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Designação da EFA NS T. Administrativo Ação: 22.

0104
ação:
Formador/a: Amélia Paiva
UFCD: CP5

Ficha de trabalho n.º1


Nome do/a Formando/a: Joana Valente Data:21/04/2023
Formador/a: Amélia Paiva Avaliação:

Introdução

Os valores, ao estarem submetidos às coordenadas do tempo e do espaço, não são


universalmente válidos, já que vão variando de cultura para cultura.
Analisemos os seguintes textos que de forma contundente mostram a relatividade
axiológica presentes nas mais diversas culturas mundiais.

TEXTO A – RELATIVIDADE AXIOLÓGICA

“O homem recebe do meio, em primeiro lugar, a definição do bom e do mau, do


confortável e do desconfortável. Deste modo os chineses preferem os ovos podres e os
habitantes da Oceânia o peixe em decomposição. Para dormir, os pigmeus procuram a
incómoda forquilha de madeira e os japoneses deitam a cabeça em duro cepo.
O homem recebe do seu meio cultural um modo de ver e de pensar. No Japão
considera-se delicado julgar os homens mais velhos do que parecem e, mesmo durante os
testes e de boa-fé, os indivíduos continuam a cometer erros por excesso (...)
O homem retira também do meio as atitudes afetivas típicas. Entre os maoris, onde
se chora à vontade, as lágrimas correm só no regresso do viajante e não à sua partida. Nos
esquimós, que praticam a hospitalidade conjugal, o ciúme desapareceu, tal como na Samoa
(…), a morte não parece cruel, os velhos aceitam-na como um benefício e todos se alegram
por eles. Nas ilhas Alor, a mentira lúdica considera-se normal; as falsas promessas às
crianças constituem um dos divertimentos dos adultos. O mesmo espírito encontra-se na
ilha Normanby, onde a mãe, por brincadeira, tira o seio ao filho que está a mamar. (…) Entre
os esquimós o casamento faz-se por compra. Nos urabima da Austrália um homem pode ter
esposas secundárias que são as esposas principais de outro homem. No Ceilão reina a
poliandria fraternal: o irmão mais velho casa-se e os mais novos mantêm relações com a
cunhada. A proibição do incesto encontra-se em todas as sociedades, mas não há duas que
o definam da mesma maneira e lhe fixem de modo idêntico as determinações exclusivas. O
amor e os cuidados da mãe pelos filhos desaparecem nas ilhas do estreito de Torres e nas
ilhas Andaman, em que o filho ou a filha são oferecidos de boa vontade aos hóspedes da
família como presentes, ou aos vizinhos, em sinal de amizade. A sensibilidade a que
chamamos masculina pode ser, de resto, uma caraterística feminina, como nos tchambulis,
por exemplo; em que na família é a mulher quem domina e assume e direção. (…)
Os diferentes povos criaram e desenvolveram um estilo de vida que cada indivíduo
aceita – não sem reagir, decerto – como um protótipo.”

Lucien Malson, As crianças selvagens

TEXTO B - DIVERSIDADE CULTURAL

“A diversidade das culturas [e comunidades] humanas é extraordinária. As formas


aceites de comportamento variam grandemente de cultura para cultura, contrastando
frequentemente de um modo radical com o que as pessoas das sociedades ocidentais
consideram «normal». Por exemplo, no Ocidente moderno a matança deliberada de recém-
nascidos e bebés é considerada como um dos crimes mais horrendos. No entanto, na
cultura chinesa tradicional, as crianças de sexo feminino eram frequentemente
estranguladas à nascença, uma vez que eram vistas como um encargo para a família e não
como um património.
No Ocidente, comemos ostras, mas não comemos gatinhos e cachorros, e tanto uns
como os outros são considerados, em algumas partes do mundo, iguarias gastronómicas.
Os Judeus não comem carne de porco, enquanto os Hindus, embora comam porco, evitam
a carne de vaca. Os Ocidentais consideram o ato de beijar uma parte natural do
comportamento sexual, mas em muitas outras culturas esse ato é ou desconhecido ou
considerado de mau-gosto. Todos estes diferentes tipos de comportamento são aspetos das
grandes diferenças culturais que distinguem as sociedades umas das outras.
As sociedades de pequena dimensão (como as sociedades de «caçadores-
recolectores») tendem a ser culturalmente uniformes, mas as sociedades industrializadas,
pelo contrário, são culturalmente diversificadas, envolvendo numerosas subculturas
diferentes. Nas cidades modernas, por exemplo, muitas comunidades /culturas vivem lado a
lado — negros oriundos das índias Ocidentais, paquistaneses, indianos, italianos, gregos e
chineses habitam, hoje em dia, algumas zonas centrais de Londres. Todas elas têm o seu
próprio território e modos de vida.”

Antohny Giddens, Sociologia

Proposta de trabalho

Ao longo das nossas vidas - pelas imagens que nos vão aparecendo na televisão,
pelos filmes que vemos no cinema, pelas relações que estabelecemos com os nossos
amigos e vizinhos, pelas viagens que fazemos pelo mundo fora e pela nossa possível
experiência de emigrantes – vamos percebendo que nem todos comungam da nossa forma
portuguesa de ser e de estar, dos nossos valores éticos e culturais, presentes musicalmente
no fado ou gastronomicamente no Bacalhau à Brás. Por isso, aquilo que lhe proponho é
que, com base na sua experiência de vida e nos debates realizados durante as sessões,
procure resolver as seguintes tarefas:

Assim, após a análise dos textos A e B,

1.Apresente uma definição de cultura a partir das situações descritas.


A cultura é entendida como as tradições, comportamentos e conhecimentos de um
grupo social. A maneira de falar, as várias gastronomias, a religião, música e a
maneira de se vestir.

2.Identifique alguns valores da cultura portuguesa e que a identificam em qualquer local.


Religião, gastronomia, arte.

3.Explique em que consiste a diversidade cultural /multiculturalismo.


A diversidade cultural consiste em aceitar as escolhas das outras pessoas, sem
julgamento. Cada povo tem a sua maneira de viver e fazer as coisas, ninguém tem o
direito de criticar ninguém.

4.Descreva uma situação do seu quotidiano, onde esteja patente a multiculturalidade.


Costumo estar com pessoas brasileiras que chegaram cá à pouco tempo a Portugal,
que têm outra maneira de pensar e não é por terem essa maneira de pensar ou de agir
que irei virar as costas ou deixar de falar com elas. Até porque como estão cá á pouco
tempo “tenho o dever” de as ajudar no que esteja ao meu alcance.

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