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SUBSECRETARIA DE PROMOÇÃO, ATENÇÃO PRIMÁRIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE

COORDENADORIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DA ÁREA DE PLANEJAMENTO 1.0

Divisão de Vigilância em Saúde


Serviço de Vigilância em Saúde ambiental
Fatores de Risco Não Biológico – Vigidesastres

RELATÓRIO VIGIDESASTRES

LEVANTAMENTO DE PONTOS CRÍTICOS PARA ALAGAMENTO


EM BENFICA COMUNIDADES DO COMPLEXO VILA ARARÁ

Equipe FRNB/SVSA/DVS – CAP 1.0


Cláudio José de Oliveira Souza
Débora da Silva Rocha
Marizeth de Souza Sampaio
Referência Local: Valter César Pereira Paiva
Serviço de Vigilância em Saúde Ambiental
Equipernbap1.0@gmail.com

Rio de Janeiro
2022
Art. 3° - A saúde tem como fatores determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços
essenciais; os estágios de saúde da população expressam a
organização social e econômica do país1.

Constituição da República Federativa do Brasil.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………….………......…5
2. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO TERRITÓRIO………………………………....7
3. A UNIDADE DE SAÚDE………………………………………………………….….....8
4. BREVE HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO DA LOCALIDADE……………………………….……9
5. CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO…………................................................10

6. SANEAMENTO BÁSICO E COLETA DE LIXO….……………………….................12


7. CORPOS HÍDRICOS DO TERRITÓRIO……………………………………….........15
8. USO DO SOLO……………………………………………………………………………………………….………....16
9. DADOS PLUVIOMÉTRICOS……………………………………………………….....17
10. PONTOS CRÍTICOS PARA ALAGAMENTOS…………………………………….…..…….…...18
11. VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL……………………………………………………….….......19
12. EPIDEMIOLOGIA………………………………………………………………………………………….……..…..22

REFERÊNCIAS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

ANEXO
Esboço da proposta para o Plano de Ação.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL (Vigidesastres)

A Vigilância em Saúde Ambiental Associada aos Desastres de


Origem Natural (Vigidesastres) atua no desenvolvimento de ações
adotadas continuamente pela saúde pública visando à redução do
risco de exposição da população, da infraestrutura e dos profissionais
de saúde aos impactos ocasionados por desastres de origem natural.
A redução do risco de desastres é uma das funções essenciais da
saúde pública, que deve considerar em seu processo de planejamento,
a inserção de ações para a prevenção, mitigação, preparação,
resposta e reabilitação, visando reduzir o impacto dos desastres sobre
a saúde pública.

O Vigidesastres é um programa sob a responsabilidade da


Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental, do
Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do
Trabalhador, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da
Saúde. Seu objetivo é desenvolver um conjunto de ações a serem
adotadas continuamente pelas autoridades de saúde pública para
reduzir o risco da exposição da população e dos profissionais de
saúde, reduzir doenças e agravos decorrentes deles bem como os
danos à infraestrutura de saúde.
Os danos à saúde não ocorrem necessariamente ao mesmo tempo do
desastre em si, pois dependem também das condições sanitárias do
local. Isso significa que muitos danos podem ser evitados mediante
ações preventivas.

Fatores de risco
Os principais fatores de riscos para a ocorrência dos desastres
são as ameaças e as vulnerabilidades.
Entende-se por vulnerabilidade as condições determinadas por
fatores ou processos físicos, demográficos, educacionais,
culturais, econômicos, ambientais e de saúde que aumentam a
suscetibilidade de uma comunidade ou sociedade aos efeitos das
ameaças.2
5

1. INTRODUÇÃO

O presente relatório tem por objetivo apresentar o resultado do trabalho


efetuado pela equipe de Fatores de Risco Não Biológico, Vigilância em Saúde
Ambiental da Área de Planejamento 1.0, no sentido de levantar os pontos
críticos para alagamento no Complexo Vila Arará do bairro de Benfica.

Serão socializados dados básicos sobre as comunidades Vila Arará


Parque Herédia de Sá e Parque Horácio Cardoso Franco, integrantes do
supracitado complexo. Apresentando de maneira sucinta, informações sobre
a caracterização da população, oferta de água, de esgoto, coleta de lixo e as
singularidades do local.

Concomitantemente ao levantamento dos pontos críticos para


alagamento buscamos referências, para realizarmos a avaliação das
vulnerabilidades e potencialidades do território.

Nos diagnósticos de condições de vida e de situação de saúde, os


elementos constitutivos da reprodução da vida social nos diversos
lugares são listados e tratados como conteúdos desarticulados do
território. O reconhecimento da dinâmica social, hábitos e costumes é
de grande importância para a determinação de vulnerabilidades para
a saúde humana, originadas nas interações de grupos sociais em
determinados espaços geográficos. O uso pleno do território como
estratégia de análise sobre condições de saúde e intervenção nestas
pressupõe a identificação de objetos geográficos, sua utilização pela
população e sua importância para os fluxos das pessoas e materiais.
Para isso, é necessário o desenvolvimento de metodologias para o
reconhecimento, em campo e mediante dados secundários, de
objetos e suas formas, que são condições da ação e meios de
existência do agir humano.5

Iniciamos o processo de trabalho, acompanhados pelos agentes de saúde


para a observação e diálogo com os moradores, reconhecendo os distintos aspectos,
geográficos, ecológicos, sociais, econômicos, culturais e de saúde, com a intenção
de entender as múltiplas dimensões do território, no contexto da Vigilância em
Saúde Ambiental, recorte para os Fatores de Risco Não Biológico.

5
MONKEN,M; BARCELLOS,C. Vigilância em saúde e território utilizado: possibilidades teóricas e
metodológicas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,21(3):898-906, mai-jun, 2005.
6

Importante ressaltar, a utilização dos instrumentos de pesquisa para coleta de


dados e para produção e análise de informações, tais como: elaboração de mapas
para identificação e localização de riscos, vulnerabilidades, grupos sociais,
instituições e objetos da geografia física e natural.

Além disso, as entrevistas com atores do território foram fundamentais,


possibilitando o conhecimento de alguns problemas, necessidades, potencialidades,
a história de ocupação da localidade e os projetos sociais. O desenvolvimento da
pesquisa contou com o apoio das associações e lideranças comunitárias.

Para a socialização dos dados sobre as características da população,


saneamento básico, coleta de lixo empregamos fontes como o Censo Demográfico
IBGE de 2010, mapas e tabelas do material concebido pelo Instituto Municipal de
Urbanismo Pereira Passos no âmbito do Convênio com Programa de Urbanização
de Assentamentos Populares – PROAP III.

E por fim, este trabalho faz parte do Programa Vigidesastres, Vigilância em


Saúde de Populações Expostas a Desastres Naturais, que integra a Gerência de
Fatores de Riscos não Biológicos – GFRNB da Coordenação de Vigilância em
Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro.
7

2. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO TERRITÓRIO

A ideia de localidade, o “local”, pode ser compreendido como


um recorte do território. Situado ante o global, local pode referir-se a
uma dada localidade (cidade, bairro, rua), região ou nação,
constituindo, em qualquer dos casos, um subespaço ou um
subconjunto espacial e envolvendo algum modo de delimitação ou
recorte territorial, o que se expressa em termos econômicos, políticos
e culturais. Usualmente, local tem sido identificado com a ideia de
lugar. Dentro de uma acepção geográfica estrita, lugar pode ser
definido como uma porção do espaço na qual as pessoas habitam
conjuntamente, implicando, portanto, a ideia de co-presença. Lugar é
associado à ideia de localidade como cenário físico da atividade
4
social, com uma localização geográfica determinada.
Mapa 1 – Localização e limite das comunidades do Complexo Vila Arará (Vila Arará, Parque
Herédia de Sá e Parque Horácio Cardoso Franco).

As comunidades estão na Área de Planejamento 1, na Região Administrativa


VII – São Cristóvão, enquanto que seus perímetros estão localizados no bairro de
Benfica.
SABREN/ IPP, 2017. SABREN (Sistema de Assentamentos de Baixa Renda) é um
aplicativo que reúne e disponibiliza dados e informações sobre as favelas da Cidade do Rio
de Janeiro, coordenado e mantido pelo IPP - Instituto Municipal de Urbanismo Pereira
Passos, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.
8

3. UNIDADE DE SAÚDE DO TERRITÓRIO

Clínica da Família Medalhista Olímpico Maurício Silva


Inaugurada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS – Rio) dia, 29 de setembro de
2016, na Avenida Carlos Mattoso Corrêa, esquina com a Rua Célio Nascimento, em
Benfica, na Zona Norte.
Fotografia 1 - Equipes de Saúde da Família 2016.

Fonte: Relatório de gestão CAP 1.0, 2016.

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde: 9079939


Centro de Saúde / Unidade Básica
Avenida Carlos Matoso Correia (sem número), Benfica.
Rio de Janeiro, RJ – Brasil 20911390.
9

4. BREVE HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO DA LOCALIDADE/COMUNIDADE

Sua ocupação ocorre a partir do processo de decadência econômica do bairro


de Benfica, a política de remoção das favelas e o influxo de migrantes nordestinos a
partir da década de 60.
Benfica teve seu auge entre as décadas de 1940 a 1970, quando abrigou
várias indústrias de grande porte como a fábrica da Gillette, a fábrica de cigarros
Veados, a fábrica da IBM, a primeira fora dos EUA, a Cooperativa Central dos
Produtores de Leite (CCPL) e a fábrica de pneus Goodyear. Com a crise econômica
do período militar (1973), a economia local começa a declinar, culminando em um
processo de empobrecimento de seus habitantes.
Um segundo fato histórico é a política de remoção das favelas do Centro do
Rio de Janeiro, já que essa era a política dominante para as favelas em meados do
século XX. A remoção do Morro Santo Antônio, situado no centro da cidade, o qual
abrange parte da atual Avenida República do Chile, contribuiu para a formação do
atual Parque Arará. Na década de 1950, a maior parte do morro foi destruída para
fornecer material para a criação do Aterro do Flamengo.
Embora o desmonte do morro tenha acontecido apenas durante a década de
50, o planejamento para sua demolição já existia desde o princípio do século XX.
Consequentemente, o departamento de Polícia Especial, entre outras instituições,
foram realojados em Benfica. Várias famílias, portanto, migraram para o bairro e se
fixaram em uma área localizada atrás desse prédio da polícia dando origem à favela
Erédia de Sá. Esse caso de remoção é bastante específico porque não foi planejado
um destino para os moradores do morro Santo Antônio, que junto com o Morro da
Providência, foi o palco de nascimento das primeiras favelas cariocas.
O Parque Arará então não existia. Sua área se resumia a um terreno de
mangue cortado por um valão. A comunidade existente era o Parque Herédia de Sá,
ainda em estado inicial. Com a política maciça de industrialização, promovida pelo
governo nas décadas de 50 e 60, o Rio de Janeiro transformou-se em destino de
migrantes em busca de melhores condições de vida.
Começa a haver um crescimento populacional sem controle e as áreas foram
ocupadas por pessoas oriundas de outras regiões mais pobres do país,
principalmente nordestinos.
Estima-se que o surgimento da comunidade Parque Arará tenha ocorrido no
início da década de 1960, já que o ano de fundação de sua associação é 1966.
Diferentemente das outras áreas de ocupação irregular no Rio de janeiro, que
constroem nas encostas dos morros, a edificação do Parque Arará deu-se em área
plana do bairro de Benfica6.
Nas entrevistas realizadas no território, os moradores confirmaram as
informações e a contribuição de pessoas da localidade para o site.

6
Parque Arará. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. História.
10

5. CARACTERÍSTICA DA POPULAÇÃO
Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, com base em IBGE, Censo
Demográfico (2010).

População total: 8.780 habitantes

O gráfico 1 - ilustra a diferença populacional entre as comunidades.

Tabela 1 - Dados de analfabetismo entre pessoas com 15 anos de idade ou mais.

Total e Percentual de Pessoas Alfabetizadas e Não Alfabetizadas com 15


anos ou mais de idade segundo as comunidades do Complexo Vila Arará (Vila Arará,
Parque Herédia de Sá e Parque Horácio Cardoso Franco), R.A. São Cristóvão e
Município do Rio de Janeiro –2010.

Trata-se de uma informação extremamente relevante por ser um indicador de


desenvolvimento social importante para analistas e gestores públicos, pois indica um alto
grau de vulnerabilidade social6.
11

Quadro1 - Pirâmides etárias das comunidades do Complexo Vila Arará e da R.A.


São Cristóvão – 2010.

Pode-se perceber que a pirâmide etária do Complexo de Vila Arará se difere da pirâmide
etária referente à R.A. de São Cristóvão, pois há um afunilamento maior no topo da pirâmide,
o que indicava um padrão baixo de envelhecimento da população, diferente do que ocorre
na R.A., onde o topo da pirâmide era sutilmente mais largo6.
12

6. SANEAMENTO BÁSICO E COLETA DE LIXO

Mapa 2 - Percentual de Domicílios Particulares Permanentes com Acesso a


Abastecimento de Água Adequado.
Um setor na Vila Arará e o Parque Horácio Cardoso Franco apresentam
porcentagens menores.

Entende-se aqui como abastecimento de água adequado o número total de


domicílios cujos moradores declararam que suas residências estavam ligadas à rede
geral de água, enquanto que inadequado refere-se àqueles que responderam que
seus domicílios têm outras formas de abastecimento, por exemplo, proveniente de
poços, rios ou através de caminhões-pipa. Vale sublinhar que os dados censitários
referem-se apenas à cobertura de abastecimento de água6.
13

Mapa 3 - Percentual de Domicílios Particulares Permanentes com Acesso a


Esgotamento Adequado.
Cores mais escuras mostram em quais setores existiam os menores déficits.

Por sua vez, entende-se aqui como acesso a esgotamento sanitário


adequado, tanto os domicílios conectados à rede geral de esgoto ou à rede pluvial5
quanto aqueles em que os moradores alegaram estarem ligados a uma fossa
séptica para despejo.
A precariedade do acesso a esta infraestrutura, classificada aqui como
inadequada, é medida pela soma de outras formas de despejo que não sejam estas,
a saber, fossas rudimentares, valas, diretamente no mato ou encosta, etc. Os
domicílios cujos moradores responderam não possuírem banheiro também foram
considerados como uma classificação à parte6.
14

Mapa 4 - Percentual de Domicílios Particulares Permanentes com Acesso a Coleta


de Lixo Adequado.
Homogeneidade interna entre as três comunidades – Cobertura quase total do
serviço de coleta de lixo.

Os dados censitários relativos à existência ou não de coleta de lixo indicam a


cobertura deste serviço.
Considerou-se para classificar como cobertura adequada aqueles domicílios
cuja coleta é realizada, seja diretamente pelo serviço de coleta porta a porta ou
indiretamente através de caçambas colocadas pela Comlurb. Chamou-se esta
categoria de domicílios com destino de lixo adequado, ou seja, onde existe a coleta.
Por sua vez, considerou-se como inadequado aqueles domicílios cujos moradores
responderam que o destino do lixo é um terreno baldio, um logradouro, um curso
d´água ou queimado e enterrado em algum terreno, assim como qualquer outro tipo
de destino6.
15

7. CORPOS HÍDRICOS DO TERRITÓRIO

Corpos hídricos – áreas formadas por águas continentais e ambientes


estuarinos, lagoas, rios, canais, açudes e represas.
A Região Administrativa de São Cristóvão está situada entre as bacias do
Canal do Mangue e do Canal do Cunha, drenantes à Baía da Guanabara. A bacia
dos rios Joana, Trapicheiros e Maracanã deságuam no Canal do Mangue. A bacia
do rio Dom Carlos e as microbacias existentes na região de Benfica deságuam no
Canal do Cunha e no canal de Manguinhos, respectivamente7

Fonte: GOOGLE. Google Earth website. http://earth.google.com/, 2022.

CANAL DO CUNHA

CANAL DE MANGUINHOS

CANAL DE BENFICA (FECHADO)

7
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Secretaria Municipal de Urbanismo Instituto
Municipal de Urbanismo Pereira Passos. Plano de reabilitação integrada da região de São Cristóvão
Nº 20060302 IPP/DUR Março –2006.
16

8. USO DO SOLO

Fonte: GOOGLE. Google Earth website. http://earth.google.com/, 2022.

O território não possui: Áreas sujeitas à inundação, Afloramentos rochosos e


depósitos sedimentares, Cobertura arbórea e arbustiva, Cobertura gramíneo lenhosa,
Áreas agrícolas e Áreas de exploração mineral.

Fonte: GOOGLE. Google Earth website. http://earth.google.com/, 2022.

O uso do solo é caracterizado predominantemente como área urbana.


17

9. DADOS PLUVIOMÉTRICOS – SÉRIE HISTÓRICA.

Unidade de pluviosidade – milímetro (mm).

http://www.sistema-alerta-rio.com.br/documentos/relatorios-de-chuva/
http://alertario.rio.rj.gov.br/download/dados-pluviometricos/
18

10. LEVANTAMENTO DOS PONTOS CRÍTICOS PARA ALAGAMENTO

O objetivo do levantamento é obter informações para realizarmos uma


avaliação da vulnerabilidade e potencialidades da área crítica, que serão utilizadas
como subsídio no planejamento estratégico em processo participativo, para a
realização de ações futuras de prevenção para alagamentos.
O levantamento dos principais pontos críticos para alagamento foi viabilizado
através do acompanhamento e informações dos Agentes de Vigilância em Saúde e
Agentes Comunitários de Saúde da Unidade Básica de Saúde. Este,
complementado com as observações efetuadas no trabalho de campo e entrevistas
com comerciantes e moradores do território.
Através dos pontos críticos para alagamentos identificados e mapeados
elaborou-se o polígono abaixo, de nível A, que representa a abrangência da água
em eventos moderados, ou seja, os mais frequentes.

Os principais pontos críticos para alagamento identificados foram localizados


nos seguintes logradouros do território: Rua Carlos Matoso Corrêa, Rua Célio
Nascimento, Rua Ébano, Rua Balanita e Rua Couto de Magalhães.
19

Georreferenciamento dos equipamentos de interesse para os Fatores de Risco Não


Biológicos dentro e nos arredores do polígono. Raio de 1000m.

11. VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL


Fatores de Risco Não Biológico

Situações de risco ambiental para a saúde no território.


Alagamento nas ruas (pontos críticos)
Abandono de animais (felinos)
Desordem no descarte de resíduos sólidos
Omissão dos moradores quanto ao horário da Comlurb
Assoreamento de canais subterrâneos
Casas construídas abaixo do nível da rua
Descontrole urbanístico há décadas
20

ALAGAMENTO NO TERRITÓRIO.
Fotografia 2 - Alagamento no território Imagens cedidas pelos comerciantes da
localidade.

Condições de moradia do território.


Todas em bom estado, com exceção de algumas casas abandonadas construídas
abaixo do nível da rua, do alagamento que começa na Rua Couto Magalhães a partir
do número 750 até a empresa Rio Luz s/n.

Vulnerabilidades socioambientais do território.


Invasão do lado do prédio da empresa Rio Luz, quarteirão 38
Capacidade de vazão da água pelo local diminui
Ausência de atividades Físicas e esportivas
Ausência Academia Carioca
Associação não dispõe de cursos ou capacitações
Descarte irregular de resíduos sólidos ao longo das vias públicas
21

CANAL DO CUNHA
Fotografia 3 - Canal do Cunha.. Fonte: imagem feita pela equipe FRNB AP 1.

Potencialidade para parcerias e intervenções de promoção da saúde no território.

Comércio diversificado
Transporte para todas as localidades
Coleta de lixo regular
Escola Municipal Alice do Amaral Peixoto
Escola Municipal Cardeal Leme
Escola Municipal Dois de Julho
Escola Municipal Edmundo Bitencourt
Associação de Moradores Parque Herédia de Sá
Associação de Moradores Vila Arará
Projeto Araras
Projeto Esporte Presente (Manguinhos)
Projeto Guardiões do Rio.
22

12. EPIDEMIOLOGIA

Busca dos dados Epidemiológicos efetuada no setor de informações da


Divisão de Vigilância em Saúde da Coordenadoria Geral de Atenção Primária da AP
1.0. Rua Evaristo da Veiga 16, Centro.

Fonte: Divisão de Vigilância em Saúde CAP 1.0

A Epidemiologia é uma disciplina indispensável para a vigilância


ambiental em saúde. Esse tipo de vigilância necessita de um conjunto
de informações e ações que proporcionem o conhecimento, a
detecção e a prevenção de fatores determinantes e condicionantes do
ambiente e interfiram na saúde do homem, com a finalidade de
recomendar e adotar medidas de prevenção e controle das doenças e
agravos. Estas informações se referem aos fatores e condições de
risco existentes, as características especiais do ambiente que
interferem no padrão de saúde da população, as pessoas expostas, e
os efeitos adversos à saúde8.

Foram disponibilizadas as planilhas com informações referentes aos casos


atualizados até setembro de 2022.

8
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância ambiental em saúde:
textos de epidemiologia / Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2004.
23

13. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este documento, Relatório Vigidesastres, buscou em seu desenvolvimento,


apresentar o resultado do trabalho efetuado pela equipe de Fatores de Risco Não
Biológico, Vigilância em Saúde Ambiental, da Área de Planejamento 1.0, realizado
em Benfica, no Complexo Vila Arará, nas comunidades Vila Arará, Parque Herédia
de Sá e Parque Horácio Cardoso Franco, partindo de procedimentos e ações no
levantamento dos pontos críticos para alagamento, considerando as situações de
risco e vulnerabilidades do território, os efeitos sobre a população e as repercussões
nos serviços de saúde.

Em vista disto, para realizar o processo de trabalho, fizemos: entrevistas com


atores do território para conhecer a história de ocupação, problemas, necessidades,
anotações, imagens fotográficas, observação e diálogo com os moradores, mapas
para identificação e localização de grupos sociais, instituições, objetos da geografia
física, naturais, riscos, vulnerabilidades e equipamentos de interesse para os
Fatores de Risco Não Biológicos.

No que tange à caracterização do território e da população pesquisamos


dados demográficos, epidemiológicos e da estrutura sanitária: oferta de água, de
esgoto e coleta de lixo.

Cabe destacar que, a partir dos pontos críticos para alagamentos


identificados e mapeados foi elaborado um polígono de nível A, que representa a
abrangência da água em eventos moderados, ou seja, os mais frequentes. Polígono
este, georreferenciado com os equipamentos de interesse para os Fatores de Risco
Não Biológicos dentro e no seu entorno.

E por fim, consideramos que o relatório identificou e apresentou elementos


fundamentais, no sentido de contribuir para a construção coletiva de um
planejamento estratégico, plano e/ou projeto de intervenção com ações estruturadas
e articuladas entre os atores interessados na formulação de estratégias de
prevenção, redução de impacto, de risco, vulnerabilidades e ampliação das
potencialidades no território.
24

REFERÊNCIAS

1. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05.10.1988.


Brasília,1988.Disponívelem:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.

2. Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde. Saúde Ambiental


Vigidesastres. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/ptbr/composicao/svs/saudeambiental/vigidesastres.
Atualizado em 01/02/2022. .Acesso em: 07/2022.

3. MONKEN, M; BARCELLOS, C. Vigilância em saúde e território utilizado:


possibilidades teóricas e metodológicas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,
21(3): 898-906. mai-jun, 2005.

4. PREVOT Nascimento, Rejane; MOREIRA FILHO, Mancildo. AS


POTENCIALIDADES DO TERRITÓRIO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL:
UMA ANÁLISE DO AGLOMERADO DE TURISMO DE SANTA TERESA/RJ Turismo
– Visão e Ação, vol. 14, núm. 2, maio-agosto, 2012, pp.

5. Parque Arará. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. História.


Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Arará. Acessado em: 07/2022.

6. PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de


Urbanismo, Infraestrutura e Habitação. Instituto Municipal de Urbanismo Pereira
Passos. Programa de Urbanização de Assentamentos Populares – PROAP III. Data
de Publicação 02 de janeiro de 2020.

7. PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Secretaria Municipal de


Urbanismo Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos. Plano de
reabilitação integrada da região de São Cristóvão Nº 20060302 IPP/DUR Março –
2006.

8. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância


ambiental em saúde: textos de epidemiologia / Ministério da Saúde. Secretaria de
Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
25

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Mapa 1 - Localização e limite das comunidades do Complexo Vila Arará (Vila Arará,
Parque Herédia de Sá e Parque Horácio Cardoso Franco)………………………….....7

Fotografia 1 - Equipes de Saúde da Família. CF MO MS 2016………………………...8

Gráfico 1 - ilustra a diferença populacional entre as comunidades………………......10

Tabela 1 - Dados de analfabetismo entre pessoas com 15 anos de idade ou mais..10

Quadro 1 - Pirâmides etárias das comunidades do Complexo Vila Arará e da R.A.


São Cristóvão – 2010………………………………………………………………………11

Mapa 2 - Percentual de Domicílios Particulares Permanentes com Acesso a


Abastecimento de Água Adequado………………………………………………………12

Mapa 3 - Percentual de Domicílios Particulares Permanentes com Acesso a


Esgotamento Adequado…………………………………………………………………...13

Mapa 4 - Percentual de Domicílios Particulares Permanentes com Acesso a Coleta


de Lixo Adequado…………………………………………………………………………..14

Fotografia 2 - Alagamento no território. Imagens cedidas pelos comerciantes da


localidade……………………………………………………………………………………20

Fotografia 3 - Canal do Cunha.. Fonte: imagem feita pela equipe FRNB AP 1……..21
26

ESBOÇO PARA A PROPOSTA DO PLANO DE AÇÃO


PROJETO DE INTERVENÇÃO
27

QUAL O PROBLEMA? Alagamento

O processo de urbanização trouxe modificação das condições de absorção da água


do solo pela impermeabilização das ruas por meio da pavimentação asfáltica,
decorrente do uso e ocupação do solo por residências, edificações, praças, ruas, etc.
Assim, a captação das águas pluviais diminui consideravelmente, ocasionando um
aumento dos volumes de escoamento superficial.

Os alagamentos nas ruas ocorrem devido a fortes chuvas, somando-se a isso o


descarte irregular de resíduos sólidos, espalhados ao longo das vias, fora do horário
de coleta, bueiros entupidos, assoreamento dos canais, redes de esgoto e pluviais
interligadas, casas abaixo do nível da rua, descontrole habitacional, caçambas de
coleta em local inacessível,
Carlos Matoso Correa; Celio de Nascimento; Couto de Magalhães; Balamita e
Ébano.

COMO RESOLVER?

As medidas que trariam resolução para o problema que atinge a área supracitada
não são de fácil execução. Seria necessária obra de abertura de canal,
repavimentação de acordo com o nível das casas, tecnologias de captação de agua
além de manilhamento dos canais de esgoto, sendo então desligados da rede pluvial.
Entretanto, por resiliência, é possível realizar atividades em menor abrangência que
podem impactar na diminuição de riscos da população quanto aos problemas
gerados no alagamento.
Entre as ações humanamente executáveis estão: Ações educativas, Realização de
obra, limpeza e conservação das ruas, manilhas, bueiros e manutenção destes.

Reuniões com pais, responsáveis, alunos, docentes e demais prestadores de


serviço e servidores.
Ações educativas relacionadas ao cuidado com os canais que estão embaixo das
ruas pavimentadas. Estruturar as redes sociais da localidade quanto à necessidade
de incluir avisos e informações
28

Projeto Defesa Civil Nas Escolas, parceria entre as secretarias de Ordem Pública
(Seop) e de Educação (SME)
Palestras, panfletagem com folhetos informativos sobre abandono e castração de
animais (gatos)
Retorno da Radio Comunitária;
Cadastrar celulares dos moradores no serviço de alertas via SMS da Defesa Civil-
SMS para 40199
Exercício simulado de escape de alagamento com a Defesa Civil ou Associação das
Empresas de Campos Elíseos (ASSECAMPE);
Mutirão de limpeza de bueiros, desassoreamento do rio, limpeza de ralos e bocas-
de-lobo.
Incentivo a Reciclagem (Grupo Domingão - Unidade Benfica/RJ Av. Dom Hélder
Câmara, 38 - Benfica, tel.: (21) 96435-5838.
Apontar Abrigo e Ponto de apoio no Barreirão e no Vasquinho.

QUEM VAI PARTICIPAR?


Tais ações não podem ser executadas por 1 só ente, nem por pessoas não
competentes e responsáveis da área. É preciso buscar personagens locais e
parcerias potenciais para uma execução conjunta de ações que visem melhorar a
qualidade de vida da população residente. Entre elas, citamos:

Clinica da Família Medalhista Olímpico Mauricio Silva – Defesa Civil – 1ª CRE Rua
Edgard Gordilho, 63 – SMAC (Meio Ambiente da Cidade) - Comlurb –Guardiões do
Rio – AMPA (Associação de Moradores do Parque Arara) – Centro de Estudos da
Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (FIOCRUZ) – SECONSERVA (Secretaria
Municipal de Conservação) – Light (através de 1746) – Aguas do Rio ( 0800 195 0
195 – Whatsapp e telefone fixo ) - Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge
Vaitsman - Associação das Empresas de Campos Elíseos (ASSECAMPE) E Defesa
Civil Estadual (199)

QUAL O CRONOGRAMA?
A combinar com os parceiros
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ATORES LOCAIS
Associação de Moradores Herédia e Arará, UPA Manguinhos, Guardiães do Rio,
ONG’s.

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