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Vírus da Caxumba

Introdução

A caxumba é uma doença infecciosa caracterizada pela inflamação das glândulas salivares
(parótidas): a pessoa que possui caxumba aparenta ter um papo.

A doença geralmente tem evolução benigna e é mais comum em crianças, mas pode ocorrer com
maior gravidade em adultos não imunes. Durante a gravidez a infecção pelo vírus da caxumba pode
resultar em aborto espontâneo.
Morfologia
 A manifestação da caxumba se dá mediante uma infecção generalizada, pois o
vírus penetra pelas vias aéreas e depois multiplica-se no trato respiratório superior
e nos gânglios linfáticos.

 Após o período de incubação acontece a viremia, que dura, aproximadamente,


cinco dias, podendo comprometer as glândulas parótidas e mamárias, testículos,
ovários, tireoide e pâncreas, entre outros (Hinrichsen, 2005; Tonelli; Freire, 2000).

 A caxumba pode comprometer o sistema nervoso central, ocorrência mais comum


no sexo masculino.
Epidemiologia

Distribuição dos casos notificados de caxumba por faixa


etária e ano, RS, 1984-2016* - Foto: CEVS/SES-RS *dados
preliminares
Apresenta maior número de casos com deslocamento da idade para
adolescentes de 15-19 anos e adultos de 20-29 anos a
partir de sua reemêrgencia em 2015.
• Inflamação nas glândulas parótidas (salivares).
Pode infectar testículos;

Transmissão:
• Via respiratória
• Utensílios domésticos não higienizados
adequadamente.
Sintomas
Diagnóstico Laboratorial
 Isolamento viral ou reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR) de
amostras de swab bucal, saliva e líquor, além de sorologia (IgG e IgM).

 O hemograma geralmente revela uma contagem leucocitária e diferencial normais, sendo


que leucocitose tem sido observada em casos de meningite, orquite ou pancreatite por
caxumba.

 O teste sorológico é́ realizado somente com amostras pareadas, a primeira amostra


colhida na fase aguda da doença e a segunda, 15 a 20 dias após a primeira. Resultado
somente com a primeira amostra não tem valor diagnóstico.
Prevenção

 Vacinas virais combinadas tríplice (sarampo, caxumba e rubéola – SCR)

 Quádrupla (sarampo, caxumba, rubéola e varicela – SCR-V)

 O objetivo da vacinação de rotina é reduzir as taxas de incidência da caxumba.

 A vacina tríplice viral foi incorporada ao calendário básico de vacinação aos 12 meses
de idade em 1996, sendo que uma segunda dose era aplicada em campanhas de
seguimento. A segunda dose da vacina passou a integrar o calendário básico aos 4 a
6 anos de idade em 2006. Desde 2013 o Ministério da Saúde recomenda uma dose
da vacina tríplice viral aos 12 meses e uma dose da vacina quádrupla viral aos 15
meses de idade.
Prevenção
 As vacinas tríplice e quádrupla virais são vacinas de vírus vivos atenuados, portanto,
contraindicadas para gestantes e imunodeprimidos.

 Em um estudo comparativo de pessoas com imunidade contra caxumba devido à vacina versus
imunidade adquirida pela doença, os níveis de IgG detectáveis foram menores no grupo vacinado.
No entanto, respostas linfoproliferativas específicas do antígeno contra caxumba foram detectadas
em 98% de todos os pacientes, demonstrando longa persistência da imunidade celular contra o
vírus da parotidite.

 Reações adversas às vacinas são raras. As reações adversas mais comuns incluem reações
locais, febre baixa e erupção cutânea. Também pode ocorrer parotidite, 5 a 10 dias após a
aplicação.
Tratamento

 Não há tratamento específico para o vírus da caxumba e, por isso, utilizam-se


medidas gerais de suporte e medicamentos sintomáticos. São indicados repouso,
hidratação, alimentação e higienização (Hinrichsen, 2005; Tavares; Marinho,
2005).
Referências

 HINRICHSEN, S. L. DIP: Doenças infecciosas e parasitárias. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2005.
 MURRAY, R. P; ROSENTHAL, S. K; PFALLER, A. M; Microbiologia Médica. 5. ed.
2006.
 TAVARES, W.; MARINHO, L. A. C. Rotinas de diagnóstico e tratamento das doenças
infecciosas e parasitárias. São Paulo: Atheneu, 2005.
 TONELLI, E.; FREIRE, L. M. S. Doenças infecciosas na infância e adolescência. 2. ed.
Rio de Janeiro: Medsi, 2000. V. 1.

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