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Programa de Educação

Continuada a Distância

Curso de
Propedêutica em Enfermagem

Aluno:

EAD - Educação a Distância


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Curso de
Propedêutica em Enfermagem

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibido qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na bibliografia consultada.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
SEMIOLOGIA GERAL DA ENFERMAGEM
PROCESSO DE ENFERMAGEM
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
• A obtenção da história de saúde
• Coleta de dados
• Entrevista
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
PRESCRIÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
EVOLUÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM
• Critérios para anotações de enfermagem
• Tipos de anotações de enfermagem
• Roteiro para anotação de enfermagem
• Conteúdo e formas de anotações de enfermagem

MÓDULO II

EXAME FÍSICO
• Abrangência do exame
• Posições para o exame físico
• Os instrumentos
• Dados basais
• Técnicas para o exame físico
• Inspeção
• Palpação
• Percussão
• Ausculta

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AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
• Parâmetros de avaliação nutricional
• Avaliação bioquímica do estado nutricional
• Distúrbios Nutricionais

MÓDULO III

AVALIAÇÃO DO SISTEMA NEUROLÓGICO


• Sistema nervoso
• Obtenção do histórico de saúde
• Exame físico neurológico
AVALIAÇÃO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
• Sistema cardiovascular
• Obtenção do histórico de saúde
• Exame físico do sistema cardiovascular

MÓDULO IV

AVALIAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO


• Sistema respiratório
• Obtenção do histórico de saúde
• Exame físico do sistema respiratório
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DIGESTÓRIO
• Sistema digestório
• Obtenção do histórico de saúde
• Exame físico do sistema digestório

MÓDULO V

AVALIAÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO


• Sistema musculoesquelético

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• Obtenção do histórico de saúde
• Exame físico do sistema musculoesquelético
AVALIAÇÃO DO SISTEMA URINÁRIO
• Sistema urinário
• Obtenção do histórico de saúde
• Exame físico do sistema urinário
AVALIAÇÃO DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
• Sistema reprodutor feminino
• Obtenção do histórico de saúde
• Exame físico do sistema reprodutor feminino
AVALIAÇÃO DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
• Sistema reprodutor masculino
• Obtenção do histórico de saúde
• Exame físico do sistema reprodutor masculino
AVALIAÇÃO DAS MAMAS
• Mamas
• Obtenção do histórico de saúde
• Exame físico das mamas

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MÓDULO I

SEMIOLOGIA GERAL DA ENFERMAGEM

A palavra semiologia deriva do grego semeion + logia e significa tratado ou


estudo dos sintomas e sinais das doenças.
A semiologia, base da prática clínica requer não apenas habilidades, mas
também ações rápidas e precisas. A preparação para o exame físico, a seleção de
instrumentos apropriados, a realização das avaliações, o registro de achados e a
tomada de decisões tem papel fundamental em todo o processo de assistência ao
cliente.
A equipe de enfermagem deve utilizar todas as informações disponíveis para
identificar as necessidades especiais em um conjunto variado de clientes portadores
de diversas patologias.
No curso de semiologia o objetivo principal é ensinar aos alunos as técnicas
(semiotécnicas) gerais que compõem o exame físico. O exame físico, por sua vez,
compõe-se de partes que incluem a anamnese ou entrevista clínica, o exame físico
geral e o exame físico especializado.
O exame físico é a parte mais importante na obtenção do diagnóstico.
Alguns autores estimaram que 70 a 80 % do diagnóstico se baseiam no exame
clínico bem realizado.
Cumprir todas essas etapas com resolutividade, mantendo o foco nas
necessidades do cliente é realmente um desafio. Esses fatores, a complexidade que
cerca a semiologia e muitas decisões que precisam ser tomadas torna necessário
que o enfermeiro tenha domínio de diversas informações.

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PROCESSOS DE ENFERMAGEM

Com Florence Nightingale a enfermagem iniciou sua caminhada para a


adoção de uma prática baseada em conhecimentos científicos, abandonando
gradativamente a postura de atividade caritativa, intuitiva e empírica. Com esse
intuito, diversos conceitos, teorias e modelos específicos à enfermagem foram e
estão sendo desenvolvidos, com a finalidade de prestar uma assistência, ou seja,
planejar as ações, determinar e gerenciar o cuidado. Registrando tudo o que foi
planejado e executado e, finalmente, avaliar estas condições, permitindo assim gerar
conhecimentos a partir da prática, realizando assim o processo de enfermagem.
Na década de 70, Wanda de Aguiar Horta, desenvolveu um modelo
conceitual, no qual a própria vivência na enfermagem levou-a procurar desenvolver
um modelo que pudesse explicar a natureza da enfermagem, definir seu campo de
ação específico e sua metodologia. Essa mesma autora define o processo de
enfermagem, como sendo a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas,
visando à assistência ao ser humano.
No processo de enfermagem a assistência é planejada para alcançar as
necessidades específicas do paciente, sendo então redigida de forma a que todas
as pessoas envolvidas no tratado possam ter acesso ao plano de assistência. Possui
um enfoque holístico, ajuda a assegurar que as intervenções sejam elaboradas para
o indivíduo e não apenas para a doença, apressa os diagnósticos e o tratamento dos
problemas de saúde potenciais e vigentes. Reduzindo a incidência e a duração da
estadia no hospital, promove a flexibilidade do pensamento independente, melhora a
comunicação e previne erros, omissões e repetições desnecessárias; os enfermeiros
obtêm satisfação de seus resultados.
O processo de enfermagem considerado instrumento profissional do
enfermeiro, que guia sua prática e pode fornecer autonomia profissional e
concretizar a proposta de promover, manter ou restaurar o nível de saúde do
paciente, como também documentar sua prática profissional, visando à avaliação da
qualidade da assistência prestada.

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Após a promulgação da lei 7.498, de 25 de junho de 1986, referente ao
exercício da enfermagem, dispõe o artigo 11, como atividades exclusivas do
enfermeiro a consulta de enfermagem; prescrição da assistência de enfermagem;
cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; cuidados de
enfermagem de maior complexidade e que exijam conhecimentos de base científica
e capacidade de tomar decisões imediatas. O processo de enfermagem é
sistemático pelo fato de envolver a utilização de uma abordagem organizada para
alcançar seu propósito.
Portanto, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma
atividade privativa do enfermeiro, que através de um método e estratégia de trabalho
científico realiza a identificação das situações de saúde/saúde, subsidiando a
prescrição e implementação das ações de Assistência de Enfermagem, que possam
contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação em saúde do
indivíduo, família e comunidade.
A SAE requer do enfermeiro interesse em conhecer o paciente como
indivíduo, utilizando para isto seus conhecimentos e habilidades, além de orientação
e treinamento da equipe de enfermagem para a implementação das ações
sistematizadas. A implementação da SAE, deverá ser registrada formalmente no
prontuário do paciente devendo ser composta por:
• Histórico de Enfermagem;
• Exame Físico;
• Prescrição da Assistência de Enfermagem;
• Evolução da Assistência de Enfermagem;
• Anotações de Enfermagem.

A SAE caracteriza-se pelo inter-relacionamento e dinamismo de suas fases


ou passos.
O primeiro passo do processo de enfermagem é o histórico de enfermagem:
roteiro sistematizado para o levantamento de dados (significativos para a(o)
enfermeira(o)) do ser humano que tornam possível a identificação de seus
problemas, seguidos do exame físico. Estes dados, convenientemente analisados e

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avaliados, levam ao segundo passo, o diagnóstico de enfermagem: a identificação
das necessidades do ser humano que precisa de atendimento e a determinação.
Pela enfermeira do grau de dependência deste atendimento em natureza e em
extensão.
O diagnóstico analisado e avaliado levará ao terceiro passo: Plano
assistencial: a determinação global da assistência de enfermagem que o ser humano
deve receber diante do diagnóstico estabelecido. Este plano assistencial é
sistematizado em termos do conceito de assistir em enfermagem, isto é,
encaminhamentos, supervisão (observação e controle), orientação, ajuda e
execução de cuidados (fazer). Determinando o plano assistencial passa-se ao quarto
passo: Plano de cuidados ou prescrição de enfermagem: implementação do plano
assistencial pelo roteiro diário (ou período aprazado) que coordena a ação da equipe
de enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento das
necessidades básicas e específicas do ser humano.
O plano de cuidados é avaliado sempre, fornecendo os dados necessários
para o quinto passo ou fase: Evolução de enfermagem: relato diário (ou aprazado)
das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano, enquanto estiver sob
assistência profissional. Pela evolução é possível avaliar a resposta do ser humano
à assistência de enfermagem implementada.
O estudo analítico e avaliação dos passos anteriores completam a sexta
fase: Prognóstico de enfermagem: estimativa da capacidade do ser humano em
atender suas necessidades básicas alteradas após a implementação do plano
assistencial e à luz dos dados fornecidos pela evolução de enfermagem.
Dadas às características já citadas do processo de enfermagem é possível
corrigir erros em qualquer uma das fases e também a previsão simultânea de todas
as fases. Assim é que ao fazermos o diagnóstico e mesmo na própria coleta de
dados já teremos uma idéia do prognóstico; somente por razões didáticas e de
sistematização estas fases são separadas.

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HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

No Brasil, o histórico de enfermagem foi introduzido na prática por volta de


1965, por Wanda de Aguiar Horta, com alunos de enfermagem. Nessa época
recebeu a denominação de anamnese de enfermagem e devido ao problema da
conotação com a anamnese médica, foi adotado o termo histórico de enfermagem.
Para Horta, o histórico de enfermagem também é denominado por
levantamento, avaliação e investigação que, constitui a primeira fase do processo de
enfermagem, pode ser descrito como um roteiro sistematizado para coleta e análise
de dados significativos do ser humano, tornando possível a identificação de seus
problemas.
Portanto, o Histórico de Enfermagem é o levantamento das condições do
paciente através da utilização de um roteiro próprio, que deverá atender as
especificidades da clientela a que se destina. Ele tem a finalidade de conhecer os
hábitos individuais e biopsicossociais visando à adaptação do paciente a unidade e
ao tratamento, assim como a identificação de problemas. O Histórico de
Enfermagem consiste de "um roteiro sistematizado para o levantamento de dados
que sejam significativas para a enfermagem sobre paciente, família ou comunidade,
a fim de tornar possível a identificação dos seus problemas de modo que, ao
analisá-lo adequadamente, possa chegar ao diagnóstico de enfermagem".

A obtenção da história de saúde

A realização da história ou histórico de saúde é o primeiro entre dois passos


essenciais no processo histórico de enfermagem. Embora essas etapas possam ser
um pouco demoradas, é importante completá-las com precisão e na sua totalidade.
Dessa forma, você descobrirá problemas importantes e estabelecerá um plano de
cuidados adequado ao seu cliente.
A história de saúde organiza informações sobra à fisiologia, psicologia,
aspectos culturais e psicossociais. Relaciona-se ao estado atual de saúde do cliente

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e considera influências, como: estilo de vida, relações familiares e questões
culturais.

Coleta de dados
É um processo sistematizado de colher dados significativos do paciente que
torna possível a identificação das necessidades, problemas, preocupações ou
respostas humanas.

Recursos utilizados:
Entrevista;
Exame físico;
Consulta de prontuário

Interação enfermeiro-cliente
Fatores que influenciam a interação enfermeiro-cliente:
• O propósito da interação enfermeiro-cliente
• As pessoas envolvidas
• O conhecimento que o enfermeiro tem sobre a situação do cliente
• As interações verbais e não-verbais
Coleta de dados:
• Dados demográficos
• Motivo da busca de cuidado de saúde
• Expectativas do cliente sobre a doença atual
• História pregressa de saúde
• História familiar
• História ambiental
• História psicossocial
• Saúde espiritual
• Exame físico (informações objetivas)
• Dados diagnósticos e laboratoriais.

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Fontes de informação
• Cliente (fonte direta ou primaria)
• Família
• Pessoas significativas
• Membros da equipe de saúde
• Exame físico
• Resultados dos exames laboratoriais e diagnósticos médicos
• Literatura de enfermagem e médica.

Entrevista
“Saber ouvir e observar é fundamental para a obtenção de dados
significativos e para o bom relacionamento entre enfermeiro e cliente.”
As entrevistas para a história de saúde exigem boas habilidades de
comunicação e de relação interpessoal. A entrevista é um diálogo com o cliente, não
simplesmente uma sessão de perguntas e respostas. Um estilo de comunicação
eficaz ajuda a eliminar maneirismos – seus ou do cliente – que podem comprometer
a troca sincera de informações. Ao desenvolver a autoconscientização e aceitar
estilos de vida diferentes, você consegue superar barreiras à comunicação efetiva
como interferências emocionais ou culturais.
Uma boa entrevista baseia-se em comunicação verbal e não-verbal. O
cliente pode manipular o diálogo, estabelecendo a impressão desejada, porém
raramente consegue manipular a comunicação não-verbal. Observe a linguagem
corporal do cliente quanto a indicações de sentimentos ou comportamentos não
manifestos. Além disso, tenha ciência de sua própria linguagem corporal para
assegurar a comunicação ideal. O que você demonstra em termos de postura,
gestos, contato visual e tom de voz podem expressar interesse e compreensão. Seu
aspecto também pode afetar a relação com o cliente. O cliente confia na enfermeira
(o) que se apresenta com aspecto de asseio e organização e vestindo roupas
conservadoras e um crachá com a identificação.
Estratégias para uma comunicação efetiva
• Utilizar linguagem do contexto sócio-cultural do cliente

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• Silêncio: Os momentos de silêncio durante a entrevista estimulam o
cliente a continuar falando e dão a você a oportunidade de avaliar a habilidade que
ele tem de organizar pensamentos.
• Audição atenta: ouvir atentamente o cliente, empregar a comunicação
verbal e não verbal para estimular o cliente a continuar falando. A audição atenta
exige prática. É fácil se distrair e começar a pensar adiante na próxima pergunta ou
em outra coisa. Você deve se concentrar e direcionar a sua atenção para o que está
sendo comunicado pelo cliente.
• Facilitação: estimula o cliente a continuar a sua história. O emprego de
frases “como, por favor, continue”, “não pare”, ou até mesmo “hum” mostra que você
está interessado no que ele está dizendo. Inclinar-se para a frente e manter contato
visual também soa exemplos de facilitação.
• Confirmação: certifica que tanto você quanto o cliente encontram-se no
mesmo caminho. Você pode dizer: “Se eu compreendi bem, você disse...”, e a seguir
repita a informação que o cliente deu. Essa técnica ajuda a esclarecer juízos falsos
que você ou o cliente possam ter estabelecido.
• Reflexão: repetir algo que o cliente acabou de dizer – pode ajudar você
a obter informações mais especificas.
• Esclarecimento: é empregado para tirar dúvidas quanto às informações
confusas, vagas ou mal compreendidas.
• Observação: observe o cliente a fim de interpretar e confirmar seu
comportamento não verbal.

Objetivos da entrevista
• Estabelecer um relacionamento terapêutico;
• Estabelecer um sentimento de cuidado;
• Apresentar ao cliente a instituição de uma maneira que não o assuste.
• Obter dados sobre os interesses do cliente;
• Determinar as expectativas do cliente relativas aos profissionais e ao
sistema de prestação do cuidado de saúde;

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• Obter pistas sobre os dados que precisam de uma investigação mais
detalhada;

Regras para a entrevista


• Planejar a entrevista (ter roteiro para registrar dados importantes e de
referência)
• Determinar um tempo (máximo 30 minutos);
• Assegurar um ambiente adequado (para que a pessoa tenha
resguardado sua privacidade e sinta-se à vontade)
• Concentrar-se na pessoa que você está conhecendo (identifique e
chame a pessoa pelo nome)
• Não ter pressa (ouça as palavras ditas e não ditas, e as que refletem
as emoções).

Perguntas específicas a fazer


Fazer as perguntas certas é parte fundamental de uma entrevista.
Certifique-se de documentar de modo rotineiro a data e a hora em que a entrevista
acontece. Para conseguir uma história de saúde completa, junte as informações de
cada uma das seguintes categorias, em seqüência:
1. Dados biográficos
2. Queixa principal
3. História clínica
4. História familiar
5. História psicossocial
6. Nível de estresse
7. Atividades de vida diária (AVD)

1. Dados biográficos
Inicie a história de saúde obtendo informações biográficas do cliente. Ao
começar dessa maneira, você não se esquecerá dessas informações após estar

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envolvida com detalhes da saúde do cliente. Pergunte nome, endereço, data de
nascimento, idade, estado civil, com quem mora, condições de moradia.
As respostas do cliente a perguntas básicas podem fornecer indicações
importantes quanto à personalidade, aos problemas clínicos e à confiabilidade. Se o
cliente não for capaz de fornecer informações precisas, pergunte a ele o nome de
um amigo ou parente que possa fazê-lo.

2. Queixa principal
Tente identificar com precisão o motivo pelo qual o cliente procura
atendimento médico naquele momento. Registre essa informação nas exatas
palavras, a fim de evitar interpretações equivocadas.
Pergunte como e quando os sintomas se desenvolveram, o que levou o
cliente a procurar o atendimento médico e como o problema afeta sua vida e o
desenvolvimento de suas funções.
Para assegurar que você não omitiu dados pertinentes utilize o método
PQRST, que fornece uma abordagem sistemática para a obtenção das informações.

Como utilizar o método PQRST


Use o método PQRST para explorar completamente a queixa principal
do cliente. Ao fazer as seguintes perguntas, você estimulará a descrever os
sintomas com mais detalhes.
Provocativo ou paliativo
Pergunte ao cliente:
• O que provoca ou alivia o sintoma?
P
• Estresse, raiva, certas posições físicas ou
outros fatores desencadeiam o sintoma?
• O que faz o sintoma se agravar ou melhorar?
Qualidade ou quantidade
Pergunte ao cliente:
Q
• Com que se assemelha o sintoma?
• Você está com o sintoma neste momento? No

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caso de afirmativo, é mais intenso ou menos intenso do que
o habitual?
• Até que ponto o sintoma afeta as suas
atividades normais?
Região ou radiação
Pergunte ao cliente:
R • Em que parte do corpo ocorre o sintoma?
• O sintoma ocorre em outras regiões? Em caso
de afirmativo, onde?
Severidade (gravidade/intensidade)
Pergunte ao cliente:
• Qual a intensidade do sintoma? Como você o
S classificaria numa escala de 1 a 10, sendo 10 o mais
intenso?
• O sintoma parece que está melhorando, se
intensificando ou permanece igual?
Tempo
Pergunte ao cliente:
• Quando o sintoma começou? O início foi
T
súbito ou gradual?
• Com que freqüência ocorre o sintoma?
• Quanto tempo dura o sintoma?

3. História Clínica
Pergunte aos clientes sobre os problemas clínicos anteriores e atuais, como
hipertensão, diabetes ou dor nas costas. As questões típicas são:
• Você já foi hospitalizado? Em caso afirmativo, quando e por quê?
• Que doenças da infância você teve? Você tomou todas as vacinas da
infância?
• Você esta fazendo algum tratamento? Qual o problema e quem é o
médico responsável?

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• Você já foi operado? Quando e por quê?
• Você tem algum tipo de alergia? É alérgico a algum tipo de
medicamento? Qual? Qual o tipo de reação alérgica você tem?
• Está tomando algum remédio?

4. História familiar
Questionar o cliente sobre a saúde de sua família é uma boa maneira de
descobrir o risco para determinadas doenças. as perguntas típicas são:
• Sua mãe, seu pai e seus irmãos estão vivos? Caso contrário, qual a
idade que tinham quando morreram? Qual a causa da morte?
• Eles tem alguma doença, tipo diabetes, hipertensão, cardiopatia, asma
, câncer, anemia falciforme, hemofilia, catarata, glaucoma ou outras doenças?

5. História psicossocial
Descubra como o cliente vê a si próprio, seu lugar na sociedade e suas
relações com outras pessoas. Indague sobre ocupação, nível educacional,
condições financeiras e responsabilidades.

6. Nível de estresse
As demandas emocionais, sociais e físicas sobre o corpo provocam
estresse. A quantidade de estresse que o cliente sobre afeta sua saúde fisiológica.
Essas perguntas podem ajudar a avaliar o estresse para lidar com ele:
• Como você sabe que está estressado?
• Que situações são estressantes para você?
• Como você responde fisicamente ao estresse? Ex. transpira, sente frio
na barriga, fica cm dor de cabeça, dor de estomago?
• O que você faz quando se sente estressado?
• O estresse afeta suas relações familiares ou seu trabalho?
• Que fatores de estresses você experimentou durante este último ano?
• Como você lidou com esses fatores?
• Como esses fatores provocaram alterações importantes para você?

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• Você acha que o estresse afeta a sua saúde?

7. Atividades da vida diária


Descubra o que é normal para o cliente, pedindo-lhe para descrever um dia
típico de sua rotina. As áreas a serem incluídas no histórico de enfermagem são:
dieta e eliminação; exercícios e sono; trabalho e lazer; uso de tabaco, álcool, drogas
ilícitas e observações quanto à religião.
• Dieta e eliminação: inquira o cliente sobre o seu apetite, dietas
especiais e alergias alimentares. A condição financeira do cliente lhe permite
comprar comida suficiente? Quem cozinha e faz as compras de casa? Pergunte
sobre a freqüência de evacuações e o uso de laxantes.
• Exercícios e sono: pergunte ao cliente se ele tem um programa
especial de exercícios físicos e caso afirmativo, por quê? Peça-lhe que o descreva.
Que atividades pratica e há quanto tempo? Está satisfeito com os níveis atuais da
atividade e exercícios? Pergunte quantas horas ele dorme por noite, quais são os
padrões e sono e se acorda descansado.
• Trabalho e lazer: pergunte ao cliente de onde tira o sustento e o que
faz durante o tempo de lazer.
• Uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas: pergunte ao cliente se ele
fuma cigarros. Pergunte também sobre o uso de outras formas de tabaco, como
cachimbo, charuto e o hábito de mascar fumo. Quanto tabaco é consumido
diariamente? Há quanto tempo usa tabaco? Bebe álcool? Que tipo e qual a
quantidade por dia? Há quanto tempo consome álcool? Pergunte se ele faz uso de
drogas ilícitas, como maconha ou cocaína. Com que freqüência?
• Observações quanto religião: pergunte ao cliente se ele tem crenças
religiosas que afetam sua alimentação, seu modo de vestir-se ou suas práticas de
saúde. Os clientes se sentirão seguros quando você deixar claro que entende seus
aspectos.
A parte final da história de saúde consiste no exame sistemático das
estruturas e sistemas orgânicos do cliente. Sempre comece pela parte superior da

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cabeça e vá descendo pelo corpo. Dessa forma, assegura-se o exame de todas as
áreas. Este exame sistemático é conhecido como exame físico.
O exame físico tem como finalidade à obtenção de dados completos sobre a
situação do paciente. Consiste em quatro técnicas fundamentais: a inspeção, onde
se deve observar a presença de anomalias, deformações e distúrbios da pele; a
palpação, que permite a enfermeira sentir algumas modificações, como tamanho,
forma, textura, espessura, entre outros; a percussão, para sentir a presença de
vibrações características quanto à intensidade, timbre e tonalidade; e a ausculta,
onde se percebe sons e ruídos normais e patológicos com a ajuda do estetoscópio.
A superfície corporal é dividida em regiões para facilitar o exame físico.
O enfermeiro utiliza alguns de seus sentidos para a realização do exame,
principalmente visão, tato e audição. Usa também, instrumento e aparelhos
necessários. O aprofundamento sobre a realização do exame, será descrito no
próximo módulo.

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

O termo diagnóstico de enfermagem surgiu na literatura norte-americana em


1950, quando Mac Manus propôs, dentre as responsabilidades do enfermeiro, a
identificação dos diagnósticos ou problemas de enfermagem. A partir da década de
70 estudos foram realizados, com o objetivo de estabelecer uma classificação
internacional dos diagnósticos de enfermagem. Mais recentemente, a Associação
Norte-Americana de Diagnósticos de Enfermagem (NANDA), dando continuidade
aos estudos publicou em 1986 a primeira classificação internacional, denominada
Taxonomia I, sendo atualizada posteriormente e republicada com Toxonomia II.
No Brasil, a expressão diagnóstica de enfermagem foi introduzida por
Wanda de Aguiar Horta, na década de 60, e constitui-se em uma das etapas do
processo de enfermagem (Horta, 1979). Para Horta (1979), diagnóstico de
enfermagem é a identificação das necessidades do se humano que precisa de
atendimento e a determinação, pelo enfermeiro, do grau de dependência deste
atendimento em natureza e extensão.

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O enfermeiro após ter analisado os dados escolhidos no histórico e exame
físico, identificará os problemas de Enfermagem, as necessidades básicas afetadas,
grau de dependência e fará um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo,
da família e comunidade aos problemas/processos de vida vigentes ou potenciais.
O diagnóstico de enfermagem é conceituado como um julgamento clínico
sobre as respostas do indivíduo, família ou comunidade aos processos vitais ou
problemas de saúde atuais ou potenciais. O diagnóstico fornece a base para as
prescrições de enfermagem e o estabelecimento de resultados pelo qual o
enfermeiro é responsável.
É o momento de análise e interpretação criteriosa de dados para julgar
necessidades, problemas, preocupações e respostas humanas do cliente. Em todas
as profissões o diagnóstico precede a ação. É dessa forma que os profissionais
identificam as necessidades e planejam suas decisões em relação à determinada
situação.
A enfermagem compete à responsabilidade de diagnosticar respostas
humanas relacionadas à saúde ou a atividade cotidiana.
A partir dos problemas levantados e já conhecidos, a enfermeira pode prever
complicações e agir na prevenção das mesmas ou no controle, se não for possível
evitá-las.
O diagnóstico de enfermagem é domínio da enfermagem, ou seja, as
atividades que os enfermeiros têm qualificação legal para tratar e responsabilizar-se.
É base para o planejamento de intervenções e acompanhamento da evolução do
estado de saúde do cliente.

Raciocínio diagnóstico
Conhecimentos
Habilidades
Experiências
Processo de raciocínio diagnóstico - Após coleta de dados:
Listagem dos problemas
Agrupamentos dos dados que tem relação entre si

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Denominação dos agrupamentos

Diagnóstico de enfermagem

Diagnóstico de enfermagem – reais e de risco


REAIS: Aqueles que contêm sinais e sintomas e fatores relacionados claros.
DE RISCO: Aqueles que contêm fatores de risco, mas sem evidências de
sinais e sintomas.

Redação do diagnóstico
REAIS: Problema + etiologia + sinais e sintomas ou problema + fator
relacionado + sinais e sintomas.
Ex: Constipação relacionada à deficiência de líquidos e fibras.

DE RISCO: Problema + etiologia ou problema + fator relacionado.


Ex: Risco para integridade da pele prejudicada relacionado ao confinamento
no leito.
A identificação da causa do problema é muito importante para a decisão do
que fazer em relação ao problema.
Ex:
1 - Constipação relacionada à deficiência de líquidos e fibras.
2 – Constipação relacionada à falta de privacidade.

Enfim, o diagnóstico se constitui na percepção objetiva e subjetiva,


necessitando, no entanto, de confirmação através da interação direta com o cliente,
com pessoas importantes para ele, outros profissionais ou referências bibliográficas.

PRESCRIÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

A prescrição de Enfermagem é o conjunto de medidas decididas pelo


Enfermeiro, que direciona e coordena a Assistência de Enfermagem ao paciente de

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forma individualizada e contínua, objetivando a prevenção, promoção, proteção,
recuperação e manutenção da saúde.
A prescrição de enfermagem significa medidas de solução para os
problemas do paciente, indicados e registrados previamente pelo enfermeiro, com
finalidade de atender as necessidades humanas desse mesmo paciente sob sua
responsabilidade.
A prescrição de enfermagem é a implementação do plano assistencial pelo
roteiro diário (ou aprazado) que coordena a ação da equipe de enfermagem na
execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades humanas
básicas e específicas do ser humano.
É um método de trabalho científico, por meio do qual o enfermeiro pode
garantir uma função profissional específica; deve ser elaborada a partir de
problemas prioritários do paciente sem, contudo, serem omitidos aqueles que
deverão ser tratados posteriormente, deve anteceder a prestação da assistência,
deve ser elaborada de modo a expressar claramente o plano de trabalho.
É o conjunto de ações determinadas, da qual não deve constar a
especificação de passos que são inerentes a procedimentos padronizados. Deve ser
precedida de data; utilizar verbos de ação; no infinitivo; ser concisa e redigida em
linguagem comum aos elementos da equipe; conter determinação de horários, que
serão checados logo após a execução dos cuidados; ser elaborada diariamente para
um período de 24 horas, mesmo que os cuidados a serem prescritos sejam iguais
aos do dia anterior; ser reavaliada e modificada de acordo com as condições do
paciente; especificar os cuidados em ordem cronológica de execução, conforme as
prioridades estabelecidas; conter os cuidados de rotina, estabelecidos pela
instituição, apenas quando os mesmos irão influir no cronograma de prestação dos
cuidados; incluir a verificação dos sinais vitais pelo menos uma vez ao dia, mesmo
que paciente não apresente anormalidades nesses parâmetros; conter as ações
específicas da enfermaria; especificar os cuidados inerentes a determinados exames
e medicações, na vigência de problemas identificados; excluir as ações que o
paciente possa fazer sozinho, sem necessidade de acompanhamento, orientação ou

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supervisão de equipe de enfermagem; excluir cuidados inerentes a procedimentos
técnicos padronizados.
O número de prescrições por enfermeiro varia conforme o nível de
complexidade de assistência aos pacientes, sendo em torno de 5 a 10 o número de
prescrições previstas para um período de 6 horas.
A prescrição de enfermagem é definida como qualquer cuidado direto que a
enfermeira realiza em benefício do cliente. Esse cuidado direto inclui os
tratamentos iniciados pela enfermeira, os tratamentos iniciados pelo médico e a
realização de atividades diárias essenciais para o cliente.
No que se refere à prescrição de enfermagem, verificamos a existência de
uma infinidade de termos utilizados como sinônimos, entre os quais destacamos
intervenção e cuidado de enfermagem.
Todo diagnóstico deve ser vinculado a, pelo menos, uma prescrição.
Contudo, não há reciprocidade nessa afirmativa, pois nem toda prescrição de
enfermagem tem por finalidade a resolução ou reforço de um diagnóstico. Isto
porque o foco da prescrição e a ação do enfermeiro; ação realizada para ajudar o
cliente ou para alcançar um objetivo determinado.
As prescrições podem ser relacionadas à coleta de dados, necessária tanto
para o diagnóstico de enfermagem quanto médico. Podem ser realizadas, de forma
co-responsável com o médico, em resposta a diagnósticos médicos.
As prescrições englobam também as atividades diárias essenciais que não
podem ser executadas pelo cliente e aquelas dirigidas para avaliação da terapêutica.
A credibilidade sobre a prática de enfermagem repousa principalmente sobre
as atividades de enfermagem resultantes de diagnósticos. Quando um diagnóstico é
feito, a enfermeira tem a obrigação Ética e legal de prestar um tratamento.
A seguir algumas prescrições de enfermagem como exemplo:
Estado mental – Nível de Consciência
Diagnóstico: Senso-Percepção Alterada
Dados do Histórico:
( ) desorientação no tempo, espaço e com pessoas;
( ) mudança na acuidade sensorial (visual, auditiva, tátil, gustativa, olfativa);

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( ) comportamento alterado;
( ) resposta incomum ao estímulo
( ) PIC_______________________
Prescrição de Enfermagem
( ) Monitorizar PIC, drenagem de LCR e resposta neurológica ao cuidado;
( ) Monitorizar estado neurológico, temperatura e contagem de leucócitos;
( ) Informar o cliente sobre pessoa, local e hora, conforme necessário;
( ) Diminuir a estimulação ambiental;
( ) Espaçar os cuidados, proporcionando períodos de sono/repouso.

Oxigenação
Diagnóstico: Troca de Gases Prejudicados
Dados do Histórico:
( ) confusão mental ( ) inquietação
( ) irritabilidade ( ) sonolência
( ) inabilidade para remover secreções: sons adventícios ______
( ) cianose ( ) hipercapnia _______
( ) hipóxia ___________
( ) FR __________
Características: ( ) espontânea ( ) assistida
Prescrição de Enfermagem
( ) Monitorizar sons respiratórios, gasometria arterial e eletrólitos
( ) Reduzir o consumo de oxigênio, promovendo o conforto, controle de
febre, redução da ansiedade.
( ) Monitorizar o estado neurológico
( ) Ministrar oxigenioterapia, se necessário.
( ) Posicionar em Fowler
( ) Realizar higiene oral freqüente
( ) Realizar fisioterapia torácica ( percussão, drenagem postural, tosse
assistida, espirometria incentivada)
( ) Aspirar TOT

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Sinais Vitais
Diagnóstico: Débito Cardíaco Diminuído
Dados do Histórico:
( ) PA ________
( )PVC ___________,
( ) PAP ________
( ) PAM _________
( ) arritmia _____________________
( ) estase jugular
( ) estertores
( ) alteração na coloração da pele/mucosas
( ) pulsos periféricos diminuídos
( ) pele fria
Prescrição de Enfermagem
( ) Evoluir a dor torácica, monitorando o ritmo, atividade elétrica e a
freqüência cardíaca;
( ) Auscultar os sons cardíacos e pulmonares, monitorizando as tendências
da pressão sanguínea e hemodinâmica;
( ) Monitorizar ingestão/excreção, débito urinário, peso, eletrólitos, função
renal e hepática;
( ) Implementar terapia anti-arrítmica, conforme protocolo, avaliando a
resposta do cliente;
( ) Instruir o cliente e família sobre a restrição e a progressão das atividades,
devendo comunicar qualquer desconforto ou dor.
( ) Promover a redução do estresse
( ) Mudar o decúbito a cada 2 horas

Hidratação
Diagnóstico: Excesso do volume de líquidos

Dados do Histórico:
( ) edema ____________

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( ) dispnéia/ortopnéia
( ) balanço hídrico positivo
( ) sons adventícios _____________
( ) hemoglobina/hematócrito baixos valores: _________________
( ) variação na PA, PVC, PAP
( ) ingurgitamento da jugular

Prescrição de Enfermagem
( ) Monitorizar o estado de hidratação (mucosas, pulsos, sons respiratórios,
etc.).
( ) Monitorizar a condição hemodinâmica ( PVC, PAM, PAP e PCAP)
( ) Restringir/Recalcular a infusão de líquidos, conforme apropriado.

Mobilidade
Diagnóstico: Mobilidade Física Prejudicada

Dados do Histórico:
( ) incapacidade para movimentação
( ) total ( ) parcial
( ) limitação da amplitude do movimento
( ) diminuição da força muscular
( ) restrição imposta pela terapêutica

Prescrição de Enfermagem
( ) Manter o alinhamento corporal, evitando a queda plantar;
( ) Mudar (ou ajudar) o decúbito a cada 2 horas, observando a condição da
pele;
( ) Utilizar coxins para apoio;
( ) Manter a campainha da chamada ao alcance;
( ) Realizar os exercícios (passivo-ativos) de amplitude de movimento, se
apropriado.

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Cuidado Corporal
Diagnóstico: Déficit de Autocuidado: Higiene Corporal e Íntima

Dados do Histórico:
( ) incapacidade para movimentação
( ) diminuição da força muscular
( ) restrição imposta pela terapêutica

Prescrição de Enfermagem
( ) Dar o banho no leito, observando o cuidado com a pele, mãos e pés;
( ) Realizar higiene íntima;
( ) Fazer a barba;
( ) Lavar os cabelos;
( ) Monitorizar a condição da pele e a habilidade funcional;
( ) Hidratar a pele com solução umectante, evitando massagear as áreas de
pressão.

Nutrição
Diagnóstico: Nutrição Alterada: ingestão menor que as necessidades

Dados do Histórico:
( ) perda de peso
( ) diminuição do tônus muscular
( ) peristalse aumentada
( ) conjuntivas e mucosas hipocoradas

Prescrição de Enfermagem
( ) Monitorizar a ingestão de alimento/líquido, calculando as calorias diárias;
( ) Administrar alimentação enteral, se apropriado;
( ) Oferecer refeições pequenas e freqüentes, se pertinente;
( ) Identificar os fatores de risco para úlcera de pressão.

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Eliminação
Diagnóstico: Constipação

Dados do Histórico:
( ) freqüência menor que o usual
( ) dificuldade de eliminação
( ) massa palpável
( ) relato de pressão no reto
( ) distensão/dor abdominal

Prescrição de Enfermagem
( ) Auscultar peristalse
( ) Monitorizar os movimentos intestinais, registrando freqüência,
consistência, etc.
( ) Investigue quanto à existência de problemas intestinais prévios
( ) Utilizar a cadeira higiênica
( ) Realizar exame de sangue oculto

Diagnóstico: Diarréia

Dados do Histórico
( ) dor abdominal
( ) freqüência aumentada
( ) fezes líquidas
( ) peristalse aumentada
( ) turgor cutâneo diminuído

Prescrição de Enfermagem
( ) Coletar amostra para cultura e antibiograma, se pertinente;
( ) Identificar fatores contribuintes (SNG, medicamentos, infecção);
( ) Realizar higiene íntima após cada episódio;

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( ) Utilizar as precauções universais;
( ) Controlar a ingestão/excreção, eletrólitos, densidade urinária, peso.

Comportamento/Conforto
Diagnóstico: Dor

Dados do Histórico:
( ) expressão verbal e não verbal de dor
( ) introspecção
( ) aumento do tônus
( ) diaforese, alteração na FR, FC, dilatação da pupila.

Prescrição de Enfermagem
( ) Mudar o decúbito
( ) Determinar a localização da dor, características, severidade, etc.
( ) Monitorizar os sinais vitais antes e depois da administração de
analgésicos narcóticos
( ) Implementar medidas de conforto (posicionamento, redução da luz,
musicoterapia).
( ) Instruir o cliente a solicitar a medicação analgésica antes de a dor
agravar

Diagnóstico: Distúrbio no Padrão de Sono

Dados do Histórico:
( ) queixa de dificuldade para adormecer
( ) sono interrompido
( ) inquietação, irritabilidade
( ) bocejos freqüentes, fáceis inexpressivas.
Prescrição de Enfermagem
( ) Diminuir os estímulos e ruídos ambientais;

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
( ) Espaçar os cuidados, e os medicamentos, propiciando longos períodos
para repouso e sono;
( ) Realizar medidas de conforto (banho, higiene íntima, massagem nas
costas, música suave, etc.).

Comunicação
Diagnóstico: Comunicação verbal prejudicada

Dados do Histórico:
( ) afonia, disartria, etc.
( ) dificuldade em manter o padrão de comunicação (traqueostomia, TOT,
medicamentos);
( ) déficit auditivo-visual

Prescrição de Enfermagem
( )Identificar os distúrbios da linguagem (disartria ou afasia);
( ) Proporcionar um método alternativo de comunicação (quadro, gestos),
conforme a necessidade e habilidade do cliente;
( ) Utilizar frases curtas e simples, falando de frente para o cliente;
( ) Ouvir atentamente.

Integridade Cutânea - Mucosa


Diagnóstico: Potencial para infecção

Dados do Histórico:
( ) defesa primária insuficiente (solução de continuidade, etc.);
( ) defesa secundária insuficiente ( leucopenia, etc.);
( ) Procedimentos invasivos;
( ) Doença crônica/Trauma

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Prescrição de Enfermagem
( ) Monitorar quanto aos sinais e sintomas de infecção sistêmica e
localizada
( ) Monitorar a contagem de leucócitos
( ) Inspecionar qualquer incisão cirúrgica ou ferida
( ) Trocar equipos EV

Diagnóstico: Integridade da pele prejudicada

Dados do Histórico:
( ) solução de continuidade
( ) procedimentos invasivos _______
( ) destruição de tecidos
Prescrição de Enfermagem: incisão cirúrgica/EV

( ) Monitorizar o processo de cicatrização;


( ) Fazer o curativo cirúrgico, conforme protocolo;
( ) Remover suturas, grampos ou clipes, conforme protocolo.

Prescrição de Enfermagem: ferida


( ) Fazer o curativo, conforme protocolo;
( ) Manter a permeabilidade dos drenos.

Espiritualidade
Diagnóstico: Desesperança

Dados do Histórico:

( ) passividade ( ) verbalização diminuída


( ) uso constante de negativas
( ) afeto diminuído

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Prescrição de Enfermagem
( ) Ajudar o cliente/família na identificação de áreas de esperança na vida
( ) Informar ao cliente que a situação atual é temporária
( ) Ajudar o cliente a expandir sua espiritualidade, facilitando a prática
religiosa
( ) Solicitar ao cliente a participar no cuidado, conforme apropriado
( ) Ensinar à família conversar com o cliente sobre aspectos positivos de
esperança
( ) Proporcionar ao cliente/família o contato com grupos de auto-ajuda

Diagnóstico: Impotência

Dados do Histórico:

( ) expressões verbais relativas à falta de controle quanto à situação


( ) depressão
( ) apatia
( )dependência dos outros, resultando em manipulações.

Prescrição de Enfermagem
( ) Conversar com o cliente sobre a extensão da responsabilidade dele na
condição atual de saúde
( ) Encorajar a verbalização de sentimentos
( ) Estabelecer limites para comportamentos manipulativos
( ) Encorajar o autocuidado, conforme a possibilidade.

EVOLUÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

É o registro feito pelo Enfermeiro após a avaliação do estado geral do


paciente. Desse registro devem constar os problemas novos identificados, um
resumo sucinto dos resultados dos cuidados prescritos e os problemas a serem
abordados nas 24 horas subseqüentes.

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Para Horta, a evolução de enfermagem é o relato diário ou periódico das
mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano enquanto estiver sob assistência
profissional, ou seja, uma avaliação global do plano de cuidados.
A evolução constitui o registro executado pelo enfermeiro, do processo de
avaliação das alterações apresentadas pelo paciente e dos resultados das ações de
enfermagem planejadas e implementadas relativas ao atendimento das suas
necessidades básicas. Num levantamento realizado com as enfermeiras que
realizavam a evolução e prescrição, constatou-se que o tempo gasto para realização
das mesmas variou de 15 a 30 minutos e foi proporcional à diversidade de cuidados
de enfermagem necessários e do estado de saúde dos pacientes internados.

Normas da evolução de enfermagem:


• "A evolução é registrada em impresso próprio na coluna determinada.”
• A evolução de enfermagem é feita diariamente para todos os pacientes
internados ou em observação, devendo conter a data e o horário de sua execução.
• A evolução de enfermagem é refeita, em parte ou totalmente na
vigência de alteração no estado do paciente, devendo indicar o horário de sua
alteração.
• Da evolução de enfermagem devem constar os problemas prioritários
para assistência de enfermagem a ser prestada nas próximas 24 horas.
• Na elaboração da 1ª evolução de enfermagem, o enfermeiro resume
sucintamente as condições gerais do paciente detectadas durante o preenchimento
do histórico e relaciona os problemas selecionados para serem atendidos já nessa
primeira intervenção.
• Para elaborar a evolução de enfermagem a enfermeira deve consultar
a evolução e prescrição de enfermagem anterior, a anotação de enfermagem do
período entre a última prescrição e a que está sendo elaborada, a evolução e
prescrição médicas, os pedidos e resultados de exames laboratoriais e
complementares, interconsultas, e realizar entrevista e exame físico.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• A evolução dos pacientes em observação no Pronto Atendimento é
baseada no exame físico, nos sinais e sintomas e em outras informações relatadas
pelo paciente ou acompanhante.
• “A resolução do problema deve constar na evolução diária."
A evolução de enfermagem deve conter em ordem, segundo Horta:
• Data, hora;
• Tempo de internação;
• Motivo da internação;
• Diagnóstico;
• Discriminação seqüencial do estado geral, considerando: neurológico,
respiratório, circulatório, digestivo, nutricional, locomotor e geniturinário;
• Procedimentos invasivos, considerando: entubações, orotraqueais,
traqueostomias, sondagens nasogástricas e enterais, cateterizações venosas,
vesicais e drenos;
• Cuidados prestados aos clientes, considerando: higienizações,
aspirações, curativos, troca de drenos, cateteres e sondas, mudança de decúbito,
apoio psicológico e outros;
• Descrição das eliminações considerando: secreções traqueais, orais e
de lesões, débitos gástricos de drenos, de ostomias, fezes e diurese, quanto ao tipo,
quantidade, consistência, odor e coloração;
• Assinatura e Coren.

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Exemplo:
16/11/2005 - 23h: 1º DI DX: Estado de Mal Asmático + PCR com PA 140/80
mm/Hg, Sat O2 86% e Glasgow 5. Intubada, instalado monitor cardíaco + oximetria
de pulso, colocado em VM, modo controlado (CMV). Inconsciente, sedada, pupilas
isocóricas e fotorreagentes – 3 mm. AC: BCR hipofonéticas, AP: MV diminuídos.
Abdome globoso e flácido. Realizado flebotomia em MSE às 19h30min. SVD e SNG
para drenagem às 20h, sem intercorrências. Apresentou episódio súbito de
taquicardia ventricular com PA: 170/ 140 mm/Hg, seguido PCR às 21h30min., sendo
iniciado manobras de reanimação, massagem cardíaca, desfibrilação – 8x e
medicada com trinta ampolas de adrenalina conforme prescrição médica, voltando
após 40 min. de reanimação. Às 22h apresentou Glasgow 3 que se manteve, e
pupilas em midríase – 5 mm. Mantendo PA110/80 com dopamina e noradrenalina
em bic. Manifestando estado febril – 38ºC às 23h, FC: 132bpm, PA:110/70, FR:
24rpm e Sat O2: 98%. Drenado 1100ml de diurese coloração amarelo. Permanece
em jejum. Evacuação ausente. Alterações do Hemograma: Hemoglobina: 16,6 g/dl,
Hematócrito: 54,1%, VGM: 100, Leucócitos: 18300 mm3. Gasometria arterial: Ph: 6,
870, PO2: 123,7 mm/Hg, HCO3 22,2 mm/Hg, CO2 total: 23,0, Sat O2 76,3%.
___________________________________Enf. Carla. COREN: 002568

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ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM

As anotações de enfermagem são todos os registros das informações do


paciente, das observações feitas sobre o seu estado de saúde, das prescrições de
enfermagem e sua implantação, da evolução de enfermagem e de outros cuidados,
entre eles a execução das prescrições médicas. Pode-se afirmar que é um
instrumento valorativo de grande significado na assistência de enfermagem e na sua
continuidade, tornando-se, pois, indispensável na aplicação do processo de
enfermagem, pois está presente em todas as fases do processo.

A anotação de enfermagem é o meio utilizado pela enfermagem para


informar sobre a assistência prestada, e como conseqüência, uma fonte disponível
para avaliação da eficiência e eficácia dessa assistência. Assim, demandam clareza
em relação a sua forma e conteúdo, a fim de garantir a compreensão e a legibilidade
da informação.

Critérios para anotações de enfermagem

Todos os dados devem ser registrados imediatamente após o fato ocorrido,


evitando assim, o déficit do cuidado por falha na comunicação. As anotações de
enfermagem devem observar os seguintes critérios:
• Exatidão: os fatos devem ser anotados com precisão e veracidade. A
omissão de dados ou o registro errado demonstram inexatidão. As observações
devem ser específicas e exatas.
• Brevidade: todo registro deve ser conciso, objetivo e completo.
• Legibilidade: a anotação deve ser feita de forma nítida, legível e à tinta.
• Identificação: logo após a anotação, o profissional deve assinar seu
nome seguido do número do COREN. Sendo aluno, colocar seu nome e instituição
de ensino.

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Tipos de anotações de enfermagem

São vários tipos de anotações de enfermagem que podem ser registrados no


prontuário do paciente. Dentre eles são destacados:
• Gráfico: facilita a visualização de oscilações dos parâmetros vitais do
paciente, como temperatura (T), pulso (P), respiração (R) e pressão arterial (PA) ou
dos sinais objetivos, tais como: peso, altura, perímetros; pressão venosa central,
entre outras.
• Sinal gráfico: realizado por meio do checar li ou (I) significa que a ação
prescrita (médica ou de enfermagem) foi realizada e, do circular @ significa que a
ação prescrita (médica ou de enfermagem) não foi realizada. Quando um horário
está circulado, é importante uma justificativa da não-realização do cuidado na
anotação de enfermagem.
• Descrição: numérica - são anotados valores de parâmetros
mensuráveis. Podem ser locais específicos para o registro desses valores para
facilitar a visualização; narração escrita - registro da forma narrativa daquilo que foi
realizado, observado e ou informado pelo paciente ou familiar. É o tipo de anotação
mais freqüentemente utilizado em prontuário de paciente.
A anotação de enfermagem, quando cientificamente estruturada, apresenta
elementos valiosos para o diagnóstico das necessidades do paciente, da família e
da comunidade, facilitando o planejamento de assistência ao paciente e
apresentando elementos para o ensino e pesquisa no campo profissional.
No dia-a-dia verificamos que as anotações de enfermagem, de modo geral,
não são completas em relação ao cuidado integral que o paciente necessita e
recebe, e não satisfazem os requisitos necessários para sua padronização.
Acreditamos que essas falhas ocorram devido à falta de conscientização de seu
valor pelo pessoal de enfermagem.
Quanto mais consciência o funcionário tiver sobre a finalidade dos registros
de enfermagem, mais ele a fará com riqueza de conteúdo, colaborando assim,
efetivamente, para a elaboração de cuidados de enfermagem individualizados a
cada paciente.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Roteiro para anotação de enfermagem

Comportamento e observações relativas ao paciente:


• Nível de consciência;
• Estado emocional;
• Integridade da pele e mucosa
• Hidratação;
• Aceitação de dieta
• Manutenção venóclise;
• Movimentação;
• Eliminação;
• Presença de cateteres e drenos

Cuidados prestados aos pacientes prescritos ou não pelo enfermeiro:


• Mudança de decúbito;
• Posicionamento no leito ou na poltrona;
• Banho;
• Curativos;
• Retirada de drenos, sondas, cateteres, etc.

Medidas prescritas pelos médicos, e prestadas pela enfermagem.


• Repouso;
• Uso de colete/faixas;
• Recusa de medicação ou tratamento.

Respostas específicas do paciente a terapia e assistência


• Alterações do quadro clínico;
• Sinais e sintomas;
• Alterações de sinais vitais;
• Intercorrências com o paciente;
• Providências tomadas;

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• Resultados

Medidas terapêuticas executadas pelos membros da equipe


• Passagem de dispositivo intravenoso (intracath, duplo ou triplo lúmen,
etc.);
• Visita médica especializada (avaliações);
• Atendimento do fisioterapeuta, da nutricionista ou psicólogo.

Orientações educativas
• Nutrição;
• Atividade física;
• Uso de medicações.

Outros fatos relevantes (de qualquer natureza) referidos pelo paciente ou


percebidos pelo profissional.
• Acidentes e intercorrências;
• Recebimento de visitas.

Conteúdo e formas de anotações de enfermagem

Para facilitar a descrição das anotações de enfermagem apresentadas em


seguida, observe algumas orientações e sugestões de conteúdo e formas de
anotações, lembrando que cada instituição pode adequá-las às suas especificidades
e normas rotineiras.

Acesso venoso periférico - Anotar


• A localização, tipo de acesso, dispositivo venoso utilizado (scalpe,
butterfly, etc.);

• O tempo de permanência para controle de troca de acordo com as


normas da Comissão de Controle de Infecção hospitalar (CCIH);
• Se existe presença de sinais flogísticos (exsudato, hiperemia, rubor,

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calor);

• As complicações locais: hematoma (descoloração da pele, edema e


relato de desconforto ao redor da inserção do dispositivo); flebite (dor no local,
eritema ou edema sem endurecimento, cordão fibroso não palpável); tromboflebite
(fluxo de infusão lento, edema em membros, veia sensível, presença de cordão
fibroso, local quente ao toque, eritema acima do local de inserção do dispositivo);

• Infiltração (pele fria e tensa ao redor da inserção do dispositivo, edema,


estagnação de retorno sangüíneo pelo dispositivo, ou retorno de fluido rosa-claro,
velocidade lenta de infusão); extravasamento (tensão na pele, pele fria e pálida,
infusão lenta ou estagnada, edema da extremidade afetada)
• O tempo de permanência;
• Se estiver hidratado, heparinizado ou com infusão contínua; o tipo de
curativo (seco; limpo; etc.).

Acesso venoso central - Anotar


• A localização (subclávia, pedioso, etc.) e o tipo do procedimento
(intracath, flebotomia, etc.);
• Tipo de cateter (duplo, triplo lúmen, etc.);
• Se existe presença de sinais flogísticos (exsudato, hiperemia, rubor,
calor);
• O tempo de permanência;
• O indicativo de infecção da corrente sangüínea (tremores, sudorese,
confusão mental, etc.);
• As complicações locais (hiperemia, flebite, infiltração, edema, queixas
álgicas, etc.);
• Os produtos utilizados no curativo realizado em inserção de cateter;
• Os tipos de fitas adesivas utilizados no curativo.

Acidentes/Incidentes-Anotar
• O horário da ocorrência;

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• Detalhes do fato ocorrido;
• As condutas tomadas, tais como: comunicado à chefia, solicitação de
avaliação ao médico, exames solicitados;
• O preenchimento da ficha própria para acidentes ou incidentes;
• O estado geral e as condições do paciente após o acidente; os
profissionais comunicados formal ou informalmente; as conseqüências do
acidente/incidente.

Acompanhamento de procedimento invasivo - Anotar


• O tipo de procedimento. Exemplificando: passagem de intracath,
flebotomia, punção lombar, drenagem de tórax, paracentese, etc.;
• O horário do início do procedimento;
• O nome do médico que realizou o procedimento invasivo; o local
anatômico do procedimento;
• O número de tentativas durante o procedimento invasivo;
• O volume, cor, consistência e aspecto do líquido drenado nos
procedimentos: punção lombar, drenagem de tórax, paracentese;

• As intercorrências durante o procedimento, tais como: sangramento,


agitação e desconforto do paciente; dor;
• Os sinais vitais do paciente de acordo com as intercorrências;

• O horário do término do procedimento e as condições gerais e


orientações feitas ao paciente e/ou familiares;

• Caso seja colhido material e esse encaminhado, descrever o local


(anatomia patológica, laboratório ou outros locais).

Admissão do paciente na unidade de internação - Anotar


• O horário da internação;

• A procedência do paciente (residência, transferência de outra


instituição hospitalar ou de setor intra-hospitalar);
• Acompanhante (familiar, amigo, profissional de saúde);

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• As condições de locomoção (deambulando, cadeira de rodas, maca);

• As condições gerais observadas no paciente (alerta, venóclise, dreno,


curativo, sinais vitais);
• Os dados informados pelos pacientes ou familiares, como dor,
náuseas, cansaço, desconforto, inquietações;
• Os tipos de medicação que está utilizando;

• Os pertences (descrever o que permanece com o paciente, inclusive


próteses; registrar pertences devolvidos para familiares);
• As orientações feitas ao paciente e/ou familiares

Alta hospitalar - Anotar


• O horário da alta;
• A assinada pelo médico (nome do médico)
• As condições gerais e de locomoção (alerta, deambulando, curativos,
drenos, algias);

• O acompanhamento (com familiares, amigos; registrar o nome do


acompanhante);

• As orientações feitas aos pacientes ou familiares (retorno e


acompanhamento multiprofissional, medicações, exames, repouso, curativo, dreno,
cateteres, etc.);

• Se os pertences foram entregues ou não para o paciente ou familiar;


• A entrega de exames (raios-X, tomografia, ultra-som, etc.) para o
paciente ou familiar.

Atendimento do paciente no período pré-operatório - Anotar


• O estado e condições do paciente (jejum, sinais vitais, via de acesso,
respiração espontânea, com ventilação mecânica, etc.);
• O horário do encaminhamento do paciente para o centro cirúrgico;

• As condições de encaminhamento do paciente, especificando o tipo de

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transporte (maca, cadeira de rodas, deambulando); se intubado ou
traqueostomizado com ventilação mecânica, quem o transportou;

• A retirada de pertences e próteses e o destino (entregue aos familiares,


guardado na unidade);

• A medicação pré-anestésica (se não prescrita, se prescrita


administrada ou não administrada);

• A coleta de amostra de sangue, de acordo com o procedimento


cirúrgico;
• A tricotomia se realizada ou não;
• A passagem de sondas (nasogástrica; vesical, etc.);
• As vias de acesso venoso (acesso periférico, central, etc.); o
encaminhamento do prontuário do paciente.

Atendimento do paciente no período pré-operatório - doador de órgão -


Anotar
• A avaliação do paciente compatível com seu estado (morte encefálica);
• O consentimento informado da família;
• A constatação da morte encefálica;

• Medicações administradas ou preparadas pelo pessoal de


enfermagem;
• O horário do encaminhamento do paciente para o centro cirúrgico,
especificando o tipo de transporte, o posicionamento do paciente e a assistência
realizada durante o trajeto;
• O encaminhamento do prontuário do paciente; o encaminhamento de
aviso de óbito;

• As informações sobre o destino de documentos, pertences e próteses


retiradas do paciente.

Atendimento do paciente no período transoperatório - Anotar


• A recepção do paciente no centro cirúrgico com avaliação completa do

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
seu estado e condições;
• A posição do paciente na mesa cirúrgica;

• A instalação de equipamentos, acessórios, incluindo almofadas, coxins,


eletrodos, placas de bisturis, entre outros;

• O início e o término dos procedimentos anestésicos propostos e


realizados;
• As intercorrências durante os procedimentos anestésicos e cirúrgicos;

• As condições do paciente (acordado, intubado, respiração -


espontânea ou mecânica);
• A existência e as condições do curativo; de drenos, sondas, etc.;
• O destino do paciente (Recuperação Pós-Anestésica, Unidade de
Terapia Intensiva, leito de origem, etc.).

Atendimento do paciente no período trans-operatório - doador de órgãos -


Anotar
• A recepção do paciente no centro cirúrgico com avaliação completa do
seu estado e condições;
• A posição do paciente na mesa cirúrgica;
• A instalação de equipamentos, acessórios (placa de bisturi);

• O início e término dos procedimentos anestésicos e cirúrgicos


propostos
• Órgãos retirados e realizados;
• As intercorrências durante os procedimentos anestésicos e cirúrgicos;

• As condições de encaminhamento e destino imediato do (s) órgão (s)


retirado (s) para transplante;
• A parada dos sinais vitais;
• O preparo e destino do corpo.

Atendimento do paciente no período pós-operatório imediato - Anotar


• As condições do estado geral do paciente especificando o nível de

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
consciência, tipo de respiração (espontânea ou artificial);
• As condições das pupilas, as respostas a estímulos dolorosos e ao
comando verbal;
• As condições da pele (hiperemia, fria, pegajosa, etc.), especificamente
onde permaneceram: a placa terra do bisturi, coxins, almofadas, etc.;
• As vias de acesso venoso (central, periférico, etc.);
• A localização e o tipo do curativo (aberto, oclusivo, compressivo, com
irrigação, com drenagem, etc.), com ou sem sangramento;
• A localização e tipo de dreno (Kher, Nelaton, Penrose, de tórax,
tubular, etc.);
• A localização e tipo de sonda (nasogástrica, vesical, retal, etc.);
• O débito do dreno e sondas (volume, cor, aspecto, etc.).

Atendimento espiritual - Anotar


• O horário da solicitação do padre, pastor ou orientador espiritual; o
horário e o tipo de atendimento espiritual realizado;
• As condições emocionais do paciente após o atendimento espiritual.

Curativo - Anotar
• A localização e o tipo do curativo (aberto, oclusivo, compressivo, com
irrigação, com drenagem, etc.);
• Se existe presença de sinais flogísticos (exsudato, hiperemia, rubor,
calor);
• O tempo de permanência do curativo;
• O indicativo de infecção da ferida operatória (exsudato, secreção,
hiperemia, rubor, calor, etc.);
• As complicações locais (dor, etc.);
• Os produtos utilizados no curativo;
• Os tipos de fitas adesivas utilizados no curativo.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Deambulação e movimentação - Anotar
• A deambulação (se a dependência é total ou parcial);

• As necessidades de exercícios físicos (executados com auxílio da


equipe de enfermagem, sozinho, pelo fisioterapeuta);

Dor – Anotar
• O local da dor (mão, abdômen, etc.);
• A intensidade da dor (leve, moderada, intensa);
• A duração da dor (contínua, intermitente, etc.);
• Os prejuízos advindos da dor (dificuldade para movimentar-se no leito,
de deambulação e para respirar ou tossir, alteração do sono, do humor e do apetite,
etc.);
• O tipo de analgesia prescrita (oral, infusão por bomba peridural,
venosa, etc.).

Drenos - Anotar
• A localização e tipo de dreno (Kher, Nelaton, Penrose, tórax, tubular,
etc.);
• O débito (volume, cor, aspecto, etc.);
• A troca de coletor, especificando o horário;

• O aspecto de inserção (hiperemia, lesão, ressecamento, presença de


exsudato, condições gerais de pele);

• O curativo de inserção (se houver): oclusivo, aberto, limpo, seco,


compressivo;
• O tipo de fixação do dreno;

• As queixas referidas pelo paciente com relação ao dreno (dor, prurido,


etc.).

Eliminações - Anotar
• A freqüência;

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• A quantidade ou volume;
• O aspecto ou características;
• A consistência (fezes);
• A cor;
• O odor.

Encaminhamento de pacientes para exames ou procedimentos - Anotar


• O horário e o local de encaminhamento (radiografia, tomografia,
radioterapia, etc.);

• As condições gerais do paciente (alerta, sonolento, com venóclise com


medicamentos em bomba de infusão, com cateteres) e de locomoção
(deambulando, de maca, de cadeira de rodas), tipo de respiração (espontânea ou
artificial);
• O tipo de exame ou procedimento realizado;

• As intercorrências (sangramento, lipotimia, queixas álgicas) se ocorram


durante o exame;
• O horário de retorno dos pacientes e suas condições gerais.

Entubado ou traqueostomizado ou cricotireoidostomia - Anotar


• A localização do tubo ou cânula (oral, nasal) e o tipo (traqueostomia,
cricotireoidostomia, etc.);
• O tempo de permanência;

• As complicações: locais da cricotireoidostomia ou traqueostomia


(hemorragia; enfisema subcutâneo ou de mediastino; pneumotórax, perfuração de
traquéia, mediastino ou esôfago; lesão de corda vocal; aspiração do conteúdo
gástrico; rotura de laringe; hipercarbia) e as tardias (estenose traqueal ou subglótica;
aspiração; fístula traqueosofágica; mudança na voz; infecção; sangramento;
traqueomalacia);

• As condições de permeabilidade do tubo ou cânula (obstruída


desposicionamento, etc.);

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• A secreção: tipo (amarela, sanguinolenta, espessa, etc.) e quantidade,
(pequena, média e grande);
• O tipo de fixação.

Estado psicoespiritual do paciente - Anotar


• A aceitação e não aceitação da doença;
• A aceitação à hospitalização e o regulamento do hospital;
• Em relação ao tratamento (aceitação, recusa, etc.);
• Em relação à aceitação da equipe de enfermagem;
• As necessidades, hábitos religiosos e de recreação, sua comunicação.

Evasão de paciente - Anotar


• O horário da evasão;
• As condições do paciente (deambulando, consciente, orientado, etc.);
as condutas tomadas (avisado médico, serviço social, porteiros); preenchimento de
impresso próprio;
• Se comunicado formal ou informalmente à chefia imediata.

Feridas ou lesões - Anotar


• A presença de exsudato (aspecto, coloração, quantidade, consistência,
odor). Exemplificando: lesão em região abdominal com presença de exsudato
amarelado e seroso em média quantidade;
• A localização da ferida ou lesão e sua extensão;
• A caracterização (limpo, seco, com tecido necrótico, com fibrina, etc.);

• As condições de pele ao redor da ferida (hiperemia, edema, calor,


coloração, algia);
• O tipo do curativo (oclusivo, aberto, compressivo, limpo, seco);
• O horário da realização do procedimento;
• Os materiais e produtos utilizados no curativo;
• As queixas referidas pelo paciente (dor, desconforto, prurido).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Marcapasso externo - Anotar
• A localização e o tipo de eletrodo utilizado;

• Se existe presença de sinais flogísticos (exsudato, hiperemia, rubor,


calor);
• Se existem sinais de sangramento no local da inserção do eletrodo;
• O tempo de permanência do eletrodo;

• As condições do eletrodo (íntegro, amassado, início de fraturamento,


etc.);
• O indicativo de infecção da corrente sangüínea (tremores, sudorese,
confusão mental, etc.);
• Os produtos utilizados no curativo realizado na inserção do eletrodo;
• Os tipos de fitas adesivas utilizadas no curativo.

Nutrição - Anotar
• Aceitação ou não do alimento;
• Razões da rejeição;
• Tipo e quantidade de alimento consumido;

• Formas de administração (oral, nasogástrica, sonda enteral,


jejunostomia, etc.);
• Jejuns (para cirurgia, exames, etc.).

Óbito - Anotar
• O horário que o médico constatou o óbito; o nome do médico que
constatou o óbito;
• O horário que avisou o Registro Geral do Hospital;
• O tipo de óbito (mal definido, bem definido, caso de polícia, etc.);
• A retirada de cateteres, drenos, equipamentos para suporte;

• O preparo do corpo realizado (limpeza, tamponamento, colocação de


próteses, curativo, vestimenta, identificação do corpo);
• Os pertences encaminhados juntamente com o corpo;

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• O horário do encaminhamento do corpo ao necrotério, Instituto Médico
Legal (IML), Serviço de Verificação de Óbitos (SVO);
• O encaminhamento do prontuário do paciente ao Registro Geral do
Hospital.

Ostomias (gastrostomias, esofagostomias, colostomia, ileostomia,


nefrostomia, ureteroileostomia, etc.) - Anotar
• A localização e o tipo de dispositivo utilizado;
• O débito (características, volume, freqüência, odor, cor);
• As características da ostomia como retração, prolapso, edema,
sangramento, etc.;
• A higienização da ostomia (horário, intercorrência, etc.);
• As características da pele ao redor da ostomia (ressecada, lesada,
hiperemiada, edemaciada, presença de exsudato, etc.);
• O horário da troca do dispositivo coletor (bolsa, etc.);
• As orientações ao paciente relacionadas aos cuidados com a ostomia.

Ressuscitação cardiopulmonar - Anotar


• O horário da detecção dos sinais de ausências de pulso (periférico e
central), ausência de movimentos respiratórios e ausência de resposta verbal e
motora;
• Os sinais observados;
• A conduta tomada. Exemplificando: chamado o médico, puncionado
veia, etc.;
• As intervenções médicas e da enfermagem (compreensão cardíaca,
instalação de máscara, punção venosa, entubação, monitoração cardíaca, etc.);
• As respostas das ações de enfermagem;
• As condutas tomadas na transferência do paciente, se ocorrer;

Sondas - Anotar
• A localização e tipo de sonda (nasogástrica, nasoenteral, vesical, retal,

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Sengstaken-Blakemore, etc.);
• O débito (volume, cor, aspecto, etc.). A secreção gástrica é clara e
viscosa. O aspecto marrom ou esverdeado sugere estase gástrica e refluxo de bile;
• As trocas de coletor, especificando o horário;
• O aspecto de inserção (hiperemia, lesão, ressecamento, condições
gerais de pele);
• O curativo de inserção (se houver): oclusivo, aberto, limpo, seco,
compressivo;
• O tipo de fixação da sonda;
• As queixas referidas pelo paciente com relação à sonda (dor, prurido,
etc.);
• A pressão (mmHg) do balão gástrico e esofágico no caso de sonda de
Sengstaken-Blakemo

Tratamento e terapêutica-Anotar
• A medicação;
• A dose e quantidade;
• A via e local de administração;
• As possíveis reações;
• As substituições feitas;

Tração transcutânea ou transesquelética - Anotar


• A cor da extremidade distal (normal, cianótica ou pálida); a temperatura
(normal, fria, quente);
• Os pulsos (cheios, finos ou ausentes);
• O enchimento capilar (normal, lento ou ausente);

• A dor (progressiva e ininterrupta, sem dor, causada pela


movimentação);

• A sensibilidade (sensação de formigamento, manutenção ou perda da


sensibilidade);

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• O horário da execução o material utilizado.
• As condições da pele (extensão da perna e ao redor dos pinos ou fio
metálico);

Transferência interna no hospital - Anotar


• O horário de transferência;
• O local de transferência (para aonde foi encaminhado o paciente);
• As condições gerais e de locomoção (alerta, sonolento, deambulando,
de maca, de cadeira de rodas);
• A medicação: relatar a entrega ou não dos medicamentos, (dos
horários subseqüentes e informar pendência com a farmácia se houver);
• A dieta: registrar se houver comunicação à Divisão de Nutrição e
Dietética (DND) sobre a transferência;

• As informações sobre o destino de documentos pertences e próteses


(transferidos junto com o paciente, entregue aos familiares, etc.).

----------------------------FIM DO MÓDULO I---------------------------

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Curso de
Propedêutica de Enfermagem

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO II

EXAME FÍSICO

Após a história de saúde, proceda à parte prática da avaliação. Durante o


exame físico, você usará os sentidos e uma abordagem sistemática para coletar
informações a cerca da saúde do cliente. O exame físico completo inclui uma
pesquisa geral, a determinação dos sinais vitais, de altura, peso e o exame de todos
os órgãos e sistemas corporais. Algumas vezes, justifica-se um exame físico
adaptado, com base na história e queixas do cliente.
O enfermeiro deverá realizar as seguintes técnicas: inspeção, ausculta,
palpação e percussão, de forma criteriosa, efetuando o levantamento de dados
sobre o estado de saúde do paciente e anotação das anormalidades encontradas
para validar as informações obtidas no histórico. A inspeção consiste na observação
detalhada com vista desarmada, da superfície externa do corpo bem como das
cavidades que são acessíveis por sua comunicação com o exterior, como, por
exemplo, a boca, as narinas e o conduto auditivo. A palpação é a utilização do
sentido do tato das mãos do examinador, com o objetivo de determinar as
características da região explorada. A percussão consiste em golpear a superfície
explorada do corpo para produzir sons que permitam avaliar as estruturas pelo tipo
de som produzido. A ausculta é o procedimento pelo qual se detectam os sons
produzidos dentro do organismo, com ou sem instrumentos próprios.
O exame físico consiste no estudo bio, psico, sócio e espiritual do indivíduo,
por intermédio da observação, de interrogatório, de inspeção manual, de testes
psicológicos, testes de laboratório e do uso de instrumentos.

Abrangência do exame
Em geral, um novo cliente deve ser submetido a um exame físico completo,
independentemente da razão pela qual ele procura assistência ou do tipo de
instituição onde você trabalha. Um exame mais limitado ou concentrado no problema

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
pode ser apropriado para o cliente que necessita cuidados urgentes ou para um
cliente que você conheça bem.
O exame abrangente consiste mais do que uma verificação dos sistemas
corporais. Ele também:
• É uma fonte de conhecimento sobre o cliente
• Ajuda a identificar ou eliminar causas físicas para as preocupações do
cliente
• Serve como base para comparações futuras
• Cria oportunidades importantes para promover a saúde
• Aumenta a credibilidade do que você comenta e aconselha

Se você estiver realizando um exame com determinado enfoque, escolha


com cuidado os métodos para a determinação do problema. A abrangência do
exame será determinada por:
• Sintomas do cliente
• Idade do cliente
• História de saúde do cliente
• Seus conhecimentos dos padrões patológicos

Por exemplo, se um cliente manifesta dor de garganta, você deverá decidir


se ele deve ser palpado com cuidado sobre o fígado e o baço para investigação de
mononucleose, ou se ele tem um resfriado e esse exame não é necessário.
O exame físico periódico para rastreamento e prevenção está recomendado
em diversas áreas, dentre elas:
• Determinação de pressão arterial
• Exame cardíaco
• Exame de mama
• Verificação do aumento esplênico e hepático
• Exame pélvico acompanhado de teste de Papanicolau

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A seqüência do exame deve ser planejada de modo a maximizar o conforto
do cliente, evitar trocas freqüentes de posição e aumentar sua eficiência. Como
regra geral, vá da cabeça para o pé, ou seja, cefalocaudal.

Seqüência sugerida para o exame físico


Você desenvolverá sua própria seqüência para os exames físicos à
medida que ganhar mais experiência. Use a seqüência sugerida a seguir como
guia.

Cliente Deitado Sentado inclinado para frente


Avaliação geral Exame cardiovascular (para sopro de
Sinais vitais insuficiência aórtica)
Pele da parte superior do dorso
Cabeça e pescoço, incluindo tiróide e Decúbito dorsal
linfonodos Tórax e pulmões
Estado mental, nervos cranianos, força e Mamas e axilas
tônus dos membros superiores. Abdome
Tórax e pulmões Vasculatura periférica e pele dos
Mamas membros inferiores e da porção inferior
Avaliação músculo esquelética dos do dorso
membros superiores Força e tônus dos membros inferiores,
reflexos.
Decúbito lateral esquerda, com a
cabeça do leito elevada 30º Posição de pé
Exame cardiovascular Marcha
Exame músculo esquelético
Decúbito lateral esquerdo
Exame de próstata e reto em homens Posição litotomia
Exame pélvico e retal em mulheres

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Posições para o exame físico
• Posição ereta ou ortostática: paciente em pé, mantendo a coluna
alinhada e os pés ligeiramente afastados. Utilizada para verificação da atividade
motora, marcha, equilíbrio, postura e conformação óssea.
• Posição sentada: paciente sentado com o tórax elevado. Utilizada para
exame dos ouvidos, olhos, nariz, garganta, pés, mãos, cabeça, braços e tronco.
• Posição supina ou dorsal: paciente deitado em decúbito dorsal, braços
estendidos ao longo do corpo, pernas estendidas ou ligeiramente fletidas, podendo
ser colocado um travesseiro sob a cabeça para aumentar o conforto. Usada para
exame de tórax, parte anterior do abdome e extremidades.

Fonte: www.inca.gov.br

• Posição prona ou ventral: paciente deitado em decúbito ventral, com a


cabeça virada para um dos lados, braços abduzidos para cima, com os cotovelos
fletidos e pernas estendidas. Utilizada para exame da parte posterior do tórax, região
cervical, lombar e glútea.

• Posição de SIMS: paciente em decúbito lateral esquerdo, com os


braços posicionados e maneira confortável para o paciente, perna direita
ligeiramente mais fletida que a esquerda e apoiada sobre a cama. Colocar o
travesseiro sob a cabeça para aumentar o conforto. Usada para exame de reto e
cauterização.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Fonte: www. tilz.tearfund.org

• Posição genupeitoral: paciente ajoelhado, mantendo os joelhos


afastados, com o peito apoiado sobre a cama e a cabeça lateralizada sobre os
braços. Utilizada para exame do reto.

Fonte: www. derival.santos.vilabol.uol.com.br/exame.proctologico.htm

• Posição de Trendelenburg: paciente em decúbito dorsal, em plano


inclinado, de forma a manter a cabeça mais baixa em relação ao corpo. Usado nos
casos de hemorragia, edema, etc.

Fonte: www.etrode.com

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Posição de Fowler: paciente em decúbito dorsal, com o tronco elevado
em ângulo de 45º. Colocar o travesseiro sob a cabeça, para aumentar o conforto.
Utilizada como posição de conforto, quando há dispnéia, pós-cirurgia de tireóide ou
abdominal, pneumonia.
• Posição ginecológica: decúbito dorsal, com pernas fletidas flexionadas
e afastadas. Usada para exame dos órgãos genitais internos e externos, cirurgias,
cauterizações e partos.
• Posição litotomica: decúbito dorsal, com pernas fletidas sobre o
abdome, afastadas. Usada para exame dos órgãos genitais internos e externos.

Os instrumentos
Em geral, para o exame físico, o enfermeiro precisará de termômetro,
estetoscópio, esfigmomanômetro, lanterna de bolso, otoscópio, abaixador de língua,
balança.
Após organizar o equipamento necessário, comece a primeira parte do
exame físico: formando suas impressões iniciais do cliente, preparando-o para o
exame e obtendo os dados basais – altura, peso e sinais vitais. Essas informações
direcionarão o restante do exame.

Dados basais
A determinação exata da estatura, do peso e dos sinais vitais do cliente
fornece informações importantes sobre as funções corporais.
Na primeira vez que for examinar um cliente, registre seus sinais vitais
basais, bem como as estatísticas. Posteriormente, faça as avaliações a intervalos
regulares, dependendo do estado do cliente e da política da instituição.

Altura e peso
Em todos os clientes de qualquer instituição, registre a altura e peso como
parte do seu perfil de avaliação. Embora a observação geral proporcione uma
impressão global de tamanho e do tipo corporal, a determinação da altura e do peso
oferece informações mais específicas sobre a saúde geral, e o estado nutricional do

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
cliente. Essas medidas devem ser realizadas periodicamente, durante toda a vida do
cliente, a fim de avaliar o crescimento e o desenvolvimento normal e identificar
padrões anormais de ganho ou perda de peso.
A determinação precisa da altura e peso também serve para outros fins
importantes. Em crianças, orienta o calculo de dosagem de diferentes fármacos; em
adultos, ajuda a orientar a quimioterapia para o câncer e a administração de
anestesia, além de ajudar a avaliar a resposta a infusões intravenosas, fármacos ou
terapia nutricional.

Sinais vitais
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o
diagnóstico inicial e o acompanhamento da evolução do quadro clínico do cliente.
São eles: Pressão arterial; Pulso; Respiração; Temperatura.
Sua verificação é essencial na avaliação do cliente, devendo ser realizada
simultaneamente à história e ao exame físico. São mais significativos quando
obtidos em série, possibilitando o acompanhamento de suas variações, e seus
valores devem ser analisados conforme a situação clínica.
Na obtenção dos sinais vitais devemos considerar as seguintes condições:
• Condições ambientais, tais como temperatura e umidade no
local, que podem causar variações nos valores;
• Condições pessoais, como exercício físico recente, tensão
emocional e alimentação, que também podem causar variações nos valores;
• Condições do equipamento, que devem ser apropriados e
calibrados regularmente.
Os sinais vitais são medidos apara estabelecer os padrões basais, observar
tendências, identificar problemas fisiológicos e monitorar a resposta do cliente ao
tratamento.

Pressão arterial: A pressão arterial (PA)é a pressão exercida pelo sangue


no interior das artérias. Depende da força desenvolvida pela sístole ventricular, do
volume sangüíneo e da resistência oferecida pelas paredes das artérias. O sangue

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
sempre está sob pressão no interior das artérias. Durante a contração do ventrículo
esquerdo (sístole)a pressão está no seu valor máximo, sendo chamada pressão
sistólica ou máxima. Durante o relaxamento do ventrículo esquerdo (diástole)a
pressão está no seu valor mínimo ou basal, sendo chamada pressão diastólica ou
mínima.
A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). O primeiro
número, de mais valor, corresponde à pressão sistólica, enquanto o segundo, de
menor valor, corresponde à pressão diastólica. Não há um valor preciso de pressão
normal, mas, em termos gerais, diz-se que o valor de 120/80 mmHg é o valor
considerado ideal para um adulto jovem, entretanto, medidas até 140 mmHg para a
pressão sistólica e 90 mmHg para a diastólica também podem ser aceitas como
normais.

Valores médios de pressão arterial considerados


ideais de acordo com a idade
04 anos 85/60 mmHg;
06 anos 95/62 mmHg;
10 anos 100/65 mmHg
12 anos 108/67 mmHg
16 anos 118/75 mmHg
Adultos 120/80 mmHg
Idosos 140 a 160/90 a 100 mmHg

A posição em que o cliente se encontra (em pé, sentado ou deitado),


atividade física recente e manguito inapropriado também pode alterar os níveis da
pressão. Clientes particularmente sob o risco de alteração dos níveis tencionais são
aqueles com doença cardíaca,doença renal,diabetes, hipovolemia ou com lesão
craniana ou coluna espinhal.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O local mais comum de verificação da pressão arterial é no braço, usando
como ponto de ausculta a artéria braquial. Os equipamentos usados são o
esfigmomanômetro e o estetoscópio.

Pulso: Pulso é a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede


arterial cada vez que o ventrículo esquerdo se contrai. Em locais em que as artérias
de grosso calibre se encontram próximas à superfície cutânea, pode se sentida à
palpação. Cada onda de pulso sentida é um reflexo do débito cardíaco, pois a
freqüência de pulso equivale à freqüência cardíaca. Débito cardíaco é o volume de
sangue bombeado por cada um dos lados do coração em um minuto.
A determinação do pulso é parte integrante de uma avaliação
cardiovascular. Além da freqüência cardíaca (número de batimentos cardíacos por
minuto), os pulsos também devem se avaliados em relação ao ritmo (regularidade
dos intervalos regula ou irregular)e ao volume (intensidade com que o sangue bate
nas paredes arteriais fortes e cheias ou fracas e finas). O pulso fraco e fino, também
chamado filiforme, geralmente está associado à diminuição do volume sangüíneo
(hipovolemia).
Sob circunstâncias normais, existe um relacionamento compensatório entre
a freqüência cardíaca e o volume sistólico. Esta compensação é vista claramente no
choque hipovolêmico, no qual um volume sistólico diminuído é equilibrado por uma
freqüência cardíaca aumentada e o débito cardíaco tende a permanecer constante.

Valores médios de freqüência cardíaca


considerados ideais de acordo com a idade
Adultos 60 a 100 bpm
Crianças 80 a 120 bpm
Bebês 100 a 160 bpm

• Taquicardia: é o aumento da freqüência cardíaca (acima de 100 bpm


nos adultos). Em vítimas de trauma pode ocorrer por hipóxia ou hipovolemia. Pode
esta associada também a derrame pericárdico ou a outras causas, como por

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exemplo, febre, medo, sepse e exercícios físicos. A taquicardia sem uma causa
óbvia pode indicar um evento cardíaco primário. Embora a ansiedade e a dor
possam causar taquicardia.
• Bradicardia: é a diminuição da freqüência cardíaca (abaixo de 60 bpm
nos adultos). Nas vítimas de trauma pode estar associada a choque neurogênico.
Pode estar associada também a doenças primárias do coração ou doenças da
tireóide.
Os melhores locais para se palpar o pulso são onde artérias de grosso
calibre se encontram próximas à superfície cutânea e possam se comprimidas
contra uma superfície firme (normalmente um osso). As artérias radiais, ao nível dos
punhos, são mais comumente usadas na checagem do pulso em vítimas
conscientes. As artérias carótidas, ao nível do pescoço, são normalmente usadas
para palpação do pulso em vítimas inconscientes. Pode-se também sentir o pulso
palpando as seguintes artérias: femoral na raiz da coxa, braquial no braço, axila na
axila e pedioso no dorso do pé. Também é possível medir o pulso pela ausculta
cardíaca, no ápice ou ponta do coração, no lado esquerdo do tórax, levemente
abaixo do mamilo (pulso apical).

Esta ilustração mostra os locais dos principais pulsos arteriais periféricos:

Fonte: www. coleccion.educ.ar

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Respiração: é o processo através do qual ocorre troca gasosa entre a
atmosfera e as células do organismo. É composta pela ventilação e pela hematose.
Na ventilação ocorre à entrada de oxigênio para os pulmões (inspiração) e a
eliminação de dióxido de carbono para o meio ambiente (expiração). A hematose
consiste na liberação de dióxido de carbono e captação de oxigênio feita pelas
hemácias durante a perfusão pulmonar. Perfusão pulmonar é a passagem do
sangue pelos capilares pulmonares, que por sua vez estão em íntimo contato com
os alvéolos pulmonares.
A avaliação da respiração inclui: freqüência respiratória (movimentos
respiratórios por minuto – mrpm), caráter (superficial e profunda) e ritmo (regular e
irregular). Deve ser avaliada sem que a vítima perceba, preferencialmente enquanto
se palpa o pulso radial, para evitar que a vítima tente conscientemente controla a
respiração. Avalie a freqüência respiratória tendo em vista os sinais e sintomas de
comprometimento respiratório: cianose, inquietação, dispnéia, sons respiratórios
anormais.

Valores médios de freqüência respiratória


considerados ideais de acordo com a idade
Adultos 12 a 20 rpm
Crianças 20 a 30 rpm
Bebês 30 a 60 rpm

Outros fatores podem alterar a respiração como: exercícios físicos, hábito de


fumar, fatores emocionais e uso de medicamentos. Em um adulto em repouso a
profundidade da respiração ou o volume inalado é aproximadamente 500 ml por
inspiração. Uma freqüência respiratória rápida não significa, necessariamente, que a
vítima está movimentando maior quantidade de ar. Por exemplo: um adulto em
condições normais, com 16 rpm, mobilizaria 08 litros por minuto, enquanto uma

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vítima de trauma apresentando várias fraturas de costela, com 40 rpm, mobilizando
100 ml de cada movimento respiratório, mobilizaria 04 litros de ar por minuto.
Podem ser encontradas as seguintes alterações nos padrões respiratórios:
• Apnéia – Cessação intermitente (10 a 60 segundos) ou
persistente (parada respiratória) das respirações;
• Bradipnéia – Respiração lenta e regular;
• Taquipnéia – Respiração rápida e regular;
• Dispnéia – Respiração difícil que exige esforço aumentado e uso
de músculos acessórios.

Temperatura: Existem vários fatores que influenciam no controle da


temperatura corporal, sendo influenciada por meios físicos e químicos e o controle
feito através de estimulação do sistema nervoso. A temperatura reflete o
balanceamento entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo. A temperatura
do corpo é registrada em graus célsius (centígrados). O termômetro clínico de vidro,
mais usado tem duas partes: o bulbo e o pedúnculo. O bulbo contém mercúrio; um
metal líquido, no qual se expande sob a ação do calor e sobre o interior do
pedúnculo, indicando a temperatura em graus e décimos de graus. Normalmente os
termômetros clínicos são calibrados em graus e décimos de graus, na faixa de
temperatura de 35 ºC a 42ºC. Não é necessária uma faixa de temperatura mais
ampla, pois raramente o ser humano sobrevive com temperatura corporal fora desta
faixa.
O índice normal de temperatura é de 37 ºC, admitindo-se variações de até
0,6 ºC para mais ou para menos. As crianças têm temperaturas mais altas que os
adultos, porque seu metabolismo é mais rápido. Tem-se observado que a
temperatura do corpo é mais baixa nas primeiras horas da manhã, e mais alta no
final da tarde ou no início da noite.
A temperatura corporal pode se elevar em situações de infecção, trauma,
medo, ansiedade, etc. Exposição ao frio e choque são causas freqüentes de
temperatura abaixo do normal.

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A temperatura corporal pode ser medida nos seguintes locais:
• Boca – Temperatura Oral: Coloca o termômetro de vidro sob a língua
do cliente, na bolsa sublingual posterior, mantenha o termômetro por 3 a 8 minutos
com lábios fechados. O método oferece temperatura central e é indicado para
aqueles que respiram pela boca com suspeita de infecção grave.
• Canal anal – Temperatura Retal: Para o adulto, inserir 03 centímetros
do termômetro lubrificado no ânus. Não força o termômetro mantê-lo no local por 2 a
4 minutos. É contra-indicado após cirurgia do reto ou ferimento no reto e em
pacientes com hemorróidas.
• Axila – Temperatura axilar: Mais utilizado, tendo em vista a facilidade.
Coloca o termômetro no centro da axila, mantendo o braço do cliente de encontro ao
corpo, e mantê-lo ali por 3 a 8 minutos. O método é conveniente, mas é contra-
indicado para crianças pequenas; em pacientes com estado mental alterado, trauma
facial ou distúrbio convulsivo; após fumar ou beber líquidos quentes ou frios; durante
administração de oxigênio por cânula ou máscara; e na presença de sofrimento
respiratório.

Técnicas para o exame físico


Durante o exame físico, desenvolva um padrão para o exame, começando
no mesmo sistema corporal e procedendo a mesma seqüência.
Independentemente de onde iniciar seu exame físico, você usará quatro
técnicas: inspeção, palpação, percussão e ausculta. As técnicas são usadas em
seqüência, exceto quando se realiza um exame abdominal. Como a palpação e a
percussão podem alterar os ruídos intestinais, a seqüência para o exame do
abdome é: inspeção, ausculta, percussão e palpação.

Inspeção
A observação ou inspeção crítica é a técnica de exame empregada com
mais freqüência. É a exploração feita usando-se do sentido da visão. Investiga-se a
superfície corporal e as partes mais acessíveis das cavidades em contato com o
exterior.

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Pode ser: panorâmica (visão do corpo inteiro – para avaliar transtornos do
desenvolvimento físico ou dismorfias) ou localizada (segmentos corporais).
Pode ser direta ou indireta. Durante a inspeção direta, confie somente na
visão, audição e olfato. Durante a inspeção indireta, use materiais, como especulo
nasal ou vaginal, lupa para expor tecidos internos ou aumentar a visão de uma área
corporal específica. Através dela avalia-se também aspectos emocionais e mentais
do paciente.
O conhecimento das características da superfície corporal e da anatomia
topográfica permitirá reconhecer eventuais anormalidades durante a inspeção.
A inspeção pode ser feita de duas maneiras: inspeção frontal: quando se
olha frente a frente à região examinada (modo padrão); e inspeção tangencial:
maneira correta para pesquisar movimentos mínimos da superfície corporal, tais
como pulsações ou ondulações e pequenos abaulamentos ou depressões.
As posições do paciente e do examinador variam de acordo com as
condições clínicas e do segmento do corpo a ser examinado. O paciente pode ficar
deitado, sentado ou em pé. O médico em pé ou sentado podendo caminhar de um
lado para o outro.
A inspeção tem início no primeiro lançar de olhos sobre o paciente e se
completa quando se faz o exame físico.

Palpação
A palpação recolhe dados do tato e pressão. O sentido do tato fornece
impressões sobre a parte mais superficial, e a pressão, sobre as mais profundas.
Através da palpação percebem-se modificações da textura, espessura, consistência,
sensibilidade, volume, dureza, além da percepção de frêmito (ruído, atrito),
flutuação, elasticidade e edema.
Para que a palpação seja correta, é preciso uma sensação de tato bastante
desenvolvida. Aprenda a usar as várias partes dos dedos das mãos com objetivos
diferentes; também procure aprender diversas técnicas de palpação. Principais
técnicas:

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• Palpação com a mão espalmada, usando-se toda palma de uma ou
duas mãos.
• Palpação de uma das mãos sobrepondo-se a outra.
• Palpação com a mão espalmada, usando apenas as polpas digitais e a
parte ventral dos dedos.
• Palpação com a borda da mão.
• Palpação usando-se o polegar e o indicador, formando uma “pinça”.
• Palpação com o dorso dos dedos ou das mãos (procedimento
específico para avaliar a temperatura).
• Digitopressão: realizada com a polpa do polegar ou do indicador.
Consiste na compressão de uma área com diferentes objetivos: pesquisar a
existência de dor, avaliar a circulação cutânea, detectar a presença de edema.
• Puntipressão: consiste em comprimir com um objeto pontiagudo um
ponto do corpo. É usado para avaliar a sensibilidade dolorosa e analisar
telangiectasias tipo aranha vascular.
• Vitropressão: feita com ajuda de uma lâmina de vidro que é
comprimida sobre a pele, analisando a área através da própria lâmina. Utilizada para
distinguir eritema de púrpura.
• Fricção com algodão: com uma mecha de algodão, roça-se de leve
um segmento cutâneo, procurando ver como o paciente se sente.
• Pesquisa de flutuação: aplica-se o dedo indicador da mão esquerda
de um lado da tumefação, enquanto o da outra mão, colocado no lado oposto,
exerce sucessivas compressões perpendicularmente à superfície cutânea. Havendo
líquido, a pressão determina um leve rechaço do dedo da mão esquerda, ao que se
denomina flutuação.
• Palpação bimanual combinada: exame das glândulas salivares,
quando o dedo indicador da mão direita é introduzido na boca enquanto as polpas
digitais dos outros dedos, exceto o polegar, da outra mão, faz palpação da área
externa de projeção da glândula. Utilizada também no exame ginecológico com
palpação da região suprapúbica.

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Percussão
A percussão segue o seguinte princípio: ao se golpear um ponto qualquer do
corpo, originam-se vibrações que têm características próprias como intensidade,
timbre e tonalidade, na dependência da estrutura anatômica percutida. A se percutir
não se observa somente o som, mas a resistência da região golpeada.
Tipos de percussão:
• Percussão direta: é realizada golpeando-se diretamente com as
pontas dos dedos a região-alvo. Para tal, os dedos permanecem fletidos na tentativa
de imitar a forma de um martelo, e os movimentos de golpear são feitos pela
articulação do punho. O golpe é seco e rápido, não se descuidando de levantar sem
retardo a mão que percute.
• Percussão digito-digital: executa-se golpeando com a borda ungueal
do dedo médio da mão direita à superfície dorsal da segunda falange do dedo médio
ou do indicador da outra mão (dedo que golpeia: plexor; dedo que recebe o golpe é
o plexímetro). A mão que percute pode adotar duas posições, ou seja, todos os
dedos, exceto o médio, que procura imitar um martelo, ficam estendidos sem
qualquer esforço; ou o polegar e o indicador semi-estendidos, o mínimo e o anular
são fletidos de tal modo que suas extremidades quase alcancem à palma da mão,
enquanto o dedo médio procura adotar a forma de martelo. O cotovelo fica fletido em
90º com o broco em semi-abdução, movimentando a mão através do pulso. O dedo
plexímetro é o único a tocar a região que está sendo examinada. Os outros e a
palma da mão ficam suspensos rente à superfície (se pousar a mão, todas as
vibrações são amortecidas – som abafado). O golpe deve ser dado com a borda
ungueal e não com a polpa do dedo, evitando que as unhas atinjam o dorso do
plexímetro (impossível executar com unhas longas). São aconselháveis 2 golpes
seguidos, secos e rápidos, retirando-se logo o dedo para não abafar o som. Em
órgãos simétricos (pulmões) a percussão é comparada de um e outro lado.
• Punho-percussão: mantendo-se a mão fechada, golpeia-se com a
borda cubital a região em estudo e averigua-se se a manobra desperta reação
dolorosa.

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• Percussão com a borda da mão: os dedos ficam estendidos e unidos,
golpeando-se a região desejada com a borda ulnar, procurando ver se a manobra
provoca reação dolorosa. Ex: exame físico dos rins - surgimento da dor é sugestivo
de lesões inflamatórias das vias urinárias altas (pielonefrite).
• Percussão por piparote: com uma das mãos, o examinador golpeia o
abdome com piparotes, enquanto a outra, espalmada na região contralateral,
procura captar ondas líquidas chocando-se contra parede abdominal. Utilizada na
pesquisa de ascite.
A percussão para obtenção de som, talvez o método de exame mais difícil
de dominar, precisa de um tato habilidoso e um ouvido trinado para detectar leves
variações sonoras. Ao percutir para a obtenção de som, use pancadas rápidas e
leves, a fim de criar vibrações que penetrem cerca de 4 a5 cm sob a superfície da
pele. Os sons que retornam refletem o conteúdo da cavidade corporal percutida.
Os sons de percussão normais do tórax e abdome incluem:
• Ressonância: som longo, superficial e oco, ouvido sobre um espaço
intercostal acima de tecido pulmonar sadio.
• Timpanismo: som lato, de timbre alto, semelhante a tambor, ouvido
sobre bolhas de ar no estômago ou intestino cheio de gás.
• Macicez: som de timbre alto e curta duração, normalmente ouvido
sobre órgãos mais sólidos, como fígado e coração.

Tipos de sons à percussão


A percussão produz sons que variam de acordo com o tecido que está sendo
percutido. Este quadro mostra sons importantes à percussão, além de suas
características e exemplos típicos.
Som Intensidade Timbre Duração Qualidade Fonte
Ressonância Moderada a Baixo Longa Oca Pulmão normal
alta
Timpânico Alta Alto Moderada Semelhante Bolhas de ar no
a tambor estômago, ar
intestinal.

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Submacicez Leve a Alto Moderada Semelhante Fígado, bexiga
moderada a golpe cheia, útero
gravidico.
Hiperressonân Muito alta Muito Longa Estrondo Pulmão
cia baixo hiperinflado
(Enfisema)
Macicez Leve Alto Curta Vazia Músculo

Ausculta
A ausculta, geralmente a última etapa, envolve a audição de diferentes sons,
advindos da respiração, do coração, do intestino, com um estetoscópio. A maioria
dos sons auscultados resulta de movimentação de ar ou líquido, como o fluxo aéreo
através das vias respiratórias, o fluxo turbulento de sangue ao longo dos vasos
sanguíneos e o movimento de gás (agitado por peristalse) ao longo dos intestinos.

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

O estado nutricional saudável e equilibrado deve ser o objetivo de todas as


pessoas. Este objetivo é alcançado quando o suprimento ou a ingestão de nutrientes
atende as demandas ou necessidades. Ocorre um desequilíbrio quando há excesso
nutricional ou subnutrição.
O estado nutricional o cliente é avaliado por meio da análise de informações
de diversas fontes, incluindo triagem nutricional e história clínica, achados de exame
físico e resultados laboratoriais, com o objetivo de detectar os possíveis
desequilíbrios.
Uma das grandes preocupações é estabelecer, precocemente, e com maior
precisão o diagnóstico das alterações do estado nutricional. Sabe-se, entretanto,
que a maior parte dos casos de alteração do estado nutricional apresenta-se sob a
forma subclínica, exigindo a utilização de todos os recursos disponíveis para o
exame do paciente. Em circunstâncias adversas, o estado nutricional pode ser
afetado por alterações na ingestão, na absorção, transporte, utilização, excreção e

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
reserva dos nutrientes, resultando em desequilíbrio nutricional. Este, dependendo de
sua intensidade e/ou duração pode comprometer o estado nutricional do organismo.
Freqüentemente, verificam-se distúrbios em mais de um destes fatores e assim
alterações que, de acordo com a sua intensidade e duração, provocarão maiores ou
menores sintomas e sinais clínicos.
É também muito importante o conhecimento dos mecanismos
fisiopatológicos envolvidos na etiologia das alterações nutricionais que se processam
em seqüência, com etapas comuns às doenças nutricionais. Qualquer que seja o
fator causal de início, a alteração do estado de normalidade envolve modificações de
reservas orgânicas.
Se a causa persistir, a próxima etapa será o aparecimento de alterações
bioquímicas e/ou metabólicas. Durante sua evolução, ocorrerão distúrbios funcionais
que poderão se constituir em sintomas e, eventualmente, sinais, que são detectados
no exame clínico. Esta etapa pode ser diferenciada como o início da fase clínica,
sendo que as anteriores constituem a fase subclínica.
Após essa fase, ocorrerão alterações anatômicas, clinicamente
reconhecidas, algumas poderão ser reversíveis e outras evoluirão para a morte de
órgãos com perda da função ou até de todo o organismo.
A avaliação nutricional é o primeiro passo no tratamento da desnutrição. Os
dados mais importantes na avaliação são aqueles que refletem mais,
adequadamente, o estado dos vários componentes da massa celular corpórea
(Tabela I e II), fornecendo o nível das reservas nutricionais e da massa
metabolicamente ativa.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Fonte: VANNUCCHI H; UNAMUNO M do R Del L de & MARCHINI JS Avaliação do estado
nutricional. Medicina, Ribeirão Preto, 29: 5-18, jan./mar. 1996.

PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

A avaliação nutricional examina algumas variáveis para determinar o risco


de problemas nutricionais em algumas populações. A avaliação pode ter como lavo
as gestantes, os idosos ou os indivíduos com patologias específicas para detecção
de deficiências ou possíveis desequilíbrios.
Os aspectos mais comumente examinados são:
• Antecedentes de altura e peso
• Perda de peso não intencional ( mais de 5% em 30 dias)
• Valores laboratoriais
• Integridade cutânea
• Apetite
• Doença ou diagnóstico atual
• Antecedentes clínicos
• Dieta
• Estado funcional

Sinais clínicos
O reconhecimento dos sintomas e sinais clínicos de alteração do estado
nutricional é de grande importância por se tratar de prática simples e econômica.
Consiste em avaliar as manifestações que podem estar relacionadas com possível
alimentação inadequada, evidenciando-se por meio de alterações de tecidos

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
orgânicos, de órgãos externos como a pele, mucosas, cabelos e os olhos. Quando a
carência se encontra, ainda, na fase inicial, torna-se difícil sua interpretação, o que
torna a prática limitada, impossibilitando sua utilização como único meio de
diagnóstico precoce da desnutrição.
Para algumas carências nutricionais específicas, o exame clínico torna-se
bastante objetivo, como no caso do bócio endêmico, do raquitismo, da
hipovitaminose A com xeroftalmia e em outras situações de hipovitaminose, como a
pelagra. Vale ressaltar que alguns sinais clínicos não podem ser considerados
específicos de determinadas carências nutricionais, visto que vários fatores não
nutricionais podem produzir manifestações similares. Para fins diagnósticos, deve-se
considerar o conjunto de sinais que caracterizam uma síndrome carencial. Os sinais
clínicos de deficiências nutricionais devem ser confirmados com exames
laboratoriais e dados alimentares.

História alimentar
A avaliação do estado nutricional do paciente deve ocorrer nas primeiras 24
horas de internação. Durante a anamnese alimentar, é pesquisado as quantidades e
qualidade de alimentos ingeridos. Antes e durante a doença atual, bem como
informações sobre perda de apetite, aversão por alimentos, náusea, vômito,
alterações do trato digestivo (dificuldade de mastigação, azia, queimação,
obstipação, diarréia e outros), abuso de bebidas alcoólicas e alterações no peso.
Devem-se obter todas as informações que poderão contribuir para o
estabelecimento da conduta terapêutica futura.

Antropometria
Antropometria é a medida das dimensões corpóreas. As medidas
antropométricas mais empregadas na avaliação do estado nutricional são: peso,
altura, circunferências (braço e cintura), comprimento do braço e pregas cutâneas
(tríceps, bíceps, subescapular, suprailíaca). Através da combinação destas medidas
podem-se calcular as relações peso/altura 2 e a circunferência muscular do braço e
o índice de gordura do braço. As medidas antropométricas são fáceis de realizar e,

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
relativamente, sensíveis para avaliar isoladamente pacientes adultos hospitalizados
quanto à desnutrição.
O marasmo pode ser facilmente diagnosticado, pois se caracteriza por
diminuição dos parâmetros com preservação das proteínas plasmáticas até uma
depleção grave. No kwashiorkor, existe líquido retido no organismo, que aparece
como edema e/ou ascite. Neste tipo de desnutrição, o peso tem menor significado
como critério de desnutrição. Já na presença de estado catabólico, secundário à
cirurgia, politrauma, ou sepsis desenvolve-se profunda deficiência da proteína
visceral, antes de perda significativa nos indicadores antropométricos.

Peso e altura
São as medidas mais utilizadas na avaliação nutricional pela fácil
disponibilidade de equipamentos, determinação simples e precisa e boa aceitação
pelos pacientes. Recomenda-se que a altura seja obtida, estando o paciente de pé,
encostado em uma haste vertical inextensível (superfície lisa ou parede), nuca,
nádegas e calcanhares devem tocar esta haste, estando o indivíduo descalço.
Quanto ao peso, o sujeito deverá estar com o mínimo de roupa, sendo considerado
o peso do período da manhã.

Índice de Massa Corporal


Uma medida útil para avaliação do estado nutricional é o índice de massa
corporal (IMC), que usa o peso e a altura do cliente para ajudar a classificar como
abaixo do peso, peso normal ou obeso. O IMC é calculado pela divisão do peso
corporal em quilogramas pela altura em metros quadrados.
IMC = Peso (kg)
Estatura² (m)
O IMC pode ser usado como uma medida da obesidade e da desnutrição
protéico-calórica, assim como um indicador de nível de saúde. Todas as medidas
que estejam fora da variação normal significam que o cliente apresenta maior risco
para sua saúde e as necessidades nutricionais destes clientes devem ser abordadas
de maneira apropriada.

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Classificação IMC
Peso abaixo do normal ≤ 18,5
Normal 18,5 a 25
Peso acima do normal 25 a 30
Obesidade classe 1 30 a 35
Obesidade classe 2 35 a 40
Obesidade classe 3 ≥ 40

Peso corporal ideal


O peso corporal ideal (PCI), também útil na avaliação do estado nutricional,
é um padrão de referência para uso clínico. Em homens, essa medida é de 48 kg
para a altura de 1,50m, somada a um adicional de 2,7 kg para cada 2,5 cm acima de
1,50m., em mulheres, o PCI é de 45,5 kg para a altura de 1,50m, somada a um
adicional de 2,3kg para cada 2,5 cm acima de 1,50m.
As pesquisas em andamento sugerem que as pessoas podem apresentar
aumento de peso com a idade sem aumento concomitante do risco para a saúde.
Como pessoas de mesma altura podem ter diferentes constituições ósseas e
musculares, a tabela abaixo mostra um intervalo de pesos para cada altura. Os
maiores pesos em cada categoria aplicam-se aos homens, que normalmente
apresentam maior massa muscular e óssea do que as mulheres.

Tabela de altura e peso


Altura Peso
19 – 34 anos de idade Igual ou maior 35
anos
1,50 44 a 58 49 a 62
1,55 49 a 60 50 a 65
1,57 47 a 62 52 a 67
1,60 48 a 64 54 a 69
1,63 50 a 66 55 a 71

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1,65 52 a 68 57 a 73
1,67 53 a 70 59 a 76
1,70 55 a 72 61 a 78
1,73 57 a 74 63 a 81
1,75 58 a 77 64 a 83
1,78 60 a 79 50 a 85
1,80 62 a 81 68 a 88
1,83 63 a 83 70 a 90
1,85 65 a 86 72 a 93
1,88 67 a 88 74 a 95
1,90 69 a 91 76 a 98
1,93 71 a 93 78 a 101
1,95 72 a 96 80 a 103
1,98 74 a 98 82 a 106

Avaliação bioquímica do estado nutricional


Na avaliação do estado nutricional, as determinações bioquímicas são
usadas como complemento dos dados de história, exame físico e antropométrico.
A disponibilidade de vitaminas e minerais pelo organismo, também, é
avaliada por determinações bioquímicas. Várias medidas bioquímicas têm sido
propostas, objetivando a detecção precoce de deficiências protéicas subclínicas e
marginais, antes de surgirem os sinais e sintomas.
A maioria dos testes de rotina examina as informações protéico-calóricas,
sendo a albumina sérica usada mais comumente para a triagem de problemas
nutricionais.

Albumina
Dentre as proteínas de transporte presentes no plasma, a albumina tem sido
a mais freqüentemente utilizada na avaliação do estado nutricional. Segundo alguns
autores, a albuminemia reflete as reservas protéicas viscerais, distintas das

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proteínas somáticas, representadas pela massa protéica muscular esquelética.
Assim, pode haver queda das primeiras, enquanto que as reservas somáticas
permanecem dentro dos limites normais. Isto ilustra a grande sensibilidade da
síntese de albumina ao conteúdo protéico da dieta.
Embora a hipoalbuminemia tenha sido considerada a anormalidade
bioquímica mais consistentemente confirmada em crianças com deficiência protéica
grave (kwashiorkor clássico), tais reduções não são tão significativas no marasmo.
Nesta situação, são preservadas as funções vitais de tecidos considerados
essenciais. A criança marasmática consome seus próprios tecidos como fonte de
nutrientes para a homeostase energética.
A grande massa corporal de albumina, também, merece destaque como
fator de resistência dos seus níveis circulantes à ingestão alimentar. Fatores não
nutricionais podem afetar seus valores. Assim, situações que alterem o
compartimento hepático de substratos protéicos ou energéticos, bem como
cofatores, como o zinco, compromete a albuminemia, o que pode ser visto na
infecção, trauma cirúrgico, lesão tecidual, enteropatias exsudativas, doenças
hepáticas e insuficiência cardíaca.

Transferrina
É uma beta-globina de síntese hepática, transportadora do ferro sérico. A
transferrina, também, tem sido proposta como proteína plasmática útil na avaliação
do estado nutricional. A principal vantagem em relação à albumina é a sua meia vida
biológica curta, cerca de 8 dias, o que a torna mais susceptível às alterações no
processo de síntese protéica.
O resultado de sua dosagem pode ser mascarado por vários fatores que
afetam (aumentam) sua síntese hepática, tais como deficiência de ferro e infecção.
Esta limitação pode ser ampliada para outras patologias como doenças
hepáticas, renais, de medula óssea, insuficiência cardíaca congestiva e inflamações
generalizadas. Níveis de transferrina sérica, inferiores a 170 mg/dl, podem ser
considerados como indicativos de deficiência protéica moderada, enquanto níveis
inferiores a 150 mg/dl correspondem à deficiência grave.

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Índice Creatinina Altura (ICA)
Sabendo que cerca de 80% do músculo é constituído por água e 20 %, por
proteína, um homem de 70 kg teria de 4 a 6 kg de proteína. O conhecimento deste
compartimento muscular é importante na avaliação nutricional, com relação a
proteínas do indivíduo.
Considerando que: 1) a creatinina se encontra quase que, totalmente, dentro
do músculo esquelético; 2) em uma dieta livre de creatinina, o “pool ” de creatinina
total e a concentração média de creatinina por kg de músculo permanecem
constantes; 3) a creatinina é convertida, irreversivelmente, em taxa diária constante,
independente de enzimas; 4) a creatinina, uma vez formada, é excretada via renal a
uma taxa constante, conclui-se que esta excreção urinária de creatinina pode ser
relacionada com a massa muscular do indivíduo.
O ICA é calculado como uma porcentagem do padrão, através da divisão da
excreção da creatinina urinária, por um valor padrão para a altura do paciente. O ICA
menor que 60% do padrão identificam paciente com risco aumentado para anergia,
sepsis e morte.
A confiabilidade nas determinações da creatinina urinária é maior quando as
amostras são colhidas com rigor, e a técnica é, particularmente, útil para medidas de
controle da evolução em um mesmo paciente.

Hemoglobina
A hemoglobina (Hb) é o principal componente das hemácias, responsáveis
pelo transporte de oxigênio. A sua formação exige o suprimento adequado de
proteínas na forma de aminoácidos. Os níveis de Hb ajudam a avaliar a capacidade
de transporte de oxigênio no sangue e aos úteis para o diagnóstico de anemia,
deficiência protéica e estado de hidratação.
Os níveis diminuídos de Hb sugerem a presença de anemia por deficiência
de ferro, deficiência protéica, perda sanguínea excessiva ou hiperidratação. Os
níveis aumentados de hb sugerem a presença de desidratação ou policitemia.

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Hematócrito
O hematócrito (Hct) reflete a proporção de sangue ocupada pelas hemácias.
Este exame ajuda a diagnosticar a anemia e desidratação.
Os níveis diminuídos de Hct sugerem a presença de anemia por deficiência
de ferro, a ingestão excessiva de líquidos ou perda de sangue. Os níveis
aumentados de Hct sugerem a presença de desidratação ou policitemia.

Distúrbios Nutricionais
Um cliente com problemas nutricionais geralmente apresenta um dos
seguintes distúrbios: desnutrição protéico-calórica, obesidade, anorexia nervosa,
bulimia nervosa ou deficiência de vitaminas. Lembre-se que o cliente internado há
mais de 2 semanas apresenta risco de distúrbios nutricionais.

Desnutrição protéico-calórica
Agravo desencadeado por uma má-nutrição, na qual são ingeridas
quantidades insuficientes de alimentos ricos em proteínas e/ou energéticos a ponto
de suprir as necessidades do organismo. A desnutrição pode originar-se de forma:
• Primária: baixo nível sócio-econômico - pobreza, privação nutricional,
más condições ambientais levando as infecções e hospitalizações freqüentes, baixo
nível educacional e cultural, negligência, falta de amamentação, privação afetiva.
Neste caso a correção da dieta bastará para que se obtenha a cura.
• Secundária: apesar de haver oferta existem outros fatores que
impedem a ingestão e absorção dos alimentos - má-absorção estenose do piloro, ou
aumentam a sua necessidade - hipertireoidismo. Sua evolução estará na
dependência da doença que a ocasionou.
• Mista: situação em que os dois mecanismos estão envolvidos.

A baixa ingestão energética leva o organismo a desenvolver mecanismos de


adaptação: queda da atividade física em comparação com crianças normais; parada
no crescimento (falta de ganho de peso e altura) e alteração da imunidade.

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Três distúrbios principais podem ser incluídos na desnutrição protéico-
calórica: Marasmo, Kwashiorkor e Marasmo-Kwashiorkor.
O tratamento da desnutrição está intimamente relacionado com aumento de
oferta alimentar, que deve ser feito de forma gradual em função dos distúrbios
intestinais que podem estar presentes. Após a reversão deste quadro, fornecer dieta
hipercalórica para a recuperação do peso da criança; corrigir distúrbios hidro-
eletrolíticos, ácido-básicos e metabólicos e tratar das patologias associadas;
obtenção de adesão da mãe ao tratamento, o que irá facilitar a recuperação da
criança em menor tempo e com maior intensidade.

Marasmo
O marasmo é a desnutrição proteico-calórica do tipo seco, ou seja, é uma
desnutrição por falta de calorias e proteínas em um paciente muito magro e
desidratado. Esta condição é resultado da fome por escassez de alimentos. Em seu
tratamento deve-se prover uma dieta com proteínas de alto valor biológico e calorias
adequadas para que aproveite o nitrogênio presente na proteína.
O marasmo ocorre quando a pessoa não se alimenta, durante muito tempo,
em quantidade suficiente de nenhum tipo de nutriente necessário ao perfeito
funcionamento do corpo humano. A falta de alimentos ricos em carboidratos,
proteínas, lipídios, sais minerais e vitaminas provoca vários malefícios à saúde. A
pessoa não cresce, fica muito magra, com freqüência adquire outras doenças, fica
com a pele ressecada e descamante, tem os músculos reduzidos e está sempre com
fome. A doença tem esse nome devido ao fato de o doente não possuir disposição
para realizar suas atividades.
A criança portadora de marasmo fica com baixa atividade, pequena para a
idade, membros delgados devido à atrofia muscular e subcutânea, costelas
proeminentes, pele se mostra solta e enrugada na região das nádegas, apresenta
infecções constantes, comumente é irritadiça e seu apetite é variável.

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Kwashiorkor
O kwashiorkor, ou desnutrição protéica, ocorre em crianças pequenas, em
geral quando são desmamadas e passam a receber uma dieta composta
principalmente de carboidratos.
Como sintomas da kwashiorkor, incluem-se: abdome distendido, bojudo;
descoloração dos cabelos tornando-os avermelhados; pele despigmentada.
O abdome distendido geralmente é ocasionado por dois motivos:
1. a ascite (barriga-d'água) que aumenta a permeabilidade dos capilares
devido à produção aumentada de leucotrienos cisteínicos em função da deficiência
generalizada de glutationa intracelular. Isto explica os efeitos da desnutrição na
redução das proteínas plasmáticas, reduzindo a pressão coloidosmótica e
conseqüentemente o fluxo osmótico através das paredes dos capilares.
2. o aumento grosseiro de gordura no fígado. Esta alteração gordurosa
ocorre por causa da carência de apolipoproteínas que transportam os lipídios do
fígados para os outros tecidos corporais.
Complementando, a criança tem um aspecto miserável e face que lembra
um buldogue (raça canina). As vítimas da kwashiorkor tem a produção falha de
anticorpos, tais como os que combatem a difteria e a febre tifóide.
Apresenta déficit importante de estatura, massa muscular consumida, tecido
gorduroso subcutâneo preservado, alterações de pele dos membros inferiores,
alterações dos cabelos, hepatomegalia, face de lua, anasarca e baixa concentração
sérica de proteínas e albumina, área perineal freqüentemente irritada com dermatites
e escoriações devido a diarréias. Apatia exagerada, raramente responde a estímulos
e não apresenta apetite.
Comumente, a doença pode ser combatida com uma dieta com maior
quantidade de calorias e proteínas; entretanto, o índice de mortalidade pode ser
maior que 60% e, por outras vias, pode gerar um impacto a longo prazo no
desenvolvimento físico da criança e, nos casos mais severos, o retardamento
mental.

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Kwashiorkor marasmático
O kwashiorkor marasmático acomete o cliente com inanição crônica sujeito
ao sofrimento agudo. A origem pode ser de um marasmo que entrou em déficit
protéico ou um Kwashiorkor que passou a sofrer déficit energético.
Causam perda da gordura subcutânea, debilidade do sistema imune e
depleção das proteínas do sangue, vísceras e músculos. Estão presentes: retardo
da estatura, do desenvolvimento neuro-psicomotor e queda da resistência
imunológica.
Dos três tipos de desnutrição, este é o mais grave e está associado à
inanição, queimaduras e trauma. Em geral, esta forma mista de desnutrição é o
resultado de um estresse metabólico sobreposto à desnutrição preexistente.

Obesidade
A obesidade, é o acúmulo excessivo e patológico de gordura no organismo,
acima de 20% do peso corporal ideal - o que se observa através da comparação
entre peso e altura.
Teoricamente, sempre que houver uma ingestão de calorias (através dos
alimentos) maior do que o gasto energético, haverá acúmulo de calorias na forma de
gordura. O corpo humano armazena estas calorias extras nas células do panículo
adiposo.
A conversão em gordura desse excedente se verifica porque
metabolicamente é o meio mais eficaz: a molécula de triacilglicerídeo (designação
bioquímica das gorduras) contêm mais que o dobro de calorias no mesmo peso do
que nas formas de carboidrato ou proteína: essa diferença chega à proporção de
nove contra quatro.
O excesso de gordura repercute de forma negativa em todos os sistemas do
organismo. A obesidade é uma causa determinante de doenças graves como a
diabetes, também são freqüentes os problemas respiratórios, devido à pressão que
o acúmulo de gordura no abdome exerce não só sobre a cavidade abdominal como
sobre a caixa torácica, dificultando a respiração. Os ossos e os músculos,

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principalmente os das costas, também são afetados pelo esforço adicional exigido
para suportar o excesso de peso.
Além disso, a obesidade influi principalmente no funcionamento do sistema
cardiovascular. Elevados níveis de gordura no sangue se depositam nas artérias,
dificultando a irrigação sanguínea, e tornam os vasos rígidos, o que eleva a pressão
arterial. A obesidade também causa intenso desgaste do coração, que trabalha mais
do que o normal para impulsionar o sangue através de vasos sanguíneos cada vez
mais estreitos e rígidos. Outra complicação são as infecções cutâneas produzidas
pelo suor e o atrito das dobras da pele.

Anorexia Nervosa
A anorexia nervosa é uma disfunção alimentar, caracterizada por uma rígida
e insuficiente dieta alimentar (caracterizando em baixo peso corporal) e estresse
físico. É caracterizado pela perda intencional de mais de 25% do peso corporal. A
anorexia nervosa é uma doença complexa, envolvendo componentes psicológicos,
fisiológicos e sociais.
Os seguintes indicadores ou sintomas sugerem diagnóstico clínico de
anorexia:
• Peso corporal em 85% ou menos do nível normal.
• Prática excessiva de atividades físicas, mesmo tendo um peso abaixo
do normal. Comumente, anoréxicos vêem peso onde não existe, ou seja, o
anoréxico pensa que tem um peso acima do normal.
• Negação quando questionado sobre o transtorno.
• Em pessoas do sexo feminino, ausência de ao menos três ou mais
menstruações. A anorexia nervosa causar sérios danos ao sistema reprodutor
feminino.
• Diminuição ou ausência da líbido; nos rapazes poderá ocorrer
impotência e dificuldade em atingir a maturação sexual completa, tanto a nível físico
como emocional.
• Crescimento retardado ou até paragem do mesmo, com a resultante
malformação do esqueleto (pernas e braços curtos em relação ao tronco).

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• Descalcificação dos dentes; cárie dentária.
• Depressão profunda.
• Tendências suicídas.
• Bulimia, que pode desenvolver-se posteriormente em pessoas
anoréxicas.
• Obstipação grave.
• Danos intestinais, quando o anoréxico faz uso excessivo de laxativos.
• Danos ao rim, quando o anorético faz uso excessivo de diuréticos.
• Anemia, devido ao baixo nível de ferro.
• Osteoporose, devido ao baixo nível de cálcio para o intestino absorver.
• Deficiências no sistema endócrino, que levam à parada do ciclo
menstrual em mulheres.
• Lábios muito secos.
• Pobre circulação do sangue, resultando em cor roxa em extremidades.
• Dores de cabeça
• Acúmulo de fluidos no calcanhar durante o dia e em torno dos olhos
durante a noite.
• Aparecimento de lanugo.
A anorexia possui um índice de mortalidade entre 15 a 20%, o maior entre
os transtornos psicológicos, geralmente matando por ataque cardíaco, devido à falta
de potássio ou sódio (que ajudam a controlar o ritmo normal do coração).

Bulimia nervosa
A bulimia nervosa é um transtorno alimentar associado com a anorexia, com
o detalhe em que a pessoa bulímica tende a ter períodos de intensa alimentação,
seguidos de culpa, por causa do ganho de peso. Para eliminar esse excesso, a
pessoa bulímica exercita-se demais, vomita o que come e faz uso excessivo de
laxativos e diuréticos.

------------------FIM DO MÓDULO II-----------------

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Curso de
Propedêutica em Enfermagem

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO III

AVALIAÇÃO DO SISTEMA NEUROLÓGICO

SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao ambiente.
Sua função é perceber e identificar as condições ambientais externas, bem como as
condições reinantes dentro do próprio corpo e elaborar respostas que adaptem a essas
condições.
O sistema nervoso compreende o cérebro, a medula espinhal e o conjunto de
todos os nervos do organismo, e possui duas partes distintas: o sistema nervoso central e
o sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central compreende o cérebro e a
medula espinhal. O sistema nervoso periférico é uma rede de nervos que conecta o
cérebro e a medula espinhal ao restante do corpo.

Fonte: www. curlygirl3.no.sapo.pt

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autores
Cérebro
As funções do cérebro são tanto misteriosas quanto admiráveis. No cérebro, são
produzidos o pensamento, as crenças, as recordações, o comportamento e o humor. O
cérebro é a sede do pensamento e o centro de controle do restante do organismo. Ele
coordena as faculdades do movimento, o tato, o olfato, a audição e a visão; permite que
as pessoas formem palavras, compreendam e realizem operações matemáticas,
componham e apreciem a música, vejam e compreendam as formas geométricas e
comuniquem-se entre si. Ele inclusive é dotado da capacidade de planejamento
antecipado e da criação de fantasias. O cérebro revisa todos os estímulos oriundos dos
órgãos internos, da superfície corporal ou dos olhos, dos ouvidos e do nariz. Em seguida,
ele responde a esses estímulos corrigindo a posição do corpo, o movimento dos membros
e a freqüência do funcionamento dos órgãos internos. Além disso, também pode ajustar o
estado de alerta e o humor. Até o momento, nenhum computador aproximou-se das
capacidades do cérebro humano. No entanto, essa sofisticação tem seu preço. O cérebro
necessita de uma nutrição contínua. Ele exige um fluxo sangüíneo extremamente elevado
e contínuo – cerca de 20% do fluxo sangüíneo proveniente do coração. Uma ausência de
fluxo sangüíneo por mais de 10 segundos pode causar perda da consciência (síncope). A
falta de oxigênio, a glicemia (concentração de glicose no sangue) anormalmente baixa ou
substâncias tóxicas podem comprometer a função cerebral em poucos segundos.
Entretanto, os mecanismos de defesa do cérebro geralmente são capazes de evitar essa
ocorrência. Os três principais componentes anatômicos do cérebro (ou encéfalo) são: o
cérebro propriamente dito, o tronco encefálico e o cerebelo.
O cérebro é constituído por massas de tecido convoluto e denso e são divididos
em duas metades – os hemisférios cerebrais esquerdos e direito – conectadas em sua
parte central por fibras nervosas conhecidas como corpo caloso. Cada hemisfério cerebral
é dividido em quatro lobos: o frontal, o parietal, o occipital e o temporal.
• Os lobos frontais controlam o comportamento motor especializado: a fala, o humor, o
pensamento e o planejamento do futuro. Na maioria das pessoas, o controle da
linguagem está localizado predominantemente no lobo frontal esquerdo. Os lobos
parietais interpretam os estímulos sensoriais provenientes do restante do corpo e
controlam os movimentos corpóreos.

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autores
• Os lobos occipitais interpretam a visão.
• Os lobos temporais geram as recordações e as emoções. Eles permitem que os
indivíduos reconheçam outros indivíduos e objetos, processem e recordem eventos
distantes e iniciem a comunicação ou as ações. Na base do cérebro, estão localizados
agrupamentos de células nervosas em estruturas denominadas gânglios basais, tálamo e
hipotálamo. Os gânglios basais colaboram na realização de movimentos suaves. O
tálamo geralmente organiza as mensagens sensoriais que chegam e partem dos níveis
superiores do cérebro (córtex cerebral), e o hipotálamo coordena algumas das funções
mais automáticas do corpo, como o controle do sono e da vigília, a manutenção da
temperatura corporal e a regulação do equilíbrio hídrico do organismo.

Tronco cerebral e cerebelo


O tronco encefálico regula automaticamente outras funções fundamentais do
organismo. Ele auxilia no ajuste da postura, no controle da respiração, da deglutição e do
ritmo cardíaco, no controle da velocidade com que o organismo consome os alimentos e
no aumento do estado de vigília em caso de necessidade. Se o tronco encefálico for
seriamente lesionado, essas funções automáticas cessam e a morte logo se segue.
O cerebelo, localizado abaixo do cérebro e imediatamente acima do tronco
encefálico, coordena os movimentos do corpo. Com a informação que recebe do cérebro
e a informação sobre a posição dos membros superiores e inferiores e sobre seu grau de
tônus muscular, o cerebelo auxilia o corpo a realizar movimentos suaves e precisos.
Tanto o cérebro quanto a medula espinhal são envolvidos por três camadas de tecido (as
meninges), na seguinte ordem:
• A pia-máter é a camada mais interna que adere ao cérebro e à medula espinhal.
• A aracnóide, delicada e semelhante a uma teia de aranha, é a camada
intermediária e serve de canal para o líquido cefalorraquidiano.
• A dura-máter, de consistência coriácea, é a camada mais externa e resistente.
O cérebro e suas meninges estão contidos em uma estrutura óssea protetora e resistente,
o crânio. Uma proteção adicional é provida pelo líquido cefalorraquidiano, que circula
sobre a superfície cerebral entre as meninges, preenche os espaços internos do cérebro
(ventrículos), além de amortecer as sacudidas ou lesões menores que podem afetá-lo.

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autores
Fonte: www. msd-brazil.com

Medula Espinhal
A medula espinhal é uma estrutura longa e frágil que começa na extremidade do
tronco encefálico e continua até praticamente o final da coluna vertebral. Ela é a principal
via de comunicação entre o cérebro e o restante do corpo. Assim como os ossos do
crânio protegem o cérebro, a medula espinhal é protegida pelas vértebras, ossos que
formam a coluna vertebral. A comunicação do cérebro com muitas áreas do corpo é feita
através das fibras ascendentes e descendentes da medula espinhal. Cada vértebra forma
uma abertura entre ela e as vértebras localizadas imediatamente acima e abaixo. Através
dessa abertura emerge um par de nervos espinhais que se ramificam e transmitem
mensagens da medula espinhal às partes mais distantes do corpo.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos
autores
Fonte: www. msd-brazil.com

Os nervos localizados na face anterior (ventral) da medula espinhal,


denominados nervos motores, transmitem informações do cérebro aos músculos. Os
nervos da face posterior (dorsal) da medula espinhal, denominados nervos sensoriais,
transmitem informações sensoriais das partes distantes do corpo ao cérebro. Essa rede
de nervos compõe o sistema nervoso periférico. Os nervos periféricos são na realidade
feixes de fibras nervosas simples. Alguns são muito finos (com diâmetro inferior a 0,4 mm)
e outros são bem largos (com diâmetro superior a 6 milímetros).
O sistema nervoso periférico também inclui os nervos que comunicam o tronco
encefálico com os órgãos internos do corpo. Esses nervos, cujo conjunto é denominado
sistema nervoso autônomo, regulam os processos internos do corpo que não dependem
de uma percepção consciente como, por exemplo, a freqüência das contrações do
coração, a freqüência respiratória, a quantidade de suco gástrico secretado e a
velocidade de trânsito dos alimentos através do trato digestivo.

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Estrutura Típica de uma Célula Nervosa

Fonte: www. msd-brazil.com

Para documentação da função sensorial, o organismo é dividido em dermátomos.


Cada dermátomo representa uma área suprida por fibras nervosas aferentes ou
sensoriais de uma raiz espinhal separado - cervical, torácica, lombar ou sacral. Esse
mapa corporal é utilizado para testar a sensibilidade e tentar identificar a fonte da lesão.

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Fonte: www.postpoliomexico.org

OBTENÇÃO DO HISTÓRICO DE SAÚDE


Comece perguntando sobre a queixa principal do cliente. A seguir, obtenha
detalhes sobre a doença atual, doenças anteriores, histórico familiar.

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Queixa principal
As queixas mais comuns do sistema neurológico incluem cefaléia, tontura,
síncope, confusão, debilidade do estado mental, distúrbios da marcha e do equilíbrio e
alterações do nível de consciência.
Ao conhecer a queixa principal do cliente, pergunte sobre o início e a freqüência
do problema, o que precipita ou exacerba e o que alivia. Pergunte outros sintomas que
acompanham o problema e se ele tem apresentado efeitos adversos causados pelos
tratamentos.

Histórico de saúde
Pergunte ao cliente se ele apresenta cefaléia. Caso positivo verifique a freqüência
e o que parece ser o fator desencadeante. A luz incomoda a visão durante a cefaléia?
Quais os outros sintomas concomitantes?
O cliente apresenta tonturas, dormência, formigamento, convulsões, tremores,
fraqueza ou paralisia? Tem problemas relacionados aos sentidos, ou problemas para
andar, manter equilíbrio ou urinar?
Como o cliente classifica sua memória e sua capacidade de concentração:
apresenta problema para falar, dificuldade de ler ou escrever?
Lembre-se de que algumas alterações neurológicas, como diminuição dos
reflexos, audição e visão, fazem parte do envelhecimento normal.

História pregressa
Interrogue sobre todas as principais patologias pregressas de maior gravidade do
cliente, doenças recorrentes de menor gravidade, acidentes ou lesões, procedimentos
cirúrgicos e alergias. Além disso, interrogue sobre a saúde e hábitos alimentares, se
fuma, consomem bebidas alcoólicas ou usa drogas ilícitas.

Antecedentes familiares
As informações sobre a família do cliente podem ajudar na descoberta de
distúrbios hereditários. Pergunte se alguém na família teve ou tem diabetes, doença

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cardíaca ou renal, hipertensão arterial, câncer, distúrbios de coagulação, problemas
mentais ou acidente vascular encefálico.
Algumas doenças genéticas são degenerativas e outras causam fraqueza
muscular. Por exemplo, as convulsões são mais freqüentes em clientes com história
familiar de epilepsia idiopática e mais de 50% dos clientes com enxaqueca tem
antecedentes familiares dessa afecção.

EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO


O exame neurológico pode revelar distúrbios do cérebro, dos nervos, dos
músculos e da medula espinhal. Antes de começar o exame físico neurológico, sempre
verifique os sinais vitais.

Avaliação do estado mental


A avaliação do estado mental na realidade começa quando você conversa com o
cliente durante o histórico. A maneira como ele responde as suas perguntas fornecem
indicações sobre a orientação e memória e o dirige durante a avaliação física.
O estado mental consiste na avaliação do nível de consciência, do aspecto geral,
do comportamento, comunicação, função cognitiva e da capacidade de construção.
No entanto, um teste mais específico do estado mental normalmente é
necessário para se diagnosticar um problema que esteja afetando os processos mentais.

Avaliação do nível de consciência


A consciência é definida como o conhecimento de si mesmo e do ambiente. É a
capacidade do indivíduo de reagir quando está em perigo ou de satisfazer suas
necessidades biológicas e psicossociais. A consciência é o indicador mais sensível de
disfunção ou insuficiência cerebral. O fenômeno consciência é didaticamente dividido em
dois componentes: o despertar e o conteúdo de consciência.
Despertar é o estado de vigília apresentado pelo indivíduo, é a capacidade de
abrir os olhos, de estar acordado. É regulado pelo sistema reticular ativador ascendente
(SRAA), estrutura anatômica que se estende do bulbo até o tálamo de onde partem fibras
difusamente para o córtex de ambos os hemisférios cerebrais.

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Conteúdo de consciência é a somatória das funções mentais cerebrais, isto é,
das funções cognitivas e afetivas do indivíduo (linguagem, memória, crítica, etc.) estar
ciente e perceber as coisas em relação ao meio externo. Depende exclusivamente das
regiões corticais cerebrais.
As lesões no córtex cerebral podem ocasionar distúrbios específicos do
conteúdo, tais como afasia (perda ou deterioração da linguagem), agnosia (dificuldade ou
incapacidade de reconhecer objetos, sons, na ausência de alterações ópticas, auditivas
ou táteis), apraxia ( alteração da atividade gestual, não podendo o paciente executar
determinados atos de forma correta), etc. As lesões na região do SRAA e/ou do córtex
cerebral afetam diretamente o nível de consciência, provocando alterações que vão desde
sonolência ou confusão mental, até o coma.
O conteúdo e o despertar de consciência são avaliados por meio das respostas
de perspectivas de perceptividade e reatividade, respectivamente.
A perceptividade está relacionada à função cortical, e é avaliada através da
análise das respostas que envolvem mecanismos de aprendizagem que querem certo
grau de integração cortical.
A reatividade é variável quando há perda da consciência e não depende do
córtex. Ela está relacionada ao tronco cerebral; portanto as respostas são reflexos, o que
não inclui a condição de estar ciente. A reatividade pode ser:
• Inespecífica: a reação é abrir os olhos, ou seja, acorda, mas não integra.
Está diretamente relacionada ao tronco cerebral.
• À dor: a reação é retirar o membro, função desencadeada no nível medular
e no tronco cerebral.
• Vegetativa: corresponde ao controle das funções fisiológicas, sendo que
respiração, temperatura e pressão arterial são as últimas a desaparecerem.
Os estímulos verbais, ruídos e dor são utilizados para obtenção de respostas que
podem ser abertura dos olhos, verbalização (a resposta mais complexa) e/ou
movimentação.

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Estímulos auditivos e táteis
A avaliação do nível de consciência depende da correta utilização de estímulos
para gerar respostas, isto é, utilização de estímulos e da observação de respostas. Esses
estímulos devem ser inicialmente auditivos e depois táteis.
No estímulo auditivo, começa-se pelo tom de voz normal. Obtendo resposta
verbal do paciente, a enfermeira deve avaliar o nível de orientação (no tempo, no espaço
e em relação a si mesmo), bem como a função cognitiva (memória, atenção,
concentração, linguagem, resolução de problemas, etc.). Não obtendo resposta ao tom de
voz normal, a enfermeira deve utilizar a voz alta ou algum barulho produzido pelo bater
das mãos ou o estalar dos dedos. Em caso de resposta verbal, avaliar orientação e
cognição.
Nos casos em que o paciente não apresenta resposta ao estímulo auditivo, deve-
se tentar o estímulo tátil. Inicia-se com um leve toque sobre o braço do paciente
chamando-o pelo nome. Se não ocorrer resposta, o estímulo doloroso deve ser aplicado.
A aplicação do estímulo doloroso deve ser realizada preferencialmente no leito ungueal
(por meio da aplicação de uma pressão sobre as unhas das mãos e dos pés), esternal
(compressão e fricção do esterno, utilizando a proeminência articular da mão fechada), no
trapézio (compressão do músculo com o indicador e o polegar), na supra-orbital
(compressão da região supra-orbital com o polegar).
A resposta observada após a aplicação do estímulo doloroso é do tipo motor. As
respostas motoras podem ser consideradas apropriadas, inapropriadas ou ausentes. As
respostas apropriadas ocorrem quando o paciente retira o membro após o estímulo e/ou
empurra a mão do examinador, indicando integridade de vias sensitivas e
corticoespinhais. As respostas inapropriadas (decorticação e descerebração) dependem
do nível da lesão e indicam reações primitivas. A decorticação é indicativa de lesões nos
hemisférios cerebrais ou cápsula interna, que interrompem a via corticoespinhal. A
descerebração relaciona-se a lesões diencéfalo-mesencefálicas, estruturas do tronco
cerebral. Dessas duas posturas anormais, a descerebração é considerada como sinal de
maior disfunção cerebral. A ausência da resposta motora (arreflexia) pode significar uma
lesão, atingindo a porção inferior do tronco encefálico ou depressão intensa causada por
substâncias tóxicas ou drogas sedativas.

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Níveis de consciência
Entre o estado de consciência e coma existem vários estados intermediários de
alteração da consciência, representando depressões menores ou maiores do sistema
reticular ativador ascendente e/ou do córtex cerebral. Há vários termos para descrever
alterações no nível de consciência, entre eles: letárgico, confuso, sonolento, obnubilado e
torporoso. Subjetivos na sua definição e na interpretação, não devem ser utilizados devido
à ambigüidade e à confusão que geram durante a avaliação do nível de consciência.
A consciência e o coma são definições amplamente aceitas e que não geram
contradições na sua interpretação. O paciente consciente é aquele que está acordado,
alerta, que responde adequadamente ao estímulo verbal, que está orientado no tempo e
no espaço, enquanto que o paciente em coma está em sono profundo, inconsciente, com
os olhos fechados, não emite som verbal, não interage consigo ou com o ambiente. Para
minimizar a subjetividade dos termos e padronizar os registros surgiu escalas que
possibilitam a avaliação do nível de consciência de maneira objetiva, pelo uso de uma
linguagem uniforme e pelo registro de forma simples e rápida das informações.
A escala de Coma de Glasgow (ECGl) tem sido amplamente utilizada para
determinar e avaliar a profundidade e a duração do coma e prognosticar a evolução dos
pacientes com ou sem trauma cranioencefálico. A avaliação tanto da função e do dano
cerebral, quanto da evolução do nível de consciência é feita com base em três
indicadores:
9 Abertura ocular (AO)
9 Melhor resposta verbal (MRV)
9 Melhor resposta motora (MRM)
A utilização da ECGl deve obedecer às recomendações para sua aplicação. A
primeira regra que deve ser obedecida é pontuar sempre a melhor resposta apresentada
pelo paciente. Quando a condição do paciente impede a avaliação de um determinado
indicador, esse fator deve ser registrado juntamente com a pontuação obtida nos demais
indicadores.

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Escala de coma de Glasgow
Teste Pontuação Resposta do cliente
Resposta de abertura dos olhos (AO)
Espontaneamente 4 Abre os olhos espontaneamente

Ao estímulo verbal 3 Abre os olhos quando solicitado

Ao estímulo doloroso 2 Abre os olhos apenas quando há estímulo


doloroso
Nenhuma 1 Não abre os olhos, há nenhuma resposta.

Resposta motora (MRM)


Obedece 6 Mostra dois dedos quando solicitado

Localiza 5 Estende a mão até o local do estímulo doloroso


e tenta removê-lo
Retirada 4 Afasta-se do estímulo doloroso

Flexão anormal 3 Assume a postura de decorticação

Extensão anormal 2 Assume a postura de descerebração

Nenhuma 1 Sem resposta; flacidez generalizada

Resposta verbal (MRV) (à pergunta “Em que ano estamos?”)


Orientado 5 Diz a data correta

Confuso 4 Diz a data incorreta

Palavras inadequadas 3 Responde aleatoriamente com palavras


incorretas
Incompreensível 2 Gemido ou grito

Sem resposta 1 Sem resposta

Pontuação total

Um escore de 10 ou menos indica uma necessidade de atenção de emergência,


um escore de 7 ou menos é geralmente interpretado como lesão neurológica grave.

Avaliação pupilar
Deve-se observar e anotar diâmetro, forma e reação à luz das pupilas e sempre
comparar uma a outra. O diâmetro pupilar é mantido pelo SNA, sendo o simpático
atuando na midríase e parassimpático na miose. Deve sempre anotar as diferenças das

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pupilas. A foto reação é observada com auxílio do foco de luz, pedindo para o paciente
fechar os olhos e abrir após alguns segundos, direcionando o foco de luz para os
mesmos.

Avaliação da função motora


A função motora depende da integridade do trato córtico-espinhal, do sistema
extrapiramidal e da função cerebelar.
A avaliação da função motora mede a força motora dos membros superiores e
inferiores, com a finalidade de verificar a dependência ou independência do paciente para
realizar atividades diárias. Durante a avaliação, um membro é sempre comparado com o
outro.
O exame do sistema motor inclui o tônus e a força muscular. A técnica utilizada
para mesmo membro do lado oposto do corpo. A avaliação da força muscular depende do
nível de consciência do paciente. No paciente consciente, pede-se para que estenda os
membros superiores e aperte as mãos do avaliador. O aperto em cada uma deverá ser
forte, firme e igual. Nos membros inferiores, pede-se ao paciente que deite sobre a cama,
estendendo e flexionando, bem como elevando e abaixando um membro de cada vez,
observando a força realizada pelo paciente para realizar esses movimentos. Deve-se
também observar o modo de caminhar, os movimentos de balanço dos braços e a firmeza
na deambulação. Nos pacientes inconscientes, é aplicado o estímulo doloroso e avaliada
a resposta motora, considerando principalmente sinais de decorticação e descerebração.
O comprometimento da força é denominado de fraqueza ou paresia. A força
muscular pode ser classificada numa escala de 0 a 5:
0 Nenhuma contração muscular visível ou palpável;
1 Vê-se ou palpa-se uma contração muscular. Mas não há movimento através
de uma articulação;
2 Capacidade de mover o membro
3 Movimento ativo contra a gravidade, porém não contra a resistência
Movimento ativo contra a gravidade e vence uma pequena resistência;
4 Força muscular normal.

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Avaliação da função sensitiva
O exame da sensibilidade superficial inclui o tato, a dor e a temperatura. É
subjetivo e necessita da colaboração do paciente.
Durante o exame sensitivo, peça ao paciente para fechar os olhos; pesquise a
sensibilidade nos membros superiores, nos membros inferiores, de maneira comparativa,
comparando-se um hemicorpo com outro. Para testar a sensibilidade tátil, utiliza-se gaze,
ou algodão seco, comparando um lado com o outro; e para a sensibilidade térmica
utilizam-se tubos de ensaio contendo água fria e água quente.
Termos utilizados nos resultados: analgesia, hipoalgia, hiperalgia, anestesia,
hipoestesia, hiperestesia e parestesia.

Avaliação da função cerebelar


O paciente com disfunção cerebelar apresenta incoordenação motora,
caracterizada por irregularidade ou incapacidade de realização correta e sincrônica de um
movimento. Apresenta instabilidade na marcha; sendo que para testá-la deve se pedir ao
paciente que ande em linha reta, com um pé após o outro.
O teste de Romberg visa detectar o comprometimento do sentido de posição do
paciente. Solicita-se ao paciente que permaneça em posição ereta, com os pés juntos,
com os olhos abertos e depois fechados, observando-se a presença de algum balanço ou
perda de equilíbrio.
Os movimentos rápidos alternados determinam a possível falta de coordenação
nas extremidades superiores. Solicita-se que o paciente toque seu nariz com um dedo,
com uma mão de cada vez, cada vez mais rápido e depois com os olhos fechados. Nos
membros inferiores, solicita-se ao paciente que passe seu calcanhar sobre a região tibial
da outra perna, invertendo depois o movimento. Deve-se observar a noção de distância e
a maneira harmônica e coordenada de realização dos movimentos.

Avaliação dos nervos cranianos


Os doze pares de nervos cranianos se originam no encéfalo, a maioria se liga no
tronco cerebral, apenas o olfatório e óptico tem conexão com o cérebro. Para o exame é
necessário que o paciente esteja calmo e colabore com o mesmo.

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O primeiro par responsável pelo olfato, durante o exame deve-se observar
obstruções nasais, desvio de septo, fratura, presença de secreção. E com os olhos
fechados, o paciente deve identificar odores familiares. Cada narina deve ser testada
separadamente.
O segundo par responsável pela visão, deve-se cobrir um dos olhos, fixarem o
olhar no nariz do examinador, que moverá seu dedo na frente do paciente, do campo
temporal ao nasal e este deverá informar quando está enxergando o dedo.
O terceiro, quarto, e sexto nervos, oculomotor, troclear e abducente são
responsáveis pelos movimentos dos olhos. Os distúrbios nesses nervos podem provocar
dilatação, alteração do movimento ocular, diplopia. Para avaliar o movimento dos olhos
deve pedir ao paciente acompanhar com os olhos o seu dedo, em movimentos para os
lados, cima e para baixo.
O quinto nervo, o trigêmeo, responsável pelas informações exteroceptivas e
nociceptivas da face. Durante o exame deve instruir o paciente a fechar os olhos, então o
examinador tocará a fronte, o queixo e a face lateral do rosto, o paciente deve descrever o
tipo e local do toque.
O sétimo nervo, facial, responsável pelas funções motora e sensitiva inervam as
glândulas salivares, submandibulares sublinguais. O examinador avalia a simetria dos
movimentos faciais do paciente enquanto ele assobia, sorri, franze as sobrancelhas e
cerra as pálpebras, testa também a diferença entre doce e salgado, examinando assim a
sensibilidade da língua.
O oitavo nervo, vestíbulococlear, responsável pela percepção da cabeça,
movimento e equilíbrio, e pela sensibilidade auditiva. A avaliação auditiva deve-se cobrir
uma das orelhas e testar por meio de um relógio. E a avaliação do equilíbrio é feita
através dos braços paralelos, deve-se ficar 10 segundos nessa posição sem perder o
equilíbrio.
O nono, glossofaríngeo, responsável pela sensibilidade gustativa na língua e pela
sensibilidade na região da faringe. Para o exame deve-se instruir o paciente a abrir a
boca, dizendo “ah”, observa-se a elevação e contração do palato e úvula. Avalia-se a
deglutição.

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O décimo, vago, responsável pelas funções motoras, sensitivas, sensoriais e
vegetativas, inerva os músculos do palato mole, faringe e laringe. A enfermeira deve tocar
a parte posterior da língua com o abaixador par desencadear vômito, observar a presença
de rouquidão, simetria da úvula e palato mole.
O décimo primeiro, acessório, inerva os músculos esternocleidomastoideo e
trapézio. Deve avaliar a capacidade de o paciente encolher ombros e fazer rotação da
cabeça. O exame deve ser feito em busca de atrofia muscular e queda de ombro.
O décimo segundo, hipoglosso, inerva os músculos intrínsecos e extrínsecos da
língua. A força é testada, pedindo para que o paciente empurre a língua nas bochechas
contra a resistência do dedo do examinador.

Reflexos
O reflexo é uma resposta automática a um estímulo. Por exemplo, quando o
tendão localizado abaixo da patela é percutido suavemente com um pequeno martelo de
borracha, a perna flexiona. Esse reflexo patelar (um dos reflexos tendinosos profundos)
fornece informações sobre o funcionamento do nervo sensitivo, sobre sua conexão com a
medula espinhal e sobre o nervo motor que emerge da medula espinhal e vai até os
músculos da perna. O arco reflexo segue um circuito completo, desde o joelho até a
medula espinhal e retorna à perna, sem que haja envolvimento do cérebro.
Os reflexos mais comumente testados são os reflexos patelares, um reflexo
similar nos cotovelos e nos tornozelos e o reflexo de Babinski, que é testado através da
aplicação de um golpe firme na borda externa da planta do pé com um objeto rombudo.
Normalmente, os dedos dos pés encurvam, exceto nos lactentes com menos de seis
meses de idade. Quando o hálux (dedão do pé) se eleva e os demais dedos se estendem
e abrem lateralmente, isto pode ser um sinal de uma anomalia cerebral ou de nervos
motores que vão do cérebro até a medula espinhal. Muitos outros reflexos podem ser
testados para se avaliar funções nervosas específicas.

Arco Reflexo
O arco reflexo é a via que um nervo reflexo segue. Um exemplo é o reflexo
patelar. 1. Uma percussão no joelho estimula receptores sensitivos, gerando um sinal

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nervoso. 2. O sinal percorre ao longo de uma via nervosa até a medula espinhal. 3. Na
medula espinhal, o sinal é transmitido do nervo sensorial ao nervo motor. 4. O nervo
motor envia o sinal de volta a um músculo da coxa. 5. O músculo contrai, fazendo com
que a perna se desloque para frente. Todo reflexo ocorre sem envolvimento do cérebro.

Fonte: www. msd-brazil.com

AVALIAÇÃO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR

SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular ou aparelho cardiovascular ou aparelho circulatório
funciona para fornecer e manter suficiente, contínuo e variável o fluxo sangüíneo aos
diversos tecidos do organismo, segundo suas necessidades metabólicas, para
desempenho das funções que devem cumprir em face das diversas exigências funcionais
a que o organismo está sujeito.
Ao desempenhar sua função, o aparelho cardiovascular está organizado
morfológica e funcionalmente:
- para gerar e manter uma diferença de pressão interna ao longo do seu circuito;
- para conduzir e distribuir continuamente o volume sangüíneo aos tecidos do organismo;
- para promover a troca de gases (principalmente oxigênio e gás carbônico), nutrientes e
substâncias entre o compartimento vascular e as células teciduais;

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- para coletar o volume sangüíneo proveniente dos tecidos e retorná-lo ao coração.
Assim, o sistema cardiovascular compõe-se das seguintes estruturas:
a) coração;
b) vasos arteriais (sistema vascular arterial);
c) sistema tubular trocador (microcirculação);
d) vasos venosos (sistema vascular venoso);
e) vasos linfáticos (sistema vascular linfático).

Coração
O coração é um órgão oco, aproximadamente esférico, constituído de paredes
musculares que delimitam quatro cavidades - os átrios direito e esquerdo e os ventrículos
direito e esquerdo. O átrio direito e o ventrículo direito constituem o coração direito, ou
lado direito do órgão, e o átrio esquerdo e ventrículo esquerdo integram o coração
esquerdo, ou lado esquerdo do órgão.
O coração tem o tamanho da mão fechada e pesa cerca de 300 g. Os átrios
estão separados entre si pelo septo interatrial, e os ventrículos, pelo septo interventricular.
Entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo, separando as duas cavidades, encontra-
se a valva mitral; entre o átrio direito e o ventrículo direito está à valva tricúspide. No átrio
esquerdo desembocam diretamente quatro veias pulmonares, que conduzem o sangue
proveniente dos pulmões. Para o átrio direito drenam diretamente as veias cavas
superiores e inferior, que são os condutores terminais do sangue proveniente de todas as
partes do organismo. Do ventrículo esquerdo sai a grande artéria aorta, que distribui
sangue para todo o organismo, por meio das suas ramificações arteriais; na saída do
ventrículo esquerdo situa-se a valva aórtica, que separa esta cavidade ventricular da
aorta. Do ventrículo direito emerge a artéria pulmonar, que é a condutora do sangue em
direção aos pulmões; entre a saída da cavidade ventricular direita e o início da artéria
pulmonar encontra-se a valva pulmonar.

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Fonte: www.cvdee.org.br

Assim, o coração é composto de uma estrutura muscular espessa, de cerca de 1


- 2 cm, denominada miocárdio, que integra as paredes das cavidades atriais e
ventriculares. O miocárdio está envolto externamente por uma estrutura membranosa, o
pericárdio, cuja função é proteger o miocárdio e permitir o suave deslizamento das
paredes do órgão durante o seu funcionamento mecânico, pois contém líquido lubrificante
em seu interior.
Internamente, o miocárdio é recoberto pelo endocárdio, a membrana de proteção
interna que fica em contato direto com o sangue, separando a musculatura, do interior das
cavidades do órgão. O coração tem também um conjunto de valvas intracavitárias, cuja
função é direcionar o fluxo de sangue em um único sentido no interior do coração.
O tecido excitocondutor compreende um conjunto de quatro estruturas
interligadas morfofuncionalmente: o nodo sinusal, que é um aglomerado de células
excitáveis especializadas, situado no extremo da região ântero-superior direita do
coração, próximo à junção da veia cava superior com o átrio direito; o nodo
atrioventricular, que também se constitui num aglomerado celular excitável especializado,
situado na junção entre os átrios e os ventrículos, na porção basal do septo
intraventricular, na região mediana do coração; o feixe de Hiss e seus ramos principais
direito e esquerdo com suas subdivisões, que se localizam na intimidade da estrutura

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muscular miocárdica, partindo da base do septo intraventricular e dirigindo-se aos
ventrículos direito e esquerdo, respectivamente; o sistema de fibras de Purkinje, que
representa uma rede terminal de condução do impulso elétrico a cada célula miocárdica
contrátil.

Fisiologia do Coração
Para controle do seu funcionamento, de modo a atender as necessidades
variáveis de fluxo sangüíneo dos tecidos do organismo. O coração está sob a influência
reguladora de uma rica rede de nervos oriundos de diversas estruturas do sistema
nervoso central. Os quais modificam o estado funcional e as propriedades dos diferentes
componentes do órgão, por meio da liberação, em seus terminais, de substâncias
químicas neurotransmissoras estimuladoras (noradrenalina e outras) ou inibidoras
(acetilcolina e outras). Esses nervos fazem parte do sistema nervoso autônomo (ou
involuntário, ou neurovegetativo) e pertencem às duas divisões deste: o sistema nervoso
simpático (nervos simpáticos), que tem função estimuladora sobre as propriedades
funcionais, e o sistema nervoso parassimpático (nervo vago), que tem efeito funcional
inibidor.
O coração é fartamente irrigado com sangue arterial por meio de uma riquíssima
rede de circulação própria - a circulação arterial coronariana - e tem o sangue venoso
drenado pela circulação venosa coronariana de retorno; o miocárdio adjacente à cavidade
ventricular esquerda é também irrigado pelo sistema de vasos de Thebésius, que
transporta sangue arterial desta cavidade diretamente para as células musculares.
Quando o estímulo elétrico gerado no nodo sinusal atinge as células miocárdicas
comuns, estas são eletricamente excitadas e suas membranas se despolarizam o que
provoca a liberação intracelular de íons cálcio, que se acoplam às proteínas contráteis
desencadeando o processo de contração das células. Esse processo funcional, que
compreende a estimulação e a subseqüente contração das células miocárdicas,
denomina-se acoplamento excitação-contração.
Por meio da contração (ou encurtamento circular) e do relaxamento (ou
distensão) dos ventrículos, o coração ejeta um determinado volume de sangue para as
circulações arteriais –sistêmica e pulmonar - e promove o retorno para si do mesmo

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volume sangüíneo que circula pelas circulações venosas – sistêmica e pulmonar. Por seu
turno, a contração do miocárdio dos átrios complementa o enchimento dos respectivos
ventrículos, e o relaxamento dos átrios facilita o retorno de sangue das circulações
venosas, sistêmica e pulmonar. Os átrios e os ventrículos não se contraem e relaxam
simultaneamente, mas o fazem em momentos diferentes, ou seja, enquanto os átrios
estão se contraindo, os ventrículos se encontram relaxados para a recepção do sangue, e
vice-versa.
A contração do coração, tendo-se como referência os ventrículos, chamam-se
sístole cardíaca ou batimento cardíaco, e o relaxamento denomina-se diástole cardíaca. O
conjunto dos fenômenos mecânicos que ocorrem nas fases da contração sistólica e do
relaxamento diastólico do coração constitui o ciclo cardíaco, que inclui:
- alterações das dimensões e dos volumes atriais e ventriculares;
- modificações das pressões no interior dos átrios e dos ventrículos;
- modificações da pressão arterial sistêmica e pulmonar;
- modificações da pressão venosa sistêmica e pulmonar;
- movimentos de fechamento e abertura das valvas intracardíacas.

Fonte: www.nenossolar.com.br

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A oferta e a manutenção do fluxo sangüíneo aos tecidos do organismo, que se
constituem nos objetivos funcionais fundamentais do aparelho cardiovascular, estão na
dependência básica de um determinado volume de sangue e de certos gradientes de
pressões existentes no interior do órgão.
O valor normal máximo da pressão arterial sistólica é 140 mmHg; o da pressão
arterial diastólica é 90 mmHg. Em média, os valores normais da pressão arterial situam-se
em torno de 120 x 80 mmHg.
As estreitas relações entre as variáveis cardiovasculares ou hemodinâmicas
fundamentais são representadas pelas seguintes funções matemáticas:
Débito Cardíaco = Freqüência Cardíaca x Volume Sistólico
Pressão Arterial = Débito Cardíaco x Resistência Periférica
O adequado nível da pressão arterial sistólica e diastólica é de grande
importância para a integridade morfológica e para o perfeito funcionamento de todo o
aparelho cardiovascular e, em conseqüência, para a manutenção das funções de todos os
órgãos e do estado de saúde do indivíduo ao longo do tempo.

Sistema Vascular
O sistema vascular é composto pelos vasos sanguíneos: artérias, veias e
capilares. As artérias são os vasos pelos quais o sangue sai do coração. Como a pressão
do sangue no lado arterial é maior, comparando com as veias, a parede das artérias é
mais espessa. As veias são os vasos que trazem o sangue para o coração, dentro das
veias há válvulas que, se o sangue começa a fluir na direção contraria do coração,
fecham-se impedindo o refluxo do sangue. Os capilares são vasos microscópicos, com
parede de apenas uma célula de espessura e que são responsáveis pelas trocas de
gases e nutrientes entre o sangue e o meio interno.

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Fonte: agmarrazes.ccems.pt

O sangue segue um caminho contínuo, passando duas vezes pelo coração antes
de fazer um ciclo completo. Pode-se dividir desta maneira o sistema circulatório em dois
segmentos: a circulação pulmonar e a circulação sistêmica.

Circulação Pulmonar
A Circulação Pulmonar ou Pequena circulação tem seu início no Tronco da artéria
pulmonar, seguindo pelos ramos das artérias pulmonares, arteríolas pulmonares,
capilares pulmonares, vênulas pulmonares, veias pulmonares e desagua no átrio
esquerdo do coração.
Na sua primeira porção, transporta sangue venoso. Nos capilares pulmonares o
sangue é saturado em oxigênio, transformando-se em sangue arterial.

Circulação Sistêmica
A grande circulação, ou circuito sistémico, é a designação dada à parte da
circulação sanguínea que se inicia no ventrículo esquerdo. Dali, o sangue (sangue
arterial) é bombeado pela contração do ventrículo esquerdo para a aorta. Esta divide-se
para os órgãos principais do nosso corpo (com exceção dos pulmões), onde se utiliza o
oxigénio. O sangue venoso ou seja, o que é pobre em oxigênio, (nesta etapa da
circulação, já que o mesmo não acontece na pequena circulação) volta ao coração pelas
veias cavas, introduzindo-se assim na aurícula direita. Do átrio o sangue passa para o
ventrículo direito através do orifício atrioventricular, onde existe a válvula tricúspide.

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Assim, a grande circulação começa no ventrículo esquerdo e termina no átrio
direito.

Principais vasos sanguíneos

Fonte: www.guia.heu.nom.br

OBTENÇÃO DO HISTÓRICO DE SAÚDE


Para obter o histórico sobre o sistema cardiovascular do cliente, comece sempre
pelas queixas.

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Queixa principal
Observa-se que o cliente com problemas cardiovasculares normalmente relata
queixas específicas, como:
• Dor torácica
• Batimentos cardíacos irregulares ou palpitações
• Dispnéia a esforços, ao deitar-se e a noite.
• Tosse
• Cianose ou palidez
• Fraqueza
• Fadiga
• Alteração de peso sem explicação
• Edema de extremidades
• Tonturas
• Cefaléias
• Hiper ou hipotensão
• Alterações cutâneas, como diminuição da perfusão capilar, alterações de cor
da pele ou pele com aspecto fino e brilhante.
• Dor em membros, cãimbras.
Pergunte ao cliente há quanto tempo ele tem o problema, quando começou os
sintomas, questione sobre a localização, irradiação, intensidade e duração da dor e
sintomas.

Histórico pregresso
Pergunte sobre qualquer antecedente de distúrbios relacionados ao coração,
como hipertensão, febre reumática, diabetes, hiperlipidemia, defeitos cardíacos
congênitos e sincope.

História familiar
As informações sobre os parentes consangüíneos do cliente podem sugerir
problema cardíaco específico. Pergunte se alguém da família já teve hipertensão, infarto

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agudo do miocárdio (IAM), miocardiopatia, diabetes, doença de artéria coroaria (DAC),
doença vascular, hiperlipidemia ou morte súbita.

EXAME FÍSICO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR


As doenças cardiovasculares afetam pessoas de todas as idades e pode assumir
muitas formas. O uso de uma abordagem consistente e metódica na sua avaliação a
ajudará a identificar as possíveis anormalidades. A chave para a avaliação é a prática
regular, que ajuda a melhorar as técnicas e a eficácia.
Antes de avaliar o sistema cardiovascular do cliente, avalie os fatores que
refletem a função cardiovascular, que incluem o aspecto geral, o peso corporal e os sinais
vitais, como mencionado em módulos anteriores.
Vale ressaltar que durante a verificação do pulso, deve-se palpar durante um
minuto para detectar arritmias. O ritmo deve ser regular, exceto pela diminuição sutil
durante a expiração.

Histórico da pele
Observe a cor da pele, a temperatura, o turgor, e a textura da pele. Atentar para
cianose, examine o lado inferior da língua, a mucosa oral e a conjuntiva em busca de
sinais de cianose central. Inspecione os lábios, extremidades do nariz, os lobos
auriculares quanto aos sinais de cianose periférica. Podem ocorrer dois tipos de cianose:
cianose central, sugerindo diminuição da captação ou do transporte de oxigênio dos
pulmões para a corrente sanguínea, o que pode ocorrer na insuficiência cardíaca, e
cianose periférica, sugerindo a constrição de arteríolas periféricas, hipovolemia, choque
cardiogênico ou doença vasoconstrutiva.
Ao avaliar a cor da pele, pesquise também os sinais de rubor facial, palidez e
rubor. O rubor na pele do cliente pode resultar do uso de medicamentos, calor excessivo,
ansiedade e medo. A palidez pode resultar de anemia ou aumento da resistência vascular
periférica causado pela aterosclerose. O rubor em membros inferiores em posição
pendente pode ser um sinal de insuficiência arterial crônica.
A seguir, avalie a perfusão do cliente por meio da inspeção do fluxo arterial. Com
o cliente deitado, eleve uma das pernas cerda de 30,5 cm acima do nível do coração,

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durante 30 segundos. A seguir, peça para o cliente sentar-se e balançar as duas pernas.
Compare a cor das duas pernas. A perna que estava elevada deve apresentar uma
palidez leve, comparada com a outra perna. A cor deve retornar a perna pálida em cerca
de 10 segundos, e as veias devem encher-se novamente em cerca de 15 segundos.
Deve-se pensar em insuficiência arterial se o pé do cliente apresentar palidez acentuada
demora a retornar a cor normal, que termina por adquirir um aspecto salpicado, demora
do enchimento venoso ou vermelhidão acentuada. A pele fria e pegajosa indica
ocorrência de vasoconstrição, que ocorre quando o débito cardíaco é baixo, como durante
o choque. A pele quente e úmida resulta da vasodilatação, que ocorre quando o débito
cardíaco é alto.
Observe a pele quanto a sinais de edema. Pesquise a presença de edema
simétrico nos braços e nas pernas do cliente. Como o edema geralmente afeta em
primeiro lugar as partes inferiores ou pendentes do corpo, esteja alerta ao avaliar braços,
mãos, pernas, pés e tornozelos do cliente que deambula ou as nádegas e a região sacral
do cliente acamado. Determine o tipo de edema (depressível ou não), sua localização,
extensão simetria (unilateral ou simétrico). Se o cliente apresenta edema depressível,
avalie o grau de depressão. O edema pode resultar de insuficiência cardíaca ou
insuficiência venosa causada por varizes ou tromboflebite. A insuficiência cardíaca
crônica do lado direito pode ainda causar ascite, que leva ao edema generalizado e
distensão abdominal. A compressão venosa pode resultar em edema localizado no trajeto
do vaso comprimido.

Histórico cardíaco
Inspeção
Em primeiro lugar, inspecione o peito e o tórax do cliente. Exponha a parede
anterior e observe seu aspecto geral. Normalmente, o diâmetro lateral é duas vezes maior
do que o diâmetro antero-posterior. Observe quaisquer desvios da forma típica do tórax.
Observe se há presença de abaulamentos. A observação da região precordial
deve ser feita em duas incidências: tangencial, com o examinador de pé do lado direito do
paciente, e frontal, o examinador ficando junto aos pés do paciente, que permanece
deitado.

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O abaulamento dessa região pode indicar a presença de aneurisma da aorta,
cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa torácica.
Nas crianças, cuja parede é mais flexível, a dilatação e a hipertrofia cardíacas,
principalmente do ventrículo direito, deformam com facilidade o precórdio. Por isso as
cardiopatias congênitas e as lesões valvares reumáticas são as causas mais freqüentes
de abaulamento precordial.
O ictus cordis, ou choque da ponta, ou pulso apical é estudado pela inspeção e
palpação, investigando-se localização, extensão, mobilidade, intensidade e forma de
impulsão, ritmo e freqüência.
A localização do ictus cordis varia de acordo com o biótipo do paciente. Nos
mediolíneos situa-se no cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 5o espaço
intercostal; nos brevilíneos, desloca-se cerca de 2 cm para fora e para cima, situando-se
no 4o espaço intercostal; nos longilíneos, costuma estar no 6o espaço, 1 ou 2 cm para
dentro da linha hemiclavicular.
Ictus cordis impalpável e invisível: portadores de enfisema pulmonar ou quando
há obesidade, musculatura muito desenvolvida ou grandes mamas.
A intensidade do ictus cordis é avaliada mais pela palpação do que pela
inspeção.
Durante a inspeção, podem ser descobertas irregularidades no tórax e na coluna
vertebral do cliente, algumas das quais podem prejudicar o débito cardíaco e impedir a
expansão torácica e inibir o movimento dos músculos cardíacos, incluindo:
• Tórax em barril – caixa torácica arredondada causada por doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC)
• Peito escavado – depressão de esterno
• Escoliose – curvatura lateral da coluna vertebral
• Peito de pombo – protrusão do esterno
• Cifose – curvatura convexa da espinha torácica
• Pulsação supra-esternal: quando muito intensas, levam a suspeita de hipertensão
arterial, esclerose senil da aorta, aneurisma da aorta ou síndrome hipercinética
(insuficiência aórtica, hipertireoidismo, anemia).

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• Pulsações epigástricas: são pulsações intensas ao nível do ângulo xifoesternal,
onde se consegue inclusive perceber as contrações do ventrículo hipertrofiado (P.
Ex.: hipertrofia ventricular direita).

Palpação
Ao realizar a palpação, mantenha um toque suave para não obscurecer as
pulsações ou achados similares. Siga uma seqüência sistemática de palpação,
abrangendo as áreas esternoclavicular, aórtica, pulmonar, ventricular direita, ventricular
esquerda (apical) e epigástrica. As polpas dos dedos são especialmente sensíveis às
vibrações.
Comece na área esterno clavicular e siga metodicamente na seqüência de
palpação até a área epigástrica.
Na área esternoclavicular, poderá ser sentida a pulsação do arco aórtico,
especialmente em cliente magro ou de constituição normal. No cliente magro, pode-se
sentir a pulsação da aorta abdominal na região epigástrica.
Usando a palma da mão, a seguir as pontas dos dedos, palpem a região
precordial para localizar o pulso apical, ou ictus cordis. O deslocamento do ictus cordis
indica dilatação e/ou hipertrofia do ventrículo esquerdo. Cumpre assinalar que a
hipertrofia do ventrículo direito pouco ou nada repercute sobre o ictus cordis, pois esta
cavidade não participa da ponta do coração.
Avalia-se a extensão do ictus cordis procurando-se determinar quantas polpas
digitais são necessárias para cobri-lo. Em condições normais, 1 ou 2 polpas digitais. Nos
casos de hipertrofia ventricular, são necessárias 3 polpas ou mais. Quando há grande
dilatação e hipertrofia, o ictus cordis pode chegar a abarcar toda a palma da mão.
Determina-se a mobilidade do ictus cordis da seguinte maneira: primeiro, marca-
se o local do choque com o paciente em decúbito dorsal. A seguir, o paciente adote os
decúbitos laterais (D e E), e o examinador marca a posição do ictus cordis nestas
posições. Em condições normais, o ictus cordis se desloca 1 a 2 cm com as mudanças
das posições.
Na linguagem semiológica, ficaram consagradas algumas denominações mais
abrangentes e muito significativas. Assim fala-se em ictus cordis difuso quando sua área

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corresponde a 3 ou mais polpas digitais, e ictus cordis propulsivo, quando a mão que o
palpa é levantada a cada contração, a primeira indica dilatação e a segunda, hipertrofia.
Contudo cumpre lembrar que, na maioria dos cardiopatas, a hipertrofia e a dilatação estão
combinadas. O ritmo e a freqüência do coração são mais bem avaliados pela ausculta.
Durante a palpação pode-se também encontrar o frêmito cardiovascular, que é
designação aplicada à sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração
ou nos vasos. Ao encontrar um frêmito três características precisam ser investigadas:
localização, usando-se como referência as áreas de ausculta; situação no ciclo cardíaco,
diferenciando-se, então, pela coincidência ou não com o ictus cordis ou o pulso carotídeo
os frêmitos sistólicos, diastólicos ou sistodiastólicos; e intensidade, avaliada em cruzes (+
a ++++). Os frêmitos correspondem aos sopros e a sua presença tem grande importância
no raciocínio clínico.

Percussão
Embora a percussão não seja tão útil quanto a outros métodos de avaliação
técnica, podem ajudar a localizar as bordas cardíacas. Inicia a percussão na linha axilar
anterior e continue em direção ao esterno, ao longo do quinto espaço intercostal.
O som muda de ressonância para macicez sobre a borda cardíaca esquerda,
normalmente na linha hemiclavicular.

Ausculta
É possível conhecer bastante o coração por meio da ausculta das bulhas
cardíacas. A ausculta cardíaca exige uma abordagem metódica e muita prática. Ausculte
a bulhas cardíacas com o cliente em três posições, em decúbito lateral com a cabeceira
da cama elevada 30º, sentado e em decúbito lateral esquerdo.

Locais de ausculta cardíaca


A - Área Aórtica
P - Área Pulmonar
T - Área Tricúspide
M - Área Mitral

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Fonte: http://br.geocities.com/enfermagemweb/aparelho_cardiovascular.htm

A 1a bulha cardíaca (B1) coincide com o ictus cordis e com o pulso carotídeo. É
de timbre mais grave e duração um pouco maior que a da 2a bulha. Para representá-la,
usamos a expressão onomatopaica TUM.
Em condições normais, B1 tem maior intensidade no foco mitral, onde costuma
ser mais forte que B2.
Em metade das pessoas normais percebem-se separadamente os componentes
mitral e tricúspide, fenômeno não relacionado com a respiração e sem significado
patológico (setas abaixo).
A 2a bulha cardíaca (B2). Ouve-se o componente aórtico em todo precórdio,
enquanto o ruído originado na pulmonar é auscultado em uma área limitada,
correspondente ao foco pulmonar e a borda esternal esquerda. Por isso, no foco aórtico e
na ponta do coração a 2a bulha é sempre única pelo simples fato de se auscultar nestes
focos somente o componente aórtico. Em condições normais, o componente aórtico
precede o pulmonar.

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Durante a expiração, ambas as valvas se fecham sincronicamente, dando origem
a um ruído único. Na inspiração, principalmente porque a sístole do VD se prolonga
ligeiramente em função do maior afluxo sangüíneo a este lado do coração, o componente
pulmonar sofre um retardo que é suficiente para perceber de modo nítido, os dois
componentes. A este fato se chama desdobramento fisiológico da 2a bulha cardíaca.
A 2a bulha vem depois de um pequeno silêncio, seu timbre é mais agudo, mais
seca, expressão TA. Quando está desdobrado, seu ruído corresponde à expressão TLA.
Em condições normais, a 2a bulha é mais intensa nos focos da base (aórtico e pulmonar).
A 3a bulha cardíaca (B3) é um ruído protodiastólico de baixa freqüência que se
origina das vibrações da parede ventricular subitamente distendida pela corrente
sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido.
Ausculta-se uma 3a bulha cardíaca normal com mais freqüência nas crianças e
nos adultos jovens. É mais bem audível na área mitral, com o paciente em decúbito lateral
esquerdo; o receptor mais apropriado é o de campânula.
Pode ser imitada pronunciando-se de modo rápido a expressão TU.
A 4a bulha cardíaca (B4) é um ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré-
sistole e pode ser ouvida mais raramente em condições normais nas crianças ou adultos
jovens.

Alterações das bulhas cardíacas


• Desdobramento fisiológico: resulta do aumento da negatividade intratorácica
durante a inspiração que se acompanha de maior enchimento do ventrículo direito;
por isso, o desdobramento só ocorre na inspiração.
• Bloqueio do ramo direito: ocorre na ex - e na inspiração e é devido ao
retardo da ativação do ventrículo direito. Acentua-se na inspiração devido ao maior
enchimento do ventrículo direito nesta fase da respiração.
• Bloqueio de ramo esquerdo: ocorre apenas na expiração em conseqüência
do retardo do componente aórtico. Na inspiração, o retardo do componente
pulmonar faz com que a bulha se torne única (desdobramento paradoxal).
• Comunicação interatrial: o grau de desdobramento é o mesmo na ex - e na
inspiração (desdobramento fixo), pois as alterações da pressão intratorácica mitral, em

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decorrência das modificações anatômicas e das alterações pressóricas durante a
respiração não influenciam no enchimento do ventrículo direito porque os átrios estão se
intercomunicando.
• Estenose aórtica. O desdobramento ocorre na expiração porque a contração
ventricular está prolongada, retardando o componente aórtico.
• Estalido de abertura mitral (EAM). Na estenose, a abertura da valva mitral
passa a provocar um ruído seco, agudo e de curta duração. Costuma ser intenso, e por
esse motivo pode ser palpável. O EAM é um ruído seco (TÉ), de curta duração,
protodiastólico, precedendo o ruflar, mais bem audível no foco mitral e na borda esternal
esquerda.
• Estalido de abertura tricúspide (EAT). O estalido da tricúspide é mais audível
na borda esternal esquerda e, ocasionalmente, na borda esternal direita. É difícil
diferenciar a EAT da EAM, principalmente no reumático que geralmente associa as duas
estenoses.
• Estalidos Pulmonar e Aórtico. Trata-se de ruídos de alta freqüência, agudos
e intensos, produzidos na artéria pulmonar e na aorta. Sua origem é vascular e são
produzidas, portanto pelas vibrações da parede do vaso (súbita ejeção de sangue nos
vasos da base).
• Clique sistólico (CS) é um ruído de alta freqüência, seco, agudo (TÉ), meso -
ou telessistólico, audível nos focos mitral ou tricúspide e aparece quando há prolapso de
uma destas valvas.

Sopros
Os sopros são produzidos por vibrações decorrentes de alterações de fluxo
sangüíneo. Os sopros aparecem na dependência de alterações do próprio sangue, da
parede do vaso ou das câmaras cardíacas, principalmente nos aparelhos valvares.
Os mecanismos formadores do sopro podem ser sistematizados como segue
abaixo:
- Aumento da viscosidade da corrente sanguínea.
- Diminuição da viscosidade sanguínea.
- Passagem de sangue através de uma zona estreitada.

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- Passagem de sangue para uma zona dilatada.
- Passagem de sangue para uma membrana de bordo livre.
Os sopros podem ser sistólicos, diastólicos e sistodiastólicos ou contínuos.
Os sopros sistólicos são classificados em dois tipos: sopro sistólico de ejeção e
sopro sistólico de regurgitação.
Os sopros sistólicos de ejeção são causados por estenose da valva aórtica ou
pulmonar e se originam durante o período de ejeção ventricular. Quando a pressão
intravascular ultrapassa a pressão intra-aórtica e intrapulmonar, o sangue começa a ser
expulso dos ventrículos. A princípio, e ejeção é lenta, passando a ser máxima na
mesossístole e voltando a se reduzir na telessístole. Por este motivo, do ponto de vista
estetoacústico, o que se observa é um sopro em crescendo-decrescendo.
O sopro de regurgitação é audível desde o início da sístole; por isso aparece
junto com a 1a bulha, recobrindo-a e mascarando-a. Ocupa todo o período sistólico com
intensidade mais ou menos igual e termina imediatamente antes da 2a bulha ou pode
recobri-la. Estes sopros são causados pela regurgitação de sangue dos ventrículos para
os átrios, quando há insuficiência mitral ou tricúspide, ou de um ventrículo para o outro,
quando existe uma comunicação entre eles.
Os sopros diastólicos, são classificados em protodiastólicos, mesodiastólicos e
telediastólicos ou pré-sistólicos. Ocorrem em dois grupos de afecções – estenoses
atrioventriculares (mitral e tricúspide) e insuficiência das valvas aórtica e pulmonar.
O sopro diastólico das estenoses atrioventriculares (estenose mitral e estenose
tricúspide) ocupa a parte média da diástole, momento em que se dá o enchimento rápido
dos ventrículos; algumas vezes se prolonga, podendo sofrer certo reforço no fim da
diástole ou pré-sístole. O reforço pré-sistólico depende da contração atrial.
O sopro diastólico das insuficiências aórticas e pulmonares possuem as
seguintes características: inicia-se imediatamente após a segunda bulha, porque neste
momento já é importante o gradiente de pressão entre os vasos da base (aorta e
pulmonar) e os ventrículos; podem ficar restritos à primeira parte da diástole
(protodiástole) ou ocupar também a mesodiástole e a telediástole. São sopros de alta
freqüência, em decrescendo e tonalidade aguda, qualidades que, em conjunto, dão a
estes sopros caráter “aspirativo”.

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Irradiação. Depois de estabelecer-se o local de maior intensidade do sopro,
desloca-se o receptor do estetoscópio em várias direções para determinar a irradiação.

Intensidade. O mais prático é o sistema de cruzes (+, ++, +++, ++++, +++++ e
++++++), que se escolha da seguinte maneira:
+: sopro débil, só audível quando se ausculta com atenção em ambiente
silencioso.
++: sopro de intensidade
+++: indica sopro de intensidade moderada, sem frêmito.
++++: sopro de intensidade moderada, com frêmito.
+++++: traduzem sopros intensos.
++++++: correspondem aos sopros muito intensos, audíveis mesmo quando se
afasta o estetoscópio da parede torácica ou quando se interpõe entre esta e o receptor a
mão do examinador.
Timbre e Tonalidade. “Qualidade do sopro”: suave, rude, musical, aspirativo, em
jato, a vapor, granuloso, piante e ruflar.

-------------FIM DO MÓDULO III-------------

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Curso de
Propedêutica em Enfermagem

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Referência Consultada.
MÓDULO IV

AVALIAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por
vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades
pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a
traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados
nos pulmões.

Fonte: www.csj.g12.br

Vias aéreas e pulmões


Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e
terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede
cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamadas
cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado
de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas porções

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inferiores das vias aéreas, como traquéia, brônquios e porção inicial dos
bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis
pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar.
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e
comunica-se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou
pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas,
situado na parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão,
saliência que aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da
laringe.

Fonte: http://www.afh.bio.br/resp/resp1.asp

A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de


“lingüeta” de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando
nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso
impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais,
capazes de produzir sons durante a passagem de ar.
Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12
centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis

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cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que
penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas
de poeira e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são
posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou
expelidas.

Fonte: http://www.afh.bio.br/resp/resp1.asp

Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com


aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana
serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente,
dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente
ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória.

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Fonte: http://www.afh.bio.br/resp/resp1.asp

Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células


epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares
sangüíneos, denominadas alvéolos pulmonares.

Tórax
A caixa torácica, formada por osso e carlilagem, protege os pulmões. É
formado pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que são
em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem
diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2
flutuantes (com extremidades anteriores livres, não se fixando ao esterno).
O esterno é uma longa e estreita placa óssea mediana na parede anterior
do tórax. Dá inserção anterior às costelas através das cartilagens costais,
permitindo uma flexibilidade que resulta em alterações dimensionais do tórax,
necessárias à respiração. Possui três partes: manúbrio, corpo e processo xifóide. O
manúbrio constitui a parte superior do esterno e se une ao corpo do osso no
chamado ângulo esternal, que é uma crista transversa saliente. Sendo facilmente
palpável e ponto de referência importante, pois marca o ponto de junção do esterno

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com a segunda costela (através da cartilagem costal) e, assim, permite a contagem
das costelas in vivo. Além do mais, o ângulo esternal corresponde ao ponto mais
elevado do arco aórtico e também à bifurcação da traquéia nos brônquios
principais. A denominação vem do fato de que o manúbrio forma com o corpo do
esterno uma angulação que é visível numa vista lateral.

Músculos respiratórios
Os músculos respiratórios são constituídos por fibras estriadas e apresentam
as seguintes características:
• Apresentam 55% de fibras estriadas do tipo I
vermelhas(resistentes a fadiga) e 45% de fibras estriadas tipo II brancas
(fatigáveis) .
• Os músculos respiratórios trabalham vencendo cargas elásticas,
que são as forças de retração dos pulmões e caixa torácica e cargas
resistivas das vias aéreas.
• Os músculos respiratórios contraem-se de maneira rítmica,
intermitente e durante toda a vida.

1. Músculos Inspiratórios
A. Diafragma - principal músculo inspiratório, com forma de cúpula voltada
cranialmente, e separa a cavidade abdominal da cavidade torácica.
É constituído de uma camada muscular que se origina nas costelas
inferiores e coluna lombar que se inserem no tendão central. É inervado pelo nervo
frênico, que sai das raízes de C3 a C5.
Na inspiração de repouso o diafragma é responsável por 70% do volume
inspirado. Quando o diafragma se contrai, o conteúdo abdominal é deslocado para
baixo e para frente, aumentando o diâmetro céfalo-caudal do tórax, a parte distal das
costelas são levantadas e giram para fora.
Em repouso o deslocamento do diafragma é aproximadamente de 1 cm, e
na inspiração forçada, pode chegar até a 10 cm.

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As fibras musculares do diafragma são divididas em porção costal e porção
vertebral, as fibras posteriores, vertebrais, originam-se nas três primeiras vértebras
lombares e nos ligamentos arqueado medial e lateral. As fibras costais originam-se
anteriormente no processo xifóide do esterno e nas margens superiores das seis
últimas costelas.

B. Músculos Intercostais - localizam-se entre as costelas, o músculo


intercostal interno vai desde o esterno até o ângulo da costela e subdivide-se em
porção intercondral (paraesternal) e interóssea. O músculo intercostal externo vai
desde a articulação costovertebral até a origem da cartilagem costal. São inervados
pelos nervos intercostais que são derivados do 1o ao 12o segmento torácico.
Há muitas controvérsias sobre as ações da musculatura intercostal, na
respiração, mas basicamente o músculo intercostal externo e a porção intercondral
do intercostal interno são inspiratórios e a porção interóssea do intercostal interno é
expiratória.

C. Escalenos - os músculos escalenos se originam das cinco últimas


vértebras cervicais e inserem na borda superior da primeira costela, porção medial e
anterior. Quando se contraem elevam as costelas e o esterno, no movimento
denominado braço de bomba.
Os escalenos atuam para expandir a caixa torácica superior, e os
paraesternais agem no esterno e diafragma, atuando no tórax inferior e abdômen.

D. Músculos acessórios da inspiração - peitoral maior, peitoral menor,


trapézio, serrátil anterior e o esternocleidomastoídeo.

2) Músculos expiratórios
A. Músculos abdominais são compostos pelo reto abdominal, oblíquo
interno, oblíquo externo e transverso.
O reto abdominal origina-se na quinta, sexta e sétima cartilagens costais e
esterno e se insere no púbis.

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O oblíquo externo origina-se nas últimas costelas e insere-se na crista ilíaca,
tubérculo púbico e linha alba .
O oblíquo interno origina-se na parte lateral do ligamento inguinal e fáscia
tóracolombar e se insere no púbis, linha alba e cartilagem das três últimas costelas .
O transverso abdominal origina-se na face interna das seis últimas costelas, onde se
interdigitaliza com as fibras costais do diafragma, fáscia lombar, crista ilíaca e
ligamento inguinal, inserindo-se na aponeurose ventral.
As funções desses quatro músculos são:
• Quando se contraem, empurram a parede abdominal para dentro,
aumentando a pressão abdominal, o diafragma se desloca para cima, aumentando a
pressão pleural e a saída de ar, sendo importantes músculos para a tosse e
expiração forçada.
• Suas inserções no gradeado costal sugerem que ao contraírem
tracionam as costelas para baixo.

A função da musculatura abdominal é expiratória, porém apresentam papel


importante na ação do diafragma na inspiração.
Os abdominais facilitam a ação do diafragma, através da contração
abdominal persistente, que faz com que o diafragma se encontre mais alongado no
início da inspiração, além de manter fixadas as vísceras abdominais para que o
diafragma possa apoiar seu centro tendíneo nas vísceras e atuar na elevação das
costelas.

Fisiologia
Circulação Pulmonar
O sangue com pouco oxigênio entra nos pulmões pela artéria pulmonar,
que emerge do ventrículo direito, entra pelas artérias pulmonares principais nos
pulmões acompanhando os brônquios, e segue por vasos progressivamente
menores até atingir os capilares que banham os alvéolos, onde ocorre a difusão do
oxigênio e do dióxido de carbono. Dos capilares, o sangue retorna por vasos
progressivamente maiores, até atingir o átrio esquerdo pelas veias pulmonares.

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Respiração
A respiração eficaz exige trocas gasosas nos pulmões (respiração externa)
e nos tecidos (respiração interna).

Ventilação pulmonar
A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela
contração da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma
abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa torácica, com
conseqüente redução da pressão interna (em relação à externa), forçando o ar a
entrar nos pulmões.
A expiração, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se pelo
relaxamento da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O
diafragma eleva-se e as costelas abaixam o que diminui o volume da caixa
torácica, com conseqüente aumento da pressão interna, forçando o ar a sair dos
pulmões.

Fonte: http://www.afh.bio.br/resp/resp2.asp

Transporte de gases respiratórios


O transporte de gás oxigênio está a cargo da hemoglobina, proteína
presente nas hemácias. Cada molécula de hemoglobina combina-se com quatro
moléculas de gás oxigênio, formando a oxi-hemoglobina.

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Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio do ar difunde-se para os capilares
sangüíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina,
enquanto o gás carbônico (CO2) é liberado para o ar (processo chamado
hematose).

Fonte: http://www.afh.bio.br/resp/resp2.asp

Nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás oxigênio dissocia-se da


hemoglobina e difunde-se pelo líquido tissular, atingindo as células.
A maior parte do gás carbônico (cerca de 70%) liberado pelas células no
líquido tissular penetra nas hemácias e reage com a água, formando o ácido
carbônico, que logo se dissocia e dá origem a íons H+ e bicarbonato (HCO3-).
Difundindo-se para o plasma sangüíneo, onde ajudam a manter o grau de acidez
do sangue. Cerca de 23% do gás carbônico liberado pelos tecidos associam-se à
própria hemoglobina, formando a carboemoglobina. O restante dissolve-se no
plasma.

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Fonte: http://www.afh.bio.br/resp/resp2.asp

Controle da respiração
Em relativo repouso, a freqüência respiratória é da ordem de 10 a 15
movimentos por minuto.
A respiração é controlada automaticamente por um centro nervoso
localizado no bulbo. Desse centro partem os nervos responsáveis pela contração
dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Os sinais nervosos
são transmitidos desse centro através da coluna espinhal para os músculos da
respiração. O mais importante músculo da respiração, o diafragma, recebe os
sinais respiratórios através de um nervo especial, o nervo frênico, que deixa a
medula espinhal na metade superior do pescoço e dirige-se para baixo, através do
tórax até o diafragma. Os sinais para os músculos expiratórios, especialmente os
músculos abdominais, são transmitidos para a porção baixa da medula espinhal,
para os nervos espinhais que inervam os músculos. Impulsos iniciados pela
estimulação psíquica ou sensorial do córtex cerebral podem afetar a respiração.
Em condições normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5 segundos, um
impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma,
fazendo-nos inspirar. O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto a freqüência

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como a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui quimiorreceptores que
são bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade permite que os tecidos
recebam a quantidade de oxigênio que necessitam, além de remover
adequadamente o gás carbônico. Quando o sangue torna-se mais ácido devido ao
aumento do gás carbônico, o centro respiratório induz a aceleração dos
movimentos respiratórios. Dessa forma, tanto a freqüência quanto à amplitude da
respiração tornam-se aumentadas devido à excitação do CR.
Em situação contrária, com a depressão do CR, ocorre diminuição da
freqüência e amplitude respiratórias.
A respiração é ainda o principal mecanismo de controle do pH do sangue.

O aumento da concentração de CO2 desloca a reação para a direita,


enquanto sua redução desloca para a esquerda.
Dessa forma, o aumento da concentração de CO2 no sangue provoca
aumento de íons H+ e o plasma tende ao pH ácido. Se a concentração de CO2
diminui, o pH do plasma sangüíneo tende a se tornar mais básico (ou alcalino).
Se o pH está abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é excitado,
aumentando a freqüência e a amplitude dos movimentos respiratórios. O aumento
da ventilação pulmonar determina eliminação de maior quantidade de CO2, o que
eleva o pH do plasma ao seu valor normal.
Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), o centro
respiratório é deprimido, diminuindo a freqüência e a amplitude dos movimentos
respiratórios. Com a diminuição na ventilação pulmonar, há retenção de CO2 e
maior produção de íons H+, o que determina queda no pH plasmático até seus
valores normais.
A ansiedade e os estados ansiosos promovem liberação de adrenalina
que, freqüentemente levam também à hiperventilação, algumas vezes de tal
intensidade que o indivíduo torna seus líquidos orgânicos alcalóticos (básicos),
eliminando grande quantidade de dióxido de carbono, precipitando, assim,
contrações dos músculos de todo o corpo.

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Se a concentração de gás carbônico cair a valores muito baixos, outras
conseqüências extremamente danosas podem ocorrer como o desenvolvimento de
um quadro de alcalose que pode levar a uma irritabilidade do sistema nervoso,
resultando, algumas vezes, em tetania (contrações musculares involuntárias por
todo o corpo) ou mesmo convulsões epilépticas.
Existem algumas ocasiões em que à concentração de oxigênio nos
alvéolos cai a valores muito baixos. Isso ocorre especialmente quando se sobe a
lugares muito altos, onde a concentração de oxigênio na atmosfera é muito baixa
ou quando uma pessoa contrai pneumonia ou alguma outra doença que reduza o
oxigênio nos alvéolos. Sob tais condições, quimiorreceptores localizados nas
artérias carótida (do pescoço) e aorta são estimuladas e enviam sinais pelos
nervos vago e glossofaríngeo, estimulando os centros respiratórios no sentido de
aumentar a ventilação pulmonar.

A capacidade e os volumes respiratórios


O sistema respiratório humano comporta um volume total de
aproximadamente 5 litros de ar – a capacidade pulmonar total. Desse volume,
apenas meio litro é renovado em cada respiração tranqüila, de repouso. Esse
volume renovado é o volume corrente
Se no final de uma inspiração forçada, executar uma expiração forçada,
conseguirá retirar dos pulmões uma quantidade de aproximadamente 4 litros de ar,
o que corresponde à capacidade vital, e é dentro de seus limites que a respiração
pode acontecer.
Mesmo no final de uma expiração forçada, resta nas vias aéreas cerca de 1
litro de ar, o volume residual.

OBTENÇÃO DO HISTÓRICO DA SAÚDE


Queixa principal
Pergunte ao cliente sobre a queixa principal. Use perguntas como ”Quando
você notou pela primeira vez que não estava se sentindo bem?”, ou “O que ocorreu
que te trouxe aqui hoje?”. Como muitos distúrbios respiratórios são crônicos,

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compare o último episódio com o anterior e verifique que medidas de alivio foram
de ajuda ou inúteis.

Histórico atual
Solicite que o cliente descreva seus sintomas em ordem cronológica.
Concentre-se nos seguintes aspectos ou sintomas:
• Início: quando o sintoma ocorreu pela primeira vez? O início foi súbito
ou gradual?
• Incidência: com que freqüência ocorreu os sintomas? Por exemplo,
ele descreveria a dor como constante, intermitente, piorando de forma progressiva
ou aumentando e diminuindo?
• Duração: quanto tempo dura o sintoma? Use termos precisos para
descrever as respostas, como 30 minutos após as refeições, duas vezes por dia ou
durante 3 horas.
• Hábito: como o sintoma mudou com o tempo?
Em seguida, peça ao cliente para caracterizar os sintomas. Faça-o
descrever:
• Fatores agravantes: o que aumenta a intensidade dos sintomas? Por
exemplo, se ele tem dispnéia, pergunte por quantos quarteirões ele pode andar
antes de sentir falta de ar.
• Fatores que aliviam: o que melhora o sintoma? Verifique se ele tentou
remédios caseiros, como medicamentos de venda livre, terapias alternativas e
mudança de posição para dormir.
• Fatores associados: ocorrem outros sintomas concomitantes copm o
sintoma principal?
• Localização: onde ele percebe o sintoma? Ele pode apontá-lo? Ele se
irradia para outras áreas?
• Qualidade: ele pode descrever os sentimentos que acompanham os
sintomas? Ele sentiu algo semelhante antes? Peça para caracterizar o sintoma em
suas palavras.

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• Ambiente: onde ele estava quando o sintoma ocorreu? O que estava
fazendo?
Um cliente com um distúrbio respiratório pode queixar-se de falta de ar,
tosse, expectoração, sibilos e dor torácica.

Dispnéia
Significa dificuldade na respiração. Cansaço, falta de ar, fôlego curto,
sufocamento, aperto ou arrocho no peito são termos populares para expressar a
dispnéia. É definida como uma sensação de desconforto respiratório gerado por
diversos mecanismos: orgânicos, psicossociais e ambientais. É sintoma (subjetivo
= informado pelo paciente) e é sinal (objetivo = observado pelo enfermeiro e
médico).
Gera grande limitação na qualidade de vida de milhões de doentes e em
muitos casos é um sintoma debilitante e refratário, mesmo com tratamento clinico
máximo.
Os vários padrões de dispnéia resultam de uma combinação da freqüência
respiratória com o volume corrente da respiração. A dispnéia pode ter origem no
ambiente, aparelho respiratório, sistema nervoso e músculos, aparelho
cardiovascular, sangue e tecidos periféricos.
Você pode obter uma história de dispnéia usando diversas medidas. Peça
ao cliente para classificar seu nível de dispnéia em uma escala de 0-10, com 0
representando ausência de dispnéia, e 10 a pior que ele já teve. Um outro método
consiste em contar o número de palavras que o cliente emite entre as respirações.
Uma pessoa normal pode falar 10 a 12 palavras. Um cliente com dispnéia intensa
pode falar apenas uma ou duas palavras por respiração.
Para descobrir se a dispnéia tem origem em doença pulmonar, pergunte
ao cliente sobre o início e a intensidade:
• Um início súbito pode indicar um problema crônico, como
pneumotórax ou embolia pulmonar, ou pode resultar de ansiedade causada por
hiperventilação.

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• Um início gradual sugere um distúrbio lento e progressivo, como
enfisema, enquanto que crises agudas intermitentes podem indicar asma.

Ortopnéia
Ortopnéia é a dificuldade respiratória (dispnéia) que ocorre quando a
pessoa está deitada, fazendo com que a pessoa tenha que dormir elevada na cama
(usando vários travesseiros para dormir) ou sentada em uma cadeira. É por tradição
medida em travesseiros - o número (em geral 1 - 3) de travesseiros necessários para
apoiar o cliente e aliviar a dispnéia. A ortopnéia pode ser causada por:
• Hipertensão pulmonar
• Insuficiência cardíaca esquerda
• Obesidade
• Paralisia do diafragma
• Asma
• DPOC

Tosse
A tosse é uma contração espasmósdica, repentina e freqüentemente
repetitiva da cavidade torácica, resultando em uma violenta liberação de ar dos
pulmões, e geralmente acompanhada por um som característico.
A tosse é uma ação que o corpo toma para se livrar das substâncias
(poeiras, bactérias, vírus, fungos e outras substâncias danosas) que estão irritando
as passagens de ar na garganta, laringe, traquéia ou pulmões. Uma tosse
geralmente é iniciada para limpar uma formação de fleuma (muco) na traquéia; o ar
pode se mover nesta passagem a até 480 km/h (300 mph) durante a contração. A
tosse também pode ser desencadeada por uma porção de comida descendo pela
traquéia ao invés do esôfago, devido a uma falha da epiglote, embora isso possa
resultar, no entanto, em um engasgo. A tosse crônica (ou freqüente) geralmente
indica a presença de uma doença.

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Perguntas a serem feitas ao cliente com tosse: a tosse é produtiva? Se a
tosse é um problema crônico, ela se alterou de repente? Se mudou, como? O que
melhora a tosse? O que piora?
Se o cliente tem tosse, investigue suas características:
• Intensa, interrompendo as atividades diárias e provocando dor torácica
ou sofrimento respiratório agudo
• Seca, sugerindo um distúrbio cardíaco
• Entrecortada, sugerindo pneumonia
• Produtiva, sugerindo resfriado, pneumonia e bronquite
• Com grande quantidade de secreção mucosa, sugerindo
traqueobronquite ou asma aguda
• Produtiva crônica com secreção mucosa, sugerindo asma ou bronquite
crônica
• Escarro mudando de cor, de branco para amarelo ou verde, sugerindo
infecção bacteriana
• Ocorrendo no início da manhã, indicando inflamação crônica das vias
aéres respiratórias

Escarro
Quando um cliente produz escarro, peça a ele que avalie a quantidade
produzida em colheres de chá ou outra medida comum. Em geral, a que horas do
dia ele tosse? Qual a cor e a consistência do escarro? Se o escarro é um problema
crônico, alterou-se recentemente? Como foi a alteração? Ele tosse sangue? Se
afirmativo, quanto e com que freqüência?
Se o cliente tem hemoptises (tosse sangue, isso pode resultar de tosse
violenta ou de distúrbios graves, como pneumonia, câncer de pulmão, abcesso
pulmonar, tuberculose, embolia pulmonar, bronquiectasia e insuficiencia cardíaca
esquerda.

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Sibilos
Os sibilos são sons semelhantes a assovios produzidos durante a respiração
e que se devem à obstrução parcial das vias aéreas. Uma obstrução em qualquer
ponto das vias aéreas produz sibilos. Eles podem ser causados devido a um
estreitamento geral das vias respiratórias (como ocorre na asma ou na doença
pulmonar obstrutiva crônica), por um estreitamento localizado (como o produzido por
um tumor) ou por uma partícula estranha que se aloja nas vias aéreas.
A causa mais comum de sibilos recorrentes é a asma, embora muitos
indivíduos que nunca tiveram asma apresentem sibilos em algum momento da vida.
Geralmente, o médico detecta a presença de sibilos realizando a ausculta pulmonar
com o auxílio de um estetoscópio. Para mensurar a extensão do estreitamento das
vias aéreas e para avaliar os benefícios do tratamento, pode ser necessária a
realização de provas da função pulmonar.
Se o cliente tem sibilos, pergunte: quando ocorrem os sibilos? O que
provoca os sibilos? Os sibilos são audíveis para outras pessoas? O que faz os
sibilos pararem?

Dor torácica
A dor é definida como uma sensação desagradável produzida pela
estimulação de terminações nervosas especializadas em sua recepção.
Muitas vezes é de difícil caracterização. Representa uma experiência
individual e intransferível. Dor torácica quando o sintoma dor é referido no tórax. A
dor torácica pode apresentar grande número de causas. E pode também ser
simulada.
Se o cliente tem dor torácica, faça essas perguntas: onde se localiza a dor?
Como é a dor? Ela é aguda, penetrante, em queimação? Ela se move para outra
parte do corpo? Se positivo, que parte? Quanto dura? O que provoca? O que
alivia?
O cliente pode descrever diferentes tipos de dor torácica como:
• Dor subesternal, uma dor aguda e penetrante no meio do tórax,
indicando pneumotórax espontâneo.

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• Dor traqueal, uma sensação de queimação que aumenta com a
respiração profunda ou com a tosse, sugerindo toxicidade do oxigênio ou
aspiração.
• Dor pleural, associada ao infarto pulmonar, pneumotórax ou pleurisia,
uma dor penetrante, como uma facada que aumenta com a respiração profunda ou
com a tosse.

História pregressa
As informações obtidas da história patológica pregressa do cliente ajudam
na compreensão dos sintomas atuais. Permitem também identificar clientes sob risco
de desenvolverem dificuldades respiratórias.
Procure identificar problemas respiratórios anteriores, pergunte sobre
doenças da infância. Obtenha a história vacinal.
Em seguida, pergunte sobre problemas de que levaram a uma consulta
médica ou hospitalização no passado. Peça ao cliente para descrever o tratamento
que foi feito, e se foi útil.
Pergunte se ele fuma se afirmativo, quando começou e quantos cigarros por
dia.

História familiar
Pergunte se os parentes próximos tiveram câncer, anemia falciforme,
doença cardíaca ou uma doença crônica, como asma ou enfisema. Lembre-se de
que diabetes pode levar aos problemas cardíacos e respiratórios.

EXAME FÍSICO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO


Qualquer cliente pode desenvolver um distúrbio respiratório. Por meio de
uma avaliação sistemática, você é capaz de detectar alterações respiratórias sutis
ou óbvias. A profundidade de sua avaliação depende de diversos fatores, incluindo o
problema de saúde principal do cliente e seu risco de desenvolver complicações
respiratórias.

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Um exame físico do sistema respiratório segue quatro passos: inspeção,
palpação, percussão e ausculta. Antes de começar, verifique se o ambiente está
bem iluminado e aquecido.

Inspeção
A inspeção deve ser estática e dinâmica.

Inspeção estática
Na inspeção estática examina-se a forma do tórax e suas anomalias
congênitas ou adquiridas, localizadas ou difusas, simétricas ou não.
No exame do tegumento, do tecido celular subcutâneo, da musculatura, dos
ossos e das articulações, devem-se esquadrinhar os seguintes elementos:
• Pele e suas alterações;
• Presença de cicatrizes, especialmente de toracotomia,
drenagem torácica e mastectomia e suas descrições;
• Presença e localização de fístulas;
• Sistema venoso visível normalmente e circulação venosa
colateral;
• Presença de edema;
• Presença de atrofias musculares;
• Alterações ósseas e articulares

Formas do tórax:
• Tórax em barril ou globoso: caracteriza-se pelo aumento exagerado do
diâmetro ântero-posterior, maior horizontalização dos arcos costais e abaulamento
da coluna dorsal, o que torna o tórax mais curto. Resulta de DPOC, indicando que os
pulmões perderam sua elasticidade e que o diafragma foi achatado.
• Tórax infudibuliforme ou tórax em funil: caracteriza-se por uma
depressão na parte inferior do esterno e região epigástrica. Em geral essa
deformidade é de natureza congênita.

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• Tórax cariniforme ou em quilha: o esterno é proeminente e as costelas
horizontalizadas, resultando num tórax que se assemelha ao de aves (tórax do
pombo). Pode ser de origem congênita ou adquirida. Neste último caso, devido ao
raquitismo na infância.
• Tórax cônico ou em sino: é aquele que tem sua parte inferior
exageradamente alargada, lembrando um tronco de cone ou um sino. É encontrado
em hepatoesplenomegalias e ascites volumosas.
• Tórax cifótico: tem como característica principal a curvatura da coluna
dorsal, formando uma gibosidade. Pode ser de origem congênita ou resultar de
postura defeituosa. Também a tuberculose óssea, a osteomielite ou neoplasia
podem ser responsáveis por essa deformidade.
• Tórax cifoescoliótico: apresenta, além da cifose, um desvio da coluna
para o lado (escoliose).

Inspeção dinâmica
Na inspeção dinâmica observam-se os movimentos respiratórios, suas
características e alterações.

Tipo respiratório
Para o reconhecimento do tipo respiratório, observa-se atentamente a
movimentação do tórax e do abdome, com o objetivo de reconhecer em que regiões
os movimentos são mais amplos.
Em pessoas sadias, na posição de pé ou sentada, predomina a respiração
torácica ou costal, caracterizada pela movimentação, predominantemente da caixa
torácica. Na posição deitada, a respiração é predominantemente diafragmática,
prevalecendo à movimentação da metade inferior do tórax e do andar superior do
abdome.
A observação do tipo respiratório tem importância no diagnóstico da fadiga e
da paralisia diafragmática, condições em que a parede abdominal tende a se retrair
na inspiração, ao contrário do que ocorre na respiração diafragmática normal.

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Recomenda-se verificar a freqüência respiratória do paciente em repouso,
de preferência em decúbito dorsal, da forma mais discreta possível; o método usado
é contar os movimentos respiratórios enquanto se estima a contagem da freqüência
do pulso. A freqüência precisa ser contada durante pelo menos 30 segundos.

Freqüência respiratória:
• Freqüência normal: 16 a 20 incursões por minuto
• Bradipnéia: redução na freqüência respiratória, menos de 16 incursões
por minuto.
• Taquipnéia: aumento na freqüência respiratória, mais de 20 incursões
por minuto.
• Apnéia: parada da respiração.

Ritmo respiratório
Normalmente a inspiração dura quase o mesmo tempo da expiração,
sucedendo-se os dois movimentos com a mesma amplitude, intercalados por leves
pausas. Quando uma dessas características se modifica surgem os ritmos
respiratórios anormais:
• Respiração de Cheyne-Stokes: caracteriza-se por uma fase de apnéia
seguida de incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingir um máximo,
para depois vir decrescendo até nova pausa. As causas mais freqüentes desse tipo
de respiração são insuficiência cardíaca, a hipertensão intracraniana, os AVCs e os
traumatismos cranioencefálicos.
• Respiração de Biot: a respiração apresenta-se com duas fases. A
primeira a apnéia, seguida de movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos
quanto ao ritmo e amplitude. Quase sempre este tipo de respiração indica grave
comprometimento cerebral. As causas mais freqüentes deste ritmo são as mesmas
da respiração de Cheyne-Stokes.
• Respiração de Kussmaul: compõem-se de quatro fases: inspirações
ruidosas, apnéia em inspiração, expirações ruidosas e apnéia em expiração. A
acidose, principalmente a diabética é a sua principal causa.

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• Respiração suspirosa: O paciente executa uma série de movimentos
inspiratórios de amplitude crescente seguidos de expiração rápida e breve. Outras
vezes, os movimentos respiratórios normais são interrompidos por “suspiros”
isolados ou agrupados. Traduz tensão emocional e ansiedade.

Expansibilidade Torácica
Normalmente, a expansibilidade é simétrica e igual nos dois hemitórax.
Qualquer doença que afete a caixa torácica, sua musculatura, o diafragma, a pleura
ou o pulmão de um lado, pode ser precocemente percebido pela assimetria dos
movimentos ventilátorios, ao se compararem ambos os hemitórax. A assimetria é
mais facilmente reconhecida quando o paciente realiza inspiração profunda. Seja
qual for à estrutura doente, o hemitórax comprometido move-se menos.
• Uso da musculatura acessória da respiração, em condições associadas
com o aumento do trabalho respiratório, geralmente se observa o uso dos músculos
acessórios da respiração (esternocleidomastóideo, trapézio, peitorais e serratus).
• Respiração paradoxal – Normalmente, a expansão do gradeado costal,
por causa da ação dos músculos inspiratórios, ocorre concomitantemente com a
expansão do abdome, conseqüente à descida do diafragma. Os movimentos não
sincronizados do gradeado costal e do abdome são chamados de respiração
paradoxal e, freqüentemente, indicam fadiga dos músculos respiratórios, podendo
anunciar insuficiência respiratória iminente.

Podem-se, também, observar movimentos respiratórios paradoxais entre os


dois hemitórax, secundário a instabilidade da caixa torácica unilateralmente (fraturas
múltiplas de arcos costais)

Retratação Inspiratória
Tiragem
Tiragem é a depressão inspiratória dos espaços intercostais e das regiões
supra-esternal e supraclaviculares que ocorre durante toda a inspiração. A tiragem
indica a presença de dificuldade na expansão pulmonar. Em conseqüência dessa

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dificuldade, para a manutenção da ventilação alveolar é necessário que ocorra uma
queda maior da pressão intrapleural, o que explica a tiragem. A tiragem pode ocorrer
por obstrução brônquica regional, obstrução traqueal ou brônquica bilateral ou por
condições associadas com a redução da complacência pulmonar, como edema,
inflamação e fibrose pulmonar. Na obstrução brônquica regional, a tiragem é
unilateral, e nas outras condições mencionadas, bilateral. A tiragem deve ser
pesquisada em respiração espontânea e natural, e não se deve solicitar que o
paciente realize inspiração profunda.

Sinal de Hoover
Observa-se o sinal de Hoover em pacientes portadores de hiperinsuflação
pulmonar grave, cujo diafragma se mantém retificado e rebaixado. Durante a
inspiração, a contração de suas fibras promove, paradoxalmente, a diminuição do
diâmetro látero-lateral do tórax inferior. Dessa maneira, o que se observa, à
inspiração, é retração do terço inferior do tórax e não a expansão, como seria
esperado normalmente.

Cornagem
Cornagem é respiração ruidosa, audível a certa distância e produzida por
obstáculos às passagens do ar no nível das vias aéreas superiores, traquéia ou
laringe.

Palpação
A palpação, além de complementar a inspeção, avalia a mobilidade da caixa
torácica e permite que as lesões superficiais, sejam mais bem examinadas quanto à
sua forma, volume e consistência.
A sensibilidade superficial e profunda, a dor provocada e espontânea ou
qualquer outra manifestação dolorosa relatada pelo paciente devem ser avaliadas
pela palpação.
Processos inflamatórios pleuropulmonares determinam uma zona de maior
sensibilidade na parede torácica correspondente.

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Com o dorso das mãos, verifica-se a temperatura cutânea, comparando-a
com a do lado oposto. Uma diferença para mais pode denunciar comprometimento
pleuropulmonar subjacente. Sudorese torácica unilateral faz parte da síndrome de
Claude Bernarde-Horner. Edema e efisema subcutâneos são mais bem observados
nas fossas supraclavicas e espaços intercostais.
A expansibilidade dos ápices pulmonares pesquisa-se com ambas as mãos
espalmadas, de modo que as bordas internas toquem a base do pescoço, os
polegares apóiem-se na coluna vertebral e os demais dedos nas fossas
supraclaviculares.
A expansibilidade das bases pulmonares pesquisa-se apoiando os polegares
nas linhas paravertebrais, enquanto os outros dedos recobrem os últimos arcos
costais. Em ambas as manobras, o médico fica atrás do paciente em posição
sentada, e se deve respirar profunda e pausadamente. Esta técnica é muito útil na
identificação dos processos localizados nas bases e que reduzem a mobilidade da
região.
Frêmito toracovocal (FTV), corresponde às vibrações das cordas vocais
transmitidas à parede torácica. Estas vibrações são mais perceptíveis nos indivíduos
cuja voz é de tonalidade grave. Como isso, nem sempre ocorre deve-se fazer com
que o paciente pronuncie palavras ricas em consoantes, tendo se consagrado o
“trinta e três”.
Nos homens, em geral, e nos indivíduos com parede torácica delgada, o
FTV é sempre mais nítido. A maneira correta de pesquisá-lo é colocar a mão direita
espalmada sobre a superfície do tórax, comparando-se em regiões homólogas a
intensidade das vibrações. O FTV é mais acentuado na direita e nas bases.
A presença de obstrução nas vias aéreas pode gerar vibrações, quando da
passagem de ar, em cada movimento respiratório. Essas vibrações são percebidas,
à palpação da parede torácica, como o frêmito brônquico, podendo modificar-se com
a tosse.
No caso de processos inflamatórios pleurais, as vibrações produzidas,
durante os movimentos respiratórios, pelo atrito entre as pleuras parietal e visceral,

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são transmitidas à parede torácica. Essas vibrações são percebidas, à palpação,
como o frêmito pleural.
A palpação dos frêmitos brônquico e pleural é realizada durante movimentos
respiratórios mais profundos que o usual, seguindo-se a mesma técnica descrita
anteriormente para a pesquisa do frêmito toracovocal, em toda a superfície do tórax.
O frêmito pleural pode ser mais freqüentemente percebido nas porções
inferiores e laterais do tórax; a compressão da mão contra a parede torácica pode
facilitar a percepção desse frêmito.

Percussão
O terceiro componente do exame físico do tórax é a percussão, que consiste
em produzir vibrações na parede torácica que transmitem aos órgãos e tecidos
subjacentes.
O tórax é composto das seguintes estruturas: o arcabouço ósseo, as partes
moles (incluindo tecido pulmonar, musculatura, tecido subcutâneo e pele) e o ar
contido nos pulmões. À percussão do tórax, todas essas estruturas, em conjunto,
produzem um som, que é chamado de som claro pulmonar ou simplesmente um
som normal. Esse som altera-se de acordo com a relação entre a quantidade de ar e
de tecido. Assim, os sons produzidos podem variar de uma região para outra, no
mesmo indivíduo e entre pessoas diferentes, dependendo da espessura da pele, do
tecido subcutâneo, das mamas e dos músculos. Quando existe desequilíbrio na
relação normal ar: tecidos, a percussão resulta em sons diferentes.
Existindo excesso da quantidade de ar em relação à quantidade de tecido, a
percussão produz som mais ressonante e com duração maior do que o normal. Isso
pode ocorrer, por exemplo, bilateralmente, quando há hiperinsuflação pulmonar
(p.ex., enfisema), e unilateralmente, quando há pneumotórax, isto é, presença de ar
entre as pleuras. O som produzido nessas condições é chamado de hipersonoro;
quando o som é exageradamente ressonante, é chamado de timpânico, semelhante
ao som que é produzido ao se percutir uma víscera oca.

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Se a relação ar - tecidos está reduzida, o som produzido à percussão do
tórax é curto e seco, como se a percussão estivesse sendo realizada sobre um
órgão sólido, como fígado. Isso ocorre nas seguintes situações:
• Quando o ar dos pulmões é substituído por líquido e/ou células, como
acontece na consolidação (p.ex., pneumonia);
• Quando o ar é reabsorvido dos espaços aéreos situados distalmente
em relação à obstrução completa de uma via aérea; nessa situação, ocorre
colabamento da respectiva região pulmonar, o que constitui a atelectasia;
• Quando há acúmulo de líquido entre as pleuras parietal e visceral
(derrame pleural) ou espessamento das pleuras.

Sons a percussão
Este quadro descreve os sons da percussão e seu significado clínico
Som Descrição Significado clínico
Maciço Curto, agudo, muito surdo. Condensação, como na
atelectasia e no derrame pleural
extenso.
Submaciço Intensidade e altura médias, Área sólida, como em derrame
duração moderada. pleural, massa ou pneumonia
lombar.
Ressonante Longo, alto, grave, oco. Tecido pulmonar normal,
bronquite.
Hiper- Muito alto ou grave. Pulmão hiperinflado, como em
ressonância enfisema ou pneumotórax.
Timpânico Alto, agudo, de duração Coleção de ar, como grande
moderada, como um pneumotórax.
tambor.

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Técnica:
Ao proceder-se à percussão do tórax, apóia-se o segundo ou terceiro dedo
da mão esquerda na parede torácica, preferencialmente sobre os espaços
intercostais, mantendo-se o dedo na posição horizontal. A percussão é realizada
com o terceiro dedo da mão direita, que golpeia a falange distal do dedo esquerdo,
apoiado na parede. Aplicam-se dois golpes seguidos, rápidos e firmes, retirando-se
instantaneamente o dedo, para não abafar o som. A percussão não pode ser muito
forte nem muito fraca, e o movimento da mão direita deve ocorrer no nível do punho,
mantendo-se o braço e o antebraço imóveis e o cotovelo semifletido.
A percussão também é um procedimento comparativo: examinem-se os dois
hemitórax do ápice para a base, nas faces posterior, lateral anterior.
Durante essa técnica, avaliam-se também os limites inferiores dos pulmões
e a movimentação máxima desses limites. Para isso, deve-se percutir a face
posterior dos hemitórax, do ápice para a base até encontrar o limite pulmonar,
estando o indivíduo em exposição forçada. Em seguida, solicita-se ao indivíduo que
realize inspiração profunda e verifica-se mudança do limite pulmonar. A variação
mínima é geralmente, de 3-5cm.
Nas regiões anteriores do tórax, os níveis superiores da macicez cardíaca e
hepática devem ser pesquisados. A macicez cardíaca encontra-se em geral no nível
do terceiro espaço intercostal esquerdo; a hepática, no nível do quinto espaço
intercostal direito.
Convém ressaltar que a percussão permite detectar somente alterações que
ocorrem na parede torácica, no espaço pleural e na periferia do pulmão: nenhuma
alteração é notada se a anormalidade estiver situada além de 5 cm de profundidade
a partir da parede torácica.

Ausculta
A ausculta é o método semiológico básico no exame físico dos pulmões, ela
permite a obtenção rápida e pouco dispendiosa de numerosas informações sobre
diferentes patologias broncopulmonares. É a fase do exame do tórax que fornece
mais informações.

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Nas últimas décadas, a ausculta do tórax perdeu prestígio por causa do
desenvolvimento de exames complementares, como radiografia, ultra-som, e
tomografia computadorizada, e da confusão terminológica relacionada às alterações
encontradas durante o exame físico. Entretanto, os exames complementares mais
simples não detectam todas as doenças pulmonares: sibilos, por exemplo, podem
ser ouvidos em asmáticos e crepitações, em pacientes com doenças intersticial,
casos em que radiografias de tórax podem ser completamente normais.
Existe, atualmente, grande esforço visando à padronização da terminologia
dos sons pulmonares. Além disso, os recentes processos tecnológicos permitam
analisar melhor a origem dos sons e, então, formular hipóteses mais compatíveis,
relacionando sinais como a fisiologia e a fisiopatologia pulmonar.

Técnica:
No ato da ausculta do tórax, o paciente deve permanecer na mesma posição
das etapas anteriores, e deve ser instruído a respirar pela boca mais profundamente
que o normal, enquanto a pessoa examinada muda o estetoscópio de lugar,
percorrendo o tórax de cima para baixo, nas faces posteriores, anterior e lateral.
Há variações consideráveis dos sons normais na mesma pessoa e entre
pessoas diferentes; por essa razão, quando se examina o tórax, é aconselhável
comparar os sons de um lado com aqueles ouvidos na mesma região, do lado
oposto.

Os sons da respiração
Som Bronquial
O som bronquial é normalmente audível sobre a área de projeção da
traquéia, colocando-se o estetoscópio sobre a região supra-esternal. Ausculta-se a
inspiração intensa, bem audível, rude; a seguir, uma pausa, e depois, a expiração,
também bastante audível e rude, de duração igual ou pouco maior do que a
inspiração.

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Som Broncovesicular

Normalmente, o som broncovesicular pode ser ouvido nas regiões infra - e


supraclaviculares e nas regiões supra-escapulares. A expiração tem duração e
intensidade iguais, não havendo pausa entre elas. O som broncovesicular não é tão
rude quanto o som bronquial. O encontro de murmúrio vesicular nas regiões citadas
acima não constitui anormalidade.

Murmúrio vesicular
O murmúrio vesicular é audível, normalmente, no restante do tórax. A
inspiração tem intensidade e duração maiores que as da expiração; ausculta-se toda
a inspiração e somente o terço inicial da expiração; o som é suave, não havendo
pausa entre inspiração e expiração.
A presença e a distribuição normal dos sons da respiração devem ser
descritas, assim como a presença de anormalidade na localização desses sons.

Origem dos sons da respiração


O local exato da origem dos sons ainda é incerto. Parece não haver dúvida
de que os componentes da boca e da laringe não participam da formação desses
sons. O consenso atual é que o murmúrio vesicular parece ter origem periférica,
embora à contribuição de uma fonte central não possa ser excluída. Acredita-se que
o murmúrio é gerado, provavelmente, em vias aéreas mais periféricas que os
brônquios fonte e mais centrais que os brônquíolos respiratórios ou alvéolos. Nos
bronquíolos respiratórios ou alvéolos, a distribuição do ar ocorre por difusão e,
portanto, não gera som. A inspiração tem origem mais periférica, e a expiração, pelo
menos em parte tem origem mais central. O murmúrio vesicular depende da
ventilação pulmonar regional.
A alteração mais freqüente do murmúrio vesicular é a diminuição da
intensidade, que pode ocorrer em presença da ventilação pulmonar diminuída e de
barreiras à transmissão do som (derrame pleural). Quando essas alterações são

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muito intensas, o murmúrio vesicular encontra-se abolido. Não existe aumento
patológico do murmúrio vesicular.
Acredita-se que o som bronquial seja proveniente de vias aéreas mais
centrais que aquelas que dão origem ao murmúrio vesicular. O nível das vias aéreas
envolvidas na gênese de cada um dos sons mencionados não está ainda
estabelecido, e é possível que vias aéreas da mesma geração participem da
formação dos dois sons.
Como foi mencionado anteriormente, nos indivíduos normais o som
bronquial somente é audível sobre a área de projeção da traquéia. Quando
auscultado em outros locais, representa, provavelmente, a transmissão melhorada,
até a periferia, de sons originados em vias aéreas centrais. Isso ocorre, por exemplo,
em regiões de consolidação pulmonar cuja via aérea está permeável. Nessa
condição, a transmissão à periferia dos sons que dão origem ao som bronquial está
melhorada; por outro lado, os sons de origem periférica, que constituem o murmúrio
vesicular, deixam de ter importância, porque há pouca ou nenhuma ventilação no
pulmão consolidado. Convém ressaltar que, para detectar alterações à ausculta, é
preciso que a consolidação pulmonar, se houver, seja homogênea e não muito
profunda em relação à parede torácica.
O som broncovesicular provavelmente corresponde à combinação dos
mecanismos de origem dos sons bronquial e vesicular. Em indivíduos sadios,
representa a combinação de sons transmitidos até o local de ausculta com origem
em diferentes fontes. Na doença, o som broncovesicular é decorrente de alteração
parcial da filtração do som; pode resultar de consolidação não homogênea, que
produz sons com características intermediárias entre o bronquial e o vesicular.
A intensidade e a qualidade do som são afetadas pela espessura da parede
torácica e pela freqüência e profundidade da respiração, que contribuem para sua
grande variação individual.

Ruídos respiratórios anormais


O fluxo de ar pelo trato respiratório pode produzir, em algumas situações,
sons anormais, também chamados ruídos ou sons adventícios. Embora os ruídos

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adventícios possam ser produzidos transitoriamente em pulmões de indivíduos
normais, eles revelam uma anormalidade de base quando estão presentes em
respirações sucessivas. Os ruídos adventícios podem ser caracterizados como sons
contínuos e sons descontínuos.

Sons Contínuos
O termo contínuo não significa que o som seja contínuo durante todo o ciclo
respiratório, mas que o som dura 950 milisegundos ou mais dentro do ciclo. Essa
distinção é realizada somente pela análise do registro da onda sonora em relação ao
tempo. Esses sons apresentam caráter musical.
Os sons adventícios contínuos são os roncos e os sibilos. Os roncos são
sons mais graves, semelhantes ao roncar ou ressonar das pessoas. Os sibilos são
sons mais agudos, semelhantes a um assobio ou chiado.
Esses sons podem ser intensos e obscurecer os sons normais da
respiração. Podem ocorrer na inspiração e/ou na expiração, ser localizados ou
difusos e ser encontrados em pequena ou grande quantidade; todas essas
características devem ser registradas.
Os roncos e os sibilos têm o mesmo mecanismo fisiopatológico; são
produzidos quando as vias aéreas estão estreitadas quase ao ponto de fechar-se, e
suas paredes vibram com a passagem do ar. O aparecimento dos sons contínuos,
como roncos ou sibilos, depende da velocidade do ar. Quanto maior a velocidade
aérea, maior será o número de vibrações produzidas. E, mais agudos serão os sons,
as características sonoras desses ruídos adventícios não dependem do
comprimento e do calibre original da via aérea, nem do mecanismo básico pelo qual
ele foi estreitado. Em conseqüência, não deve ser feita associação entre a presença
de ronco ou sibilo e o tamanho da via aérea comprometida.
Os sons adventícios contínuos são mais facilmente transmitidos pelas vias
aéreas do que através do pulmão e da caixa torácica, sobretudo os sons mais
agudos – sibilos -, e, portanto são mais audíveis no nível da boca do que sobre o
gradeado costal.

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Roncos e sibilos generalizados geralmente ocorrem quando há
estreitamento das vias aéreas por broncoespasmo, edema de mucosa, grande
quantidade de secreção ou compressão dinâmica das vias aéreas, observada
durante a manobra de expiração forçada. Quando localizados, freqüentemente
resultam de tumor endobrônquico, corpo estranho ou compressão extrínseca das
vias aéreas. Se os roncos e sibilos são ocasionados somente por secreção nas vias
aéreas, geralmente ocorre alteração de sua intensidade após tosse e expectoração.
Independentemente do mecanismo de origem, roncos e sibilos tendem a ser
mais intensos durante a expiração; de fato, quando o estreitamento das vias aéreas
não é muito importante, eles estão presentes somente na expiração. Isso ocorre
porque, durante a inspiração, a pressão pleural torna-se mais negativa, resultando
em maior calibre das vias aéreas do que durante a expiração.

Sons descontínuos
Os sons ou ruídos respiratórios descontínuos são explosivos, de curta
duração, inferiores a 20 milisegundos e, portanto, não têm qualidade musical.
São conhecidos como crepitações, que podem ser grossas ou finas. As
crepitações finas têm menor duração e são agudas e pouco intensas; as crepitações
grossas têm maior duração e são graves e mais intensas.
Os sons descontínuos são produzidos, provavelmente por vários
mecanismos. O mecanismo mais aceito é a reabertura súbita e sucessiva das
pequenas vias aéreas, durante a inspiração, com rápida equalização de pressão,
causando uma série de ondas sonoras explosivas. São consideradas pequenas vias
aéreas aquelas com diâmetro menor que 2 mm. A ruptura de bolhas ou de filmes
líquidos decorrente do aumento de secreção nas vias aéreas é mecanismo menos
aceito para a gênese desses sons, que são mais audíveis nas bases pulmonares,
onde a pressão pleural, no indivíduo em posição ortostática, é menos negativa,
devido, em parte, ao peso do pulmão. Essa situação facilita o fechamento das vias
aéreas nessas regiões durante a expiração.
Quanto mais proximal for à pequena via aérea colapsada, mais
precocemente ocorrerá a sua reabertura e o ruído correspondente. As crepitações

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grossas decorrem da reabertura de vias aéreas menos distais do que as que dão
origem às crepitações finais. Ocasionalmente, crepitações grossas podem ser
auscultadas durante a expiração, e sua gênese não está bem definida. Quanto maior
for o número de pequenas vias aéreas colapsadas durante a expiração, maior será o
número de crepitações produzidas durante a inspiração.
Em indivíduos normais, a expiração forçada, até o volume residual, torna a
pressão pleural positiva, podendo ocasionar o fechamento de pequenas vias aéreas.
A abertura dessas vias aéreas, na inspiração seguinte, pode dar origem a
crepitações finas. A inspiração, a partir da capacidade residual funcional, não dá
origem a crepitações finas, porque a possibilidade de fechamento das vias aéreas,
nesse volume pulmonar, em indivíduos normais, é muito pequena.
As condições patológicas mais freqüentemente associadas com a presença
de crepitações finas são aquelas em que a complacência pulmonar está diminuída, o
que facilita o fechamento das pequenas vias aéreas na expiração (p.ex., fibrose
intersticial, edema e consolidação pulmonar). Em casos de fibrose intersticial
pulmonar em fase avançada, as crepitações finas podem ser audíveis durante toda a
fase inspiratória, sendo mais acentuada no fim da inspiração; nesse caso, são
denominadas crepitações em velcro. Nessa condição, após as crepitações, pode-se
auscultar sibilo inspiratório curto, presumivelmente causado pela passagem do ar
por uma via aérea recentemente aberta, porém ainda estreitada. Quando a via aérea
se abre abruptamente, ocorre a crepitação fina; como ela ainda está estreitada,
ocorre o sibilo. O fechamento de pequenas vias aéreas menos distais (que
produzem crepitações grossas) ocorre principalmente em patologias com lesão
estrutural da via aérea, como bronquiectasias e bronquite crônica.
As crepitações auscultadas devem ser registradas, anotando-se o tipo, a
localização e a quantidade. Ruídos respiratórios associados exclusivamente à
secreção nas vias aéreas não são bem classificados; podem ser descritos como
crepitações grossas ou como roncos. São variáveis, modificando-se ou
desaparecendo com a tosse.

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Ausculta da voz

Esse procedimento consiste em auscultar o tórax do paciente enquanto ele


repete as palavras “trinta e três” em voz alta. Como já ressaltado para as outras
técnicas, trata-se de um exercício comparativo.
Os sons de origem central, como a voz, são atenuados quando são
transmitidos perifericamente, através do pulmão normal, o que leva à ausculta de
sons abafados e palavras indistintas. Nessa situação, diz-se que a ausculta da voz é
normal. A intensidade do som transmitido à parede torácica tem a mesma
distribuição que descrita para o frêmito toracovocal.
Quando ocorre consolidação pulmonar, com via aérea pérvia, há melhor
transmissão do som pelo parênquima consolidado. Isso pode dar origem a som em
que cada sílaba é distinta e facilmente reconhecida e/ou a som anasalado. Este
último pode ocorrer, também, nos níveis superiores dos derrames pleurais. Ao
contrário, quando há, por exemplo, derrame pleural ou pneumotórax, que funcionam
como barreira à transmissão do som, a voz auscultada perde intensidade. Para
descrever essas alterações da ausculta da voz, deve-se relatar simplesmente
ausculta da voz aumentada, diminuída, distinta ou anasalada.

Atrito pleural
A fricção entre os dois folhetos pleurais, durante o movimento respiratório,
pode causar ruído adventício, quando os folhetos se tornam inflamados. Esse som é
audível durante a inspiração e/ou expiração e pode intensificar-se com o aumento da
pressão do estetoscópio sobre a parede torácica. Sua gênese sonora não é bem
determinada.

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AVALIAÇÃO DO SISTEMA DIGESTÓRIO

SISTEMA DIGESTÓRIO
O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao
qual estão associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta
as seguintes regiões; boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino
grosso e ânus.

Anatomia
O trato digestório é um tubo oco que começa na boca e termina no anus.
Com cerca de 7,5 m de comprimento, consiste em musculatura lisa, vasos
sanguineos e tecido nervoso. Fibras musculares especializadas circulares e
longitudinais se contraem, provocando o peristaltismo, que impele os alimentos ao
longo do trato digestório.

Fonte: www.afh.bio.br/digest/digest1.asp

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Boca
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí se
encontram os dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão, por
meio da mastigação. Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços,
misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas.
A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para
que seja engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas,
cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo, azedo ou
ácido, salgado e doce. De sua combinação resultam centenas de sabores distintos.
A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua,
não é homogênea.

Fonte: www.academiadovinho.com.br

A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimula


as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou
ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e
outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose
(dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na
cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual:

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• Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das
três; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha.
• Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho
de uma noz.
• Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do
assoalho da boca.

Fonte: www.afh.bio.br/digest/digest1.asp

Os sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um


pH neutro (7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento,
que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da
faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas
peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10
segundos para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismos, você pode ficar de
cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em
ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas
vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem
do alimento para o interior do estômago.

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Faringe e esôfago
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos
sistemas digestório e respiratório: por ela passam o alimento, que se dirige ao
esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os
pulmões, atrás do coração, e atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax
do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorrê-lo.

Estômago
O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado
esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um órgão
muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função principal é a digestão
de alimentos protéicos. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite
ao estômago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se
tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a
forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos.
Segmento superior: é o mais volumoso, chamado "porção vertical". Este
compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no
alto, e o corpo do estômago, abaixo, que termina pela pequena tuberosidade.
Segmento inferior: é denominado "porção horizontal", está separado do
duodeno pelo piloro, que é um esfíncter. A borda direita, côncava, é chamada
pequena curvatura; a borda esquerda, convexa, é dita grande curvatura. O orifício
esofagiano do estômago é a cárdia.
As túnicas do estômago: o estômago compõe-se de quatro túnicas; serosa
(o peritônio), muscular (muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e
mucosa (que secreta o suco gástrico). Quando está cheio de alimento, o estômago
torna-se ovóide ou arredondado. O estômago tem movimentos peristálticos que
asseguram sua homogeneização.
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente,
altamente ácido, que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido
clorídrico mantém o pH do interior do estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o

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cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação
mecânica iniciada pela mastigação.

Intestino delgado
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por
4 cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm),
jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm).
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o
piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu
conteúdo no intestino.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas
primeiras porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático,
produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção
que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar.
O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente,
emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em
milhares de microgotículas).

Intestino grosso
É o local de absorção de água, tanto ingerida quanto a das secreções
digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8
ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso
secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo
ânus.
Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon
ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída
do reto chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu
trabalho consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o
movimento intestinal e proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras
de enfermidades.

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As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem
absorvidas, contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como
retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas.
O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta os sucos digestivos,
normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o
intestino grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar
detritos inúteis, que são evacuados.

Fisiologia
Órgãos acessórios
Os órgãos acessórios incluem fígado, vesícula biliar e pâncreas. A aorta
abdominal e as veias gástricas e esplênicas também participam das funções do
aparelho digestório.

Fígado
É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais
volumosa de todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na
mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por
uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior direito da cavidade
abdominal.
O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o
nome de lobos, compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos,
rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos quais passa a bile, secretada
pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático que, junto
com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que
descarrega seu conteúdo no duodeno.
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas
e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos
e outros hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio,
ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e
lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e

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purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias. O termo hepatite é usado
para definir qualquer inflamação no fígado, como a cirrose.

Funções do fígado:
• Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras
ingeridas, facilitando, assim, a ação da lipase;
• Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente
para formar glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o
glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na
circulação;
• Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
• Metabolizar lipídios;
• Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores
imunológicos, de coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e
gorduras;
• Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na
desintoxicação do organismo;
• Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais,
transformando sua hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado
presente na bile.

Função da bile
A bílis, ou bile, é um fluido produzido pelo fígado que se armazena na
vesícula biliar. Ela atua na digestão de gorduras e na absorção de substâncias
nutritivas da dieta ao passarem pelo intestino. A bile é excretada pelo fígado, segue
pelos ductos biliares, passa à vesícula, indo ao intestino, onde emulsiona as
gorduras; sua coloração geralmente é amarela, apresentando uma tonalidade
esverdeada.
Quando ingerimos alimentos gordurosos, a vesícula se contrai para expelir
seu conteúdo, se ocorrer alguma obstrução no ducto (tumor, cisto, ou cálculo biliar),
a bílis fica represada no fígado.

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Na continuidade desta condição, ocorre extravasamento retroativo, que
deixará a tonalidade da pele amarelada, e alterará também a coloração normal das
fezes, que ficarão mais claras. A estes efeitos ou sintomas, se dá o nome de icterícia
obstrutiva.
Icterícia é a deposição de bilirrubina (principal produto do metabolismo da
heme da hemoglobina) na pele e escleróticas, devido ao aumento de produção de
bilirrubinas (como nas hemólises), falha de metabolização (doenças próprias do
parênquima hepático) ou falha de excreção (obstrução mecânica das vias biliares).
A produção excessiva de bílis está relacionada com a destruição de glóbulos
vermelhos do sangue que são usados pelo fígado para este fim.

Vesícula biliar
A vesícula biliar é um saco membranoso, em forma de pêra, e é um
reservatório alongado, situado na face inferior do fígado (lado direito). É um órgão
muscular em que se acumula a bile no intervalo das digestões (até 50 cm3), a bile é
produzida pelo fígado, passa pela vesícula biliar através de um pequeno tubo
chamado ducto cístico. Os tecidos que constituem as paredes musculares da
vesícula biliar concentram a bile, absorvendo grande parte da sua água e mantêm
na recolhida até o início do processo de digestão.
Quando estimulada, a vesícula biliar contrai-se e manda a bílis concentrada
através do ducto biliar até o intestino delgado, auxiliando a digestão.
A afecção mais freqüente da vesícula biliar é a presença de cálculos que
ocorrem devido à existência de quantidades excessivas de cálcio e colesterol na
bílis.

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de


comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede
posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. O pâncreas
é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de
uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais

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de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal
colédoco na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente
imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino.
O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas
denominadas ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos
condutos, aonde sua secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no
duodeno, durante a digestão.
O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon, já
trabalhados no sistema endócrino.

Estruturas vasculares
A aorta abdominal fornece sangue para o aparelho digestivo. Entra no
abdome e emite diversos ramos que nutrem todo o aparelho digestivo abdominal,
antes de se dividir em duas artérias ilíacas.
Os nutrientes absorvidos são recolhidos pelas veias gastroesplenicas e
mesentéricas, que desembocam na veia porta, e esta no fígado. O sangue venoso
circula no fígado, sendo recolhido pela veia hepática, que desemboca na veia cava
inferior.

OBTENÇÃO DO HISTÓRICO DE SAÚDE

Os sinais e sintomas do aparelho digestório podem ter muitas causas


desnorteantes. Por exemplo, se um cliente está vomitando, o que significa esse
sintoma? Ela pode estar grávida, pode ter uma infecção viral ou talvez um distúrbio
metabólico grave, como hipercalemia. Talvez tenha apenas uma indigestão - ou
uma cardiopatia em desenvolvimento.
Para pesquisar o desenvolvimento de sinais e sintomas relevantes, é
preciso um histórico detalhado do cliente. O histórico inclui a queixa principal do
cliente, a história da doença atual e de doenças anteriores.

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Queixa principal

Se o cliente tem problemas gastrintestinais, ele em geral se queixa de dor,


azia, náuseas, vômitos ou hábitos intestinais alterados. Para investigar esses ou
outros sinais e sintomas, pergunte sobre o início, duração, localização, qualidade,
freqüência e intensidade de cada um.
A dor abdominal surge nas vísceras abdominais e pélvicas, no peritônio
parietal e nas cápsulas do fígado, dos rins e do baço, e pode ser aguda ou crônica,
difusa ou localizada.

HISTÓRICO DA DOR ABDOMINAL


Se o cliente se queixa de dor abdominal, peça para descrever o
tipo de dor que está sentindo e como e quando começou? Este quadro
ajuda a avaliar a dor e determinar a possível causa.
Tipo de dor Causa provável
Queimação Úlcera péptica, refluxo gastresofágico.
Cólica Cólica biliar, síndrome do cólon irritável,
diarréia, constipação intestinal, flatulência.
Cólica Apendicite, doença de Crohn, diverticulite.
Intensa
Penetrante Pancreatite, colecistite

Tipos de dor abdominal


Existem diversos tipos de dor abdominal, incluindo:
• Visceral – dor de desenvolvimento lento, profunda, contínua, mal
localizada na região epigástrica, periumbilical ou hipogástrica.
• Somática (parietal ou peritonial) – dor de instalação rápida, que
produz um desconforto agudo, mais intenso e bem localizado. Piora com
movimentos ou tosse.

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• Referida ou reflexa – dor que ocorre em local diferente da origem,
com suprimento nervoso idêntico ou relacionado. Aguda, bem localizada, é sentida
na pele ou em tecidos mais profundos, e pode ser acompanhada de hiperestesia
cutânea ou hiperalgesia muscular.
• Inflamatória – dor associada com distúrbios como úlceras, obstrução
intestinal, apendicite, colecistite ou peritonite.
• Outras – provocadas por distensão da parede abdominal, tração do
peritônio ou do mesentério, contração intestinal intensa, isquemia e irritação de
nervos sensitivos.

História atual
A história da doença atual descreve informações relevantes para a queixa
principal. Para estabelecer uma base para comparação, pergunte ao cliente sobre
o estado de saúde atual. Concentre-se em perguntes que revelem o início,
duração, qualidade, intensidade e localização da dor.
Em seguida peça para o cliente caracterizar os sintomas, descrever fatores
que provocam o problema, o que faz piorar, o que faz melhorar.

História pregressa
Pergunte ao cliente se ele já teve esses sintomas antes. Se afirmativo, se
procurou o médico, se foi diagnosticado o problema e feito tratamento. Se já teve
alguma doença crônica. Pergunte também, sobre alergias, distúrbios
gastrintestinais, estilo de vida e uso de medicamentos.

História familiar
Questões sobre a família do cliente podem revelar doenças ambientais,
hereditárias ou familiares que podem influenciar os problemas e necessidades
atuais de saúde do cliente. Pergunte sobre a saúde geral dos parentes, se a
doença diagnosticada ou suspeita do cliente tem possível tendência hereditária,
descubra se os membros da família apresentam problemas semelhantes.
Distúrbios com ligação familiar incluem:

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• Colite ulcerativa
• Câncer colorretal
• Úlcera péptica
• Câncer gástrico
• Alcoolismo
• Doença de Crohn

EXAME FÍSICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO


A avaliação do aparelho digestório deve incluir um exame completo da boca,
abdome e reto. Para avaliar o abdome, use a seqüência: inspeção, ausculta,
percussão, palpação. Palpar ou percutir o abdome antes da ausculta pode alterar o
caráter dos sons intestinais do cliente e tornar a avaliação imprecisa.

Histórico da cavidade oral


Para examinar o aparelho digestivo do cliente, comece avaliando a boca.
Problemas ou distúrbios estruturais podem afetar as funções digestivas. Use essas
normas para inspecionar e palpar as estruturas da boca.
Em primeiro lugar, inspecione a boca e a mandíbula, procurando assimetrias
e edemas. Verifique a mordida, notando problemas de oclusão. Usando uma
lanterna, procure ulcerações e sangramento na mucosa oral.
Observe os lábios, procurando anormalidades. Note o hálito incomum. E
com abaixador de língua observe desvio de úvula, anormalidades das amídalas,
lesões, placas e exsudatos.

Histórico do abdome
Faça a inspeção, ausculta, percussão e palpação para examinar o abdome.

Inspeção
Comece dividindo mentalmente o abdome em áreas, imaginando órgãos em
cada área.

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A divisão topográfica do abdome é necessária fazer referência acerca da
localização e irradiação de dores ou de outros sintomas abdominais na descrição da
anamnese, bem como para indicar o local dos achados do exame físico do abdome.
Há duas formas clássicas de divisão do abdômen; uma que o divide em
nove áreas e outra que o divide em quatro áreas. Para a delimitação das nove áreas
tradicionais (epigástrio, mesogástrio ou região umbilical, hipogástrio ou região
suprapúbica, hipocôndrios, flancos ou região lombar, fossas ilíacas), como pode ser
observado na figura:

Fonte: http://br.geocities.com/enfermagemweb/aparelho_digestorio.htm

A segunda maneira de dividir topograficamente o abdome, que pode facilitar


a referência a dados da anamnese ou do exame físico, é a divisão em quadrantes,
tomando-se, como referência, uma linha horizontal e outra vertical, que se cruzam

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exatamente na cicatriz umbilical. Dessa forma, o abdômen é dividido em quadrantes
superiores, direito e esquerdo, e quadrantes inferiores, direito e esquerdo.
O abdome pode apresentar variações de forma, segundo idade, sexo e
estado de nutrição, do estado dos músculos da parede abdominal, além da condição
fisiológica da gravidez. As alterações da forma do abdome podem, entretanto,
adquirir significado diagnóstico. Dependem de alterações que ocorrem tanto no
conteúdo da cavidade abdominal, como de alterações da parede abdominal,
particularmente na musculatura e no subcutâneo. Podem ser de dois tipos:
simétricas e assimétricas. O abdome plano pode ser considerado como uma forma
normal, muito embora o termo plano não seja apropriado para uma conformação
curvilínea. O termo é relativo ao perfil do abdome ao longo da linha mediana.
Freqüentemente, o abdome tem o perfil em forma de S deitado e aberto, com a parte
mais bojuda localizada na região epigástrica. A forma pode ser considerada plana e
não tem significado clínico.
Escavado, também chamado de retraído, é o abdome que se caracteriza por
encurtamento no sentido ântero-posterior, assumindo um aspecto côncavo, com os
rebordos costais, as espinhas ilíacas e a sínfise púbica bem visível. É observado em
pacientes muito emagrecidos, caquéticos e desidratados.
Globoso é o abdome global e uniformemente crescido, com aumento
predominante do diâmetro ântero-posterior. O abdômen de obesos, de pacientes
com grandes ascites, com grande distensão gasosa das alças intestinais, com
grandes crescimentos do fígado e do baço ou com cistos gigantes de ovário é do
tipo globoso. Uma variante do globoso é o piriforme, caracterizado pelo aumento de
volume, mas, o bom tônus da musculatura da parede deixa o abdômen armado,
praticamente sem aumento do diâmetro transversal. É observado nas grávidas.
Abdome de batráquio é aquele cuja forma se caracteriza, estando o paciente
em decúbito dorsal, pela dilatação exagerada dos flancos, que lhe dá aumento do
diâmetro transversal e, visto de cima, uma conformação circular.
A forma em avental é observada, quando o grande acúmulo de tecido
adiposo no subcutâneo faz com que o abdome caia sobre as coxas, quando o
paciente está em pé. É, portanto, observado nos grandes obesos. Uma variante do

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abdome em avental é o pendular. Esse tipo tem, também, o aspecto de avental,
mas, diferentemente deste, resulta de uma grande fraqueza da musculatura do
andar inferior do abdome, não necessariamente associada à obesidade. A causa
mais comum do abdome pendular é a flacidez abdominal do puerpério.

Ausculta
Os fenômenos acústicos, que ocorrem no abdome podem ser audíveis por
intermédio do estetoscópio ou à distância. Podem ser percebidos sem tocar o
abdômen, durante a palpação ou em manobras manuais de provocação.
A presença de gases é indispensável para a produção de ruídos, uma vez
que eles são produzidos por turbilhões sonoros do componente líquido, daí a
denominação de ruídos hidroaéreos; de maneira geral, eles são tanto mais
evidentes quanto maior for à quantidade de líquidos em relação à de sólidos.
Os ruídos intestinais normais são agudos, gorgolejantes, causados pela
mistura de ar com, líquido durante a peristalse. Os ruídos variam a freqüência, altura
e intensidade e ocorrem de forma irregular 5 a 34 vezes por minuto. São mais
intensos antes das refeições.
Os ruídos intestinais são classificados em normais, diminuídos e
aumentados.
Em condições patológicas, podem estar com intensidade aumentada
(exemplos, nas diarréias, na presença de sangue na luz de alças intestinais, em
decorrência de hemorragias digestivas, altas, na obstrução intestinal). Ou reduzida
ou abolida (exemplo, íleo paralítico situação em que há abolição ou grande redução
dos movimentos intestinais, como no pós-operatório de cirurgias abdominais). Uma
variação do timbre dos ruídos hidroaéreos, o timbre metálico, é observado nos casos
de obstrução do intestino delgado.

Percussão
A percussão costuma ser a terceira das quatro etapas de exame clínico do
abdome. A posição do paciente é a mesma das etapas anteriores do exame.

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Quatro tipos de sons podem ser obtidos pela percussão do abdome:
timpânico, hipertimpânico, submaciço e maciço.
O timpanismo, dado pela presença de conteúdo gasoso no interior do tubo
digestivo, é o som que é apresentado pelo abdome normal em, praticamente, toda
sua extensão. Na posição supina, o som é mais nítido em área de projeção do
estômago, na superfície da parede abdominal. A razão é o conteúdo gasoso,
costumeiramente, conhecido como bolha gástrica, reconhecido facilmente em
radiografia simples do abdome, com o paciente em pé. A área do nítido timpanismo
é conhecida como espaço de Traube, de imprecisa delimitação.
O som timpânico, de uma determinada área do abdome pode ser substituído
por submacicez ou macicez, se ela for ocupada por estrutura sólida ou líquida.
Assim, o timpanismo que caracteriza o espaço de Traube pode ser substituído por
macicez ou submacicez, se uma grande esplenomegalia, um tumor peritoneal ou
retroperitoneal, um pseudocisto ou um tumor pancreático, ou uma grande
hepatomegalia deslocar, suficientemente, o estômago.
O hipertimpanismo, um timpanismo de timbre mais sonoro, é observado,
quando o conteúdo aéreo do tubo gastroentérico apresenta-se aumentado, como no
meteorismo, na obstrução intestinal, no pneumoperitônio, no volvo e no megacólon
chagásico. Uma menor quantidade de gases ou a presença de um órgão maciço nas
proximidades pode produzir um som submaciço.
A percussão sobre uma área sólida revela o som maciço. É o típico som que
se obtém, quando da percussão do fígado no hipocôndrio direito. O
desaparecimento da macicez hepática pode ser devido à interposição de alça
intestinal, meteorismo, tórax enfisematoso e ao pneumoperitônio. No abdome agudo,
o desaparecimento da macicez hepática é conhecido como sinal de Jobert e indica
perfuração de víscera oca em peritônio livre, em geral, uma úlcera péptica.
A percussão é excelente recurso semiológico para o diagnóstico da ascite.

Palpação
A palpação abdominal inclui toques leves e profundos para determinar o
tamanho, forma, posição e a sensibilidade dos principais órgãos abdominais e

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detectar massas e acúmulo de líquido. Palpe todos os quadrantes, deixando áreas
dolorosas ou sensíveis para o fim.

Palpação Superficial
A palpação superficial, inicial deve ser feita com as duas mãos relaxadas,
tocando-se suavemente, o abdome do paciente. O examinador deve palpar, com
delicadeza, toda a extensão do abdome, comparando, simultaneamente, áreas
direitas e esquerdas, respectivamente com suas mãos esquerda e direita. A
palpação comparativa pode detectar pequenas, mas importantes diferenças,
notadamente na tonicidade da musculatura e na sensibilidade, entre áreas direita e
esquerda do abdômen, não perceptíveis de outra maneira.
Toda a face palmar das mãos deve tocar o abdome do paciente. A
tonicidade da musculatura e a sensibilidade à pressão (leve) serão avaliadas
durante movimento de flexão dos quatro dedos externos (exclui-se o polegar) que
comprimem levemente a parede. A força de flexão dos dedos deve ser bem
graduada, executando-se dois ou três movimentos em crescendo, em cada área,
sem excessos, pois, não se sabe de início, qual a sensibilidade que se vai encontrar.
O tatear palpatório também orienta sobre a presença de anormalidades estruturais
da parede (exemplo, orifícios herniários) ou de alterações na cavidade abdominal ou
pélvica (exemplos, hepato e esplenomegalias, tumores, ascite, cistos, útero grávido).
O detalhamento palpatório, superficial, de uma anormalidade será feito com
uma das mãos.
A palpação superficial serve para fixar a atenção do médico no que possa
existir de anormal no abdome, orientando o prosseguimento do exame, para ganhar
a confiança do paciente e para executar a palpação profunda.

Palpação Profunda
A palpação profunda e deslizante visa palpar alguns órgãos contidos na
cavidade abdominal e eventuais massas ali existentes. Nenhum dos segmentos do
intestino delgado é individualizado por meio desse método. Eventualmente,

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consegue-se palpar a grande curvatura do estômago e os cólons ascendente e
descendente.
O ceco, o transverso e o sigmóide são facilmente palpáveis. O médico deve
anotar as alterações que percebeu nas estruturas palpadas, incluindo variações na
sensibilidade, consistência, diâmetro, forma e mobilidade.
Costuma-se iniciar o exame à direita do paciente e terminar com a palpação
do descendente e sigmóide, à esquerda.
Conforme o órgão a explorar, a palpação pode ser uni ou bimanual. Quanto
à posição das mãos há uma regra geral: as mãos que palpam devem ser colocadas
de modo tal que seu maior eixo seja perpendicular ao eixo longitudinal da porção do
intestino que se queira explorar. A mão, levemente fletida, deve fazer um ângulo,
mais ou menos agudo, com a parede anterior do abdome, o grau de obliqüidade
orientado pelo médico em cada caso, isoladamente. Por vezes, devido ao excessivo
volume do abdome, é necessário que se aplique a mão quase que
perpendicularmente. Como regra geral, o ângulo formado fica por volta de 45 graus.
Quando a palpação é bimanual, as mãos devem ser dispostas de tal forma
que se forme, entre elas, um ângulo agudo com a abertura voltada para o
examinador. A palpação será feita pelas extremidades dos dedos,
predominantemente com a face palmar da terceira falange. Podem-se usar quatro,
três ou dois dedos de cada mão, desde que a linha que suas extremidades formem
seja retilínea, quando se justapõem numa superfície plana.
A palpação feita com a mão nessa posição já foi denominada de oblíqua,
com a fila dos últimos dedos, na qual a fila dos últimos dedos dispõe-se ao longo do
comprimento, ao passo que as mãos se colocam obliquamente à direção da víscera
a ser examinada. Em geral, usam-se o terceiro e o quarto dedo de cada mão para
compor a linha reta que vai deslizar sobre o órgão a examinar.
Ao serem realizadas as manobras de palpação, poderão ser encontradas
massas abdominais, que podem corresponder a tumores malignos ou benignos,
cistos das mais variadas naturezas, conglomerados de gânglios ou a um órgão
normal, apenas fora de seu sítio anatômico, normal, como é o caso do rim ptótico,
quase sempre, o direito.

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Localização, sensibilidade, consistência, dimensão, forma, superfície,
mobilidade e pulsatilidade devem ser anotadas. Essas características poderão
delimitar as hipóteses diagnósticas, consideradas em cada caso.
- Localização: limita o número de órgãos a considerar (exemplo, massa no
quadrante superior esquerdo, considerar afecções do baço, do ângulo esplênico do
cólon e adjacências e do rim esquerdo). Deve-se ter em mente a projeção dos
diversos órgãos das cavidades abdominal e pélvica e do retroperitônio nas áreas da
divisão topográfica do abdome.
- Sensibilidade dolorosa: a dor provocada pela palpação de uma massa
abdominal é devida a processo inflamatório (exemplo, plastrão de epíplon numa
apendicite aguda, massa inflamatória na doença de Crohn) ou à distensão da
cápsula do órgão (exemplos, fígado ou baço agudamente distendidos).
- Dimensão: é a característica que informa sobre o tamanho da estrutura
patológica em cena, mas não indica, necessariamente, a gravidade. Tanto
processos malignos como benignos podem assumir grandes proporções de
tamanho. Dependendo das dimensões, podem ser visíveis à inspeção do abdome,
percebida pelo próprio paciente e, muitas vezes, o motivo da consulta clínica.
- Forma: cistos, pseudocistos pancreáticos, tumores sólidos, geralmente, são
de conformação esférica. A forma pode identificar o órgão aumentado, levando-se
em conta, também, a localização (exemplos, fígado, baço, rim).
- Consistência: é apreciada pela resistência da massa à palpação, podendo
variar conforme o processo patológico (exemplos, o carcinoma de fígado) pode ser
pétreo, o baço aumentado por causa de uma infecção pode oferecer pouca
resistência à compressão (consistência mole, branda ou flácida).
- Superfície: pode ser lisa (exemplos: cistos ou pseudocisto, hepatite,
esteatose hepática) ou nodular (exemplos: tumores, cirrose hepática).
- Mobilidade: uma massa que se move, acompanhando os movimentos
respiratórios, indica que está relacionada a uma das vísceras móveis ou ao
mesentério, portanto, dentro da cavidade peritoneal. A massa que não se move deve
estar localizada no retroperitônio ou corresponder à neoplasia infiltrativa de
estruturas fixas.

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- Pulsação: uma massa que pulsa no abdome pode ser uma dilatação de
artéria, ou seja, um aneurisma da aorta abdominal. Deve ser entendida por pulsação
a percepção de aumento intermitente do volume da massa a cada sístole cardíaca.
Entretanto, uma massa sólida, encostada na aorta pode transmitir a pulsação da
artéria; nesse caso, a massa é empurrada a cada sístole, mas ela não apresenta
variação de seu tamanho de acordo com o pulso sistólico, central.

Palpação do fígado
A palpação do fígado é importante para se saber o tamanho do órgão e
algumas características que podem ser avaliadas pelo sentido do tacto e que podem
ser de muita relevância para o diagnóstico das hepatopatias. Três regras técnicas
devem ser observadas na palpação do fígado: o paciente deve estar com o abdome
o mais relaxado possível, não se deve aprofundar excessivamente a mão e a
manobra palpatória devem ser regidas pelos movimentos respiratórios. Quanto a
esta última regra, a boa técnica consiste em preparar a mão durante a expiração e
palpar, quando a descida do diafragma, durante a inspiração, move o órgão para
baixo. Muitas vezes, é contraproducente pedir ao paciente que faça respiração
abdominal e, pior ainda, é solicitar, como treinamento, que levante a mão do
examinador colocada sobre o abdome; em geral, isso resulta em aumento da tensão
das paredes durante a inspiração.
Durante a palpação superficial, muito freqüentemente, o examinador já
perceberá que o fígado está aumentado. O primeiro e o mais simples dos métodos
para palpar o fígado é o seguinte: paciente em decúbito dorsal, respirando
adequadamente, a mão esquerda do examinador será colocada na região
costolombar, fazendo certa compressão no sentido póstero-anterior, com o objetivo
de melhor expor o fígado à palpação. A mão direita, espalmada, será colocada na
face anterior, em posição abaixo do local onde se presume palpar o rebordo
hepático. Será levemente aprofundada durante uma expiração e, na inspiração
seguinte, realizará leve movimento em direção a reborda hepática e também para o
alto, com o fito de sentir o toque do órgão ou, melhor ainda, seu ressalto junto às
pontas dos dedos indicador e médio, da mão direita.

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O segundo método é realizado da seguinte maneira: o examinador coloca-se
junto ao hipocôndrio direito, com seu dorso voltado para a face do paciente. Aplica
suas duas mãos, curvadas em garra sobre a zona a palpar. Durante a inspiração o
que se tem a fazer é, simplesmente, esperar que a reborda hepática resvale na
superfície palmar dos quatro últimos dedos, dispostos em garra. A manobra pode,
também, ser executada com apenas uma das mãos, seus dedos colocados,
igualmente, em garra. Este segundo método é especialmente recomendado, quando
a resistência abdominal está aumentada e para rebordos não muito abaixo do
rebordo costal.
Um terceiro método pode ser mencionado, o do rechaço hepático. Ele é
aplicável quando, entre o fígado aumentado e a parede, se interpõe um volume
líquido, dificultando a palpação por outro método. É realizado da seguinte maneira: à
direita do paciente, com os dedos da mão direita reunidos, aplicam-se pequenos
golpes na parede anterior do abdômen a fim de tocar a superfície do fígado e repeli-
lo para regiões mais profundas. Mantendo-se a mão no local, a fim de perceber o
contragolpe do órgão ao retornar à posição inicial. Quando a manobra for positiva,
pode-se concluir pela existência de ascite e determinar a distância máxima que se
pode perceber o fígado em relação ao rebordo direito.
As características que devem ser investigadas no fígado palpado são as
relatadas a seguir: Estado da borda inferior normalmente, a borda do fígado tem
estrutura fina. Em situações patológicas, quando o órgão cresce (exemplos,
congestão passiva na insuficiência cardíaca, esteatose e cirrose hepática), a
configuração da borda torna-se arredondada e grossa, habitualmente designada
como romba. Superfície é regularmente lisa, na presença de alterações patológicas,
pode-se identificar superfície irregular, formada por finas granulações (exemplo,
cirrose hepática) ou saliências ou nodosidades maiores (exemplos, câncer, cirrose,
cistos hidáticos). Consistência: o fígado normal apresenta consistência firme, com
certa elasticidade, que, habitualmente, é referida como parenquimatosa.
Apresenta-se mole na esteatose e duro na cirrose, na congestão crônica e
no câncer. Em cistos hidáticos, calcificados o fígado pode mostrar consistência
pétrea. Sensibilidade à dor despertada pela palpação pode ser difusa ou localizada.

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A dor difusa ocorre em processos patológicos, inflamatórios, difusos, agudos ou
crônicos, do fígado (exemplos, hepatites agudas e crônicas). A dor dos processos
localizados é despertada pela pressão (ou leve percussão) sobre o local e costuma
ser aguda e intensa.
A provocação de dor aguda pela percussão leve de qualquer ponto da área
de projeção do fígado é conhecida como sinal de Torres Homem. Pulsatilidade o
fígado aumentado pode mover-se discretamente a cada pulsação arterial. O
movimento pode ser decorrente da transmissão pelo contato direto com a aorta
abdominal.

Palpação do Baço
A palpação é o melhor método para a exploração clínica do baço. O baço de
tamanho e de localização normal não é palpável. Quando está grandemente
aumentado, pode ser palpado facilmente e suas características estruturais,
identificadas sem dificuldade. Quando está moderadamente aumentado, pode ser
palpado apenas durante a inspiração. Para ser palpável, o baço deve alcançar o
dobro do seu tamanho normal. O aumento do baço costuma determinar submacicez
ou macicez em áreas entre a linha axilar anterior e a posterior, entre o nono e o
décimo - primeiro intercostos esquerdos.
Dois fatores facilitam a palpação do baço, pouco ou moderadamente
aumentado, que se esconde sob o gradeado costal no hipocôndrio esquerdo: o
movimento de decúbito (quando é assumido o decúbito lateral, direito ou a posição
de Schuster) e o movimento de descida durante a inspiração (sobe durante a
expiração). Assim, a palpação do baço é facilitada, quando feita durante a inspiração
e na posição facilitadora de sua descida.
Pela palpação superficial, anteriormente feita, o examinador já pode ter
percebido baço facilmente identificável.

Dor a descompressão – Sinal de Blumberg


A dor à descompressão brusca do abdome, é sinal indicativo de inflamação
aguda do peritônio, ou seja, peritonite aguda. É causada pela colonização de

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bactérias nos folhetos peritoneais, a partir de um foco situado no próprio abdômen
(exemplo, apendicite, colecistites, diverticulites agudas) ou fora dele. Através da via
hematogênica (exemplo, septicemias), por aberturas na parede abdominal (exemplo,
perfurações da parede abdominal) ou por translocação de bactérias existentes nos
intestinos (peritonite espontânea em ascite).
A peritonite também pode ser de natureza química (exemplo, material
acidopéptico em úlcera duodenal, perfurada). A zona inflamada do peritônio é a que
responde com dor à descompressão brusca.
Antes de pesquisar a dor à descompressão brusca deve ser feita a palpação
superficial, delicada, em toda a extensão do abdômen; localizado um ponto ou área
dolorosa, ou mesmo se ela é referida espontaneamente pelo paciente, vai-se
comprimindo lenta e gradualmente; a dor acentua-se à medida que a mão vai
aprofundando; em seguida, retira-se bruscamente a mão.
O sinal é positivo, quando o paciente apresenta dor aguda com esse último
movimento, geralmente expressando verbal e mimicamente a sensação
desagradável. Evidentemente, o paciente deve ser prevenido da manobra e do que
vai sentir, uma vez que a dor pode ser muito intensa. É o sinal de Blumberg.
Acompanhando o sinal da dor à descompressão brusca, observa-se hipertonia da
musculatura no local, como outro indicativo da peritonite.
A contração pode ser forte e contínua, mas, pode ocorrer somente quando
se exerce pressão, mesmo que suave, com os dedos; é como se fosse chamada a
atenção dos músculos para que eles se contraiam no sentido de defender a parte
subjacente e inflamada. A resistência muscular, mesmo em peritonite grave, pode
ser pequena, se os músculos abdominais forem fracos. Dependendo da causa
determinante do peritonismo, outros sinais e sintomas auxiliarão no diagnóstico. A
dor à descompressão brusca e a resistência da parede compõem o que pode ser
chamado de sinais de peritonismo. A dor no exato ponto da inflamação do peritônio
decorre do comprometimento do peritônio parietal ou do mesentério, uma vez que
essas estruturas são supridas por nervos cérebro-espinais que têm fina
representação no cérebro, ao contrário da inervação visceral.

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Podem-se distinguir casos de peritonite localizada e de peritonite difusa. A
peritonite localizada ocorre quando o processo infeccioso atinge o peritônio das
vizinhanças de um órgão (exemplo, apendicite, colecistite, diverticulite). O grande
epíplon tende a se fixar na região inflamada, circunscrevendo e tendendo a isolar o
foco inflamado. A difusa ocorre pela expansão de uma localizada, ou por rápido
comprometimento da generalidade do peritônio (exemplo, peritonite espontânea,
septicemia).

Ascite
Ascite é o nome dado ao derrame de líquido livre na cavidade abdominal.
Esse acúmulo pode ter muitas causas, as quais podem fazer variar o volume (pode
ser superior a 20 l), a aparência, a natureza e a composição do líquido. O exame
acerca das propriedades físicas, do teor de certos componentes, da celularidade, da
presença de células neoplásicas e de bactérias contaminantes do peritônio é de
grande valor diagnóstico. O abdome pode mostrar-se mais ou menos flácido ou,
então, tenso, caracterizando a chamada ascite hipertensa. A presença de hérnia
umbilical é achada freqüente nas grandes ascites. A causa mais freqüente de ascite
é a cirrose hepática.
Os principais sinais que diagnosticam a presença de ascite por meio da
percussão do abdome são os indicados a seguir.
1) Sensação de onda ou sinal do piparote a face palmar de uma das mãos é
posicionada em um dos flancos; a seguir, a ponta do dedo médio, dobrado, apoiado
e em estado de tensão contra a face palmar do polegar é disparada contra o outro
flanco. O abalo produzido pelo piparote produz pequenas ondas de choque no
líquido ascítico, perceptíveis pela palma da mão, colocada no flanco oposto. O
choque pode ser percebido em casos de panículo adiposo e exagerado ou de
edema na parede abdominal. Nesse caso, um assistente, ou o próprio paciente,
coloca a borda cubital de sua mão sobre a linha mediana, no abdômen central,
exercendo um pouco de pressão, a fim de interceptar ondas transmitidas pela
parede, mas não impedindo a passagem da onda de choque do líquido ascítico.
Esse sinal é próprio das grandes ascites, não sendo efetivo para ascites de médio

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ou pequeno porte. O sinal pode ser positivo, quando da presença de grandes
tumores líquidos no abdômen (exemplo, cisto de ovário).
2) Semicírculos de Skoda - com o paciente em decúbito dorsal ou em pé, o
líquido ascítico coletase nas partes mais declives, ou seja, flancos e andar inferior do
abdome. Sendo assim, a percussão, feita desde o andar superior, delimitará uma
linha semicircular na transição entre o timpanismo e a macicez ou submacicez das
áreas correspondentes às porções mais declives; a concavidade da linha
semicircular estará voltada para a região epigástrica. Esse sinal poderá fazer o
diagnóstico diferencial entre ascite e cisto gigante de ovário, uma vez que, na
doença ginecológica, a concavidade da linha semicircular estará voltada para o
púbis.
3) Macicez móvel - como o líquido livre, na cavidade peritoneal, se acumula
nas porções mais declives, quando o paciente se coloca em um dos decúbitos
laterais, para aquele lado a massa líquida se dirigirá. Uma primeira percussão será
feita no flanco esquerdo, com o paciente inclinado para sua esquerda, quase em
decúbito lateral, esquerdo; o líquido ascítico ali acumulado propiciará som maciço ou
submaciço; o paciente, então, vira-se e coloca-se em decúbito lateral direito, mantido
o dedode percussão no mesmo local em que se verificou a macicez.
A segunda percussão, efetuada no mesmo ponto em que foi feita à primeira,
vai produzir som timpânico. A contraprova pode ser feita, mudando-se o local de
percussão para o flanco direito, sempre tendo em mente o princípio de que o líquido
e a correspondente macicez sempre se move para as partes mais declives da
cavidade abdominal.
Dentro do mesmo princípio, a percussão do abdome pode ser feita com o
paciente em outras posições, para se evidenciar a macicez móvel. Com o paciente
em posição de Trendelenburg (paciente estendido com os pés em posição mais
elevada do que a cabeça) um grande derrame líquido na cavidade peritoneal tornará
maciça a região epigástrica. Uma pequena ascite, porém, poderá ser detectada com
o paciente ajoelhado sobre a mesa de exame e com o tronco sustentado pelas
mãos, com os braços estendidos em posição popularmente conhecida como de

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quatro. A macicez será observada à percussão da região umbilical, pois, a parte da
cavidade peritoneal correspondente será a mais declive na posição adotada.

-----------FIM DO MÓDULO IV-----------

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Curso de
Propedêutica em Enfermagem

MÓDULO V

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Referência Consultada.
MÓDULO V

AVALIAÇÃO DO SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO

SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO


O sistema músculo esquelético é constituído por músculos, tendões,
ligamentos, osso, cartilagem, articulações e bursas. Essas estruturas trabalham
juntas para produzir movimentos esqueléticos.

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Fonte: www.msd-brazil.com

Músculos
Os músculos são órgãos constituídos principalmente por tecido muscular,
T T T T

especializado em contrair e realizar movimentos, geralmente em resposta a um


estímulo nervoso. Os músculos podem ser formados por três tipos básicos de tecido
muscular:
• Tecido Muscular Estriado Esquelético: Apresenta, sob observação
microscópica, faixas alternadas transversais, claras e escuras. Essa estriação
resulta do arranjo regular de microfilamentos formados pelas proteínas actina e
miosina, responsáveis pela contração muscular. A célula muscular estriada chamada

186
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fibra muscular, possui inúmeros núcleos e pode atingir comprimentos que vão de
1mm a 60 cm.
• Tecido Muscular Liso: Está presente em diversos órgãos internos (tubo
digestivo, bexiga, útero etc.) e também na parede dos vasos sanguíneos. As células
musculares lisas são uninucleadas e os filamentos de actina e miosina se dispõem
em hélice em seu interior, sem formar padrão estriado como o tecido muscular
esquelético. A contração dos músculos lisos é geralmente involuntária, ao contrário
da contração dos músculos esqueléticos.
• Tecido Muscular Estriado Cardíaco: Está presente no coração. Ao
microscópio, apresenta estriação transversal. Suas células são uninucleadas e têm
contração involuntária.

Fonte: www.csj.g12.br

Tendões
Os tendões são estruturas fibrosas, com a função de manter o equilíbrio
estático e dinâmico do corpo, através da transmissão do exercício muscular aos
ossos e articulações.

187
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Os tendões dos músculos podem ser longos, quer a origem dos mesmos,
assim como a inserção podem estar separadas/passar por muitas articulações.
O conjunto do esforço de diversos grupos de músculos, produz movimentos
de flexão, extensão, rotação, abdução, adução e circundação.
Os tendões são um tecido conjuntivo, com fibras colágeneas que se
entrelaçam, permitindo a distribuição das forças de todas as partes do músculo. Os
tendões estão unidos aos ossos por ligamentos anulares(retináculos).
Quando há muita mudança, ou movimento na direção do empuxe de uma
articulação, o tendão é circundado pela bainha sinovial, porém se o movimento for
limitado, mas existir pressão sobre o osso, ocorre uma bolsa sinovial entre o tendão H H

e o osso. Portanto, a bainha sinovial do tendão, é como se a bolsa formasse um


tubo ao redor do tendão, enrolada sobre o mesmo.
Determinados tendões ainda possuem alguns pequenos ossos associados,
como por exemplo os ossos sesamóides, que servem como uma espécie de
"roldana" para que o tendão deslize.
Estas estruturas possuem capacidade de regeneração, o que nos auxilia
muito no tratamento das afecções do mesmo.
Esta regeneração se dá pela proliferação de células do tecido conjuntivo que
os envolve.

Ligamentos
Um ligamento é um feixe de tecido fibroso, formado por tecido conjuntivo, e
HT TH

é mais ou menos comprido, largo e robusto, de forma aplanada ou arredondada, que


une entre si duas cabeças ósseas de uma articulação (ligamento articular) ou HT TH

mantém no seu local fisiológico habitual um órgão interno (ligamento suspensor).

Ossos
O osso é uma estrutura encontrada em muitos animais vertebrados, formado H H H H

por um tipo de tecido conjuntivo (tecido ósseo). É caracterizado por uma matriz
H H H H H

extracelular solidificada pela presença do depósito de cálcio em suas estruturas. Os


H H H H H

ossos sustentam o corpo, protegem alguns órgãos internos e servem de apoio para
H H

188
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os músculos, permitindo assim o movimento. Os ossos também possuem relação
H H

com o metabolismo do cálcio, e a medula óssea está relacionada com a formação


H H H H H H

das células do sangue. O conjunto dos ossos é conhecido como esqueleto. O corpo
H H H H H H H

humano adulto tem 206 ossos.


H

Função dos ossos


Os ossos realizam as seguintes funções anatômicas e fisiológicas:
• Proteção: protege órgãos internos, tais como cérebro e órgãos HT TH

abdominais;
HT TH

• Apoio para músculos, como se fosse uma moldura para manter a


HT TH

sustentação corpórea;
• Produção sanguínea através da medula óssea que está na cavidade HT TH

óssea, este processo chama-se hematopoiese; HT TH

• Reserva de íons principalmente cálcio e fósforo;


HT TH HT TH HT TH

• Funcionamento conjuntamente com articulações, músculo esquelético, HT TH HT TH

tendões, tudo isto para trasmitir movimento para todo corpo;


HT TH

• Mantém o equilíbrio ácido-base,


HT TH HT TH funcionando como tampão,
absorvendo sais alcalinos;

Formação do osso
O osso é formado por matriz óssea e por células, sendo estas os osteócitos,
que situam-se dentro da matriz óssea, os osteoblastos que produzem a parte
orgânica da matriz, e os osteoclastos que participam da remodelação óssea.Os T

osteócitos, estão dentro da matriz óssea; há comunicação entre os osteócitos por


T

onde passam pequenos íons, esta característica é essencial para a manutenção da


matriz, quando esta célula morre há reabsorção pela matriz. Os osteoblastos, T

responsáveis pela produção da parte orgânica da matriz, ou seja, colágeno tipo I,


T

proteoglicanas e glicoproteínas. Concentram fosfato de cálcio e participa da


mineralização óssea. Quando forma a matriz a mesma ao redor do osteoblasto e
que não está calcificada ainda chama-se osteóide.

189
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Os osteoclastos, são células gigantes, intensamente ramificadas. Elas
T T

secretam para dentro da matriz óssea íons de hidrogênio, colagenases e hidrolases,


HT TH HT TH

digerindo a matriz óssea e dissolvendo os cristais de sais de cálcio.A ativiade desta


célula é comandada pela calcitonina e paratormônio.
HT TH HT TH

Cartilagem

O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de


consistência rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste
superfícies articulares onde absorve choques, facilita os deslizamentos e é
essencial para a formação e crescimento dos ossos longos. A cartilagem é um tipo
de tecido conjuntivo composto exclusivamente de células chamadas condrócitos e
de uma matriz extracelular altamente especializada.
É um tecido avascular, não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos
capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial das
cavidades articulares. Em alguns casos, vasos sanguíneos atravessam as
cartilagens, indo nutrir outros tecidos. O tecido cartilaginoso também é desprovido
de vasos linfáticos e de nervos. Dessa forma, a matriz extracelular serve de trajeto
para a difusão de substâncias entre os vasos sangüíneos do tecido conjuntivo
circundante e os condrócitos. As cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos,
são chamadas lacunas; uma lacuna pode conter um ou mais condrócitos. A matriz
extracelular da cartilagem é sólida e firme, embora com alguma flexibilidade, sendo
responsável pelas suas propriedades elásticas. As propriedades do tecido
cartilaginoso, relacionadas ao seu papel fisiológico, dependem da estrutura da
matriz, que é constituída por colágeno ou colágeno mais elastina, em associação
com macromoléculas de proteoglicanas (proteína + glicosaminoglicanas). Como o
colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das cartilagens se deve às
ligações eletrostáticas entre as glicosaminoglicanas das proteoglicanas e o
colágeno, e à grande quantidade de moléculas de água presas a estas
glicosaminoglicanas (água de solvatação) que conferem turgidez à matriz.
As cartilagens (exceto as articulares e as peças de cartilagem fibrosa) são
envolvidas por uma bainha conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio, o qual

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continua gradualmente com a cartilagem por uma face e com o conjuntivo
adjacente pela outra. As cartilagens basicamente se dividem em três tipos distintos:
1) cartilagem hialina; 2) fibrocartilagem ou cartilagem fibrosa; 3) cartilagem elástica.

Articulações

O sistema articular é formado por articulações, ou seja, por um ponto de


contato entre os ossos. Antigamente este contato era conhecido como juntura, daí a
HT TH

expressão “dor nas juntas”. Em algumas articulações, os ossos são mantidos por
fixações imóveis, como as suturas ou as articulações entre praticamente todos os
ossos do crânio.
Nas articulações sinoviais, as células que revestem o interior da cápsula
fibrosa formam uma membrana incompleta – a membrana sinovial – que secreta um
líquido lubrificante. Existem ainda resistentes feixes fibrosos, chamados ligamentos,
que reforçam a união entre os ossos na juntura.

Classificação:
As articulações ou junturas são separadas nos três seguintes grupos, tendo
como base em sua classificação, sua estrutura e mobilidade:
A) Fibrosas (sinartroses) ou imóveis;
B) Cartilaginosas (anfiartroses) ou com movimentos limitados;
C) Sinoviais (diartroses) ou junturas de movimentos amplos.
O critério utilizado para tal classificação é o material que se interpõe às
estruturas ósseas articuladas.

Articulação fibrosa: É composta por tecido conjuntivo fibroso. A grande


maioria é encontrada no crânio. Obviamente a mobilidade dessa juntura é
extremamente reduzida, embora o tecido fibroso conceda certa elasticidade ao
crânio (antes da maturação óssea). Existem três variedades de articulações fibrosas:
• Sindesmoses: Nestas articulações, o tecido interposto é fibroso, mas
não ocorre entre os ossos do crânio. Na anatomia, o único exemplo descrito de
sindesmose é a tíbio-fibular(extremidades distais da tíbia e da fíbula).

191
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• Suturas: São encontradas nos ossos do crânio. A maneira em que as
bordas dos ossos se encontram nos permite ainda classificá-las em suturas planas
(retilíneas), suturas escamosas (bisel), suturas serreadas (linha dentada) ou sutura
esquindilese (encaixe).
• Gonfose: É a articulação por inserção de um processo cônico em uma
cavidade; é observada nas articulações das raízes dos dentes com os alvéolos da
mandíbula e da maxila.

Articulação Cartilaginosa: São as articulações nas quais as junções dos


ossos são feitas por tecido cartilaginoso. Existem duas variedades: a sincondrose e
a sínfise.
• Sincondrose: Forma temporária de articulação, na qual a cartilagem é
convertida em osso antes da idade adulta. Essas articulações são encontradas entre
as epífises e os corpos dos ossos longos, entre o occipital e o esfenóide na época
do nascimento e por alguns anos depois, e entre a parte petrosa do temporal e o
processo jugular occipital.
• Sínfise: É a articulação nas quais as superfícies ósseas são unidas por
discos fibrocartilagíneos, achatados, como nas articulações entre os corpos das
vértebras ou entre os ossos púbicos.

Articulações Sinoviais: Representam à maioria das junturas do corpo.


Nessas junturas, as superfícies ósseas são recobertas por cartilagem articular e
unidas por ligamentos revestidos por membrana sinovial. Possuem ampla
mobilidade, e o elemento que se interpõe às estruturas ósseas é a sinóvia ou líquido
sinovial. Assim, o contato entre as superfícies articulares não é a principal estrutura
ou característica, mas sim a cápsula articular. A cápsula articular é uma espécie de
manguito que envolve a articulação, fixando-se nos ossos que se articulam. A
cavidade articular é o espaço virtual onde se encontra o líquido sinovial, responsável
pela lubrificação que reduz o atrito entre as estruturas, permitindo o deslizamento
com o menor desgaste possível. Assim, cápsula articular, cavidade articular e líquido
sinovial (sinóvia) são características de articulações (junturas) sinoviais.

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Classificação Morfológica das articulações sinoviais:
1) Plana: As superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas,
permitindo um suave deslizamento entre elas. Um exemplo característico é a
articulação sacroilíaca. Outros exemplos são as articulações dos ossos do carpo e
do tarso (que em conjunto, permitem uma mobilidade considerável).
2) Gínglimo(dobradiça): Movimentos de flexão e extensão(cotovelo). São
monoaxiais (permitem apenas um grau de movimento).
3) Trocóide: Neste tipo uma das superfícies articulares é cilíndrica,
permitindo a rotação em um eixo único de movimento longitudinal ou vertical. Um
exemplo clássico é a articulação rádio-ulnar proximal, responsável pelo movimento
de pronação e supinação do antebraço.
4) Condilar: Umas das superfícies articulares são elípticas; estas estruturas
permitem flexão, extensão, adução, abdução, mas não a rotação. São biaxiais
(permitem dois graus de movimento), e um exemplo é a articulação rádio-cárpica e a
ATM.
5) Em sela: A estrutura de a superfície articular apresenta uma concavidade
num sentido e convexidade em outro. A articulação carpometacárpica do 1º dedo é
um exemplo disto. É considerada biaxial, pois apesar de realizar a circundação, não
realiza a rotação isoladamente.
6) Esferóide: Apresentam segmentos esferóides que se encaixam em
receptáculos ocos. Este tipo de articulação permite os movimentos triaxiais (três
graus de movimento) e, portanto, os de maior variação. O ombro e o quadril
permitem movimentos de rotação, circundação, flexão, extensão, adução e abdução.

Bursas
Uma bursa ou bolsa sinovial é uma pequena bolsa cheia de líquido (sinóvia)
localizada no ponto em que um músculo ou tendão roça num osso. As bursas
H H H H H H

reduzem o atrito entre as duas superfícies em movimento. Existem centenas delas


em todo o corpo. As bursas assemelham-se a bolsas, de onde o seu nome em latim.
A infecção ou irritação de uma bursa dá origem à bursite (inflamação da H H

bursa). O termo genérico para doenças das bursas é "bursopatia".

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OBTENÇÃO DO HISTÓRICO DE SAÚDE
A avaliação músculo esquelética normalmente representa uma pequena
parte da avaliação física geral, especialmente quando a queixa principal do cliente
envolve um sistema orgânico diferente. Entretanto, quando o histórico ou o exame
físico do cliente sugere o envolvimento músculo esquelético, torna-se necessário a
realização de uma avaliação completa do sistema.
Durante a entrevista, faça perguntas abertas para avaliar rapidamente
amplas áreas e identificar problemas específicos que exigem mais atenção, aborde
os principais aspectos: queixa principal, saúde atual, saúde pregressa e história
familiar.

Queixa principal
Pergunte ao cliente o que o levou a procurar o seviço médico. O cliente com
problema músculo esquelético geralmente se queixa de dor e edema articular,
rigidez, deformidade, imobilidade, dores musculares e problemas sistêmicos gerais,
como febre e mal-estar.
Analise a queixa principal do cliente. Peça para descrever:
• Início: quando ocorreu pela primeira vez, se começou de forma súbita e
gradual, se teve quedas ou acidentes.
• Localização: se é capaz de apontar o local exato, qual o local que
apresenta o sintoma? No caso de dor articular, se envolve apenas uma articulação,
ou se múltiplas articulações.
• Duração: há quanto tempo apresenta o sintoma? Se dor articular, se
teve duração de 1 a 2 dias, ou semanas?
• Horários de ocorrência: quando o sintoma piora.
• Qualidade: se a dor é profunda, pulsátil, contínua ou a dor é aguda,
intermitente.
• Fatores de exarcebação e alívio: o que faz piorar o sintoma, o que faz
melhorar, quais medicações causam melhora.
• Sintomas associados: Há algum sintoma juntamente com o problema
primário?

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Histórico atual
As atividades de vida diária são comprometidas: pergunte ao cliente se
sentiu precipitações ao movimentar determinadas partes do corpo. O cliente usa
gelo, calor ou outros recursos para tratar o problema.

História pregressa
Pergunte se o cliente já teve gota, artrite, tuberculose ou câncer, o qual pode
causar metástases ósseas. O cliente tem osteoporose? Pergunte se teve alguma
doença sexualmente trasmissível, qual o tipo?
Pergunte se o cliente sofreu algum traumatismo contuso ou penetrante.
Caso afirmativo como aconteceu. Pergunte se teve lesões no quadril, joelho, coccix.
Pergunte se utiliza algum dispositivo de ajuda, como bengalas, muletas.

História familiar
Pergunte ao cliente se algum membro da família tem doença articular. Os
distúrbios com componentes hereditários são:
• Gota
• Osteoartrite das articulações interfalangeanas distais
• Espodiloartropatias
• Artrite reumatóide

EXAME FÍSICO MÚSCULO ESQUELÉTICO


O exame do sistema músculo esquelético deve ser feito sempre comparando
os lados bilateralmente. Empregam-se as seguintes técnicas:
Inspeção: exame estático
Palpação: exame dinâmico (óssea, tecidos moles)
Grau de mobilidade, força motora e sensibilidade.

Inspeção
Fornecem informações sobre locomoção, capacidade do autocuidado,
desconfortos, presença de movimentos involuntários, assimetria dos membros,

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
coluna e pélvis. Deve-se verificar a simetria dos MMII e dos MMSS, da coluna e da
pélvis, tanto na posição ventral como na dorsal, em pé, sentado e deitado.
Deve seguir o sentido céfalo-podálico e observar as seguintes
características:
• Postura adotada
• Intumescências (aumento do volume do órgão ou parte do corpo)
• Abaulamentos e edemas
• Função do membro (simetria e ritmo dos movimentos)
• Lesões: úlceras de decúbito, queimaduras, bolhas, cicatrizes,
hematomas.
• Coloração da pele: manchas, equimoses, cianose, palidez;
• Sustentação e marcha;
• Deformidades de membros inferiores (valgo e varo);
• Deformidades da coluna cervical: cifose, lordose, escoliose;
• Movimentos involuntários (oscilações rítmicas, tremores e mioclonias,
contrações espontâneas e fasciculação);
• Massa muscular (inflamação ou trauma);
• Atrofia, hipertrofia, hipotrofia muscular;
• Encurtamento e retração muscular.

Exame da força muscular


Deve-se pedir ao paciente para apertar a sua mão, que indicará a
capacidade depreensão. O bíceps pode ser testado pedindo ao paciente que
estenda o braço e depois flexione, enquanto isso se aplica resistência; para os MMII,
aplica-se resistência na altura do tornozelo e solicita ao paciente que eleve a perna.
Também deve palpar o músculo com a extremidade relaxada.

Escala para avaliar força muscular:


• Grau 5: movimento articular completo, possui força para vencer a
gravidade e grande resistência aplicada;

196
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Grau 4: movimento completo e com força suficiente para vencer a
gravidade e alguma resistência aplicada
• Grau 3: movimento é completo, porém sua força só vence a gravidade;
• Grau 2 movimento é completo, mas só produz movimento se não
houver ação da gravidade;
• Grau 1: há pequenas contrações, contudo não acionando articulações;
• Grau 0: não há evidência de contração muscular.

Grau de mobilidade
O movimento anormal é unilateral ou distorcido. Podem ocorrer movimentos
involuntários como tremores do parkinsoniano, senil, emotivo, espástico ou as
mioclonias.
Deve ser realizada a observação ativa e passiva. Na coluna cervical deve
avaliar postura, deformidades e palpar os processos espinhosos, flexionar e
estender a coluna cervical. Realizar a rotação lateral e inclinação
No ombro deve realizar rotação externa e abdução, rotação interna, adução
e a extensão.
Mão e punho devem realizar a flexão, e extensão do punho; avaliar o desvio
ulnar e radial; realizar a flexão e extensão digital, abdução e adução digital, flexão,
extensão e tensão do polegar e a oponência.
Quadril e pelve devem realizar abdução, adução, flexão, extensão e rotação
externa. O joelho deve realizar flexão, extensão e rotação interna e externa. O
tornozelo e pé devem realizar a flexão plantar e movimentação dos dedos, a
dorsiflexão, a inversão e a eversão. E na coluna lombar realizar a flexão, extensão,
inclinação lateral e a rotação lateral.

Marcha
Tem função de locomover o corpo de um ponto para o outro (fase de apoio e
fase de balanço). A marcha normal inicia com o contato do calcanhar com o solo.
Pedir ao cliente para levantar e caminhar. Observar se precisa de auxílio para
levantar, se usa prótese, órtese, bengala ou andador. Durante toda a marcha,

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
observar contato dos pés com o solo, a posição, os movimentos de centro de
gravidade, a força necessária á marcha, o passo e o ritmo.

Palpação das articulações:


Palpação dos ombros (palpar com mão espalmada o ombro e clavícula
pesquisando presença de edema, deformidades atrofias e crepitações, neste caso
aproveitar o movimento de rotação interna e adução).
Palpação do cotovelo (mantê-lo flexionado 70º e palpar por meio de digito
pressão, observar presença de nódulos, edema e dor).
Palpação das mãos (palpar as articulações interfalangianas com o polegar e
indicador, palpar com os polegares as articulações metacarpofalangianas e palpar
as articulações do punho com os polegares no dorso e os dedos na região ventral,
observar edema, tumefação, hipertrofia e hipersensibilidade).
Palpação dos joelhos (palpar com os dois dedos indicadores para ver
flutuação da rotula e pesquisa de líquido intra-articular)
Palpação de tornozelos e pés.

AVALIAÇÃO DO SISTEMA URINÁRIO

SISTEMA URINÁRIO
O Aparelho Urinário é um conjunto de órgãos envolvidos com a formação,
depósito e eliminação da urina. O humano é formado por dois rins, dois ureteres,
HT TH HT TH

uma bexiga e uma uretra.


HT TH HT TH

Os materiais inúteis ou prejudiciais ao funcionamento do organismo, não são


assimilados, sendo assim eliminados. Os materiais desnecessários ao
funcionamento do corpo humano e por ele expelidos não são iguais. As células HT TH

produzem muitos resíduos que são produtos das atividades das células e que
devem ser eliminados (excretados) do organismo, além de substâncias que estão
em excesso no sangue. Tais resíduos são chamados excretas.

198
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Juntamente com as substâncias de rejeição, o aparelho urinário filtra e
elimina também água. A eliminação de água é necessária seja porque as
substâncias de rejeição estão dissolvidas no plasma, que é constituído, na sua maior
parte, de água, seja porque também a quantidade de água presente no sangue e
nos tecidos deve ser mantida constante.

Fonte: www.sbu.org.br

Rins
Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um
de cada lado da coluna vertebral, nessa posição estão protegidos pelas últimas
costelas e também por uma camada de gordura. Cada rim tem cerca de 11,25 cm de
comprimento, 5 a 7,5 cm de largura e um pouco mais de 2,5 cm de espessura. A
massa do rim no homem adulto varia entre 125 e 170 g; na mulher adulta, entre 115
e 155 g. Tem cor vermelho-escuro e a forma de um grão de feijão enorme.
São órgãos excretores. Possui uma cápsula fibrosa, que protege o córtex
(cor amarelada) mais externo, e a medula (avermelhada) mais interna. O ureter é um
tubo que conduz a urina até a bexiga. Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que
sustenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões de unidades filtradoras, os
néfrons, localizados na região renal.

199
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A função dos rins é filtrar o sangue, removendo os resíduos nitrogenados
produzidos pelas células, sais e outras substâncias em excesso. Além dessa função
excretora, os rins também são responsáveis pela osmorregulação em nosso
organismo. Controlando a eliminação de água e sais da urina, esses órgãos mantêm
a tonicidade do sangue adequada às necessidades de nossas células.

Ureteres
Os ureteres têm, cada um, 25 a 30cm de comprimento e três milímetros de
diâmetro. Eles se originam da confluência dos vários cálices renais, reunindo-se HT TH

enquanto pelve renal. Os ureteres descem então do abdômen superior (onde estão
os rins) até à pelve por detrás dos orgãos do trato gastrointestinal,
retroperitonealmente. A sua passagem junto de outras estruturas condiciona
estruturas onde é mais freqüente um cálculo renal (pedra dos rins) ficar retido HT TH

gerando obstrução: estas estruturas incluem, a artéria ilíaca e o rebordo ósseo da


pelve. Os ureteres entram na Bexiga posteriormente, e fazem de forma oblíqua,
envolvida pelas diversas camadas musculares da bexiga, de modo a prevenir o
refluxo da urina.
HT TH

A função dos ureteres é a propulsão da urina. O método é a contração por


peristalse (em ondas) da sua camada de músculo liso. Esta contração é
HT TH

completamente inconsciente.

Bexiga
Bexiga é o órgão humano no qual é armazenada a urina, que é produzida HT TH

pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Na bexiga é
HT TH HT TH

encontrada a uretra, o ducto que exterioriza a urina produzida pelo organismo . HT TH

A bexiga humana é dividida anatomicamente em: ápice (anterior), corpo,


fundo (posterior)e colo. Sua túnica muscular é composta por músculo liso, possuindo
HT TH

fibras musculares entrelaçadas em todas as direções, originando o músculo


detrussor. A túnica mucosa da maior parte da bexiga vazia é pregueada, mas estas
HT TH

pregas desaparecem quando a bexiga está cheia. A área da túnica mucosa que
reveste a face interna da base da bexiga é chamada de trígono da bexiga. HT TH

200
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O sistema nervoso autônomo parassimpático é o responsável pela contração
HT TH

da musculatura da bexiga, resultando na vontade de urinar.


A capacidade média de uma Bexiga Urinária de um adulto é de 700 a 800ml.

Uretra
Uretra é a denominação dada ao canal condutor da urina, que parte da HT TH

bexiga e termina na superfície exterior do corpo, no pênis ou vulva.


HT TH HT TH

Na mulher, a uretra está logo detrás da sínfise púbica e anteriormente à


vagina e tem apenas 4 cm. Passa no diafragma urogenital que contém músculo
HT TH HT

esquelético sob a forma do esfíncter uretral externo (voluntário). Existem várias


TH HT TH

glândulas parauretrais, análogas femininas da próstata masculina, ativadas na HT TH

função sexual, mas sem função importante (alguma lubrificação). O orifício uretral
externo localiza-se logo acima da vagina, e debaixo do clitóris, protegida pelos HT TH HT TH

grandes lábios da vulva. HT TH

No homem, a uretra têm três regiões:


1. A porção prostática - uretra prostática, dentro desta glândula é
imediatamente após a saída do colo da bexiga (colo vesical). Aqui a uretra recebe os
componentes do esperma dos canais deferentes, dúctulos prostáticos e vesículas
HT TH HT

seminais. Existe um utrículo (equivalente masculino do útero feminino), uma


TH HT TH HT TH

pequena invaginação sem função, nesta porção da uretra.


2. Na porção membranosa, a uretra é rodeada pelo diafragma urogenital, HT TH

com uma densa camada de músculo esquelético (ativado conscientemente) que


constitui o esfíncter externo (voluntário) uretral. Lateralmente a essa porção estão as
glândulas bulbouretrais (de Cowper), uma de cada lado.
HT TH

3. Na porção esponjosa, a mais longa, ela cursa pelo corpo esponjoso do HT TH

pênis. Nesta porção existem glândulas produtoras de muco (muitas pequenas HT TH

glândulas de Littré), que secretam lubrificante sexual. Também é na uretra


HT TH

esponjosa que se abrem os ductos das glândulas bulbouretrais. A uretra na glande HT TH

dilata-se formando a fossa navicular e termina no meato da glande do pênis.


HT TH HT TH HT TH

201
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A função da uretra é propelir a urina desde a bexiga até ao exterior. O seu
esfincter permite o controle consciente por parte do indivíduo do esvaziamento da
bexiga.
No homem a uretra é também a porção terminal do tracto reprodutor. Ela
recebe na sua porção média os espermatozóides dos canais seminíferos e
atravessa a próstata, da qual recebe o líquido viscoso produzido por esta glândula,
que juntamente com os espermatozóides constitui o esperma. O esperma é
propelido pelas contrações peristálticas da camada muscular da uretra no momento
da ejaculação. Na mulher a uretra não tem funções reprodutivas.
HT TH

A existência do esfíncter externo voluntário da uretra permite que entre os


mamíferos o ato da micção passe a ser voluntário, para marcar territórios, ou para
HT TH HT TH

evitar descuidos anti-sociais, por exemplo.

Formação da Urina

A formação da urina inicia-se no glomérulo, onde cerca de 20% do plasma


que entra no rim através da artéria renal são filtrados. Após sua formação, o filtrado
glomerular caminha pelos túbulos renais e sua composição e volume vão sendo
modificados através da reabsorção e secreção tubular existente ao longo do néfron.
Reabsorção tubular renal é o processo de transporte de uma substância do
interior do túbulo para o sangue que envolve o túbulo. Graças à reabsorção tubular,
muitas substâncias depois de filtradas voltam ao sangue que percorre os capilares
peritubulares entrando de novo na circulação sistêmica pela veia renal que sai do
órgão.
Já o mecanismo inverso é denominado secreção tubular, os solutos que
passaram pelos glomérulos e não foram filtrados, vão atravessar uma segunda rede
capilar, peritubular, formada a partir das arteríolas eferentes e/ou serão
transportadas do interior celular para a luz tubular.
Durante o processo de filtração glomerular, o plasma atravessa três
camadas: endotélio capilar, membrana basal e parede interna da cápsula de
Bowman.

202
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Solutos com tamanhos até 14 passam livremente através da membrana
filtrante, acima desse valor, para as moléculas atravessarem essa barreira
dependerá de sua forma, tamanho e carga iônica.
Tanto os capilares renais como os extra-renais permitem a passagem de
moléculas pequenas como às da água (2 de diâmetro), uréia (3, 2,) sódio (4 ),
cloreto (3,5 ) e glicose (7 ). Porém, não permitem a passagem de partículas grandes
como os eritrócitos (80000 ) e/ou a maioria das proteínas plasmáticas.
As macromoléculas que atravessam a parede capilar e não conseguem
atravessar a membrana basal são fagocitadas por macrófagos circulantes.
O fluido que atravessa a membrana glomerular e entra no espaço de
Bowman é um filtrado do plasma e contêm todas as substâncias que existem no
plasma exceto a maioria das proteínas e substâncias que se encontra ligado as
proteínas, como no caso do cálcio circulante (cerca de 40%).
Quando o sangue entra nos rins, através das artérias renais, ele é filtrado
pelos néfrons. Boa parte do líquido, após passar pela cápsula de Bowman e de
desembocar nos túbulos renais, é reabsorvida para corrente sangüínea. O fluido
filtrado retorna pelas veias renais e a urina formada flui para os ductos coletores das
pirâmides renais. Daí a urina flui para os cálices renais, para a pélvis renal e,
finalmente, por meio dos ureteres, chega à bexiga onde fica armazenada até ser
excretada pela uretra.

Hormônios
A permeabilidade à água do segmento final do túbulo distal e do ducto
coletor é regulada pelo hormônio antidiurético (ADH).
O hormônio antidiurético (ADH) é um hormônio protéico produzido no
hipotálamo e armazenado na hipófise. A partir da neuro-hipófise o ADH é liberado
para o sangue.
A principal ação do ADH é regular a tonicidade do fluido extracelular,
aumentando a permeabilidade do ducto coletor cortical e medular à água.

203
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O ADH aumenta a permeabilidade à água pela abertura dos poros nas
células epiteliais do ducto coletor. Pode-se dizer que o ADH é o hormônio da
conservação da água.
Quando o ADH está presente, a água pode equilibrar-se através das
paredes do túbulo distal e do ducto coletor e a urina descendente torna-se mais
concentrada, pois a água é reabsorvida. Como a parede do ducto coletor é muito
permeável à uréia, alguma uréia é reabsorvida. Assim, a urina final que sai do ducto
coletor é reduzida em seu volume e altamente concentrada.
Na ausência de ADH, a porção coletora do túbulo distal e o ducto coletor não
são permeáveis à água e a recuperação de água a partir da urina no ducto coletor é
mínima.
Os 20% da carga filtrada de água que ficam sem ser reabsorvidos na
ausência do ADH correspondem a um débito urinário de cerca de 20 ml/min, um
pouco menos de 30 litros/dia.
Essa quantidade elevada de urina diluída pode ser mantida por breve
período pelo indivíduo normal após beber rapidamente vários litros de água. Porém,
uma lesão da hipófise ou do hipotálamo pode ocasionar a doença denominada
diabetes insipidus, devido ao pouco ou nenhum ADH secretado. Nesta doença há
uma produção elevada de urina diluída.
Níveis normais de ADH levam à produção de cerca de 1litro/dia de urina
concentrada. Quando há pouca ingestão de água ou a sudorese é alta, os níveis
plasmáticos de ADH se elevam e o fluxo de urina diminui, chegando até 0,2 ml/min
ou 300 ml/dia.
Quanto mais elevados os níveis plasmáticos de ADH, mais água pode ser
recuperada, e a urina fica mais concentrada.
Quando os níveis de ADH diminuem, a água que passa pelo ducto coletor
não é reabsorvida, produzindo, assim, grande volume de urina diluída.

OBTENÇÃO DO HISTÓRICO DE SAÚDE


As queixas mais comuns sobre o sistema urinário incluem mudança do
débito, como poliúria, oligúria e anúria, alterações do padrão de micção, como

204
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
hesitação, freqüência, urgência, nicturia e incontinência, padrões da cor da urina e
dor.
Queixa principal
Sempre faça a pergunta geral ao cliente o que fez você procurar os cuidados
médicos?

Histórico atual
Descubra como os sintomas do cliente se desenvolveram e progrediram.
Pergunte há quanto tempo apresenta o problema, como afeta sua vida diária, como
e quando se iniciou e com que freqüência ocorre.
Além disso, pergunte sobre os sinais e sintomas relacionados, como vômitos
e náuseas. Apresenta-se dor, interrogue sobre a localização, irradiação, intensidade
e duração. Alguma coisa precipita ou alivia a dor? Tem utilizado algum
medicamento?

História pregressa
As patologias pregressas e preexistentes podem afetar a saúde do trato
urinário de um cliente. Por exemplo, o cliente já teve uma infecção do trato urinário,
traumatismo renal ou cálculos renais? Os cálculos renais ou o traumatismo podem
alterar a estrutura e função dos rins e da bexiga. Ele apresenta dificuldade para
controlar a urina ou percebe que perde urina ao espirrar, rir, tossir ou ao contrair o
abdome?

História familiar
Para maiores informações sobre os fatores de risco, pergunte ao cliente se
algum parente já recebeu tratamento para distúrbios renais ou cardiovasculares,
diabetes, câncer ou qualquer outra doença crônica.
Principais sinais e sintomas
Explore os principais sinais e sintomas das queixas sobre o sistema urinário:
- Poliúria: aumento do volume urinário acima de 2.500 ml por dia, que pode
HT TH

desenvolver-se após ingestão excessiva de líquidos, terapia diurética ou remoção de

205
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
uma grande obstrução urológica; as patologias subjacentes que causam polaciúria
incluem diabetes melito e diabetes insipido.
- Oligúria: é definida como o volume da urina excretada inferior a 400 ml/dia,
pode ser um sinal de insuficiência renal.
- Anúria: ausência do débito urinária, que pode ser fatal.
- Edema: quando associado a retenção de líquidos e ao equilíbrio eletrolítico,
pode indicar uma disfunção renal, como por exemplo, a nefrite, entretanto uma
patologia não renal, como insuficiência cardíaca, também pode ser responsável.
- Hemáturia: é a perda de sangue pela urina. Tem como definição mais
HT TH HT TH

exata a presença de cinco ou mais eritrócitos (hemácias) por campo na análise


HT TH

microscópica do sedimento urinário, e deve ser confirmada em pelo menos duas


amostras de urina. É um sinal de várias doenças dos rins e do trato urinário,
HT TH HT TH HT TH

podendo ser benigna a letal.


- Urgência urinária: pode indicar presença de cistite, bexiga neurogênica ou
instabilidade vesical, causada por doença obstrutiva precoce.
- Nictúria: é a eliminação de volume aumentado durante a noite. Comum em
pacientes que recebem tratamento com diuréticos, e com idosos, que acumulam
líquido nas pernas durante o dia, e quando se deitam à noite, a corrente sanguínea
retorna grande parte desse fluido para os rins, aumentando a produção urinária.
- Dor: pode ser difícil distinguir a dor de origem urinária da dor por outros
distúrbios.
- Disúria: dor associada à micção, podendo originar-se no períneo, na bexiga
urinária ou na uretra, e ocorrer antes, durante ou após a micção.
- Prurido: coceira que pode ocorrer na insuficiência renal crônica.

EXAME FÍSICO DO SISTEMA URINÁRIO


Inspeção
Cliente deitado em decúbito dorsal e relaxado, a examinadora inspeciona o
abdome, observando o seu formato, que normalmente deve ser plano. Se for viável,
também se deve inspecionar o aspecto da urina, solicitando que o cliente urine num

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
papagaio ou comadre, e após transferi-la para um frasco de vidro transparente e
limpo, observa-se a sua coloração, aspecto e odor.

Palpação
A palpação do abdome deve ser realizada em duas etapas, sendo uma
superficial e outra profunda. A bexiga pode ser palpada na região suprapúbica
somente se estiver bem cheia e apresentar dor.

Percussão
Com o cliente deitado e relaxado, a examinadora percute os quatro
quadrantes do abdome do cliente, estando atenta à variedade de sons encontrados,
principalmente na região suprapúbica, na qual, se a bexiga estiver bem cheia, pode-
se encontrar som maciço.

AVALIAÇÃO DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO


O aparelho reprodutor feminino consiste em estruturas externas e internas.

Genitália Externa
A genitália externa, conhecida como vulva consiste em duas pregas
carnudas de pele: a mais externa e grossa são os grandes lábios e a mais interna e
delicada os pequenos lábios. Normalmente estão unidos de forma a proteger a
abertura vaginal, mas se forem afastados revelam os restantes órgãos sexuais
externos da mulher.
Numa mulher que nunca tenha tido relações sexuais, uma fina membrana, o
hímen, rodeia a abertura da vagina, tornando-a ainda menor. É muito raro que o
hímen bloqueie totalmente a vagina, mas se tal acontecer é necessária à realização
de uma pequena cirurgia.
Logo acima da abertura vaginal, num pequeno montículo carnudo, localiza-
se a abertura da uretra, ainda rodeada pelos pequenos lábios.

207
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Do lado oposto da abertura vaginal encontram-se as aberturas das glândulas
de Bartolini, que produzem um fluido lubrificante da vagina durante o ato sexual.
O clitóris é, para todos os efeitos, um pequeno pênis. Apresenta a mesma
estrutura básica com 3 tubos de tecido esponjoso ao longo do seu comprimento e,
quando a mulher é estimulada sexualmente, também fica ereto. É extremamente
sensível ao toque devido ao grande número de terminações nervosas, tal como a
glande do pênis do homem.

Fonte: www.tiosam.com

Estruturas Reprodutoras Internas


U

As estruturas internas consistem na vagina, útero, ovários e tubas ovarianas


ou de Falópio.

Vagina
A vagina tem a forma de um tubo e tem geralmente cerca de 10 centímetros
de comprimento. A sua extremidade inferior, que abre na vulva vai até o colo.
Anteriormente a ela estão à bexiga e a uretra e, posteriormente, encontra-se o reto.
As paredes, anterior e posterior da vagina normalmente se tocam. A parte superior
da vagina, o fórnice, circunda o colo.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Útero
O útero, um órgão muscular em formato de pêra, tem cerca de 7,5 cm de
comprimento por 5 cm de largura em sua parte superior. Suas paredes possuem
cerca de 1,25 cm de espessura. Situa-se posteriormente à bexiga e são mantidos
nessa posição por diversos ligamentos, dentre eles, os ligamentos redondos, largos
e uterossacrais.
O útero apresenta duas partes: o colo, que se projeta para dentro da vagina,
e uma parte superior maior, o fundo ou corpo, que é coberto posteriormente e, em
parte anteriormente pelo peritônio. A porção interna triangular estreita-se até um
pequeno canal no colo, que possui constrições em cada extremidade, referidas
como óstio interno e óstio externo. As partes superiores do útero são chamadas de
cornos. A partir destes, as tubas uterinas estendem-se para fora, sendo suas luzes,
internamente, contínuas com a cavidade uterina.

Ovários
Os ovários são órgãos sexuais femininos. Eles têm uma região medular rica
em vasos e a cortical, onde se localizam os folículos. Eles têm a forma de amêndoa,
medindo até 5 cm em seu maior diâmetro e possui uma espessura máxima de 1,5
centímetro.
Sua região medular contém numerosos vasos sanguíneos e regular
quantidade de tecido conjuntivo frouxo, e a cortical, onde predominam os folículos
ovarianos, contendo os ovócitos.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Fonte: www.adolec.br

OBTENÇÃO DO HISTÓRICO DE SAÚDE


Realize o interrogatório em ambiente confortável que proteja a privacidade
da cliente.

Queixa principal
As queixas mais comuns sobre o sistema reprodutor são dor, descarga
vaginal, sangramento uterino anormal, prurido e infertilidade. Para obter os dados
mais completos sobre esses problemas, explore a história familiar e história
reprodutiva.

História menstrual e uso de métodos anticoncepcionais


Algumas questões podem ser usadas para avaliar a história menstrual e o
uso de anticoncepcionais. Pergunte sobre:
• Idade da menarca
• Data do primeiro dia da última menstruação
• Em quantos dias ocorre sua menstruação
• Quanto tempo dura a menstruação
• Quantidade do fluxo menstrual

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Se tem dores durante a menstruação
• Uso de anticoncepcional, qual e desde que idade

História do sistema reprodutor


Para obter informações sobre a história do sistema reproduto da cliente, faça
perguntas sobre:
• Relação sexual, freqüência e número de parceiros
• Dor e sangramento durante ou após as relações
• Realização do exame papanicolau, se afirmativo, os resultatdos
• Já teve DST, ou alguma infecção genital
• Já teve problemas para engravidar
• Já teve aborto espontâneo ou provocado
• Já engravidou, tipo de partos

História familiar
Como alguns problemas reprodutores tendem a ser familiares, pergunte à
cliente sobre antecedentes reprodutores familiares.

EXAME FÍSICO DO SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO


Inspeção
Na genitália, inspecionar os grandes e pequenos lábios, observando o tecido
epidérmico dos grandes lábios, com os folículos pilosos característicos da pele,
simetria, coloração, integridade do tecido e presença de secreção. Observar também
tamanho e forma do clitóris, presença de secreção no meato uretral, observar o
intróito vaginal e períneo.
Para a realização do exame da genitália, deve-se primeiramente solicitar
para a paciente que esvazie a bexiga e se posicione em decúbito dorsal com os
quadris e joelhos flexionados e os calcanhares próximos. Ajudá-la a abduzir as
coxas permitindo assim acesso adequado a genitália externa. Utilizar um lençol para
cobrir o abdome e o púbis. A examinadora deve utilizar luvas em ambas as mãos e
sentar-se na extremidade do leito. Observar a quantidade e distribuição dos pelos de

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
acordo com a faixa etária, aspecto e alterações da pele. O formato da distribuição
dos pêlos é comum triângulo invertido, em que a base é a borda superior da sínfise
púbica que se estende até as superfícies externas dos grandes lábios. Sua
quantidade é variável de mulher para mulher. A pele é mais pigmentada que outras
partes do corpo.
Grandes lábios: inspecionar as características dos grandes lábios,
separando-os delicadamente com os dedos da mão esquerda e observar a face
medial, que deve ser rosada, discretamente úmida e simétrica. Pequenos lábios:
inspecionar as características dos pequenos lábios, quanto à simetria. Continuar o
exame, colocando o polegar e indicador da mão não dominante na parte interna dos
pequenos lábios e afastar os tecidos que são mais finos que os grandes lábios, com
mucosa úmida, rosa-escura. Prosseguir o exame, palpando-os pequenos lábios com
a outra mão, utilizando o polegar e o indicador. O tecido mostra-se macio e sem
sensibilidade.
Clitóris: observar tamanho e aspecto, verificando presença de corrimento,
irritação ou inflamação. Geralmente o seu tamanho é variável, não ultrapassando 2
cm de comprimento e 0,5 cm de diâmetro.
Meato urinário: observar sua cor e posição, que normalmente se localiza
anterior ao orifício vaginal e é rosado, parecendo uma fenda ou abertura irregular na
linha média e presença de secreção.
Intróito vaginal: ainda com os pequenos lábios separados, continuar o
exame, inspecionando o intróito vaginal em relação ao seu aspecto, que geralmente
apresenta-se como uma fenda vertical fina.

Exame especular
Serve para avaliar o canal vaginal, de acordo com a amplitude,
comprimento, elasticidade e superfície, e o colo uterino, a forma, volume, superfície,
orifício externo e a direção.
Examine a cérvice quanto à cor, posição, tamanho, forma, integridade da
mucosa e à presença de descarga. A cérvice deve ser lisa e arredondada. A
abertura central da cérvice, ou óstio cervical, é circular a mulher que não tenha dado

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
a luz por parto vaginal e é uma fenda horizontal na mulher que tenha tido um parto
vaginal.
É normal a visualização de uma descarga líquida e transparente durante a
ovulação e uma descarga discretamente sanguinolenta imediatamente antes da
menstruação. Descargas abundantes, com odor e cor são achadas anormais. Deve-
se obter uma amostra para o exame Papanicolau, e amostras para culturas de
infecção sexualmente transmitida.

Palpação
O examinador realiza o toque vaginal bimanual com a mulher na posição em
pé. O exame é realizado com o indicador e o dedo médio da mão, lubrificada e
enluvada, esses dedos são colocados no orifício vaginal, enquanto os outros dedos
são mantidos afastados, com o polegar completamente aduzido. Os dedos são
avançados verticalmente ao longo do canal vaginal, sendo então palpada a parede
vaginal. Qualquer parte firme da parede pode apresentar resquício de tecido
cicatricial devido a trauma de parto, mas também pode exigir avaliação adicional.

AVALIAÇÃO DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO


O sistema reprodutor masculino é formado por:
• Testículos ou gônadas
• Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra.
• Pênis
• Escroto
• Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas
bulbouretrais.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Fonte: http://www.afh.bio.br/reprod/reprod1.asp
HT TH

Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um


emaranhado de tubos, os ductos seminíferos Esses ductos são formados pelas
células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a
formação dos espermatozóides. Em meio aos ductos seminíferos, as células
intersticiais ou de Leydig (nomenclatura antiga) produzem os hormônios sexuais

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos
órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários:
• Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba
masculina e o pêlo pubiano.
• Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do
sebo.
• Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a
puberdade, pelo aumento do tamanho das fibras musculares.
• Ampliam a laringe e torna mais grave a voz.
• Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior,
protegendo contra a osteoporose.
Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os
espermatozóides são armazenados.
Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a
bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas
seminais.
Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será
liberado no ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e
espermatozóides, entrarão na composição do sêmen. O líquido das vesículas
seminais age como fonte de energia para os espermatozóides e é constituído
principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não protéico,
cloretos, colina (álcool de cadeia aberta considerado como integrante do complexo
vitamínico B) e prostaglandinas (hormônios produzidos em numerosos tecidos do
corpo. Algumas prostaglandinas atuam na contração da musculatura lisa do útero
na dismenorréia – cólica menstrual, e no orgasmo; outras atuam promovendo
vasodilatação em artérias do cérebro, o que talvez justifique as cefaléias – dores
de cabeça – da enxaqueca. São formados a partir de ácidos graxos insaturados e
podem ter a sua síntese interrompida por analgésicos e antiinflamatórios).
Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secretam
substâncias alcalinas que neutralizam a acidez da urina e ativam os
espermatozóides.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é
lançada dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos
espermatozóides. Também tem função na lubrificação do pênis durante o ato
sexual.
Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino,
sendo formado por dois tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um
corpo esponjoso (envolve e protege a uretra). Na extremidade do pênis encontra-
se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra. Com
a manipulação da pele que a envolve - o prepúcio - acompanhado de estímulo
erótico, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjosos, com sangue,
tornando-se rijo, com considerável aumento do tamanho (ereção).
O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o
esmegma (uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que
consiste principalmente em células epiteliais descamadas que se acumulam
debaixo do prepúcio). Quando a glande não consegue ser exposta devido ao
estreitamento do prepúcio, diz-se que a pessoa tem fimose.
A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos
na entrada da bexiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre
no sêmen e nenhum sêmen entre na bexiga. Todos os espermatozóides não
ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.
Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozóide leva cerca
de 70 dias para ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na
temperatura normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte
externa do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação
(aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura
geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal.

OBTENÇÃO DO HISTÓRICO DE SAÚDE


Geralmente, as queixas mais comuns relativas ao sistema reprodutivo são
secreção peniana, impotência, infertilidade e massas, dor e hiperestesia no escroto
ou na região inguinal.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Queixa principal
Pergunte ao cliente sobre sua queixa principal. Se ele conseguir identificar
uma única queixa, faça perguntas mais específicas sobre o estado de saúde
pregresso e atual.

Histórico atual
Faça perguntas sobre alterações na cor da pele do pênis ou escroto,
surgimento de feridas, caroços ou úlceras no pênis, secreção ou sangramento pelo
orifício do pênis, edema de escroto, presença de dor no pênis, testículo ou bolsa
escrotal, caroço ou ferida dolorosa na virilha.

História pregressa
As informações relativas as doenças pregressas do cliente são importantes;
problemas pregressos dos sistema reprodutivo ou disfunções de outros sistemas do
corpo podem afetar a função reprodutiva.
Sempre perguntar sobre:
• Se já teve filhos
• Se teve problema de infertilidade
• Se já fez cirurgia do sistema geniturinário
• Se já sofreu algum traumatismo no trato geniturinário
• Se tem sangue na urina, se sente dor ao urinar
• Se teve DST, se afirmativo, se fez tratamento
• Se teve caxumba, se afirmativo se afetou os testículos
• Se é sexualmente ativo, quantos parceiros no último mês
• Se toma precauções para evitar DSTs ou AIDs
• Se tem dificuldades sexuais

História familiar
As perguntas relativas à história de saúde familiar podem fornecer indícios
de distúrbios com predisposição familiar comprovada. Pergunte ao cliente se algum

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
membro da família teve problemas de infertilidade ou hérnias. Pergunte também se
alguém da sua família teve câncer do trato reprodutivo.

EXAME FÍSICO DO SISTEMA REPRODUTIVO MASCULINO


Pode ser realizado com o paciente na posição de pé ou deitado e é
necessária a completa exposição da região da virilha e da genitália. Para a
realização dessa avaliação a examinadora deve utilizar luvas e o local do exame
precisa ser bem iluminado.

Inspeção e Palpação
Durante a inspeção devem-se observar a característica e a distribuição dos
pêlos pubianos, que se iniciam na base do pênis sobre a sínfise púbica, sendo
grossos e encaracolados. Continuando pela inspeção da pele que cobre a genitália à
procura de pedículos, erupções, escoriações ou lesões, normalmente a pele é clara,
sem lesões.
A inspeção e palpação específica de cada órgão da genitália masculina são
realizadas com os seguintes procedimentos.

Pênis:
U U

Observar o tamanho, que é muito variável e a forma do pênis, sendo


geralmente flácido, sem curvaturas e de forma cilíndrica. Para inspecionar as
estruturas do pênis será necessário manipulá-lo se o paciente não for circuncidado,
o que deve ser feito com delicadeza para evitar desconforto. Primeiramente
inspecionar a veia dorsal que é proeminente ao longo da linha média dorsal. Retirar
o prepúcio ou solicitar que o cliente o faça.
Essa retração deve ser lisa e indolor. Quando o homem não circuncidado,
após a retração do prepúcio, observa-se um traço de esmegma que é um líquido
branco indolor e cremoso sobre a glande, parecido com coalho. No homem
circuncidado, a glande estará exposta e sem esmegma. Após a retração de o
prepúcio inspecionar a glande e o meato urinário. Observar a glande em torno de
toda sua circunferência que normalmente é lisa e rosa sem lesão. Inspecionar a

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
posição do meato urinário externo, que tem a forma de uma fenda que se estende
no pólo ventral da glande e geralmente apresenta-se como uma mucosa saudável,
rosa brilhante. Ao examiná-lo, devem se usar o dedo indicador e o polegar para
comprimir o meato, abrindo-o delicadamente. Palpar toda extensão do pênis,
apreendendo-o com o dedo polegar e os dois primeiros dedos da parte dorsal,
ventral e nas laterais para perceber quaisquer áreas localizadas de endurecimento
ou sensibilidade.

Saco escrotal:
U U

Palpar delicadamente o saco escrotal, observando o seu tamanho, cor


forma, simetria, e presença de lesões ou edema. Afastá-lo, para poder observar a
superfície posterior. Solicitar que o paciente eleve o pênis para cima em direção à
sínfise púbica para poder palpar delicadamente os testículos entre o polegar e os
dois primeiros dedos, inspecionando tamanho, forma, e consistência. Certificar-se
antes que suas mãos estejam aquecidas. Comparar o testículo direito com o
esquerdo, observando que o esquerdo fica em posição inferior ao direito. Eles são
sensíveis à compressão delicada, mas não deve doer, portanto é necessário que
durante o exame observar a expressão facial do cliente.

Testículos:
U U

Os testículos são ovais e medem cerca de 1 a 2,5 cm de diâmetro, tem


consistência elástica e mole, isto é, apresentam-se como se fossem bolas de
borracha e são lisos sem presença de nódulos. Em seguida palpar o epidídimo, com
as mãos posicionadas da mesma maneira que palpou os testículos, que é percebido
como uma estrutura alongada e lisa, como um cordão na superfície postero-lateral
do testículo.
Continuar o exame, com os dedos polegar e indicador, palpando o ducto
deferente separadamente, à medida que forma o cordão espermático na direção do
anel inguinal externo. Ele possui cerca de 3 mm de diâmetro fino, redondo e não
doloroso a palpação.

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Solicitar que o paciente fique em pé e posicionar-se sentado em frente a ele,
pedindo que ele faça força para baixo ou tussa, inspecionando ambas as áreas
inguinais a procura de abaulamentos.

Próstata:
U U

A palpação é realizada através do toque retal. A examinadora solicita que o


paciente deite-se na posição genipeitoral ou lateral de Sims e com a mão não
dominante afasta as nádegas e com o dedo indicador da mão dominante, enluvada
e lubrificada. Introduza delicadamente no orifício girando de modo que o dedo palpe
a parede retal anterior, sentido a próstata que se apresenta como uma estrutura
arredondada em forma de coração com dois e meio a quatro centímetros de
diâmetro. Divididas em dois lobos, por um pequeno sulco, de consistência firme e
não sensível, como se fosse borracha.

AVALIAÇÃO DAS MAMAS

MAMAS
As glândulas mamárias, que têm como principal função a secreção do leite,
estão situadas na parede anterior do tórax e se compõem de:
• Ácino - menor parte da glândula e responsável pela produção do leite
durante a lactação;
• Lóbulo mamário - conjunto de ácinos;
• Lobo mamário - conjunto de lóbulos mamários que se liga à papila
através de um ducto;
• Ductos mamários - em número de 15 a 20 canais, conduzem a
secreção (leite) até a papila;
• Tecido glandular - conjunto de lobos e ductos;
• Papila - protuberância elástica onde desembocam os ductos mamários;
• Aréola - estrutura central da mama onde se projeta a papila;

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• Tecido adiposo - todo o restante da mama é preenchido por tecido
adiposo ou gorduroso, cuja quantidade varia com as características físicas, estado
nutricional e idade da mulher.

Fonte: www.jornalevolucao.com.br
HT TH

Como as mamas mudam com a idade


As mamas femininas passam por várias transformações durante o ciclo de
vida. O aspecto começa a mudar durante a puberdade e continua mudando durante
toda a vida reprodutiva, a gravidez e a menopausa.

Puberdade
Na fase da puberdade (dos 8 aos 15 anos), o crescimento das mamas se dá
em função do desenvolvimento glandular e da deposição aumentada de tecido
adiposo. Há também um acréscimo de aréolas e papilas mamárias nesse estágio. O
tamanho e a forma das mamas resultam de fatores genéticos, raciais e alimentares.
O contorno arredondado e a maior parte do volume das mamas são produzidos
pelos lóbulos de gordura.

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Gravidez
Durante a gravidez, ocorre um acréscimo de glândulas mamárias e a
formação de um novo tecido glandular. O aumento do volume mamário observado
na maioria das mulheres durante o ciclo menstrual deve-se à produção aumentada
dos hormônios gonadotrópicos (hormônio estimulador do folículo – FSH – e do
hormônio luteinizante – LH ).

Menopausa
Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário atrofia-se, sendo
substituído progressivamente por tecido adiposo, até se constituir – quase que
exclusivamente – de gordura e resquícios de tecido glandular na fase pós-
menopausa.
Conseqüência direta do acúmulo de gordura observado é a redução na
densidade e na firmeza em mamas de mulheres na fase pós-menopausa, em
comparação com mulheres mais jovens, que apresentam uma maior quantidade de
tecido glandular.

OBTENÇÃO DO HISTÓRICO DE SAÚDE


Durante a entrevista, estabeleça uma boa relação com a cliente, explicando
o que será realizado. A quantidade e qualidade das informações dependem da sua
relação com a cliente.
Queixa principal
As queixas principais sobre as mamas incluem dor, descarga mamilar e
exantema, nódulos, massas ou outras alterações. Queixas como estas –
independentemente de ocorrerem em homens ou mulheres – merecem investigação
mais detalhada.
Para investigar essas queixas, pergunte sobre o início, duração e a
gravidade. Em mulheres, pergunte em que dia do ciclo menstrual ocorre os
sintomas, e o que piora ou alivia a dor.

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A dor mamária (mastalgia) comumente resulta de doença benigna da mama.
Também pode resultar de cortes superficiais, furúnculos, contusões, fissuras nos
mamilos e inflamação dos ductos capilares e aréolas.
Em mulheres, o aumento da sensibilidade mamária pode ocorrer antes da
menstruação e durante a gravidez.
Em homens, a mastalgia pode ser causada por ginecomastia, especialmente
durante a puberdade.
Nódulo ou massa pode ser encontrado em qualquer parte da mama,
incluindo a axila. Os nódulos mamários são sinais ginecológicos comumente
relatados e tem duas causas primárias: doença mamária benigna e câncer.

Histórico atual
Como algumas mudanças mamárias fazem parte normal do envelhecimento,
pergunte a idade do cliente. Se ela observou alterações nas mamas, descrevendo
detalhadamente. Quando ocorreram essas alterações? Apresenta-se dor nas
mamas, aumento de sensibilidade, descarga ou exantema. Se forem observados
problemas ou mudanças nas axilas.
Pergunte sobre o uso de anticoncepcionais, sobre dieta, uso de bebidas
alcoólicas e cigarros.

História pregressa
Pergunte a cliente se já teve massas nas mamas, se já realizou biopsia ou
cirurgia nas mamas. Se já teve câncer de mama, fibroadenoma ou doença
fibrocistica, pergunte com detalhes, quando ocorreu e tratamento usado.
Pergunte sobre o ciclo menstrual, se já engravidou, se teve complicações e
se amamentou.

História familiar
Pergunte se alguém da família teve problemas de mamas, especialmente
câncer de mama.

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EXAME FÍSICO DA MAMA

A privacidade é essencial em respeito à exposição do corpo, à manutenção


da atitude profissional e desempenho rápido, eficiente e gentil do examinador.

Inspeção
Inspeção estática: a mulher deve estar sentada com os MMSS ao longo do
U U

corpo e tronco desnudo.


Inspeção dinâmica: a mulher deve elevar os MMSS acima da cabeça e após
U U

fixar as mãos no quadril.


Observar simetria, volume, forma, consistência, contorno, modificações da
pele e mamilos.
1 – localização: entre o 2º e o 6º espaço intercostal e entre a linha
paraesternal e axilar anterior.
2 – divisão: deve ser dividida em quatro quadrantes.
3 – forma: globosa, periforme, plana e pendente.
4 – mamilos: protuso, semiprotuso, pseudo invertido, invertido e hipertrófico.

Palpação
Deverá ser realizada com movimentos suaves a fim de não causar dor,
utilizando as polpas digitais.

Gânglios supra e infraclaviculares:


U U

A mulher deve estar deitada com o braço repousado sobre as laterais do


corpo, possibilitando o relaxamento da musculatura peritoneal.
Alterações: caso sejam palpáveis, anotar número, tamanho, consistência,
mobilidade e localização.

Gânglios axilares e mamas:


U U

A mulher deve estar deitada, com os MMSS elevados e fletidos com as


mãos sob a nuca.

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Proceder e apalpação dos gânglios axilares. As mamas devem ser palpadas
iniciando-se pelo quadrante superior externo, seguindo direção horária.
Alterações: na presença de massas, observar:
Localização, consistência (edematosa, cística, firme, endurecida, e macia),
mobilidade (fixa ou móvel, tamanho, textura (uniforme, nodular e granular) e
presença de dor).
Expressão: realiza-se a expressão do mamilo executando uma pressão
moderada, avaliando a existência de secreção não relacionada com a lactação ou
gravidez.
Alterações: secreções serosas, serossanguinolenta e purulenta.

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GLOSSÁRIO

ABSCESSO: lesão, em geral purulenta, localizada no interior de um tecido


ou órgão qualquer.
ACOLIA: fezes brancas.
ALOPÉCIA: perda de cabelos, parcial ou total.
AMAUROSE: cegueira.
AMENORRÉIA: ausência de menstruação.
ANALGESIA: perda da sensibilidade dolorosa.
ANASARCA: edema generalizado.
ANESTESIA: perda completa da sensibilidade térmica, tátil e dolorosa.
ANICORIA: desigualdade dos diâmetros pupilares.
ANOREXIA: falta de apetite.
ANÓXIA: ausência de oxigênio.
ANÚRIA: ausência de eliminação de urina.
ARRITMIA: distúrbio do ritmo cardíaco, que provoca alteração na freqüência,
no ritmo ou ambos.
ARTRALGIA: dor nas articulações.
ASCITE: acúmulo de líquido na cavidade abdominal.
ASSISTOLIA: parada das contrações cardíacas.
ASTENIA: fraqueza e falta de força.
APNÉIA: ausência de movimentos respiratórios.
ATAXIA: perda da coordenação motora.
ATELECTASIA: colapso do parênquima pulmonar provocado por obstruções
dos brônquios, determinando o fechamento dos alvéolos.
ATEROMA: depósito lipídico que se forma na parede interna das artérias;
pode se calcificar ou ulcerar.
ATEROSCLEROSE: tipo de doença, caracterizado pelo acúmulo anormal de
substâncias e tecido fibroso nas paredes das artérias.
ATONIA: perda do tônus muscular.
ATROFIA: processo regressivo que leva ao adegalçamento da epiderme
sem perda de substância cutânea.

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AVC/AVE: acidente vascular cerebral ou acidente vascular encefálico.
BACTERÍURIA: presença de bactérias na urina.
BAQUETEAMENTO DIGITAL: dedos com aumento bulboso da falange
terminal, unha recurvada, com ou sem alteração óssea.
BEXIGA NEUROGÊNICA: bexiga em estado de disfunção devido a trauma
neurológico.
BOLHA: lesão de conteúdo líquido que tem mais de 0,5 cm de diâmetro.
BRADPNÉIA: diminuição da freqüência respiratória.
CARDIOPATIA: doença relacionada ao coração.
CARDIOMEGALIA: aumento no tamanho do músculo cardíaco.
CERATINIZAÇÃO: o mesmo que queratinização. É o desenvolvimento de
uma qualidade córnea em um tecido.
CIANOSE: cor arroxeada, azulada que aparece na pele e nas mucosas
quando o sangue oxigenado é insuficiente.
CICATRIZ: tecido conetivo fibroso que substitui tecido destruído. Quando
recente é mole e vermelha, mas tende a tornar-se avascular, dura e retraída após
algum tempo.
COLECISTITE: processo inflamatório da vesícula biliar.
COLEDOCOLITÍASE: presença de cálculos ou litíase no colédoco.
CONSTIPAÇÃO: retenção de material fecal.
DIPLOPIA: visão dupla
DISFAGIA: dificuldade em deglutir
DISMENORRÉIA: menstruação dolorosa
DISPNÉIA: dificuldade respiratória
DISQUESIA: dificuldade ao defecar
DISÚRIA: micção dolorosa
DIURESE: secreção urinária
EDEMA: acúmulo anormal de líquidos no espaço intersticial
EMBOLIA: ocorre quando um êmbolo se desloca através de um vaso e o
oclui. Quando carregado para o coração, é forçado para a artéria pulmonar,
causando embolia pulmonar.

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ÊMBOLO: corpo estranho na corrente sanguínea, geralmente um coágulo
sanguíneo que se deslocou do ponto original.
EMPIEMA: presença de pus no espaço intrapleural.
ENTERORRAGIA: eliminação de sangue vivo pelo ânus.
ENURESE: micção involuntária de origem psicogênica.
EPISTAXE: sangramento nasal.
EQUIMOSE: manchas arroxeadas de tamanho variável, devido a
extravasamento de sangue nos tecidos subcutâneos.
ERITEMA: vermelhidão congestiva da pele.
ERUCTAÇÃO: eliminação de gases sob a forma ruidosa através da boca.
ESCORIAÇÃO: ruptura da pele causada por traumatismo.
ESTEATORRÉIA: fezes com gordura.
EUPNÉIA: respiração normal.
EXPECTORAÇÃO: eliminação, por meio de tosse, de material contido na
árvore brônquica.
FECALOMA: massa compacta de matéria fecal de consistência dura que se
forma em casos de constipação.
FISSURA: rachadura, lesão linear na pele ou úlceras nas mucosas.
FLATULÊNCIA: sensação desagradável de presença de gases em excesso
no intestino.
FLEBITE: inflamação de uma veia.
GALACTOCELE: cisto de retenção causada por obstrução de um ou mais
ductos mamários.
GLICOSÚRIA: presença de glicose na urina.
GLOBO VESICAL: referente ao aumento da bexiga devido à presença de
urina.
GLOSSITE: inflamação na língua.
HÁLITO CETÔNICO: hálito caracterizado por odor de corpos cetônicos
(cheiro de acetona)
HALITOSE: odor desagradável na boca; mau hálito.
HEMATÊMESE: vômitos com presença de sangue.

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HEMATOMAS: coleção localizada de sangue, parcial ou totalmente
coagulada.
HEMATÚRIA: presença de sangue na urina.
HEMIPARESIA: diminuição de força de um lado do corpo.
HEMIPLEGIA: paralisia de um lado do corpo.
HEMOPTOSE: eliminação de sangue pela boca, proveniente do sistema
respiratório.
HEMORRAGIA: saída de sangue para fora dos vasos sanguíneos.
HIPERALGIA: aumento da sensibilidade dolorosa.
HIPERCAPNIA: níveis de gás carbônico, nos tecidos, acima do normal.
HIPERESTESIA: aumento ou excesso de sensibilidade m determinada
região.
HIPERMENORRÉIA: aumento do fluxo menstrual.
HIPERPLASIA: é um crescimento quantitativo de células em um
determinado tecido. É uma resposta normal quando existe uma necessidade
fisiológica e anormal quando o aumento excede a necessidade.
HIPEROXIA: excesso de oxigênio.
HIPOALGIA: diminuição da sensibilidade dolorosa.
HIPOESTESIA: é a perda ou diminuição de sensibilidade em
determinada região
HIPOVOLEMIA: diminuição do volume de líquidos do corpo.
HIPOXEMIA: diminuição do teor de oxigênio nos tecidos.
HIPÓXIA: estado de deficiência de oxigênio nos tecidos.
IMUNODEFICIÊNCIA: diminuição da capacidade do sistema
imunológico de proteger o organismo contra a ação de agentes patogênicos.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA: incapacidade de reter urina.
ISOCORIA: igualdade do diâmetro pupilar.
ISQUEMIA: falta de suprimento sanguíneo para preencher as necessidades
dos tecidos.
LETARGIA: sonolência patológica ou torpor mental.

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LEUCOPENIA/ LEUCOCITOPENIA: diminuição do número de
leucócitos no sangue.
LEUCORRÉIA: corrimento vaginal esbranquiçado.
LIPOTIMIA: sensação de desfalecimento súbito sem perda da
consciência.
MÁCULA: mancha, alteração na cor da pele, não há saliência.
MASTALGIA: dor na glândula mamária.
MASTITE: inflamação na mama.
NÓDULO: saliência sólida de tamanho variável, maior que uma pápula e que
atinge a hipoderme.
OLIGOMENORRÉIA: diminuição do número de menstruações.
OLIGORRÉIA: diminuição do fluxo menstrual.
OLIGÚRIA: diminuição da quantidade de urina.
ORTOPNÉIA: dificuldade de respirar, exceto quando em posição ereta ou
sentada.
OSTALGIA: dor em um osso.
OSTEOMETRIA: estudo das proporções e medidas do esqueleto.
OSTEOMIELITE: infecção no osso.
OSTEOSUTURA: sutura de um osso.
OTALGIA: dor de ouvidos.
OTOESCLEROSE: condição caracterizada por surdez crônica e progressiva,
causada pela formação anormal de osso esponjoso no labirinto, resultando em
bloqueio da transmissão sonora.
OTORRÉIA: corrimento de líquido seroso, de muco ou de pus através do
conduto auditivo externo.
PÁPULA: lesão sólida, que atinge a espessura da epiderme, devendo ter no
máximo 1 cm de altura.
PARAPLÉGIA: paralisia de dois membros paralelos.
PARESIA: diminuição da força muscular, de causa neurológica, sem chegar
à paralisia.

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PARESTESIA: qualquer sensação desagradável espontânea (agulhada ou
formigamento), que não seja dor.
PERFUSÃO: processo pelo qual o oxigênio é transportado dos pulmões para
os tecidos, e o gás carbônico sai dos tecidos para os pulmões.
PERIORBITAL: região em torno da órbita ocular.
PERITONSILIAR: localizado em torno das tonsilas.
PETÉQUIAS: diminutivas manchas hemorrágicas, puntiformes, do tamanho
de uma cabeça de alfinete, espalhadas na pele.
PIÚRIA: presença de pus na urina.
PLAQUETOCITOSE: aumento de plaquetas no sangue.
PLAQUETOPENIA: diminuição de plaquetas no sangue.
POLACIÚRIA: micção muito freqüente com pouca quantidade.
POLICITEMIA: o aumento no número de hemácias (o mesmo que eritrócitos
e glóbulos vermelhos) no sangue.
POLIDPISIA: sede excessiva.
POLIFAGIA: fome excessiva.
POLIMENORRÉIA: menstruações anormalmente freqüentes.
POLIÚRIA: excessiva quantidade de urina em 24 horas.
PRURIDO: coceira.
PRURIGINOSO: condição que tem prurido.
PTOSE: prolapso, depressão ou queda de um órgão ou de uma parte do
corpo.
PÚSTULA: lesão de conteúdo líquido (pus) em seu interior.
REAÇÃO IMUNOLÓGICA: reação específica antígeno-anticorpo; reação de
tecidos vivos a material estranho.
REGURGITAÇÃO: eliminação, sem esforços, de pequena quantidade de
alimento proveniente do estômago ou esôfago.
RESÍDUO URINÁRIO: volume restante de urina na bexiga logo após a
micção.
RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA: força que se opõe ao fluxo
sanguíneo através dos vasos.

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RETENÇÃO URINÁRIA: incapacidade de liberar urina de dentro da bexiga.
SIALORRÉIA: aumento da salivação.
SÌNCOPE: desmaio ou desfalecimento; abolição temporária da consciência
por hipoxia cerebral.
SURFACTANTE: substância lipoprotéica que tem a função de impedir o
colabamento dos alvéolos pulmonares.
TAQUICARDIA: aumento da freqüência cardíaca.
TAQUIPNÉIA: aumento da freqüência respiratória.
TELANGIECTASIAS: dilatação de grupos capilares, que formam manchas
salientes, de cor vermelho-escuro, semelhantes a verrugas, de tamanho variável
entre 1 e 7 mm.
TENESMO: sensação dolorosa no reto ou na bexiga com desejo imperioso
de defecar ou urinar, porém sem resultado satisfatório.
TETRAPLEGIA: paralisia dos quatro membros.
TROMBOFLEBITE: inflamação de um vaso causada por um trombo.
TROMBOSE: afecção na qual existe um vaso trombosado.
ÚLCERA: solução de continuidade na qual são atingidas a epiderme e a
derme.
VENTILAÇÃO: conjunto de fenômenos físicos e mecânicos que permitem as
trocas gasosas.
VERRUGA: lesão de superfície áspera devida à hipertrofia das papilas
dérmicas.
VESÍCULA: lesão de conteúdo líquido que atinge apenas a epiderme e tem
no Maximo 0,5cm.

-----------FIM DO MÓDULO V-----------

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANDRIS, Deborah A. et al. Semiologia: Bases para a Prática Assistencial.


Traduzido por Carlos H. Cosendey; 1ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

BARROS, Alba Lúcia Botura Leite & cols. Anamnese e Exame Físico: avaliação
diagnóstica no adulto. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

CARPENITO, Lynda Juall. Diagnóstico de Enfermagem: aplicação à prática


clínica. 6. ed. Porto Alegre: Artes Médicas. 1997. 812p.

HORTA, Wanda de Aguiar. Processo de Enfermagem. São Paulo: ed. Pedagógica


e Universitária Ltda - EDUSP, 1979.

MENEGHELLI UG & MARTINELLI ALC. Princípios de semiotécnica e de


interpretação do exame clínico do abdômen. Medicina, Ribeirão Preto, 37: 267-
285, jul./dez 2004.

PORTO, Celmo Galeno. Semiologia Médica. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara
Koogan, 1997.

POSSARI, João Francisco. Prontuário do paciente e os registros de


enfermagem. 1ªed.São Paulo: Iátria, 2005.

POSSO, Maria Belén Salazar. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. São


Paulo: Atheneu, 2002.

SMELTZER, S. C. ; BARE, B. G. Tratado de Enfermagem médico-cirúrgica. 9. ed.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

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VANNUCCHI H; UNAMUNO M do R Del L de & MARCHINI JS Avaliação do estado
nutricional. Medicina, Ribeirão Preto, 29: 5-18, jan./mar. 1996.

FIM DO CURSO!

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