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TERMOS
Convulsão/crise epiléptica: manifestação clínica de atividade elétrica excessiva no córtex cerebral –
desvio despolarizante paroxístico (DDP).
Epilepsia: doença específica do sistema nervoso, crises epilépticas recorrentes por tempo
prolongado.
Cluster: agrupamento de crises epilépticas.
“Status epilepticus”.
Ao longo do dia, as despolarizações estão desviadas para estímulos naturais. A noite, os focos de
despolarização podem não ser desviados. Então, é comum o tutor relatar que as crises ocorrem durante a
noite.
DIFERENCIAIS
Narcolepsia.
o Distúrbio do sono.
Cataplexia.
o Distúrbio do tônus muscular, sem perda de consciência.
o Crises de ausência.
Síncope.
o Má perfusão cerebral, ocorre em arritmias importantes.
Discinesias.
o Distúrbio do movimento, com movimentos involuntários.
Tremores.
CLASSIFICAÇÃO
De acordo com a apresentação clínica:
o Reflete a área de descarga elétrica, mas não a causa.
Crises motoras generalizadas.:
Localização: difusa pelo córtex.
Perda de consciência.
Decúbito.
Envolvem todo o corpo.
o Tônica: aumento do tônus muscular.
o Clônica: mioclonia repetitiva e regular.
o Atônica: perda repentina de tônus muscular.
Movimentos de “pedalagem”.
Sinais autonômicos (salivação, secreção brônquica, micção e defecção).
Crises focais:
Simples:
o Apenas um hemisfério cerebral acometido.
o Sinais motores focais contralaterais.
o Aparentemente, não há alterações de consciência.
o Comum em gatos que tenham doença intracraniana.
o Não exclui epilepsia idiopática.
o Podem ser:
Focal motora.
Focal sensorial.
Focal autonômica.
Complexas:
o Há generalização e perda de consciência.
o Início focal com posterior generalização.
o Alterações de comportamento.
Causas intracranianas:
o Infecciosas.
o Inflamatórias:
Meningoencefalite granulomatosa (ME).
Meningoencefalite necrosante.
Meningoencefalite idiopática.
Meningoencefalite eosinofílica.
o Má formações:
Hidrocefalia.
Lisencefalia.
o Neoplasias.
o Acidente vascular:
Hemorrágico.
Trombótico isquêmico.
Causas extracranianas:
o Metabólicas:
Hipoglicemia (<70, <35 para causa de epilepsia).
Primeira suspeita diagnóstica para filhotes em crise epiléptica.
Encefalopatia hepática.
Encefalopatia urêmica.
Distúrbios de eletrólitos.
o Tóxicas.
o Síndrome de hiperviscosidade.
o Hipóxia:
Anemia.
Doença cardíaca.
Doença respiratória.
DIAGNÓSTICO
Resenha:
o Idade.
Jovens: traumas, má formações, doenças infecciosas.
Adultos: imunomediadas, degenerativas, metabólicas.
Idosos: degenerativas, neoplasias.
o Raça.
Epilepsia idiopática: Beagle, Pastor Alemão, Keeshounds, Daschounds, São
Bernardo, Pastor Australiano, Labrador, Golden Retrivier, Setter Irlandês, Poodle,
Springer Spaniel, Cocker Spaniel, Lhasa Apso, Border Collie, entre 6 meses e 6
anos.
o Sexo.
Machos + predispostos a epilepsia idiopática.
o Ambiente.
Stress, intoxicações, medo etc.
Anamnese:
o Realmente é convulsão?
o Há quanto tempo?
o Quando ocorreu a última convulsão?
o Há histórico familiar?
o Doenças anteriores?
o Já foi tratado? Qual foi o tratamento? Resultado?
o Recebe medicação contínua?
o Vacinações etc.
Específicos:
o Ressonância magnética.
o Tomografia.
o Líquor.
o Radiografia e ultrassonografia de crânio.
o EEG.
TRATAMENTO
Objetivos:
o Reduzir a frequência e gravidade das convulsões.
o Minimizar os efeitos colaterais potenciais.
o Maximizar a qualidade de vida do tutor e animal.
o Brometo de potássio
Dose de ataque:
125mg/kg/dia divididos em duas doses iguais para evitar sinais
gastrintestinais durante 5 dias consecutivas, para atingir a concentração
sérica ideal em menor tempo.
Dosagem sérica do brometo dentro de 7 dias após a dose de ataque ou 3
meses após iniciar a terapia de manutenção.
Dose de manutenção:
30 mg/kg/dia quando associado ao Fenobarbital.
40 mg/kg/dia em monoterapia.
Pode causar broncopneumonite em gatos, evitar.
Controlar cloreto na dieta.
Avaliar nível sérico após 3 meses de iniciar a medicação na dose de
manutenção.
o Levatiracetam
Dose: 20 mg/kg TID.
Não metabolizado no fígado.
Dosagem sérica.
o Diazepam
Dose: 0,5-2 mg/kg VO, TID ou BID.
As enzimas hepáticas devem ser dosadas em 1 semana e 30 dias após iniciar a
terapia por via oral, pois pode causar risco de necrose hepática fulminante.
o Gabapentina.
o Clonazepam e Clorazepato.
o Felbamato.
o Zonizamida.
STATUS EPILEPTICUS
Manutenção de vias aéreas.
Fornecer oxigênio.
Manter temperatura corporal.
Manitol ou corticoides, se suspeitar de edema.
Inicialmente, usar benzodiazepínicos.
o Diazepam, Midazolam, Lorazepam e Clonazepam.
Ordem de prioridade para uso dos fármacos:
o 1 – Diazepam.
o 2 – Fenobarbital.
o 3 – Propofol.
Atendimento ambulatorial:
o Diazepam, dose 0,5-2 mg/kg (não ultrapassar 20mg totais).
Intrarretal ou intranasal, mínimo 1 mg/kg.
Infusão contínua: 0,1-0,5 mg/kg/hora.
o Midazolam, dose 0,06-0,3 mg/kg IM ou IV.
Alternativa viável quando precisar usar a via IM.
o Fenobarbital:
Indicado para pacientes que não recebem a medicação ou suspeita-se de baixos
níveis séricos.
Dose de ataque: 5-24 mg/kg/IV, porém recomenda-se que pequenos bolus de 2-4
mg/kg/IV devam ser administrados, repetidos a cada 20-30 minutos até o efeito
desejado, não excedendo 24 mg/kg em 24 horas.
Via IM quando acesso IV está indisponível ou em animais com depressão
respiratória, hipotensão e bradicardia.
o Propofol:
Dose 1-2 mg/kg/IV em bolus.
Infusão contínua: dose 0,1-0,6 mg/kg/minuto até o efeito desejado – não ultrapassar
6 mg/kg/hora.
o Ketamina:
Dose 5 mg/kg/IV em bolus.
Antagonista de receptores do N-metil-D-aspartato (NMDA) – aminoácido
excitatório agonista do glutamato.
Capaz de inibir a fase crônica do estado epiléptico, também chamada de fase
autossustentável.