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Conceitos de território e espaço uma a quatro equipes de saúde.

Seu objetivo é
planejar as ações, organizar os serviços e viabilizar os
recursos para o atendimento das necessidades de
➢ O espaço deve ser considerado como um conjunto
saúde dos usuários/famílias residentes no território,
indissociável, de que participam, de um lado, certo
com vistas à melhoria dos indicadores e condições de
arranjo de objetos geográficos, objetos naturais e objetos
saúde da comunidade;
sociais, e, de outro, a vida que os preenche e os anima,
ou seja, a sociedade em movimento. O conteúdo (da ➢ Território microárea: é uma subdivisão do
sociedade) não é independente da forma (os objetos território-área de responsabilidade da equipe de
geográficos), e cada forma encerra uma fração do saúde. Corresponde à área de atuação do ACS.
conteúdo. O espaço, por conseguinte, é isto: um
conjunto de formas contendo cada qual frações da A territorialização
sociedade em movimento. As formas, pois, têm um
papel na realização social”. – Milton Santos, 2003. ✓Pressuposto na organização dos processos de trabalho
➢ O território é o chão e mais a população, isto é, uma e das práticas de saúde.
identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que ✓A base territorial é fundamental para a caracterização
nos pertence”. (SANTOS, 2003) da população e de seus problemas de saúde.
➢ O entendimento sobre espaço e território, como
✓Importante para o dimensionamento do impacto do
dimensões complexas e dinâmicas, é fundamental para a
sistema sobre os níveis de saúde da população local
compreensão dos fenômenos da vida, no sentido de
organizar processos de intervenção coerentes e pautados ✓A base territorial fornece informações sobre a área
nas necessidades de proteção e promoção da vida. – geográfica, equipamentos, dados epidemiológicos,
Marques, 2007 dentre outros, possibilitando o planejamento de ações
em saúde
Concepções de território aplicadas  Segundo a PNAB-2017: Estratégia para permitir
aos sistemas de serviços de saúde
o planejamento, a programação descentralizada e o
➢ Território-solo: definido por critérios desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais
geográficos, com uma visão estática que não com foco em um território específico, com impacto
acompanha as mudanças continuas do território; na situação, nos condicionantes e determinantes da
saúde das pessoas e coletividades que constituem
➢ Território-processo: definido por critérios
aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele.
geográficos, políticos, econômicos, sociais e
culturais, com uma visão dinâmica que acompanha as
mudanças permanentes do território. ➢ Território: a unidade geográfica única, de
construção descentralizada do SUS na execução das
ações estratégicas destinadas à vigilância, promoção,
Divisão dos territórios prevenção, proteção e recuperação da saúde.
➢ Os Territórios são destinados para dinamizar a ação
➢ Território-distrito: lógica político-administrativa em saúde pública, o estudo social, econômico,
para municípios de grande porte que possibilita a epidemiológico, assistencial, cultural e identitário,
aproximação entre a administração pública e a possibilitando uma ampla visão de cada unidade
população. Objetiva delimitar um território geográfica e subsidiando a atuação na Atenção Básica,
administrativo assistencial contendo um conjunto de de forma que atendam a necessidade da população
pontos. adscrita e ou as populações específicas.
➢ Território-área: é um território-processo de ➢ Todos os membros das equipes que atuam na
responsabilidade de uma UBS, com enfoque na Atenção Básica devem participar do processo de
vigilância à saúde. Corresponde à área de atuação de territorialização e mapeamento da área de atuação da
equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos  Comportamentais e psicológicos: configuração
expostos a riscos de vulnerabilidade. familiar, hábitos de vida e senso de coerência que
formam o indivíduo psicossocial.
Definição do território e
territorialização

➢ A gestão define o território de responsabilidade de


cada equipe. Cada equipe conhece o território de
atuação para programar suas ações de acordo com o
perfil e as necessidades da comunidade,
considerando diferentes elementos para a
cartografia: ambientais, históricos, demográficos,
geográficos, econômicos, sanitários, sociais,
culturais, etc.
➢ Importante refazer ou complementar a
territorialização sempre que necessário, já que o
território é vivo. Controle dos riscos: desafios
➢ Nesse processo, a Vigilância em Saúde (sanitária,
ambiental, epidemiológica e do trabalhador) e a
Promoção da Saúde se mostram como referenciais ➢ Complexidade do conhecimento: o enfrentamento de
essenciais para a identificação da rede de causalidades riscos cada vez mais complexos e globalizados, ao
e dos elementos que exercem determinação sobre o lado de outros perpetuados na desigualdade precisa
processo saúde-doença, auxiliando na percepção dos ser compreendido no diálogo entre diferentes
problemas de saúde da população por parte da equipe códigos disciplinares para sua resolução totalizante.
e no planejamento das estratégias de intervenção Ex.: zika vírus em lugares de situação precária.
(clinica ou sanitária). ➢ Distribuição desigual do risco: a desigualdade social e de
acesso a bens e serviços de saúde, bem como a
Território X Risco
produtos de qualidade, água e ambientes saudáveis,
deve ser considerada na implementação de ações (no
➢ Indissociável ao processo de identificação do caso) de vigilância sanitária em consonância com os
território e suas possibilidades, na atualidade se princípios do SUS.
incorporou a noção de risco, fundamental para o ➢ Território e riscos específicos: Os riscos distribuem-se
estabelecimento de prioridades de atuação da equipe nos territórios, compreendidos como as diferentes
de saúde. – “A sociedade do risco, meio no qual regiões, estados e municípios brasileiros – de forma
vivemos hoje, pode ser resultado de uma especifica e característica das relações sociais,
modificação nas atitudes, necessidades e mudanças políticas, culturais e econômicas de cada localidade.
das sociedades. As incertezas e inseguranças geradas
Controle de riscos
pelos riscos, individuais ou coletivos, são inerentes à
vida moderna”. (MARQUES, 2007)
➢ A formulação de políticas públicas é um passo
TIPOS DE RISCOS EXISTENTES: importante para a institucionalização do controle dos
 Sociais: condições de vida, direito a bens e serviços riscos, já que não há possibilidade de exclui-lo da vida
(saúde, educação, seguro social, alimentação, em sociedade.
moradia, transporte, trabalho, outros bens de ➢ As políticas de promoção da saúde, vigilância em
consumo). saúde, saúde ambiental, saúde do idoso, da criança e
 Ambientais: naturais ou provocados pela ação do da mulher, entre outras, são formas instituídas para
homem (condições de trabalho, de moradia, tentar controlar os riscos aos quais as populações-
transporte, higiene publica e urbanismo). alvo estão expostas, ou mesmo preveni-las contra
 Biológicos: influencia genética, estrutura e o eles e, ainda, orientá-las quanto a eles.
funcionamento biológico do corpo e a suscetibilidade ➢ De acordo com a realidade vivenciada no território,
individual. é de competência de gestores e profissionais a
implantação da tabela com a classificação do grau de Mapas de abrangência
risco de uma área, microárea ou mesmo de cada
família, definindo até mesmo qual o plano de cuidado
 MAPA GEOGRÁFICO
mais apropriado para cada situação e quais os
responsáveis pelo seu acompanhamento.
Roteiro de análise do território

➢ Caracterização da UBS: – Estrutura física, recursos


humanos, recursos materiais, carteira de serviços
(ações) realizados pela UBS .
➢ Perfil demográfico, epidemiológico e assistencial –
objetiva conhecer a situação de saúde da população
nos diferentes ciclos de vida e os recursos para a
construção do cuidado disponíveis na RAS (como
serviços, programas e fluxos assistenciais):
– Número de pessoas adscritas às equipes de AB.
– Características demográficas e epidemiológicas da
população.  MAPA VIVO – MAPA INTELIGENTE
– Perfil de atendimento e de encaminhamentos da
UBS em um dado período.
– Serviços ou programas de saúde acessíveis à
população nas redes pública e privada.
– Serviços ou programas de outros setores acessíveis
à população na rede pública.
➢ Perfil socioambiental – objetiva conhecer as
potencialidades e as vulnerabilidades presentes no
território:
– Condições de moradia (saneamento básico, energia
elétrica, topografia do bairro etc.).
– Presença de áreas de vulnerabilidade social (exs.:
bolsões de pobreza, áreas com maior violência).  GOOGLE MAPS
– Presença de equipamentos comunitários para
promoção de cidadania e de organização social (exs.:
hortas comunitárias, associações de bairro, cursos
profissionalizantes, entre outros).
– Presença de instituições para promoção de suporte
social (exs.: igrejas, clube de mães, entre outras).
– Espaços e atividades públicas e privadas de lazer e
prática de atividade física.
– Possíveis parceiros intra e intersetoriais.
➢ Perfil das necessidades e demandas – a percepção das
equipes de AB, representantes da população e dos
gestores de saúde sobre as principais necessidades
existentes no território.

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