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RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E EM ÁREA

PROFISSIONAL DE SAÚDE DO CEARÁ RESMULTI/ESP CE

TUTORIAL/PORTIFÓLIO
TERRITORIALIZAÇÃO NOS CENÁRIOS DE
PRÁTICA (COMPONENTE COMUNITÁRIO)
TERRITORIALIZAÇÃO DO COMPONENTE
COMUNITÁRIO (TURMA X)
13 a 31 de março de 2023
TERRITÓRIO E TERRITORIALIZAÇÃO NA RESMULTI-ESP/CE

A Estratégia Saúde da Família (ESF) e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) tem


responsabilidade sanitária por um território de referência, devendo acompanhar sua população adscrita,
com enfoque na unidade familiar. As gestões territoriais, municipais ou regionais levam em
consideração a centralidade do território para planejar as ações de saúde e organizar as Redes de
Atenção à Saúde (RAS) em todos os pontos de atenção.

O decreto 7508/2011 refere que a Atenção Primária à Saúde é responsável pela ordenação da
rede e organização do cuidado, sendo fundamental a articulação dos demais pontos da rede, visando a
integralidade do cuidado. Em ambas as redes e níveis de atenção, o Território é o centro estratégico da
organização do cuidado.

Desta forma, a territorialização é um dos pressupostos básicos para a organização do trabalho


das Equipes de Saúde da Família (EqSF), Equipes Multiprofissionais e também das Equipes dos
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), permitindo mapear a área de atuação das equipes e identificar
grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades, e também potências de vida e modos
locais de proteção e produção de saúde, para atuar de acordo com as necessidades locais de saúde
(BRASIL, 2012a).

Sobre o conceito de território no campo da saúde, Santos e Rigotto (2011), afirmam que o
território “caracteriza-se por uma população específica vivendo em tempo e espaço determinados, com
problemas de saúde definidos, mas quase sempre com condicionantes e determinantes que emergem de
um plano mais geral”.

É importante considerar o território como “vivo” e em constante construção e reconstrução, pois


abrange, para além do espaço geográfico, “vivências, identidades, trajetórias pessoais, coletivos
organizados, movimentos sociais, de ação deliberada das pessoas, como também as relações sociais e
redes de poder” (OLIVEIRA; FURLAN, 2010.

A territorialização é um dos atributos essenciais para a organização do trabalho na ESF e na


RAPS, sendo fundamental que as EqRSF, Equipes Multiprofissionais, EqSMC e apoiadores
institucionais incorporem esse processo em sua prática, visto que possuem responsabilidade por
territórios definidos a partir das áreas em que há a vinculação à unidade de saúde e aos profissionais
segundo a lógica da responsabilidade sanitária.

As ações nos territórios possibilitam um rico (re)conhecimento dos mesmos, identificando seus
equipamentos sociais, aspectos culturais e hábitos da comunidade, da mesma forma, a identificação e
mapeamento desses equipamentos sociais do território potencializam a atuação dos profissionais dessas
equipes e ampliam as possibilidades de cuidado e promoção da saúde (BRASIL, 2010a).

Estas ações identificam suas características culturais, econômicas, aspectos produtivos,


ambientais que possibilitarão conhecer e compreender a dinâmica social da Região de Saúde,
fundamental para a apreensão das necessidades sociais de saúde que devem orientar a estruturação dos
serviços e dos processos de trabalho. Dessa forma, a regionalização da saúde fortalece um projeto
nacional efetivo e coerente com as diversidades dos lugares que conformam o Brasil, potencializa assim
as políticas e amplia as possibilidades de cuidado e promoção da saúde.
Em outras palavras, para a Residência Multiprofissional e em Área profissional da Escola de
Saúde Pública do Ceará (RESMULTI-ESP/CE) é fundamental que os residentes do componente
comunitário desenvolvam a competência de realizar a territorialização de modo ampliado e que
respondam às necessidades dos usuários em seu local de produção de vida. Assim, os residentes dos
programas de Saúde da Família, Saúde Mental Coletiva e Saúde Coletiva, mesmo com características
de trabalho distintas, farão de modo integrado o processo que é objeto deste tutorial.

Dividimos esse material em duas partes:

1. Compreendendo a Centralidade do Território

Faz um alinhamento conceitual sobre o território e processo de territorialização adotado no modelo


formativo da RESMULTI-ESP/CE, indicando principais autores e as bases que indicarão os caminhos
para a territorialização tanto nos serviços no território quanto nos da gestão, de modo a garantir a base
teórica que fundamente esta etapa.

2. Etapas da Territorialização

Diz respeito a um “passo a passo” no qual os residentes deverão seguir para contemplar o processo de
territorialização que se pede na formação do profissional de saúde residente. Este material deve ser lido
com atenção, em equipe e individualmente, na presença de preceptores e profissionais de saúde
residentes e pactuadas as tarefas em coletividade. Haverá sempre a necessidade de relê-lo e de revisá-
lo e assim deverá ser feito quantas vezes necessário seja.

COMPREENDENDO A CENTRALIDADE DO
TERRITÓRIO NA ATENÇÃO À SAÚDE DE BASE
COMUNITÁRIA
Território é o espaço onde se dá a produção da saúde e da vida comunitária. É o locus onde se
desenrolam as nuances subjetivas, as crenças e os valores da comunidade (RIBEIRO et. al., 2010) e onde
se dá a interação da população com os serviços de saúde (GONDIM et. al., 2009). Segundo Oliveira e
Furlan (2008), território é o “espaço de vivência, de identidades, trajetórias pessoais, coletivos
organizados, movimentos sociais, de ação deliberada das pessoas, como também de relações sociais e
redes de poder”. O território, dessa maneira, está em constante construção, desconstrução e reconstrução
(PEREIRA, BARCELLOS, 2006). Por tudo isso, ele não pode ser enclausurado em um conceito físico
e estanque. O território é vivo e está em constante movimento (OLIVEIRA, FURLAN, 2008).

Entender-se dentro desse espaço de fluxos que é o território pode ser compreendido como o
processo de territorialização. Este, assim, como o território não é uma ação pontual, é um processo, um
ato que sempre está atrasado, visto que o território muda o tempo todo, é fluido (PEREIRA,
BARCELLOS, 2006). No entanto, nesse espaço e lugar existem relações e sensos de pertença que são
perenes. Por isso, para além de conhecer o território físico, territorializar-se exige inserção, implicação,
tempo, diálogo e flexibilidade (SANTOS, RIGOTTO, 2010). Para empreender tal feito é necessário
explorar, apreender as relações e a dinâmica local e, sentindo-se parte do contexto, estabelecer relações
de horizontalidade com os demais serviços existentes (PEREIRA, BARCELLOS, 2006).

Em suma, como aponta Ribeiro et al. (2010) ao falar sobre a atuação em Saúde Comunitária,
territorialização é o processo de identificação, de descrição de comunidade e de inserção comunitária
em que as equipes atuarão” (p. 118). A territorialização, nesse caso, pode ser entendida como uma
metodologia (GONDIM et al, 2009). E, nessa perspectiva, apresenta-se como uma forma de (re)orientar
a prática, os processos de trabalho em saúde e sua reflexão (SANTOS, RIGOTTO, 2010).
Pensando nesta necessidade de reorientar a prática é preciso pensar que a Atenção Psicossocial
deve também interferir na dimensão sociocultural da realidade. Desse modo a atuação no território deve
compreender inclusive como se formam os processos de estigmatização dos usuários para que se possa
interferir numa nova modalidade de relação da loucura com a sociedade. Assim é necessário perceber
também o território como espaço de produção subjetiva e, portanto tensionar mudanças e transformações
que incidem diretamente na produção de saúde.

A relação da desinstitucionalização requer a relação com um “território” (ROTELLI et. al.,


2001). Desse modo pensamos que a experiência da loucura deve ser experienciada dentro da civilização,
pois é no encontro e convívio que os sujeitos humanos se descobrem e inventam sua humanidade (Silva,
2010).

Quando se fala de gestão tradicional do SUS, se pensa em equipamentos hierárquicos, distante


da realidade, burocráticos, permeados de “trabalho morto”. Mesmo se tratando de serviços de gestão,
para qualificação da organização das RAS é mister o entendimento da centralidade do território para a
construção de um sistema que leve em consideração a integralidade das ações e dos serviços, mas
também, responder às necessidades loco regionais. Se o desafio atual das gestões dos sistemas e serviços
de saúde é ser resolutivo, apenas a territorialização do cuidado e aferição das necessidades em saúde
mais próximo da população garantirão uma gestão também “territorializada”.

Santos e Rigotto (2011, p. 398) apontam que o primeiro passo para as equipes de saúde (e na
residência podem ser as equipes que atuam no território bem como as lotadas na gestão) reconhecerem
um território é buscar conhecimentos já produzidos sobre o mesmo, que possibilitem acessar sua história
e relacionar elementos do passado com o presente, suscitando a identificação de “potencialidades,
tradições, cultura, valores e hábitos, e também aos possíveis conflitos – de poder, de uso e ocupação do
solo, culturais, étnicos, ambientais etc. – todos da maior relevância para a saúde”.

Tais informações podem ser obtidas por vias institucionais, como consultas bibliográficas,
consultas em sistemas de informação ou nas escolas locais, bem como por vias não institucionalizadas,
como a abordagens a professores, lideranças comunitárias, idosos ou moradores antigos do lugar.
Também é importante apropriar-se de mapas do território e de dados sobre a população, como seu perfil
e indicadores de saúde. A prefeitura, as gestões de regionais (como as CRES), as secretarias, as
coordenações de pastas, de Centros de Saúde, da Rede de Atenção Psicossocial, os sistemas de bancos
de dados informatizados, os ACS e, sobretudo, a própria comunidade deve auxiliar no processo que se
denomina inserção comunitária da territorialização.
Para compreender, então, a territorialização de modo diferente da tradicional adscrição de
clientela, se faz necessária a apreensão de um conceito estratégico: a inserção comunitária. Esta se
remete à apreensão do modo de vida da comunidade.

Alguns modos de promover essa inserção podem ser: visitar os lugares onde acontece a vida da
comunidade; conhecer os equipamentos sociais, como ONGs, instituições religiosas, escolas, etc.;
conversar com as pessoas; buscar conhecer a história da comunidade; dentre outras formas de perceber
os problemas e as potencialidades de cada lugar (RIBEIRO et. al., 2010; ARAÚJO, 1999).

Sendo assim, o principal norteador metodológico da territorialização dos residentes será


inserção comunitária com o olhar aos modos de produção da saúde.
Desta forma, o processo de territorialização vivenciado deve ocorrer, em pelo menos, cinco
etapas, conforme descrito abaixo e expressos na tabela a seguir.

Essa divisão em etapas é uma sistematização didática com o intuito de melhor organizar a agenda
inicial dos residentes no território.
Primeira Etapa Terceira Etapa Quinta Etapa
Período e e
Segunda Etapa Quarta Etapa (27 a 31 de março)
(13 a 17 de março) (20 a 24 de março)

Realização de
Imersão Mobilização nos Sistematização oficinas de
no Imersão territórios/ das oficinas/ planejamento
Fase município Comunitária Execução de Planejamento participativo/
e Cenário oficinas de da quinta Avaliação dos
de territorialização etapa elementos
Práticas vivenciados e
condensados

É certo, entretanto, que as etapas se interpenetram e não precisam encaixar-se nessa divisão
estanque, por isso algumas ações propostas na primeira etapa podem acontecer apenas na segunda e
também algumas ações propostas para serem executadas posteriormente podem já iniciar ou serem
finalizadas em etapas anteriores.

Essa dinamicidade característica do território influenciará também o processo de territorialização


aqui proposto aos residentes. O que se espera, apesar das peculiaridades de cada processo, é que, ao final
destas semanas, os objetivos propostos para cada etapa sejam cumpridos e que, cada equipe, disponha
das informações sistematizadas, sendo este material de fundamental importância para o trabalho que
será desenvolvido naquele território.

ETAPAS DA TERRITORIALIZAÇÃO PARA O


COMPONENTE COMUNITÁRIO
Primeira etapa
“Imersão no município e cenário de prática”
Sugere-se realização de reuniões com as equipes de saúde que já atuam naquele território
(adscrito a UBS/UAPS, CAPS e SMS) a depender da ênfase do residente, mas podendo haver
integração nesse momento e em todos os outros) para obter um retrato inicial do território e
informações gerais das equipes e de sua população assistida, bem como, um mapeamento da rede
de saúde socioassistencial, entre outras, buscando também, a situação da gestão local e regional de
saúde.

Esse mapeamento tem o objetivo de fornecer um panorama, mas de também viabilizar a


realização das visitas previstas na segunda etapa e descritas abaixo. Antes da segunda etapa,
sugere-se ainda, conhecer as secretarias e principais pastas (chefias) e coordenações locais que se
envolvam com o cenário de práticas dos residentes. Sugere- se, por fim, momentos de integração
entre equipe da unidade de saúde e a equipe recém chegada de profissionais de saúde residentes.
Dentre elementos que devem constar como observados nessa primeira etapa contamos com:
consulta aos planos municipais de saúde, mapas existentes sobre a divisão das áreas de
responsabilidade sanitária das equipes e documentos escritos sobre a história dos territórios.
Conhecer a história dos equipamentos de saúde mental dos municípios, os modos de organização
da política assistencial em Saúde da Família e Saúde Mental, mas também dos equipamentos de
relevância para a Secretaria Municipal de Saúde (população, aspectos culturais, econômicos,
epidemiológicos, principais relações produtivas, características ambientais).

Esse momento deve proporcionar à equipe não só o contato com os dados objetivos e
quantitativos sobre a área adscrita, mas experiências dotadas de subjetividade, uma vez que
conversar com os profissionais de saúde e pessoas da comunidade revela o olhar que cada um
desses atores têm sobre o território, os momentos de luta e de conquista que fizeram parte de sua
história, os sentimentos de identificação e de pertencimento comunitário. Tais informações exigem
uma escuta atenta e sensível, de modo que o caminhar pelo território (inerente à segunda etapa)
durante as visitas dê sentido à sua vivacidade tão discutida na literatura (OLIVEIRA, FURLAN,
2010; SANTOS, RIGOTTO, 2011).

Durante a territorialização, os profissionais de saúde residentes, acompanhados das equipes


locais, devem apropriar-se da caracterização do perfil epidemiológico, ambiental e social da
comunidade e dos domicílios, além de obter um diagnóstico da situação de saúde. O olhar que o
núcleo profissional tem sobre os territórios também é de grande relevância no (re)conhecimento
multidimensional da comunidade.

Todas essas informações objetivas e subjetivas, desde então, já devem constituir-se como
subsídios para a elaboração, mesmo que inicial, de um planejamento de ações em saúde baseado
nas necessidades e problemas locais (em etapas posteriores, esse planejamento será mais
detalhado). Salienta-se ainda que é possível a utilização de instrumentos de avaliação de
diagnóstico local para as categorias profissionais, se necessário for.

Para auxiliar na sistematização de informações sobre essa etapa, propõe-se a utilização desses
instrumentos que foram adaptados de Ribeiro et al (2010):

• “INSTRUMENTO PARA RECONHECIMENTO DE TERRITÓRIO PELAS ESF”.

• “INSTRUMENTO PARA RECONHECIMENTO DO CAPS A PARTIR DO


TERRITÓRIO”

• “INSTRUMENTO PARA RECONHECIMENTO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE


SAÚDE”

Além disso, torna-se relevante utilizar o Check-list Ambiental cedido pela Universidade
Federal Rural de Pernambuco relativo à perspectiva da Saúde Única que poderá ser utilizado na
prática.

Seguindo essa lógica é sugerido a investigação/mapeamento da existência e funcionamento


ativo no território sobre a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da
Floresta e das Águas (BRASIL, 2013; SOUSA, 2018).

Todos os instrumentos e materiais sugeridos estão disponíveis na plataforma: espvirtual link:


https://espvirtual.esp.ce.gov.br/
Nessa etapa inicial, também é essencial que os residentes vivenciem a dinâmica da
UBS/UAPS, do CAPS e das SMS. Para além das informações que serão compartilhadas nas
reuniões e que já estão registradas pelos profissionais, é imprescindível que a equipe de
profissionais de saúde residentes façam uma observação participante do dia a dia da unidade, do
modo de funcionamento de cada setor, da divisão de responsabilidade e da comunicação entre os
setores, do percurso dos usuários quando chegam ao serviço, do vínculo que os usuários
demonstram para com a unidade, do movimento e cronograma diário da unidade, de como os
usuários têm acesso a informações, do tipo de serviços que são oferecidos, da disponibilidade e
organização dos instrumentos e ferramentas de trabalho, da articulação em rede daquela unidade,
da articulação da Rede de Atenção Psicossocial, da organização do trabalho entre os profissionais,
da atuação interprofissional existente ou não, do papel da coordenação local na dinâmica de
trabalho, da identificação de tecnologias de cuidado de atenção psicossocial, do fluxo de atenção
à crise etc.

Estar na UBS/UAPS,CAPS e SMS com um olhar atento aos diversos atores que passam por
ali, faz parte com grande relevância desse processo de territorialização. A organização do serviço
de saúde diz muito sobre o território e, sendo este o locus de atuação dos residentes, é fundamental
esse olhar mais atento a tal dinâmica.

Aspectos dessa etapa que não podem ser esquecidos:

• REUNIÕES E INTEGRAÇÃO COM AS EQUIPES LOCAIS.


• CONHECER SECRETARIAS, CHEFIAS E COORDENAÇÕES.
• MAPEAMENTO DA REDE REGIONAL, MUNICIPAL E DO TERRITÓRIO.
• IDENTIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DAQUELE TERRITÓRIO.
• VIVÊNCIA E OBSERVAÇÃO DA DINÂMICA DAS UNIDADES.

Perguntas norteadoras para a primeira etapa:

• Como se organiza o processo de trabalho das equipes dos serviços assistências (CAPS,
UBS/UAPS e de gestão (CRES) que os residentes serão inseridos? E no que tange às ações educativas,
quais foram identificadas?
• Como é estruturado e dividido o espaço físico da unidade de saúde?
• Como acontece a divisão de responsabilidades na unidade? Existem setores? Como eles se
organizam? Como eles dialogam?
• Quais os profissionais, quais os vínculos desses trabalhadores, há quanto tempo atuam naquele
serviço?
• Qual o perfil social, demográfico e epidemiológico da população adscrita?
• Como se organiza a gestão municipal e local na saúde? Quais as interfaces da ESF ou CAPS
com as demais pastas e secretarias?
• Como tem sido a implantação da Rede de Atenção Psicossocial no território? Como a RAPS se
organiza? Qual a participação da Gestão nesse processo?
• As atividades realizadas nos serviços que ofertam ações de cuidado para as pessoas com
sofrimento psíquico, funcionam como catalisadoras de novos territórios existenciais, onde os usuários
possam reconquistar espaços perdidos e conquistar novos?
• Quais os instrumentos de territorialização utilizados na UBS/UAPS e no CAPS?
• Quais indicadores de saúde foram identificados? O que eles apontam sobre a situação de saúde
da população?
• Quais os indicadores de saúde mental foram identificados? O que eles apontam sobre a situação de
saúde da população?
• Quais os indicadores relacionados à internação psiquiátrica no território?
• Existem conflitos na UBS/UAPS e CAPS? E na rede assistencial mapeada? E na SMS?

Segunda etapa
“Imersão Comunitária”
Sugere-se que, tendo posse do mapeamento realizado na etapa anterior e das
informações obtidas junto à UBS/UAPS, CAPS e SMS, aos profissionais do município e à
observação da dinâmica das unidades (sobretudo àquela que haverá lotação de equipes da
residência), os profissionais de saúde residentes devem organizar visitas para observação e
coleta de informações relevantes junto aos atores chaves, moradores antigos, lideranças
comunitárias, equipamentos sociais do território, espaços de lazer da comunidade, etc.

Nessa etapa, busca-se compreender as vias e condições de acesso, a oferta de


serviços, o sentimento dos usuários em relação às unidades, caracterizando-se como uma
continuidade da etapa anterior, mas buscando sempre aprofundar-se no reconhecimento
desse território e das relações aí estabelecidas.

Algumas perguntas-chave podem nortear a segunda etapa, tais como:

• Qual a história dessa comunidade/bairro/localidade, atores-chave identificados? Como


essa história dialoga com as atuais condições de vida nesse lugar?
• Como a comunidade se apropria desses equipamentos de saúde? (UBS/UAPS, CAPS,
SMS?
• Existem traços marcantes da cultura ou dos costumes locais? Quais? Como eles podem
ser percebidos?
• Existem conflitos nessa comunidade?
• Quais os equipamentos sociais existentes nos territórios? Qual o foco de atuação desses
equipamentos? Quais têm articulação com a unidade de lotação dos residentes?
• Quais as características ambientais desse lugar? Como os moradores e profissionais de
saúde lidam e são afetados com isso? Existem ações voltadas para esse aspecto?
• Como a comunidade tem participado do processo de Reforma Psiquiátrica nesse
território?
• Como identificar os cuidados na atenção aos usuários de álcool e outras drogas no
território (Rede Hospitalar, Atenção Básica, CAPS I, CAPS AD, Rede Intersetorial)
• Qual o vínculo dos profissionais de saúde com a comunidade?
• Como a unidade de saúde é vista pelos seus usuários(as) ?
• Como os usuários da saúde mental são vistos nas unidades de saúde e pela comunidade?
• Que outras questões e nuances foram observadas pela equipe de residentes?
A primeira e a segunda etapa ocorrem de forma bastante complementar e, em certa
medida, até mesmo simultâneas. Consideramos que este momento tem dois principais
propósitos, o primeiro deles é o enriquecimento da territorialização a partir das contribuições
de atores estratégicos, sejam gestores, membros do controle social, técnicos das secretarias
municipais de saúde e os profissionais dos serviços, todas estas são pessoas que possuem
conhecimento sobre a Secretaria Municipal de Saúde e sobre as Políticas e Serviços de Saúde.
A segunda razão para a socialização do trabalho dos profissionais de saúde residentes é
política, no sentido de compartilhar esta produção nos colegiados gestores e do controle social
para transformá-la em um projeto coletivo da gestão regional da saúde e assim conquistarmos
apoio para o desenvolvimento da residência e das atividades previstas a partir do processo de
territorialização.

Terceira etapa – “Mobilização nos Territórios e


execução de oficinas de territorialização”:
Deve-se aqui realizar as primeiras articulações comunitárias na unidade de saúde e em
seus territórios, convidando as instituições, projetos sociais e pessoas visitadas na etapa
anterior, bem como os profissionais das EqSF, equipes multiprofissionais, EqSMC e gestores
locais, para participarem de oficinas de territorialização que serão realizadas pelos profissionais
de saúde residentes.
A mobilização comunitária, muito além do convite feito a comunidade para participar de
alguma atividade, consiste no envolvimento dos diversos atores no processo. As oficinas de
territorialização precisam “fazer sentido” para as pessoas e elas precisam identificar-se como
sujeitos ativos nesse processo de territorialização. Dessa forma, a mobilização, na verdade,
inicia na primeira etapa, pois essa intencionalidade da territorialização vai ficando clara a cada
contato, em cada visita e até mesmo na sistematização das informações. O convite para o
momento de oficina é praticamente a última subetapa da mobilização comunitária.
Antes de mobilizar, portanto, é imprescindível planejar como serão essas oficinas:

• Qual o público-alvo?
• Esse público-alvo é diversificado? Seria interessante dividir esse público e fazer mais de
uma oficina? Como seria essa divisão?
• Onde acontecerão tais oficinas? Esse lugar é acessível? Esse lugar facilitará a presença
das pessoas que serão convidadas?
• Qual o horário dessas oficinas? Esse horário facilita a presença das pessoas?
• Para cada público-alvo, que metodologia pode fomentar melhor a participação das
pessoas?
• Que perguntas geradoras podem ser utilizadas para essas oficinas?
• Que estratégias de divulgação estão disponíveis e podem ser utilizadas? Convites
pessoais? Convites institucionais? Cartazes espalhados em espaços estratégicos dos territórios?
Retorno aos locais visitados para convidar? Que outras estratégias de comunicação a equipe de
residentes visualiza?

A decisão sobre quantas oficinas realizar e como realizá-las é da equipe de profissionais


de saúde residente com seus preceptores. Não existe nenhuma regra pré determinada. Devem
ser realizadas oficinas em quantos dias for estratégico para as comunidades e de tal forma que
garanta a qualidade do produto dessas oficinas. A metodologia a ser utilizada também é de
escolha da equipe. Preceptores e profissionais de saúde residentes devem ser protagonistas do
planejamento dessas oficinas.
Sugere-se, todavia, que seja utilizada alguma estratégia que proporcione à comunidade a
oportunidade de falar sobre sua história, bem como elencar e discutir as potencialidades e os
desafios/dificuldades daquele local. Tornar dinâmico esse diálogo, utilizando cartazes, tarjetas,
imagens, desenhos, dinâmicas de grupo, músicas, etc. é uma boa maneira de envolver os
sujeitos. Adotar uma linguagem popular e metodologias ativas que garantam a participação de
todos também é essencial.
Independente da metodologia adotada, os encontros devem proporcionar momentos de
resgate sobre a história das comunidades, as conquistas e as dificuldades enfrentadas no seu
cotidiano. São, sobretudo, momentos de reencontros entre os participantes e de aproximação
entre a saúde e diversos setores.
Conforme Paim e Almeida-Filho (2014), o incentivo à realização de oficinas de
territorialização acompanhadas de um planejamento participativo é uma das maneiras mais
reais de complementar a análise da situação de saúde de uma população e dos serviços de saúde
oferecidos, uma vez que proporcionam a criação de espaços de diálogo entre a gestão,
trabalhadores e comunidade, onde estes participam opinando sobre os principais problemas de
saúde da população do bairro ou distrito sanitário, sendo sintetizados posteriormente em um
quadro.
Na saúde mental a partir da premissa do campo psicossocial, o encontro com as
instituições no sentido de favorecer articulações entre serviços e ações com diferentes
finalidades, contribui na construção de territórios existenciais que possibilitem reinvenções da
vida em todos os aspectos do cotidiano, um cotidiano que permita a convivência com as
diferenças e com a experiência da loucura (Pinho et. al, 2010).
Para a gestão em saúde (local ou regional), o fluxo ascendente (do território para as
secretarias) garante um maior grau de precisão das atividades em consonância com as
necessidades de saúde dos viventes daquelas realidades. As metas estabelecidas e pactuadas
com os municípios devem responder às necessidades reais da (sentidas pela) população. Nesse
caminho, a territorialização e imersão para quem será lotado nas Secretarias Municipais de
Saúde, garante um olhar mais singularizado e vivo para as questões de saúde doença.

Quarta etapa “Sistematização das oficinas e planejamento


da quinta etapa”:

Em rodas de conversa, os profissionais de saúde residentes e preceptores devem


avaliar as oficinas, a fim de identificar os aspectos positivos e negativos de seu
desenvolvimento. As informações trazidas pelos sujeitos ao longo das oficinas devem ser
sistematizadas e divididas em eixos, conforme a aparição de elementos da realidade, colhidos
nas oficinas.
Os eixos são formados a partir da proximidade identificada entre as temáticas trazidas
pela população nas oficinas. Organizar as informações em eixos também permite identificar
a repetição de determinadas características ou a peculiaridade de algum aspecto apontado
em um único grupo. Alguns exemplos de eixos podem ser: 1-Qualidade dos Serviços de
Saúde (exemplo: alta demanda de saúde, assistência à saúde precária, estrutura física das
Unidades de Saúde inadequada, EqSF incompletas, etc...); 2-Saúde Ambiental (ausência de
saneamento básico, falta de educação ambiental, Problemas com lixo, etc...); 3-Articulação
Comunitária (comunicação fragilizada entre os líderes comunitários e desconhecimento dos
equipamentos sociais, etc…); 4-Qualidade de Vida (violência, tráfico de drogas, falta de
espaços de lazer, morte prematura dos jovens e exploração sexual de crianças e
adolescentes, etc).
A participação dos profissionais de saúde da unidade nesta etapa de sistematização pode ser
de grande relevância para já ir envolvendo-os de forma mais prática na territorialização e no posterior
planejamento de ações que será levado a cabo pela equipe de profissionais de saúde residentes.
Os dados sistematizados nessa quarta etapa devem servir de fundamento para a
execução da quinta etapa referente ao planejamento participativo, que será a base norteadora
das ações de saúde a serem desenvolvidas nos territórios de lotação.
Após a sistematização das informações em eixos, deve ser planejado como será(ão)
a(s) oficina(s) de planejamento participativo. Da mesma forma que nas oficinas anteriores,
é importante pensar sobre os itens abaixo:

• Quantas e quais pessoas serão convidadas? Que segmentos da comunidade, dos


equipamentossociais e da gestão estarão presentes?
• Onde acontecerá? Esse lugar é acessível? Esse lugar facilitará a presença das pessoas
que serãoconvidadas?
• Qual o horário dessas oficinas? Esse horário facilita a presença das pessoas?
• Para cada público-alvo, que metodologia pode fomentar melhor a participação das
pessoas?
• Que estratégias de divulgação estão disponíveis e podem ser utilizadas? Convites
pessoais? Convites institucionais? Cartazes espelhados em espaços estratégicos dos
territórios? Retorno aos locais visitados para convidar? Que outras estratégias de
comunicação a equipe de profissionaisde saúde residentes visualiza?
• Que metodologia(s) será(ão) utilizada na(s) oficina(s) de planejamento participativo
(observar as etapas propostas na quinta etapa)?

Ainda nesta quarta etapa, os profissionais de saúde residentes devem iniciar a


organização da(s) oficina(s) de planejamento participativo, bem como a efetivação dos
convites aos participantes.

Quinta etapa
Realização das oficinas de planejamento participativo e
avaliação dos elementos vivenciados e condensados”
As oficinas devem ser realizadas em equipamentos sociais estratégicos do
território de atuação, visando à construção de um projeto comum e adequado às
necessidades de saúde da população. Também devem ser convidados os atores sociais
dentre aqueles que participaram das oficinas de territorialização, sendo
operacionalizada uma mobilização prévia pelos profissionais de saúde residentes. Em
suma, essas oficinas caracterizam-se como um momento para análise dos problemas
levantados nos encontros anteriores e construção de um plano de ação.

A grande riqueza desse processo de planejamento é a sua dimensão


participativa, e esta deveser garantida a todo custo.

As oficinas abrangem quatro momentos principais:


1° momento – Apresentação: consiste na apresentação dos objetivos desse momento
de planejamento participativo. Pode ser feita uma retrospectiva das ações da equipe
naquele território e a apresentação da metodologia que será utilizada para o
planejamento.

2° momento – Divisão em subgrupos: os atores devem dividir-se em subgrupos de


acordo com o eixo de interesse. Para cada eixo, forma-se um grupo de discussão. É
importante garantir que todos os segmentos estejam representados em todos os grupos.
Para cada eixo deve ser construída uma sistematização dos problemas e
potencialidades agrupados pois estas informações serão a matéria- prima para o
trabalho do grupo.

3° momento – Discussão nos subgrupos: estando em posse dos problemas agrupados


naquele eixo sob sua responsabilidade, o grupo elegerá um problema central. A eleição
do problema central deve levar em conta sua relevância, o impacto que ele apresenta
naquela comunidade, bem como a governabilidade do grupo ali presente diante dele.
A eleição do problema central também exige queseja feita uma discussão sobre a
causa daquele problema com o intuito de descobrir se aquela questão apontada é de
fato um problema basal ou a consequência de outro problema. A partir do problema
ou dos problemas centrais eleitos, o grupo deve elaborar um plano de ação,
estabelecendo os objetivos, as ações a serem desenvolvidas para alcançar tal objetivo,
os prazos, os responsáveis e as estratégias de monitoramento e acompanhamento.
Essas informações do plano de ação podem ser sistematizadas em um quadro. Para
garantir essa sistematização, o grupo pode eleger um relator que tomará notas das
discussões e do plano de ação.

4° momento – Socialização dos planos para todos os participantes. Depois de elaborar


o plano de ação para o problema central daquele eixo, cada grupo deverá apresentar
seu plano para os demais grupos. Para cada eixo e seu respectivo plano de ação
formou-se um grupo de trabalho que deve, caso seja consenso entre todos, continuar
trabalhando para a concretização das ações ali propostas.

Quinta etapa
(continuação)
O planejamento participativo em saúde é uma ferramenta capaz de produzir
níveis crescentesde autonomia e incentivar o protagonismo dos diversos atores sociais
envolvidos com o sistema de saúde. O ato de planejar deixa de ser burocrático e se
torna uma ação político- pedagógica na medida em que é proporcionado a esses atores
o exercício de sua condição enquanto sujeitos reflexivos da realidade, solidários
coletivamente e comprometidos com mudanças nas suas práticas de trabalho ecom
seus processos de saúde (PARENTE, 2011).

Os olhares sobre o território são múltiplos e diferentes. Nenhum deles sozinho


consegue abranger a imensidão e o mistério do que acontece e é vivido no território.
O grande desafio da territorialização estabelece-se na necessidade de reunir,
diferenciar e somar as várias nuances desses olhares. Por isso, não é fácil. Perpassa
questões de saúde claramente palpáveis, como a hipertensão e a diabetes, mas também
inclui em seu roteiro questões sociais que, por certo, influenciam na saúde. O
planejamento participativo permite à equipe tocar com mais concretude essas
dimensões e agir pautada naquilo que é apontado pelo coletivo.
Produto do módulo de territorialização

Na sessão seguinte estarão


descritas as informações sobre o
Portfólio: postagem e suas datas,
assim como, uma sugestão de
modelo a seguir em anexo.
ORIENTAÇÕES PARA O PORTFÓLIO

Para esta atividade produto, o período de postagem na Plataforma ESP Virtual está
programada para o dia 07 de maio de 2023.
Por conseguinte, o período da Mostra e Vivências da Territorialização em Saúde
ocorrerá nos dias 08, 09 e 10 de maio de 2023, conforme calendário acadêmico.
Todos os arquivos que serão necessários para esta atividade constam na Plataforma
ESP Virtual, em caso de dúvida procurar seu supervisor/preceptor e/ou tutores de cada
programa.
Informamos que o modelo em anexo (ANEXO A) sugere uma forma, mas o
conteúdo é livre e criativo para as equipes, deve-se lembrar ainda que este será um
documento que será pesquisado/acessado por diversos atores que fazem parte desse
processo em rede, ou seja, é um documento de pesquisa que ficará enquanto memória
afetiva/criativa e simbólica da turma.
X

2023

1
6
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, R. da C. O processo de inserção em psicologia comunitária: ultrapassando o nível


dos papéis. In: I. R. Brandão; Z. A. C. Bomfim (Orgs.), Os Jardins da Psicologia Comunitária-
escritos sobre a trajetória de um modelo teórico- vivência. Fortaleza: Pró-Reitoria de Extensão
da UFC, 1999.

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Águas. BRASIL, 2013

GONDIM, G. M. de M.; MONKEN, M.; ROJAS, L. I.; BARCELLOS, C.; PEITER, P.;
NAVARRO, M.; GRACIE, R. O território em Saúde: A organização dos sistemas de saúde e a
territorialização. 2009.

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sobre o território. In: CAMPOS, G. W. S.; GUERRERO, A. V. P. Manual de Práticas de Atenção
Básica
– Saúde Ampliada e Compartilhada. São Paulo: Hucitec, 2008. p.247-272.

PEREIRA, M. P. B.; BARCELLOS, C. O território no Programa Saúde da Família. HYGEIA,


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PINHO, L. B. D.; ANTÔNIO, M. B. H.; LUCIANE, P. K. "Serviços substitutivos de saúde


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ROTELLI, Franco, LEONARDIS, Ota, MAURÍ, Diana. Desinstitucionalização. 2ªed.Hucitec:


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trabalho, ambiente e saúde naAtenção Básica à Saúde. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v.
6, n. 3, p. 387- 406, 2010.
SECRETARIA DA SAÚDE

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