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1.Coma
— É o estado mais grave de estado mental alterado e caracteriza-se pela
falta de resposta a estímulos verbais ou dolorosos.
— Pacientes comatosos podem apresentar reflexos ou movimentos
anormais quando estimulados.
1. Ausente 2. Extensão
1. Ausente
4.Demência
Síndrome de natureza crônica caracterizada pelo declínio progressivo das
funções cognitivas.
— Distúrbio de memória e pelo menos 1 outro domínio cognitivo
— Dificuldade em habilidades cotidianas.
PRINCIPAIS CAUSAS
1.Disfunção hemisférica difusa bilateral
— Distúrbios hidroeletrolíticos — Hipotensão
— Acidose — Hipóxia
— Hipercapnia — Uremia
— Hipoglicemia — Toxinas
2.Lesões focais
— Lesões focais podem afetar a orientação, a memória e/ou a função
executiva, a depender da localização.
— Grandes lesões com efeito de massa podem causar diminuição do nível
de consciência por afetar os hemisférios cerebrais bilaterais.
2.ABCD + MOVER
— A: Avaliar vias aéreas
— B: Verificar o padrão respiratório
— C: Avaliar circulação buscando sinais de choque
— D: Disfunção neurológica e dextro (glicemia)
4.Anamnese
— Toxinas? Trauma? Infecção? Crise convulsiva? Doenças prévias?
5. Exames diagnósticos
Diferentes exames complementares devem ser solicitados e avaliados de acordo
com o raciocínio clínico e as suspeitas diagnósticas.
— Hemograma, eletrólitos, sumário de urina, Beta-HCG, radiografia de tórax, TC
de crânio, CK, TSH, líquor.
2.Avaliação da cefaleia no PS
História clínica + exame físico neurológico bem feitos
3. Exames complementares
— Neuroimagem: causas vasculares e neoplásicas
— Exame laboratorial: causas infecciosas, inflamatórias ou reumatológicas
— Análise do líquor: neuroinfecções
CEFALEIA SECUNDÁRIA
As causas secundárias apresentam maior gravidade e exigem um
tratamento específico a depender do diagnóstico.
*Referência: DO, Thien Phu, et. al. Red and orange flags for secondary headaches in clinical practice:
SNNOOP10 list. Neurology, 2019.
1.Causas principais
— Hemorragia Subaracnóide (HSA)
— Síndrome da Vasoconstricção Cerebral Reversível (SVCR)
— Malformação arteriovenosa não rompida
— Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVCi)
— Medicações
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Outras causas de déficit focal agudo:
— Tumor
— Hemorragia subdural agudizada
— Aura de enxaqueca
— Transtorno conversivo
— Crise epiléptica focal
CAUSAS DO AVCi
1.Disfunção endotelial
— Fatores de risco propiciam a formação de placa aterosclerótica em
túnica íntima e aumenta os fatores trombogênicos.
2.Embolia
— Obstrução da artéria por um coágulo sanguíneo associado à
aterosclerose ou arritmias cardíacas.
3.Lacunar
— Pequenos infartos em regiões subcorticais. Associada a doenças
crônicas como HAS e DM.
ATENDIMENTO INICIAL
— Avaliação inicial: ABCD + MOVER
— Valorizar monitorização da PA
— Verificar glicemia capilar
— Exame físico direcionado: escala de AVC do NIH e Escala de Glasgow
— Colher história com acompanhante (ictus* e antecedentes pessoais)
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Papel da tomografia no acidente vascular isquêmico:
— Excluir AVC hemorrágico e outros diagnósticos como tumores (TC pode
vir normal apesar do AVCi).
— Classificar o AVC isquêmico na escala ASPECTS*
2.Contra-indicações absolutas:
— Escala NIH < 5
— TCE, AVCi ou Trepanação nos últimos 3 meses
— História prévia de sangramentos
— Plaquetograma ou coagulograma alterado
— Neoplasia intracraniana ou gastrointestinal
— Anticoagulantes orais diretos (DOACs) nas últimas 48h (exceto se
coagulograma estiver normal)
— Enoxaparina nas últimas 24h
— Suspeita de dissecção de aorta
— Endocardite
7.Intercorrências
Angioedema: paciente pode apresentar edema e progredir à anafilaxia
— Proteger a via aérea.
— Tratar como anafilaxia: Adrenalina 0,3mL da ampola a cada 5 minutos no
músculo vasto lateral da coxa.
— Acometimento cutâneo: Difenadramina 50mg
Sangramento: paciente pode apresentar vômitos e rebaixamento do nível
de consciência.
— Proteger a via aérea e considerar intubação
— Repetir a TC de crânio
— Tratar com Crioprecipitado ou Transamin
8.Cuidados pós-trombólise
— Manter o paciente em leito monitorizado pelo menos 24h a 48h.
— Após 24h, realizar terapia antitrombótica com AAS, clopidogrel ou a
combinação dos dois.
TROMBECTOMIA
1.Pré-requisitos:
— Oclusão de grandes vasos (proximal) demonstrada na angiotomografia
— Idade acima de 18 anos
— Incapacidade mínima pré-AVC (escala de Rankin modificada ≤1)
— Ictus ≤6h; ASPECTS ≥6; NIHSS≥6.
EPIDEMIOLOGIA
— Um AVC é precedido por um AIT em 12-30% dos pacientes, e o risco é
maior nas primeiras 24 horas.
— Até 11% dos pacientes com AIT sofrerão um AVC isquêmico incapacitante
subsequente nos 90 dias seguintes, e em 50% desses pacientes ocorrerá
nas primeiras 48 horas.
— Em um estudo, o risco de AVC dentro de 48 horas após uma visita ao
pronto-socorro para AIT foi de 4,8%.
ATENDIMENTO
Para considerar a suspeita de ATI, a primeira coisa a se excluir é a
persistência de um déficit neurológico.
— Anamnese e exame físico
— Valorizar antecedentes patológicos (comorbidades e medicações de uso
contínuo)
— Dosar dextro/HGT
ETIOLOGIAS
— Doença de grandes vasos
— Origem cardioembólica
— Oclusão de pequenas artérias
— Evento de outra etiologia: Dissecção de artéria cervical; LES; vasculite de
SNC; uso de anticoncepcional.
— Criptogênico (etiologia desconhecida).
2.Avaliação etiológica
— ECG
— Doppler de carótidas
— Ecocardiograma
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
1.SCORE ABCD2 (mais usado)
AGE (idade): ≥ 60 anos - 1 ponto
BLOOD PRESSURE (pressão arterial): ≥ 140x90 mmHg - 1 ponto
CLÍNICA:
— Fraqueza unilateral - 2 pontos
— Distúrbio de fala - 1 ponto
— Outro sintoma - 0 ponto
DURAÇÃO DOS SINTOMAS:
— Maior que 60 minutos - 2 pontos
— Entre 10 e 59 minutos - 1 ponto
— Menor que 10 minutos - 0 ponto
DIABETES - 1 ponto
Classificação:
— ABCD2 < 4: AIT de baixo risco
— ABCD2 ≥ 4: AIT de alto risco
A classificação NÃO deve ser usada para definir a alta do paciente.
2. Outros escores:
— SCORE ABCD3
— Canadian (mais acurado para risco de AVC incapacitante em até 7 dias).
EXAMES COMPLEMENTARES
TC de crânio (TODOS OS PACIENTES)
O uso de outras técnicas e exames deve ser guiado pela suspeitar
etiológica. A forte suspeita de etiologia hipertensiva (epidemiologia +
localização) é o único cenário que dispensa complementação.
Critérios gerais
— Ressonância magnética: suspeita de tumor, MAV, AVCi com
transformação hemorrágica ou angiopatia amilóide cerebral
AxBxC
2
A — maior diâmetro do hematoma
B — maior diâmetro perpendicular
C — número de cortes que o
sangramento aparece
CONDUTAS
Além de manter boa oxigenação, ventilação adequada e hemodinâmica
estável, evitar hipertermia/febre e preservar a normoglicemia, o controle
pressórico figura como uma das principais etapas do cuidado ao paciente.
REVERSÃO DA ANTICOAGULAÇÃO
Varfarínico e INR <1,4
— Fazer Complexo Protrombinico + Vitamina K 10mg
— Não tem complexo: Plasma Fresco Congelado + Vitamina k10mg
— Não tem plasma: Vitamina K 10mg
Heparina não fracionada
— Realizar Protamina 1mg para cada 100Ui realizadas nas ultimas 2 horas
(máximo 50mg)
— Se a dose da heparina foi realizada há mais de 4 horas não precisa
reverter!
Enoxaparina
— Protamina 1mg para cada 100UI realizadas nas ultimas 8 horas (máximo
50mg)
OUTRAS CONDUTAS
— Não fazer uso profilático de anticonvulsivantes
— TC de controle entre 6 - 24 horas para avaliar o hematoma
— Profilaxia TEV:
Iniciar com profilaxia mecânica: compressão pneumática intermitente
Após 24 - 48 horas sem evidência de sangramento: profilaxia química —
enoxaparina ou heparina não fracionada.
INDICAÇÕES CIRÚRGICAS
— Tamanho do hematoma: Se supratentoriais com > 20-30 mL e desvio de
estruturas ou infratentoriais com > 15 mL e compressão de tronco.
— Localização do hematoma
PROGNÓSTICO
O principal escore utilizado é o ICH score, o qual estima a mortalidade em
30 dias.
PARÂMETRO PONTUAÇÃO
GLASGOW
13 - 15 0
5 - 12 1
3-4 2
IDADE ≥ 80 ANOS 1
VOLUME DO
1
HEMATOMA ≥ 30ML
HEMORRAGIA
1
INTRAVENTRICULAR
LOCALIZAÇÃO
1
INFRATENTORIAL
FATORES DE RISCO
— Tabagismo
— Hipertensão
— Genética (rins policísticos, mas a maioria não é)
— Etilismo moderado a severo
—Drogas simpatomiméticas - principalmente cocaína e metanfetaminas
RUPTURA DE ANEURISMA
Fatores precipitantes
— Hipertensão (pico hipertensivo ou prática de exercício físico)
— Atividades associadas a manobra de Valsava
Obs.: pode ocorrer durante ou sono ou repouso — incomum
QUADRO CLÍNICO
— Cefaleia (PRINCIPAL e mais frequente sintoma): Geralmente, de forte
intensidade, rápida instalação e evolução, descrita como "a pior da minha
vida" e pode ser precedida pela cefaleia sentinela (prodrômica) dias a
semanas antes do evento.
Obs.: Lembre da cefaleia Thunderclap — Caracterizada por intensidade
máxima em menos de 1 minuto, forte intensidade e que, apesar de
geralmente associada a HSA, pode ter outras causas.
— Síncope
— Vômitos
— Dor e rigidez cervical
EXAME FÍSICO
— Primeiras horas: hipertensão e sinais meníngeos
EXAMES COMPLEMENTARES
Principal: TC de crânio — se negativa, realizar a coleta (4 tubos) e análise
do líquido cefalorraquidiano:
1. Pressão de abertura
2. Xantocromia (visual ou espectofotometria)
3. Contagem de hemácias: se maior no tubo 4 — maior a chance de ser
HSA
TRATAMENTO
Os principais cuidados incluem a avaliação inicial com ABCD + MOVER, a
clipagem do aneurisma nas primeiras 24h (O QUANTO ANTES!) ou
embolização (procedimento endovascular) e o controle pressórico, além
da prescrição de Nimodipino 60 mg 4/4h por 21 dias (melhor status
neurológico em 3 meses).
TERAPIAS ASSOCIADAS
Reversão de anticoagulação
— Antiplaquetários: 01 aférese de plaquetas antes da cirurgia se uso de
antiagregantes ou plaquetas < 100.000
— Warfarina: Vitamina K 10mg IV e Plasma Fresco Congelado (PFC)
— NOACs: Se uso de Dabigatran ⇒
Idarucizumab, e se uso de Inibidores do
fator Xa ⇒
Adexanet alfa
Agentes antifibrinolíticos
— Ácido tranexâmico 1g em 10 min + 1g a cada 6h (< 72 horas)
Profilaxia de trombose
— Compressão pneumática até aneurisma clipado
Neurochecks (avaliação a cada 2 horas)
ESCALAS
Avaliam a gravidade e prognóstico da HSA:
Escala de Hunt Hess (avalia mortalidade peri-operatória)
1 15 Ausente
2 13 a 14 Ausente
3 13 a 14 Presente
4 7 a 12 Presente ou Ausente
COMPLICAÇÕES
Hipertensão Intracraniana
Ressangramento
— Período de risco: primeiros 3 dias
— Preditores de maior risco: tempo prolongado até a clipagem do
aneurisma, status neurológico na admissão, tamanho do aneurisma, PAS
elevada, hemoventrículo e HIP e hidrocefalia aguda.
— Mortalidade ≥ 70%
Vasoespasmo e isquemia cerebral tardia
— A partir do 3º dia com pico entre o 7º - 8º dia
— < 50 anos
— Hiperglicemia
— Avaliação: Doppler Transcraniano, TC e Angiografia
— Tratamento (em aneurismas clipados)
1. Hemodinâmica - aumento de PAM; manter euvolemia
2. Angioplastia com balão (se refratário e em artérias cerebrais maiores)
3. Administração intra-arterial de vasodilatador
Hidrocefalia
— Preditores de maior risco: Idade avançada, HIP, aneurisma de circulação
posterior, tratamento com agente antifibrinolítico e GCS na admissão
Hiponatremia — SIADH ou SCPS
Alterações cardíacas e no ECG
— ECG: Depressão do segmento ST, prolongamento de QT, onda T cerebral
(invertida, simétrica e profunda) e Arritmias
— Disfunção ventricular
— Edema agudo de pulmão
— Elevação de troponina
ANAMNESE
— Paciente com história prévia: tempo desde a última convulsão,
comportamento ictal típico e qualquer dose de medicamento esquecida.
— Comorbidades: Diabetes, Insuficiência renal, Neoplasia, Imunossupressão
e doenças do Sistema Nervoso Central
— Histórico de arritmia/síncope
— Trauma recente
— Anti-epilépticos em uso
— Uso de medicamentos que reduzem limiar convulsivo: Tramal,
Isoniazida, Bipropiona, AAS, antidepressivo IRSS, anfetaminas
— Uso de álcool, sedativos-hipnóticos, simpaticomiméticos (cafeína e
anfetamina) e canabinoides sintéticos.
— Duração do evento
— Presença de liberação esfincteriana
— Mordedura lateral de língua (96% de especificidade)
— Tempo do pós-ictal
A escolha dos demais exames será guiada pelas suas suspeitas etiológicas.
ELETROENCEFALOGRAMA
Para todos os pacientes que não recuperam a consciência após a crise, que
precisam da terceira linha para abortar a crise ou que foram
intubados/sedados de modo a perder o parâmetro de acompanhamento
do limiar neurológico devem ser avaliados com EEG.
PRINCIPAIS CAUSAS
— Má adesão medicamentosa
— AVC
— Tumor
— Trauma
— Eclâmpsia
— Infecção