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Neurologia veterinária

Perla Noe
Março 2021
Apresentação de artigos

1 - Doença vestibular em cães: 81 casos (2006-


2013)

Rafael O. Chaves, Diego V. Beckmann, Bruna Copat, Fernando W. Souza, Andrei, K.


Fabretti, Lucas A. Gomes, Rafael A. Fighera e Alexandre Mazzanti

Pesq. Vet. Bras. 34(12):1231-1235, dezembro 2014


Sistema vestibular

- Responsável pelo equilíbrio, mov. da cabeça, tronco e


membros

- Disfunção: anormalidades na marcha; postura da cabeça,


corpo, membros; mov. dos olhos.

- Sist. Vestibular central e periférico


- Diferenciação de DVC e DVP: quando não observamos
ausência ou ↓ da reação postural, alteração do nível de
consciência e nistagmo vertical, presume-se DVP
- Diagnóstico:
Exame neurológico preciso
TMC
RM
Resposta evocada auditiva do tronco encefálico
Análise de líquor e Rx não permitem diagnóstico preciso
-
Materiais e métodos
- Revisão dos arquivos do Serviço de neurologia do HVU da
UFSM 01/2006 a 03/2013
- Realização de exame físico e neurológico
- Avaliação neurológica:
1- observação geral: nível de consciência e comportamento
2- análise de postura e marcha
3- avaliação dos nervos cranianos
4- avaliação das reações posturais: posição proprioceptiva,
teste de saltitamento e hemissaltitamento
5- reflexos segmentares espinhais
CLASSIFICAÇÃO EM DVC OU DVP
-
Materiais e métodos

- Critérios para classificar como DVC:


Nistagmo vertical, def. nas reações posturais, alt. nível de
consciência, def. nervos cranianos V, VI, VII, IX, X, XII, sinais
cerebelares associados.
- Todos foram submetidos a exames complementares: HGM,
Bioquímica sérica, urinálise
- Pacientes suspeitos de DVP: otoscopia, Rx bula timpânica,
coleta de secreção auricular em cães com otite média-interna
- Cães com susp. de DVC: avaliação do líquor
- Aplicou-se o DINAMIT-V em todos
Resultados e discussão

- Total: 81 cães, 2 a 19 anos, 45 F (55,6% ) e 36 M (44,4%)


- 55 (67,9%) com DVC e 26 ( 32,1%) com DVP
- Raças: pura 37 (68%) SRD 18 (32%)
- Cães com DVP raças puras mais afetadas que SRD (22 (85%) X
4 (15%)
- Sinais clínicos mais observados na DVP:
Inclinação da cabeça, ataxia vestibular, estrabismo ventral ou
ventrolateral posicional, nistagmo patológico horizontal,
reflexo palpebral (ipsilateral a lesão) ausente, assimetria facial,
sindrome de Horner parcial, andar em círculo para o lado da
lesão, rolamentos
Resultados e discussão

- Sinais clínicos mais observados na DVC:


Inclinação da cabeça, ataxia vestibular, alteração da reação
postural (ipsilateral a lesão), estrabismo ventral ou
ventrolateral posicional, deficiência dos nervos craniais V-XII,
alteração do nível de consciência, andar em círculos (lado
lesão), dismetria- hipermetria, nistagmo patológico (vertical ou
horizontal), tetraparesia assimétrica não ambulatória,
rolamentos
Resultados e discussão

- DINAMITE-V
Causas de DVC
1 - Doenças inflamatórias/infecciosas: 34 (61,8%)
5 casos de cinomose, 1 toxoplasmose, 1 meningoencefalite
bacteriana
2- Neoplásicas: 14 (25,5%)
3 meningiomas, 1 astrocitoma, 1 ependinoma ( tumor glioma)
3 – Traumáticas: 7 (12,7%)
Resultados e discussão

- DINAMITE-V
Causas de DVP
1 - Doenças inflamatórias/infecciosas: 15 (57,7%)
2- Idiopáticas: 7 ( 26,9%)
3 - Metabólicas: 2 (7,7%)
3- Traumáticas: 2 (7,7%)

Doenças diagnosticadas: otite média e/ou interna, síndrome


vestibular idiopática, hipotireoidismo, traumas
Conclusão

- Vestibulopatias comum em cães, DVP Daschund e DVC Boxer


- Inclinação da cabeça, ataxia vestibular e estrabismo ventral
ou ventrolateral posicional são frequentes na DVP e DVC –
alerta para os clínicos
- DVC – alteração na reação postural mais observada; doenças
inflam/infec. (cinomose) e neoplasia ppais causas diagnos.
- DVP – nistagmo patológico horizontal contralateral (fase
rápida) à lesão e reflexo palpebral (ipsilateral) ausente mais
observados; otite bacteriana e síndrome vestibular
idiopática principais causas diagnosticadas
Apresentação de artigos

2 - Vestibular disease in dogs: association


between neurological examination, MRI lesion
localisation and outcome

U. Bongartz, J. Nessler, A. Maiolini, V. M. Stein, A. Tipold and A. Bathen-Nöthen

Journal of Small Animal Practice (2020) 61, 57–63


O exame neurológico é um exame não invasivo e de baixo
custo, essencial para a escolha da investigação diagnóstica
adequada para detectar a etiologia da disfunção vestibular.

As ressonâncias magnéticas de alto campo fornecem imagens


detalhadas de estruturas anatômicas e, portanto, mesmo
pequenas lesões no tronco cerebral ou no ouvido interno
podem ser detectadas

Objetivo: Determinar se o exame neurológico distingue


corretamente entre lesões vestibulares centrais e periféricas
em cães.
Materiais e métodos

- Sistemas digitais de gerenciamento de pacientes de duas


clínicas veterinárias da Alemanha, 01/2009 a 04/2015

- história, sinais clínicos, achados do exame neurológicoe


neurolocalização, resultados de ressonância magnética e
outros testes de diagnósticoresultados como análise do
líquido cefalorraquidiano (LCR), otoscopia, tronco
cerebralpotenciais resposta evocada auditiva do tronco
encefálico ou exame post mortem incluindo histopatologia,
se disponível
Materiais e métodos

- Cães com ataxia vestibular, inclinação da cabeça e


propriocepção normal foram definidas como tendo
síndrome vestibular periférica
- Em cães com déficits proprioceptivos, déficits de nervos
craniano diferentes de VII, VIII ou do nervo simpático,
hipermetria, tremor de intenção ou mudanças no estado de
consciência ou comportamento, a localização foi designada
síndrome vestibular central
- Na SVC,diferentes tipos de nistagmo podem ser observados:
se o lado da inclinação da cabeça era contralateral ao lado
de outros sinais clínicos, como déficits proprioceptivos, uma
síndrome vestibular paradoxal com envolvimento do
cerebelo foi presumido
Materiais e métodos

- Lesões no cerebelo ou tronco encefálico foram definidas


como lesões centrais

- Lesões localizadas no ouvido médio e interno ou ausência de


lesões detectáveis ​na ressonância magnética foram
atribuídos a doenças periféricas

- Sem lesões detectáveis na ressonância magnética e uma


falta de outros achados diagnósticos no LCR, ou outros
testes de diagnóstico considerou-se doença vestibular
idiopática
Resultados

- 93 cães avaliados, SRD 14 (15.1%) seguido por Bulldog


Francês 7 (7.5%)

- Idade: 1 mês a 16 anos, média de 7 anos

- Sem predileção por sexo


Resultados
- 31 cães diagnosticados com SVP pelo exame neurológico,
25 foram confirmados com DVP (lesões no sist. Vestibular
periférico) por RM, 3 destes tinham sinais vestibulares
bilaterais, 17 (68%) diagnosticados com Síndrome vestibular
idiopática, idade prevalente 10 anos (sindrome do cão idoso)

- 10 cães apresentaram paralisia facial (6 síndrome vest.


Idiopática, 4 otite média/interna)

- Etiologia: idiopática, otite média/interna, neoplasias


Resultados

- 62 cães diagnosticados com SVC por exame neurológico,


68 foram confirmados com DVC por RM
As principais causas diagnosticadas foram:
- inflamatória 21 menigoencefalite
- neoplásica (meningioma, glioma, papiloma do plexo coróide,
hemangiossarcoma, astrocitoma ou mioepitelioma maligno
- infarto no cérebro, cerebelo ou tálamo
- alterações metabólicas ou degenerativas do cerebelo
- abiotrofia de cerebelo
- injúria por trauma
- hidrocefalia
Resultados

- 62 cães diagnosticados com SVC por exame neurológico,


68 foram confirmados com DVC por RM

- 7 cães diagnosticados com SVP por exame neurológico, mas


diagnosticados com DVC na RM

- De 31 cães SVP, lesão confirmada em 24


- De 62 cães com CVS, 61 confirmados. Portanto, a localização
clínica presumida por meio exame neurológico estava
correto em 85 de 93 casos, dando uma precisão de 91,4%
Apresentação de artigos

1 – Vestibular disease: diseases causing


Vestibular sings

Mark Lowrie

Vetleam.com, 07/2012 Compendium:Continuing Education for Veterinarians


1 – Doença vestibular idiopática
Causa doença periférica, acomete cães e gatos
Conhecido como doença vestibular geriátrica

2 – Otite média e otite interna


Etiologia mais comum da doença vestibular periférica
Afeta cães e gatos

3 – Meningoencefalite de causa desconhecida


Inflamação livre de patógenos
Comum em cães e raro em gatos
Ex. meningoencefalite granulomatosa, encefalomielite
necrosante
4 – Neoplasia
Podem causar doença central ou periférica
Sinais de vestibulopatia central resultam de neoplasia primária
(meningioma, tumor do plexo coroide, ependioma, glioma,
medulloblastoma) ou secundário a metástases (linfossarcoma,
hemangiossarcoma, carcinoma)

5 – Acidente vascular cerebral ou derrame


Interrupção de fornecimento sangue ao cérebro que leva a
infarto isquêmico (oclusão de vasos ou aumento da viscosidade
do sangue) ou hemorragia
Comum em cães e gatos
6 – Hipotireoidismo
Pode causar doença central ou periérica
Doença central: causada por polineuropatia associada ao
hipotireoidismo
Doença periférica ou central: doença mixoedematosa

7 – Deficiência de tiamina
É raro em cães e gatos
Deficiências nutricionais, dietas com altas concentrações de
tiaminases (peixe cru), doenças hepáticas ou intestinais
8 – Intoxicação por metronidazol
Afeta cães e gatos, causa doença central

9 – Pólipos inflamatórios
Comum na faringe e no ouvido externo de gatos
OBRIGADA

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