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CURSO DE
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
EM DIABETES E HIPERTENSÃO
Aluno:
AN02FREV001
1
CURSO DE
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
EM DIABETES E HIPERTENSÃO
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências
Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIABETES E DA HIPERTENSÃO
ARTERIAL
2 PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE
2.1 PREVENÇÃO PRIMORDIAL
2.2 PREVENÇÃO PRIMÁRIA
2.3 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
2.4 PREVENÇÃO TERCIÁRIA
2.5 PREVENÇÃO QUARTENÁRIA (RECENTE CLASSIFICAÇÃO)
3 A ENFERMAGEM NAS AÇÕES PREVENTIVAS NA HIPERTENSÃO E
NO DIABETES
MÓDULO II
4 HIPERTENSÃO ARTERIAL
5 FISIOLOGIA
6 FISIOPATOLOGIA
7 CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
7.1 ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
7.2 METAS DE TRATAMENTO DE ACORDO COM A ESTRATIFICAÇÃO DE
RISCO
8 FATORES DE RISCO
9 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
10 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
11 TRATAMENTO
12 COMPLICAÇÕES DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
13 CRISE HIPERTENSIVA
13.1 SINTOMAS E SINAIS DE ALERTA NA CRISE HIPERTENSIVA
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14 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE HIPERTENSO
15 APARELHOS UTILIZADOS PARA AFERIÇÃO DA PRESSÃO
ARTERIAL
16 PROCEDIMENTO DA MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL
17 SITUAÇÕES ESPECIAIS DE MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL
18 FATORES DETERMINANTES DA PRESSÃO ARTERIAL
19 NOTAS COMPLEMENTARES
20 VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS DA PRESSÃO ARTERIAL
21 AÇÕES EDUCATIVAS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AO
PACIENTE HIPERTENSO
22 A HIPERTENSÃO ARTERIAL E SEUS DEZ MANDAMENTOS
23 HIPERTENSÃO ARTERIAL NA GRAVIDEZ
23.1 AS PREVENÇÕES DAS CONVULSÕES
MÓDULO III
24 DIABETES MELLITUS
25 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO PÂNCREAS
26 FUNÇÃO DA INSULINA NO CORPO
27 EFEITOS DO GLUCAGON NO ORGANISMO
28 EFEITOS FISIOPATOLÓGICOS DO DIABETES MELLITUS
29 CETOSE E COMA DIABÉTICO
30 TIPOS DE DIABETES
30.1 DIABETES TIPO 1
30.2 DIABETES TIPO 2
30.3 DIABETES NA GRAVIDEZ
30.4 OUTROS TIPOS DE DIABETES
31 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
32 FATORES DE RISCO
33 TRATAMENTO
33.1 CONSERVAÇÃO DA E TRANSPORTE DA INSULINA
33.2 APLICAÇÃO DA INSULINA
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33.3 TÉCNICA DE ADMINISTRAÇÃO DE INSULINA COM SERINGA
33.4 NOTAS COMPLEMENTARES
33.5 COMPLICAÇÕES NA APLICAÇÃO DE INSULINA
33.6 MONITORIZAÇÃO
33.7 AUTOMONITORIZAÇÃO
33.8 TRANSPLANTE DE PÂNCREAS
34 COMPLICAÇÕES AGUDAS DO DIABETES E AÇÕES DE
ENFERMAGEM
35 COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DO DIABETES E AÇÕES DE
ENFERMAGEM
35.1 AÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES
MACROVASCULARES
35.2 AÇÕES DE ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO DO PACIENTE E
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CUIDADOS DOMICILIARES
35.3 AÇÕES PREVENTIVAS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA
NEFROPATIA
35.4 PROBLEMAS NAS PERNAS E PÉS
35.5 AÇÕES DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AOS PROBLEMAS DE PÉS
E PERNAS DOS PACIENTES DIABÉTICOS
36 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE DIABÉTICO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
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A cada ano existe um aumento no número de pessoas diagnosticadas
com Diabetes e Hipertensão Arterial. As políticas de saúde pública vêm
tentando fortalecer os esforços no sentido de diminuir a ocorrência de tais
doenças, bem como minimizar as consequências. Para se ter uma ideia do
número de pacientes diabéticos e hipertensos cadastrados no Brasil
observemos as tabelas abaixo:
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TABELA 2 - NÚMERO DE DIABÉTICOS, HIPERTENSOS E DIABÉTICOS
COM HIPERTENSÃO POR SEXO, TIPO E RISCO, NO PERÍODO DE 1/2009
A 6/2009.
Nº de Diabéticos Nº de Diabéticos com
Nº de Hipertensos
UF Tipo 1 Tipo 2 Hipertensão
Total
Masc. Fem. Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total Masc. Fem.
AC 21 2 3 8 8 199 73 126 35 14 21
AL 99 10 12 32 45 1174 380 794 305 87 218
AM 133 18 17 40 58 1097 411 686 322 112 210
AP 4 0 1 2 1 50 22 28 16 6 10
BA 771 86 110 212 363 13574 4422 9152 3445 1063 2382
CE 243 28 43 63 109 5195 1769 3426 1135 336 799
DF 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 130 25 23 28 54 2417 943 1474 657 225 432
GO 294 51 59 92 92 3482 1412 2070 2032 757 1275
MA 404 45 52 131 176 5463 1963 3500 1734 646 1088
MG 769 92 120 260 297 13728 5258 8470 3957 1421 2536
MS 133 18 23 42 50 2765 1080 1685 690 248 442
MT 326 62 48 102 114 5575 2368 3207 1311 490 821
PA 382 66 73 109 134 3761 1486 2275 1132 390 742
PB 113 14 15 19 65 2327 803 1524 732 264 468
PE 262 22 45 62 133 4926 1518 3408 1682 484 1198
PI 138 11 28 37 62 3174 1128 2046 712 239 473
PR 358 54 81 108 115 6501 2712 3789 1874 702 1172
RJ 557 67 90 177 223 8092 2900 5192 3104 1022 2082
RN 159 14 33 42 70 1389 464 925 483 140 343
RO 82 11 12 32 27 1650 658 992 379 142 237
RR 15 1 3 1 10 98 36 62 27 12 15
RS 335 48 50 103 134 6147 2252 3895 1884 655 1229
SC 198 40 31 62 65 2675 1032 1643 935 335 600
SE 101 13 22 24 42 1025 321 704 295 81 214
SP 1191 141 144 400 506 11545 4594 6951 4591 1756 2835
TO 90 18 19 25 28 1266 528 738 238 93 145
Total 7308 957 1157 2213 2981 109295 40533 68762 33707 11720 21987
FONTE: Disponível em: <http://hiperdia.datasus.gov.br/>. Acesso em: 26 maio 2009.
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O cadastramento do número de pacientes hipertensos e diabéticos é
importante, pois serve de subsídio para o Governo Federal enviar recursos
para os municípios, incluindo neste item as medicações protocoladas que
devem ser disponibilizadas gratuitamente para estes pacientes. O
desenvolvimento operacional do programa fica a cargo das Secretarias
Municipais de Saúde, que seguem as diretrizes do Ministério da Saúde.
O cadastramento dos pacientes no programa é feito após o diagnóstico
da Hipertensão ou do Diabetes. Mesmo existindo a busca por esses pacientes,
como campanhas de verificação de Pressão Arterial e Testes de Glicemia
Periférica, visitas domiciliares e ações dos agentes de saúde, não é possível
garantir que o número de pacientes cadastrados é realmente o número que
possui as patologias. Estima-se sempre que existam mais pacientes
acometidos que de alguma forma ainda não foram detectados.
A Hipertensão Arterial é preocupante muitas vezes por ser chamada de
doença silenciosa, que quando manifestada abruptamente causa
consequências graves e algumas vezes irreversíveis. Segundo dados
divulgados pela Revista Corpore (2008), cerca de 85% dos pacientes vítimas
de derrame sofrem de pressão alta e dentre as vítimas do infarto agudo do
miocárdio 40 a 60% têm hipertensão associada.
A Sociedade Brasileira de Hipertensão estima que 26 milhões de
brasileiros sejam hipertensos, sendo que apenas 2,7 milhões estão em
tratamento. Segundo o Ministério da Saúde 21,6% da população com 18 anos
ou mais é hipertensa, cerca de 26,5 milhões de pessoas tem a doença, destas
apenas cerca de 5 milhões estão no cadastro do Programa Hiperdia.
Em todo o mundo estima-se que a Hipertensão Arterial atinja 600
milhões de pessoas. Segundo dados de Mortalidade do Ministério da Saúde
(2004), 265 mil mortes no Brasil foram ocasionadas por doenças do Aparelho
Circulatório, o que representa 30% das mortes dos brasileiros, sendo a metade
relacionada à hipertensão não controlada. No Brasil estima-se que 35% da
população acima de 40 anos sejam portadores de Arterial, isto equivale a cerca
de 17 milhões de brasileiros, desses 75% dependem do Sistema Único de
Saúde para detecção e tratamento da doença.
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Assim como a Hipertensão Arterial, os números da prevalência de
Diabetes no Brasil e no mundo são estarrecedores. A OMS desde 2007
considera a Diabetes uma epidemia mundial. No Brasil, em 2007, existiam 6,2
milhões de diabéticos, sendo colocado em oitavo lugar nesse ano no ranking
dos países com mais portadores de diabetes tipo 2.
O envelhecimento da população, urbanização crescente e mudança
nos hábitos de vida, com adoção de rotinas não saudáveis como, por exemplo,
o sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são as causas da maior
incidência de pacientes diabéticos no Brasil e no mundo. A Hipertensão Arterial
em combinação com o Diabetes é responsável por 50% dos pacientes
acometidos por insuficiência renal terminal. No ano de 2000 a OMS estimava
que o número de diabéticos em todo o mundo era de cerca de 177 milhões,
sendo que para 2025 a perspectiva é que esse número dobre e chegue a 350
milhões de pessoas. Especificamente no Brasil, estima-se 12 milhões de
pessoas com a doença naquele ano.
A Hipertensão Arterial e o Diabetes constituem-se em fatores de Risco
para as doenças do Aparelho Circulatório; sendo as mais frequentes o infarto
agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral, a insuficiência renal crônica,
a insuficiência cardíaca, as amputações de pés e pernas, a cegueira definitiva,
os abortos e as mortes perinatais.
Um dado importante que a enfermagem entra em contato diariamente
em ambiente hospitalar e domiciliar é que o Acidente Vascular Cerebral vem
ocorrendo em idade precoce, com letalidade hospitalar. Em um mês, em torno
de 50% dos pacientes que sobrevivem 50% ficam com algum grau de
comprometimento. No mundo, a incidência do AVC varia conforme a OMS,
500/700.000 casos/ano, com uma mortalidade entre 35 a 200 casos em cada
grupo de 10.000 habitantes.
Faria & Zannela (2002) afirmam que a coexistência de hipertensão e
diabetes aumenta o risco para complicações micro e macrovasculares,
predispondo os indivíduos à insuficiência cardíaca congestiva, doença
coronariana e cerebrovascular, insuficiência vascular periférica, nefropatia e
retinopatia.
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O diabetes está entre os fatores que predispõem ao descontrole da
pressão – quem possui diabetes tem duas vezes mais chances de desenvolver
a hipertensão. A hipertensão também está relacionada diretamente a um maior
grau de resistência à insulina, sendo que alguns medicamentos usados para o
tratamento da hipertensão pioram essa resistência, favorecendo o
aparecimento do diabetes (BEZERRA, 2006).
Diante dos dados apresentados intensifica-se a colaboração que o
profissional de saúde deve desenvolver na abordagem destes pacientes com o
intuito de diminuir gradativamente os números de incidência de hipertensos e
diabéticos, como forma de garantir uma assistência de enfermagem eficiente.
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- Promoção da Saúde: Segundo Brunner & Suddarth (1998) a
promoção da saúde é definida como um conjunto de ações que desenvolvem
recursos que irão manter o bem-estar do indivíduo e melhoram sua qualidade
de vida. Refere-se às atividades que a pessoa desenvolve na ausência de
sintomas com o objetivo de se manter saudável, não requerendo para isto a
assistência direta de um membro de saúde. Nesta perspectiva o profissional de
saúde atua na propagação de mudanças no estilo de vida da pessoa para que
a mesma não venha a desenvolver uma patologia, sendo de inteira
responsabilidade a realização das mudanças do próprio indivíduo.
Como exemplo de promoção da saúde pode-se citar a consciência
frente à nutrição, ou seja, manutenção de uma alimentação saudável,
administração do estresse cotidiano e a busca pelo preparo físico, realização
de exercícios e atividades que o corpo necessita para se manter em condições
adequadas de peso, força e flexibilidade.
O Ministério da Saúde, por meio da Política Nacional de Promoção da
Saúde, define a Promoção da Saúde como uma estratégia de articulação na
qual se confere visibilidade aos fatores que colocam a saúde da população em
risco e às diferenças entre as necessidades, territórios e culturas presentes no
Brasil, objetivando a criação de mecanismos que reduzam as situações de
vulnerabilidade, defendendo a equidade e incorporando a participação e o
controle social na gestão das políticas públicas.
A Organização Mundial de Saúde caracteriza como iniciativas de
Promoção da Saúde os programas, as políticas e as atividades planejadas e
executadas de acordo com os seguintes princípios:
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• Empoderamento e Participação Social: constitui-se na inserção
da participação da comunidade em conjunto com os profissionais
de saúde na eleição das prioridades na promoção da saúde;
• Equidade: reorientação dos serviços sanitários, visando ampliar o
acesso e criação de ambientes de suporte, com políticas que
viabilizem condições de vida favoráveis à saúde;
• Ações Multiestratégicas: envolvimento de múltiplas disciplinas e
criação de métodos e abordagens diferentes;
• Sustentabilidade: promover uma política de promoção da saúde
que se constitua em um processo contínuo, forte e
autossustentável.
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consumo humano, uso de preservativos, mudanças nos hábitos de vida
(incentivo a uma boa alimentação, realização de exercícios físicos).
- Prevenção Secundária: A fase da prevenção secundária também se
apresenta em dois níveis, o primeiro diagnóstico e tratamento precoce e o
segundo limitação da invalidez. Visa um diagnóstico imediato e um tratamento
para evitar a prevalência da doença no indivíduo.
- Prevenção Terciária: Por fim, a prevenção terciária diz respeito a ações de
reabilitação, caracteriza-se por ações que tem como objetivo a reabilitação do
indivíduo e redução de sua incapacidade.
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De acordo com o quadro acima é possível identificar a amplitude das
ações que procuram intervir no estado de saúde dos indivíduos, sendo a
equipe de saúde precursora de todos os níveis de atenção. Atualmente alguns
conceitos e nomes do processo de Saúde Preventiva foram redefinidos, como
segue abaixo.
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2.3 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
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capacitar os utentes quanto à aplicação de consumos impróprios; realizar
análise das decisões clínicas.
Para adquirir conhecimento frente à atuação na prevenção e promoção
da saúde aos indivíduos cabe relembrar a História Natural da Doença e todos
os fatores que estão envolvidos junto a ela, bem como os níveis de aplicação
das ações de saúde. A doença passa por três fases: Pré-Patogênese, Fase
clínica e sequelas. Estas três etapas dizem respeito à História Natural de uma
doença, sendo importante o conhecimento dessas fases para enquadrar as
ações na área da saúde, conforme representado abaixo:
PRÉ-PATOGÊNESE
INESPECÍFICA ESPECÍFICA
Condições gerais do indivíduo ou do A presença de fatores causais
ambiente, que predispõem a uma ou favorece o aparecimento de uma
várias doenças. doença
FASE CLÍNICA
PRECOCE AVANÇADA
Da situação anterior resultou uma A doença segue sua evolução,
doença cujos primeiros sinais e terminando com a morte, com a cura
sintomas se tornaram aparentes. ou deixando sequelas
SEQUELAS
As sequelas ou consequências das doenças podem ser reparadas com maior
ou menor eficiência, permitindo a reabilitação do indivíduo.
FONTE: Junqueira, 2001.
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equipe de saúde. Abaixo estão representados os níveis de aplicação das ações
de saúde:
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3 A ENFERMAGEM NAS AÇÕES PREVENTIVAS NA HIPERTENSÃO E
NO DIABETES
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• Haverá o desenvolvimento de ações de pesquisa em serviço, já que
a sistematização do atendimento possibilita esta atuação;
• Crescimento profissional pela constante troca de informações e pela
maior confiança individual e do serviço como um todo.
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• Controle de retornos, busca de faltosos e controle de consultas
agendadas.
Percebe-se que o manejo com os pacientes hipertensos e diabéticos
deve se dar sempre mediante o conhecimento técnico científico do profissional.
O técnico de enfermagem deve possuir conhecimento sobre todos os
parâmetros que envolvem a captação da doença e seu tratamento, bem como
estar embasado mediante a um questionamento do paciente.
Como exemplo disso, podemos citar a própria verificação da pressão
arterial, procedimento que pode ser realizado pelo técnico de enfermagem. Se
neste momento da aferição o profissional não mantiver os cuidados
preconizados tecnicamente e/ou não questionar sobre condições que possam
falsear o resultado encontrado, um paciente hipertenso pode não estar sendo
detectado.
Daí a importância de todos os profissionais que englobam a Equipe
Multiprofissional no direcionamento e implementação de ações que visem à
manutenção e recuperação da saúde dos indivíduos. A importância do trabalho
em equipe para o alcance do resultado é tal que torna indispensável rever
sobre a operacionalização deste trabalho.
As varáveis e a complexidade de diversas situações concebidas pela
sociedade atualmente exigem o engajamento de dois ou mais grupos
profissionais na intervenção de um mesmo problema, atuando conjuntamente
com objetivos comuns frente à demanda de necessidade da população.
Levando isso para ações preventivas na hipertensão e no diabetes, após a
captação do paciente possivelmente portador de uma dessas patologias, o
mesmo será encaminhado ao médico para receber o diagnóstico, portanto é
necessária, além da enfermagem, a presença de outros profissionais no
desenvolvimento das ações.
O trabalho em equipe multiprofissional parece um trabalho fácil, se
olharmos apenas as questões resolutivas. Seria o mesmo que cada profissional
ler as determinações de seu conselho profissional e após cumprir os escritos.
Entretanto, em se falando do trabalho em saúde esta questão é bem mais
complexa, uma vez que a produção e o produto destas relações são subjetivos.
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As definições sobre Equipe de Saúde são raras. Nas produções
teóricas predomina a concepção de equipe do senso comum, onde a equipe é
representada por um conjunto de profissionais em situação comum de trabalho.
No trabalho em saúde, a equipe sempre fará referência a um trabalho relativo à
obtenção de bens ou produtos para a atenção das necessidades humanas.
O trabalho em equipe na enfermagem foi proposto na década de 50
nos Estados Unidos, por intermédio de experiências realizadas no Teachers
College da Universidade da Columbia, por Eleanor C. Lambertsen, que
preconizava a organização do trabalho em enfermagem com base na equipe.
No Brasil os resultados desta proposta foram divulgados em 1996 pela
Associação Brasileira de Enfermagem no livro “Equipe de Enfermagem
Organização e Funcionamento”. A partir daí surgem experiências na área da
enfermagem com o objetivo de melhorar o aproveitamento do pessoal.
Lambertsen (1996) propõe a organização do serviço de enfermagem
com base no trabalho em equipe, objetivando voltar o cuidado para o paciente,
tomando como base a utilização do pessoal de enfermagem com a máxima
economia e eficácia. Esse modelo de organização do trabalho de enfermagem
expressou:
• Crítica ao trabalho centrado na tarefa (modelo funcional);
• Tentativa de solução para a escassez dos recursos humanos de
enfermagem nos hospitais norte americanos no período após a II Guerra
Mundial;
Pela necessidade de extensão na cobertura dos serviços de saúde, na
década de 70, no Brasil, a proposta do trabalho em equipe multiprofissional
ganha ênfase pela atuação das condutas de Medicina Comunitária e Medicina
Preventiva, enfatizando o trabalho em equipe como racionalização dos
serviços. No primeiro momento as equipes de saúde trabalhavam com o
médico e os atendentes de enfermagem, considerada uma composição
inadequada. Em 1980, com ampliação na formação de profissionais de nível
médio e superior (não médicos) diversificou-se a equipe de saúde.
A Equipe Multiprofissional começou a ser composta por profissionais
de diferentes áreas como: enfermeiros, técnicos de enfermagem,
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fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas, médicos, entre
outros. A atuação de uma equipe multiprofissional é permeada pelo alcance de
resultados comuns; no caso da saúde, o atendimento e resolução das
necessidades apresentadas pelo paciente nos diferentes níveis de intervenção.
Neste contexto, especificamente no trabalho com o paciente hipertenso e
diabético, a equipe de profissionais deve observar o paciente como um todo,
não pensando apenas em diagnosticar e entregar medicamentos, já que como
foi visto anteriormente o diagnóstico dessas doenças afeta o cotidiano do
paciente e da família pelas mudanças bruscas e necessárias.
Muito mais que compreender a doença, é importante que este
profissional visualize as necessidades do paciente e trabalhando em equipe
saiba realizar os encaminhamentos possíveis, sempre pensando no bem-estar
do cliente. A obtenção de resultados em um trabalho de Equipe
Multiprofissional pode ser interferida pelos seguintes fatores:
• Atenção Integral às Necessidades de Saúde da População
- Os serviços especializados tendem á fragmentação do cuidado à
saúde do indivíduo;
- Ações realizadas por diferentes profissionais necessitam articulação;
- Nenhum profissional de saúde em separado tem possibilidades de
atender as demandas de saúde do paciente;
• Comunicação: Busca de consenso entre os profissionais
- Articular diversas ações realizadas em um setor, integrar setores e
serviços entre si;
O trabalho em equipe multiprofissional é uma prática em que a
comunicação entre os profissionais faz parte do cotidiano. As articulações das
ações se dão pelo uso da linguagem. Este processo é permeado pela
comunicação e interação dos agentes; esta relação recíproca entre o trabalho e
a interação que caracteriza o trabalho em equipe. O processo de prevenção da
Hipertensão e do Diabetes se faz a partir do encontro com os grupos de
pacientes já acometidos pela patologia. Neste momento eles se sentem mais à
vontade para questionar uns aos outros sobre a doença, bem como aos
profissionais de saúde.
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Esta ocasião do encontro dos grupos é precedida por uma equipe
multiprofissional em sintonia, que transmite segurança na comunicação por
seus diferentes profissionais e consequentemente uma melhor adesão ao
tratamento. Peduzzi (1998; 2001), em seus estudos sobre conceito e tipologia
do trabalho em Equipe Multiprofissional de Saúde, afirma que o trabalho em
Equipe Multiprofissional é uma modalidade de trabalho coletivo centrada na
reciprocidade entre trabalho e interação, que as principais dimensões do
trabalho em equipe são a articulação das ações e a interação de seus agentes.
Sobre a articulação descreve os momentos em que os profissionais
ativamente colocam em evidência as conexões existentes entre as distintas
ações e os variados conhecimentos técnicos. A interação como uma prática
comunicativa, por meio da qual os envolvidos se põem de acordo quanto a um
projeto comum; capaz de promover a cooperação e integração na equipe.
Minelli (2004) afirma que as respostas da interação dos grupos
profissionais vão desde aspectos relativos aos olhares diferenciados para um
determinado processo, até uma possibilidade de ganho na qualidade e
eficiência da resposta recebida. O trabalho em Equipe Multiprofissional também
é caracterizado por complexidade advinda da convivência entre os diferentes
processos de trabalho, objetos de trabalho, saberes específicos, instrumentos
utilizados para realização e desenvolvimento do trabalho.
A principal problemática visualizada na Equipe de Trabalho
Multiprofissional é a inexistência de integração entre os profissionais que a
compõem. A noção de equipe que predomina nos serviços de saúde se
restringe à coexistência de vários profissionais numa mesma situação de
trabalho, compartilhando o mesmo espaço físico e a mesma clientela, porém
sem integração. Segundo Peduzzi (1998; 2001), a tipologia do trabalho em
equipe pode ser distinguida em duas modalidades:
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JUSTAPOSIÇÃO DAS AÇÕES
EQUIPE AGRUPAMENTO
EQUIPE INTEGRAÇÃO
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TABELA 3 – CRITÉRIOS DE RECONHECIMENTO DA MODALIDADE DE
TRABALHO EM EQUIPE
TIPOLOGIA
Parâmetros Equipe Integração Equipe
Agrupamento
Comunicação externa ao X
trabalho
Comunicação Estritamente X
Pessoal
Comunicação Intrínseca ao X
Trabalho
Projeto Assistencial Comum X
Diferenças Técnicas entre X X
trabalhos especializados
Arguição da desigualdade dos X
trabalhos especializados
Especificidades dos trabalhos X X
especializados
Flexibilidade da divisão do X
trabalho
Autonomia técnica de caráter X
interdependente
Autonomia técnica plena X
Ausência de Autonomia X
Técnica
FONTE: Peduzzi, 2001.
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• Falta de responsabilidade coletiva pelos resultados dos trabalhos;
• Ações e intervenções desarticuladas e independentes;
• Baixo grau de interação entre os profissionais;
• Dificuldade de atuar de forma coesa e integrada;
• Desarticulação de ações de caráter curativo, administrativo e
preventivo.
Os resultados de um trabalho em Equipe Multiprofissional dependem
diretamente da integração das ações dos profissionais. Trata-se de uma
interação de saberes e de relacionamento; o sucesso no atendimento ao
paciente é possível quando abrange a Equipe Multiprofissional, sendo que o
maior desafio destes profissionais é atingir a integração nas práticas de saúde
desenvolvidas ao cliente.
Essencialmente nos serviços de promoção e prevenção do diabetes e
da hipertensão sem a continuidade de saberes pelos diferentes profissionais
que compõem a equipe multiprofissional e principalmente sem o entendimento
de todos frente à atuação individual e conjunto é impossível estabelecer
resultados satisfatórios.
Portanto, a atuação da enfermagem na prevenção da Hipertensão
Arterial e do Diabetes vai além dos conhecimentos técnicos e necessita, sem
dúvida, da percepção do profissional técnico de enfermagem e enfermeiro
frente ao paciente como indivíduo portador de necessidades específicas que
devem ser sanadas no processo de cuidar, senão pelo profissional da
enfermagem, por outro pertencente à equipe.
Nos próximos módulos serão trabalhados especificamente a Diabetes e
a Hipertensão, incluindo questões fisiopatológicas, fatores de riscos,
classificação, tratamento, diagnóstico, consequências e assistência de
enfermagem dirigida aos pacientes portadores destas patologias, desde a
atenção primária até a terciária.
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
EM DIABETES E HIPERTENSÃO
Aluno:
AN02FREV001
28
CURSO DE
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
EM DIABETES E HIPERTENSÃO
MÓDULO II
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MÓDULO II
4 HIPERTENSÃO ARTERIAL
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A medida da pressão arterial representa o valor da pressão calibrada em
milímetros de mercúrio (mmHg), que é a unidade padrão. O primeiro número, que
é o de maior valor, é chamado de pressão sistólica ou máxima. Este ocorre
quando o coração se contrai, o que chamamos de sístole. O segundo número é o
de menor valor, que é chamado de pressão diastólica ou mínima, onde neste
caso, o coração encontra-se na fase do relaxamento, o que chamamos de
diástole. A pressão sistólica normal (pressão máxima), varia de 110 a 130 mmHg
e diastólica normal (pressão mínima) varia de 65 a 75 mmHg.
Registrada com o valor da pressão sistólica antes da diastólica, por
exemplo, 120/80. A diferença entre as duas medidas, neste caso 40, é
denominada pressão de pulso. Em casos que o paciente apresenta pressão
elevada, chamamos de hipertensão e, ao contrário, apresentando pressão baixa,
chamamos de hipotensão. (POTTER, PERRY, 1999).
A pressão ou tensão arterial é um parâmetro de suma importância na
investigação diagnóstica, sendo obrigatório em toda consulta de qualquer
especialidade; relacionando-se com o coração, traduz o sistema de pressão
vigente na árvore arterial. É medida com a utilização do esfigmomanômetro e do
estetoscópio. Segundo Duncan (2006), um indivíduo pode se considerar
hipertenso quando sua pressão arterial sistólica fica igual ou superior a 140
mmHg e a pressão diastólica igual ou superior a 90 mmHg. A identificação destes
valores aumenta significativamente o risco do desenvolvimento de doenças
cardiovasculares.
Neste aspecto é comum o surgimento de crises hipertensivas que
incluem além da elevação da pressão arterial, uma associação com lesões do
Sistema Nervoso Central (SNC), do coração e dos rins. Na ocorrência destes
fatos, o diagnóstico e o tratamento devem ser imediatos e essenciais, pois as
manifestações clínicas destas crises dependem do grau de lesão dos órgãos-alvo
(lesões nos olhos, cérebro, coração, rins e membros inferiores). Vale destacar
que as lesões ou disfunções dos diversos órgãos são incomuns com uma pressão
arterial inferior a 130 mmHg.
Desta forma, pode-se afirmar que o ideal é mantermos a medida normal
da pressão arterial entre os limites de 120/80 mmHg a 140/90 mmHg, reduzindo
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desta forma riscos com a saúde. No Brasil são cerca de aproximadamente 17
milhões o número de portadores da Hipertensão Arterial, sendo que 35% da
população estão na faixa etária dos 40 anos para mais. Contudo, seu
aparecimento é cada vez mais precoce e cerca de 4% destes portadores são
crianças e adolescentes. A morbidade ainda é muito alta, sendo um problema
grave de saúde pública no mundo todo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
5 FISIOLOGIA
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FIGURA 1 – OS COMPONENTES FUNCIONAIS DO CORAÇÃO
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potencial de ação é propagado tanto para o átrio direito quanto para o átrio
esquerdo, o que faz com que todo o complexo das paredes atriais contraia a um
só tempo, do que resulta a contração do sangue para passar pelas válvulas mitral
e tricúspide.
Em seguida, quando o potencial de ação é propagado pelo músculo
ventricular, vai exercitar todo o músculo sincicial ventricular. Portanto, todas as
paredes ventriculares contraem a um só tempo e o sangue contido no interior de
suas câmeras é bombeado, de modo adequado, através das válvulas aórtica e
pulmonar para as artérias.
A maioria das fibras musculares cardíacas é capaz de contrair
ritmicamente. Isso é verdade, em especial, para grupo de pequenas fibras
cardíacas, situadas na parede superior do átrio direito, que formam o nodo
sinoatrial, ou simplesmente, nodo SA. A figura 5 abaixo mostra os potenciais de
ação rítmicos que são gerados em uma fibra do nodo SA.
FONTE: Guyton,1988.
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passa para o interior da fibra, fazendo com que o potencial da membrana em
repouso se desvie, continuamente, para valor mais positivo. Logo que o potencial
da membrana atinge nível crítico, chamado de valor “limiar”, é produzido um
potencial de ação, o que ocorre abruptamente.
Ao término desse potencial de ação, a membrana fica, temporariamente,
menos permeável aos íons sódio, mas ao mesmo tempo mais permeável do que
o normal aos íons potássio e a saída desses íons, transportando cargas positivas
para o exterior, faz com que o potencial de membrana fique muito negativo, mais
negativo que nunca, caracterizando o estado de hiperpolarização, devido à perda
excessiva de cargas positivas.
Essa condição persiste por fração de segundos e, logo depois,
desaparece, visto que as permeabilidades aos íons sódio e potássio retornam a
seus valores normais, quando a maior permeabilidade ao sódio da membrana faz
com que ocorra outro potencial de ação. Esse processo perdura sem interrupção
por toda a vida, o que leva à excitação rítmica das fibras do nodo SA, na
frequência normal em repouso de 72 batimentos por minuto, representando o total
de cerca de dois bilhões de batimentos, ao longo de toda a vida de uma pessoa.
Normalmente, os potenciais de ação com origem no nodo SA são
propagados por todo o coração e, por conseguinte, produzem a contração rítmica
de todo o coração. Contudo, se o nodo SA deixar de gerar impulsos rítmicos,
alguma área do coração irá fazê-lo, e assumirá o controle da frequência cardíaca.
A ritmicidade do coração tem origem no próprio coração e se porções desse
coração são removidas do corpo, continuarão a se contrair, enquanto dispuserem
de nutrição adequada. O ritmo do Nodo SA passa a ser o ritmo de todo o coração,
razão pela qual o nodo SA é chamado de marca-passo do coração.
Apesar do impulso cardíaco poder ser propagado, perfeitamente bem,
pelas próprias fibras do músculo cardíaco, o coração possui um sistema especial
de condução – o Sistema de Purkinje – que transmite impulsos com velocidade
cerca de cinco vezes maior que a do músculo cardíaco normal. A figura 6 abaixo
apresenta a organização desse sistema. Ele tem origem no nodo sinoatrial, dele
saem vários feixes muito delicados de fibras de Purkinje – as vias internodais –
que passam pelas paredes atriais até um segundo nodo, o nodo atrioventricular
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(nodo AV), também situado na parede do átrio direito, mas localizado na parte
inferior da parede posterior, próximo ao centro do coração.
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musculares contraíssem muito antes das outras e, também, relaxassem antes das
outras. Obviamente, isso resultaria em compressão reduzida do sangue e, por
conseguinte, em eficácia diminuída do bombeamento.
Após se ter originado no nodo SA, o impulso é propagado, primeiro pelos
átrios, provocando sua contração. Alguns poucos centésimos de segundo depois
de ter saído do nodo SA, o impulso atinge o nodo AV. Entretanto, esse nodo AV
retarda o impulso por outros poucos centésimos de segundo, antes de permitir
sua passagem para os ventrículos. Esse retardo permite que os átrios forcem a
passagem de sangue para o interior dos ventrículos, antes do início da contração
ventricular. Após esse retardo, o impulso é propagado com muita rapidez pelo
Sistema de Purkinje dos ventrículos, fazendo com que os dois ventrículos
contraiam com força máxima dentro de poucos centésimos de segundos.
O Nodo AV retarda o impulso cardíaco pelo seguinte mecanismo: as
fibras nesse nodo têm diâmetro muito pequeno, o que as torna diferentes das do
restante do sistema de Purkinje, transmitindo o impulso cardíaco muito
lentamente, com velocidade de cerca de um décimo da medida em fibras
cardíacas normais e apenas 1/50 da medida nas grandes fibras de Purkinje. Por
conseguinte, o impulso cardíaco atravessa com a velocidade de um caramujo,
esse nodo, o que produz retardo de mais de 0.1 segundo entre as contrações dos
átrios e dos ventrículos.
Ocasionalmente, o impulso cardíaco é bloqueado em algum ponto de seu
trajeto, devido à lesão cardíaca. Por exemplo, uma parte do músculo cardíaco ou
do Sistema de Purkinje pode ser destruída e substituída por tecido fibroso,
incapaz de transmitir o impulso. A região do coração que contrai com maior
frequência controla as demais, enquanto houver fibras funcionais de condução
entre as diversas áreas.
O eletrocardiograma é um instrumento muito utilizado para avaliação da
capacidade do coração para a transmissão do impulso cardíaco. Quando um
impulso percorre o coração, a corrente elétrica, gerada pelo potencial de ação do
músculo cardíaco, difunde pelos líquidos que banham o coração, e fração
bastante diminuta dessa corrente aflora à superfície do corpo. Quando são
colocados eletrodos sobre a superfície cutânea da região cardíaca ou sobre os
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dois lados do coração, como nos dois braços, e ligando esses eletrólitos a
sistema adequado de registro, as voltagens elétricas geradas durante cada
batimento cardíaco podem ser registradas.
No eletrocardiograma normal mostrado na figura 7-A, a pequena deflexão
marcada no registro como a letra “P” é causada pela voltagem produzida pela
passagem dos impulsos pelos átrios. As deflexões marcadas com as letras “Q”,
“R” e “S” são causadas pela passagem do impulso pelos ventrículos, enquanto a
deflexão marcada pela letra “T” é produzida pelo retorno do potencial de
membrana das fibras musculares ventriculares ao seu valor normal de repouso,
ao término da contração.
Quando as anomalias cardíacas são causadas por doença, o
eletrocardiograma muitas vezes fica diferente do seu padrão normal. A figura 7-B
mostra o que acontece quando parte do músculo ventricular está lesada. Nesse
registro o trecho do eletrocardiograma entre as ondas S e T fica deprimido. Isso é
o resultado de fluxo anômalo de corrente elétrica no coração, no intervalo entre os
batimentos cardíacos. Indica lesão das membranas das fibras musculares
ventriculares, o que ocorre com muita frequência quando a pessoa sofre um
ataque cardíaco agudo.
A figura 7-C mostra o que acontece quando um dos lados do coração fica
mais aumentado do que o outro. O registro exibe o aumento anormal da onda S e
diminuição da onda R, indicando maior fluxo de corrente no lado esquerdo do que
no lado direito. A pressão arterial elevada, muito frequentemente, causa esse tipo
de eletrocardiograma, devido à carga excessiva de pressão exercida sobre o
ventrículo esquerdo.
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FONTE: Guyton, 1988.
A figura 7 - D mostra o eletrocardiograma de pessoa portadora de sistema
de Purkinje com bloqueio parcial. Nesse exemplo, o impulso é transmitido por
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grande parte da massa ventricular, por meio das fibras musculares cardíacas, de
velocidade lenta de condução, ao invés das fibras de Purkinje, com velocidade de
condução elevada, de modo que o complexo QRS dura por tempo muito maior e
tem forma anormal.
A figura 7 - E mostra o efeito do bloqueio do impulso em nível do feixe AV.
As ondas P ocorrem com regularidade e as ondas QRS também ocorrem
regularmente, mas sem guardar qualquer relação temporal definida com as ondas
P. Os átrios estão contraindo com sua frequência natural de 72
batimentos/minuto, enquanto os ventrículos assumiram a sua frequência natural:
38 batimentos/minuto.
Finalmente a figura 7 - F, indicado por seta, de contração prematura do
coração. A única anormalidade desse registro é a de que o impulso ocorreu logo
após o batimento cardíaco anterior. Na maioria dos casos, isso é causado por
coração irritável, como o que ocorre por tabagismo excessivo, pela ingestão de
grandes quantidades de café, ou por falta de sono.
As quatro válvulas cardíacas do coração estão orientadas de tal modo
que o sangue nunca pode fluir para trás, mas unicamente, para frente, quando o
coração contrai. A válvula tricúspide impede o fluxo do sangue do ventrículo
direito para o átrio direito e a válvula mitral impede o refluxo do ventrículo
esquerdo para o átrio esquerdo, enquanto as válvulas pulmonar e aórtica,
respectivamente, impedem o reflexo para os ventrículos direito e esquerdo do
sangue dos sistemas pulmonar e arterial sistêmico.
Essas válvulas exercem funções idênticas às das válvulas de qualquer
bomba de compressão, pois nenhuma bomba desse tipo pode funcionar se fluir
líquido nos dois sentidos. Quando se ausculta uma pessoa com um estetoscópio
o batimento cardíaco é marcado por dois sons. A primeira bulha cardíaca é
causada pelo fechamento das válvulas AV, quando o ventrículo contrai e a
segunda bulha cardíaca é causada pelo fechamento das válvulas aórticas e
pulmonar ao término da contração.
Essa correlação é mostrada na figura 8, onde é apresentado um
fonocardiograma – que é o registro gráfico dos sons produzidos por um coração –
de um coração normal. Nessa figura, sístole define o período de batimento
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cardíaco em que os ventrículos estão contraídos e diástole define o período em
que os ventrículos estão relaxados.
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além de nos ventrículos. Essas vibrações também são transmitidas para a parede
torácica, causando o som da segunda bulha cardíaca.
A figura 9 mostra as variações de pressão no átrio esquerdo, no ventrículo
esquerdo e na aorta durante o ciclo cardíaco típico. Durante a diástole, a pressão
atrial esquerda é pouco mais elevada que a do ventrículo esquerdo, pois o
sangue flui continuamente das veias pulmonares para o átrio. Isso faz com que o
sangue flua do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo.
Próximo ao fim da diástole, a contração do átrio eleva a pressão atrial a
valores ainda mais altos, forçando quantidade adicional de sangue para o interior
do ventrículo. Então, subitamente o ventrículo contrai, a válvula mitral fecha e a
pressão ventricular aumenta rapidamente. Quando essa pressão ventricular
atinge valor mais alto do que o vigente na aorta, a válvula aórtica abre e o sangue
flui para a aorta durante todo o restante da sístole. Quando o ventrículo relaxa, a
pressão ventricular diminui precipitadamente, o que permite pequeno refluxo, que
logo fecha a válvula aórtica.
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FIGURA 9 – PRESSÕES NA AORTA, NO VENTRÍCULO ESQUERDO E NO
ÁTRIO ESQUERDO DURANTE O CICLO CARDÍACO
6 FISIOPATOLOGIA
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faz o trabalho de bombear o sangue para todos os órgãos do corpo por meio das
artérias. No momento em que o sangue é “empurrado” contra a parede dos vasos
sanguíneos ocorre uma tensão gerada na parede das artérias. Essa tensão
denomina-se Pressão Arterial.
É possível afirmar que todo o processo que envolve a pressão arterial
resulta da contração do coração a cada batimento e da contração dos vasos
quando o sangue passa. A fisiopatologia da hipertensão arterial, bem como o
surgimento das crises hipertensivas se deve ao aumento abrupto da resistência
vascular.
De acordo com Mussi (1995), quando a pressão arterial cai, ocorre
vasodilatação cerebral e se a pressão arterial sobe ocorre vasoconstrição.
Quando a pressão arterial média ultrapassa os valores limites da autorregulação o
cérebro extrai mais oxigênio para compensar a redução do fluxo cerebral. Em
indivíduos normais a circulação cerebral pode tolerar rápidas reduções da
pressão arterial, porém em pacientes hipertensos, idosos e portadores de
doenças cerebrovasculares estes mecanismos regulatórios têm respostas mais
lentas às variações da pressão arterial.
Desta forma, é recomendável no tratamento das crises hipertensivas a
redução da pressão arterial em torno de 20 a 25% dos valores iniciais em
períodos de minutos ou horas, dependendo da natureza da emergência. Além de
todos estes fatores fisiopatológicos que envolvem a hipertensão arterial, alguns
eventos que surgem no interior das artérias nos levam a entender melhor como
ocorrem as sequelas desta doença. Por exemplo, os vasos mais sensíveis não
aguentam a forte pressão arterial exercida e estouram, fato este que é causador
do derrame.
Outro episódio nos mostra que a Hipertensão Arterial provoca feridas nas
paredes internas dos vasos, o que leva à formação de partículas que vão se
colando até “entupir” a passagem do sangue, desta forma levando a ocorrência
de infartos e de insuficiência renal.
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FIGURA 10 – PAREDE INTERNA DO VASO.
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adrenal é instigada, resultando em atividade vasoconstritiva adicional. A medula
adrenal secreta a adrenalina, que causa vasoconstrição.
O córtex adrenal secreta cortisol e outros esteroides, os quais podem
favorecer a resposta vasoconstritora dos vasos sanguíneos. A vasoconstrição
resulta em menor fluxo de sangue ao rim, causando a liberação de renina. A
renina leva à formação de angiotensina I, a qual se converte em angiotensiogênio
II, um poderoso vasoconstritor, que, por sua vez, estimula a secreção de
aldosterona pelo córtex adrenal. Esse hormônio provoca retenção de água e
sódio pelos túbulos renais, levando a um aumento do volume intravascular. Todos
esses fatores tendem a perpetuar o estado hipertensivo.
As alterações estruturais e funcionais no sistema vascular periférico são
responsáveis pelas alterações da pressão arterial que ocorre com a idade. Essas
alterações incluem a aterosclerose, perda da elasticidade do tecido conjuntivo e
uma diminuição do relaxamento do músculo liso vascular, que, por sua vez,
reduzem a capacidade de distensão e compressão dos vasos.
Consequentemente, a aorta e as grandes artérias ficam com menor capacidade
de acomodar o volume de sangue bombeado pelo coração (volume sistólico),
resultando em uma diminuição do débito cardíaco e um aumento da resistência
periférica.
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Às vezes, dor de cabeça, tontura e mal-estar podem ocorrer em quem está com a
pressão arterial alta, mas muitas vezes quando a pessoa começa a ter algum
sintoma já está com os vasos endurecidos e estreitados. Para Ferreira (2000), a
Hipertensão aumenta consideravelmente o risco de doença coronariana mesmo
não sendo aterogênica, porém quando os pré-requisitos metabólicos para a
aterogênese estiverem presentes, ocorre a aceleração, o que agrava o
desenvolvimento da aterosclerose.
Os cuidados com a Hipertensão Arterial devem ser intensos, para desta forma
evitar as possíveis consequências e sequelas. O que deve preocupar o
profissional de enfermagem é principalmente o que a Hipertensão Arterial pode
causar se não for controlada, ou seja, fazer com que o próprio paciente entenda o
risco que corre com esta doença.
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Na atenção básica, a equipe de enfermagem deve estar bem preparada
para orientar os pacientes quanto aos tipos de Hipertensão. Além disso, o
profissional deve estar atento e sempre a procura de indícios que identificam as
diferenças entre uma e outra forma de hipertensão. A Hipertensão Arterial, no que
tange à etiologia, pode ser classificada em:
1. Hipertensão Primária (chamada de Hipertensão Arterial Essencial)
2. Hipertensão Secundária
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QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
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OBS: O diabetes Mellitus possui na estratificação peso equivalente à
lesão de órgão-alvo já estabelecida.
O quadro abaixo representa o nível de risco em que o paciente está
enquadrado, segundo a classificação da Hipertensão Arterial, bem como os
fatores de riscos existentes para determinar a gravidade e complexidade dos
sistemas envolvidos e assim proporcionar um tratamento eficiente e eficaz.
Sem fator de risco Sem risco adicional Risco baixo Risco Risco alto
médio
3 ou mais fatores de Risco Risco alto Risco alto Risco alto Risco muito
risco ou lesão de médio alto
órgãos-alvo ou
Diabetes Mellitus
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7.2 METAS DE TRATAMENTO DE ACORDO COM A ESTRATIFICAÇÃO DE
RISCO
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possível, tendo em vista o enorme risco cardiovascular que a hipertensão possui.
A SBC não adotou essa classificação.
8 FATORES DE RISCO
IMC: peso/altura²
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Desta forma, para quem sofre de Hipertensão a melhor forma de mantê-la estável
é evitar o consumo de bebidas alcoólicas. A Sociedade Brasileira de Cardiologia
instrui abandonar ou limitar o consumo diário de álcool a 30 ml de etanol para os
homens (720 ml de cerveja, 240 ml de vinho e 60 ml de bebida destilada) e à
metade dessas quantidades para as mulheres, isso para a população que ainda
não possui a doença, como fator preventivo.
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• Dislipidemias: A hipercolesterolemia é um dos maiores fatores de
risco cardiovascular. O nível de colesterol total sérico deve ser mantido abaixo de
200 mg/dl, com LDL-colesterol (colesterol de baixa densidade) abaixo de 130
mg/dl. O HDL-colesterol (colesterol de alta densidade) baixo (inferior a 35 mg/dl)
pode aumentar em resposta à redução do peso, à prática de exercícios físicos e à
suspensão do hábito de fumar. A hipertrigliceridemia (triglicerídeos > 200 mg/dl)
deve ser tratada com as medidas dietéticas, acrescidas da redução da ingestão
de carboidratos simples e de bebidas alcoólicas. Quando necessário, recomenda-
se o uso de fibratos.
9 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
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cardíaca. As alterações patológicas nos rins podem se manifestar sob a forma de
nictúria (micção aumentada durante a noite) e azotemia (aumento da ureia e da
creatinina séricas).
O envolvimento vascular cerebral pode produzir um acidente vascular
cerebral ou ataque isquêmico transitório, manifestado por paralisia temporária de
um lado (hemiplegia) ou alterações na visão. Os infartos cerebrais são
responsáveis por 80% dos acidentes vasculares cerebrais e ataques isquêmicos
nas pessoas hipertensas.
10 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
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esta estiver fora dos padrões de normalidade, seguindo as técnicas e cuidados
padrões para a verificação da pressão arterial, este paciente deverá ser
encaminhado ao profissional médico que realiza uma avaliação médica, que inclui
o pedido de exames laboratoriais e demais intervenções aplicadas ao protocolo
de atendimento deste tipo de paciente.
O técnico de enfermagem tem papel fundamental na mensuração da
pressão arterial, uma vez que ao realizá-la poderá estar detectando um paciente
hipertenso. É essencial também que, ao realizar a aferição da pressão arterial, o
técnico tenha presente o questionamento sobre os fatores de risco, estudados
anteriormente, desta forma terá mais subsídios para sua conduta e
encaminhamentos.
11 TRATAMENTO
O tratamento pode ser feito com medicamentos ou não, isso vai depender
dos níveis da pressão arterial, do comprometimento ou não de determinados
órgãos e da presença de outras doenças. A hipertensão não tem cura, mas pode
e deve ser tratada, seguindo as orientações de seu médico e modificando alguns
hábitos de vida e alimentares, o portador evitará todos os problemas da pressão
arterial, levando uma vida normal e saudável.
A terapêutica não medicamentosa da Hipertensão Arterial é realizada por
meio de algumas mudanças no estilo de vida do paciente, entre elas estão a
redução de peso, moderação na ingestão de álcool, manutenção adequada da
atividade física, moderação na ingestão de sódio, manutenção da ingestão de k
(potássio) e além de tudo isso evitar o tabagismo. Conforma Bolner (2006),
existem fatores efetivos, comprovados em pesquisas, mas ainda desconhecidos
de que a suplementação de cálcio e a suplementação de magnésio reduzem
levemente a pressão arterial.
O tratamento medicamentoso é indicado pelo médico quando as medidas
não farmacológicas não são suficientes para o controle da pressão arterial. Nos
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pacientes com hipertensão em fase I e imediatamente após o diagnóstico nos
pacientes com alto risco cardiovascular ou hipertensão em fase II, qualquer que
seja o subgrupo de risco. Em qualquer caso o tratamento não farmacológico
sempre deve ser mantido.
São drogas de primeira linha para o tratamento da Hipertensão Arterial
Sistêmica, todas com resultado benéfico comprovado em vários trabalhos na
prevenção de complicações cardiovasculares: os diuréticos tiazídicos, os
bloqueadores dos canais de cálcio, os betabloqueadores e os inibidores da
enzima conversora da angiotensina e os bloqueadores AT1. O anexo 1 deste
módulo descreve alguns dos medicamentos utilizados na hipertensão bem como
seus efeitos.
De todas essas o diurético tiazídico tem demonstrado o melhor resultado
no prognóstico cardiovascular, sendo também promotor de melhor resposta anti-
hipertensiva em regimes com várias drogas. Assim, isoladamente ou em
combinação é a melhor droga como primeira opção. Algumas situações clínicas
específicas indicam o uso de determinada droga anti-hipertensiva para uso inicial
isolado ou combinado, devido ao comprovado benefício da droga em relação
àquela doença. Quem avalia e prescreve o medicamento anti-hipertensivo é o
médico.
A V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial descreve as importantes
características do medicamento anti-hipertensivo, como forma de estimular a
adesão do paciente ao tratamento, são elas:
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• Não ser obtido por meio de manipulação, pela inexistência de informações
adequadas de controle de qualidade, bioequivalência e/ou interação
química dos compostos;
• Ser considerado em associação para os pacientes com hipertensão em
estágios 2 e 3, que na maioria das vezes não respondem à monoterapia;
• Ser utilizado por um período mínimo de quatro semanas, salvo em
situações especiais, para aumento de dose, substituição da monoterapia
ou mudança das associações em uso.
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hipertenso de que embora não haja cura, o controle adequado da pressão arterial
é essencial na prevenção de futuras consequências desta doença.
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A Crise Hipertensiva é uma condição clínica caracterizada por elevação
aguda ou crônica da PA (Níveis de Pressão Diastólica superior a 130 mmHg) em
associação ou não com manifestações de comprometimento de órgãos-alvo
(cardiovasculares, neurológicas e renais). As manifestações clínicas das crises
hipertensivas dependem do grau de disfunção dos órgãos-alvo. Os níveis
pressóricos absolutos podem não ter importância, mas sim a velocidade de
elevação que esta ocorreu.
Pacientes com hipertensão de longa data podem tolerar pressões
sistólicas de 200 mm Hg e diastólicas superiores a 150 mm Hg, entretanto
crianças ou gestantes podem desenvolver encefalopatia com pressões diastólicas
de 100 mm Hg. Cerca de 10 a 20% da população adulta em nosso país apresenta
Hipertensão Arterial Sistêmica; estudos mostram que emergências hipertensivas
ocorrem em menos de 1% dos pacientes hipertensos, esses pacientes
desenvolverão um ou mais episódio de emergência hipertensiva.
O mecanismo responsável pela elevação da PA não é claramente
conhecido, no entanto, elevações dos níveis de renina, adrenomodulina e
peptídeo atrial natriurético foram encontrados em alguns pacientes com
emergências hipertensivas. Uma elevação súbita da PA secundária a um
aumento da resistência vascular periférica parece estar envolvida nos momentos
iniciais; o fumo, possivelmente mediando lesão endotelial, é um antigo suspeito
de estar envolvido na gênese das emergências hipertensivas (fumantes têm 5x
mais chances de desenvolver hipertensão maligna); fatores genéticos e
imunológicos também podem ter papel importante.
Os pacientes portadores de feocromocitoma ou hipertensão renovascular
apresentam uma incidência de elevações abruptas de pressão arterial mais alta
do que o esperado para outras causas de hipertensão arterial. Alguns autores
acreditam que a ativação do sistema renina-angiotensina esteja envolvida no
desenvolvimento das emergências hipertensivas, assim a redução do volume
circulante causada, entre outros motivos, pela ação de diuréticos de alça – como
a furosemida – pode estar associada a elevações abruptas de pressão arterial e à
lesão endotelial dos quadros de emergência hipertensiva.
AN02FREV001
63
Uma vez iniciado o processo lesivo vascular, surge um ciclo vicioso com
secreção de substâncias vasoconstritoras e vasotóxicas, como o TNFa, que
perpetuam o processo.
AN02FREV001
64
A figura acima mostra o desvio da curva de autorregulação para a direita
em pacientes cronicamente hipertensos.
AN02FREV001
65
Muitos pacientes apresentam-se na emergência apenas após a constatação da
elevação dos níveis pressóricos em uma medida rotineira de pressão arterial.
O exame físico deve incluir a pesquisa da presença de sinais de irritação
meníngea, fundo de olho para buscar edema de papila, hemorragias e exsudatos;
o exame neurológico deve procurar a presença de rebaixamento de nível de
consciência, confusão mental ou agitação psicomotora, presença de sinais
neurológicos focais, particularmente os sinais deficitários; a ausculta cardíaca
deve buscar a presença de 3ª ou 4ª bulha e sopro de insuficiência aórtica; a
ausculta pulmonar deve procurar a presença de sinais de congestão pulmonar; o
exame físico deve incluir, ainda, a palpação da aorta abdominal e a pesquisa de
pulsos periféricos, incluindo o pulso carotídeo.
É importante avaliar a presença de deterioração da função renal,
buscando a presença de edema, diminuição de volume urinário e hematúria; em
pacientes com pressão arterial diastólica superior a 130 mmHg, impõe-se a
dosagem de creatinina sérica e a análise urinária para pesquisar a presença de
hematúria e proteinúria; a estratificação de risco desses pacientes está na
confirmação ou na exclusão de existência de lesão aguda (em curso) de um
órgão-alvo. Caso não seja possível excluir a existência de lesão, deve-se assumir
a presença de lesão aguda e tratar conforme o órgão lesado.
AN02FREV001
66
as lesões nos órgãos-alvo, tais como: encefalopatia hipertensiva, edema agudo
de pulmão, acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio ou dissecção
aguda da aorta, nestes casos há o risco iminente de morte;
AN02FREV001
67
Também é potente vasodilatador cerebral, causando aumento da pressão
intracraniana responsável pela cefaleia pulsátil experimentada por alguns
pacientes. Os vasos da retina podem relaxar-se e aumentar a pressão intraocular,
o que favorece a crise aguda do glaucoma. O nitroprussiato de sódio é indicado
nas crises hipertensivas e também é útil para produzir hipotensão em alguns
procedimentos cirúrgicos, assim como para diminuir a resistência periférica em
pacientes com infarto do miocárdio, ocasionando melhora no desempenho
cardíaco, que é acompanhado pelo aumento do volume urinário e excreção de
sódio.
A toxidade aguda do Nitroprussiato é secundária à vasodilatação
excessiva e à hipotensão. Podem ocorrer náuseas, vômitos, sudorese, agitação,
cefaleia, palpitação, apressão subesternal e síncope, devido ao deslocamento da
massa sanguínea para as áreas esplênicas e periféricas, com possível hipóxia
cerebral. Os principais cuidados de enfermagem na administração desta
medicação são:
AN02FREV001
68
de instalação da medicação e possíveis mudanças em gotejamentos, conforme a
orientação médica.
• Seguir a prescrição do enfermeiro frente aos demais cuidados
específicos prestados a este paciente.
• Segundo Andrade (2009), os efeitos colaterais produzidos pela infusão
do nitroprussiato de sódio melhoram com a diminuição do gotejamento ou quando
o paciente é mantido em decúbito horizontal.
AN02FREV001
69
anotado o dia, horário, resultado da pressão arterial e assinatura do profissional
que realizou a verificação.
Para os pacientes em uso de medicamentos anti-hipertensivos, é de suma
importância a verificação da pressão arterial no intuito de identificar a eficiência
dos medicamentos frente à patologia. Os pacientes hipertensos hospitalizados,
igualmente, devem ser monitorizados conforme a necessidade e rotina
institucional e medicados de acordo com a prescrição médica. Smeltzer e Bare
(2006) enfatizam que, uma vez identificada, a pressão arterial elevada deve ser
monitorada a intervalos regulares, porque a hipertensão é uma condição para o
resto da vida. Tendo como meta do tratamento evitar a morte e as complicações
ao atingir e manter a pressão arterial mais baixa que 140/90 mmHg.
• Monitorização dos Sinais e Sintomas: a enfermagem deve investigar
sinais e/ou sintomas que possam indicar lesão de outros órgãos, desta forma é
sempre importante manter um diálogo com o paciente e questionar sobre:
sangramentos nasais, dor anginosa, falta de ar, alterações na visão, vertigens,
dores de cabeça ou nictúria;
• Monitorização dos Pulsos: indica-se que sempre ao monitorizar a
pressão arterial do paciente também seja incluída a verificação dos pulsos apical
e periférico (frequência, ritmo e características) para com isso detectar possíveis
efeitos da hipertensão sobre o coração e vasos periféricos;
• Educação do paciente para o autocuidado: o objetivo do tratamento
da hipertensão é a manutenção de uma pressão arterial adequada que não cause
danos para o paciente, a colaboração da enfermagem frente a este cuidado deve
ser de baixo custo e alto benefício. O tratamento inclui ações de mudança nos
estilos de vida e nos casos em que o médico prescreve o uso de medicações,
desta forma, o próprio paciente torna-se responsável por estas mudanças e a
enfermagem tem a função de realizar a orientação e acompanhamento frente a
estas novas adaptações, por esta razão é um sistema de educação continuada e
de estímulo ao autocuidado.
A adesão ao tratamento pode ser caracterizada como o grau em que o
comportamento do indivíduo, em termos de tomar o medicamento, seguir a dieta,
realizar mudanças no estilo de vida e comparecer às consultas de
AN02FREV001
70
acompanhamento, coincide com o conselho médico ou de saúde. Vários fatores
podem dificultar a adesão do paciente: doença, tratamento, aspectos
socioeconômicos, ocupação, estado civil, religião, crenças de saúde, família,
hábitos de vida e culturais devem ser considerados (SARMENTO, 2004).
Algumas das estratégias utilizadas para este fim é a reunião em grupos
de hipertensos para que os mesmos troquem informações sobre suas dificuldades
frente às mudanças, muitas vezes penosas, mas necessárias. A família deve ser
envolvida e estimulada juntamente com o paciente para que se torne capaz de
oferecer apoio aos esforços do paciente em controlar a hipertensão. O
posicionamento e apoio da família são de fundamental importância às mudanças
nos hábitos de vida do hipertenso, pois ações como fazer atividades físicas,
seguir dieta adequada e tomar medicamentos na hora e na dosagem certa, talvez
venham a requerer apoio e supervisão dos familiares.
Além disso, quando temos um hipertenso na família, todos os outros
membros devem se preparar para colocar em prática medidas de vida saudável
precocemente, pois a chance de também desenvolver hipertensão arterial é muito
grande (SARMENTO, 2004; ORQUIZA, 2007). Sabe-se que toda mudança requer
um processo educativo e esse se dá de uma forma lenta e deve ser contínuo.
Assim, as ações desenvolvidas pelos profissionais que trabalham com esses
pacientes devem atender às necessidades de cada um, à medida que se tenta
manter o tratamento por longo período (ALMEIDA, 2004).
• Monitorização no uso de medicamentos: nos programas de saúde
pública de atenção a pacientes hipertensos as medicações protocoladas são
distribuídas gratuitamente ao paciente que faz uso contínuo, o profissional de
enfermagem neste aspecto realiza juntamente com o farmacêutico o controle
adequado das medicações distribuídas para o paciente, bem como a
periodicidade de retirada de tais medicamentos, geralmente realizando uma
anotação da quantidade do medicamento que está sendo entregue ao paciente e
a data de entrega, desta forma é possível monitorar a correta administração do
medicamento em domicílio.
Outra questão é o aparecimento de sinais ou sintomas que podem estar
associados ao uso da medicação anti-hipertensiva, como por exemplo, tonteira ou
AN02FREV001
71
zonzeira ao ficar em pé; todas essas informações devem sempre ser registradas
para que exista uma comunicação eficiente entre os profissionais que prestam
atenção à saúde do paciente, tanto nos hospitais quanto em tratamentos
ambulatoriais. Para a implementação de ações, o profissional deve procurar
conhecer a história do paciente individualmente, de forma a elaborar estratégias
que possam contribuir para adesão ao tratamento medicamentoso e não
medicamentoso (SOUZA, 2003).
• Monitorização das complicações potenciais: A elevação prolongada
da pressão arterial lesiona os vasos sanguíneos por todo o corpo, principalmente
em órgãos-alvo, como o coração, rins, cérebro e olhos, além de provocar
espessamento e perda de elasticidade das paredes arteriais e aumento da
resistência vascular periférica nos vasos acometidos. As consequências usuais da
hipertensão descontrolada prolongada são o infarto do miocárdio, insuficiência
cardíaca e renal, acidentes vasculares cerebrais e visão prejudicada.
O ventrículo esquerdo do coração pode ficar aumentado (hipertrofia
ventricular esquerda), à medida que age para bombear o sangue contra a pressão
elevada (POTTER & PERRY, 2001; SMELTZER E BARE, 2006). Os sintomas de
que a doença está progredindo e envolvendo outros sistemas orgânicos devem
ser detectados precocemente, de modo que o programa de tratamento possa ser
alterado de acordo. Quando o paciente retorna ao ambulatório para
acompanhamento, todos os sistemas orgânicos devem ser avaliados para
detectar qualquer indício de lesão vascular em órgãos vitais.
O exame dos olhos é particularmente importante porque a lesão vascular
na retina indica alteração similar em outro local do sistema vascular. O paciente
deve ser inquirido acerca de embaçamento visual, manchas diante dos olhos e
diminuição da acuidade visual. O coração, sistema nervoso e rins
necessariamente também devem ser avaliados. Oliveira (2004) enfatiza que a
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) somente passa a provocar sintomas quando
os órgãos-alvo começam a não mais suportar as alterações que sofreram para se
adaptar aos níveis tensionais elevados.
Entretanto, tais alterações não são precoces, surgem geralmente após
mais de 10 anos de presença da doença, por meio de complicações graves, fato
AN02FREV001
72
justificado pela evolução assintomática que a HAS apresenta. Infere ainda o autor
que se deve ter como objetivo uma conduta preventiva que pode ser obtida
mediante o diagnóstico precoce e o tratamento da HAS. Quaisquer achados
significativos devem ser imediatamente notificados para a necessidade de
estudos diagnósticos adicionais. Com base nos achados, os medicamentos
podem ser mudados em uma tentativa de controlar a hipertensão. Segundo Potter
(2002), a anamnese do paciente é essencial no momento da avaliação, ou seja,
observar o paciente de forma completa irá facilitar a compreensão e identificação
de riscos.
• Verificação do peso e altura: Importante mensuração que a
enfermagem contribui realizando para que se possa estimar o IMC do paciente e,
assim, acompanhar o ganho e perda de massa muscular individualmente, como
fator relevante na atenção primária e secundária do indivíduo hipertenso.
• Cuidados Hospitalares: além de todos os cuidados citados
anteriormente é importante que ao paciente hospitalizado sejam realizados os
seguintes cuidados: questionamento sobre a medicação domiciliar de uso
contínuo ou não, no momento da internação, antes da realização de exames
diagnósticos, incluindo os contrastados, antes da realização de atos cirúrgicos;
monitorização da pressão arterial: conforme a preconização e rotina da instituição
frente à verificação dos sinais vitais do paciente, e principalmente em intervalos
menores naqueles pacientes que fazem uso endovenoso de medicação anti-
hipertensiva, gestantes, emergências hipertensivas e pré-operatórios;
• Participar em Treinamentos e Capacitação: a enfermagem tem o
dever de estar constantemente atualizada frente às mudanças e implementações
que surgem na ciência, desta forma, o técnico de enfermagem participa de
capacitações tanto em nível de saúde pública como hospitalar, para garantir
técnicas e condutas adequadas e de qualidade ao paciente.
• Realizar uma aferição de pressão arterial de forma isenta de riscos.
15 APARELHOS UTILIZADOS PARA AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
AN02FREV001
73
Esfigmomanômetro - É o instrumento utilizado para a medida da
pressão arterial. É composto pelo manômetro e manguito.
FIGURA 15 - ESFIGMOMANÔMETRO
AN02FREV001
74
16 PROCEDIMENTO DA MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL
AN02FREV001
75
3. Colocar o manguito sem deixar folgas acima da fossa cubital, cerca de
2 a 3 cm;
AN02FREV001
76
7. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da
pressão sistólica;
8. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 a 4 mmHg por
segundo);
9. Determinar a pressão sistólica na ausculta do primeiro som (fase I de
Korotkoff), que é um som fraco seguido de batidas regulares e, após, aumentar
ligeiramente a velocidade de deflação;
10. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de
Korotkoff);
11. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar
seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa;
12. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão
diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da
sistólica/diastólica/zero;
13. Esperar um a dois minutos antes de novas medidas;
14. Informar os valores de pressão arterial obtidos para o paciente;
15. Anotar os valores e o membro.
AN02FREV001
77
estetoscópio. Pacientes em isolamento de contato sempre terão material
individualizado quando hospitalizados, desta forma o técnico de enfermagem
sempre deverá seguir as normas e orientações do Serviço de Controle de
Infecção Hospitalar. A tabela abaixo mostra as dimensões dos manguitos para as
diferenças circunferências de braço.
AN02FREV001
78
geralmente entre o final da fase I e o início da fase II dos sons de Korotkoff. Tal
achado pode subestimar a verdadeira pressão sistólica ou superestimar a pressão
diastólica; pseudo-hipertensão, caracterizada por nível de pressão arterial
superestimado em decorrência do enrijecimento da parede da artéria.
Pode ser detectada por meio da manobra de Osler, que consiste na
inflação do manguito no braço até o desaparecimento do pulso radial. Se a artéria
for palpável após esse procedimento, sugerindo enrijecimento, o paciente é
considerado Osler positivo; a hipertensão do avental branco é mais frequente no
idoso. Segundo Guedis et al. (2008), define-se como efeito do avental branco a
condição clínica na qual as pressões arteriais sistólicas e diastólicas são maiores
que 20 mmHg e 10 mmHg respectivamente, em relação aos números obtidos pela
medida da pressão de consultório comparadas por aqueles registrados pela
Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) ou pela Monitorização
Residencial da Pressão Arterial (MRPA). Em gestantes recomenda-se que a
medida da pressão arterial seja feita na posição sentada, identificando-se a
pressão diastólica na fase V de Korotkoff.
AN02FREV001
79
- A viscosidade do sangue é outro fator que influi, pois quanto mais
viscoso, mais alta será a pressão arterial;
- Elasticidade da parede dos vasos. Vasos pouco elásticos oferecem mais
resistência do que os que têm muita elasticidade; assim sendo, aumentando a
resistência, a pressão também aumenta.
19 NOTAS COMPLEMENTARES
AN02FREV001
80
¾ Idade - em crianças é nitidamente mais baixa do que em adultos;
¾ Sexo - na mulher é pouco mais baixa do que no homem, porém na prática
adotam-se os mesmos valores;
¾ Raça - as diferenças em grupos étnicos muito distintos talvez se deva a
condições culturais e de alimentação;
¾ Sono - durante o sono ocorre uma diminuição de cerca de 10%, tanto na
sistólica como na diastólica;
¾ Emoções - há uma elevação principalmente da sistólica;
¾ Exercício físico - provoca intensa elevação da PA, devido ao aumento do
débito cardíaco, existindo curvas normais da elevação da PA durante o
esforço físico (testes ergométricos);
¾ Alimentação - após as refeições, há discreta elevação, porém sem
significado prático;
¾ Mudança de posição - a resposta normal quando uma pessoa fica em pé
ou sai da posição de decúbito inclui uma queda da PA sistólica de até 15
mmHg e uma leve queda ou aumento da diastólica de 5 a 10 mmHg. Pode
ocorrer hipotensão postural (ortostática), que se acompanha de tontura ou
síncope; as três causas mais comuns da hipotensão ortostática: depleção
do volume intravascular, mecanismos vasoconstritores inadequados e
efeito autônomo insuficiente sobre a constrição vascular.
AN02FREV001
81
21 AÇÕES EDUCATIVAS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AO PACIENTE
HIPERTENSO
AN02FREV001
82
22 A HIPERTENSÃO ARTERIAL E SEUS DEZ MANDAMENTOS
AN02FREV001
83
Verificar a quantidade de sal nos rótulos dos alimentos. Reduzir o
consumo do mesmo nos alimentos.
AN02FREV001
84
Praticar esportes. O médico irá adaptar o tipo de esporte que cada
paciente poderá desenvolver.
AN02FREV001
85
23 HIPERTE
ENSÃO AR
RTERIAL NA
N GRAV
VIDEZ
1. Pré-Eclâmp
P psia/Eclâm
mpsia (do
oença hip
pertensiva específica da
gravidez): ocorre
o prin
ncipalmentte em gesstantes apó
ós a 20º semana
s
de gestaçã
ão, e mais frequen
ntemente próximo ao termo.. Há o
desenvolvim
mento grradual da
a hiperten
nsão, pro
oteinúria, edema
generalizad
do e, às vezes, alterações
a na coagu
ulação e função
hepática. A presença
a de conv
vulsão define a form
ma grave da pré-
e
eclâmpsia chamada de eclâ
âmpsia. O nível d
de protein
núria é
considerado
o anormall quando superior
s a 300 mg/2
24 horas ou
o pelo
m
menos 2 + em aná
álise qualitativa. A proteinúria
a pode se
er uma
AN
N02FREV001
86
6
manifestação tardia da pré-eclâmpsia. O edema isolado não é
critério útil para diagnóstico de pré-eclâmpsia.
AN02FREV001
87
A hipertensão pré-eclâmpsia frequentemente desaparece dentro de duas
ou seis semanas após o parto e possui uma etiologia ainda desconhecida. As
mulheres hipertensas que desejam engravidar devem ser cuidadosamente
avaliadas; também nas possibilidades de hipertensão secundária. Segundo
Montenegro (2002), o tratamento da pré-eclâmpsia é conservador, até o concepto
atingir a maturidade (37 semanas). O processo só é curado com o parto, mesmo
quando a pressão arterial está normalizada, e a paciente apresenta-se sem edema
e sem proteinúria, ainda assim o feto está em risco já que a depuração placentária
é 50% inferior à normal.
Todas as pacientes hipertensas grávidas devem ser seguidas de perto.
Na maioria delas a pressão alta diminui no segundo trimestre devido à
vasodilatação fisiológica da gravidez e consequente a isso poderá haver a redução
na dose ou suspensão da medicação anti-hipertensiva pelo médico. A ausência de
redução da pressão arterial no segundo trimestre é um mal prognóstico.
Montenegro (2002) descreve que as principais medidas adotadas a
paciente são:
• Repouso no leito em decúbito lateral esquerdo para melhorar o fluxo
sanguíneo renal e a ultraplacentário;
• Sedação oral com diazepínicos ou barbitúricos para auxiliar no
repouso;
• A dieta hipossódica e diurética é discutida entre os profissionais, se
usar diurético promove rápida excreção de água e de sódio, levando à depleção
eletrólica, associada à privação do sal, não traz benefício ao problema da toxímia,
por isso a dieta é normossódica;
• Os hipertensores também não são administrados com objetivo de
prolongar a gravidez (reduz a perfusão ultraplacentária).
• Na pré-eclâmpsia grave, e na eclâmpsia, antes de interromper a
gestação, o quadro clínico será estabilizado, o que demora em torno de quatro a
seis horas.
AN02FREV001
88
23.1 AS PREVENÇÕES DAS CONVULSÕES
AN02FREV001
89
• Monitorizar pressão arterial, pulso, temperatura, respiração de 2/2
horas ou conforme a prescrição do enfermeiro;
• Controle de Batimentos Cardiofetais: conforme prescrição do
enfermeiro e/ou obstetra.
AN02FREV001
90
presença de
hipotensão
postural em
clima quente.
(Ingerir
bolachas
salgadas em
clima quente
pode evitar
isso).
Administrar
potássio
suplementar.
Considerações
Gerontológicas:
Risco de
hipotensão
postural é
significativo por
causa da
depleção de
volume; medir a
pressão arterial
para se levantar
lentamente.
Furosemida Depleção de Ação rápida; Mesma que os Depleção de
(Diuréticos de volume; potente para citados acima. volume é rápida
Alça) bloqueiam a serem usados – pode ocorrer
reabsorção de somente quando intensa diurese;
sódio e água no os tiazídicos depleção de
rim; falham. eletrólitos –
antagonizam a reposição é
ação da necessária;
aldosterona. sede, náuseas,
vômitos, rubor
AN02FREV001
91
cutâneo,
hipotensão
postural;
percepção do
paladar
adocicado;
queimação oral
e gástrica.
As
considerações
gerontológicas
são as mesmas
citadas pelos
tiazídicos.
Espironolactona Inibidores Espironolactona Doença renal Zonzeiras,
Triatereno competitivos da é eficaz no Azotomia letargia, dor de
(Diuréticos aldosterona. tratamento da Doença hepática cabeça –
poupadores de Age no túbulo distal hipertensão severa diminuir a dose.
potássio) independentemente acompanhada de Diarreia e
da adisterona aldoteronismo outros sintomas
primário. GI – administrar
Tanto a medicamentos
espironolactona após as
quanto o refeições.
triatereno Erupções
causam retenção cutâneas,
de potássio. urticária,
confusão
mental, ataxia –
pode ser
necessário
diminuir a dose.
Ginecomastia
(não para o
Triatereno)
AN02FREV001
92
Inibidores Perturba a síntese Desacelera o História de Podem causar
Adrenérgicos e reabsorção de pulso que depressão, grave
Reserpina noradrenalina contrabalança a Psicose depressão.
taquicardia da Obesidade, Relatar
hidralazina Sinusite crônica, manifestações,
Úlcera Péptica. pois isso pode
demandar a
suspensão do
medicamento.
Ingurgitamento
nasal que pode
exigir
vasoconstritor
nasal.
Aumenta o
apetite, portanto
pode ser difícil
controlar o
peso.
Recidiva de
úlcera péptica.
Administrar com
refeições ou
leite.
Considerações
Gerontológicas:
depressão e
hipotensão
postural com os
idosos.
Metildopa Inibidor da dopa – Eficaz em Doença Hepática Zonzeiras,
descarboxilase; pacientes não tonteiras.
desloca a controlados pela Boca seca;
noradrenalina dos tiazida – ingurgitamento
locais de reserpina (com nasal;
AN02FREV001
93
armazenamento. ou sem (desconfortável
hidralazina); de início, mas
Útil em pacientes depois tende a
com insuficiência desaparecer);
renal; Anemia
Não diminui o hemolítica;
débito cardíaco Considerações
nem o fluxo Gerontológicas:
sanguíneo renal; pode produzir
Não induz alterações
oligúria mentais e
comportamentai
s no idoso.
Propanolol Bloqueia o sistema Reduz a Asma brônquica; Depressão
nervoso simpático, frequência do Renite alérgica; mental
especialmente os pulso nos Insuficiência manifestada por
nervos simpáticos pacientes com ventricular direita insônia,
do coração, taquicardia e decorrente da lassidão,
produzindo uma elevação da hipertensão fraqueza e
frequência cardíaca pressão arterial e pulmonar; fadiga.
mais lenta e menor é útil como Insuficiência Zonzeiras e
pressão arterial coadjuvante aos cardíaca congestiva. náuseas,
medicamentos vômitos e
que agem no distúrbios
local neuroefetor gástricos
do vaso ocasionais.
sanguíneo Ocorrem
discrasias
sanguíneas
como
agranulocitose e
púrpura
trombocitopênic
a, mas não
incomuns.
AN02FREV001
94
Considerações
Gerontológicas:
Risco de
toxidade
aumentado no
idoso,
comprometimen
to da função
renal e
hepática.
Verificar a
pressão arterial
em três
posições e
observar a
presença de
hipotensão.
Hidrocloreto de Vasodilatador Age diretamente Angina no peito e Vômitos e
Prazosin periférico agindo sobre o vaso doença arterial diarreia
diretamente sobre sanguíneo e é coronária. Induz ocasionais,
o vaso sanguíneo; agente eficaz taquicardia se não frequência
similar a hidralazina nos pacientes precedida pela urinária e
com reações administração de colapso
adversas à propanolol e um cardiovascular,
hidralazina diurético especialmente
se dado com
hidralazina, sem
diminuir a dose
da última. Os
pacientes
ocasionalmente
sentem
zonzeiras, falta
de energia e
fraqueza.
AN02FREV001
95
Hidrocloreto de Modo exato de Pouco ou Doença arterial Efeitos
Clonidina ação nenhum efeito coronária grave, colaterais mais
desconhecido, mas ortostático. gravidez, crianças comuns são
age através do Moderadamente boca seca,
sistema nervoso potente e zonzeiras,
central, algumas vezes sedação e
aparentemente por eficaz quando dores de
intermédio de outros cabeça e fadiga
estimulação medicamentos ocasionais.
adrenérgica deixam de Anorexia, mal-
centralmente diminuir a estar e vômitos,
mediada no pressão arterial com leve
cérebro, distúrbio da
produzindo redução função hepática
da pressão arterial. foram relatados.
Rubor cutâneo,
sonhos e
pesadelos,
insônia e
ansiedade
foram relatados,
mas não são
comuns.
Metropolol Bloqueia o acesso Absorção rápida Insuficiência Pode causar
da noradrenalina cardíaca; bradicardia,
nos receptores Bradicardia sinusal; ICC,
adrenérgicos, Defeitos da intensificação
especialmente no condução AV de bloqueio
miocárdio, diminui Diabetes Mellitus cardíaco –
a pressão arterial tomar o pulso
ao abrandar o apical antes da
débito cardíaco e a administração.
resistência Pode causar
periférica. depressão
grave, relatar
AN02FREV001
96
manifestações,
pois isto poderá
indicar a
suspensão do
medicamento.
Instruir o
paciente a
contar a
frequência do
pulso antes de
cada dose e
informar ao
médico pulso
lento ou
irregular
Nadolo Bloqueia os Pode ser usado ICC Pode causar
receptores isoladamente no Bradicardia sinusal bradicardia;
adrenérgicos no tratamento da Asma Brônquica instruir o
coração; reduz a hipertensão, ou DPOC paciente a
frequência cardíaca em combinação contar a
e o débito cardíaco com um diurético frequência do
e diminui a Meia-vida longa; pulso antes de
automaticidade do administração cada dose e
coração; uma vez ao dia informar ao
desconhecido o médico pulso
modo exato da lento e irregular;
ação na diminuição Pode causar
da pressão arterial zonzeira,
ortostática e supina sedação,
alterações
comportamentai
s, depressão;
avisar ao
paciente que ele
deve evitar
AN02FREV001
97
dirigir e outras
atividades
perigosas até
que seja
conhecida a
resposta.
Vasodilatadores Diminui e Usado como Angina ou doença Dor de cabeça,
Hidrocloreto de resistência terceiro coronariana taquicardia,
hidralazina periférica ao elevar medicamento de ICC rubor e dispneia
concomitantemente escolha quando Hipersensibilidade podem ocorrer;
o débito cardíaco; o paciente não Edema
Age diretamente responde à periférico que
sobre os músculos tiazida-reserpina, pode necessitar
lisos dos vasos metildopa ou de diuréticos;
sanguíneos guanetidina Pode produzir
síndrome
semelhante ao
lúpus
eritematoso
Minoxidil Ação Efeito hipotensor Feocromocitoma Taquicardia,
vasodilatadora mais angina no peito,
direta sobre os pronunciado do alterações no
vasos arteriolares, que da ECG; verificar a
causando hidralazina. PA e pulso
diminuição da Nenhum efeito apical antes da
resistência vascular sobre os reflexos administração,
periférica; reduz as vasomotores, monitorizar
pressões sistólicas assim não causa ingestão,
e diastólicas hipotensão eliminação e
postural peso diário.
Nitroprussiato de Vasodilatação Ação rápida Sépsis Zonzeira, dor de
Sódio periférica por meio cabeça,
Nitroglicerina do relaxamento da náuseas,
Diazóxido musculatura lisa edema,
taquicardia,
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98
palpitações
Inibidor da Inibe a conversão Menos efeitos Distúrbio renal Considerações
Enzima de da angiotensina I cardiovasculares. Gerontológicas:
Conversão da em II; Pode ser usado necessita de
Angiotensina Diminui a com um dosagens
Captopril resistência diurético. menores e
periférica total Hipotensão pode diuréticos de
ser revertida por alça na
reposição hídrica disfunção renal
Antagonistas Inibe a entrada do Inibe o espasmo Síndrome do nódulo Não suspender
do Cálcio íon cálcio; arterial coronário sinusal doente, repentinamente.
Hidrocloreto de Reduz a pós-carga não controlado bloqueio AV do Observar a
Diltiazem cardíaca pelos segundo ou terceiros presença de
bloqueadores ou graus; hipotensão; hipotensão.
nitratos ICC Informar
batimentos
cardíacos
irregulares,
zonzeiras,
edema.
Instruir acerca
dos cuidados
higiênicos
dentários em
decorrência de
uma possível
gengivite
AN02FREV001
99
coronárias. SA ou prolongar Alimentações
Diminui o trabalho a condução pequenas e
cardíaco e o nodal AV frequentes na
consumo de presença de
energia, aumenta a náuseas.
oferta de oxigênio Câimbras
ao miocárdio. musculares,
rigidez articular,
dificuldades
sexuais podem
desaparecer
com a
diminuição da
dosagem.
Informar acerca
dos batimentos
cardíacos
irregulares,
constipação,
falta de ar,
edema.
Pode causar
tonteiras
Verapamil Inibe a entrada do Antidisrítimico e Doença do nódulo Administrar com
íon cálcio. eficaz. sinusal ou AV; grave o estômago
Diminui a Início rápido de IC, hipotensão vazio ou antes
velocidade de ação por via ev das refeições.
condução do Bloqueia os Não suspender
impulso cardíaco canais SA e AV repentinamente.
Depressão pode
desaparecer
com a
suspensão do
medicamento.
Para as dores
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100
de cabeça
reduzir o
barulho e
monitorizar os
eletrólitos.
Diminuir a dose
na insuficiência
renal ou
hepática
Considerações
Gerontológicas:
Necessário
reduzir a dose
AN02FREV001
101
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM
DIABETES E HIPERTENSÃO
Aluno:
AN02FREV001
102
CURSO DE
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM
DIABETES E HIPERTENSÃO
MÓDULO III
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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103
MÓDULO III
24 DIABETES MELLITUS
AN02FREV001
104
Para entender melhor o mecanismo do Diabetes no organismo, bem como
da insulina e ação da glicose é necessário relembrar a anatomia e fisiologia do
pâncreas humano, que é responsável pela produção dos hormônios reguladores dos
níveis de glicose no organismo, conforme consta a seguir.
AN02FREV001
105
A porção do pâncreas que desempenha uma função hormonal ou endócrina
é formada pelas Ilhotas de Langerhans, que se constituem por dois tipos de células:
as betas, responsáveis pela produção de insulina, e as células alfa, que produzem o
glucagon. Ambos os hormônios são responsáveis pela manutenção de níveis ideais
de glicose no sangue, ambos com efeitos contrários, diminuindo e aumentando
respectivamente os valores da glicose no sangue.
O controle glicêmico no sangue se faz da seguinte maneira: após a
alimentação os níveis de glicose aumentam, neste momento o pâncreas secreta a
insulina para manter os níveis de glicose ideais; a insulina desloca a glicose do
sangue para os tecidos das células que compõem o corpo humano ou armazenam a
glicose nas células alvo do fígado na forma de glicogênio, baixando com isso a
glicemia.
Por outro lado, quando se permanece muito tempo sem comer os níveis de
glicose do sangue ficam baixos, menos que o aceitável, desta forma o pâncreas em
condições normais passa a produzir e secretar glucagon estimulando a glicogênese
(quebra do glicogênio, aumentando a taxa de glicemia) e transportando glicose no
sangue. Quaisquer situações anormais na secreção da insulina nos efeitos da
insulina no organismo provocam a hiperglicemia, índices maiores que os permitidos
de glicose no sangue circulante, constituindo-se na Diabetes Mellitus.
AN02FREV001
106
alimentos para compreender esta importância. O mais importante efeito da insulina é
o de promover o transporte de glicose para o interior de quase todas as células
musculares, as células gordurosas e as células hepáticas. O mecanismo de ação da
insulina é mostrado na figura abaixo.
A glicose combina-se com uma substância carreadora na membrana celular
e, em seguida, difunde-se para o interior da membrana, onde é liberada no
citoplasma. O carreador é utilizado repetidamente para o transporte de quantidades
adicionais de glicose. Esse tipo de transporte chama-se difusão facilitada. Isso
significa que a combinação da glicose com o carreador torna mais fácil a difusão da
glicose por meio da membrana, entretanto esse transporte jamais fará com que a
concentração de glicose no interior da célula fique maior que o exterior.
O efeito da insulina sobre o transporte de glicose é o de ativar o mecanismo
de difusão facilitada. Dentro de período de segundos a minutos após a combinação
da insulina com a membrana celular, a intensidade da difusão da glicose para o
interior celular aumenta de 15 a 20 vezes, o que sugere uma ação direta da insulina,
seja sobre a própria membrana celular ou sobre o sistema de transporte da glicose.
O transporte de glicose para o interior das células hepáticas depende de
mecanismo diferente. A membrana celular do fígado é tão permeável que a glicose
pode, com toda a facilidade, difundir-se por meio dela, mesmo na ausência da
difusão facilitada. Contudo, a glicose pode difundir-se nos dois sentidos, tanto para
dentro como para fora das células. Mas, na presença de insulina, várias enzimas
das células hepáticas são ativadas, o que promove o encarceramento da glicose no
interior dessas células.
Essas enzimas são as glicoquinase, que faz com que a glicose reaja com o
íon fosfato, e o glicogênio sintetase, que faz com que grande número de moléculas
de glicose reaja entre si para formar o glicogênio, o polímero da glicose de alto peso
molecular. Na falta da insulina esse mecanismo de encarceramento cessa e outra
enzima, a fosforilase, fica ativada e despolimeriza o glicogênio de volta à glicose, o
que permite sua saída da célula.
Quando a concentração de glicose fica acima do normal, o pâncreas secreta
quantidades maiores de insulina que, por sua vez, promove o transporte rápido de
glicose para o interior das células e a torna disponível para as funções celulares.
Portanto, um dos efeitos óbvios da insulina é a de provocar a rápida utilização da
AN02FREV001
107
glicose para energia, pela maioria das células do corpo. Após uma refeição, quando
existe excesso de glicose e insulina, a glicose é muitas vezes transportada para o
interior das células hepáticas e musculares em quantidades muito maiores que as
que podem ser utilizadas para energia.
Como resultado, uma grande parte dessa glicose fica armazenada sob a
forma de glicogênio: a concentração do glicogênio nas células hepáticas pode, por
vezes, atingir até 5 a 6% e, nas células musculares, mais de 1%. Durante os
períodos de intervalos durante as refeições, as células musculares reconvertem o
glicogênio de volta à glicose, usando-a para energia. Por outro lado, nas células
hepáticas a enzima fosforilase fica ativada e despolimeriza o glicogênio de volta a
glicose, liberando essa glicose para o sangue circulante, por onde é levada a todas
as regiões do corpo onde for necessária. Desse modo, o fígado é um dos depósitos
temporários de glicose de maior importância.
Após os depósitos hepático e muscular de glicose terem sido preenchidos,
toda a glicose remanescente que ainda não pode ser usada de forma imediata é
armazenada como gordura, nos depósitos de gordura. Cerca de nove décimos
dessa gordura são sintetizados no fígado a partir do grande excesso de glicose que
é transportada para essas células, sob a influência da insulina. Em seguida, essa
gordura é liberada para o sangue, sob a forma de lipoproteínas e transportadas para
as células gordurosas (adiposas) no tecido gorduroso.
Além disso, outro décimo dessa gordura de depósito é sintetizado nas
próprias células gordurosas. A insulina promove o transporte de glicose para essas
células de modo idêntico ao das outras células do corpo. Em resumo, o efeito da
insulina sobre o metabolismo da glicose é o de aumentar sua utilização para energia
ou o de fazer com que a glicose fique armazenada sob a forma de glicogênio ou sob
a forma de gordura.
Em presença de grandes quantidades de insulina, o rápido transporte de
insulina para o interior das células em todo o corpo diminui sua concentração
sanguínea. De modo inverso, a falta de insulina faz com que a glicose fique retida no
sangue, ao invés de penetrar nas células. A falta completa de insulina, usualmente
produz um aumento da concentração sanguínea de glicose, desde o valor maior 90
mg para cada 100 ml, até valores da ordem de 350 mg para 100 ml. Por outro lado,
AN02FREV001
108
um aumento acentuado da insulina pode reduzir a glicose sanguínea até cerca de 25
mg por 100 ml, isto é, um quarto do normal.
O efeito da insulina sobre o metabolismo das gorduras é quase que
exatamente o oposto do que exerce sobre o metabolismo da glicose. Isto é, insulina
inibe de modo acentuado, quase em todos os aspectos o metabolismo da glicose,
como foi descrito acima. A insulina dificulta o metabolismo das gorduras por dois
meios:
AN02FREV001
109
Quarto, o metabolismo muito rápido dos ácidos graxos no fígado provoca a
formação de quantidades muito grandes de ácidos acetoacético, que é liberado, logo
em seguida, para o sangue. Boa parte desse ácido é utilizada pelas células para
energia, mas parte permanece no sangue e pode ocasionar acidose generalizada
grave, muitas vezes levando ao coma acidótico e até a morte, que são os efeitos
mais penosos do diabetes.
Há um aumento rápido dos ácidos graxos no sangue, quando ocorrer falta
abrupta de insulina, como que ocorre por remoção do pâncreas. Deve, também, ser
notado o aumento progressivo do ácido acetoacético sanguíneo, resultado de um
metabolismo de gorduras excessivo e prolongado, além do acúmulo muito
acentuado da glicose sanguínea, devido a não utilização celular de glicídios.
A insulina é quase tão potente como o hormônio do crescimento em fazer
com que ocorra deposição de proteínas nas células. Isso resulta de seus efeitos,
tanto diretos como indiretos, sobre o metabolismo das proteínas. Os efeitos diretos
da insulina sobre o metabolismo das proteínas são de três tipos:
AN02FREV001
110
efeito muito potente sobre o crescimento. Na verdade, sua falta, em um animal,
produz retardo do crescimento na mesma intensidade em que ocorre com falta do
hormônio do crescimento da hipófise anterior. Quando o teor da glicose sanguínea
fica elevado, o pâncreas começa a secretar insulina dentro de poucos minutos. Isso
é causado por efeito direto da glicose sobre as células beta das ilhotas pancreáticas,
fazendo com que secretem quantidades muito acentuadas de insulina.
Essa insulina, por sua vez, faz com que a glicose em excesso seja
transportada para o interior das células, onde poderá ser usada para energia,
armazenada como glicogênio ou convertida em gordura. Assim, o mecanismo da
insulina é um modo de feedback para o controle da concentração da glicose no
sangue e nos líquidos extracelulares. Isto é, um teor muito elevado de glicose
provoca a secreção de insulina, que ocasiona maior utilização da glicose e retorno
de suas concentrações aos valores normais.
De modo inverso, quando o valor sanguíneo da glicose fica muito baixo,
ocorre redução da secreção de insulina e a glicose passa a ser conservada nos
líquidos orgânicos, até que sua concentração volte ao normal. O hormônio glucagon
também participa no controle da concentração sanguínea da glicose.
AN02FREV001
111
glicogênio hepático em glicose, tornando-a disponível para ser transportada para o
sangue.
O glucagon exerce esse efeito pela ativação da enzima adenilciclase nas
membranas das células hepáticas, o que aumenta o teor de AMP cíclico nas células
hepáticas. Esse AMP cíclico, então, ativa a enzima fosforilase, que promove a
glicogenólise (degradação do glicogênio hepático em glicose). Segundo, o glucagon,
aumenta a glicogênese (conversão de proteína em glicose) pelo fígado. Exerce esse
efeito, em sua maior parte, pela ativação do sistema enzimático das células
hepáticas responsáveis por esse processo.
A concentração sanguínea da glicose pode aumentar de até 20% dentro de
alguns minutos após a injeção do glucagon. A secreção de glucagon é controlada de
modo quase exatamente oposto ao da insulina. Isto é, quando a concentração
sanguínea de glicose cai abaixo do normal, o pâncreas começa a secretar maiores
quantidades de glucagon para o sangue.
Em verdade quando a secreção sanguínea de glicose cai até 60 mg por 100
ml de sangue (mais ou menos 30% abaixo do normal), o pâncreas, em termos
literais, joga glucagon para o sangue. Esse efeito do baixo teor de glicose sobre a
secreção de glucagon provoca a liberação quase imediata de glicose pelo fígado, o
que, de forma muito rápida, aumenta de novo o teor de sangue até de volta ao
normal, de 90 mg por 100 ml.
Desse modo, o mecanismo do glucagon, como o mecanismo da insulina,
participa da regulação da concentração sanguínea de glicose, mas com uma
diferença: o mecanismo do glucagon é especialmente ativado durante o exercício
intenso e os períodos de destruição, pois ambos agem no sentido de baixar a
glicose sanguínea. Uma função especialmente importante do glucagon é a de
manter a concentração de glicose alta o suficiente para o funcionamento normal dos
neurônios cerebrais e, portanto, para impedir as convulsões e o coma
hiperglicêmico.
AN02FREV001
112
28 EFEITOS FISIOPATOLÓGICOS DO DIABETES MELLITUS
AN02FREV001
113
exagerado de pessoa diabética com insulina ou de secreção muito aumentada de
insulina por tumor de ilhota pancreática. Nos dois casos, a consequência é uma
concentração sanguínea muito baixa de glicose. Por sua vez, isso causa,
inicialmente, hiperexcitabilidade cerebral, e depois coma. Os neurônios cerebrais
exigem um suprimento constante de glicose por não poderem utilizar quantidades
significativas de gorduras ou de proteínas para a energia.
Ainda mais, a intensidade da captação de glicose pelos neurônios,
diferentemente do que acontece com as outras células, é dependente, em sua maior
parte, da concentração sanguínea de glicose, e não no teor disponível de insulina.
Sempre que há excesso de insulina, a glicose sanguínea fica muito diminuída e os
neurônios não recebem mais a quantidade de glicose necessária ao seu
metabolismo. Isso faz com que fiquem primeiro, muito excitados, e, em seguida,
deprimidos.
Na fase de excitação podem ocorrer convulsões, mas na fase de depressão,
a pessoa entra em coma, muito semelhante à que ocorre no diabetes não tratado.
Na verdade, por vezes, é muito difícil o diagnóstico da causa do coma em um
diabético. Pode ser o resultado da secreção insuficiente de insulina, como acontece
no coma diabético, ou do tratamento com insulina em demasia, quando a causa do
coma passa a ser hiperinsulinismo.
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114
causar coma. A não ser que seja tratada, a pessoa, na grande maioria dos casos,
morre em 24 horas. O tratamento consiste na pronta administração de insulina em
grandes doses. Algumas vezes é administrada glicose juntamente com a insulina,
para favorecer a troca do metabolismo das gorduras pelo dos carboidratos; a
administração venosa de soluções alcalinas também pode ser muito benéfica na
neutralização da acidose.
30 TIPOS DE DIABETES
AN02FREV001
115
acumulam em quantidades excessivas. A resultante Cetoacidose Diabética (CAD)
pode causar sintomas tais como dor abdominal, náuseas, vômitos, hiperventilação,
odor de frutas no hálito e, se não tratada, nível alterado de consciência, como e
morte. O início do tratamento com insulina, juntamente com líquidos e eletrólitos
necessários, melhora rapidamente as anomalias metabólicas e resolve os sintomas
de hiperglicemia e CAD, juntamente a isso é importante dieta, exercícios frequentes
e a monitorização dos níveis de glicose.
As causas do Diabetes Tipo 1 ainda são desconhecidas, algumas pesquisas
identificaram a presença de um gene que poderiam predispor a pessoa à doença,
entretanto, em algumas pessoas portadoras do Diabetes Tipo 1 este mesmo gene
não foi encontrado; estuda-se ainda a possibilidade de ser uma causa própria do
organismo ou causa externa. A maioria de pessoas acometidas por este tipo de
Diabetes possui menos de 35 anos de idade. Esses pacientes necessitam receber
insulina continuamente para auxiliar o metabolismo dos açucares no organismo,
permitindo a formação de energia.
Sintomas identificados neste no Diabetes Tipo 1:
• Vontade de urinar diversas vezes
• Fome frequente
• Sede constante
• Perda de Peso
• Fraqueza
• Fadiga
• Nervosismo
• Mudanças de Humor
• Náuseas
• Vômitos
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116
que por alguma razão não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente
sanguínea, esta anomalia denomina-se de Resistência Insulínica. Segundo Brunner
& Suddarth (1998), no Diabetes Tipo II existem dois problemas principais
relacionados à insulina: resistência à insulina e secreção prejudicada de insulina. A
resistência à insulina refere-se a uma sensibilidade diminuída dos tecidos a ela, que
se torna menos efetiva na estimulação da captação de glicose pelos tecidos.
Na secreção prejudicada de insulina, que é característica do Diabetes tipo 2,
há suficiente insulina presente para evitar a degradação de gorduras e subsequente
produção de corpos cetônicos. Portanto, a CAD não ocorre no Diabetes Tipo 2,
entretanto, um diabetes tipo 2 alterado e descontrolado pode levar a outro problema
agudo chamado hiperglicemia hiperosmolar não cetótica.
O Ministério da Saúde (2006) define o Diabetes Tipo 2 como um termo
usado para designar uma deficiência relativa de insulina. A administração de insulina
nesses casos, quando efetuada, não visa evitar cetoacidose, mas alcançar controle
do quadro hiperglicêmico. A cetoacidose é rara e, quando presente, é acompanhada
de infecção ou estresse muito grave.
O Diabetes Tipo 2 está mais associado ao fator hereditário do que o
Diabetes Tipo 1, e existe uma grande relação entre o sedentarismo e a obesidade e
o aparecimento da doença. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, 60 a 90%
de pacientes com Diabetes Tipo 2 são obesos. Ocorre mais frequentemente nas
pessoas acima de 40 anos de idade. O tratamento dos pacientes com Diabetes Tipo
2 é a ingestão de antiglicêmicos por via oral e posteriormente nos casos necessários
à associação destes com a insulina.
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117
30.3 DIABETES NA GRAVIDEZ
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118
O diabetes gestacional ocorre em mulheres que não tinham diabetes antes
da gestação. Desenvolve-se hiperglicemia durante a gestação devido à secreção de
hormônios placentários. Todas as mulheres grávidas devem ser triadas quanto ao
diabetes antes da 24º e 27º semanas gestantes. O tratamento inicial inclui
modificações dietéticas e monitoramento de glicose. Caso a hiperglicemia persista é
prescrito insulina. Os agentes hipoglicemiantes não devem ser usados durante a
gestação (BRUNNER & SUDDARTH, 1998).
Após o parto da criança, os níveis de glicose sanguínea na mulher com
diabetes gestacional retornam ao normal. Entretanto, muitas que tiveram diabetes
gestacional desenvolvem diabetes tipo 2 na vida adulta. Portanto, todas as mulheres
que tiveram diabetes gestacional devem ser aconselhadas a manter seu peso
corpóreo ideal e a se exercitarem regularmente para tentar evitar o início do diabetes
tipo II.
Existem outras formas de Diabetes que ocorrem com menor frequência, são
elas:
1. Diabetes Secundário ao Aumento da Função das Glândulas Endócrinas:
algumas doenças glandulares, devido ao aumento da função, podem
prejudicar a ação da insulina e em pessoas predispostas aparecer o diabetes.
Algumas das doenças são: hipertireoidismo, doença de Cushing, acromegalia
ou gigantismo, feocromocitoma, glucagonoma.
2. Diabetes Secundário a Doenças Pancreáticas: o diabetes pode ocorrer em
decorrência de alguma doença pancreática, geralmente em pessoas
possuidoras da doença e com predispostas ao diabetes tipo II, são elas:
retirada cirúrgica do pâncreas de até 75%, pancreatite crônica e destruição
pancreática por hemocromatose (acúmulo de ferro no fígado).
3. Resistência Congênita ou Adquirida à Insulina: a ação da insulina é ineficiente
devido a defeitos nos encaixes da insulina nos tecidos (receptores de
insulina) e formação antirreceptores.
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4. Diabetes associado à Poliendocrinopatias Autoimunes: nesses casos existem
anticorpos de células das ilhotas pancreáticas.
5. Diabetes associado à Desnutrição e Fibrocalculoso: é devido à baixa ingestão
proteica e consumo de alimentos com cianeto que, em conjunto, causam
destruição das células pancreáticas e consequente diminuição da produção
de insulina.
6. Diabetes relacionada à anormalidade de insulina (insulinopatias): nestes
casos há produção de insulina, entretanto, sua estrutura está alterada e com
isso sua ação é ineficiente, o tratamento é feito com a insulinoterapia.
7. Diabetes Tipo LADA (Latent Autoimmune Diabetes in Adults): conceitua-se
como o surgimento tardio do Diabetes Tipo 2, sendo que a maior incidência
está na faixa dos pacientes entre 35 e 60 anos, magros e com cetoacidose.
Também é denominado como Diabetes 1.5 e costuma ser confundido com o
Diabetes Tipo 2.
31 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
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120
Outros sintomas que podem ser indicativos do diabetes são: fadiga,
fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar, balanopostite (uma inflamação conjunta
da glande e do prepúcio) e infecções de repetição. Quando a doença já causou
complicações maiores pode ser diagnosticada por meio da retinopatia, neuropatia ou
doença cardiovascular aterosclerótica.
Vale ressaltar que existem casos de pacientes com Diabetes tipo II que são
assintomáticos, desta forma o não aparecimento de sinais e sintomas não deve em
nenhum momento ser critério de exclusão ao diagnóstico da doença, em todos os
casos os fatores de risco devem ser avaliados em conjunto com os exames
laboratoriais. Os principais exames laboratoriais que são utilizados na investigação
diagnóstica do Diabetes são:
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121
glicose no sangue. O resultado igual ou superior a 200 mg/dl indica o
diagnóstico de diabetes enquanto que se o resultado for entre os
valores de 140 a 199 mg/dl o diagnóstico é de pré-diabetes e/ou
intolerância à glicose.
32 FATORES DE RISCO
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122
• Idade maior de 45 anos;
• Obesidade (inclusive a obesidade infantil): índice de massa corporal
igual ou acima de 25;
• Obesidade Central: cintura abdominal maior que 102 cm para homens
e maiores que 88 cm para mulheres;
• História familiar: antecedentes familiares (pai ou mãe com diabetes);
• Hipertensão: 140/90 mmHg;
• Nível alto de colesterol e triglicerídeos: colesterol HDL de 35 mg/dl e/ou
triglicerídeos 150 mg/dl
• História de macrossomia ou diabetes gestacional;
• Diagnóstico prévio de síndrome dos ovários policísticos;
• Doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida;
• Estresse emocional;
• Sedentarismo;
• Mulheres que geram filhos com mais de 4 Kg;
• Uso frequente de medicamentos como corticosteroides e/ou diuréticos.
33 TRATAMENTO
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123
O tratamento para diabetes tem forte influência sobre a qualidade de vida. O
controle dos sintomas causado pela hiperglicemia impõe restrições ao paciente,
envolvendo uma rotina prescrita para reeducação alimentar, atividade física,
medicação e automonitoramento do sangue (Garrat et al., 2002). Além disso, quase
sempre está acompanhada ao longo da vida por outras doenças crônicas, possuindo
prognósticos incertos e que, apesar de contínuos tratamentos, podem causar
sintomas e complicações agudas.
Nos casos dos pacientes diagnosticados como pré-diabéticos, são
essenciais as mudanças no estilo de vida, como caminho para que o paciente não
venha a ser um futuro diabético. Alguns estudos demonstram que o
acompanhamento do paciente pré-diabético e a educação continuada na mudança
do estilo de vida diminui as chances do paciente ser diabético. É importante ter em
mente que existe uma diferença entre o tratamento aplicado ao paciente com
Diabetes Tipo 1 e Diabetes Tipo 2, mais no aspecto medicamentoso, já que as
mudanças no estilo de vida dos pacientes equivale a todos os tipos de Diabetes.
Os principais objetivos do tratamento do paciente com Diabetes Tipo 1 são:
- promover o controle metabólico;
- permitir desenvolvimento e crescimento adequado (geralmente por ser
diagnosticado em pessoas jovens ou crianças);
- promover o bem-estar físico e psíquico do paciente;
- evitar as complicações crônicas.
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124
O tratamento do Diabetes tipo 2 consiste:
- terapia nutricional;
- atividades físicas;
- antidiabéticos orais;
- insulinoterapia (quando necessário);
- manutenção de uma pressão arterial estável;
- redução da dislipidemia.
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125
• A ingestão diária deve conter no máximo 30% de gorduras, sendo não
mais de um terço sob a forma de ácidos graxos saturados; não exceder
a 300 mg/dia de colesterol;
• Alimentos que contêm sacarose (açúcar comum) devem ser evitados
para prevenir oscilações acentuadas da glicemia. Quando consumidos,
o limite é de 20 a 30g por dia de açúcar de forma fracionada e
substituindo outro carboidrato para evitar o aumento calórico. A
recomendação não é encorajá-los a comer doces, mas, auxiliá-los a,
quando usar esses alimentos, fazê-lo de modo que não os prejudique;
• A ingestão de álcool, quando consumido, deve ser moderada e de
preferência com as refeições. O limite diário é de uma a duas doses,
isto é, 10-20g de álcool/dia. Um copo (90 ml) de vinho contém 1,1
doses, uma lata de cerveja (350 ml) 1,7 doses, e uma dose (35 ml) de
destilados 2 doses de álcool. Pacientes com hipertrigliceridemia ou
mau controle metabólico não devem ingerir bebidas alcoólicas;
• O uso moderado de adoçantes não calóricos (ciclamato, sucralose,
sacarina, aspartame, acesulfame, e stévia) é seguro quando
consumido em quantidades adequadas. Os alimentos dietéticos podem
ser recomendados, mas, é preciso ficar atento sobre seu conteúdo
calórico e de nutrientes. Alimentos diet são isentos de sacarose,
quando destinados a indivíduos diabéticos, mas, podem ter valor
calórico elevado, por seu teor de gorduras ou outros componentes.
Alimentos light são de valor calórico reduzido em relação aos alimentos
convencionais. Os refrigerantes e as gelatinas dietéticas têm valor
calórico próximo de zero e podem ser consumidos. Por outro lado,
chocolate, sorvete, alimentos com glúten (pão, macarrão, biscoitos),
mesmo quando diet, são calóricos e seu uso não deve ser encorajado.
Adoçantes calóricos como a frutose (p. ex., o mel), devem ser usados
com restrição, respeitando as limitações indicadas na orientação
dietética.
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126
Mesmo diante destas orientações gerais para o paciente diabético é
importante que cada paciente seja assistido individualmente e, neste contexto, o
profissional que melhor irá trabalhar e orientar a dieta é o nutricionista, já que além
da avaliação nutricional realiza inquérito com o paciente e estipula uma dieta de
acordo com as necessidades nutricionais e econômicas do mesmo.
Cabe à enfermagem estimular o paciente diabético a seguir adequadamente
a dieta prescrita pelo nutricionista, bem como verificar as dúvidas do paciente frente
à alimentação. O cuidado também deve estar voltado para o controle do peso
corporal, isto tanto na população saudável, como nos pacientes já diabéticos, desta
forma torna-se necessário o acompanhamento regular do peso do paciente e altura
para mensuração da IMC.
AN02FREV001
127
cardíaca máxima). Na prática, a mudança progressiva da intensidade pode
ser orientada pelo teste da fala da seguinte maneira: a intensidade é leve
quando ainda é possível cantar, moderada quando ainda é possível conversar
confortavelmente, e intensa quando a pessoa fica ofegante, limitando a
conversação;
• Indivíduos com perda significativa de sensibilidade nos pés devem evitar
caminhar em esteiras ou ao ar livre, correr, etc. Nesses casos, os exercícios
mais recomendados são natação, ciclismo, remo e exercícios realizados na
posição sentada. Casos com retinopatia proliferativa não tratada ou tratada
recentemente devem evitar exercícios que aumentam a pressão intra-
abdominal, que têm efeito semelhante à manobra de Valsalva, que englobam
movimentos rápidos da cabeça ou que envolvem risco de traumatismo ocular;
• Antes de iniciar um exercício vigoroso é necessário afastar complicações
como retinopatia proliferativa, neuropatia autonômica e doença cardíaca
importante. Indivíduos com risco cardiovascular >10% em 10 anos ou com
sintomas de neuropatia autonômica que desejam praticar exercício vigoroso,
se eram anteriormente sedentários, devem ser encaminhados ao
cardiologista para orientação;
• As atividades ao gosto do paciente, como caminhar e dançar, devem ser
incentivadas, especialmente quando programas estruturados não estão
disponíveis;
• Evitar aplicar insulina em local que será muito exercitado (p. ex., quando faz
trabalho de fortalecimento de quadríceps, caminhada e corrida evitar
aplicação na perna, fazendo-a no abdômen), pois pode afetar sua velocidade
de absorção;
• Se possível, realizar controle metabólico (glicemia capilar) antes da atividade.
Postergar o início do exercício com glicemia > 250 mg/dL no tipo 1;
• Ingerir um alimento contendo carboidrato se a glicemia for inferior a 100
mg/dL;
• Ingerir carboidratos de fácil digestão antes, durante e depois de exercício
prolongado;
• Diminuir a dose de insulina ou aumentar a ingesta de carboidrato (para cada
30 minutos de exercício, 10 a 15g) quando for praticar exercício;
AN02FREV001
128
• Evitar exercitar-se no pico de ação da insulina;
• Evitar exercícios de intensidade elevada e de longa duração (mais que 60
minutos);
• Carregar consigo um alimento contendo carboidrato para ser usado em
eventual hipoglicemia;
• Estar alerta para sintomas de hipoglicemia durante e após o exercício.
AN02FREV001
129
- diminuição da função hepática ou renal
- acidose ou estado pré-acidótico
AN02FREV001
130
em uma das insulinas de escolha no diabetes descompensado em associação com
situações como infecções, choques, trauma cirúrgico e cetoacidose (via
endovenosa); pode ser prescrita endovenosa por bomba de infusão nas terapêuticas
de tratamento intensivo do diabetes mellitus.
A Insulina de ação Intermediária – NPH (Neutral Protamine Hagedorn
Insulin) possui uma ação mais lenta que as demais citadas anteriormente, pois é
conjugada à protamina – que retarda a absorção da insulina pelo tecido subcutâneo.
O início de sua ação ocorre uma a duas horas após a aplicação, tendo pico máximo
de ação oito a 12 horas e duração total de 22 a 28 horas. É usada geralmente em
combinação com a insulina lispro ou de ação regular. Não é indicada em situações
de emergência e sua via de administração é subcutânea.
A Insulina de Ação Lenta possui o início de ação em um a três horas após a
aplicação, seu pico máximo de oito a 12 horas e duração de 20 a 24 horas; resulta
da combinação de 70% de insulina ultralenta e 30% de insulina semilenta. A insulina
de ação prolongada (Glargina, Detemir) possui ação após duas a quatro horas da
administração e duração de 18 a 24 horas. No tratamento do paciente com insulina
alguns fatores podem interferir a absorção da insulina como, por exemplo: local de
administração, fluxo sanguíneo alterado por massagens ou banhos quentes, volume
e concentração da insulina injetada e presença de anticorpos anti-insulina
circulantes.
AN02FREV001
131
A insulina é um hormônio, e como tal é necessário que seja armazenada e
conservada de forma adequada para que não perca suas propriedades
farmacológicas. Desta forma, alguns princípios para a conservação da insulina
devem ser seguidos, são eles:
- os frascos de insulina não devem ser congelados e nem mantidos em
temperatura inferior a 2º C;
- devido à degradação que pode sofrer, não é recomendado que a insulina
seja exposta ao sol;
- as insulinas devem ser guardadas na geladeira, preferencialmente na
gaveta dos legumes ou na prateleira mais próxima a esta, à porta não é indicada por
apresentar maior variação de temperatura e mobilidade dos frascos a cada abertura.
A temperatura para armazenamento é de 2 a 8ºC. A insulina armazenada na
geladeira também deve ser retirada 10 a 20 minutos antes da aplicação, pois
insulina gelada causa irritação local e dor no paciente;
- a insulina que estiver em uso pode ser mantida em temperatura ambiente
(15 a 30º). Após aberta tem duração máxima de até 30 dias, após este período
perde a ação. Nestes casos, orientar o paciente que deixe o frasco de insulina no
local mais fresco da casa;
- antes de utilizar a insulina é importante conferir o prazo de validade no
frasco;
- antes de abrir o frasco de insulina colocar um rótulo com a data de abertura
para controle de validade;
- a insulina não pode ser exposta a temperaturas maiores que 30ºC e nem à
luz solar;
- quando a insulina é guardada em temperaturas erradas, ou quando é
sacudida demasiadamente pode apresentar grumos, cristais ou agregados, isto
indica que ela está desnaturada e não é mais aconselhável para uso;
- a insulina regular tem aspecto límpido e transparente, enquanto a NPH
possui aspecto leitoso. Qualquer alteração nestas características não administrar a
insulina;
- nos casos de pacientes que precisam viajar e levar a insulina, é necessário
uma bolsa térmica ou de isopor sem gelo, no caso de não haver, o paciente pode
levar em bolsa normal, mas sem expor ao calor ou sol, ao chegar ao destino colocar
AN02FREV001
132
na geladeira. Em caso de viagem de avião, não despachar com a bagagem, pois o
compartimento de cargas tem temperatura muito baixa, podendo congelar a insulina.
A aplicação da insulina no paciente pode ser feita por via endovenosa, nos
casos de terapia intensiva ou tratamento específico de cetoacidose diabética,
intramuscular ou subcutânea, conforme descrito anteriormente sobre os tipos de
insulina, entretanto, a forma mais utilizada e que o paciente utiliza em casa é a
administração da insulina subcutânea. Os instrumentos para administração da
insulina subcutânea são:
- Seringas de Insulina: que possuem escalas das unidades conforme a
concentração. As seringas de insulina podem ter agulha fixa ou agulha removível. As
seringas com agulha fixa apresentam-se em 30 UI, 50 UI e 100 UI, sendo que a
graduação da escala nas seringas de 30UI e 50 UI é de 1 em 1, enquanto que na de
100 UI é de 2 em duas, conforme a figura abaixo:
AN02FREV001
133
- Seringas: As seringas com agulhas removíveis são aquelas que não
possuem a seringa fixa ao corpo da agulha. Neste tipo de seringa há retenção de até
5 UI de insulina, denominado espaço morto, que não é calculada na dosagem da
insulina e nem na administração ao paciente. Neste caso, quando existe uma
prescrição de dois tipos de insulina, não é conveniente utilizá-las em mistura, uma
vez que poderá ocorrer um erro de dosagem ou uma superdosagem de um dos tipos
de insulina administrado em conjunto (GROSSI, 2004).
A capacidade de volume de cada seringa é medida em centímetros cúbicos
(cc), ou seja, um centímetro cúbico é equivalente a 1 ml, que equivale a 100 UI de
insulina. Por exemplo, 0,5 cc = 0,5 ml = 50 UI. A graduação da seringa pode ser
dupla ou simples, na dupla cada traço da seringa corresponde a duas unidades,
enquanto que na simples cada traço refere-se a uma unidade de insulina.
As agulhas removíveis apresentam-se no tamanho de 13 x 0,45 mm,
enquanto as agulhas fixas aumentam as opções para os tamanhos 12,7 x 0,33 mm e
8 x 0,30 mm. A escolha pelo tamanho da agulha depende da apresentação física do
paciente. Para pacientes obesos ou acima do peso indica-se o uso da agulha 12,7 x
0,33 mm, encontradas tanto para uso em seringas como para uso em canetas. Os
adultos com tipo físico normal ou magros podem utilizar a agulha 8 x 0,30 mm das
seringas ou 5 mm para as canetas.
Pessoas obesas ou acima do peso, mas com pouco tecido subcutâneo nos
braços e coxas, podem usar as agulhas 8 e 5 mm nestas regiões ou 12 para o
abdômen. Segundo a Associação Americana de Diabetes (1998), quanto menor o
comprimento e diâmetro da agulha, menor a dor durante a aplicação. No entanto, as
agulhas curtas não são indicadas para pessoas obesas devido à variabilidade da
absorção da insulina.
- Canetas Injetoras: as canetas injetoras são outra possibilidade de
instrumento utilizado na administração da insulina subcutânea. No Brasil existem
atualmente canetas injetoras descartáveis e reutilizáveis. Está indicada
principalmente nos casos de pacientes que fazem uso de múltiplas doses diárias de
insulina e associada por alguns estudos, devido à praticidade, ao melhor controle
glicêmico do diabete.
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134
Cada caneta possui um local onde é colocado o refil de insulina, atualmente
existindo refil de até 30 ml ou 300 UI de insulina. O paciente, antes da aplicação, faz
a seleção da dose de insulina prescrita por rotação de um botão e após aciona a
aplicação, em ângulo de 90º, sem necessidade de prega cutânea. As opções de
tamanho de agulha para caneta são: 12,7 x 0,33 mm, 8 x 0,25 mm, 6 x 0,30 mm e
de 5 x 0,25 mm.
Segundo Almeida (1998) e Oliveira (1999), as canetas injetoras apresentam
vantagens para quem realiza múltiplas aplicações diárias de insulina. Entretanto, o
custo na aquisição deste instrumental dificulta sua utilização pela maioria dos
portadores de diabetes.
AN02FREV001
135
- Bombas de Infusão de Insulina: As bombas de infusão de insulina consistem em
microcomputadores, ou seja, pequeno reservatório de insulina, portátil, com peso em
torno de 250g, fixado no exterior do corpo. Por intermédio de um pequeno cateter de
plástico fica ligado a uma agulha inserida na pele. O microcomputador injeta
continuamente no organismo cerca de 1U de insulina por hora e libera uma
quantidade programada de insulina em forma de pulso durante as refeições,
conforme as necessidades dos portadores de diabetes.
Segundo Brunner & Suddarth (1998), uma das desvantagens das bombas
de insulina é que podem ocorrer interrupções inesperadas no fluxo de insulina caso
o tubo ou a agulha fiquem ocluídos, se o suprimento de insulina for interrompido ou
a bateria descarregar. Outra desvantagem é o potencial de infecção nos locais de
inserção da agulha, e também a hipoglicemia é mais provável na terapia de insulina
por bomba, isso associado ao rígido controle dietético em conjunto com a bomba de
insulina.
AN02FREV001
136
pública distribuem o instrumento para o paciente gratuitamente. De qualquer forma,
o profissional de saúde na sua atividade deve possuir conhecimento frente aos
diferentes modos de administração da insulinoterapia para que o paciente em
conjunto com o médico opte pelo melhor, obtendo uma relação de custo-benefício.
Sobre o estudo dos instrumentos utilizados na administração da insulina é
importante que sempre o profissional de enfermagem busque informações
específicas com os fabricantes, uma vez que devido a gama de possibilidades
algumas informações diferem de uma bibliografia para outra.
Aplicação de Insulina: a técnica de aplicação da insulina deve ser
adequada para propiciar uma correta absorção da insulina e consequentemente um
tratamento eficiente e eficaz ao paciente. Desta forma, é importante que o
profissional de enfermagem detenha os conhecimentos para ensinar o paciente
quando este estiver realizando a aplicação em domicílio e também nos casos de
pacientes hospitalizados, onde esta técnica é feita inicialmente pelos próprios
profissionais de enfermagem.
A aplicação de insulina, na maioria das vezes, é realizada em tecido
subcutâneo, podendo, entretanto, ser administrada por outras vias, como descrito
anteriormente, dependendo da indicação médica. A insulinoterapia realizada pelo
paciente em casa necessariamente é em tecido subcutâneo.
AN02FREV001
137
Primeiramente serão abordados os locais indicados para aplicação de
insulina, que segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes são os seguintes:
Abdômen (região lateral direita e esquerda, cerca de quatro a seis centímetros
afastados da cicatriz umbilical), Coxas (face anterior e posterior externas: nos
pacientes adultos esta região é delimitada em 12 a 15 cm abaixo do grande
trocanter, nove a 12 cm acima do joelho, numa faixa de sete a 10 cm de largura,
sendo que em crianças a mesma região é utilizada tendo o cuidado para a
proporcionalidade do corpo), Braços (face posterior) e Nádegas (quadrante posterior
externo da região ilíaca).
É muito importante que seja realizado o rodízio dos locais a cada aplicação
para evitar as complicações decorrentes da administração de insulina em um mesmo
local, desta forma, conforme preconizam as orientações da Associação Americana
de Diabetes (2007), é necessário esgotar as possibilidades de aplicações
subsequentes em uma mesma região, distanciando-se aproximadamente em dois
centímetros de um local para o outro.
Também é importante salientar que cada local de aplicação da insulina
possui um potencial de absorção diferente, o que poderá alterar os resultados da
glicemia do paciente, assim, o local considerado como de maior absorção é o
abdômen, após os braços, coxas e nádegas. Segundo Brunner & Suddarth (1998), o
AN02FREV001
138
rodízio sistemático dos locais de injeção dentro da área anatômica é recomendada
para evitar alterações localizadas no tecido gorduroso (lipodistrofia). Além disso,
para promover consistência na absorção de insulina os pacientes devem ser
estimulados a usar todos os locais disponíveis de injeção dentro de uma área e não
circular aleatoriamente de uma área para outra.
Alguns princípios que podem ser usados na aplicação do rodízio são: os
pacientes não devem tentar o mesmo local mais que uma vez em duas a três
semanas. Além disso, se o paciente estiver planejando se exercitar, a insulina não
deve ser injetada no membro que vai ser exercitado, pois ela é absorvida mais
rápida, podendo resultar em hipoglicemia.
Conforme instruções do Ministério da Saúde (2006) deve-se evitar aplicar a
insulina subcutânea próximos das articulações, na área da virilha, no umbigo e na
linha média do abdômen. Sendo que o rodízio de áreas para aplicação de insulina é
importante para não ocorrer complicações como hipertrofia ou atrofia local. Ao
orientar o paciente diabético sobre a aplicação de insulina é importante que sejam
estipulados juntamente com o paciente os rodízios que serão feitos na administração
do medicamento, levando em consideração as atividades cotidianas do paciente,
bem como as necessidades de aplicação.
AN02FREV001
139
- Injetar o ar dentro do frasco para melhor retirada da insulina;
- Virar o frasco e a seringa para baixo, aspirando a quantidade de unidades
conforme a prescrição médica;
- Retirar o ar que esteja presente na seringa;
- Selecionar a área de aplicação, tendo os cuidados mencionados
anteriormente no rodízio de áreas para aplicação;
- Fazer assepsia da área com algodão;
- Fazer prega na pele e introduzir a seringa em ângulo de 90º e após soltar a
prega;
- Administrar a quantidade de insulina que consta na seringa;
- Retirar a seringa e após fazer uma leve compressão com algodão e álcool
70%;
- Organizar o material utilizado;
- Lavar as mãos e registrar no prontuário.
AN02FREV001
140
6 - O reuso das agulhas e seringas em serviços hospitalares públicos e privados é
proibido pela Divisão de Medicamentos no Brasil (DIMED), por meio da Portaria nº 3
de 07/02/86, incluindo a utilização do material no mesmo paciente.
8 - O reuso das agulhas e seringas pelos pacientes diabéticos que fazem
insulinoterapia em casa é controverso na literatura, uma vez que alguns autores
trazem a reutilização como uma forma de complicação que pode ocasionar lesão
local por infecção, sendo isso para um diabético um problema relevante. Por outro
lado, o Ministério da Saúde (2006) considera como adequada a reutilização por até
oito aplicações sempre pela mesma pessoa, mantendo-se os seguintes cuidados: a
seringa deve ser retampada e guardada em temperatura ambiente ou sob
refrigeração (gaveta ou porta da geladeira), ainda considerar que o paciente deve
estar com ausência de feridas abertas nas mãos e livre de infecções de pele nos
locais da aplicação; o diabético deve ter destreza manual, ausência de tremores e
boa acuidade visual, sendo capaz de reencapar a agulha com segurança. A limpeza
da agulha não deve ser feita com álcool, porque é capaz de remover o silicone que a
reveste, tornando a aplicação mais dolorosa. As seringas reutilizadas devem ser
descartadas quando a agulha se torna romba, curva ou entra em contato com
alguma superfície diferente da pele e logo que a aplicação se torne muito mais
dolorosa. É importante salientar que esta reutilização é empregada apenas aos
pacientes que fazem uso de insulina domiciliar, nunca em hospitais.
9 - O paciente deve sempre ser orientado sobre o descarte do material
perfurocortante em recipiente apropriado.
10 - Algumas insulinas podem ser prescritas e administradas conjuntamente no
paciente, entretanto, é importante que o profissional de enfermagem tenha
conhecimento de quais podem ser misturadas para a aplicação na mesma seringa,
conforme consta abaixo:
AN02FREV001
141
- Glargina ou Detemir + qualquer tipo de insulina: não pode ser misturada devido ao
Ph baixo do diluente.
Nos casos em que houver a mistura das insulinas seguindo as orientações
anteriores, a técnica é a mesma da citada na administração da insulina, incluindo:
- Primeiramente aspira-se a quantidade de ar que consiste as unidades de
insulina NPH e injeta-se o ar dentro de frasco de insulina NPH;
- Após o mesmo procedimento com a insulina regular, já aspirando a
quantidade de insulina para a seringa;
- Por último aspira-se a quantidade de insulina NPH, sendo que o ar já foi
injetado anteriormente.
Na hipótese de se aspirar quantidades superiores às prescritas, de forma
alguma recolocar as insulinas nos frascos. Desprezar e realizar o procedimento
novamente.
AN02FREV001
142
Segundo Navarro et al. (1995), as reações alérgicas durante a
insulinoterapia geralmente ocasionam sintomas como rush, seguido de prurido e
enduração. Os hematomas podem estar relacionados à técnica inadequada de
aplicação ou à redução do número de células adiposas no local da aplicação. O
aparecimento da hipertrofia está conexo à aplicação prolongada do hormônio
insulínico em um mesmo local, resultando em sua absorção e controle glicêmico
errático (MATHEUS e AHMED, 1999).
As principais complicações com o uso da insulina são:
AN02FREV001
143
maioria dos pacientes diabéticos que recebem insulina desenvolvem-se
imunoanticorpos que se ligam à insulina, diminuindo assim a insulina disponível para
uso. Todas as insulinas animais, bem como as humanas, em menor grau causam
produção de anticorpos em seres humanos. O tratamento consiste em administrar
uma preparação de insulina mais pura e, ocasionalmente, a prednisona pode ser
necessária para bloquear a produção de anticorpos, isto pode ser seguido de uma
redução gradual da produção de insulina. Portanto, os pacientes precisam se
automonitorar quanto à hipoglicemia.
33.6 MONITORIZAÇÃO
33.7 AUTOMONITORIZAÇÃO
AN02FREV001
144
consegue uma cor que é comparada, por meio da inspeção visual, à cor da fita
reagente padrão da embalagem. Em outros, por meio da gota de sangue na fita e o
uso do monitor se obtém o valor da glicemia do paciente. Em todos os casos é
importante que o paciente seja orientado quanto à técnica de realização, bem como
à manutenção dos monitores (glicosímeros), para que não sejam aferidos resultados
errados. Na orientação ao paciente torna-se importante observar as habilidades do
mesmo para este tipo de automonitorização.
A frequência da automonitorização sempre vai depender do tipo de
tratamento ao qual o paciente é submetido. Nos casos do paciente que realiza
insulinoterapia a necessidade é mais frequente conforme o uso diário. Os pacientes
sempre devem ser instruídos a manter um registro dos resultados obtidos na
automonitorização para que seja visualizado pela equipe de saúde.
Outro teste além da glicemia capilar que pode ser realizado em casa é a
monitorização de cetonas. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2008), a
presença de cetonas na urina é um achado importante e o paciente deve
imediatamente procurar um médico para saber o que está ocorrendo. A
monitorização do paciente também é feita a partir do acompanhamento do retorno
ao consultório médico, as consultas com o especialista são de suma importância
para evitar complicações futuras, bem como proporcionar uma qualidade de vida
adequada ao paciente.
O paciente deve seguir rigorosamente o plano de retorno ao consultório
conforme a instrução do médico que avalia as necessidades individualmente. Assim
como as consultas, o paciente deve ser instruído a realizar todos os exames
solicitados pelo médico, que na maioria das vezes estão relacionados à
monitorização de complicações e manutenção dos níveis de glicemia adequados.
Um dos exames que é realizado na monitorização do tratamento do paciente
diabético chama-se Hemoglobina Glicada, que mostra como foi o controle glicêmico
do paciente nos últimos 60 ou 90 dias de tratamento, e serve como um dos
parâmetros para condutas médicas, dentre os demais exames.
AN02FREV001
145
33.8 TRANSPLANTE DE PÂNCREAS
AN02FREV001
146
Ações de Enfermagem:
• Instrução do paciente e dos familiares sobre os riscos de hipoglicemia,
bem como as medidas a serem tomadas caso o paciente tenha os sintomas. Em
pacientes idosos, principalmente, é importante que sempre a pessoa cuidadora ou
próxima da família tenha atenção para os sintomas que envolvem a hipoglicemia,
para que encoraje o paciente a procurar o hospital ou serviço de saúde.
• Orientar o paciente para que siga sempre um padrão regular de
alimentação, administração de insulina e realização de exercícios.
• Orientar o paciente e família sobre a realização da automonitorização
para precocemente detectar a hipoglicemia.
• Administrar os medicamentos na hipoglicemia grave conforme a
prescrição médica, realizando os testes de glicemia capilar em intervalos frequentes,
e controle dos sinais vitais.
• Garantir acesso venoso calibroso na chegada do paciente com
hipoglicemia grave.
AN02FREV001
147
3 - Síndrome Não Cetótica Hiperosmolar Hiperglicêmica (HHNC): é uma
situação na qual a hiperosmolaridade e hiperglicemia predominam, com alterações
sensoriais (senso de consciência). A diferença importante entre a HHNC e a CAD é
que não ocorrem cetose e acidose na primeira. Na CAD não há nenhuma insulina
presente, por isso ocorre a degradação dos estoques de glicose, proteínas e lipídios
(estes últimos levando à produção de corpos cetônicos). Na HHNC o nível de
insulina não é tão baixo, sendo a que a insulina presente é suficiente para quebrar
os lipídios.
Os pacientes não apresentam sintomas gastrointestinais na HHNC
relacionados à cetose. O quadro clínico é de hipotensão, profunda desidratação,
taquicardia e sinais neurológicos variáveis como, por exemplo: alteração do
sensório, convulsões e hemiparesia. As causas estão mais associadas à idade
avançada, razão pela qual ocorre mais frequentemente em pacientes idosos. Pode
também ser precipitado por uma doença aguda, como pneumonia, infarto do
miocárdio e derrame.
Alguns medicamentos conhecidos como desencadeadores de insuficiência de
insulina (diuréticos de tiazida, propanolol), ou procedimentos terapêuticos (diálise,
hemodiálise, nutrição parenteral total). Os pacientes geralmente apresentam uma
história de dias ou semanas de poliúria com uma inadequada ingestão de líquidos. O
tratamento é similar ao da CAD com a administração de líquidos, eletrólitos e
insulina intravenosa.
Ações de Enfermagem na CAD e HHNC:
• Puncionar acesso venoso calibroso, às vezes tendo necessidade de ter
mais de um acesso conforme a prescrição e indicação médica;
• Monitorização frequente dos sinais vitais, avaliação pulmonar e
controle de ingestas e eliminações – para assegurar que não está
sendo dada uma sobrecarga hídrica no paciente, principalmente nos
casos de idosos e com ICC;
• Preparo e administração de eletrólitos conforme a prescrição médica,
tendo especial atenção para que o potássio seja sempre diluído em
solução antes da administração no paciente;
• Preparo e administração da insulina contínua por bomba de infusão,
seguir o gotejamento prescrito pelo médico para infusão;
AN02FREV001
148
• Monitorização da glicemia capilar, nos casos em que o paciente recebe
insulina contínua por via endovenosa é necessário um controle
rigoroso no resultado da glicemia capilar, desta forma, inicialmente na
maioria dos casos é realizada uma verificação de hora em hora.
• Acompanhar os resultados da Pressão Venosa Central do Paciente e
da Monitorização Hemodinâmica.
• Nas ações de prevenção e educação em domicílio: orientar o paciente
para que não deixe de tomar líquidos a toda a hora para evitar a
desidratação; tomar rigorosamente os medicamentos prescritos e a
insulina e realizar a automonitorização. Sob qualquer alteração
importante procurar o serviço de saúde.
AN02FREV001
149
35.1 AÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES
MACROVASCULARES
AN02FREV001
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35.2 AÇÕES DE ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO DO PACIENTE E
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CUIDADOS DOMICILIARES
AN02FREV001
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conforme a prescrição médica relacionada à alteração da função renal, manter uma
dieta pobre em sódio e proteínas.
O tratamento de diálise (hemodiálise, diálise peritoneal) pode ser indicado
conforme a avaliação médica e comprometimento renal. As pessoas com diabetes
têm uma chance de 20 a 40 % de desenvolver doença renal.
AN02FREV001
152
os pés ficam entorpecidos e o andar sem firmeza; o paciente possui sensação
diminuída de dor e temperatura com risco aumentado de danos e infecções nos pés.
O tratamento da neuropatia é baseado nos controles de glicemia sanguínea,
para evitar a progressão da doença e medicação analgésica para dor, que nesses
casos torna-se de média a grande intensidade.
AN02FREV001
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Nos pacientes que possuem doença vascular periférica as úlceras podem
não cicatrizar devido à dificuldade do oxigênio, nutrientes e antibióticos em alcançar
o tecido danificado e nestes casos algumas vezes a amputação é indicada para
impedir a disseminação da infecção. Os pacientes diabéticos que possuem alto risco
de desenvolver úlceras diabéticas são:
• Os que possuem diabetes há mais de 10 anos;
• Idade acima dos 40 anos;
• História de fumo;
• Pulsos periféricos diminuídos;
• Sensação diminuída;
• Deformidades anatômicas nas áreas de pressão (tais como joanetes e
calos);
• História anterior de úlceras nos pés ou amputação.
AN02FREV001
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- Realização de curativos e cuidados com as úlceras diabéticas em domicílio ou em
ambiente hospitalar.
AN02FREV001
155
• Orientar o paciente diabético tipo 2 quanto à realização de vacinação
contra a Influenza, já que o índice de mortalidade é aumentado
mediante esse vírus nos portadores de diabetes;
• Monitorar o paciente e educar quanto ao tratamento farmacológico
prescrito pelo médico. Identificar primeiramente a clareza do paciente
para realizar o tratamento domiciliar, usar mecanismos para que o
paciente não esqueça os horários das medicações e explicar a ele
sobre reações e atitudes frente ao uso de hipoglicemiantes;
• Educar e monitorar o paciente em uso de insulinoterapia, demonstrar a
aplicação da insulina, fornecer esquema de rodízio ao paciente, instruir
sobre como se faz a aspiração das unidades de insulina e mesmo as
complicações que podem ocorrer nos locais onde se aplica insulina,
bem como o armazenamento, conservação e transporte. Fornecer
informações sobre o uso dos instrumentos existentes para uso da
insulina;
• Orientar o paciente a realizar a automonitorização e ensiná-lo a
manusear o material e equipamento utilizado para tal, nos casos em
que o paciente não tem condições de realizar em casa e necessita,
deve ser orientado a comparecer ao posto de saúde;
• Monitorar a participação dos pacientes nas consultas médicas
conforme a preconização do médico de retorno ao consultório,
realização de exames e participação nos grupos de diabéticos;
• Participar de campanhas de rastreamento de casos de pacientes
diabéticos e realizar os encaminhamentos necessários;
• Prestar cuidados de enfermagem ao paciente diabético hospitalizado,
monitorar frequentemente a glicemia capilar (principalmente nos casos
de estresse extremo, como por exemplo, nos pré e pós-operatórios),
coletar dados do paciente sobre o esquema terapêutico que utiliza em
domicílio e sempre registrar informações no prontuário. Assistir o
paciente e monitorizar níveis de hipoglicemia nos pacientes
hospitalizados e administrar medicações conforme a prescrição
médica. Seguir ações de enfermagem específicas em cada
complicação conforme citado no módulo;
AN02FREV001
156
• Interagir com a família do diabético para que a mesma compreenda
certas manifestações do paciente e a correlação com a doença,
tornando-se a família incentivadora do tratamento;
• Questionar sempre ao paciente sobre questões que podem envolver
sinais de complicações da doença;
• Promover ao máximo o autocuidado eficiente;
• Incentivar o paciente a manter uma boa higiene bucal e relatar
quaisquer casos de hemorragias, edemas ou dores na gengiva;
• Manter uma boa higiene e cuidados com a pele, orientar o paciente
para que realize em casa e nos casos de pacientes hospitalizados
realizar os cuidados;
• Instruir o paciente para que seja menos exposto possível a situações
de estresse;
• Auxiliar o paciente a manter níveis adequados de glicemia como forma
de proporcionar uma melhor qualidade de vida;
• Participar da prestação do cuidado aos pacientes que tiveram
complicações e interagir em sua reabilitação familiar e social.
AN02FREV001
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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