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CRISE CONVULSIVA
Uma convulsão é um distúrbio transitório da função cerebral causado por uma descarga
neuronal anormal.
CLASSIFICAÇÃO
• Convulsões generalizadas
1. Tônico-clônica
• Crises parciais
1. Parcial simples
Convulsões Generalizadas
2. Fase clônica: A fase tônica é seguida por uma fase clônica (alternando
contração e relaxamento muscular), com movimentos simétricos dos membros,
que persistem por 30 a 60 segundos ou mais. O esforço ventilatório retorna
imediatamente após o cessamento da fase tônica, e a cianose desaparece.
A boca pode espumar com saliva. Com o passar do tempo, os abalos musculares
se tornam menos frequentes, até que todo o movimento cessa e os músculos se
tornam flácidos. O relaxamento esfincteriano ou a contração do músculo
detrusor pode produzir incontinência urinária.
Os genes ligados à epilepsia tipo ausência incluem o canal de cálcio CACNA1H, o canal de
cloreto CLCN2 e as subunidades de receptor GABA GAGRB2.
As crises se caracterizam por perda de consciência breve (por 5 a 10 segundos), sem perda
do tônus postural.
Manifestações motoras sutis, como piscamento ocular ou leve rotação da cabeça, são
comuns. Movimentos automáticos mais complexos (automatismos) são incomuns. A
orientação plena ocorre imediatamente após a crise cessar.
Na maioria dos pacientes com inteligência normal e atividade no EEG de fundo normal, as
crises de ausência ocorrem somente na infância; em outros casos, no entanto, as crises
continuam na vida adulta, isoladamente ou em associação com outros tipos de crises.
Estes incluem as crises tônicas (que não são seguidas por uma fase clônica), as crises
clônicas (que não são precedidas por uma fase tônica) e as crises mioclônicas.
Crises Parciais
Sentar ou ficar em pé, mexer em objetos e realizar movimentos bilaterais dos membros são
ações menos comuns. Pode ocorrer uma generalização secundária.
DIAGNÓSTICO
O EEG pode ser um teste confirmatório útil na distinção entre crise epiléptica e outras
causas de perda da consciência (Figura 12-4). No entanto, um EEG normal ou anormal
inespecífico nunca exclui o diagnóstico de epilepsia. Características do EEG
específicas e que sugerem epilepsia incluem espículas anormais, descargas
poliespiculares e complexos ponta-onda.
Crises com um início claramente focal, ou aquelas que iniciam após os 25 anos, requerem
avaliação imediata para se excluir a presença de uma lesão cerebral estrutural.
A ressonância magnética (RM) é essencial para esse propósito (um exame de tomografia
computadorizada [TC] não é adequado). Se não for encontrada uma causa, a decisão de
iniciar com tratamento anticonvulsivante crônico deve ter como base a probabilidade
de recorrência. Após uma convulsão tônico-clônica generalizada isolada, a recorrência
esperada em 3 a 4 anos é de 30 a 70% nos pacientes adultos não tratados.
REF
GREENBERG, D. Neurologia clínica. 8. ed. – Dados eletrônicos. Porto Alegre: AMGH, 2014.
Objetivo. Crises epilépticas
Quando um paciente apresenta crises epilépticas, o médico segue alguns passos críticos
para realizar o diagnóstico. Antes de tentar classificar o tipo de crise, o médico deve
determinar se o evento paroxístico é realmente uma crise epiléptica uma vez que múltiplos
diagnósticos diferenciais são possíveis. Estes incluem síncopes convulsivas, parassonias,
transtornos de movimento e outros eventos não-epilépticos. Esta etapa diagnóstica já
deve ter sido estabelecida quando se inicia a classificação da epilepsia de um
determinado paciente.
Em alguns locais, a classificação de acordo com os tipos de crises pode ser o nível máximo
possível para diagnóstico por não haver acesso a estudos eletroencefalográficos, de vídeo-
EEG e imagem.
ESTRUTURA DA CLASSIFICAÇÃO
Para crises focais, o grau de percepção opcionalmente pode ser incluído no tipo de crise.
Percepção é apenas uma característica potencialmente importante da crise, mas a
percepção tem importância prática suficiente para justificar seu uso como classificador
de crise. Percepção preservada significa que a pessoa está consciente de si e do ambiente
durante uma crise, mesmo que imóvel.
Crises epilépticas devem ser classificadas pela característica de início motor ou não motor
proeminente mais precoce, exceto na crise focal com parada comportamental na qual a
interrupção de atividade é a característica dominante durante toda a crise, e qualquer
comprometimento significante da percepção durante o curso da crise leva a crise focal a
ser classificada como tendo percepção comprometida.
A classificação de acordo com o início da crise tem uma base anatômica, enquanto a
classificação pelo nível de percepção tem uma base comportamental, justificada pela
importância prática do comprometimento da percepção. Ambos os métodos de
classificação são disponíveis e podem ser usados concomitantemente. Breve parada
comportamental no início de uma crise frequentemente é imperceptível, e assim não deve
ser usada como classificador a menos que seja a característica dominante durante toda a
crise.
O denominação crise focal pode omitir a menção de percepção quando a percepção não
for aplicável ou for desconhecida; dessa forma, a crise deverá ser classificada diretamente
pelas características de início motor ou início não motor. Os termos início motor e início
não motor também podem ser omitidos quando um termo subsequente gera um nome de
crise inequívoco.
A classificação de uma crise individual pode parar a qualquer nível: uma crise de “início
focal” ou “início generalizado”, sem outras elaborações, ou uma “crise focal sensorial”,
“crise focal motora”, “crise focal tônica” ou “crise focal com automatismos”, e assim por
diante. Descritores adicionais são incentivados, e seu uso dependerá da experiência e
objetivos da pessoa que classifica a crise. Os termos início focal e início generalizado são
para fins de agrupamento. Nenhuma dedução deve ser feita de que cada tipo de crise
exista em ambos os grupos; a inclusão de crises de ausência na categoria de início
generalizado que não implica na existência de crises de “ausências focais”.
Quando a primazia de um versus outro sintoma ou sinal chave é incerto, a crise epiléptica
pode ser classificada no nível acima do termo questionável, com uso de descritores
adicionais da semiologia da crise relevantes para a crise individual. Quaisquer sinais ou
sintomas de crises, termos descritores sugeridos no Manual de Instrução que acompanha
este texto ou descrições em texto livre podem ser opcionalmente anexadas às descrições
do tipo de crise, sem alterar contudo o tipo de crise.
O tipo de crise “focal evoluindo para tônico-clônica bilateral” é um tipo especial de
crise, que corresponde ao termo de 1981 “crise parcial com generalização secundária”.
Início focal evoluindo para tônico-clônica bilateral reflete um padrão de propagação da
crise, mais do que um tipo unitário de crise epiléptica, mas é uma apresentação tão
comum e importante que a categorização separada foi continuada. O termo “evoluindo
para tônico-clônica bilateral” em vez de “secundariamente generalizada” foi usado para
distinguir uma crise de início focal da crise de início generalizado. O termo “bilateral” é
usado para padrões de propagação e “generalizado” para crises epilépticas que envolvem
circuitos bilaterais desde o início.
Quando uma crise focal única se apresenta com uma sequência de sinais e sintomas,
então a crise epiléptica é nomeada pelo sinal ou sintoma inicial mais proeminente,
refletindo a prática clínica usual de identificar o foco de início da crise ou rede envolvida.
Por exemplo, uma crise começando com súbita incapacidade de compreender linguagem
seguida por comprometimento da percepção e abalos clônicos no braço esquerdo poderia
ser classificada como uma “crise focal disperceptiva (início não motor) cognitiva”
(progredindo para abalos clônicos no braço esquerdo). Os termos entre parênteses são
opcionais. O tipo de crise formal nesse exemplo é determinado pelo início não motor
cognitivo e presença de comprometimento da percepção durante qualquer ponto da crise.
Crises de início desconhecido podem ser referidas pela simples palavra “não
classificadas” ou com características adicionais, incluindo motoras, não motoras, tônico-
clônicas, espasmos epilépticos e parada comportamental. Um tipo de crise de início
desconhecido pode posteriormente ser classificada tanto como de início focal quanto de
início generalizado, mas qualquer comportamento associado (por exemplo, tônico-
clônico) a uma crise previamente “não classificada” pode ainda ser aplicado. A esse
respeito, o termo “início desconhecido” é um termo substituto – não da característica da
crise, mas do desconhecimento.
Regras para Classificação de crises
2. Percepção: para crises focais, decida entre classificar a crise de acordo com o grau de
alteração da percepção ou omita este item da classificação. Crises focais perceptivas
correspondem as antigas crises parciais simples e crises focais com alteração da
percepção correspondem a crises parciais complexas.
4. Início como determinante: classifique a crise focal de acordo com o primeiro sinal e
sintoma proeminente. Não considere a parada comportamental transitória.
5. Parada comportamental: uma crise focal com parada comportamental deverá assim
ser classificada quando a parada comportamental é a característica mais proeminente de
toda crise.
7. Termos opcionais: termos como motoras e não motoras podem ser omitidos quando o
tipo de crise é evidente (Ex. crise focal clônica).
9. Bilateral versus generalizado: utilize o termo “bilateral” para crises tônicoclônicas que
se propagam para ambos os hemisférios e “generalizadas” para crises que aparentemente
originam-se simultaneamente em ambos os hemisférios.
10. Ausência atípica: a ausência é atípica se tem um início e final graduais, mudanças
marcadas no tônus ou EEG com descargas de ponta-onda lenta com frequência inferior a
3 por segundo.
12. Mioclonia palpebral: ausência com mioclonias palpebrais refere-se a abalos das
pálpebras com desvio dos olhos para cima durante uma crise de ausência
TIPOS DE EPILEPSIA
O segundo nível é o dos Tipos de Epilepsia que assume que o paciente tem o diagnóstico
de epilepsia baseado na definição de 2014 31.
O nível Tipo de Epilepsia inclui uma nova categoria de “Epilepsia com Crises Focais e
Generalizadas Combinadas” além dos grupos bem estabelecidos de Epilepsias Focais e
Epilepsias Generalizadas. Ele também inclui uma categoria Desconhecida.
Epilepsias Focais incluem distúrbios unifocais e multifocais bem como crises envolvendo
um hemisfério. Uma variedade de tipos de crises epilépticas pode ser encontrada
incluindo crises focais perceptivas, crises focais disperceptivas ou com
comprometimento da percepção, crises focais motoras e não motoras e crises focais
evoluindo para crises tônico-clônicas bilaterais. O EEG interictal tipicamente mostra
descargas epileptiformes focais, mas o diagnóstico deve ser feito com bases clínicas,
corroborado pelos achados de EEG.
O tipo de epilepsia também pode ser o nível final de diagnóstico alcançável, quando o
clínico não consegue fazer o diagnóstico de uma síndrome epiléptica.
SÍNDROME EPILÉPTICA
Ela também pode ter comorbidades distintas tais como disfunção intelectual e
psiquiátrica e características eletroencefalográficas e em estudos de neuroimagem. Ela
pode ter implicações etiológicas, prognósticas e terapêuticas. É importante notar que uma
síndrome epiléptica não tem correlação um a um com o diagnóstico etiológico e tem um
propósito diferente, como o de orientar o manejo clinico.
CRISES FRONTAIS
PRÉ- FRONTAL
Crises que se originam na região pré-central (área motora primária) como crises focais
com movimentos clônicos contralaterais à ZE. Uma de suas características é a progressão
lenta de uma parte do corpo a outro segmento adjacente, a denominada “marcha
jacksoniana”. A parte do corpo afetada durante a crise indica a região do córtex motor que
tem representação somatotópica, permitindo distinguir as crises originadas na região
dorsal daquelas da região pré-central medial.
PRÉ-MOTORA
São caracterizadas por sinais posturais tônicos, com predomínio proximal, em geral
bilaterais e assimétricos. Os membros superiores são frequentemente envolvidos, sendo
observada a clássica “postura de esgrimista” ou uma variedade de posturas tônicas. Há
versão (desvio) da cabeça e dos olhos (pelo envolvimento da área frontal dos olhos). O
desvio pode ser ipsilateral ou contralateral à ZE.
A interrupção da linguagem, ou vocalização (característica da palilalia), também pode
ocorrer quando há envolvimento da área de linguagem opercular. Se a descarga se propaga
à área opercular e à região central baixa, podem se observar contrações clônicas faciais e
salivação. Ulteriormente podem ocorrer movimentos complexos dos quatro membros.
Sensações subjetivas ou auras são pouco frequentes nesse tipo de crises, mas alguns
pacientes descrevem sintomas sensoriais, como sensação de sentir-se enfermo, de
opressão ou formigamento, podendo ser generalizados ou localizados.
CRISES PRÉ-FRONTAIS
Alucinações visuais foram também descritas nas crises dessa região que, em geral,
caracterizam-se por visão difusa ou borrada e, mais raramente, alucinações reais. Ainda
pode haver “pensamento forçado”, que consiste em pensamento recorrente intrusivo ou
sob a forma de impulso de realizar uma determinada ação, como abrir os olhos ou apanhar
um objeto.
CRISES TEMPORAIS
• Fenômenos positivos
• Fenômenos negativos