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Domínio de Referência 1: Contexto Privado.

Tema: Valores Éticos e Culturais

Queremos um mundo mais sustentável, com economias estáveis e sociedades


mais justas e inclusivas. É um objetivo difícil, mas não impossível se contarmos
com a participação dos governos, instituições, empresas e, principalmente, de
uma cidadania responsável e comprometida.

Não se nasce cidadão exemplar, é preciso formá-lo. Da mesma forma que


aprendemos matemática e idiomas, deveríamos fazer um mestrado naquelas
lições básicas para o convívio social tal como: respeito, empatia, igualdade,
solidariedade ou pensamento crítico. Sem estes e outros princípios éticos que
nos definem como seres humanos, dificilmente seremos capazes de construir
um mundo melhor.

Principais valores educativos

A educação é baseada em valores que aborda várias questões relacionadas


com o civismo e a ética, entre as quais:

A empatia
Quando nos colocarmos no lugar das outras pessoas em termos
emocionais, melhoramos a capacidade para resolver conflitos e entender as
opiniões dos outros.

A igualdade de oportunidades
É o princípio de que todos somos iguais, e é um dos pilares da democracia e,
além disso, favorece a inclusão social e a vida em Sociedade.

O respeito pelo meio ambiente


A educação baseada em valores faz-nos perceber sobre as consequências dos
nossos atos no planeta e nos incute o respeito pela natureza.

 O cuidado da saúde
Devemos minimizar os riscos para a saúde promovendo atitudes adequadas e
abordando a educação em saúde a partir de uma visão dinâmica, pessoal e
que chegue a todos.

 O pensamento crítico
Esta forma de pensar torna-nos mais observadores, ensina-nos a reconhecer a
informação da qualidade e ajuda-nos a resolver melhor os problemas.
Atualmente existem duas teorias diferentes sobre a natureza dos valores. 

A pedagogia tradicional reconhece regras éticas diretas e universais que


podem ser adquiridas com a aprendizagem. Todavia, uma abordagem mais
inovadora defende que a moral é relativa e que depende de cada pessoa.

Referente às estratégias mais habituais para educar com base em


valores:

 Recusar a discriminação.

 Denunciar as atitudes menos boas para a sociedade sem condenar os


outros.

 Ter na ideia de que todos podemos mudar e que somos merecedores


de uma segunda oportunidade.

São muitos os aspetos da identidade e da cultura portuguesa, que fazem com


que o nosso país seja tão encantador. Desde o que se põe na mesa durante
um almoço de família, passando pelos hábitos mais comuns, os detalhes
culturais estão sempre presentes, sendo preservados e passados, de geração
em geração.

 Culinária

A culinária de Portugal é bastante conhecida e é capaz de agradar a todos os


gostos, mas isso não é nenhuma novidade. Dos pratos salgados aos doces, as
opções de pratos típicos portugueses são muitas. Isso sem contar os pratos
regionais, que enriquecem ainda mais a gastronomia portuguesa.

Dentre os alimentos mais consumidos estão o bacalhau (na forma de


pataniscas ou de bolinhos, por exemplo), as sardinhas (que são uma das
estrelas do São João do Porto), batatas, pão e os inúmeros queijos, tudo
sempre regado com o bom azeite português.

Doces

Os mais famosos e que sempre vão bem acompanhados de um cafezinho são


ovos moles, pastel de nata (ou pastel de Belém), bola de Berlim, torta de
nozes, torta de amêndoas, jesuítas, queijada, churros e farturas. Esses dois
últimos são muitos consumidos nas festas populares.

Tem ainda o pão de ló, o pastel de feijão (que em nada lembra um pastel
brasileiro).

Café

O café entra nessa lista porque é um dos hábitos mais característicos dos
portugueses, eu pessoalmente não vivo sem ele ahahaha.

Num café ou restaurante, sempre tem alguém a fazer uma paragem rápida pela
manhã para tomar café ou depois do almoço e até depois do jantar, seja um
expresso (café curtinho) ou um abatanado (café longo).

Vinho

Os vinhos portugueses também fazem parte da nossa cultura e são


reconhecidos e premiados pela qualidade. E por aqui, o hábito de beber ao
menos uma tacinha durante a refeição também é cultural e vai da tua
preferência, verde, branco, tinto ou rosé.

Portugal produz vinhos em muitas regiões do país, sendo as mais conhecidas o


Douro e o Alentejo, mas não só. Até mesmo em Bucelas se produz vinho.

Já as castas de uvas portuguesas mais usadas na produção vinhateira no país


são a Touriga Nacional, Castelão, Trincadeira e Touriga Franca.

Também não podemos deixar de falar do mundialmente conhecido Vinho do


Porto. Se não conheces, trata-se de um vinho que se assemelha a um licor e
normalmente é degustado antes ou depois das refeições.
Fado

O fado é um dos mais tradicionais estilos musicais do nosso país. É conhecido,


pelo menos, desde o século XIX, embora se acredite que seja ainda mais
antigo.
Em uma apresentação tradicional de fado vemos o fadista (que canta), com o
acompanhamento de guitarras portuguesas e clássicas. A guitarra portuguesa
tem um formato diferente. Visitei diversas tasquinhas em Lisboa aquando da
minha avó era fadista e aos fins de semana me levava com ela a percorrer
todas as ruas para ela fazer o que mais gostava.

Existem vários tipos de fado, como o fado do Marinheiro, fado de Coimbra, fado
de Lisboa, entre outros. E muitos temas podem fazer parte de uma letra do
estilo musical, mas os acontecimentos da vida cotidiana, as paixões, dores e
saudades estão muito presentes nas canções.

Religião

A religião é uma parte muito importante da cultura e da nossa identidade.


Cerca de 80% da população é católica. Assim, são muitas as pessoas que
cultivam com firmeza hábitos de afirmação de fé, como comparecer a missas
semanalmente, ir a santuários cumprir promessas e participar de festas
religiosas e romarias. Além do Santuário de Nossa Senhora de Fátima local
que recebe milhares de visitantes todos os anos, também integramos as
rotas do Caminho de Santiago de
Compostela (como o Caminho Português
da Costa), por onde circulam muitos
peregrinos todos os anos.

Santuário de Fátima
Festas populares
Mosteiro da Batalha
Vila de Óbidos
As festas
populares também são uma parte importante da nossa cultura que merece
destaque. São inúmeras que acontecem pelo país em várias fases do ano.

No período de São João, vale a pena prestigiar o famoso São João do


Porto (que acontece do dia 23 para o dia 24 de junho) ou a Festa de Santo
Antônio em Lisboa (que acontece do dia 12 para o dia 13 de junho). Essas são
as mais conhecidas, mas nesse período há festas populares pelo país todo.

 Já em Braga, acontece a
Noite Branca, um evento que
marca o fim do período de
verão. Todos são convidados
a usar roupas brancas e Feira Medieval em Santarém
encerrar a temporada de calor
pelas ruas da cidade.
 Nas ilhas também existem
festividades, como a Festa da
Flor na Madeira e as festas do
Espírito Santo, nos Açores.
 Por fim, há também a Queima da
Fitas, a tradicional comemoração do fim do ano letivo para os
estudantes universitários.

Família
A proximidade com a família é muito presente na cultura do nosso país. Em
geral, nós prezamos muito pela convivência, gostamos de passar tempo junto
com a família, ir à casa dos avós ou visitar os pais.

Ainda se mantém o hábito de reunir a família para almoços, jantares e


comemorações que reúnem todos, dos mais velhos aos mais novos membros
da família como na Páscoa ou no Natal.

Literatura

Falar da literatura portuguesa e da tradição não é difícil, já que no país


nasceram escritores que entraram para a história da literatura do mundo.

Nomes como Luís de Camões, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Florbela


Espanca e Almeida Garret são alguns dos clássicos da literatura nacional que
dei na altura da escola.

Azulejos

Com origem na decoração muçulmana e


produzidos em Portugal há mais de 500
anos, os azulejos portugueses são uma
das mais simbólicas características
decorativas e arquitetónicas do país.

São utilizados na decoração de fachadas e


de espaços interiores.

Por isso recomendo vivamente que


conheçam o Palácio Nacional de Queluz, Palácio de Sintra e o Convento da
Graça (em Lisboa), Estação de Comboios de Aveiro, Convento de Cristo em
Tomar, dentre outros.

Diferenças da cultura portuguesa para a brasileira

É verdade que existem pontos em comum entre a cultura brasileira e a


portuguesa, mas depois de viver em Portugal (num ponto de vista de uma
amiga Brasileira e tem a filha na turma da minha pequena) fica mais fácil
entender que também existem várias diferenças culturais entre os dois países.
Por exemplo na língua (Português) embora seja a mesma língua ambas são
faladas de forma bastante diferente. Outra diferença de culturas é a questão de
fazermos amizades, no dia a dia também acabamos por perceber pequenos
hábitos que são diferentes entre os dois países, como a forma de encontrar
amigos. Nós portugueses costumamos levar mais tempo para fazer amizades,
enquanto os brasileiros são mais rápidos. Mas de novo, não se trata do certo
ou errado, é apenas diferente.

Domínio de Referência 4: Contexto Macro-estrutural.

Tema: Escolhas Morais Comunitárias

A inclusão continua a enfrentar dificuldades. As comunidades ciganas são


parte integrante da sociedade e da economia europeia, mas são também
muitas vezes vítimas de preconceito, discriminação e exclusão.

Durante séculos os ciganos pertenceram a uma cultura sem escrita, sem


literatura própria. É um povo de tradição oral e não literária. Essa falta de uma
escrita que possa contar os seus costumes, os seus pontos de vistas e
experiências, dificulta a interpretação da memória da cultura cigana e a análise
sobre as suas práticas sociais.

A integração não significa necessariamente a inclusão. A integração não se


refere apenas a realidades objetivas (poder ir à escola ou ir ao médico sem
pagar, por exemplo) mas implica as atitudes subjetivas face a essas realidades
(perceber, sentir e acreditar que vale a pena ir à escola, ou que vale a pena ir
ao médico). Em Portugal, as comunidades ciganas são um dos grupos mais
afetados pela pobreza e a exclusão social e no qual persistem muitos
preconceitos e estereótipos. As condições precárias de habitação, as baixas
qualificações escolares e profissionais, e a dificuldade de acesso à maioria dos
bens e serviços de saúde, emprego, educação e formação, entre outras
carências, marcam a vida nestas comunidades onde a pobreza tende a ficar e
a transmitir-se de geração em geração.

Com a crise, o retrato social de Portugal nos últimos anos é traçado com
“desigualdades sociais”, a crise cavou bem fundo na situação social dos
desempregados, dos trabalhadores precários, dos pobres, dos que têm menos
estudos, dos nossos jovens em transição para o mercado de trabalho, das
mulheres com menos recursos, dos imigrantes mais desfavorecidos, daqueles
que todos os dias saem do nosso país para irem ao encontro de melhores
oportunidades de trabalho e uma melhor qualidade de vida. Desde a crise que
veio para ficar em 2008 o que aconteceu no nosso país em termos de
desigualdades em setores como no emprego, na educação, nos rendimentos e
na Saúde. Desde há quase uma década, Portugal viveu (e ainda vive) uma
crise social e económica profunda que afetou a sociedade em geral, mas recai
particularmente nos grupos mais vulneráveis e menos protegidos que
conheceram não só um agravamento das suas condições de vida, como uma
redução das oportunidades e ambições. A crise cavou fundo na situação social
dos desempregados, dos trabalhadores precários, dos pobres, dos pouco
escolarizados, dos jovens em transição para o mercado de trabalho, das
mulheres com menos recursos, dos imigrantes mais desfavorecidos, daqueles
que saíram do país ao encontro de melhores oportunidades, dos que têm
menos capacidades.

O impacto da pandemia na vida e nos rendimentos da população em Portugal


foi muito forte. A população em risco de pobreza ou exclusão social aumentou
em 12%, o que corresponde a mais 256 mil pessoas. Com 22.4% da população
em risco de pobreza ou exclusão social, Portugal passou a ser o 8º país da
União Europeia com maior proporção da população a viver este tipo de
vulnerabilidade social e económica, o que é muito triste pois vivemos em pleno
século 21 e ainda hoje existe muitas situações de pobreza extrema, falta de
condições humanas e precárias.

Não é novidade, que os últimos tempos têm sido particularmente desafiantes e,


após dois anos de pandemia, que agravaram as desigualdades. Observamos
uma sociedade fraturada, dividida por polarizações que reforçaram incertezas,
estereótipos, discursos de ódio e desigualdades. As Organizações da
Sociedade, que procuram fazer face aos diversos desafios globais através da
Educação para o Desenvolvimento e Cidadania, olham com tristeza para estes
dados, e preocupam-se com a fraca consciência coletiva e mobilização dos
cidadãos.

Temos de refletir e atuar duramente rumo à transformação social, porque as


desigualdades e a pobreza também são combatidas com conhecimento, com
informação, com a forma como eu vivo/existo no mundo, e com a influência e o
poder que cada cidadão tem.

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