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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – UNIVISA


COORDENAÇÃO DO CURSO DE PSICOLOGIA

Obra “O que é existencialismo”

AMANDA DE OLIVEIRA SANTOS

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO


Agosto, 2023.
ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – UNIVISA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE PSICOLOGIA

Território no contexto da saúde coletiva e da saúde mental

AMANDA DE OLIVEIRA SANTOS


Matrícula 202114029
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
Agosto, 2023.
Território no contexto da saúde coletiva e da saúde mental

No âmbito da saúde pública, a ideia de território desempenha um papel


crucial em diversas facetas e interpretações. É mencionado em documentos
que articulam os princípios fundamentais e orientações das políticas de saúde
e também desempenham um papel significativo no desenvolvimento de
estratégias locais, com destaque para sua aplicação na Atenção Básica à
saúde. A conexão entre a prestação de cuidados de saúde e o território onde
esses cuidados são oferecidos é um elemento fundamental na atenção
psicossocial, e isso é claramente destacado em vários documentos
relacionados à Reforma Psiquiátrica de 2002. A Portaria nº 336/02, como
exemplo , estabelece os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) como
alternativas aos hospitais psiquiátricos, a serem desenvolvidos de acordo com
uma abordagem territorial. O local onde as práticas psiquiátricas ocorreram
sempre foi de grande significado. No contexto brasileiro, a frase "aos loucos o
hospício", proclamada em 1830 pela Sociedade de Medicina, revelava as
condições em que os indivíduos com transtornos mentais viviam no Hospital da
Santa Casa da Misericórdia. Isso inspirou a necessidade de estabelecer um
espaço distinto para um tratamento genuíno da insanidade. É evidente que a
psiquiatria, em sua interação com a sociedade, atua como um instrumento
influente que coordena práticas disciplinares, orientadas para a conformação
dos corpos, e práticas de controle destinadas a moldar os corpos e estilos de
vida, transformando-os de corpos passivos em corpos funcionais,
colaboradores, aparentemente envolvidos, adaptados e consumidores.
Estabelecer um serviço de substituição que funciona com base na lógica
territorial implica em observar e compreender a vida que se desenvolve nesse
contexto específico. Ao planejar a criação de um Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS) em uma cidade no coração da Floresta Amazônica, é uma
abordagem completamente diferente em comparação com a organização de
um CAPS em uma região interiorana de um estado. Cada território apresenta
particularidades, incluindo sua história social, política e econômica, bem como
a maneira como os espaços são ocupados e utilizados. Se anteriormente o
local onde ocorriam as práticas psiquiátricas tinha uma relevância fundamental,
com a Reforma Psiquiátrica, essa importância se desloca do hospital para se
transformar no território de existência do indivíduo. Esse território passa a ser
considerado um elemento sonoro, cheio de vida e de interações. Dessa forma,
estabelecer um serviço alternativo que funcione de acordo com a lógica
territorial implica observar e escutar atentamente a vitalidade que se manifesta
nesse espaço. É fundamental adotar uma concepção de território que seja
relacional, considerando os processos de construção do espaço e a atribuição
de significados ao local em que se vive. Isso envolve uma noção de
pertencimento por meio das atividades e experiências cotidianas que ocorrem
nesse lugar. Isso implica, especialmente em áreas carentes e uniformes, em
gerar novos meios, conceber e estabelecer ambientes, e ocupar regiões dentro
da cidade. Explorar o território implica em ser sensível às formas pelas quais as
pessoas que vivem nesses lugares desenvolvem métodos de organização,
conexão, resistência e adaptação em sua vida diária.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto da saúde pública, o território desempenha um papel de


destaque, permeando diversas dimensões e interpretações. Ele se faz presente
em documentos que delineiam os princípios e diretrizes das políticas de saúde
e desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de estratégias
locais, com ênfase especial em sua aplicação na Atenção Básica à saúde.
Estabelecer serviços de substituição fundamentados na lógica territorial requer
uma observação atenta e uma compreensão profunda da vitalidade que se
manifesta nesse contexto específico. A criação de um Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS) em uma cidade no coração da Floresta Amazônica, por
exemplo, exige uma abordagem completamente diferente em comparação com
a organização de um CAPS em uma região interiorana de um estado. Cada
território possui suas particularidades, incluindo sua história social, política e
econômica, bem como as dinâmicas de ocupação e uso de seus espaços.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Lima, E. M. F. A.; Yasui, S. Territórios e sentidos: espaço, cultura, subjetividade


e cuidado na atenção psicossocial. Rio de Janeiro, 2018.

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