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D2 PMSUS: Tem como proposta lidar com projetos e processos

OT3 - Redes de Atenção à Saúde complexos de gestão e atenção à saúde, onde há


➢ O que são as redes de atenção à saúde e qual sua interação de diferentes agentes e onde se manifesta
importância? uma crescente demanda por ampliação do acesso
➢ Cite os componentes do RAS e suas diretrizes. aos serviços públicos de saúde e por participação da
➢ Qual a importância da participação social para o sociedade civil organizada.
fortalecimento do RAS?
➢ De que modo os sistemas logísticos conectam os As RAS são sistematizadas para responder a
fluxos e contrafluxos nas redes de atenção à condições específicas de saúde, por meio de um ciclo
saúde? completo de atendimentos, que implica a
➢ Diferencie densidade tecnológica e complexidade. continuidade e a integralidade da atenção à saúde
➢ Quais são as linhas de cuidado existentes nos diferentes níveis: Atenção Primária, Secundária e
atualmente? Terciária.
➢ Diferencie o modelo hegemônico do RAS.
➢ O que é o CAPS e quais suas modalidades? Devem ter foco na população, de forma integral, por
meio de serviço contínuo de cuidados que visem
prioritariamente à promoção da saúde.
OT4 - Território e Territorialização
➢ Conceitue território e territorialização (espaço e OBS: complexidade X densidades tecnológicas:
lugar) e aponte os fatores que delimitam esses A densidade tecnológica e a complexidade
espaços. tecnológica são duas medidas diferentes usadas para
➢ Como são definidas as áreas, microáreas e avaliar a disponibilidade e o uso de recursos
macroáreas e quais as suas importâncias? tecnológicos em serviços de saúde.
➢ Quais critérios são utilizados para a criação de
território e para a classificação de áreas de A densidade tecnológica se refere à relação entre o
interesse social? número de equipamentos e procedimentos
➢ Quais são os elementos para o processo de tecnológicos disponíveis em uma determinada
territorialização? região ou unidade de saúde e a população atendida
➢ Quais são os determinantes sociais de saúde no por esses serviços - quantidade de recursos
território e no Brasil? disponíveis.
➢ O que é mapa falante? Quais seus componentes e
objetivos? A complexidade tecnológica se refere ao grau de
➢ Explique os conceitos de vulnerabilidade e risco sofisticação e especialização dos equipamentos e
no contexto do território. procedimentos tecnológicos utilizados em uma
➢ De que maneira conhecer a história do território determinada região ou unidade de saúde - grau de
pode influenciar o trabalho do PDS? sofisticação desses recursos.

Tipos de tecnologia:
OT5 - Família e Abordagem Familiar ➢ Tecnologia leve: é aquela que se baseia em ações
➢ Diferencie os subsistemas familiares (aponte as simples e de baixo custo, como ações de promoção
ferramentas). Cite os principais desafios para a da saúde e prevenção de doenças (associa as
intervenção familiar. relações de produção de vínculo, autonomização,
➢ Qual a diferença de um contexto familiar protetor acolhimento e gestão).
de um contexto de risco? ➢ Tecnologia leve-dura: é aquela que envolve
➢ Caracterizar a dinâmica familiar e descrever os procedimentos mais complexos, mas ainda assim
vínculos laterais e verticais. acessíveis e de baixo custo, como consultas
➢ Qual o conceito de ciclo de vida familiar? Aponte médicas e exames laboratoriais (seriam os
suas fases e descreva os tipos de família. saberes já estruturados, tais como a clínica
➢ Reflita sobre o conceito de modelo de atenção à médica, a clínica psicanalítica e a epidemiologia).
família no contexto da abordagem familiar. ➢ Tecnologia dura: é aquela que envolve
➢ Descreva, compare e diferencie genograma e procedimentos mais complexos e caros, como
ecomapa. cirurgias e internações hospitalares (quais sejam,
➢ Qual a importância da utilização do genograma e as máquinas, as normas e as estruturas
do ecomapa na abordagem familiar? organizacionais).
➢ Como o genograma pode negligenciar a
intervenção no surgimento de novos padrões de O uso adequado dessas diferentes tecnologias é
saúde na família? importante para garantir uma assistência mais
efetiva e resolutiva aos usuários do SUS, levando em
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE consideração as necessidades individuais de cada
O que são: paciente.
São arranjos organizativos de ações e serviços de
saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que Desenvolvimento do RAS::
integradas por meio de sistemas de apoio técnico, ➢ 1º momento (Concepção teórico-conceitual):
logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade iniciado em 2004, foi da construção de uma
do cuidado. proposta de RAS que, utilizando-se de
experiências internacionais mais maduras,
adequou-as à realidade de um sistema público riscos, os focos das intervenções do sistema de
universal, em um país federativo de dimensões atenção à saúde e os diferentes tipos de
continentais, de fortes desigualdades regionais e intervenções sanitárias, definido em função da
com sistema de cooperação entre União, estados e visão prevalecente da saúde, das situações
municípios. demográficas e epidemiológicas e dos
➢ 2º momento (Difusão da proposta): Foram determinantes sociais da saúde, vigentes em
realizadas diversas atividades para disseminar a determinado tempo e em determinada sociedade.
ideia das RAS, como seminários, oficinas e ➢ Para a implantação das RAS, é necessária uma
publicações. O objetivo era sensibilizar gestores, mudança no atual modelo de atenção hegemônico
profissionais de saúde e usuários sobre a no SUS.
importância da organização dos serviços em
redes integradas e coordenadas. Diretrizes:
➢ 3º momento (Institucionalização das RAS): Busca ➢ Regionalização e hierarquização.
de institucionalização das RAS como forma de ➢ Territorialização.
organização dos serviços de saúde no SUS, ➢ População adscrita.
realizada por meio de discussões do CONASS com ➢ Cuidado centrado na pessoa.
o Ministério da Saúde e com o Conselho Nacional ➢ Resolutividade.
de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) ➢ Longitudinalidade do cuidado.
para a construção de consenso sobre a proposta ➢ Coordenação do cuidado.
de RAS. Esse movimento culminou com a ➢ Ordenação da rede.
publicação da Portaria GM/MS n. 4.279 de 30 de ➢ Participação da comunidade.
dezembro de 2010 (BRASIL, 2010a), que
estabeleceu diretrizes para a organização da RAS Importância:
no âmbito do SUS. A implementação das RAS aponta para uma maior
➢ 4º momento (Implantação das RAS): Seguindo a eficácia na produção de saúde, melhoria na eficiência
estratégia adotada pelo Ministério da Saúde de da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e
implantar as Redes Temáticas nas regiões contribui para o avanço do processo de efetivação do
metropolitanas. Aqui, também, com a presença SUS.
importante do CONASS apoiando os estados nesse
processo. A transição entre o ideário de um sistema integrado
➢ 5º momento (Monitoramento da RAS): de saúde conformado em redes e a sua concretização
Instrumentos capazes de monitorar os processos passam pela construção permanente nos territórios,
de construção que estão se dando em vários que permita conhecer o real valor de uma proposta
estados e municípios brasileiros. de inovação na organização e na gestão do sistema
de saúde.
Componentes:
População e Região de Saúde Importância da Participação Popular:
➢ Para preservar, recuperar e melhorar a saúde das A participação popular faz-se importante pois
pessoas e da comunidade, as RAS devem ser contribui para o melhor funcionamento da saúde à
capazes de identificar claramente a população e a medida que possibilita a otimização do planejamento
área geográfica sob sua responsabilidade. das ações, promoção do autocuidado, fortalecimento
➢ A região de saúde deve ser bem definida, baseada dos princípios e diretrizes do SUS e outros.
em parâmetros espaciais e temporais que
permitam assegurar que as estruturas estejam Assim, temos a possibilidade de colocar em prática a
bem distribuídas territorialmente, garantindo o assistência de saúde de qualidade e promover uma
tempo/resposta necessário ao atendimento, vida coletiva saudável, procurando por fatores que
melhor proporção de estrutura/ população/ são essenciais para a saúde, bem como a forma de
território e viabilidade operacional sustentável. atuar sobre eles.

Estrutura Operacional Sistemas de Referência e Contrarreferência:


➢ A estrutura operacional das RAS é constituída Caracteriza-se por uma tentativa de organizar os
pelos diferentes pontos de atenção à saúde, ou serviços de forma a possibilitar o acesso pelas
seja, lugares institucionais onde se ofertam pessoas que procuram os serviços de saúde.
serviços de saúde e pelas ligações que os
comunicam. De acordo com tal sistema, o usuário atendido na
➢ Os componentes que estruturam as RAS incluem: unidade básica, quando necessário, é "referenciado"
Atenção Básica à Saúde; centros de comunicação; (encaminhado) para uma unidade de maior
pontos de atenção secundária e terciária; sistemas complexidade, a fim de receber o atendimento de que
de apoio; sistemas logísticos e sistema de necessita.
governança.
Quando finalizado o atendimento dessa necessidade
Modelo de Atenção à Saúde especializada, ele deve ser "contrarreferenciado", ou
➢ O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico seja, o profissional deve encaminhar o usuário para a
que organiza o funcionamento das RAS, unidade de origem para que a continuidade do
articulando, de forma singular, as relações entre a atendimento seja feita.
população e suas subpopulações estratificadas por
A referência e contrarreferência devem ser feitas em ➢ Tem como objetivo qualificar a assistência e
formulário próprio da instituição, preenchido pelo enfrentar a mortalidade materna, infantil e fetal;
profissional de nível superior responsável. ➢ Está vinculada ao programa federal denominado
Rede Cegonha, ao programa estadual Primeira
Esse sistema vem, então, para otimizar o Infância Melhor (PIM) e a outros financiamentos
funcionamento do sistema de saúde, proporcionando estaduais como: Ambulatório de Gestante de Alto
ao usuário adequado atendimento a partir do Risco (AGAR), Ambulatório de Egressos de UTI
conhecimento pregresso do seu estado de saúde e neonatal, incentivo estadual para atendimento de
tratamentos passados. Assim, um serviço de saúde alto risco e casa da gestante, entre outros.
informará ao outro a respeito dos procedimentos
realizados e as possíveis condutas a serem seguidas. Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE):
➢ Tem a finalidade de ampliar e qualificar o acesso
humanizado e integral aos usuários em situação
RAS X Modelo Hegemônico: de urgência e emergência de forma ágil e
oportuna.
➢ As prioridades dessa rede são as linhas de
cuidados cardiovasculares, cerebrovasculares e
traumatológicos
➢ A Rede está organizada em dois componentes: o
pré hospitalar (móvel e fixo) e o hospitalar.
➢ As diretrizes da RUE estão definidas na Portaria
GM/MS no 1.600/2011.

Rede de Atenção Psicossocial (RAPS):


➢ Criada pela Portaria GM/MS no 3.088/2011
➢ Tem o objetivo de acolher e acompanhar as
Modelo hegemônico: pessoas com sofrimento ou transtorno mental e
➢ Tem uma hierarquia com necessidades decorrentes do uso de álcool e
➢ Individualismo outras drogas no âmbito do SUS.
➢ Saúde e/ou doença como mercadoria
➢ Atende à demanda espontânea Rede de Atenção à Saúde de Pessoas com Doenças
➢ Ênfase em aspectos biomédicos Crônicas:
➢ Solução pontual dos problemas - condições ➢ São objetivos gerais dessa rede realizar a atenção
agudas integral à saúde das pessoas com
doenças/condições crônicas
RAS: ➢ Agem por meio da realização de ações e serviços
➢ Tem uma poliarquia de promoção e proteção da saúde, prevenção de
➢ Coordenada pela atenção primária agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação,
➢ Foco em condições crônicas redução de danos e manutenção da saúde.
➢ Atenção humanizada ➢ São exemplos: Serviços Assistenciais em
➢ rompimento da hegemonia do modelo Oncologia, Linha de Cuidado de Sobrepeso e
hegemônico Obesidade.
➢ Continuidade da atenção em todos os níveis do
sistema Redes de Cuidado à Pessoas com Deficiência (RCPD):
➢ Busca proporcionar atenção integral à saúde
dessa população, desde a APS até a reabilitação,
incluindo o fornecimento de órteses, próteses e
meios auxiliares de locomoção, quando
necessário.
➢ O objetivo é proteger a saúde e reabilitar as
pessoas com deficiência em relação a suas
capacidades funcionais (física, auditiva,
intelectual e visual).
➢ A criação da Política Nacional de Saúde da Pessoa
com Deficiência (Portaria MS/SAS no 1.060/2002)
oportunizou a implantação das Redes Estaduais
de Assistência à Pessoa com Deficiência, em
especial às ações de reabilitação, através de
legislações específicas para habilitação de
Serviços de Modalidade Única, ou seja, habilitados
Linhas de cuidado/ redes temáticas: para atender apenas uma área de deficiência:
Rede Cegonha: auditiva, física, intelectual ou visual.
➢ Rede de atenção à saúde materna e infantil;
➢ Visa garantir o fluxo adequado para o CAPS:
atendimento ao planejamento sexual e Os Centros de Atenção Psicossocial - Caps são
reprodutivo, pré-natal, parto e nascimento, serviços de saúde de caráter aberto e comunitário
puerpério e primeira infância;
voltados aos atendimentos de pessoas com cultural, que o caracteriza e se expressa num
sofrimento psíquico ou transtorno mental, incluindo território em permanente construção.
aquelas com necessidades decorrentes do uso de ➢ Com suas singularidades, é um espaço com
álcool, crack e outras substâncias, que se encontram limites que podem ser político-administrativos ou
em situações de crise ou em processos de de ação de um grupo de atores sociais.
reabilitação psicossocial. ➢ Internamente, é relativamente homogêneo,
identificado pela história de sua construção e,
Nos estabelecimentos atuam equipes sobretudo, é um local de poder, uma vez que nele
multiprofissionais, que empregam diferentes se exercitam e constroem os poderes de atuação
intervenções e estratégias de acolhimento, como do Estado, das organizações sociais e
psicoterapia, seguimento clínico em psiquiatria, institucionais e de sua população.
terapia ocupacional, reabilitação neuropsicológica,
oficinas terapêuticas, medicação assistida, Conceito de Territorialização:
atendimentos familiares e domiciliares, entre outros. ➢ Denominamos territorialização, em saúde, o
processo de reconhecimento do território.
Modalidades: ➢ Pode ser visto como uma prática, um modo de
➢ Caps 1 - atendimento a todas as faixas etárias, fazer, uma técnica que possibilita o
para transtornos mentais graves e persistentes, reconhecimento do ambiente, das condições de
inclusive pelo uso de substâncias psicoativas vida e da situação de saúde da população de
➢ Caps i (infantil) - atendimento a crianças e determinado território, assim como o acesso dessa
adolescentes, para transtornos mentais graves e população a ações e serviços de saúde,
persistentes, inclusive pelo uso de substâncias viabilizando o desenvolvimento de práticas de
psicoativas saúde voltadas à realidade cotidiana das pessoas.
➢ Caps AD (álcool e drogas) - atendimento a todas
faixas etárias, especializado em transtornos pelo
uso de álcool e outras drogas

TERRITÓRIO E TERRITORIALIZAÇÃO
Conceito de Território:
➢ Um espaço geográfico delimitado por divisões
administrativas, que hoje dão origem a bairros,
cidades, estados e países.
➢ Ao visualizar os mapas adiante, que ilustram a
organização do território brasileiro desde o
Período Colonial, observamos as modificações que
essa delimitação sofreu ao longo do tempo, fruto
de disputas de poder e posse das terras.
➢ O território, portanto, não se restringe às fronteiras
entre diferentes estados ou países, mas é
caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder,
correspondendo ao espaço geográfico socializado,
independentemente da extensão territorial. A territorialização da saúde é um processo que se
cumpre regularmente:
Ou seja, o conceito de território pode ser entendido ➢ na construção da integralidade;
como uma área geográfica delimitada e apropriada ➢ na humanização e na qualidade da atenção e da
por um grupo social, que estabelece relações de gestão em saúde;
poder e controle sobre aquele espaço. ➢ no sistema de serviços que acolhe o outro;
➢ na responsabilidade para com os impactos das
Território em Saúde: práticas adotadas;
➢ Lugar de entendimento do processo de ➢ na efetividade dos projetos terapêuticos e na
adoecimento, em que as representações sociais do afirmação da vida pelo desenvolvimento da
processo saúde-doença envolvem as relações autodeterminação dos sujeitos (usuários,
sociais e as significações culturais. população e profissionais de saúde).
➢ É o resultado de uma acumulação de situações
históricas, ambientais e sociais que promovem Portanto, essa territorialização não se restringe à
condições particulares para a produção de dimensão técnico-científica do diagnóstico e da
doenças. terapêutica ou do trabalho em saúde, mas se expande
➢ O território é o resultado de uma acumulação de à reorientação de saberes e práticas no campo da
situações históricas, ambientais e sociais que saúde, que envolve desterritorializar os atuais
promovem condições particulares para a saberes cristalizados e hegemônicos.
exposição a riscos e a fatores protetores
associados à produção de doenças. Critérios para criação do território:
➢ Muito mais que uma extensão geométrica, A criação de territórios e a classificação de áreas de
apresenta um perfil demográfico, epidemiológico, interesse social em saúde podem ser realizadas com
administrativo, tecnológico, político, social e base em diferentes critérios, dependendo do contexto
e dos objetivos específicos de cada projeto ou necessidades de saúde das populações e o
programa. desenvolvimento de ações mais específicas e
adequadas a cada território.
Algumas das abordagens mais utilizadas incluem:
➢ Características socioeconômicas da população: a Além disso, a ESF reconhece a importância da
definição de territórios e áreas de interesse social participação da comunidade na definição das áreas
em saúde pode levar em consideração indicadores de abrangência e na construção de estratégias de
como renda, escolaridade, acesso a serviços intervenção em saúde.
básicos e condições de habitação. Esses critérios
podem ser utilizados para identificar áreas com Recentes estudos têm destacado a importância da
maior vulnerabilidade social e necessidades de definição de áreas, microáreas e macroáreas em
intervenção em saúde mais urgentes. saúde como uma ferramenta para o fortalecimento
➢ Condições de saúde da população: a análise das da atenção básica e para a promoção da equidade em
condições de saúde da população, com base em saúde. Essa abordagem permite uma maior
indicadores como mortalidade, morbidade, integração entre os serviços de saúde e a
prevalência de doenças crônicas e fatores de risco, comunidade, com a identificação das demandas e
pode ser utilizada para identificar áreas com necessidades de saúde das populações mais
maior demanda por serviços de saúde e vulneráveis e a implementação de ações mais
intervenções preventivas. efetivas e direcionadas a cada território.
➢ Geografia e infraestrutura: a localização
geográfica das áreas e a disponibilidade de Critérios para a classificação das áreas de interesse
infraestrutura básica, como saneamento, social:
transporte e serviços de saúde, também podem A classificação de áreas de interesse social em saúde
ser consideradas na definição de territórios e pode ser utilizada para direcionar políticas públicas e
áreas de interesse social em saúde. investimentos em saúde para as áreas mais
➢ Participação da comunidade: a participação ativa vulneráveis e necessitadas.
da comunidade na definição dos territórios e áreas
de interesse social em saúde é uma abordagem A identificação dessas áreas pode ser realizada por
cada vez mais valorizada, uma vez que permite meio de ferramentas como o Sistema Nacional de
uma maior identificação das necessidades locais Cadastro de Endereços para Fins Estatísticos
e uma maior adesão das populações às (SNCFE), que permite a identificação de áreas com
intervenções em saúde. maior vulnerabilidade social e epidemiológica.

Áreas, microáreas e macroáreas: Elementos da territorialização:


Uma das principais referências para a definição de O processo de territorialização em saúde envolve
áreas, microáreas e macroáreas em saúde é a uma série de elementos que podem variar de acordo
Estratégia Saúde da Família (ESF), que é um modelo com o contexto local e as especificidades das
de atenção básica à saúde adotado no Brasil e em populações atendidas.
outros países.
Dentre os principais elementos envolvidos nesse
A ESF prevê a organização do sistema de saúde em processo, podemos destacar:
territórios delimitados, com o objetivo de promover a ➢ Identificação e caracterização da população: o
integralidade da atenção e o acesso universal aos primeiro passo para o processo de territorialização
serviços de saúde. em saúde é identificar e caracterizar a população
da área em questão, levando em consideração
De acordo com a ESF, as áreas de abrangência são aspectos demográficos, socioeconômicos e
definidas a partir da distribuição geográfica das culturais.
famílias e da população, levando em consideração ➢ Definição dos limites territoriais: a definição dos
critérios como a densidade populacional, as limites territoriais da área a ser trabalhada é
condições socioeconômicas e de saúde, e as fundamental para garantir que as intervenções
características epidemiológicas do território. em saúde sejam direcionadas de forma efetiva e
coerente com as necessidades locais. Isso pode
Cada área de abrangência é subdividida em envolver a definição de microáreas, áreas de
microáreas, que são definidas a partir de critérios abrangência de unidades de saúde ou áreas
como a proximidade física entre as famílias e a específicas de intervenção.
facilidade de acesso aos serviços de saúde. ➢ Mapeamento das demandas e recursos locais: é
importante mapear as demandas de saúde da
Já as macroáreas correspondem a uma região de população local e os recursos disponíveis na
saúde mais ampla, que pode abranger várias áreas de região, incluindo serviços de saúde, equipamentos
abrangência. públicos, organizações comunitárias e grupos de
apoio.
A definição dessas áreas, microáreas e macroáreas é ➢ Participação da comunidade: a participação ativa
importante porque permite uma melhor organização da comunidade no processo de territorialização
dos serviços de saúde, com a identificação das em saúde é essencial para garantir que as
intervenções sejam efetivas e adequadas às
necessidades locais. Isso pode envolver a
realização de diagnósticos participativos, reuniões descrever os elementos do território que consideram
comunitárias e outras formas de engajamento da importantes para sua saúde e bem-estar.
população.
➢ Definição de objetivos e estratégias de Os componentes do mapa falante incluem a seleção
intervenção: com base nas demandas e recursos do território a ser estudado, a definição do grupo de
identificados, é importante definir objetivos e moradores a ser entrevistado, a elaboração de um
estratégias de intervenção específicos para a área roteiro de perguntas e a construção de um mapa ou
em questão, levando em consideração as desenho que represente as percepções e experiências
particularidades locais e as necessidades da dos entrevistados sobre o território. A técnica
população. também pode incluir a realização de grupos focais e
➢ Monitoramento e avaliação: o processo de observação participante.
territorialização em saúde deve ser
constantemente monitorado e avaliado, a fim de O objetivo do mapa falante é:
garantir que as intervenções estejam sendo ➢ Permitir que as percepções e experiências dos
implementadas de forma adequada e gerando os moradores sobre as condições de saúde e vida em
resultados esperados. seu território sejam consideradas nas decisões
políticas e na formulação de políticas públicas em
Ferramentas de territorialização: saúde.
➢ Mapa Falante: é uma técnica que consiste em ➢ Identificar e priorizar intervenções de saúde em
mapear o território e identificar os principais nível local, como a promoção da saúde mental, a
problemas de saúde da população local, por meio prevenção de doenças crônicas, a melhoria do
de entrevistas com os moradores. acesso a serviços de saúde e a promoção de
➢ Diagnóstico Rápido Participativo (DRP): é uma hábitos saudáveis.
metodologia participativa que envolve a
comunidade na identificação dos problemas de Informações de saúde para a construção:
saúde e na elaboração de soluções para esses ➢ Indicadores de morbidade e mortalidade: Dados
problemas. sobre a ocorrência de doenças e agravos à saúde,
➢ Análise de Situação de Saúde (ASIS): é uma como taxas de incidência e prevalência de
ferramenta utilizada para analisar as condições doenças específicas, mortalidade por causas
de saúde da população local, considerando específicas, taxa de internações hospitalares,
aspectos como morbidade, mortalidade, perfil entre outros.
epidemiológico e fatores determinantes da saúde. ➢ Cobertura de serviços de saúde: Informações
➢ Sistema de Informação Geográfica (SIG): é um sobre a cobertura de serviços de saúde na região,
conjunto de ferramentas computacionais que como proporção da população atendida por
permitem a análise espacial dos dados em saúde, unidades básicas de saúde, proporção de
possibilitando a identificação das áreas mais gestantes com acesso ao pré-natal, cobertura
vulneráveis e a definição das prioridades em vacinal, entre outros.
termos de políticas públicas. ➢ Determinantes sociais da saúde: Dados sobre
➢ Observatório da Saúde: é um sistema que permite fatores sociais, econômicos e ambientais que
o monitoramento contínuo das condições de influenciam a saúde, como níveis de escolaridade,
saúde da população local, por meio da coleta e renda, saneamento básico, acesso à água potável,
análise sistemática dos dados em saúde. condições de moradia, entre outros.
➢ Levantamento de indicadores de saúde: Consiste ➢ Perfil demográfico: Informações sobre a estrutura
na coleta de dados sobre indicadores de saúde, demográfica da população, como faixa etária,
como cobertura de vacinação, taxa de mortalidade distribuição por gênero, densidade populacional,
infantil, proporção de gestantes com acesso ao migração, entre outros.
pré-natal, entre outros. Esses indicadores ajudam ➢ Acesso aos serviços de saúde: Dados sobre a
a avaliar o estado de saúde da população e proximidade e acesso aos serviços de saúde, como
identificar áreas prioritárias de intervenção. distância média até a unidade de saúde mais
➢ Análise de recursos e serviços de saúde: Consiste próxima, disponibilidade de transporte público,
na identificação e análise dos recursos acesso a serviços de emergência, entre outros.
disponíveis no território, como equipamentos de ➢ Fatores de risco e proteção: Informações sobre
saúde, profissionais de saúde, programas e comportamentos de risco à saúde, como
serviços existentes. Isso ajuda a compreender a tabagismo, consumo excessivo de álcool,
capacidade de resposta do sistema de saúde local sedentarismo, além de fatores de proteção, como
e identificar lacunas e necessidades de ampliação prática de atividade física, alimentação saudável,
ou reorganização dos serviços. uso de medidas preventivas, como uso de
preservativo e vacinação.
OBS: Mapa Falante ➢ Desigualdades em saúde: Dados sobre
É uma metodologia de pesquisa qualitativa que tem desigualdades sociais e de saúde, como diferenças
como objetivo mapear e analisar as percepções dos de acesso a serviços de saúde entre grupos
moradores de um determinado território sobre suas populacionais, disparidades em saúde entre áreas
condições de saúde e vida. A técnica é baseada em geográficas, entre outros.
entrevistas individuais ou em grupo, realizadas com
os moradores, que são incentivados a identificar e Levantamento de dados no território:
Dados demográficos:
➢ População total e distribuição por faixa etária e indesejado ocorrer e às consequências associadas a
gênero. ele.
➢ Taxa de natalidade e mortalidade.
➢ Taxa de migração. O risco é avaliado pela combinação da probabilidade
➢ Composição étnica ou racial. de ocorrência do evento e da magnitude do dano.
Essa avaliação de risco pode ser aplicada a diferentes
Dados geográficos: situações, como desastres naturais, doenças,
➢ Delimitação e extensão territorial da área de acidentes, entre outros.
abrangência da UBS.
➢ Características geográficas, como topografia, A compreensão do risco ajuda a identificar medidas
hidrografia e vegetação. preventivas e mitigadoras para reduzir a
➢ Localização e acessibilidade da UBS em relação à probabilidade de ocorrência de danos.
comunidade.
Ou seja, a vulnerabilidade refere-se à condição de
Dados epidemiológicos: suscetibilidade de indivíduos ou grupos a danos ou
➢ Principais doenças e agravos à saúde na região. adversidades, enquanto o risco diz respeito à
➢ Taxas de incidência e prevalência de doenças probabilidade de ocorrência de um evento adverso e
específicas. às suas consequências.
➢ Indicadores de saúde materno-infantil, como taxa
de mortalidade infantil e cobertura de pré-natal. Na Estratégia de Saúde da Família (ESF) são
➢ Taxas de morbidade e mortalidade por causas consideradas como de risco as áreas em que os
específicas. moradores, de maneira geral, têm seus níveis de
saúde inferiores aos do restante da população do
Condições de vida: território, apresentam mais chances de adoecer ou,
➢ Nível socioeconômico da população, como renda e ainda, quando têm a mesma doença que pessoas de
escolaridade. outro local, desenvolvem-na em maior gravidade ou
➢ Acesso a serviços básicos, como saneamento com maiores complicações.
básico, água potável, energia elétrica.
➢ Condições de moradia, como densidade São consideradas condições que definem uma área
populacional, qualidade das habitações, como sendo de risco são: acesso precário a bens e
saneamento do ambiente. serviços (tratamento da água, tratamento de esgoto,
coleta de lixo, escola, transporte coletivo etc.);
Determinantes sociais de saúde: poluição; violência; consumo de drogas; desemprego
Os determinantes sociais da saúde estão e analfabetismo.
relacionados às condições em que uma pessoa vive e
trabalha. Também podem ser considerados os fatores De que maneira conhecer a história do território pode
sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, influenciar no trabalho do PDS:
psicológicos e comportamentais que influenciam a Conhecer a história de um território pode ser
ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco à fundamental para a atuação do profissional da saúde,
população, tais como moradia, alimentação, uma vez que essa compreensão permite entender as
escolaridade, renda e emprego. questões sociais, políticas e econômicas que
influenciam a saúde da população local.
Não podem ser avaliados somente pelas doenças
geradas, pois vão além, influenciando todas as Além disso, o conhecimento histórico pode ajudar a
dimensões do processo de saúde das populações, identificar padrões e tendências de saúde, bem como
tanto do ponto de vista do indivíduo, quanto da a entender a origem de problemas de saúde e suas
coletividade na qual ele se insere. relações com determinantes sociais.

Vulnerabilidade e Risco: De acordo com a literatura, a história de um território


A vulnerabilidade refere-se à suscetibilidade de pode influenciar o trabalho do profissional da saúde
indivíduos ou grupos a sofrerem danos, impactos de diversas maneiras, entre elas:
negativos ou adversidades. É uma condição que pode ➢ Compreender a origem e o desenvolvimento de
ser influenciada por uma série de fatores, como problemas de saúde: ao conhecer a história de um
características individuais, sociais, econômicas e território, é possível entender como os problemas
ambientais, e que pode variar ao longo do tempo e de saúde surgiram e se desenvolveram ao longo
entre diferentes grupos. do tempo. Por exemplo, a história da urbanização
de uma região pode explicar a concentração de
Alguns exemplos de vulnerabilidades incluem a falta determinados problemas de saúde, como doenças
de acesso a serviços de saúde, a pobreza, a respiratórias, causadas pela poluição.
discriminação social, a falta de educação, a ➢ Identificar e entender as desigualdades sociais: A
fragilidade física ou emocional, entre outros. história de um território pode explicar a origem de
desigualdades sociais que afetam a saúde da
O risco é a probabilidade de ocorrência de um evento população local. Por exemplo, a segregação racial
adverso ou dano em uma determinada situação. Ele e socioeconômica pode influenciar o acesso a
está relacionado à possibilidade de um evento serviços de saúde e a condições de vida, e
compreender a história dessas desigualdades
pode ajudar a desenvolver intervenções mais ➢ Parental: derivado do subsistema conjugal, que
eficazes. surge a partir da chegada do primeiro filho e as
➢ Contextualizar a realidade local: Conhecer a consequentes incorporações de papéis de pai e
história de um território pode ajudar a mãe. Estes papéis estão ligados à identidade
contextualizar a realidade local e entender as pessoal, social e psicossocial de cada indivíduo.
características culturais, políticas e econômicas ➢ Filial: formado pelos filhos,ou por aqueles que têm
que influenciam a saúde da população. Isso pode o subsistema parental como referência. Envolve o
ser especialmente importante em regiões com desenvolvimento da capacidade de negociação, de
populações tradicionais, como comunidades cooperação , e também o entendimento da relação
quilombolas e indígenas. com figuras de autoridade.
➢ Fraternal: este subsistema passa a existir quando
ABORDAGEM FAMILIAR: há uma irmandade, ou seja, caracteriza-se pelo
Família: nascimento ou adoção de um ou mais irmãos.
A família constitui um sistema aberto, dinâmico e Este subsistema permite que as crianças
complexo, cujos membros pertencem a um mesmo socializem e aprendam umas com as outras.
contexto social e dele compartilham. É o lugar do
reconhecimento da diferença e o aprendizado quanto
ao unir-se e separar-se; é a sede das primeiras trocas Ciclo vital familiar:
afetivo-emocionais e da construção da identidade Representa as várias etapas pelas quais as famílias
passam e os desafios/tarefas a cumprir em cada uma
Tipos de família: delas, desde a sua constituição em uma geração até a
➢ Nuclear: Formada por pais e filhos (até o morte dos indivíduos que a iniciaram.
casamento e constituição de nova família) ou
novos casais. O estudo do ciclo vital permite que o profissional da
➢ Extensiva: Formada por mais de uma geração, AD (Atenção Domiciliar) perceba os entraves pelos
podendo ter vínculos colaterais quais a família está atravessando, seja por uma crise
➢ Unitária: Pessoa que vive sozinha e não tem laços previsível ou não.
familiares.
➢ Monoparental: Constituída por um dos pais São consideradas fases do ciclo de vida familiar ou
biológicos e os filhos (independente dos vínculos ciclos convencionais da vida familiar:
externos ao núcleo) ➢ Adultos jovens independentes
➢ Homoafetiva: Família nuclear composta por casal ➢ Casamento
homoafetivo. ➢ Nascimento do primeiro filho
➢ Reconstituída: Família que passou a ter nova ➢ Famílias com filhos pequenos
configuração após ruptura anterior, como em caso ➢ Famílias com filhos adolescentes
de segundo casamento. ➢ Ninho vazio: a saída dos filhos
➢ Instituição: Instituto que possui a função de criar e ➢ Aposentadoria
desenvolver afetivamente a criança/adolescente ➢ Famílias no estágio tardio: a velhice
ou ser o lar do idoso. ➢ Família composta de jovem adulto
➢ Famílias com constituição funcional: Pessoas que
moram juntas e desempenham funções parentais Abordagem Familiar:
em relação à criança ou adolescente. É uma das bases da ESF, objetivo de promover a
saúde e prevenir doenças.
Subsistemas familiares:
O sistema familiar pode ser compreendido como um É baseada em uma perspectiva holística, que
grupo de pessoas que interagem a partir de vínculos considera as relações e dinâmicas familiares em sua
afetivos, consanguíneos, políticos, entre outros, que complexidade, entendendo o contexto dos indivíduos
estabelecem uma rede infinita de comunicação e a fim de intervir de forma mais efetiva nos
mútua influência. problemas de saúde.

Os subsistemas familiares podem ser compreendidos A prática do cuidado familiar ampliado, efetivada por
como um reagrupamento de membros do sistema meio do conhecimento da estrutura e da
geral, no qual é estabelecida uma intercomunicação funcionalidade das famílias, visa a propor
diferente daquela utilizada no sistema principal. intervenções que influenciam os processos de
saúde-doença dos indivíduos, das famílias e da
Nesse reagrupamento, as díades ou os grupos se própria comunidade.
organizam segundo distintas variáveis, tais como
geração, sexo, papel ou função, interesses comuns, O trabalho interdisciplinar e em equipe propõe a
entre outros. integração das áreas técnicas e profissionais de
diferentes formações em torno das necessidades do
➢ Conjugal: formado por duas pessoas adultas paciente, família e comunidade.
unidas entre si por laços afetivos e tem como A promoção e desenvolvimento de ações
característica principal a constituição de um par intersetoriais buscam parcerias e integram projetos
que se une com a finalidade de constituir seu sociais e setores afins, voltados para a promoção da
próprio sistema familiar saúde e o controle de fatores de risco que interferem
nas condições de saúde de pessoas, famílias e
comunidades, de acordo com prioridades e sob a ➢ Idade ou ano de nascimento.
coordenação da gestão municipal. ➢ Mortes, incluindo idade ou data em que ocorreu e
a causa.
Em algumas situações especiais se torna de elevada ➢ Doenças ou problemas significativos.
importância a abordagem familiar, entre elas: ➢ Indicação dos membros que vivem juntos na
➢ Ausência ou diminuição da autonomia do mesma casa.
paciente (crianças, idosos e pacientes ➢ Datas de casamentos e divórcios.
dependentes para o cuidado) ➢ Lista de primeiros nascimentos de cada família à
➢ Ambivalência do afeto: maternagem imaginária e esquerda, com irmãos relacionados
maternagem ambiente, quando o filho não é o sequencialmente à direita.
idealizado. Por exemplo, nos casos de crianças ➢ Um código explicando todos os símbolos
com necessidades especiais ou filhos com desvios utilizados.
importantes de conduta. ➢ Símbolos selecionados por sua simplicidade e
➢ De acordo com a importância dos papéis visibilidade máxima.
individuais dos membros da família no ➢ Relações familiares.
comportamento cooperativo (por ex: quem
compra a comida e quem prepara as refeições) Ecomapa:
➢ Quando a família exerce uma influência O ecomapa é um diagrama das relações entre a
normativa no paciente (que pode ser positiva ou família e a comunidade e ajuda a avaliar os apoios e
negativa em termos de cooperação). suportes disponíveis e sua utilização pela família.
➢ Casos de doenças crônicas, genéticas, agudas
sérias, terminais, psiquiátricas maiores. Deve ser utilizado principalmente quando uma
➢ Nos casos de crises do ciclo de vida família que tem poucas conexões com a comunidade
e entre seus membros necessita de maior
Para trabalharmos com as famílias temos que investimento da equipe para melhorar seu bem estar.
conhecê-las e a partir daí traçar um plano de
cuidados. Para facilitar este processo utilizamos ao Semelhante a um genograma da família nuclear
longo do tempo uma série de estratégias, como a estudada, também inclui várias informações acerca
coleta de um bom histórico familiar. Mas além da das relações da família com o ambiente externo,
história, podemos utilizar uma série de ferramentas como por exemplo:
específicas para como o genograma, o ciclo de vida, o ➢ A vizinhança (a área física onde a casa está
ecomapa, o APGAR familiar, o practice, o firo e a instalada);
conferência familiar. ➢ Serviços da comunidade (médicos, de saúde
mental, toxicodependência, violência doméstica,
Genograma: comissão de menores, etc.);
É a representação gráfica da família, agrupando num ➢ Grupos sociais (igreja; grupos cívicos, grupos
mesmo esquema, os membros dessa família, as sociais, comissão de pais, comissão de bairro;
relações que os unem, a qualidade da relação e as grupos de convívio: jogo de cartas, caminhadas,
informações médicas e psicossociais que se ligam. etc.);
➢ Educação;
Permite assim uma visualização do processo de ➢ Relações pessoais significativas (amigos,
adoecer, facilitando o plano terapêutico e permitindo vizinhos, família mais afastada, etc.);
à família uma melhor compreensão sobre o ➢ Trabalho;
desenvolvimento de suas patologias. ➢ Outras (específicas da família e da área em que
habita).
É um método indicado para avaliação de risco,
prevenção, problemas diferenciados e avaliação do A partir dos levantamentos, passa-se aos demais
problema familiar. O instrumento, também pode ser passos da metodologia de assistência: identificação
usado como fator educativo, permitindo ao paciente e dos problemas, diagnóstico, discussão das
sua família ter a noção das repetições dos processos estratégias de intervenção, objetivos a serem
que vêm ocorrendo e em como estes se repetem. atingidos, implementação e avaliação de resultados.

O genograma possui dois elementos principais: Genograma X Ecomapa:


➢ Estrutural, composto por dados como nome, idade, A principal diferença entre o genograma e o ecomapa
profissão, situação laboral, mortes na família está na ênfase que cada um dá a diferentes aspectos
citando datas e causas, doenças, cuidador da vida de uma pessoa ou família.
principal e informante (assinalado);
➢ Funcional, que complementa as informações O genograma se concentra nas relações familiares,
mostrando a interação entre os membros da traços hereditários e eventos significativos,
família e dando uma visão dinâmica ao fornecendo uma visão mais ampla da história e
instrumento. estrutura familiar.

O genograma deve conter minimamente as seguintes Já o ecomapa foca no ambiente social e físico,
informações: destacando como o contexto influencia o
➢ Três ou mais gerações. funcionamento familiar e identificando recursos e
➢ Nomes de todos os membros. desafios externos.
Enquanto o genograma é usado principalmente em
contextos clínicos e de pesquisa relacionados à
família, o ecomapa tem uma aplicação mais ampla,
sendo utilizado em assistência social, trabalho
comunitário e intervenções em nível de sistema.
Ambas as ferramentas são complementares e podem
ser usadas em conjunto para obter uma compreensão
mais abrangente da pessoa ou família em questão.

Contexto familiar protetor X de risco:


Um contexto familiar protetor refere-se a um
ambiente familiar que oferece suporte emocional,
estabilidade, segurança e recursos adequados para o
desenvolvimento saudável de seus membros,
especialmente das crianças.

Esse tipo de ambiente é caracterizado por


relacionamentos afetuosos, comunicação aberta,
apoio emocional, regras consistentes, disciplina justa
e oportunidades de aprendizado e crescimento.

Por outro lado, um contexto de risco familiar é um


ambiente familiar que apresenta fatores que podem
prejudicar o bem-estar e o desenvolvimento saudável
dos seus membros.

Esses fatores de risco podem incluir negligência,


abuso físico, emocional ou sexual, instabilidade
econômica, conflitos familiares intensos, falta de
apoio emocional, ausência de regras claras e
coerentes, problemas de saúde mental ou abuso de
substâncias.

As consequências de um contexto de risco familiar


podem ser significativas, especialmente para as
crianças. Elas podem experimentar dificuldades
emocionais, problemas de saúde mental, baixo
desempenho acadêmico, comportamento desafiador,
envolvimento em comportamentos de risco, entre
outros desafios.

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