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Oficina de trabalho 4

Coordenador:
Secretário:
Tema: Território e UBS

Intencionalidade: Conhecer o conceito de território e territorialização e


sua importância na organização das ações em saúde das equipes das
Unidades Básicas de Saúde.

Objetivos da prática de UBS:

 Construir o levantamento de dados e informações demográficos,


geográficos, epidemiológicos e de condições de vida para organização social
no território da UBS
 Compreender o mapeamento das informações, a identificação dos principais
problemas do território, e o planejamento das ações a partir dos problemas
identificados.
 Compreender as ferramentas de territorialização em saúde como estratégia
para análise da situação de saúde no planejamento das ações de saúde no
território da UBS.

Objetivos de aprendizagem: 
1. O que é território, territorialização, mapa falante e suas relações
com as necessidades de saúde e processo saúde e doença.
TERRITÓRIO: Segundo Milton Santos (1994) o território consiste em lugar com
limites definidos onde as pessoas vivem trabalham, circulam e se divertem. Dele
faz parte ambientes construídos e ambientes naturais. Sendo sobretudo, um
espaço de relações de poder, de informações e de trocas. Nem sempre essas
fronteiras são visíveis ou bem definidas dado que a conformação de território
obedece a relações de poder e ocorrem de diferentes formas: elevada abrangência
(território de um continente) ou baixa abrangência (território de um bairro).
LUGAR: Pode ser definido como uma determinada área ou ponto do espaço da
forma como são entendidos pela razão humana. Seu conceito também se liga ao
espaço afetivo, aquele local em que uma determinada pessoa possui certa
familiaridade ou intimidade, como uma rua, uma praça ou a própria casa.

No campo da saúde o termo território adquire diferentes significados que


expressam maior ou menor proximidade e maior ou menor amplitude territorial:
• área – originário da matemática, refere a espaço compreendido entre certos
limites, demarcado em função de características singulares, tais como geográficas,
epidemiológicas, sanitárias, zoológicas, econômicas ou de outro tipo;
• região – espaço que reúne características comuns e homogeneidade demarcado
segundo critérios preestabelecidos (climáticos, econômicos, físicos, entre outros).
As regiões podem ser criadas para fins de estudo sobre características gerais de um
território (regiões brasileiras) ou para destacar determinado aspecto (regiões
geoeconômicas, agrupadas segundo perfil econômico).
Segundo Mendes (1993), há, pelo menos, duas concepções de território aplicadas
aos sistemas de serviços de saúde:
Território solo: definido por critérios geográficos; é estático, portanto, não
acompanha as mudanças continuas do território;
Território processo: definido por critérios geográficos, políticos, econômicos,
sociais e culturais; é dinâmico, pois acompanha as mudanças permanentes do
território.

TERRITORIALIZAÇÃO:
Processo de se habitar e vivenciar um território, a partir da obtenção e análise de
informações sobre as condições de vida e saúde de populações. Criação de
território de atuação com o intuito de subsidiar o planejamento.
A territorialização em saúde impõe desenvolvimento de estratégias de investigação
e elaboração de instrumentos de coleta de dados para a realização de diagnóstico,
de planejamento, de intervenções sanitárias e consiste em:
● Coleta e análise sistemática de dados e produção de informações (social,
econômica, política, cultural, epidemiológica, sanitária e do sistema de saúde);
● Localização;
● Distribuição de riscos;
● Vulnerabilidades;
● Potencialidades de territórios.
A territorialização é em um dos pressupostos básicos do trabalho da ESF. No
entanto, a tarefa de territorialização adquire, pelo menos, três sentidos diferentes
e complementares:
1. Demarcação de limites das áreas de atuação dos serviços;
2. Reconhecimento do 'ambiente', da população e da dinâmica social existentes
nessas áreas;
3. Estabelecimento de relações horizontais com outros serviços.
Os territórios estão sempre mudando, se construindo, descontruindo e
reconstruindo; isso é a territorialização. Assim, a noção de territorialização carrega
um entendimento de território como algo em constante movimento histórico e
social.
● O propósito fundamental no processo de Territorialização é permitir a
identificação de prioridades em termos de problemas nos grupos sociais, o que se
refletirá na definição das ações mais adequadas, de acordo com a natureza dos
problemas identificados, com maior impacto sobre os níveis de saúde e condições
de vida da população alvo.
● A territorialização em Saúde é a base para a organização e o planejamento em
saúde; Nesse processo, as informações da área a ser estudada representam a parte
mais estratégica do processo.

Mapas falantes:
● É uma técnica participativa que possibilita o conhecimento dos territórios a partir
de uma representação gráfica elaborada coletivamente. Os mapas reproduzem um
diagnóstico visual, fruto da visão e o entendimento que os participantes têm do
seu espaço/território. O mapeamento serve para dar informações necessárias para
discutir os problemas e recursos disponíveis, orientar a priorização de problemas e
recursos disponíveis que se pretende enfrentar. Serve também para monitorar a
situação da comunidade e observar as mudanças.

2. Qual a classificação de território/ mapa ? Como por exemplo Estático


e dinâmico e etc; 
Mapa Estático: São inseridos fatores econômicos, culturais, geográficos,
ambientais, enfim, mostra a microárea na sua totalidade, apresentando os reais
fatores existentes que influenciam na dinâmica da comunidade em geral

Mapa Inteligente/ Dinâmico: Consiste em mostrar qual a situação atual da


comunidade como um todo. Esse mapa está em constante mudança, pois ele
depende das condições de saúde-doença da população.

3.  Compreender as ferramentas de territorialização em saúde como


estratégia para análise da situação de saúde.
 Observação e registro: registro de campo;
 Entrevistas/questionários;
 Mapeamento (identificação da rede de apoio a atenção básica);
 Uso de fotografias;
 Integração de toda equipe com a dinâmica do território.

4. Quais informações em saúde são necessárias para a construção do


mapa falante em saúde?  

5. Como é realizado o mapeamento das micro áreas?


É realizado pelos ACS a partir de cadastramento da população de sua microárea
de abrangência.
O mapa do território e/ou de delimitação geográfica tem por objetivo
representar graficamente a área de responsabilidade da equipe de saúde de
forma a permitir a visualização espacial do território e, com isso, auxiliá-la a
compreender suas particularidades.

6. Como traçar o perfil epidemiológico (hipertensos, diabéticos,


acamados…) das áreas de abrangências? 
Em loco

7. Discutir determinantes e condicionantes sociais de saúde no


território e no Brasil, retornando o debate sobre as necessidades de
saúde. 

Determinantes = a organização social afeta a causas das doenças


Origem por determinantes de saúde: meio sócio-econômico e cultural e estilo de
vida: educação, ocupação, alimentação, renda etc. físico (ambiente): condições
geográficas, água, habitação, saneamento; fatores biogenéticos: idade, sexo,
herança genética, exposição a agentes etiológicos; prestação de serviços de
saúde: acesso aos serviços, medicamentos, excelência, ambulatórios, hospitais,
UTI’s etc. Existe uma concepção de que do processo saúde-doença ocorre por
fatores biológicos ou fatores ambientais ou fatores sociais = desarticulados. No
entanto, eles são conectados.

8. Entender os conceitos de vulnerabilidade e risco.


Vulnerabilidade está determinada pela exposição das pessoas ao adoecimento,
como resultante de um conjunto de aspectos que, ainda que se refiram imediatamente
ao indivíduo, o recoloca na perspectiva da dupla-face, ou seja, o indivíduo e sua
relação com o coletivo. O contexto como lócus de vulnerabilidade, que pode
acarretar maior suscetibilidade ao adoecimento e, de modo inseparável, a maior ou
menor disponibilidade de recursos de todas as ordens para proteção das pessoas
contra as enfermidades. Ex: Condição socioeconômica
Áreas de Vulnerabilidade supera o caráter individualizado e probabilístico do
clássico conceito de “risco”, ao apontar a vulnerabilidade como um conjunto de
aspectos que vão além do individual, abrangendo aspectos coletivos, contextuais, que
levam à suscetibilidade a doença ou agravos.

Os riscos- distribuem-se nos territórios, aqui compreendidos como as diferentes


regiões, estados e municípios brasileiros – de forma específica e característica das
relações sociais, políticas, culturais e econômicas de cada localidade.
Risco é uma ameaça ou perigo de determinada ocorrência. O conceito mais utilizado
de risco em saúde é de probabilidade de ocorrência de um evento desfavorável
(COLUSSI; PEREIRA, 2016).
Risco Clínico ( Ex: imunodepressão, diabetes...)
Risco ambiental (Ex: lixo)

9. Como é realizada a estratificação de risco no território?


O conhecimento do território pode ocorrer pela proximidade dos profissionais
das equipes com o cotidiano das famílias.
O papel do ACS na identificação dos riscos e vulnerabilidades;
Levantamento dos agravos e riscos a serem utilizados como marcadores por
meio da coleta de dados utilizando a ficha de cadastro individual e coletiva (e-
SUS AB) ou sistema próprio;
A Escala de Coelho e Savassi- instrumento que auxilia na avaliação do risco de
vulnerabilidade familiar, principalmente social, e se baseia em sentinelas de
risco que devem ser avaliadas pela ES.
A ficha A do SIAB é preenchida na primeira visita que o ACS faz às famílias de
sua comunidade. As informações recolhidas permitem à ESF reconhecer
indicadores demográficos, sócioeconômicos e nosológicos referidos nas famílias
da sua área de abrangência e, com isto, realizar o planejamento estratégico.

Ferramentas de estratificação de risco


OBJETIVOS:
• Conhecer as famílias da área de abrangência da ESF;
• Identificar os fatores de riscos presentes;
• Fazer a classificação por grau de risco.

10. Diferenciar área de abrangência e micro área.

TERRITÓRIO ÁREA- População adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de


Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro do seu território,
garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica.

TERRITÓRIO MICROÁREA: o número de ACS por equipe deverá ser definido de


acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e
socioeconômicos, de acordo com definição local. Em áreas de grande dispersão
territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da
população com número máximo de 750 pessoas por ACS.

Podem existir outros arranjos de adscrição, conforme vulnerabilidades, riscos e


dinâmica comunitária, facultando aos gestores locais, conjuntamente com as equipes
que atuam na Atenção Básica e Conselho Municipal ou Local de Saúde, a possibilidade
de definir outro parâmetro populacional de responsabilidade da equipe, podendo ser
maior ou menor do que o parâmetro recomendado, de acordo com as especificidades do
território, assegurando-se a qualidade do cuidado. Fica estipulado para cálculo do teto
máximo de equipes de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF), com ou sem
os profissionais de saúde bucal, pelas quais o Município e o Distrito Federal poderão
fazer jus ao recebimento de recursos financeiros específicos, conforme a seguinte
fórmula: População/2.000. 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou Saúde da
Família), para que possam atingir seu potencial resolutivo

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