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Tipos de tecnologia:
OT5 - Família e Abordagem Familiar ➢ Tecnologia leve: é aquela que se baseia em ações
➢ Diferencie os subsistemas familiares (aponte as simples e de baixo custo, como ações de promoção
ferramentas). Cite os principais desafios para a da saúde e prevenção de doenças (associa as
intervenção familiar. relações de produção de vínculo, autonomização,
➢ Qual a diferença de um contexto familiar protetor acolhimento e gestão).
de um contexto de risco? ➢ Tecnologia leve-dura: é aquela que envolve
➢ Caracterizar a dinâmica familiar e descrever os procedimentos mais complexos, mas ainda assim
vínculos laterais e verticais. acessíveis e de baixo custo, como consultas
➢ Qual o conceito de ciclo de vida familiar? Aponte médicas e exames laboratoriais (seriam os
suas fases e descreva os tipos de família. saberes já estruturados, tais como a clínica
➢ Reflita sobre o conceito de modelo de atenção à médica, a clínica psicanalítica e a epidemiologia).
família no contexto da abordagem familiar. ➢ Tecnologia dura: é aquela que envolve
➢ Descreva, compare e diferencie genograma e procedimentos mais complexos e caros, como
ecomapa. cirurgias e internações hospitalares (quais sejam,
➢ Qual a importância da utilização do genograma e as máquinas, as normas e as estruturas
do ecomapa na abordagem familiar? organizacionais).
➢ Como o genograma pode negligenciar a
intervenção no surgimento de novos padrões de O uso adequado dessas diferentes tecnologias é
saúde na família? importante para garantir uma assistência mais
efetiva e resolutiva aos usuários do SUS, levando em
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE consideração as necessidades individuais de cada
O que são: paciente.
São arranjos organizativos de ações e serviços de
saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que Desenvolvimento do RAS::
integradas por meio de sistemas de apoio técnico, ➢ 1º momento (Concepção teórico-conceitual):
logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade iniciado em 2004, foi da construção de uma
do cuidado. proposta de RAS que, utilizando-se de
experiências internacionais mais maduras,
adequou-as à realidade de um sistema público riscos, os focos das intervenções do sistema de
universal, em um país federativo de dimensões atenção à saúde e os diferentes tipos de
continentais, de fortes desigualdades regionais e intervenções sanitárias, definido em função da
com sistema de cooperação entre União, estados e visão prevalecente da saúde, das situações
municípios. demográficas e epidemiológicas e dos
➢ 2º momento (Difusão da proposta): Foram determinantes sociais da saúde, vigentes em
realizadas diversas atividades para disseminar a determinado tempo e em determinada sociedade.
ideia das RAS, como seminários, oficinas e ➢ Para a implantação das RAS, é necessária uma
publicações. O objetivo era sensibilizar gestores, mudança no atual modelo de atenção hegemônico
profissionais de saúde e usuários sobre a no SUS.
importância da organização dos serviços em
redes integradas e coordenadas. Diretrizes:
➢ 3º momento (Institucionalização das RAS): Busca ➢ Regionalização e hierarquização.
de institucionalização das RAS como forma de ➢ Territorialização.
organização dos serviços de saúde no SUS, ➢ População adscrita.
realizada por meio de discussões do CONASS com ➢ Cuidado centrado na pessoa.
o Ministério da Saúde e com o Conselho Nacional ➢ Resolutividade.
de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) ➢ Longitudinalidade do cuidado.
para a construção de consenso sobre a proposta ➢ Coordenação do cuidado.
de RAS. Esse movimento culminou com a ➢ Ordenação da rede.
publicação da Portaria GM/MS n. 4.279 de 30 de ➢ Participação da comunidade.
dezembro de 2010 (BRASIL, 2010a), que
estabeleceu diretrizes para a organização da RAS Importância:
no âmbito do SUS. A implementação das RAS aponta para uma maior
➢ 4º momento (Implantação das RAS): Seguindo a eficácia na produção de saúde, melhoria na eficiência
estratégia adotada pelo Ministério da Saúde de da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e
implantar as Redes Temáticas nas regiões contribui para o avanço do processo de efetivação do
metropolitanas. Aqui, também, com a presença SUS.
importante do CONASS apoiando os estados nesse
processo. A transição entre o ideário de um sistema integrado
➢ 5º momento (Monitoramento da RAS): de saúde conformado em redes e a sua concretização
Instrumentos capazes de monitorar os processos passam pela construção permanente nos territórios,
de construção que estão se dando em vários que permita conhecer o real valor de uma proposta
estados e municípios brasileiros. de inovação na organização e na gestão do sistema
de saúde.
Componentes:
População e Região de Saúde Importância da Participação Popular:
➢ Para preservar, recuperar e melhorar a saúde das A participação popular faz-se importante pois
pessoas e da comunidade, as RAS devem ser contribui para o melhor funcionamento da saúde à
capazes de identificar claramente a população e a medida que possibilita a otimização do planejamento
área geográfica sob sua responsabilidade. das ações, promoção do autocuidado, fortalecimento
➢ A região de saúde deve ser bem definida, baseada dos princípios e diretrizes do SUS e outros.
em parâmetros espaciais e temporais que
permitam assegurar que as estruturas estejam Assim, temos a possibilidade de colocar em prática a
bem distribuídas territorialmente, garantindo o assistência de saúde de qualidade e promover uma
tempo/resposta necessário ao atendimento, vida coletiva saudável, procurando por fatores que
melhor proporção de estrutura/ população/ são essenciais para a saúde, bem como a forma de
território e viabilidade operacional sustentável. atuar sobre eles.
TERRITÓRIO E TERRITORIALIZAÇÃO
Conceito de Território:
➢ Um espaço geográfico delimitado por divisões
administrativas, que hoje dão origem a bairros,
cidades, estados e países.
➢ Ao visualizar os mapas adiante, que ilustram a
organização do território brasileiro desde o
Período Colonial, observamos as modificações que
essa delimitação sofreu ao longo do tempo, fruto
de disputas de poder e posse das terras.
➢ O território, portanto, não se restringe às fronteiras
entre diferentes estados ou países, mas é
caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder,
correspondendo ao espaço geográfico socializado,
independentemente da extensão territorial. A territorialização da saúde é um processo que se
cumpre regularmente:
Ou seja, o conceito de território pode ser entendido ➢ na construção da integralidade;
como uma área geográfica delimitada e apropriada ➢ na humanização e na qualidade da atenção e da
por um grupo social, que estabelece relações de gestão em saúde;
poder e controle sobre aquele espaço. ➢ no sistema de serviços que acolhe o outro;
➢ na responsabilidade para com os impactos das
Território em Saúde: práticas adotadas;
➢ Lugar de entendimento do processo de ➢ na efetividade dos projetos terapêuticos e na
adoecimento, em que as representações sociais do afirmação da vida pelo desenvolvimento da
processo saúde-doença envolvem as relações autodeterminação dos sujeitos (usuários,
sociais e as significações culturais. população e profissionais de saúde).
➢ É o resultado de uma acumulação de situações
históricas, ambientais e sociais que promovem Portanto, essa territorialização não se restringe à
condições particulares para a produção de dimensão técnico-científica do diagnóstico e da
doenças. terapêutica ou do trabalho em saúde, mas se expande
➢ O território é o resultado de uma acumulação de à reorientação de saberes e práticas no campo da
situações históricas, ambientais e sociais que saúde, que envolve desterritorializar os atuais
promovem condições particulares para a saberes cristalizados e hegemônicos.
exposição a riscos e a fatores protetores
associados à produção de doenças. Critérios para criação do território:
➢ Muito mais que uma extensão geométrica, A criação de territórios e a classificação de áreas de
apresenta um perfil demográfico, epidemiológico, interesse social em saúde podem ser realizadas com
administrativo, tecnológico, político, social e base em diferentes critérios, dependendo do contexto
e dos objetivos específicos de cada projeto ou necessidades de saúde das populações e o
programa. desenvolvimento de ações mais específicas e
adequadas a cada território.
Algumas das abordagens mais utilizadas incluem:
➢ Características socioeconômicas da população: a Além disso, a ESF reconhece a importância da
definição de territórios e áreas de interesse social participação da comunidade na definição das áreas
em saúde pode levar em consideração indicadores de abrangência e na construção de estratégias de
como renda, escolaridade, acesso a serviços intervenção em saúde.
básicos e condições de habitação. Esses critérios
podem ser utilizados para identificar áreas com Recentes estudos têm destacado a importância da
maior vulnerabilidade social e necessidades de definição de áreas, microáreas e macroáreas em
intervenção em saúde mais urgentes. saúde como uma ferramenta para o fortalecimento
➢ Condições de saúde da população: a análise das da atenção básica e para a promoção da equidade em
condições de saúde da população, com base em saúde. Essa abordagem permite uma maior
indicadores como mortalidade, morbidade, integração entre os serviços de saúde e a
prevalência de doenças crônicas e fatores de risco, comunidade, com a identificação das demandas e
pode ser utilizada para identificar áreas com necessidades de saúde das populações mais
maior demanda por serviços de saúde e vulneráveis e a implementação de ações mais
intervenções preventivas. efetivas e direcionadas a cada território.
➢ Geografia e infraestrutura: a localização
geográfica das áreas e a disponibilidade de Critérios para a classificação das áreas de interesse
infraestrutura básica, como saneamento, social:
transporte e serviços de saúde, também podem A classificação de áreas de interesse social em saúde
ser consideradas na definição de territórios e pode ser utilizada para direcionar políticas públicas e
áreas de interesse social em saúde. investimentos em saúde para as áreas mais
➢ Participação da comunidade: a participação ativa vulneráveis e necessitadas.
da comunidade na definição dos territórios e áreas
de interesse social em saúde é uma abordagem A identificação dessas áreas pode ser realizada por
cada vez mais valorizada, uma vez que permite meio de ferramentas como o Sistema Nacional de
uma maior identificação das necessidades locais Cadastro de Endereços para Fins Estatísticos
e uma maior adesão das populações às (SNCFE), que permite a identificação de áreas com
intervenções em saúde. maior vulnerabilidade social e epidemiológica.
Os subsistemas familiares podem ser compreendidos A prática do cuidado familiar ampliado, efetivada por
como um reagrupamento de membros do sistema meio do conhecimento da estrutura e da
geral, no qual é estabelecida uma intercomunicação funcionalidade das famílias, visa a propor
diferente daquela utilizada no sistema principal. intervenções que influenciam os processos de
saúde-doença dos indivíduos, das famílias e da
Nesse reagrupamento, as díades ou os grupos se própria comunidade.
organizam segundo distintas variáveis, tais como
geração, sexo, papel ou função, interesses comuns, O trabalho interdisciplinar e em equipe propõe a
entre outros. integração das áreas técnicas e profissionais de
diferentes formações em torno das necessidades do
➢ Conjugal: formado por duas pessoas adultas paciente, família e comunidade.
unidas entre si por laços afetivos e tem como A promoção e desenvolvimento de ações
característica principal a constituição de um par intersetoriais buscam parcerias e integram projetos
que se une com a finalidade de constituir seu sociais e setores afins, voltados para a promoção da
próprio sistema familiar saúde e o controle de fatores de risco que interferem
nas condições de saúde de pessoas, famílias e
comunidades, de acordo com prioridades e sob a ➢ Idade ou ano de nascimento.
coordenação da gestão municipal. ➢ Mortes, incluindo idade ou data em que ocorreu e
a causa.
Em algumas situações especiais se torna de elevada ➢ Doenças ou problemas significativos.
importância a abordagem familiar, entre elas: ➢ Indicação dos membros que vivem juntos na
➢ Ausência ou diminuição da autonomia do mesma casa.
paciente (crianças, idosos e pacientes ➢ Datas de casamentos e divórcios.
dependentes para o cuidado) ➢ Lista de primeiros nascimentos de cada família à
➢ Ambivalência do afeto: maternagem imaginária e esquerda, com irmãos relacionados
maternagem ambiente, quando o filho não é o sequencialmente à direita.
idealizado. Por exemplo, nos casos de crianças ➢ Um código explicando todos os símbolos
com necessidades especiais ou filhos com desvios utilizados.
importantes de conduta. ➢ Símbolos selecionados por sua simplicidade e
➢ De acordo com a importância dos papéis visibilidade máxima.
individuais dos membros da família no ➢ Relações familiares.
comportamento cooperativo (por ex: quem
compra a comida e quem prepara as refeições) Ecomapa:
➢ Quando a família exerce uma influência O ecomapa é um diagrama das relações entre a
normativa no paciente (que pode ser positiva ou família e a comunidade e ajuda a avaliar os apoios e
negativa em termos de cooperação). suportes disponíveis e sua utilização pela família.
➢ Casos de doenças crônicas, genéticas, agudas
sérias, terminais, psiquiátricas maiores. Deve ser utilizado principalmente quando uma
➢ Nos casos de crises do ciclo de vida família que tem poucas conexões com a comunidade
e entre seus membros necessita de maior
Para trabalharmos com as famílias temos que investimento da equipe para melhorar seu bem estar.
conhecê-las e a partir daí traçar um plano de
cuidados. Para facilitar este processo utilizamos ao Semelhante a um genograma da família nuclear
longo do tempo uma série de estratégias, como a estudada, também inclui várias informações acerca
coleta de um bom histórico familiar. Mas além da das relações da família com o ambiente externo,
história, podemos utilizar uma série de ferramentas como por exemplo:
específicas para como o genograma, o ciclo de vida, o ➢ A vizinhança (a área física onde a casa está
ecomapa, o APGAR familiar, o practice, o firo e a instalada);
conferência familiar. ➢ Serviços da comunidade (médicos, de saúde
mental, toxicodependência, violência doméstica,
Genograma: comissão de menores, etc.);
É a representação gráfica da família, agrupando num ➢ Grupos sociais (igreja; grupos cívicos, grupos
mesmo esquema, os membros dessa família, as sociais, comissão de pais, comissão de bairro;
relações que os unem, a qualidade da relação e as grupos de convívio: jogo de cartas, caminhadas,
informações médicas e psicossociais que se ligam. etc.);
➢ Educação;
Permite assim uma visualização do processo de ➢ Relações pessoais significativas (amigos,
adoecer, facilitando o plano terapêutico e permitindo vizinhos, família mais afastada, etc.);
à família uma melhor compreensão sobre o ➢ Trabalho;
desenvolvimento de suas patologias. ➢ Outras (específicas da família e da área em que
habita).
É um método indicado para avaliação de risco,
prevenção, problemas diferenciados e avaliação do A partir dos levantamentos, passa-se aos demais
problema familiar. O instrumento, também pode ser passos da metodologia de assistência: identificação
usado como fator educativo, permitindo ao paciente e dos problemas, diagnóstico, discussão das
sua família ter a noção das repetições dos processos estratégias de intervenção, objetivos a serem
que vêm ocorrendo e em como estes se repetem. atingidos, implementação e avaliação de resultados.
O genograma deve conter minimamente as seguintes Já o ecomapa foca no ambiente social e físico,
informações: destacando como o contexto influencia o
➢ Três ou mais gerações. funcionamento familiar e identificando recursos e
➢ Nomes de todos os membros. desafios externos.
Enquanto o genograma é usado principalmente em
contextos clínicos e de pesquisa relacionados à
família, o ecomapa tem uma aplicação mais ampla,
sendo utilizado em assistência social, trabalho
comunitário e intervenções em nível de sistema.
Ambas as ferramentas são complementares e podem
ser usadas em conjunto para obter uma compreensão
mais abrangente da pessoa ou família em questão.