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POLÍTICAS DE SAÚDE

Portaria 2.446/2014 – Política Nacional de Promoção da Saúde II


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PORTARIA N. 2.446/2014 – POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA


SAÚDE II

• VII – A justiça social:


– Enquanto necessidade de alcançar repartição equitativa dos bens sociais, respei-
tados os direitos humanos, de modo que as classes sociais mais desfavorecidas
contem com oportunidades de desenvolvimento.

Lidar com um país igual ao Brasil, com dimensões continentais e que, muitas vezes, a
pobreza é necessária para pequenos grupos que detêm o poder e têm a concentração finan-
ceira, é uma lógica; mas se referir à promoção da saúde sem ligá-la à justiça, torna-se mais
complicado. A coletividade não existe onde poucos têm muito e muitos têm pouco, assim, a
justiça deve ofertar, primeiramente, àqueles que têm mais necessidades. Vários autores que
falam sobre os determinantes sociais de saúde, deixam claro que as iniquidades são desne-
cessárias e injustas, assim sendo, o país que as diminui protege a população dos determi-
nantes sociais da saúde, alcançando cada vez mais a qualidade de vida por meio de ações
da promoção da saúde, da assistência e da prevenção baseada na humanização. Portanto,
diminuir as iniquidades é trabalhar com justiça alinhada ao SUS para atingir o seu princípio
doutrinário da equidade.

• VIII – A inclusão social:


– Que pressupõe ações que garantam o acesso aos benefícios da vida em sociedade
para todas as pessoas, de forma equânime e participativa, visando à redução das
iniquidades.

• Os valores fundantes são:


– Solidariedade: tem relação com as ações tanto do âmbito individual quanto do cole-
tivo, garantindo relações solidárias e positivas e, consequentemente, proteção social.
– Felicidade: um dos valores mais subjetivos, porque cada pessoa tem o seu parâ-
metro e o seu grau de felicidade. Saber o que leva o indivíduo ou a coletividade ao
estado de felicidade ajuda a gerar, por meio da solidariedade, a coesão social.
– Ética: a forma de lidar com a vida e com a questão moral. O respeito às diversidades
sem preconceitos de gênero, idade, raça e região, promovem a construção coletiva,
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o diálogo e o respeito.
– Respeito às diversidades.
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– Humanização: alinhada com a PNH. Nas relações de afeto aumenta-se e quebra-se
as relações de poder, para, consequentemente, criar e melhorar os vínculos.
– Corresponsabilidade: a ideia de que todos são corresponsáveis pelo bem comum,
neste caso, principalmente, pelas ações que impactam a saúde.
– Justiça social: relacionada à equidade e à redução das iniquidades.
– Inclusão social: relacionada também à diminuição das iniquidades. Não é possível
tratar de redução das iniquidades sem perpassar pela justiça e pela inclusão de
todos aqueles bens que levam a uma qualidade de vida melhor.

Art. 4º A PNPS adota como princípios quando baseia as práticas e as ações de promoção de saú-
de, na distribuição igualitária de oportunidades, considerando as especificidades dos indivíduos e
dos grupos.

A PNSP tem uma característica bem diferenciada, porque ela traz os valores fundantes
que são muito mais subjetivos do que os princípios. Especificidade significa respeitar a jus-
tiça, as características de cada pessoa, região e coletividade. Dessa forma, respeitando as
diversidades, pode-se atuar mais precisamente sobre um tema e sobre uma situação e pla-
nejar as ações de acordo com a real necessidade.

• II – A participação social:
– Quando as intervenções consideram a visão de diferentes atores, grupos e coletivos
na identificação de problemas e solução de necessidades, atuando como correspon-
sáveis no processo de planejamento, de execução e de avaliação das ações.

Pode-se associar ao controle social, porque é a forma oficial da comunidade participar da


execução e do controle das ações e das políticas de saúde, inclusive nos aspectos econômi-
cos e financeiros, pois existe uma representatividade de 50% dos usuários nas duas instân-
cias que são, por lei, instâncias colegiadas, são elas: os conselhos de saúde e as conferên-
cias de saúde. Também há espaços que não são oficiais, mas que empoderam o indivíduo e
assumem o espaço de coletivo de discussão e de práticas, tornando-os mais coesos, fortes
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e protegidos em relação aos determinantes sociais da saúde. Então, participação social não
é apenas por meio dos conselhos e conferências, essas duas formas trazem oficialmente a
coletividade para as duas instâncias colegiadas. Toda forma de um grupo se reunir para dis-
cutir algo para o bem coletivo é participação social, e os profissionais da saúde devem esti-
mular cada vez mais essa participação.

 Obs.: não deve se limitar apenas às formas oficiais, mas extrapolar o que está previsto em
lei e garantir que essas formas também sejam válidas e tão importantes quanto às
formas oficiais de controle social.

• III – A Autonomia:
– Refere-se à identificação de potencialidades e ao desenvolvimento de capacidades,
possibilitando escolhas conscientes de sujeitos e comunidades sobre suas ações e
trajetórias.
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A autonomia coloca em prática o princípio da bioética e proporciona às pessoas o direito


de fazer as suas próprias escolhas. Muitas comunidades esquecem que têm esse poder de
decisão sobre a sua própria vida, sobre o seu próprio caminhar. Os profissionais que tra-
balham na promoção da saúde, protegendo esses indivíduos no período que antecede a
doença, precisam gerar essa autonomia nessas pessoas, para terem análise crítica, escolha
consciente em relação ao sujeito e à comunidade, além de ações dentro do processo e da
trajetória de vida. Portanto, a autonomia gera empoderamento e este gera cidadania.

IV – O Empoderamento:
– Refere-se ao processo de intervenção que estimula os sujeitos e coletivos a adqui-
rirem o controle das decisões e das escolhas de modos de vida adequado às suas
condições socioeconômico-culturais.

• V – A Intersetorialidade:
– Refere-se ao processo de articulação de saberes, potencialidades e experiências de
sujeitos, grupos e setores na construção de intervenções compartilhadas, estabele-
cendo vínculos, corresponsabilidade e cogestão para objetivos comuns.
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 Obs.: a intersetorialidade tem a ver com não conseguir fazer tudo sozinho. A saúde não
consegue alcançar a plenitude do conceito ampliado de saúde: a qualidade de vida.
No artigo 3º da Lei n. 8.080/1990, tem-se que a saúde é um conjunto de fatores con-
dicionantes e determinantes e estes dão condições de moradia, alimentação, ativi-
dade física, o lazer e o acesso ao bem e aos serviços essenciais. A saúde não con-
segue resolver cada item desse sozinha, porque não faz parte do campo de atuação
dela. Para que se possa alcançar o conceito ampliado de saúde e atuar no nível da
promoção da saúde, que antecede a doença, precisa-se trabalhar com outros seto-
res; para isso, deve-se validar o conhecimento desses setores e a importância da
grupalidade do trabalho em equipe e de saberes diferentes. Se forem juntados esses
saberes para o objetivo final e comum haverá um resultado melhor e mais próximo
da qualidade de vida.

• VI – A intrassetorialidade:
– Diz respeito ao exercício permanente da desfragmentação das ações e serviços
ofertados por um setor, que visa à construção e a articulação de redes cooperativas
e resolutivas.

A intrassetorialidade tem a ver com relações do próprio setor, ou seja, as ações e serviços
devem ser compartilhadas e articuladas. A centralidade tem relação com o conceito de rede
de atenção à saúde, tendo os pontos em comunicação. A fragmentação divide o indivíduo
para alcançar a integralidade, observando o indivíduo de forma fragmentada, é muito mais
complexa. O olhar da integralidade é o olhar do indivíduo em sua totalidade. Assim, deve-se
ofertar ações que são comunicadas e longitudinais para que se tenha, principalmente, um
resultado melhor no cuidado e na promoção da saúde.
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VII – A Sustentabilidade:
– Diz respeito à necessidade de permanência e continuidade de ações e intervenções,
leva em conta as dimensões política, econômica, cultural e ambiental.

VIII – A Integralidade:
– Quando as intervenções são pautadas no reconhecimento da complexidade, poten-
cialidade e singularidade de indivíduos, grupos e coletivos, construindo processos
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de trabalho articulados e integrais.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. A integralidade é um princípio doutrinário do SUS. Tratar desse tema é entender que a


pessoa e a coletividade, não podem ser tiradas do seu modo de vida, porque é neces-
sário enxergar a complexidade da vida das pessoas, das suas relações e da coletivi-
dade. Além disso, olhá-las na sua singularidade: cada grupo e indivíduo é um mundo;
e cada pessoa é uma pessoa. Para que isso ocorra, é preciso olhar o todo, levando em
consideração não só o biológico, mas o contexto de vida das pessoas: alimentação,
acesso, educação, moradia, lazer, determinantes e condicionantes, entre outros. O indi-
víduo tem uma vida, uma carga de historicidade de cultura, por isso, para alcançar a
integralidade, é preciso subjetivar o olhar.
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ATENÇÃO
A integralidade consta como diretriz, segundo o artigo 198 da Constituição, e como princí-
pio, segundo o artigo 7º da Lei Orgânica n. 8.080/1990. A integralidade é a divisão teórica
dos princípios doutrinários do SUS, que são: a integralidade, a equidade e a universalidade.

• IX – A Territorialidade:
– Diz respeito à atuação que considera as singularidades e especificidades dos dife-
rentes territórios no planejamento e desenvolvimento de ações intra e intersetoriais
com impacto na situação, nos condicionantes e nos determinantes da saúde neles
inseridos, de forma equânime.

O território tem vida, não é apenas o espaço ou a terra, mas o lugar onde as pessoas
vivem, relacionam-se, brigam, têm pacto, são solidárias ou não são solidárias. A base terri-
torial ajuda no planejamento, na oferta de ações e serviços cada vez mais particularizada,
porque em um território mora uma coletividade que está descrita nele, consequentemente,
há o indivíduo e o território vivo, onde as coisas acontecem. Algumas políticas que têm como
base a territorialidade são: a Política de Atenção Básica (PNAB); a PNPS; a política de edu-
cação permanente; a política de educação popular de saúde; toda a base de organização do
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núcleo de apoio ampliado da saúde da atenção básica; a rede de atenção; as redes temá-
ticas, como a rede cegonha; as redes de emergência e as redes psicossocial, todas traba-
lhando com base territorial.
Um dos grandes escritores que analisam o tema do território é Milton Santos, que des-
creve o território como um espaço onde a vida acontece. Além dele, há o Paulo Freire que
fala sobre contexto em relação ao território. O território não é somente um espaço geográfico,
mas nele há vida e em cada território a vida pode acontecer de forma diferente.
Existem bairros que são autossuficientes, com farmácias, bancos, escolas e uma econo-
mia geral. Neles, as pessoas resolvem sua própria vida. Já em outros bairros, para se alcan-
çar as ações e serviços será necessário o deslocamento que dependerá do transporte para
chegar a um ponto mais central e comercial.
Essa visão de território faz com que o planejamento das ações esteja de acordo com a
necessidade de cada lugar e, consequentemente, o resultado das ações de planejamento
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será muito mais justo e eficaz para o que se propõe.

GABARITO

1. C

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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