Você está na página 1de 5

POLÍTICAS DE SAÚDE

Portaria n. 2.446/2014 - Política Nacional de Promoção da Saúde IV


Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

PORTARIA N. 2.446/2014 - POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA


SAÚDE IV

Eixos Operacionais da PNPS


Art. 9º São Eixos Operacionais da PNPS, entendidos como estratégias para concretizar
ações de promoção da saúde (ou seja, “colocar a mão na massa”, fazer acontecer), respei-
tando-se valores, princípios, diretrizes e objetivos:

I – Territorialização, enquanto estratégia operacional:


a) Reconhece a regionalização como diretriz do SUS e como eixo estruturante para orien-
tar a descentralização das ações e serviços de saúde e para organizar a RAS. A descentra-
lização significa deixar o poder de decisão para a esfera de poder mais próxima do usuário
atendido, ou seja, o poder municipal, depois as regiões em cada município e por último os
territórios, cada vez mais perto das vidas das pessoas. Isso é importante para que se possa
planejar e atuar de forma mais adequada sobre as reais necessidades daquela coletividade.
b) Considera a abrangência das regiões de saúde e sua articulação com os equipamen-
tos sociais nos territórios; ou seja, igrejas, bares, praças, quadras de esportes e até mesmo
uma esquina, onde a comunidade possa se relacionar e interagir com o território. Um bom
instrumento para se conhecer e articular tais equipamentos sociais é o ecomapa, muito utili-
zado para identificar a relação dos indivíduos com o território.
c) Observa as pactuações interfederativas (entre as diferentes esferas de governo), a
definição de parâmetros de escala e acesso e a execução de ações que identifiquem sin-
gularidades territoriais para o desenvolvimento de políticas, programas e intervenções,
ampliando as ações de promoção à saúde e contribuindo para fortalecer identidades regio-
nais. Em suma, é conhecer a necessidade de um território, para programar e desenvolver
ações, políticas e programas direcionadas a ela, garantindo a integralidade.
5m

II – Articulação e cooperação intra e intersetorial, entendidas como compartilhamento de


planos, metas, recursos e objetivos comuns entre os diferentes setores e entre diferentes
áreas do mesmo setor. Não há como por em prática as ações da PNPS sem articular para
dentro e para fora dos setores, afinal a promoção da Saúde acontece antes do adoecimento,
num conceito ampliado ao qual estão relacionados os determinantes sociais da saúde.
ANOTAÇÕES

1 www.grancursosonline.com.br
POLÍTICAS DE SAÚDE
Portaria n. 2.446/2014 - Política Nacional de Promoção da Saúde IV
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

III – a Rede de Atenção à Saúde (RAS), enquanto estratégia operacional, necessita:


a) Transversalizar a promoção da saúde na RAS, ou seja, falar dela em todas as linhas
e setores, favorecendo práticas de cuidado humanizadas pautadas nas necessidades locais
(territorialização), na integralidade do cuidado, articulando com todos os equipamentos de
promoção da saúde do território. Falar em rede é falar em arranjos poliárquicos que se comu-
nicam através da atenção primária e que possuem cuidados em que nenhum ponto seja
melhor que o outro, pois o que muda entre eles é apenas o grau de densidade tecnológica,
ou seja, os equipamentos.
b) Articular com as demais redes de proteção social (CRAS, Conselho Tutelar, etc.), vin-
culando o tema a uma concepção de saúde ampliada (relacionado aos DSS), considerando
o papel e a organização dos diferentes setores e atores que, de forma integrada e articulada
por meio de objetivos comuns, atuem na promoção da saúde.

IV – Participação e controle social, que compreende a ampliação da representação e


da inclusão de sujeitos na elaboração de políticas públicas e nas decisões relevantes que
afetam a vida dos indivíduos, da comunidade e dos seus contextos. Acontece através dos
10m
conselhos e conferências, mas não deve se restringir a isso; igrejas, reuniões e demais espa-
ços onde as pessoas se reúnem para problematizar e comentar o que o poder público ofe-
rece são importantes meios para o empoderamento social e participação coletiva.

V – Gestão, entendida como a necessidade de priorizar os processos democráticos e par-


ticipativos de regulação e controle, planejamento, avaliação, financiamento e comunicação.

VI – Educação e formação, enquanto incentivo à atitude permanente de aprendizagem


sustentada em processos pedagógicos. A chamada educação popular em saúde não é apenas
uma transmissão de conhecimento, e sim um incentivo à problematização, levando o indiví-
duo a tentar solucionar considerando seus recursos e suas reais condições. Ela é dialógica,
pois educando e educador estão na mesma linha, trocando saberes e respeitando culturas e
particularidades. Também precisa ser libertadora, pois a educação deve gerar autonomia das
pessoas, principalmente no que diz respeito à saúde. Tem caráter emancipatório, levando o
sujeito a se sentir ativo no processo do cuidado, com a visão crítica e capacidade de analisar.
ANOTAÇÕES

2 www.grancursosonline.com.br
POLÍTICAS DE SAÚDE
Portaria n. 2.446/2014 - Política Nacional de Promoção da Saúde IV
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

VII – Vigilância, monitoramento e avaliação, enquanto uso de múltiplas abordagens sobre


as condições de saúde de sujeitos e grupos populacionais, visando subsidiar decisões, inter-
venções e implantar políticas públicas de promoção da saúde. Vigiar, em saúde, é se ante-
cipar ao problema, sendo ainda instituída a política nacional de vigilância em saúde, através
da resolução 588/18. Tal vigilância requer expertise para se monitorar caso algo aconteça;
assim, os indicadores epidemiológicos e demográficos determinam medidas de controle e
ação, que devem ser monitoradas pelas avaliações cíclicas. Quem trabalha com vigilância,
15m
monitoramento e ação deve também avaliar, para que se tenha noção do impacto que deter-
minadas ações tiveram sobre os problemas ocorridos, sejam sobre o ambiente, agente cau-
sador ou hospedeiro.

VIII – Produção e disseminação de conhecimentos e saberes enquanto estímulo a uma


atitude reflexiva e resolutiva sobre problemas, necessidades e potencialidades dos coletivos
em cogestão, compartilhando e divulgando os resultados de maneira ampla com a coletivi-
dade. Significa não esperar que o poder público dê a resposta pronta, mas problematizar e
buscar a solução, formando a gestão do problema em conjunto.

IX – comunicação social e mídia, enquanto uso das diversas expressões comunicacio-


nais, formais e populares, para favorecer a escuta e a vocalização dos distintos grupos envol-
vidos, contemplando informações sobre planejamento, execução, resultados, impactos, efici-
ência, eficácia, efetividade e benefício das ações. Isso é importante para que a coletividade
também se torne multiplicadora.

Temas prioritários da PNPS


Art. 10 São temas prioritários da PNPS, evidenciados pelas ações de promoção da saúde
realizadas e compatíveis com o Plano Nacional de Saúde (instrumento maior do SUS, agre-
gador de todos os planos – estaduais e municipais), pactos interfederativos e planejamento
estratégico do Ministério da Saúde, bem como acordos internacionais firmados pelo governo
brasileiro (geralmente com a OPAS, OMS, ONU e UNESCO) em permanente diálogo com as
demais políticas, com os outros setores e com as especificidades sanitárias:
ANOTAÇÕES

3 www.grancursosonline.com.br
POLÍTICAS DE SAÚDE
Portaria n. 2.446/2014 - Política Nacional de Promoção da Saúde IV
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

I – formação e educação permanente, que compreende mobilizar, sensibilizar e promover


capacitações para gestores, trabalhadores da saúde e de outros setores para o desenvolvi-
mento de ações de educação em promoção da saúde e incluí-la nos espaços de educação
permanente.

II – Alimentação adequada e saudável, que compreende promover ações relativas à ali-


mentação adequada e saudável, visando à promoção da saúde e à segurança alimentar e
nutricional, contribuindo com as ações e metas de redução da pobreza, coma inclusão social
e com a garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável.

III – práticas corporais e atividades físicas (que faz parte do conceito ampliado de saúde),
que compreende promover ações, aconselhamento, e divulgação de práticas corporais e ati-
vidades físicas, incentivando a melhoria das condições dos espaços públicos. Isso tudo con-
20m
siderando a cultura local e incorporando brincadeiras, jogos, danças populares, dentre outras
práticas, pois é sabido que tais práticas tem impacto sobretudo nas condições crônicas e no
estado emocional da coletividade.

IV – Enfrentamento do uso do tabaco e seus derivados, que compreende promover, arti-


cular e mobilizar ações para redução e controle do uso do tabaco, incluindo ações educativas,
legislativas, econômicas, ambientais, culturais e sociais. Vale lembrar que o uso do tabaco é
um dos principais determinantes das doenças respiratórias, inclusive câncer de pulmão, que
está em segundo lugar entre as principais causas de mortalidade no Brasil (sendo a primeira
as doenças cardiovasculares e a terceira a violência).

V – enfrentamento do uso abusivo de álcool e outras drogas, que compreende promover,


articular e mobilizar ações para redução do consumo abusivo de álcool e outras drogas, com
a corresponsabilização e autonomia da população, incluindo ações educativas, legislativas,
econômicas, ambientais, culturais e sociais. O enfrentamento aqui disposto não é no sentido
de coibir o uso, mas sim pensando na autonomia do cidadão e na redução de danos. É um
problema de saúde pública que causa dependência e ela, por sua vez, demanda situações
biológicas e clínicas, cuja retirada total das drogas pode causar abstinência e um problema
ainda maior ao indivíduo. Por isso requer tantas ações educativas, sobretudo entre os jovens,
ANOTAÇÕES

4 www.grancursosonline.com.br
POLÍTICAS DE SAÚDE
Portaria n. 2.446/2014 - Política Nacional de Promoção da Saúde IV
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

de atividades físicas, alimentação saudável e até mesmo da socialização, tão importante nos
dias de hoje, em que a sociedade tem se fechado cada vez mais em mundos de redes sociais,
que mascaram ou afastam indivíduos da realidade, assim como o álcool e outras drogas.
25m

VI – promoção da mobilidade segura (visa reduzir a taxa de violência relacionada a aci-


dentes de trânsito), que compreende:
a) Buscar avançar na articulação inter e intrassetorial, envolvendo a vigilância em saúde,
a atenção básica e as redes de urgência e emergência do território na produção do cuidado
e na redução da morbimortalidadede corrente do trânsito;
b) Orientar ações integradas e intersetoriais nos territórios, incluindo: saúde, educação,
trânsito, fiscalização, ambientais, demais setores envolvidos, além da sociedade, visando
definir um planejamento integrado, parcerias, atribuições, responsabilidades e especificida-
des de cada setor para a promoção da mobilidade segura.

ATENÇÃO
Todas as ações são intra e intersetoriais. Fomentar a promoção à saúde é necessário e
urgente, para que se possa dar condições ao indivíduo de ter uma qualidade de vida me-
lhor, e isso deve sempre anteceder ao adoecimento. A promoção à saúde é, portanto, pré-
-patogênica, de vertente epidemiológica, com vigilância e educação em saúde, juntamente
com a atividade física, lazer e alimentação adequada.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

5 www.grancursosonline.com.br

Você também pode gostar