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Dor neuropática
QUADRO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de DN é eminentemente clínico e baseia-se principalmente na
anamnese cuidadosa e exame físico, porém outras investigações podem ser
importantes para diagnósticos diferenciais, seleção do tratamento adequado
e avaliação das respostas individuais ao tratamento. Apesar das diferenças
entre as escalas, os descritores verbais como o formigamento (ou "pinos e
agulhas" ou "picada"), a queimação (ou calo r) e o choque elétrico, estão
presentes em quase todas. Estes três descri tores parecem ser os mais
característicos de DN.
Tratamento
O tratamento da DN é tão complexo quanto a sua fisiopatologia. Os
portadores de DN normalmente necessitam doses maiores de fármacos, e
apresentam alívio da dor menor que os portadores de dor nociceptiva. Este
manuseio insatisfatório pode ser explicado pela prescrição de fármacos sem
eficácia comprovada no tratamento da DN, utilização de fármacos eficazes,
porém em subdoses, e efeitos adversos importantes que levam ao abandono
do tratamento. Além dos fatores já descritos, a maioria dos estudos clínicos
envolveu pacientes porta dores de neuropatia diabética e neuralgia pós-
herpética, não estando totalmente esclarecido se as conclusões obtidas
nestes casos poderiam ser extrapoladas para outras condições de DN. Os
estudos que comparam os medicamentos para tratamento da DN, baseiam-
se no NNT (number needed to treat) e NNH (number needed to harm), dados
que podem sofrer influência de diferentes grupos populacionais e também da
diferença de efeito placebo entre grupos. Estudos mais recentes incluem,
além da avaliação da intensidade da dor, a avaliação da qualidade de vida,
qualidade do sono, e transtornos de humor, tornando-os mais completos,
aumentando a evidência para utilização de novos fármacos em comparação
aos anteriormente utilizados (p. ex.: os antidepressivos tricíclicos) e
melhorando a eficácia do tratamento da DN. Existe praticamente consenso
entre eles sobre a utilização de antidepressivos tricíclicos (ADT), a2-8
ligantes, inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalin
carbamazepina (neuralgia trigeminal) e lidocaína tópica (dor neuropática
localizada) como primeira linha de tratamento, sendo tramadol e opioides
como segunda linha. Os opioides são considerados como segunda linha de
tratamento devido aos efeitos adversos, risco de hiperalgesia induzida
por opioides e risco de adição, porém são considerados alguns estudos
randomizados que avaliaram a validade da terapia farmacológica combinada
para DN (ligantes a2 8 + opioides; ligantes a2 8 + ADT), demonstraram
que existe uma redução maior da dor e menor incidência de efeitos adversos
em comparação ao uso isolado de cada medicamento. Os procedimentos
invasivos como a neuroestimulação,a infusão subaracnoídea de opioides, a
nestésicos locais, baclofeno e ziconotide podem ser utilizados em pacientes
refratários a outras terapias. Existem fracas evidências a favor destes
procedimentos invasivos, a maioria em estudos abertos sem grupo
controle35. primeira linha de tratamento em DN oncológica, DN aguda
ou incidental, e quando o rápido alívio da dor se fizer necessário até a dose
adequada de outros fármacos. A escolha dos fármacos normalmente é
orientada de acordo com os sintomas presentes e sua fisiopatologia,
utilizando- se, assim, um fármaco com mecanismo de ação adequado.
A neuroestimulação da medula espinhal é uma alternativa razoável nos casos de
dor lombar neuropática refratária a tratamento, e a estimulação do córtex motor
nas dores centrais refratarias pós-AVE. Os pacientes portadores de DN devem
receber, além dos tratamentos medicamentosos e ou invasivos, uma abordagem
multidisciplinar com a inclusão de terapia física, exercícios físicos, terapia
comportamental e acompanhamento psicoterápico.
CONCLUSÃO
A DMF é considerada a mais grave "dor crônica, descrita como intratável’’, limita a
reabilitação, prejudica a qualidade de vida e participação social. Está presente
em até 80% dos casos.
EPIDEMIOLOGIA
Manifestações clínicas
Dor no coto
• Assim como muitos pacientes relatam DMF nas primeiras semanas após a cirurgia de
amputação, outros descrevem o sintoma meses após a cirurgia. Alguns descrevem que a
DMF reduz nos primeiros seis meses, assim como outros assumem que a dor após os
seis meses seria a de manuseio mais difícil e limitado, com pior prognóstico. Muitos
pacientes apresentam uma forma crônica de DMF incapacitante, podendo estar
associada a diversos tipos de sensações como: facadas, sensação de esmagamento
contínuo, batidas, queimação, descargas elétricas, formigamento, cãibras, entre outros6.
Sua ocorrência independe nos adultos dos fatores: sexo, idade, lado da amputação,
sendo mais frequente após amputações de membros inferiores, com menor incidência
em crianças e amputações congênitas.
FISIOPATOLOGIA
Tratamento
CONSIDERAÇÕES FINAIS
INTRODUÇÃO
DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÕES
De acordo com a IASP, a SDCR é caracterizada por dor regional contínua, que é
aparentemente desproporcional em tempo ou intensidade ao curso de uma lesão
ou trauma conhecido. A dor é regional, não respeitando território de um nervo ou
dermátomo, em geral de predominância distai, e pode ser associada a alterações
motoras, de sensibilidade, tróficas e autonômicas, como diferenças em sudorese
ou sintomas vasomotores. Os sintomas podem variar e progredir com o tempo. A
classificação da IASP divide a SDCR em dois tipos. Os sintomas são similares em
ambos, com a diferença de que o tipo li obrigatoriamente envolve lesão nervosa e
é caracterizada por dor neuropática típica, enquanto o tipo I pode ter um
componente ortostático de piora da dor e mostra mais frequentemente
características de dor mista ou, por vezes, predominantemente nociceptiva. No
mesmo consenso que dividiu a SDCR em dois tipos, identificou-se uma
subpopulação consistindo de aproximadamente 15% dos pacientes que
definitivamente eram portadores da síndrome, mas não se encaixavam em todos
os critérios diagnósticos. Por isso foi criado um terceiro subtipo, a SDCR não
especificada. • A classificação da IASP atualmente aceita está resumida na
SCDR – não especificada SDCR e não é mais bem explicada por nenhuma outra
doença
Apesar de bem-definida pela IASP, os critérios para essa síndrome não são um
consenso entre os especialistas em dor. Alguns autores inclusive advogam que a
SDCR tipo I não exista, dada a baixa plausibilidade fisiológica dos sintomas,
ausência de testes objetivos consistentes, sintomas flutuantes ao longo do
tempo, e baixa reprodutibilidade de uma mesma avaliação com diferentes
observadores. A síndrome pode ser diagnosticada em todas as idades, embora a
prevalência seja mais comum ao redor dos 37-52 anos, e geralmente menos
frequente em crianças em comparação com a população adulta. Pacientes
pediátricos somam menos de 10% de todos os pacientes com SDCR em centros
terciários. Casos de recorrência familiar de SDCR se iniciam em idade
significativamente menor do que na população geral, especialmente o tipo 15• O
membro superior é mais comumente afetado que o inferior, chegando a uma
diferença de até duas vezes e ambos os lados (esquerdo e direito) são igualmente
afetados.
FISIOPATOLOGIA
Alterações periféricas
Alterações centrais
Obs.: Pelo menos um sinal ou sintoma de cada sessão deve estar presente para
que a história clínica seja compatível com SDCR.
Exame físico
Tratamento farmacológico
Quanto às medicações para o tratamento, uma das classes mais usadas são os
anticonvulsivantes. Entre os bloqueadores de canal de cálcio, a gabapentina e a
pregabalina podem ser usadas, inclusive com evidências específicas para SDCR.
A carbamazepina, um bloqueador de canal de sódio, mostrou resultados
favoráveis em um pequeno estudo com 38 pacientes portadores de SDCR na dose
de 600 mg por dia, embora mais evidências sejam necessárias antes de atestar
sua eficácia nesses pacientes. Antidepressivos têm sido usados com sucesso em
várias síndromes de dor neuropática, especialmente tricíclicos e inibidores da
recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSN). No entanto, não há evidências
suficientes para recomendar ou não seu uso especificamente para SDCR. Os
opioides são considerados medicações de terceira linha para tratamento da
maioria das dores neuropáticas, sendo usados quando a dor não é
satisfatoriamente controlada com anticonvulsivantes e antidepressivos. Há
controvérsia quanto ao uso de opioides em dores crônicas não oncológicas,
principalmente por sua gama de efeitos adversos e risco de abuso. Porém, há
evidência de que opioides podem reduzir a dor e aumentar a qualidade de vida de
pacientes com dor neuropática crônica36. lnibidores da reabsorção óssea
comum na SDCR, os bifosfonatos podem ser usados para pacientes portadores
dessa síndrome. Há evidência de eficácia do alendronato, pamidronato e
clodonatro como adjuvantes no tratamento de SDCR. Calcitonina também foi
considerada no tratamento desses pacientes, tanto pela inibição da reabsorção
óssea quanto por sua ação liberadora de betaendorfinas, embora os resultados
clínicos tenham se mostrado desapontadores. Outra classe usada como
adjuvante são os inibidores de radicais livres, como a acetilcisteína, o manitol,
possivelmente reduzindo a intensidade da dor e melhorando a qualidade de vida
de pacientes com SDCR31. Existe uma tendência a se preferir a indicação de
DMSO em quadros de SDCR com perfil "quente" e acetilcisteína para o perfil
"frio". Existem relatos de infusão contínua de baixas doses de cetamina com
aparente sucesso no tratamento de pacientes com SDCR em regime de
internação. No entanto, são necessários mais estudos antes que se possa ter
uma recomendação para o uso de antagonistas de N- metil-0 -aspartato nesses
pacientes.
1. Analgesia
2. Hipnose
3. Bloqueio dos reflexos autonômicos
4. Amnésia
5. Relaxamento muscular
Hospital terciário
Os especialistas da categoria estão aptos para tratar casos que não puderam ser
atendidos na atenção primária ou na média complexidade da atenção
especializada, por serem mais singulares ou complexos. Há ainda assistência a
cirurgias reparadoras, processos de reprodução assistida, distúrbios genéticos e
hereditários, entre outros tipos de cuidados para processos menos corriqueiros.