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NEURO II Aura: ocorre em 20% das crises, se

presente a enxaqueca é clássica, se ausente


AULA 01 – CEFALEIAS
a enxaqueca é comum. São comuns sinais e
1 - CEFALEIAS PRIMÁRIAS: diagnóstico sintomas neurológicos focais, como
clínico, exame físico normal. estocomas cintilantes, escurecimento da
visão, dormência ou parestesias, que
2 – CEFALEIAS SECUNDÁRIAS: normalmente podem surgir antes, durante (+ comum) ou
é estrutural, presença de sinais de alarme logo após a cefaleia. Pode ter também
(> 50-55 anos, dor súbita e/ou progressiva sintomas associados. Na sua vigência, a
na frequência, intensidade ou eficácia da medicação abortiva é maior.
refratariedade, sinais sistêmicos, neoplasia,
HIV, sinais neurológicos focais, A dor costuma ser moderada-grave, sendo
papiledema). necessário interromper as atividades.

Exame de imagem: RNM (especialmente < - TTO: a) ABORTIVO: quadro leve-


6 anos). moderado – analgésico comum e AINE;
quadro moderado-grave – TRIPTANO
(SUMATRIPTANO) ou Metoclopramida
(antiemético), Dexametasona (diminui
recorrência); b) PROFILÁTICO: 3-4 crises no
- EPIDEMIO: predominante em mulheres. mês -> ATENOLOL, PROPRANOLOL (não
- CLÍNICA: dor em peso, aperto, opressão usar em asmático, BAV). Opções: BCC de
(“dor em capacete”), holocraniana, ação central (Flunarizina),
bilateral, intensidade leve-moderada (não anticonvulsivante (Valproato), topiramato –
interfere na atividade diária, continua a único que não causa aumento no peso) e
fazer) e dura 30min-7d. Não é comum ter antidepressivos (Amitriptilina),
sintomas associados (náusea, fotofobia ou individualizar escolha.
fonofobia).

- TTO: a) ABORTIVO: analgésico comum e - EPIDEMIO: homem de media idade,


AINE; b) PROFILÁTICO: > 15 crises/mês -> desencadeada por álcool.
AMITRIPTILINA (TRICÍCLICO, 10mg à noite).
- CLÍNICA: dor em facada, unilateral
(periorbitária) e insuportável, dura 15-
- EPIDEMIO: mulher jovem com HFAM. 180min e ocorre 1-2x/dia. A dor acorda a
pessoa, é muito grave. Sintomas
- FISIOPATOLOGIA: desbalanço serotonina, autonômicos associados: lacrimejamento,
dopamina -> irritação no córtex -> fatores hiperemia conjuntival, ptose, congestão
desencadeantes (álcool, chocolate, café, nasal, sudorese facial, edema palpebral,
frio, calor, exercício físico) -> crise de miose. Como a dor é insuportável, pensar
enxaqueca. Fazer diário da enxaqueca para em cefaleia secundária e pedir
identificar o fator desencadeante. neuroimagem.
- CLÍNICA: - TTO: a) ABORTIVO: O2 com máscara
facial 7-10L/min e TRIPTANO SC (Suma ou
Zolmitriptano); b) PROFILÁTICO: BCC
(Verapamil em dose alta), Valproato,
Prednisona.
- EPIDEMIO: mais comum em mulheres,
mais curta 2-30min e mais crises no dia
(>5). Usar isso para diferencia da cefaleia
em salvas porque a dor é igual. AULA 02 – EPILEPSIAS

- É uma predisposição duradoura a crises


epilépticas - ≥ 2 crises não provocadas (sem
- TTO: o abortivo não tem muito eficácia, trauma, hiponatremia) em intervalo > 24h
tende a ser profilático com OU crise com alta chance de recorrência
INDOMETACINA, extremamente eficaz. (TCE com AVE) OU síndrome epiléptica.

- EPILEPSIA: descargas elétricas neuronais


excessivas.
- HIPERTENSÃO INTRACRANIANA
BENIGNA: simula um tumor cerebral.

- EPIDEMIO: mulher jovem (20-40 anos), 1 – Focal: se inicia em um único hemisfério,


tabagista e obesa. pode se manifestar como um abalo motor
em um único lado.
- CLÍNICA: cefaleia com alteração da
acuidade visual e papiledema a) Crise focal perceptiva (ou parcial
(neuroimagem normal + líquor hipertenso). simples): pct mantém a consciência, ela
não passa pelo SRAA.
- TTO: maioria melhora em 6 meses se
cessar tabagismo e emagrecimento. Usar b) Crise focal disperceptiva (ou parcial
acetazolamida, punção lombar de alívio complexa): há perda da consciência.
que pode evoluir para necessidade de DVP. c) Crise focal para tônico-clônica bilateral:
QUESTÕES passa de um hemisfério para o outro, além
de atingir o SRAA, ou seja, há perda da
- Cefaleia em trovoada: súbita e de forte consciência.
intensidade, rigidez de nuca e
rebaixamento do nível de consciência são 2 – Generalizada: descarga elétrica ocorre
sinais de alarme. Primeiro fazer TC, depois nos 2 hemisférios, normalmente atinge
punção lombar diagnóstica (para evitar SRAA (perda de consciência).
herniação de tronco cefálico). a) Não-motora:
- Enxaqueca basilar: tipo de enxaqueca
com aura, apresenta sinais de disfunção
cerebral como diplopia, disartria, vertigem,
zumbido, ataxia, alteração do nível de
consciência, paresias e parestesias
bilateral.

- Cefaleia por abuso de analgésico: devido Carbamazepina -> PIORA CRISE AUSÊNCIA.
a uso contínuo de analgésicos por conta de
cefaleia primária. A suspensão abrupta da b) Motora: na atônica há perda
medicação provoca cefaleia de rebote, um consciência.
quadro intenso de cefalia com náuseas e
vômitos.
Benzodiazepínico (Diazepam EV ou via retal
OU Midazolam IM ou EV), repetir até 1-2x.
Ultrapassam rápido a barreira
hematoencefálica, mas saem rápido e não
ajudam a prevenir crise.

Se não responder ao Benzo -> Fenitoína 2-


mg/Kg (infusão de 50mg/min), repetir
metade da dose. Não melhorando, IOT e
- Crise focal: Lamotrigina OU Valproato OU anestesiar (Midazolam, Propofol – não usar
Carbamazepina. na pediatria porque gera sd com acidose e
rabdomiólise, Pentobarbital, Tiopental EV).
- Crise generalizada: Lamotrigina OU Na pediatria, antes de anestesiar, costuma-
Valproato. se tentar Fenobarbital.

- Crise mais comum na infância (6 meses


Bupropiona diminui limiar convulsivo. até 5 anos) e em meninos, presença de
Valproato é teratogênico. febre alta (mais comum ocorrer no 2º dia)
que evolui para uma crise tônico-clônica
generalizada, que dura 10-15min e rápida
recuperação da consciência (período pós-
ictal breve).
- Lembrar de esperar a segunda crise para - Pode ter recorrência? Sim, risco de 30-
iniciar o tratamento. 50% se idade <1 ano, <24h febre e ocorreu
a crise, se febre 38-39°C.

1 – Síndrome de West: 4-7 meses de vida, - Tem maior risco de epilepsia? Sim, se
presença de espasmos e atraso no tiver sinal de alarme.
neurodesenvolvimento. O prognóstico é
ruim, padrão do EEG é de hipsarritmia
(ritmo bilateral, caótico e multifocal). Tratar
com ACTH ou Vigabatrina (pode gerar
retinopatia). Ela pode evoluir para:

2 – Síndrome de Lennox-Gastaut: atinge Crise atípica ou complexa: ocorreu com


pré-escolares, apresentam qualquer tipo de <24h de febre, dura mais que 15min,
crise e também há atraso neuro. EEG com período pós-ictal prolongado.
ponta-onda de até 2.5Hz. É refratária ao - DIAGNÓSTICO: clínico, se dúvida ->
tto, tentar usar Lamotrigina. punção lombar (meningoencefalite?).
3 – Status epileticus: crise que dura ≥
30min

Abordagem: ABC (via aérea, respiração e


circulação) -> glicose 50% e tiamina EV ->
- TTO: tranquilizar os pais, tratar a crise se
estiver em crise (Benzo), avaliar e tratar a
causa da febre.

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