.
Indicadores
 Relata os fatores que aumentam a dor.
 Comunica intervenções eficazes.

NIC Controle da dor, Controle de medicamentos, Apoio emocional, Ensino: indivíduo,


Aplicação de frio/calor, Massagem

Intervenções Justificativas

1. Colaborar com o cliente para determinar 1. O cliente com dor pode experimentar
intervenções eficazes no alívio da dor. perda de controle sobre o corpo e a vida. A
colaboração pode ajudar a minimizar esse
sentimento.

2. Expressar sua aceitação da dor do cliente. 2. O cliente que sente a necessidade de


Reconhecer a presença da dor, escutar convencer os profissionais da saúde de que está
ativamente as queixas do cliente e transmitir que realmente com dor pode apresentar aumento da
você está investigando a dor porque deseja ansiedade, o que pode levar ao aumento da dor.
compreendê-la melhor, não porque está tentando
determinar se ela realmente existe.

3. Reduzir o medo do cliente e esclarecer 3. O cliente preparado para um


informações equivocadas por meio de: procedimento dolorido, mediante explicação
a. Orientação sobre o que esperar; descrição detalhada das possíveis sensações que sentirá,
da sensação da forma mais precisa possível, costuma ter menos estresse e dor do que aquele
incluindo o tempo de duração. que recebe explicações vagas ou nenhuma
b. Explicação de métodos de alívio da dor, explicação.
como distração, aplicação de calor e relaxamento
progressivo.

4. Explicar as diferenças entre reações 4. Muitos clientes e famílias estão


fisiológicas involuntárias e respostas mal-informados a respeito da natureza e dos

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comportamentais voluntárias em relação ao uso riscos da adição a fármacos e,
de medicamentos. consequentemente, podem relutar em solicitar
a. Reações fisiológicas involuntárias: medicamento para a dor.
 Tolerância a medicamentos constitui um
fenômeno fisiológico em que, após doses
repetidas, a dose prescrita começa a
perder sua eficácia.
 Dependência física é um estado
fisiológico resultante da administração
repetida de um fármaco. A abstinência é
vivida se o medicamento é
repentinamente interrompido. A redução
lenta da dose ajuda a controlar os
sintomas de abstinência.
b. Respostas comportamentais voluntárias:
 Abuso de fármacos é o uso de um
medicamento de uma forma que se
desvia de usos médicos e sociais
culturalmente aceitos (Lehne, 2004). A
adição é um padrão comportamental de
uso caracterizado por grande
envolvimento com seu uso e com a
garantia de seu suprimento, além de
tendência elevada a recaídas após a
abstinência (Lehne, 2004).

5. Oferecer privacidade ao cliente durante 5. A privacidade permite que o cliente


seu episódio de dor (p. ex., fechar as cortinas e a expresse a dor a sua maneira, o que pode ajudar
porta do quarto, pedir que os demais saiam do a reduzir a ansiedade e aliviar a dor (Lehne,
quarto). 2004).

6. Oferecer alívio ideal da dor com os 6.


analgésicos prescritos:
a. Determinar a via preferida de a. A via adequada de administração otimiza
administração – oral, intramuscular, endovenosa a eficácia dos medicamentos para a dor. A via
ou retal. Consultar um médico ou enfermeiro. oral é a preferida na maioria dos casos; no caso
de alguns medicamentos, a forma líquida pode
ser dada a um cliente com dificuldades de
deglutição. Diante da necessidade de injeções
frequentes, a via endovenosa (EV) é preferida
para minimizar a dor e maximizar a absorção;
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entretanto, a administração EV pode produzir
efeitos secundários mais profundos do que outras
vias.
b. Avaliar os sinais vitais – em especial a b. Os narcóticos podem deprimir o centro
frequência respiratória – antes e após a respiratório do cérebro.
administração de qualquer agente narcótico.
c. Consultar um farmacêutico a respeito de c. Alguns medicamentos potencializam os
possíveis interações adversas entre o fármaco efeitos dos narcóticos; identificá-los antes da
prescrito e outros medicamentos do cliente (p. administração pode evitar sedação excessiva
ex., relaxantes musculares, tranquilizantes). (Lehne, 2004).
d. Utilizar abordagem preventiva para o d. A abordagem preventiva pode reduzir a
medicamento para a dor, isto é, administrá-lo dose total de 24 horas, se comparada à
antes das atividades (p. ex., deambulação) para abordagem sempre que necessário; também
favorecer a participação (mas garanta a avaliação proporciona um nível sanguíneo mais constante
dos perigos da sedação); orientar o cliente a do fármaco, reduz a ânsia do cliente pelo
solicitar a medicação para a dor antes que ela se medicamento e elimina a ansiedade associada
torne aguda. com ter que solicitar e esperar pelo alívio sempre
que necessário.
e. Após administrar o medicamento para a e. Cada cliente reage diferentemente ao
dor, voltar em meia hora para avaliar a sua medicamento para a dor; o monitoramento
eficácia. cuidadoso é necessário para investigar a resposta
individual. Por exemplo, com frequência
espera-se que todo o cliente cirúrgico responda a
50 mg de meperidina (Demerol) a cada 3 a 4
horas independentemente do tamanho do corpo,
tipo de cirurgia ou experiências prévias (Lehne,
2004; Lewis et al., 2004).
7. Explicar e auxiliar no uso de medidas 7. Essas medidas podem ajudar a reduzir a
não invasivas e não farmacológicas para alívio dor, substituindo-a por outros estímulos de modo
da dor: a evitar que estímulos doloridos alcancem os
a. Apoio do local da incisão centros cerebrais superiores. Além disso, o
b. Posicionamento correto relaxamento reduz a tensão muscular e pode
c. Distração ajudar a aumentar a sensação de controle da dor
d. Exercícios respiratórios pelo cliente.
e. Massagem
f. Aplicação de calor e frio
g. Técnicas de relaxamento
8. Ajudar o cliente a enfrentar a experiência 8. Essas medidas podem ajudar a reduzir a

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após a dor: ansiedade e auxiliar o cliente a conseguir
a. Se indicado, informar que o novamente a sensação de controle, alterada pela
procedimento doloroso acabou e que a dor deve experiência da dor.
desaparecer logo.
b. Encorajá-lo a discutir a experiência.
c. Esclarecer conceitos errados que ele
ainda possa ter.
d. Elogiá-lo por sua resistência e por seu
comportamento.
9. Ensinar o cliente a expelir os flatos 9. No pós-operatório, um peristaltismo
conforme a seguinte orientação: lento resulta em acúmulo de gás não absorvível.
a. Andar assim que possível após a cirurgia. Ocorre dor quando segmentos não afetados do
b. Mudar posições regularmente, na medida intestino se contraem em uma tentativa de
do possível (p. ex., deitado em pronação, adotar expelir os gases. A atividade acelera o retorno do
posição com os joelhos no peito). peristaltismo e a expulsão dos flatos; a posição
adequada ajuda a subida dos gases para serem
expulsos.

Documentação
Registro da administração de fármacos
Tipo, via e horário das doses de todos os medicamentos prescritos
Anotações de evolução
Alívio insatisfatório após medidas de diminuição da dor
Registro da orientação multidisciplinar do cliente

Risco de Nutrição Desequilibrada: Menos do que as Necessidades Corporais


relacionado a aumento das exigências de proteínas e vitaminas para a cicatrização
de feridas e ingestão diminuída secundária a dor, náusea, vômito e restrições
alimentares

NOC Estado nutricional

Meta
O cliente retomará a ingestão das exigências nutricionais diárias.
Indicadores
 Escolhas dentre os quatro grupos básicos de alimentos, levando em conta as preferências
e as alergias (Lewis et al., 2004).
 2.000 a 3.000 mL de líquidos
 Fibras, vitaminas e minerais adequados
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NIC Controle da nutrição, Monitoração nutricional

Intervenções Justificativas

1. Explicar a necessidade de uma ingestão 1. A compreensão da importância de uma


nutricional diária ideal que inclua: nutrição ideal pode estimular o cliente a aderir
a. Ingestão aumentada de proteínas e ao regime alimentar.
carboidratos
b. Ingestão aumentada de vitaminas A, B,
B12, C, D e E e de niacina
c. Ingestão adequada de minerais (zinco,
magnésio, cálcio, cobre)

2. Adotar medidas para reduzir a dor: 2. A dor causa fadiga, que pode reduzir o
a. Planejar o cuidado de modo que apetite.
procedimentos doloridos ou desagradáveis não
sejam agendados para antes dos horários de
refeição.
b. Administrar medicamento para a dor
conforme prescrição.
c. Posicionar o cliente com o máximo de
conforto.

3. Explicar ao cliente as causas prováveis 3. A compreensão do cliente a respeito da


de náusea e vômito: origem e da normalidade da náusea e do vômito
a. Efeito colateral de medicamentos do pode reduzir a ansiedade, auxiliando na
pré-operatório e anestesia diminuição dos sintomas.
b. Procedimento cirúrgico
c. Obesidade
d. Desequilíbrio eletrolítico
e. Distensão gástrica
f. Movimento rápido demais ou muito
extenuante
Reforçar ao cliente que esses sintomas são
normais.

4. Realizar medidas para diminuir a náusea 4.


e o vômito: a. A distensão gástrica pela ingestão de
a. Limitar os líquidos antes das refeições, líquidos pode desencadear os caminhos aferentes
assim como grandes quantidades a qualquer viscerais vagais que estimulam a medula

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momento; encorajar o cliente a ingerir oblongata (centro do vômito) (Wagner, Johnson
quantidades pequenas de lascas de gelo ou de e Kidd, 2006).
líquidos transparentes e frios (p. ex., chá diluído,
líquido de gelatina, bebida à base de gengibre ou
cola) com frequência, a menos que persista o
vômito.
b. Orientar o cliente a movimentar-se b. Movimentos rápidos estimulam o centro
lentamente. do vômito, desencadeando os aferentes
vestibulocerebelares.
c. Reduzir ou eliminar visões e odores c. Odores e visões desagradáveis podem
desagradáveis. estimular o centro do vômito.

d. Oferecer uma boa higiene oral ao cliente d. Um bom cuidado oral reduz o gosto
após os vômitos. desagradável.
e. Ensinar técnicas de respiração profunda. e. Respirações profundas podem ajudar a
excretar agentes anestésicos.
f. Orientar o cliente para evitar deitar-se f. Pressão sobre o estômago pode
totalmente na horizontal, pelo menos duas horas desencadear a estimulação aferente visceral
após alimentar-se. (O cliente que precisa vagal do centro do vômito no cérebro.
repousar deve sentar-se ou reclinar-se, deixando
a cabeça, no mínimo, 50 cm acima dos pés.)
g. Garantir a desobstrução de qualquer g. Uma sonda nasogástrica funcionando mal
sonda nasogástrica. pode ocasionar distensão gástrica.
h. Ensinar o cliente a praticar exercícios de h. Concentrar-se em atividades de
relaxamento durante os episódios de náusea. relaxamento pode ajudar a bloquear os estímulos
ao centro do vômito.

5. Manter boa higiene oral em todos os 5. Uma boca limpa e refrescada pode
momentos. estimular o apetite.

6. Administrar agente antiemético antes das 6. Os antieméticos podem prevenir a náusea


refeições, se indicado. e o vômito.

Documentação
Anotações de controle
Ingestão e eliminação (quantidade, tipo, horário; Wagner, Johnson e Kidd, 2006)
Vômito (quantidade, descrição)
Registro da orientação multidisciplinar do cliente

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Risco para Constipação relacionado a peristaltismo diminuído secundário
a imobilidade, efeitos da anestesia e narcóticos

NOC Eliminação intestinal, Hidratação, Controle de sintomas

Meta
O cliente recuperará a função intestinal eficaz do pré-operatório.
Indicadores
 Ausência de distensão intestinal
 Ruídos intestinais em todos os quadrantes

NIC Controle intestinal, Controle hídrico

Intervenções Justificativas

1. Investigar os ruídos intestinais para 1. A presença de ruídos intestinais indica


determinar o momento de iniciar os líquidos. retorno do peristaltismo.
Prosseguir com a dieta conforme prescrição.

2. Explicar os efeitos da atividade diária na 2. A atividade influencia a eliminação


eliminação. Ajudar na deambulação quando intestinal, melhorando o tono da musculatura
possível. abdominal e estimulando o apetite e o
peristaltismo.

3. Promover fatores que contribuam para 3.


uma eliminação ideal.
a. Dieta equilibrada: a. Uma dieta bem equilibrada, com elevado
 Revisar a lista de alimentos com elevado teor de fibras, estimula o peristaltismo.
teor de resíduos (p. ex., frutas frescas
com casca, farelo de cereais, nozes e
sementes, pães e cereais integrais, frutas
e verduras cozidas e sucos de frutas).
 Discutir as preferências alimentares.
 Estimular a ingestão de cerca de 800 g de
frutas e verduras (cerca de quatro porções
de frutas frescas e uma salada grande)
para um movimento intestinal diário
normal.
b. Ingestão adequada de líquidos: b. Ingestão suficiente de líquidos é
 Estimular a ingestão de, no mínimo, 8 a 10 necessária para manter os padrões intestinais e

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copos (cerca de 2.000 mL) por dia, a promover a consistência adequada das fezes.
menos que contraindicada.
 Discutir preferências de líquidos.
 Fixar um horário regular para a ingestão
de líquidos.
c. Horário regular para evacuar: c. Tirar vantagem dos ritmos circadianos
 Identificar o padrão normal de evacuação pode ajudar a estabelecer um horário regular
antes do início da constipação. para a evacuação.
 Revisar a rotina diária.
 Incluir o horário para evacuar como parte
da rotina diária normal.
 Discutir um horário adequado, com base
nas responsabiliades, disponibilidade de
instalações e assim por diante.
 Sugerir que o cliente tente evacuar uma
hora após a refeição e permaneça no
banheiro durante um período adequado de
tempo.
d. Simulação do ambiente doméstico: d. Privacidade e sensação de normalidade
 Fazer o cliente usar o banheiro em vez da podem promover relaxamento, que pode
comadre, se possível; oferecer comadre ou estimular a evacuação.
cadeira especial se ele não puder ir ao
banheiro.
 Ajudar o cliente a posicionar-se no vaso
sanitário, cadeira sanitária ou comadre, se
necessário.
 Oferecer privacidade (p. ex., fechar a
porta, fechar cortinas em volta da cama,
ligar a TV ou o rádio para disfarçar os
ruídos, disponibilizar aromatizador de
ambiente, se possível).
 Oferecer conforto (p. ex., providenciar
materiais de leitura para diversão) e
segurança (p. ex., campainha à
disposição).
e. Posição correta: e. A posição adequada usa a musculatura
 Ajudar o cliente a assumir a posição de abdominal e a força da gravidade para ajudar na
semicócoras normal em vaso sanitário ou evacuação. O esforço pode ativar a manobra de

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cadeira sanitária, se possível. Valsalva, que pode levar a débito cardíaco
 Ajudar a posicionar-se na comadre, se diminuído; em alguns casos pode levar à
necessário, elevando a cabeceira da cama bradicardia e ao desfalecimento (Baird, Keen e
à posição de Fowler alta ou até a altura Swearingen, 2005; Wagner, Johnson e Kidd,
permitida. 2006).
 Acentuar a necessidade de evitar esforço
durante as tentativas de evacuar.

4. Notificar o médico caso os ruídos 4. A ausência de ruídos intestinais pode


intestinais não retornem em um prazo de 6 a 10 indicar íleo paralítico, ao passo que a ausência
horas ou se a eliminação não for retomada em 2 a de movimentos intestinais pode indicar
3 dias de pós-operatório. obstrução.

Documentação
Anotações de controle
Movimentos intestinais
Ruídos intestinais

Intolerância a Atividade relacionada a dor e fraqueza secundárias a anestesia,


hipoxia tissular e ingestão insuficiente de líquidos e nutrientes

NOC Tolerância a atividade

Meta
O cliente aumentará a tolerância às atividades da vida diária.
Indicadores
 Deambulação progressiva
 Capacidade de realizar as atividades da vida diária

NIC Tolerância a atividade, Controle da energia, Promoção do exercício, Melhora


do sono, Estabelecimento de metas mútuas
Intervenções Justificativas

1. Encorajar a progressão do nível de 1. Um aumento gradativo nas atividades


atividade do cliente durante cada turno, permite que o sistema cardiopulmonar do cliente
conforme indicado: volte a seu estado pré-operatório sem esforço
excessivo.
a. Permitir que as pernas do cliente a. Deixar pender as pernas ajuda a
primeiro fiquem pendentes na beira da cama; minimizar a hipotensão ortostática.

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apoiar o cliente pelo lado.
b. Colocar a cama em posição elevada e b. Elevar a cabeceira da cama ajuda a
levantar a cabeceira. reduzir a tensão na sutura.
c. Aumentar seu tempo fora do leito em c. Aumentos gradativos na direção de metas
cerca de15 minutos cada vez. Permitir que ele realistas, de mútua aceitação, podem promover a
estabeça um ritmo confortável na deambulação e adesão e evitar excesso de esforço.
concorde com uma meta de distância para cada
turno.
d. Encorajá-lo a aumentar a atividade
quando a dor for mínima ou após o efeito das
medidas de alívio da dor.

2. Aumentar as atividades de autocuidado 2. A participação do cliente no autocuidado


do cliente, do autocuidado parcial até o total, melhora a função fisiológica, reduz a fadiga
conforme indicado. decorrente da inatividade e melhora as sensações
de autoestima e bem-estar.

3. Se o cliente não estiver progredindo no 3. A tolerância a atividade depende da


ritmo esperado ou desejado, fazer o seguinte: capacidade do cliente em adaptar-se às
a. Verificar os sinais vitais antes da exigências fisiológicas do aumento da atividade.
atividade. As reações fisiológicas esperadas de imediato à
b. Repetir a investigação dos sinais vitais atividade são aumento da pressão arterial e da
após a atividade frequência e profundidade respiratórias. Após
c. Repetir novamente após ele ter descansado três minutos, a frequência do pulso deve
por três minutos. reduzir-se para algo em torno de 10 batimentos
d. Investigar reações anormais ao aumento por minutos da frequência normal do cliente em
da atividade repouso. Achados anormais representam a
 Redução da frequência do pulso incapacidade ao organismo em atender às
 Pressão arterial sistólica diminuída ou maiores exigências de oxigênio impostas pela
imutável atividade.
 Frequência respiratória excessivamente
aumentada ou diminuída
 Falha do pulso em retornar a um valor
próximo da frequência em descanso, em
três minutos após interrupção da atividade
 Queixas de confusão ou vertigem
 Movimentos descoordenados

4. Planejar períodos regulares de repouso de 4. Períodos regulares de descanso permitem


acordo com o horário diário do cliente. que o organismo conserve e recupere a energia.

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5. Identificar e estimular o progresso do 5. Encorajamento e concretização do
cliente. Manter registro do progresso, em progresso podem significar incentivo ao cliente
especial, em caso de cliente que está evoluindo para que mantenha sua evolução.
lentamente.

Documentação
Anotações de controle
Sinais vitais
Deambulação (horário, quantidade)
Anotações de evolução
Resposta anormal ou inesperada ao aumento da atividade

Risco de Controle Ineficaz do Regime Terapêutico relacionado a conhecimento


insuficiente sobre cuidados do local da cirurgia, restrições (dieta, atividade),
medicamentos, sinais e sintomas de complicações e seguimento dos cuidados

NOC Comportamento de adesão, Conhecimento: regime de tratamento, Participação nas


decisões sobre cuidados de saúde, Comportamento de tratamento: doença ou lesão

Metas
As metas para esse diagnóstico representam as associadas ao planejamento da alta. Consultar os
critérios para a alta.

NIC Orientação antecipada, Facilitação da aprendizagem, Educação em saúde, Ensino:


procedimentos e tratamentos, Orientação quanto ao sistema de saúde

Intervenções Justificativas

1. Se adequado, explicar e demonstrar o 1. Feridas não complicadas apresentam


cuidado da ferida cirúrgica sem complicações: bordas aderidas em 24 horas e,
a. Lavar com sabão e água consequentemente, não exigem técnica asséptica
b. Trocar curativos usando técnica limpa ou curativo; pode, no entanto, ser aplicado um
curativo se a ferida correr risco de trauma.

2. Se apropriado, explicar e demonstrar o 2. A técnica asséptica é necessária para


cuidado da ferida cirúrgica complicada: prevenir contaminação da ferida durante as
a. Técnica asséptica trocas de curativo. A lavagem das mãos ajuda a
b. Lavagem das mãos antes e depois das evitar a contaminação da ferida e a disseminação
trocas de curativo de infecção. O manuseio e o descarte adequados

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c. Evitar tocar a superfície interna do de curativos contaminados ajudam a evitar
curativo sujo e descartá-lo em saco plástico transmissão de infecção. Há necessidade de
lacrado avaliação diária para verificação da cicatrização
d. Usar hemostats esterilizados (se e detecção de complicações.
indicados)
e. Avaliação da ferida – condição e
drenagem
f. Limpeza da ferida
g. Sondas de drenagem (se indicadas)
h. Reaplicação de curativo

3. Reforçar as restrições à atividade 3. Evitar determinadas atividades reduz o


conforme indicadas (p. ex., curvar-se, erguer risco de deiscência da ferida antes de ocorrer a
peso). formação da cicatriz (normalmente, após três
semanas).

4. Explicar a importância de: 4. A cicatrização de feridas exige nutrição,


a. Evitar pessoas doentes e multidões hidratação e repouso excelentes, além da
b. Beber de 8 a 10 copos de líquidos prevenção de fontes potenciais de infecção.
diariamente
c. Manter uma dieta equilibrada

5. Revisar com o cliente e a família a 5. A compreensão total pode ajudar a evitar


finalidade, a dosagem, a administração e os erros na administração dos medicamentos.
efeitos secundários de todos os medicamentos
prescritos.

6. Ensinar o cliente e a família a observarem 6. Detecção e comunicação precoces de


e comunicarem sinais e sintomas de possíveis sinais e sintomas de perigo permitem
complicações: intervenção rápida para minimizar a gravidade
a. Elevação persistente da temperatura das complicações.
b. Dificuldade para respirar, dor no peito
c. Mudança nas características do escarro
d. Aumento da fraqueza, fadiga, dor ou
distensão abdominal
e. Mudanças na ferida (como separação,
drenagem incomum ou aumentada, hiperemia ou
edema aumentado)
f. Dificuldades para urinar, ardência ao
urinar, frequência urinária ou urina turva e de
cheiro desagradável
g. Dor, edema e calor na panturrilha
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h. Outros sinais e sintomas de complicações
específicas do procedimento cirúrgico realizado

7. Sempre que possível, oferecer 7. Orientações por escrito oferecem recurso


orientações por escrito. informativo para uso domiciliar.

8. Avaliar a compreensão do cliente e da 8. Lacunas de conhecimento podem indicar


família a respeito das informações dadas. necessidade de encaminhamento para auxílio em
casa.

Documentação
Anotações de controle
Orientações de alta documentando o método utilizado para garantir que o cliente e a
família compreenderam as orientações (verbalização, demonstração de retorno)
Orientações para a continuidade dos cuidados com os cirurgiões/clínicos, conforme
prescrito, antes do cliente ter alta hospitalar
Sumário da alta
Situação na alta (dor, atividade, cicatrização da ferida)
Alcance das metas (indivíduo ou família)
Registro da orientação multidisciplinar do cliente

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