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Transtornos convulsivos
Por Bola Adamolekun, MD, University of Tennessee Health Science Center
Revisado/Corrigido: mar 2022
Cerca de 2% dos adultos apresentam uma crise epiléptica em alguma ocasião durante a vida.
Dois terços desses indivíduos nunca apresentam uma segunda crise.
Definições
A terminologia relacionada às crises pode ser confusa.
Epilepsia sintomática é epilepsia devido a uma causa conhecida (p. ex., tumor encefálico,
acidente vascular encefálico). As convulsões que provoca são chamadas crises epilépticas
sintomáticas. Essas crises são mais comuns em recém-nascidos e idosos.
Epilepsia criptogênica é epilepsia que presume-se que ocorra devido a uma causa
específica, mas cuja causa específica é atualmente desconhecida.
Convulsões não epilépticas são provocadas por distúrbio ou estressor temporário (p. ex.,
distúrbios metabólicos, infecções do sistema nervoso central, doenças cardiovasculares,
intoxicação ou abstinência de drogas, transtornos psicogênicos). Em crianças, febre pode
provocar uma convulsão (convulsões febris).
Crises psicogênicas não epilépticas (pseudocrises) são sintomas que simulam crises
epilépticas em pacientes com doenças psiquiátricas, mas não envolvem descargas elétricas
anormais no cérebro.
As causas comuns das crises epilépticas (ver tabela Causas das crises epilépticas) variam de
acordo com a idade de início:
Na epilepsia reflexa, uma doença rara, as crises são desencadeadas previsivelmete por
estímulos externos, como sons repetitivos, luzes brilhantes, videogames, música ou até
mesmo ao se tocar determinadas partes do corpo.
Na epilepsia criptogênica e muitas vezes na epilepsia refratária, uma causa rara, mas cada vez
TABELA
Início generalizado
Início focal
Início desconhecido
As crises de início focal são então classificadas por nível de consciência (conhecimento do eu e
do ambiente). O nível de consciência não é usado para classificar crises de início generalizado
porque a maioria dessas convulsões (mas não todas) prejudica a consciência.
Início motor
A responsividade não é usada para classificar crises, mas pode ser útil como descritor. A
responsividade pode estar intacta ou prejudicada se a consciência está ou não
comprometida.
As crises de início generalizado são classificadas como crises motoras e não motoras (de
:
As crises de início generalizado são classificadas como crises motoras e não motoras (de
ausência). (No entanto, convulsões não motoras podem envolver a atividade motora.) Nas
convulsões motora de início generalizado, a atividade motora geralmente é bilateral desde o
início. Quando o início bilateral da atividade motora é assimétrico, pode ser difícil determinar
se o início é focal ou generalizado.
Crises motoras de início generalizado também podem ser classificadas por tipo de crise:
Crises não motoras de início generalizado também podem ser classificadas por tipo de
crise (definida pela característica proeminente mais precoce):
Crises de ausência atípicas (p. ex., com início ou término menos abruptos ou com
alterações anômalas do tônus)
Convulsões mioclônicas
Mioclonia palpebral
Todas as crises de ausência são crises de início generalizado. O seguinte pode ajudar a
distinguir crises de ausência de crises focais com consciência prejudicada, embora as
distinções não sejam absolutas:
Se a consciência está prejudicada durante qualquer parte da crise, a crise é classificada como
uma crise focal com consciência prejudicada.
Crises motoras de início focal também podem ser classificadas por tipo de crise:
Nas convulsões tônicas de início focal, o enrijecimento envolve um único membro ou lado do
corpo, geralmente sem perda de consciência. A eletroencefalografia (EEG) pode mostrar
anormalidades epileptiformes focais contralaterais. Por outro lado, nas convulsões tônicas de
início generalizado, o enrijecimento envolve todos os membros, com ou sem perda de
consciência, e a EEG pode mostrar anormalidades epileptiformes bilaterais.
Crises não motoras de início focal podem ser classificadas com base na característica
proeminente inicial:
Crises de início focal podem evoluir para uma crise tônico-clônica de início generalizado
(chamada generalização secundária), que causa perda da consciência. Crises tônico-clônica
focal-para-bilateral ocorrem quando uma crise de início focal se difunde e ativa
bilateralmente todo o cérebro. A ativação pode ocorrer de forma tão rápida que o começo da
crise de início focal não é clinicamente evidente ou é muito breve.
Tônico-clônicas
Espasmos epilépticos
Parada comportamental
Crises tônico-clônicas com início obscuro são frequentemente classificadas como crises de
início desconhecido. Crises identificadas posteriormente como espasmos epilépticos ou crises
de parada comportamental podem se inicialmente classificadas como crises de início
desconhecido.
O monitoramento detalhado do EEG por vídeo pode ajudar a esclarecer se o início é focal ou
:
O monitoramento detalhado do EEG por vídeo pode ajudar a esclarecer se o início é focal ou
generalizado; isso é importante porque, se o início for focal, a causa pode ser tratável.
Uma aura pode preceder as convulsões. Aura é o termo utilizado para descrever a maneira
como os pacientes se sentem quando uma crise começa. Auras podem consistir em atividade
motora ou manifestações sensoriais, autonômicas ou psíquicas (p. ex., parestesias, sensação
epigástrica, cheiros anormais, sensação de medo e sensação de déjà-vu ou jamais vu). Na
sensação jamais vu, um local ou experiência familiar é percebido como muito estranho—o
oposto do déjà vu. Na maioria dos casos, a aura descrita pelos pacientes é parte de uma crise
focal de consciência.
O estado pós-ictal costuma ocorrer após as crises de início generalizado; é caracterizado por
sono profundo, cefaleia, confusão e dor muscular; esse estado dura minutos a horas.
Algumas vezes, o estado pós-ictal cursa com paralisia de Todd, um deficit neurológico
transitório, geralmente no membro contralateral ao foco da convulsão.
A maior parte dos pacientes parece neurologicamente normal entre as crises, embora doses
altas de anticonvulsivantes possam reduzir o estado de alerta. Qualquer degeneração mental
progressiva geralmente está relacionada a transtorno neurológico responsável pelas crises, e
não às próprias crises.
Durante uma crise focal consciente, a consciência está intacta. Se a consciência estiver
:
Durante uma crise focal consciente, a consciência está intacta. Se a consciência estiver
comprometida durante qualquer parte da crise, a crise é classificada como crise focal com
comprometimento da consciência; a consciência pode estar prejudicada, mas não
completamente perdida.
TABELA
Epilepsia parcial continua, um transtorno raro, é um crise motora consciente focal contínua.
Geralmente atinge o membro superior, a mão ou uma hemiface; as crises se repetem em
poucos segundos ou minutos, até dias ou anos algumas vezes. A causa geralmente é:
Dicas e conselhos
Crises parciais complexas geralmente são precedidas de auras. Durante uma crise
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Crises parciais complexas geralmente são precedidas de auras. Durante uma crise
epiléptica, os pacientes podem manter o olhar fixo. Ocorre alteração da consciência, mas o
paciente tem alguma percepção do ambiente (p. ex., retirada propositalde um estímulo
doloroso). Pode ocorrer o seguinte:
Resistência ao auxílio
Duram mais.
A síndrome de Lennox-Gastaut é uma forma grave de epilepsia que causa vários tipos de
convulsões; o transtorno geralmente começa antes dos 4 anos de idade e pode persistir na
idade adulta. Pode haver alternância entre períodos de convulsões frequentes com períodos
relativamente livres de convulsões. A função intelectual e/ou o processamento de
informações são prejudicados na maioria dos pacientes com síndrome de Lennox-Gastaut; o
desenvolvimento pode ocorrer tardiamente e pode haver problemas comportamentais. As
causas da síndrome de Lennox-Gastaut incluem malformações cerebrais, esclerose tuberosa,
asfixia perinatal, traumatismo cranioencefálico grave, infecção do sistema nervoso central e
doenças hereditárias genéticas e degenerativas ou metabólicas. Às vezes, nenhuma causa é
identificada.
As crises atônicas ocorrem com mais frequência em crianças, geralmente como parte da
síndrome de Lennox-Gastaut. As crises atônicas caracterizam-se por perda curta e completa
de tônus muscular e consciência. As crianças caem ou atiram-se ao solo, correndo o risco de
sofrer trauma, em especial traumatismo craniano.
As crises tônicas ocorrem com mais frequência durante o sono, geralmente em crianças. A
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As crises tônicas ocorrem com mais frequência durante o sono, geralmente em crianças. A
causa é, geralmente, síndrome de Lennox-Gastaut. A contração tônica (mantida) dos
músculos axiais pode se iniciar de forma abrupta ou gradual, depois se disseminar para a
musculatura proximal dos membros. Costuma haver rigidez cervical. As crises tônicas
geralmente duram de 10 a 15 s. Em crises tônicas mais longas, poucos abalos rápidos podem
ocorrer quando termina a fase tônica.
Nas crises clônicas, abalos rítmicos sustentados ocorrem nos membros dos dois lados do
corpo e, frequentemente, na cabeça, pescoço, face e tronco. Crises clônicas geralmente
ocorrem em lactentes e devem ser diferenciadas de nervosismo ou tremores. Crises clônicas
são muito menos comuns que crises tônico-clônicas.
Crises tônico-clônicas de focal para lateral começam com uma crise epiléptica parcial simples
ou parcial complexa, então evoluem até se assemelhar a convulsões tônico-clônicas.
espasmos infantis possa ser usada para espasmos epilépticos que ocorrem durante a
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espasmos infantis possa ser usada para espasmos epilépticos que ocorrem durante a
infância. O início dos espasmos epilépticos pode ser focal, generalizado ou desconhecido. São
caracterizados por flexão e adução súbitas dos membros superiores e flexão para frente do
tronco. Essas crises duram alguns segundos e tornam a aparecer várias vezes durante o dia.
Ocorrem apenas nos primeiros 5 anos de vida, sendo depois substituídas por outros tipos de
crise epiléptica. Em geral, há defeitos de desenvolvimento.
Crises convulsivas febris ocorrem, por definição, com presença de febre e sem infecções
intracranianas; são consideradas um tipo de crise provocada. Afetam cerca de 4% das
crianças com idade de 3 meses a 5 anos. Crises febris benignas são breves, solitárias e tônico-
clônicas generalizadas em aparência. As crises epilépticas febris complicadas são focais,
duram > 15 minutos ou recorrem ≥ 2 vezes em < 24 horas. Além de tudo, 2% dos pacientes
com crises convulsivas febris desenvolvem um transtorno epiléptico subsequente. No
entanto, a incidência de distúrbios epilépticos e o risco de crises convulsivas febris
recorrentes são muito maiores em crianças com qualquer um dos seguintes:
Estado epiléptico
:
Estado epiléptico
Estado epiléptico é uma atividade convulsiva contínua; o início pode ser generalizado ou focal.
O estado epiléptico tem 2 formas:
A definição anterior em que a duração era > 30 minutos foi modificada para favorecer a
identificação e o tratamento mais rápidos. As crises generalizadas não tratadas, com duração
> 60 minutos, podem resultar em lesão encefálica permanente; crises mais prolongadas
podem ser fatais. Ocorre aumento de frequência cardíaca e de temperatura. O estado
epiléptico convulsivo generalizado tem várias causas, como traumatismo craniano e a rápida
interrupção do uso de anticonvulsivantes.
O estado epiléptico não convulsivo engloba o estado epiléptico de início focal e o estado
epiléptico de ausência. Essas crises geralmente se manifestam como episódios prolongados
da alteração do estado mental. Os indivíduos com um transtorno epiléptico conhecido podem
ser avaliados no consultório médico.
O risco de MSIE é maior para pacientes com convulsões frequentes, especialmente crises
tônico-clônicas generalizadas. Nenhuma medida demonstrou diminuir o risco de MSIE, mas
recomenda-se o melhor controle possível das convulsões.
4.
:
4.
Avaliação clínica
A avaliação deve determinar se ocorreu crise epiléptica versus outra causa de obnubilação (p.
ex., uma pseudocrise, síncope) e, em seguida, identificar possíveis causas ou fatores
precipitantes. Os pacientes com crise de início recente são avaliados em um departamento de
emergência; ocasionalmente, podem entrar em crise após uma avaliação completa. Os
pacientes com distúrbio epiléptico identificado podem ser avaliados em consultório médico.
História
Deve-se perguntar aos pacientes que tiveram uma crise sobre sensações inabituais sugestivas
de aura e, portanto, de uma crise, e sobre as manifestações típicas da crise. Os pacientes
geralmente não se lembram das crises de início generalizado, assim deve-se obter uma
descrição da própria crise feita por possíveis testemunhas.
Manifestações de outras condições, como isquemia cerebral global súbita (p. ex., decorrente
de arritmia ventricular), podem lembrar aquelas de uma convulsão, incluindo perda de
consciência e alguns reflexos mioclônicos.
Dicas e conselhos
A história deve incluir informação sobre a crise epiléptica inicial e as subsequentes (p. ex.,
duração, frequência, evolução sequencial, intervalos mais longos e mais curtos entre as crises,
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duração, frequência, evolução sequencial, intervalos mais longos e mais curtos entre as crises,
aura, estado pós-ictal, fatores precipitantes). Todos os pacientes devem ser interrogados
sobre os fatores de risco de as crises:
Abstinência de álcool
Os pacientes devem ser interrogados sobre raros fatores desencadeantes (p. ex., sons
repetitivos, luzes brilhantes, video games, tocar certas partes do corpo) e sobre a privação do
sono, que pode reduzir o limiar de crises.
Exame físico
Em pacientes que perderam a consciência, uma língua mordida, incontinência (p. ex., urina ou
fezes na roupa) ou confusão prolongada após a perda de consciência sugerem convulsão.
O exame físico raramente indica a causa quando as crises são idiopáticas, porém, pode
fornecer pistas quando as crises são sintomáticas (ver tabela Dicas clínicas para causas das
convulsões sintomáticas).
TABELA
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TABELA
Exames
Os exames são realizados de rotina, porém resultados normais não excluem necessariamente
um transtorno epiléptico. Assim, o diagnóstico pode ser, essencialmente, clínico. Os testes
dependem dos resultados da história e do exame neurológico.
Pode-se realizar outros testes com base nos distúrbios clinicamente suspeitos
Uso não relatado de drogas recreativas que podem causar ou contribuir para
convulsões; triagem para drogas pode ser feita, embora essa prática seja
controversa porque resultados positivos não indicam causalidade e os resultados
dos exames podem ser imprecisos.
Síncope mimetizando convulsões (p. ex., com reflexos mioclônicos): o ECG pode
detectar arritmias cardíacas insuspeitas.
Neuroimagem (TC da cabeça, mas algumas vezes RM) geralmente é realizada imediatamente
para excluir tumor ou hemorragia. ATC pode ser adiada e possivelmente evitada em crianças
com crises convulsivas febris típicas, cujo estado neurológico retorna rapidamente ao normal.
RM de seguimento é recomendada quando a TC é negativa. Proporciona melhor resolução
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RM de seguimento é recomendada quando a TC é negativa. Proporciona melhor resolução
para abscessos e tumores cerebrais e pode detectar displasias corticais, tromboses venosas
cerebrais e encefalite herpética. Um protocolo de RM de crânio para epilepsia utiliza
sequências coronais de alta resolução em T1 e T2, que podem detectar atrofia de hipocampo
ou esclerose. A RM pode detectar algumas causas comuns de crises, como malformações do
desenvolvimento cortical em crianças pequenas e esclerose temporal mesial, gliose
traumática e pequenos tumores em adultos.
Por outro lado, o EEG normal não pode excluir o diagnóstico de crises epilépticas, o que deve
ser feito clinicamente. É menos provável que o EEG detecte anormalidades, quando as crises
não são frequentes. O EEG inicial pode detectar anormalidades epileptiformes em apenas 30
a 55% dos pacientes com transtorno epiléptico conhecido. O EEG em série pode detectar
anormalidades epileptiformes em até 80 a 90% desses pacientes. Em geral, o EEG em série
com tempo de registro estendido e os testes realizados depois de privação do sono
Pode-se fazer EEG ambulatorial enquanto os pacientes estão em casa. Pode ser útil se as
crises se repetem em pacientes que não podem ser hospitalizados por muito tempo.
Se a ressecção cirúrgica das áreas do foco epiléptico for considerada, são feitos exames de
imagem avançados para identificar essas áreas em centros de epilepsia:
Com tratamento, as crises são eliminadas em um terço dos pacientes e a frequência de crises
é reduzida em > 50% em outro terço. Cerca de 60% dos pacientes cujas crises são bem
controladas com anticonvulsivantes podem acabar suspendendo os medicamentos e não
tendo mais crises.
Se a causa não puder ser corrigida ou identificada, muitas vezes é necessária a administração
de anticonvulsivantes, em particular depois de uma 2ª crise epiléptica; a utilidade dos
anticonvulsivantes após uma única crise epiléptica é controversa, e os riscos e benefícios
devem ser discutidos com o paciente. Como o risco de um ataque subsequente é baixo, os
fármacos puderem ser retidos até uma 2ª crise, particularmente em crianças. Nas crianças,
alguns anticonvulsivantes causam importantes problemas de comportamento e de
aprendizado.
Medidas gerais
Durante uma crise epiléptica generalizada tônico-clônica, deve-se prevenir lesões
afrouxando as roupas ao redor do pescoço e colocando um travesseiro sob a cabeça. A
tentativa de proteger a língua é ineficaz e pode lesionar os dentes do paciente ou os dedos do
socorrista. Os pacientes devem ser posicionados em decúbito lateral para prevenir a
aspiração. Essas medidas devem ser ensinadas aos familiares e colegas de trabalho do
paciente.
Como as crises de início focal podem se tornar generalizadas, os pacientes têm risco de perda
da consciência e, portanto, devem ser orientados a adotar certas precauções. Até que as
crises estejam controladas, os pacientes devem evitar atividades em que a perda de
consciência pode causar risco de morte (p. ex., dirigir, nadar, escalar, usar banheira). Depois
que as crises forem totalmente controladas (em geral por > 6 meses), muitas dessas
atividades poderão ser realizadas desde que se usem proteções apropriadas (p. ex., colete
salva-vidas); deve-se, também, estimular os pacientes a levarem uma vida normal, incluindo
exercícios e atividades sociais.
Deve-se aconselhar que os pacientes evitem cocaína e algumas outras drogas ilícitas (p. ex.,
fenciclidina, anfetaminas), que podem desencadear convulsões, e também bebidas alcoólicas.
Alguns fármacos (p. ex., haloperidol, fenotiazinas) podem diminuir o limiar epiléptico e, se
possível, devem ser evitados.
Deve-se ensinar aos familiares uma abordagem de bom senso ao paciente. A superproteção
deve ser substituída pelo suporte simpático, que diminui os sentimentos negativos (p. ex., de
inferioridade ou timidez); deve-se impedir o estado de invalidez.
Raramente aconselha-se o cuidado hospitalar, o qual deve ser reservado a pacientes com
retardo mental grave e a pacientes com crises tão frequentes e violentas, apesar do
tratamento medicamentoso, que os impossibilitem de receber tratamento em outros locais.
Síndrome de Dravet
Trata-se a síndrome de Dravet com valproato, clobazam ou topiramato, mas as convulsões
são frequentemente refratárias a esses fármacos. Carbamazepina, fenitoína e lamotrigina
podem piorar a mioclonia e exacerbar as convulsões. Solução oral de canabidiol agora está
disponível para o tratamento adjuvante das convulsões na síndrome de Dravet.
Quanto mais cedo forem iniciados os anticonvulsivantes, melhor e mais facilmente as crises
são controladas.
O acesso IV deve ser obtido rapidamente, e os pacientes recebem 0,05 a 0,1 mg/kg, IV de
lorazepam (normalmente, uma dose de 4 mg, IV para adultos), na velocidade de 2 mg/min. Às
vezes, são necessárias grandes doses. Depois da administração do lorazepam, indica-se um
segundo anticonvulsivante de ação mais prolongada.
Não há consenso ou diretrizes baseadas em evidências indicando qual fármaco de ação mais
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Não há consenso ou diretrizes baseadas em evidências indicando qual fármaco de ação mais
prolongada é preferível. Muitos especialistas escolhem um dos seguintes:
Se as convulsões persistirem depois que essas doses são usadas, 5 a 10 PE mg/kg adicionais
de fosfenitoína ou 5 a 10 mg/kg de fenitoína podem ser dadas.
Após o tratamento inicial, a causa do estado epiléptico deve ser identificada e tratada.
Crises pós-traumáticas
CALCULADORA CLÍNICA
Cirurgia
Cerca de 10% a 20% dos pacientes têm crises refratárias e são potenciais candidatos à
cirurgia convencional para epilepsia. Para a maioria dos pacientes, cujas crises originam-se de
uma área específica do cérebro anormal, a função melhora bastante quando se realiza a
ressecção do foco epiléptico. Se o foco for no lobo temporal anteromesial, a ressecção
elimina as convulsões em 60% dos pacientes. Após a ressecção cirúrgica, alguns pacientes
permanecem sem de crises sem tomar anticonvulsivantes, mas muitos ainda necessitam
desse fármacos, porém em doses reduzidas e possivelmente com monoterapia.
Como a cirurgia requer testes e monitoramentos consideráveis, esses pacientes são mais
bem tratados em centros especializados para distúrbios epilépticos.
10.1111/epi.13740
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10.1111/epi.13740
Pontos-chave
Avaliar nos pacientes com convulsões sinais das possíveis causas (p. ex., febre,
rigidez do pescoço, deficits neurológicos focais, irritabilidade neuromuscular e
hiperreflexia, papiledema) e testar correspondentemente.
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