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Módulo de Acolhimento e Avaliação

Projeto Mais Médicos para o Brasil


28° Ciclo do PMMB

O TERRITÓRIO E SUAS
CONDICIONALIDADES
ROTEIRO DA AULA
• Conhecendo o território.

• Território Vivo.

• Territórios na APS.

• Territorialização.

• Mapa Inteligente.

• O Território e o Ambiente.
CONHECENDO O TERRITÓRIO
• Imagine-se na seguinte situação: você está se apresentando a sua nova
equipe de saúde e a sua nova comunidade.

• Nesse momento o que é importante que você saiba desse território no


qual você acaba de chegar e pelo qual terá, junto com sua equipe de
saúde, responsabilidade sanitária?

• Veja as imagens a seguir e imagine que você pode estar em qualquer um


desses lugares...
COMEÇANDO A CONHECER MEU TERRITÓRIO

• Quem são as pessoas desse lugar?

• De que elas vivem?

• Como elas vivem?

• Como as famílias se organizam?

• Quem são os líderes dessa Comunidade?


COMEÇANDO A CONHECER MEU TERRITÓRIO

• Quais os locais utilizados para esporte e lazer?

• Quais os traços culturais e religiosos?

• Quais as condicionantes de saneamento e de descarte de lixo?

• Quais os riscos?

• Como é o meio ambiente?


TERRITÓRIO VIVO

• O território apresenta muito mais do que uma extensão geométrica


quando aplicado aos sistemas e serviços de saúde.

•O território tem um perfil demográfico, epidemiológico,


administraOvo, tecnológico, políOco, social e cultural que o caracteriza
e se expressa num território em permanente construção.
(MONKEN e BARCELLOS, 2005)
TERRITÓRIO NA APS

• No território da APS as práOcas de saúde avançam para a integração


das ações de atenção, promoção, prevenção e recuperação, de forma
que as intervenções sobre os problemas sejam também sobre as
condições de vida das populações.
(MENDES, 1993)
TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOS
TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOS

Manaus é a capital do Amazonas.


Tem 5 Distritos Sanitários de Saúde:
DISA Leste
DISA Norte
DISA Oeste
DISA Sul
DISA Rural
TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOS

Natal é a capital do Rio Grande do Norte.


Tem 5 Distritos Sanitários de Saúde:
Distrito Norte 1
Distrito Norte 2
Distrito Sul
Distrito Leste
Distrito Oeste
TERRITÓRIO ÁREA E TERRITÓRIO MICRO ÁREA

Exemplo de uma área de


abrangência de uma
Unidade Básica de Saúde
com 2 Micro áreas
nomeadas de “46” e “48”
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA
TERRITORIALIZAÇÃO
• Ferramenta metodológica que possibilita o reconhecimento das

condições de vida e da situação de saúde da população de uma área

de abrangência.
TERRITORIALIZAÇÃO
• É o reconhecimento e o esquadrinhamento do território segundo a

lógica das relações entre condições de vida, ambiente e acesso às

ações e serviços de saúde (Teixeira et al, 1998).


TERRITORIALIZAÇÃO

• Na organização do processo de trabalho, a territorialização representa

o caminho para fazer o reconhecimento do território vivo com vistas à

organização do processo de trabalho.


TERRITORIALIZAÇÃO - OBJETIVOS

• Conhecer como as pessoas vivem e adoecem e quais são os

determinantes de saúde neste território.

• Compreender as necessidades e potencialidades reais.

• Servir como elemento de planejamento e construção de um modelo

adequado à realidade local.


TERRITORIALIZAÇÃO - OBJETIVOS

• Gerar vínculo com a equipe e a comunidade, bem como incenOvar a

parOcipação popular.

• IdenOficar vulnerabilidades, populações expostas e problemas

prioritários para as intervenções da Equipe de Saúde.


TERRITORIALIZAÇÃO
• Relações entre InsOtuições e atores sociais atuantes no território
sanitário
TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR
• A territorialização é um ato que deve ser planejado e executado pelo

médico e sua equipe, em consonância e com o apoio da gestão do

município, por vários moOvos, entre eles:


TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR
• O território de uma área de abrangência de uma Unidade de Saúde
tem limites geográficos que só o gestor municipal e sua equipe têm
competência para determinar.

• Por isso, é importante a presença de um representante da equipe de


gestão no processo de planejamento da territorialização.
TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR
• Pode acontecer de aquele território já ter sofrido processo de
territorialização e construção de “mapas vivos” anteriormente e esses
produtos podem ser reaproveitados.

• Devemos lembrar que as unidades que estamos chegando tem uma


história de trabalho e de ações e intervenções de saúde anteriores
que devem e podem ser aproveitados por todos os novos médicos.
TERRITORIALIZAÇÃO
• Base para a organização das prá0cas e para o planejamento em saúde:

• Resgatar a história do lugar (cultural, social, econômica) com os

atores sociais do local.

• Resgatar com a gestão local, mapas anteriores e apoio de outras

secretarias.

• Colher dados escritos e guardados com os ACS.


TERRITORIALIZAÇÃO
• Base para a organização das prá0cas e para o planejamento em saúde:

• Ir em campo para definir a delimitação do território geográfico (ruas,

vilas), iden0ficando elementos geográficos (rios, morros, lagoas).

• Iden0ficar Residentes Referência (lideranças, grupos sociais).

• Levantar indicadores de saúde (demanda da equipe: e-SUS AB,

PMAQ, RELATÓRIOS).
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
1. História e idenOdade territorial
• Origens do território

2. Comunidade Humana
• Origens, caracterísOcas demográficas, distribuição no sócio espaço,
segmentos e subgrupos, cultura, escolaridade.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
2. Comunidade Humana
• Organização social e políOca: sujeitos coleOvos, processos de
mobilização, lideranças, associações e grupos.
• Qualidade e Condições de vida: moradias, espaços públicos,
alternaOvas de lazer.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
2. Comunidade Humana
• Indicadores de saúde (morbimortalidade, saneamento básico,
etc.).

3. O “ambiente”: ecossistema(s) e paisagens modificados


• Onde está situada a unidade.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
3. O “ambiente”: ecossistema(s) e paisagens modificados
• Número de famílias/pessoas atendidas.

• Saneamento básico (águas superficiais e profundas, drenagem).


• Relações da comunidade com os serviços ambientais (uso do solo
e mobilidade).

• Formas de deslocamento e vias de transporte.


TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
4. PolíOcas públicas e projetos comunitários
• Como as políOcas de educação, saúde, trabalho, cultura e lazer,
entre outras, estão acontecendo no território.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
5. Processos de produção no território (e os fluxos que o perpassam)
• AOvidades econômicas (lícita e ilícitas) que ocorrem no território e
em seu entorno, tendo em vista a relevância de seus impactos
sobre a saúde da população e dos ecossistemas.
TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM
CONTEMPLADOS
6. Os conflitos sócio ambientais e a percepção da comunidade
• Possíveis problemas e conflitos de poder, de uso e ocupação do
solo, culturais, étnicos, ambientais etc (todos da maior relevância
para a saúde).
TERRITORIALIZAÇÃO - MÉTODO E TÉCNICA DE
COLETA DE DADOS
• Fichas do E-sus.
• Entrevista a moradores anOgos, lideranças comunitárias, a Agentes
Comunitárias(os) de Saúde, a profissionais de saúde da Unidade Básica de
Saúde.
• Fontes de dados secundários IBGE, DATASUS, Secretaria Municipal de
Saúde.
• Diário de campo.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?

• MAPEAMENTO: aplicação do processo cartográfico sobre uma


coleção de dados ou informações, com vistas à obtenção de uma
representação gráfica da realidade percepmvel, comunicada a parOr
da associação de símbolos e outros recursos gráficos.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?

• ESQUADRINHAMENTO : definição dos limites geográficos/políOcos.

• PLOTAGEM: colocação da representação osica no mapa, seja a


unidade de saúde, seja o equipamento social, etc.

• Você pode uOlizar o Google Earth (hqps://www.google.com.br/earth/


download/gep/agree.html) ou mesmo uOlizar uma cartolina grande.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?

• O importante é que consiga representar sua área de abrangência


dividida em Microáreas, com o maior detalhamento possível, por ruas
e casas. Lembrando sempre que nossa área de maior interesse é a
família e as pessoas que lá estão, não é mesmo?

• Essas famílias se relacionam com seus vizinhos (a rua), seu bairro (a


micro área) e tudo que lá existe, sejam potencialidades e fragilidades.
MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER?
• Esse diagnósOco é fundamental para enriquecimento da nossa
capacidade de intervenção no processo saúde doença no território.
RISCO RELATIVO
Cobertura das Unidades Básicas da Saúde da Família em Manaus

Alta renda

Baixa renda

ˆ cz
xz =
ez
TERRITORIALIZAÇÃO
POPULAÇÃO/QUARTEIRÃO

Fonte: CNES - 04/03/2013.


A IMPORTÂNCIA DA BASE TERRITORIAL PARA
COMPREENSÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA
• Caracterizar a população.

• IdenOficar os problemas de saúde doença.

• Avaliar a situação socioeconômica e vulnerabilidade social.

• Vínculo.
A IMPORTÂNCIA DA BASE TERRITORIAL PARA
COMPREENSÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA
• Mapeamento do território vivo - elementos estáOcos e dinâmicos,
barreiras funcionais e sociais.

• Planejamento de ações da equipe.


A TERRITORIALIZAÇÃO É O FILME DE QUEM É A COMUNIDADE. A PARTIR
DAÍ CABE A EQUIPE, SENTAR COM OS DADOS, REFLETIR, DISCUTIR E
PLANEJAR AS MELHORES AÇÕES PARA A SUA COMUNIDADE!

• Há várias ferramentas para se fazer o PES e o médico e a equipe deve


adotá-las no processo de trabalho o quanto antes.
O TERRITÓRIO E O AMBIENTE
• Qual a responsabilidade da APS?

• “O processo de territorialização realizado pelas equipes de saúde da


família auxilia na idenOficação dos riscos ambientais a que a
comunidade está exposta, de forma que a aproximação entre esses
serviços amplia e qualifica o diagnosOco de risco ambiental e propicia
mais efeOvidade no planejamento das ações de controle ambiental”
(Vidor A.C., 2012)
O TERRITÓRIO E O AMBIENTE
• Exemplos de indicadores que podem ser associados às doenças relacionadas ao saneamento
ambiental inadequado (DRSAI):
• Indicador de Pobreza;
• Taxa de crescimento populacional;
• Taxa de urbanização;
• Renda familiar per capita;
• Coleta de esgoto sanitário;
• Tratamento de esgoto;
• Saneamento inadequado;
• Coleta de lixo;
• Inundações ou enchentes;
• Qualidade da água;
• Água encanada;
• Tratamento de água;
• Coleta de lixo;
• Taxa de mortalidade infanDl;
• Internações por doença diarreica aguda.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM de nº 2.436 de 21 de setembro de 2017.
Aprova a PolíDca Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para
a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível
em: <hVp://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html>.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM de nº 2.488 de 21 de outubro de 2011. Aprova


a PolíDca Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas
para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Disponível em:
<hVp://bvsms.saude.gov.br/ bvs saudelegis gm /2011/prt2488_21_10_2011.html>.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
• Borges C, Taveira VR. Territorialização. In: Gusso G, Lopes JM. (Org). Tratado de
Medicina e Família e Comunidade: Princípios, formação e práIca. Porto Alegre:
Artmed, 2012.

• Vidor AC. Vigilância em Saúde. In: Gusso G, Lopes JM. (Org). Tratado de Medicina
e Família e Comunidade: Princípios, formação e práIca. Porto Alegre: Artmed,
2012.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Saúde ambiental: Guia
Básico para Construção de Indicadores. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
OBRIGADO

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