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EPILEPSIA

EPILEPSIA
DEFINIÇÃO:

 Uma das principais causas das crises convulsivas.


 Um distúrbiocerebralcrônicocaracterizado
por crisesconvulsivas que não são
recorrentes
(como traumatismo craniano, febre ou hipoglicemia).
causadas por problemas agudos
 Sãocaracterizadas
porcrisesespontâneas
e recorrentes,
convulsivas , quesão
ounão-convulsivas
causadas por descargas parciais ou generalizadas no cérebro.
 É o termo geral para aproximadamente 20 distúrbios convulsivos diferentes.
 Ocorrência
de 2 oumaiscrisesepilépticas 12mesescomintervalo
nosúltimos assintomático
e sem
evidências de insultos como febre, ingestão de álcool, intoxicação por drogas, abstinência, meningite,etc

 Segundoa Organização
MundialdeSaúde(OMS), a Epilepsia
é umadoençacrônica
quesediagnostica
após duas ou mais crises epilépticas com tendência a ser recorrente.

EPIDEMIOLOGIA:

 Afeta1% dapopulação
mundial(60milhões
de pessoas).
Países
desenvolvi
dos:incidência
20a 70por
100mil pessoas. Relação homem/mulher 1,5:1.

ETIOLOGIA:

 Predisposição individual.
 Presença de lesão epileptogênica cerebral.
 Alterações bioquímicas e elétricas cerebrais.

FISIOPATOLIGA:

 A crise epilépticaé causadapor descargaselétricasanormaisexcessivas(liberaçãode


neurotransmissores predominantemente
excitatórios)
e transitórias ,
das célulasnervosas
resultante de correntes elétricasfruto
que são
da movimentação através
iônica da membrana celular.
 As descargas são resultantes de
hiperatividade . cerebrais
dos neurônios e circuitos
 Os sintomas produzidos dependem da função da região cerebral afetada pela descarga.
• Crises epilépticas:
- Comuns em doenças neurológicas agudas (ex. TCE, doenças cerebrovasculares ).
- Clínicas (anóxia, estado hipoglicêmico, insuficiência renal e hepática)

Obs: nestas circunstâncias, não se denomina epilepsia.


• GLUTAMATO  Neurotransmissor excitatório primário do cérebro; ele desempenha um importante papel
nas funções cognitivas (hipocampo e córtex), funções motoras, funções do cerebelo e funções sensoriais;
é o precursor do maior neurotransmissor inibitórioo GABA.

• GABA  É o maior neurotransmissor inibitório; encontrado em altas concentrações no cérebro e na


medula espinhal.

CLASSIFICAÇÃO:

• Convulsões Parciais (Focais) Simples:


- sem comprometimento da consciência.
- com sinais motores (incluindo jacksoniana, versiva e postural ).
- com sintomas sensitivos (visual, somatossensitivo, auditivo e olfativo ).
- com sintomas psíquicos (incluindo disfasia, alucinatórios e alterações afetivas).
- com sintomas autonômicos.

• Convulsões Parciais (Focais) Complexas:


- início como parcial simples seguido por comprometimento da consciência.
- com comprometimento da consciência desde o início.
- com automatismos.
- evoluindo secundariamente para convulsões generalizadas.

• Convulsões Generalizadas:
- Convulsões tipo ausência.
- Convulsões mioclônicas; abalos mioclônicos.
- Convulsões tônico-clônicas.
- Convulsões tônicas.
- Convulsões atônicas.

CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS:
• Lobo Temporal  60% das epilepsias focais. Relacionados à memória, à audição, ao processamento, à
percepção de informações sonoras e à capacidade de entender a linguagem. Sequência de eventos
relativamente fixa: fenômeno sensorial consciente (aura). Reação de parada e fixação do olhar.
• Lobo Frontal  20 a 30% das epilepsia focais. Auras epigástricas são raras diferentemente do lobo
temporal. As auras mais comuns são sensações cefálicas como opressão, constrição frontal, cefaléia e
sensação de choque elétrico na cabeça. Início e término abrupto (auras não específicas e duração curta).
Ocorrência frequente (várias vezes no dia/noite). Confusão pós-crise breve. Presença de automatismos
motores importantes como debater-se, atirar-se, balançar, chutar, acompanhada de emissão de
grunhidos e gemidos.

• Lobo Parietal  Mais raras. Manifestações clínicas são sensações subjetivas: sensações parestésicas,
principalmente da face e do braço, seguida de fenômenos motores nos membros envolvidos. Crises
visuais com alucinações elementares (luzes ou cores). Alucinações complexas como cenas, pessoas e
animais seguida de versão lenta dos olhos e cabeça no sentido de acompanhar o movimento da imagem.

• Eletroencefalograma (EEC):
- Diagnóstico diferencial entre epilepsias generalizadas e focais.
- Padrões característicos para determinada crise epiléptica e monitorar a evolução do tratamento
medicamentoso.

DIAGNÓSTICO:

 Anamnese :
- Descrição pormenorizada das crise pelo paciente ou testemunha.
- Manifestações
durantea crise  movimentosinvoluntários,
movimentosoculares,alteraçãoda
consciência,
liberaçãoesfincteriana,
apnéia,cianose,quedas,mudançade comportamento,
confusão
mental, mordedura de língua ou traumatismos, apatia, distúrbio da linguagem, de humor e cefaléia.
- Idadede início,presençade fatorprecipitante
inicial(crisefebril,meningite,
trauma),históriade insulto
prévio(traumacraniano,meningite,
encefalite,
isquemia,
hemorragia
cerebral),tipode crise,relaçãocom
ciclosono-vigília,
duraçãoda crise,fatores predisponentes
(álcool,privaçãode sono,estresse,estímulo
luminoso), uso de medicações, presença pós-ictal e comorbidade.

4 importantes perguntas que orientam a avaliação neurológica


:
1. O paciente apresenta doença neurológica?
2. Se for o caso, qual é a localização da lesão? Os achados
simétricos?
são
3. Qual é fisiopatologia do processo? 4. Qual é o diagnóstico diferencial
- Cerca de 30 a 40% das pessoas com epilepsia apresentam o primeiro registro de EEG normal em vigília
(o diagnóstico da epilepsia é clínico e não eletroencefalográfico).

ATENDIMENTO:
• Ajude a vítima a deitar no chã, afaste os objetos e coloque apoio macio sob a cabeça.
• Mantenha as vias aéreas desobstruídas.
• Mantenha-se calmo.
• Se a vítima estiver consciente, tranquilize-a e acalme as pessoas que estiverem com ela.
• Permaneça com a vítima, se precisar de ajuda, mande outra pessoa.
• Nunca tente colocar nada à força entre os dentes da vítima.
• Remova ou afrouxe as roupas, principalmente em volta do pescoço.
• Remova os óculos.
• Posicione a vítima de lado com o rosto para baixo.
• Se a vítima parar de respirar, aplique respiração artificial, desobstrua vias aéreas.

SÍNDROME EPILÉPTICA
• É definida como um distúrbio epiléptico caracterizado pela presença de sinais e sintomas
complexos que definem uma condição epiléptica única.

• Os sinais e sintomas podem ser clínicos (como história, idade de início, tipos de crises e modo de
aparecimento, natureza progressiva ou não, achados neurológicos e neuropsicológicos), achados de
exames complementares como EEG e estudos de neuroimagem, mecanismos patofisiológicos e
bases genéticas.
CRISE CONVULSIVA
• É uma alteração involuntária e repentina nos sentidos, no comportamento, na atividade muscular ou no
nível de consciência que resulta na irritação ou superatividade das células cerebrais.

• Causas  Tóxica (alergia a drogas, uso ou abstinência); Metabólica (desequilíbrio químico); Trauma
craniano; Vascular (redução do fluxo sanguíneo); Infecção; Estado febril; Idiopática; Degenerativa
(esclerose múltipla); Defeitos congênitos do cérebro; Tumor cerebral; Hipertensão; Queimaduras graves;
Privação do sono.

 Crise do tipo grande mal: rigidez e contrações musculares alternadas, suspensão temporária da
respiração e inconsciência.

 Crise do tipo pequeno mal: olhar fixo e ausente, dura alguns segundos, comum em crianças, não
envolve convulsão.

 Jacksoniana: contração dos dedos das mãos e dos pés, a contração pode se espalhar por todo
braço ou perna, ou mesmo o corpo, mas a vítima permanece acordada e alerta; as crises consistem
de espasmos repetitivos de um grupo muscular em particular, pode haver disseminação da descarga
no cérebro envolvendo todo o corpo; indica que o foco epileptogênico é no córtex motor.

 Psicomotora: inicia com olhar fixo e ausente, progredindo para mastigação e atividade motora
aleatória, a vítima permanece desnorteada.

 Mioclônica: contração muscular súbita, breves e significativas que envolvem todo o corpo ou parte
dele.

 Atônica: “ataque de queda”, as pernas da criança entram súbita e temporariamente em colapso.


 Infantil: em lactentes, queda da cabeça para frente e flexão dos braços para frente.
 Estado Epilético: convulsão ou série de convulsões intensas e prolongadas que ocorrem sem que a
vítima recobre a consciência entre uma e outra crise.

Convulsões com aumento da contração Convulsões com diminuição da contração


 Tônica: contração muscular mantida com
duração de poucos segundos a minutos.
 Clônica: cada contração é seguida de  Miocloniasnegativase crises atônicas(perdaou
relaxamento, originando abalos musculares diminuiçãodo tônus muscular por dois ou mais
sucessivos. segundos).
 Mioclônica: contraçõesmusculares
muito breves
semelhantes a choques.
TÉCNICAS DE EXAME

 Estado mental: Comportamento e Estado Mental.


 Exame dos Nervos Cranianos.
 Sistema motor: volume, tônus e força da musculatura; coordenação, marcha e postura.
 Sistema sensitivo: dor e temperatura, propriocepção e percepção vibratória, tato leve, sensibilidade
discriminatória.

 Reflexos tendinosos profundos, abdominais e plantares.

NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO
• Mais de 15% das pessoas com epilepsia apresentam, pelo menos, um episódio de estado de mal
epiléptico, que pode ocorrer também em qualquer tipo de insulto ao sistema nervoso.

• A definição operacional de estado de mal epiléptico é a ocorrência de crises clínicas contínuas e/ou
atividade eletrográfica crítica ou crises recorrentes sem recuperação entre elas por um tempo
igual ou superior a 5 minutos.

• A mortalidade é de 15 a 20% em adultos e 3 a 15% em crianças.


• A morbidade é elevada compreendendo desenvolvimento de epilepsia em 20 a 40% dos casos,
encefalopatia em 6 a 15% e déficits neurológicos focais em 9 a 12%.

• Algumas vezes, a atividade ictal motora é contínua e restrita a uma parte do corpo por horas ou dias,
configurando a epilepsia partialis continua.

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