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CEFALEIAS
As primárias não tem lesão estrutural, nem risco de morte e o sintoma é a própria doença. De forma geral, são
recorrentes, com critérios clínicos bem definidos.
Nas primarias o substrato não tem a ver com condições anatômica – 2/3 casos. Mesmo que o paciente tenha uma
cefaleia primária, ele pode ter uma cefaleia secundária – perguntar se é a mesma dor.
Na avaliação inicial existem alguns sinais de alerta para ser secundaria – sinais neurológicos focais, febre alta e
sinais de meningismo, alteração do nível de consciência, crise epiléptica, mudança de padrão da cefaleia, súbita
(máxima em poucos segundos) ou pior da vida, edema de papila, anticoagulantes e imunossupressivos.
CEFALEIAS PRIMÁRIAS
Enxaqueca – é uma síndrome cuja dor de cabeça é um sintoma precedido ou não de aura.
A aura é um sinal neurológico focal, geralmente precedendo a cefaleia, não súbito, duração de até 1h
(reversibilidade). Pode ser visual – espectro de fortificação; sensitivo – dormência; raramente é motor.
A cefaleia é pulsátil ou latejante, unilateral (80%), moderada a intensa, ativação autonômica (nausea e vômito),
foto e fonofobia, piora com a atividade física. Diagnóstico – a cefaleia tem duração de 4-72h, com 5 ataques.
Se leve pode ser via oral, com analgésicos simples ou anti-inflamatórios, anti-migranosos (início dos
sintomas).
Se for intensa, pode ser feita parenteral, utilizar antieméticos (plasil – metoclopramida), corticoide (para
evitar recorrência rápida).
O uso de opioide é exceção em paciente com cefaleia, devido a baixa efetividade, potencial de tolerância e
dependência (risco de cronificação).
Profilaxia comportamental – evitar café, praticar atividade física regular, uso de antidepressivos, acupuntura.
Profilaxia medicamentosa - >3 episódios por mês, duração >12 meses, causa incapacitante. Tradicionalmente,
pode-se utilizar anti-hipertensivos (propranolol), anticonvulsivantes (topiramato), antidepressivos (amitriptilina).
Cefaleia tensional – duração mais prolongada (30min – 7 dias), bilateral, é em aperto, leve a moderada (paciente
continua trabalhando), não piora com atividade física. Geralmente não tem outros sintomas autonômicos.
O tratamento pode ser amitriptilina se for muito recorrente + analgésicos (exceção triptanos).
Em salvas – mais frequente em homem, duração de 15 min – 3h, pode ter 2-3 ataques por dias, a
analgesia é com oxigênio. Verapamil pode ser profilaxia.
Hemicraniana paroxística – 2-30min, em mulheres e responde a indometacina.
Neuralgia do trigêmeo – acomete uma das suas divisões, geralmente na mandíbula, muito intensa, caracteriza
como um choque na mandíbula e que respeita a linha média, gatilhos (mastigar, escovar os dentes), muito fugaz
(< 2 minutos).
CEFALEIAS SECUNDÁRIAS
São sintomas dependentes de condições estruturais, distúrbios metabólicos ou infecciosos e podem provocar
danos estruturais no organismo e/ou representar risco à vida.
Infecção sistêmica representa 65% e hemorragia subaracnoide representa 1% dos casos, mas são potencialmente
fatais.
Mnemônico SNOP
Causas não vasculares – hidrocefalia, processo expansivo (tumor), abcesso cerebral, glaucoma de ângulo fechado,
cefaleia pós punção lombar (laceração na dura-máter – dilatação das estruturas cranianas – distende – dói
quando fica em pé), meningite, sinusopatias.
Cefaleia de início recente com possível causa secundária – fazer TC com contraste.
Paciente acima de 80 anos com possível cefaleia secundária – pedir sempre VHS e PCR
HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA
Súbita, pior da vida, trovoada, pico com 1 minuto de início, geralmente occipital, lancinante e ao exame físico
apresenta meningismo – rigidez de nuca. Paciente vai várias vezes a emergência porque a dor não melhora.
Estudo Ottawa Subarachnoid Rules – valor preditivo negativo 100% (se não
tem nenhum desses sintomas não é).
1. Acima de 40 anos,
2. Dor ou rigidez cervical,
3. Perda de consciência,
4. Início com exercício,
5. Thunderclap,
6. Meningismo
Se TC realizada até 6h – 100% de sensibilidade, no primeiro dia ainda é de 95%. A partir do 21° dia, não vai
mostrar nada. Se TC negativa, e persistir dúvida – fazer coleta de líquor. Se paciente anêmico, a TC estará normal
e o líquor vai ter sangue.
Dor forte recorrente (Thunderclap) com duração entre 1-3 horas com padrão moderado entre as crises. 1/3 tem
exposição a drogas – antidepressivos, triptanos, descongestionante nasal e drogas.
Ocorre oclusão do seio. Cefaleia subaguda progressiva; que é uma entidade nova ou com mudança de padrão.
Thunderclap na maioria dos casos.
DISSECÇÃO ARTERIAL
Cefaleia de início rápido após exercício ou trauma. Possui dor cervical anterior ou posterior associada, pode ter
dor na órbita, face. Pode ter parestesia de NC e a complicação mais terrível é AVC.
CEFALEIA POSICIONAL
Hipotensão liquórica – cefaleia postural, a dor surge com o paciente em pé e melhora quando se deita. Não
precisa colher líquor, pode ser feita infusão de sangue no local da pulsão.
ARTERITE TEMPORAL
Idoso com cefaleia nova que mudou de padrão, possui outros sintomas associados – dor, polimialgia reumática,
perda de apetite. A principal complicação é cegueira irreversível.
PSEUDOTUMOR CEREBRAL
Cefaleia crônica, acomete mais mulheres, geralmente na menacme, com sobrepeso/obesidade, pode ter
estrabismo, e que não preenche critérios para outras cefaleias. A característica é o papiledema e deve-se pedir
RM e a pressão liquórica está alta.