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São sensações patológicas que envolvem os neurónios motores e sensoriais. Podem estar
comprometidos o SNC ou o SNP.
Distúrbios sensoriais
Nas hiperpatias não existe resposta sensitiva com um estímulo de pequena intensidade
mas quando este aumenta a sensação é dolorosa.
Nevralgia do trigémeo
A nevralgia do trigémeo é uma hiperpatia na qual há uma dor acentuada e periódica de
uma extremidade nervosa. O nervo trigémeo é o quinto nervo craniano e tem função motora,
propriocetiva e sensorial. O nervo que divide-se em três: oftálmico, maxilar e mandiular, e a
nevralgia do trigémeo um ou mais ramos do nervo, afetando assim diferentes zonas da cara
consoante o nervo afetado.
A patologia caracteriza-se por uma dor súbita com sensação de queimadura num dos
lados da face. O ataque pode ser desencadeado por movimentos simples como a mastigação
ou o toque na face ou vibrações (por exemplo ao andar em automóveis ou em comboios).
Cefaleias
Cefaleia neurovascular
É uma patologia que afeta sobretudo as mulheres e que tem um componente genético
importante. As formas mais complicadas são acompanhadas de sintomas neurológicos
transitórios (Aura).
1. Pródromo acontece cerca de 24-48h antes da fase álgica. Esta fase é caracterizada
por distúrbios de humor, sono, capacidade intelectual e gastrointestinais.
2. Aura ocorre em alguns (não todos) tipos de enxaquecas. É uma disfunção
neurológica focal que se caracteriza por alterações visuais, da linguagem, sensoriais e
motoras. Existem duas formas de enxaqueca: a comum e a clássica, sendo que a
comum não apresenta esta fase de aura.
3. Álgica caracteriza-se por provocar uma dor unilateral latejante, normalmente
unilateral. Alguns sinais e sintomas associados são a sensibilidade à luz, fenómenos
vasomotores, sintomas gastrointestinais e retenção hídrica e oligúria.
4. Recuperação pode manifestar-se por perda de forças (astenia) ou, pelo contrário,
por um estado de euforia.
Fisiopatologia
Cefaleia tensional
É o tipo de cefaleia mais comum e deve-se à contração muscular, originando dor em todo
o crânio, podendo esta dor ser leve ou moderada. Está associada a alterações degenerativas
das primeiras vértebras cervicais (formação de osteófitos) que provocam contração muscular
nomeadamente dos músculos do pescoço mas também da base do crânio, começando nesta
zona e invadindo posteriormente todo o crânio. Também podem ocorrer em situações de
ansiedade ou depressão.
Pode ser causada por inflamação meníngea (meningite), inflamação da artéria que irriga o
osso temporal (comum no idoso), por inflamação dos seios perinasais (em situações de rinite
ou sinusite) e por inflamação intracraniana e intraocular (como é o caso do glaucoma).
Patologias motoras
Doenças em que o principal problema reside na fraqueza muscular e na perda de massa
muscular.
Podem resultar de lesões a vários níveis: a nível dos músculos propriamente ditos, a nível
da transmissão neuromuscular e a nível dos neurónios motores que controlam os movimentos:
podem afetar o primeiro neurónio do sistema motor que se encontra no córtex motor, o
segundo neurónio que se encontra na medula espinal e que faz sinapse com o primeiro
neurónio) ou os motoneurónios que são as fibras nervosas que partem do 2º neurónio.
Vias diretas
As vias nervosas que controlam os músculos motores são as chamadas vias diretas ou vias
piramidais, que partem do primeiro neurónio (no córtex motor no cérebro) para o segundo
neurónio (na medula). Estas vias diretas são chamadas vias voluntárias, já que a contração do
músculo depende da vontade do indivíduo. No entanto, existe controlo muscular mediado por
outras zonas cerebrais, chamadas vias indiretas nomeadamente no núcleo talâmico e
subtalâmico e os núcleos basais, e no caso do controlo da postura e do equilíbrio ocorrem no
cerebelo.
Assim, podem ocorrer alterações nestas vias que levam a situações patológicas, sendo as
mais graves as que afetam as vias diretas ou piramidais. Estas vias são constituídas pelos feixes
cortico-espinhais lateral e anterior, isto é, que vão desde o córtex motor para a medula
espinal. Estas vias são responsáveis pelo tónus vascular e pelo movimento voluntário e a
precisão e velocidade do mesmo, sendo que as vias indiretas colaboram no controlo fino das
vias diretas.
Síndrome piramidal
É uma disfunção motora grave, que ocorre quando se interrompem os impulsos motores
conduzidos pela via corticoespinal a nível do primeiro neurónio motor. Podem afetar
consoante o local da lesão diferentes zonas do corpo. Pode haver paralesia de uma
extremidade (monoplegia), das extremidades superior e inferior do mesmo lado do corpo
(hemiplegia), ambas as extremidades inferiores (paraplegia) ou as quarto extremidades
(tetraplegia). A área do corpo afetada é sempre a oposta à zona do córtex motor que sofre
lesão.
Vias indiretas
Doença de Parkinson
Etiologia
Fisiopatologia
Alteração dos neurónios da substância nigra fazendo que ester percam a capacidade de
sintetizar dopamina devido à deposição de uma proteína anómala, a alfa-sinucleina, deposição
esta que origina a formação dos corpos de Lewi (os quais podem ser observados por estudos
anatomopatológicos). A formação destes corpos provoca um aumento da apoptose dos
neurónios da substância nigra e consequentemente a depleção de dopamina.
Existem muitas manifestações clínicas do Parkinson que precedem aquelas que são mais
“conhecidas” da doença (aquelas que afetam o movimento, nomeadamente o movimento
descontrolado dos músculos do membro e em especial da mão). Estas manifestações são, por
exemplo: a hipósmia (perda da sensação do olfato), alterações do SNA (disautonomia –
caracterizada por hipotensão ortostática, sialorreia – aumento da produção de saliva,
alterações urinárias, obstipação… basicamente é um hipofuncionamento do SNS pelo que as
manifestações estão associadas a um hiperfuncionamento do SNP), alteração dos movimentos
dos membros durante o sono, uma progressiva deterioração cognitiva (primeiro leve, mas que
depois pode evoluir até a demência), depressão, fadiga, ansiedade, disfunção sexual,
alterações psicóticas, perturbações nos impulsos (necessidade compulsiva de comprar, por
exemplo), jogo patológico, hiperfagia compulsiva, generosidade descontrolada,
hipersexualidade e comportamentos motores repetitivos sem propósito.
Doença de Huntington
Doenças desmielinizantes:
Síndrome de Guillain-Barré
É também uma patologia associada à desmielinização dos nervos, sendo que neste caso
são os nervos periféricos e dos nervos cranianos. Os principais sintomas da doença são a
fraqueza dos membros e parestesias (afetação dos nervos periféricos) e parelisia facial e
dificuldade em deglutir (afetação dos nervos cranianos).
Miopatias:
Nas situações mais graves pode haver um enfraquecimento dos músculos respiratórios
pode causar dificuldades a respirar. As situações de stress, exercício físico e doença podem
desencadear crise (aumento da produção dos autoanticorpos).
É uma patologia na qual está aumentada a excitabilidade muscular, sendo que há uma
dificuldade em relaxar os músculos. Este aumento da excitabilidade ocorre devido a uma
maior sensibilidade das fibras musculares aos estímulos, e causam consequentemente um
aumento do tónus muscular.
Manifestações clínicas
Instalação gradual (no caso das distrofias) ou brusca (no caso das miosites) da patologia
Acompanhada por mialgias (dor muscular), já que está presente nas doenças
inflamatórias
Atrofia muscular.
Para fazer o diagnóstico destas miopatias é necessário fazer uma biópsia muscular para
fazer os respetivos estudos bioquímicos. Fun fact: A FFUL tem um laboratório direcionado para
o diagnóstico destas patologias.