O documento discute três abordagens às relações interculturais:
1) Etnocentrismo - superioridade de uma cultura sobre as outras;
2) Relativismo cultural - aceitação de todas as diferenças sem valores comuns;
3) Interculturalismo - procura de valores comuns através do diálogo cultural.
O documento discute três abordagens às relações interculturais:
1) Etnocentrismo - superioridade de uma cultura sobre as outras;
2) Relativismo cultural - aceitação de todas as diferenças sem valores comuns;
3) Interculturalismo - procura de valores comuns através do diálogo cultural.
O documento discute três abordagens às relações interculturais:
1) Etnocentrismo - superioridade de uma cultura sobre as outras;
2) Relativismo cultural - aceitação de todas as diferenças sem valores comuns;
3) Interculturalismo - procura de valores comuns através do diálogo cultural.
«(…) Os Chineses preferem os ovos podres e os Oceânicos o peixe em
decomposição. Para dormir, os pigmeus procuram a incómoda forquilha de madeira e os japoneses deitam a cabeça em duro cepo.(…) Entre os Maoris, onde se chora à vontade, as lágrimas correm só no regresso do viajante e não à sua partida. Nos esquimós que praticam a hospitalidade conjugal, o ciúme desapareceu (…); a morte não parece cruel, os velhos aceitam-na como um benefício e todos se alegram por eles. Nas ilhas Alor, a mentira lúdica considera-se normal; as falsas promessas às crianças constituem um dos divertimentos dos adultos. O mesmo espírito encontra-se na ilha Normanby, onde a mãe, por brincadeira, tira o seio ao filho que está a mamar…) Entre os esquimós o casamento faz-se por compra. Nos Urabima da Austrália um homem pode ter esposas secundárias que são as esposas principais de outros homens. No Ceilão reina a poliandria fraternal: o irmão mais velho casa-se e os mais novos mantêm relações com a cunhada…).
Os diferentes povos criaram e desenvolveram um
estilo de vida próprio que cada individuo aceita – não sem reagir, decerto, - como um protótipo.»
Lucien Malson, As crianças selvagens
ETNOCENTRISMO «A verdade é que o inglês não se diverte no continente: não compreende as línguas; estranha as comidas; tudo o que é estrangeiro, maneiras, toilettes, modos de pensar, o choca; desconfia que o querem roubar; tem a vaga crença de que os lençóis nas camas de hotel nunca são limpos. (…) Abomina tudo o que não é inglês, e pensa que as outras raças só podem ser felizes possuindo as instituições, os hábitos, as maneiras que o fazem a ele feliz…» Eça de Queirós, Cartas de Inglaterra ETNOCENTRISMO:
Noção: superioridade de uma cultura, que serve de padrão
para valorar as restantes, e que é imposta.
Características: incompreensão face às outras culturas,
sentimento de superioridade cultural, cultura oficial, fusão cultural, integração, língua única.
Consequências: dominação cultural das maiorias,
discriminação das minorias, exclusão social e cultural. Xenofobia, racismo, chauvinismo.
Nos E.U.A: ideologia do “melting pot”
fusão das culturas com a adopção do “american way of life”
Em França: ideologia republicana - todos os particularismos
culturais reduzidos à esfera privada Adaptado de J. Neves Vicente, Razão e Diálogo RELATIVISMO CULTURAL «Nos Estados, onde existem minorias étnicas, religiosas ou linguísticas, as pessoas que pertençam a estas minorias não O Bairro da podem ser privadas do direito de Cova da Moura ter, em comum com os outros membros do grupo, a sua vida cultural própria, professar e praticar a sua própria religião, ou empregar a sua própria língua.»
Do Pacto Internacional relativo aos direitos civis e políticos do
homem, Assembleia Geral da ONU, 1966 RELATIVISMO CULTURAL: Noção: reconhecimento e aceitação pública de todas as diferenças culturais
de cada cultura, particularismo e diversidade cultural.
Consequências: surgimento de gueto e espaços fechados; ausência de
valores comuns; abertura a todos os particularismos. Racismo, isolamento, estagnação.
Nos E.U.A e Canadá: reconhecimento da diversidade cultural
das minorias étnicas, das comunidades imigrantes, com admissão da sua manifestação na esfera pública.
Em França: resistência à diversidade cultural.
Preocupação com o tratamento preferencial de indivíduos desfavorecidos, mas não dos grupos culturais.
Adaptado de J. Neves Vicente, Razão e Diálogo
«O cidadão norte-americano desperta num leito construído segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas modificado na Europa Setentrional (…). Ao levantar da cama, faz uso dos mocassins INTERCULTURALISMO que foram inventados pelos índios das floresta do leste dos E.U.A., e entra no quarto de banho, cujos aparelhos são uma mistura de invenções europeias e norte americanas (…). No restaurante, toda uma série de alimentos tomados de empréstimo o espera. (…) Depois das frutas e do café, vêm as Waffles, que são bolinhos fabricados segundo uma técnica escandinava, empregando como matéria prima o trigo que se tornou planta doméstica na Ásia menor.» Luís Gonzaga de Melo, Antropologia Cultural INTERCULTURALISMO: Noção: procura de valores comuns, mediante diálogo intercultural