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Agrupamento de escolas Rodrigues de Freitas

Escola de Miragaia

2021
Curso Profissional Técnico de Receção
Sérgio Daniel Faria Barbosa

Relatório
Prova de Aptidão Profissional

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Festas e
Tradições
Culturais de
Portugal

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Agradecimentos

Ao longo dos últimos tempos, no que toca a elaboração deste projeto tenho recebido ajuda de
muitas pessoas, ajuda essa preciosa.

Sinto que tenho o dever e o direito de agradecer a essas pessoas apesar de ter agradecido a
todas elas pessoalmente.

Não vou falar de nomes pois posso correr o risco de me esquecer de alguém em específico.

Vou começar por agradecer aos professores que sempre estiveram la nos bons e nos maus
momentos, mas sempre dispostos a ajudar não só no sentido profissional como no pessoal.

Não me posso esquecer do meu grupo de colegas que desde o início tiveram iniciativa de
tentar perceber como estava a correr a elaboração.

Devo também agradecer aos meus colegas de estágio que me deram algumas informações
importantes para o projeto.

Tenho de agradecer a minha Mãe que também me ajudou bastante.

E por fim agradeço a mim mesmo porque fui a peça mais importante para a realização deste
tão importante projeto que nos vai ficar marcado na vida de cada um de nós.

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Resumo

A minha PAP (Prova de Aptidão Profissional) tem como grande objetivo apresentar as grandes
festas e Romarias existentes em Portugal continental e ilhas.

Escolhi este tema pois interesso-me pela cultura do nosso pais e pessoalmente sinto que
Portugal de ano para ano este valor tem cada vez mais impacto a nível mundial. Temos uma
das culturas mais interessantes do mundo.

Tendo presente esta valorização da cultura nacional decidi demonstrar através da execução
deste projeto as mais variadas festas populares de Norte até ao Sul sem nos esquecermos das
nossas Ilhas.

Assim tendo presente a grande variedade de manifestações populares a minha aposta foi dar a
conhecer as mais importantes festas e tradições populares do nosso país tendo em conta
alguns aspetos importantes como, por exemplo, as manifestações religiosas e o envolvimento
popular.

Atualmente dadas as restrições relacionadas com a nova pandemia estas festas e tradições
populares encontram-se, algumas suspensas e outras com limitações na sua realização. Este
aspeto torna o país mais pobre. Já temos saudades destas festividades.

Com a execução deste projeto constatei a grande variedade de festas e tradições populares
existentes no nosso pequeno país mas que se revela muito grande pois existe toda uma
envolvência de atividades que reúnem ao longo do ano pessoas nas ruas a festejar o que de
melhor nós somos enquanto país: um povo afável e muito acolhedor mesmo para quem nos
visita.

Inicialmente não tinha a noção desta realidade mas com a realização deste trabalho fiquei
muito mais elucidado sobre a grandeza cultural de Portugal.

Índice de imagens

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Figura nº1 Festa das rosas – Vila franca do lima – Viana do
castelo.

Figura nº2 Festa Nossa Senhora da agonia – Viana do Castelo.

Figura nº3 Traje da mulher do Minho.

Figura nº4 Noite Branca – Braga.

Figura nº 5 Nossa senhora da Misericórdia - Fafe.

Figura nº 6 Teatro de Vila Real.

Figura nº 7 Caretos de Podence.

Figura nº 8 Traje dos Caretos de Podence.

Figura nº 9 População a lançar um balão de são João.

Figura nº 10 Procissão em honra da nossa senhora das Dores.

Figura nº 11 São Gonçalo de Amarante.

Figura nº 12 Mordomia de são Gonçalinho.

Figura nº 13 Nossa senhora dos remédios.

Figura nº14 Feira de São Mateus.

Figura nº15 Feira de São João Guarda.

Figura nº 16 Festas da Cidade de Coimbra.

Figura nº 17 Nossa Senhora de Mércoles.

Figura nº 18 Orações a nossa senhora da Gaiola 1969.

Figura nº 19 Desfile de santo António.

Figura nº19 Festa dos tabuleiros em Tomar.

Figura nº 20 Danças na festa da castanha.

Figura nº 21 Ovelha na feira agrícola.

Figura nº 22 Procissão do Enterro do Senhor.

Figura nº23 Festas do Espírito Santo.

Figura nº 24 Desfile Sanjoanino.

Figura nº 25 Popular com um Vestido feito de flores.

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Introdução

A Tradição Portuguesa é uma herança ímpar de bens culturais, costumes e tradições de um


País com mais de 800 anos de história.

Do Minho ao Algarve, Açores e Madeira, Portugal tem um património cultural de excelência,


resultado da mistura de várias influências.

Periódicas ou cíclicas, numa perfeita simbiose entre o sagrado e o profano, as festas e romarias
do Norte de Portugal são um autêntico convite ao saudável convívio no meio de gente alegre e
à visitação de um multifacetado território.

É, aliás, deste modo que ao longo do ano o culto e a celebração popular atraem fervorosos
peregrinos buscando milagres e cumprindo promessas, mas também turistas, movidos pelo
eco das tradições, curiosos pelos lugares sacralizados, de cultura e património, onde acorrem
aos milhares.

Das muitas razões que explicam porque Portugal está hoje na moda, uma das mais marcantes
é seguramente a sua base cultural e a importância da sua cultura popular.

Fruto do nosso desenvolvimento social e cultural, e ao contrário de muitos países que se


renderam às maravilhas da globalização, resultando na indiferenciação e quebra de
autenticidade, Portugal afirma-se hoje pelos seus valores únicos e pela dimensão da sua
multiculturalidade, onde a expressão da sua autenticidade se encontra em cada um de nós, em
cada aldeia, vila ou cidade.

A cultura de Portugal é uma das mais impressionantes da Europa. Foi fortemente influenciado
pela tradição católica, e esse vínculo com a religião moldou amplamente suas celebrações,
valores sociais e costumes.

Portugal tem uma sociedade bastante homogênea e não possui uma grande variedade de
grupos étnicos no seu território.

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Quanto às celebrações, no país as férias são momentos dedicados à alegria e ao
compartilhamento. Muitas das celebrações estão ligadas a motivos religiosos e, dentro deles,
são exibidos elementos típicos do país, como comida ou música.

Portugal é um país muito rico em costumes e tradições. As romarias são festas religiosas que
se realizam em honra de santos em muitas localidades portuguesas. O vestuário tradicional do
Alentejo, como o barrete verde e vermelho dos campinos ou a samarra, continua a ser usado
em muitas ocasiões. Os trajos regionais do Norte, sobretudo no Minho, também podem ser
vistos durante os casamentos e outras ocasiões festivas. As mulheres vestem trajes muito ricos
e coloridos, com tons dominantes de vermelho, branco ou preto, e usam longos colares de
ouro ao peito, cobrindo a cabeça com um lenço. Em Trás-os-Montes e Alto Douro, os pastores
vestiam outrora capas de colmo (croças) para se protegerem da chuva. Hoje, o uso de
vestuário negro de luto continua a ser comum, sobretudo nas povoações do interior do país. O
trajo típico da Madeira continua a ser usado pelas floristas e nos mercados locais.

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1 – VIANA DO CASTELO

1.1 - Festa das Rosas

As Romarias de Viana do Castelo começam no mês de Maio, tradicionalmente, com


esta Festa em Vila Franca que se realiza sempre no fim de semana do 2.º domingo de
maio. O ponto alto é o desfile dos Cestos Floridos, confecionados com caules, folhas,
botões e pétalas de flores naturais transportados à cabeça pelas mordomas, para
oferta a Nossa Senhora do Rosário. Durante a festa realiza-se o já tradicional festival
de folclore, que tem acolhido grupos nacionais e internacionais, passando por esta
festa uma diversidade imensa de trajes, usos e costumes que engrandecem esta já
grandiosa festa. Também, ao longo de todos estes anos, já passaram várias dezenas
de bandas filarmónicas tanto nacionais como internacionais. Como em todas as
tradicionais festas do Minho, também em Vila Franca encontramos as vendedeiras, as
doceiras, as famosas "tascas" de comes e bebes, as diversões para todas as idades,
entre muitas outras atrações, que fazem da festa das rosas o ponto mais alto desta
freguesia.

Fig.1 Festa das rosas – Vila franca do lima – Viana do castelo.

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1.2 - Viana do castelo
– Romaria nossa senhora da agonia
A Festa da Senhora da Agonia, talvez a mais célebre romaria da região, é celebrada no fim de
semana posterior a 15 de Agosto (dia da Solenidade da Assunção da Virgem), e inclui
habitualmente cortejos etnográficos, procissões terrestres, e procissões fluviais no rio Lima
com embarcações engalanadas. As ruas da cidade por onde desfila o cortejo religioso que
transporta a imagem da Virgem são decoradas com tapetes de flores. O culto votado à
Senhora da Agonia remonta ao século XVIII. Está associado à devoção das pessoas ligadas à
pesca, que agradecem e celebravam as graças recebidas em momentos difíceis durante as
tempestades ou os naufrágios. Os pontos altos da romaria da Senhora da Agonia, que leva
tantos visitantes a Viana do Castelo são o cortejo etnográfico, o desfile de "gigantones" e
"cabeçudos" e, por último, a festa do traje. A Festa do Traje é uma lição de história e cultura,
mas na forma de divertimento, por entre muita dança e música. Junta a beleza e riqueza de
todos os detalhes do traje típico de Viana do Castelo ao rigor de uma cuidadosa explicação dos
homens e mulheres mais conhecedores do assunto. Um quadro ímpar, de homenagem à
etnografia e ao folclore do Alto Minho, em que os curiosos e amantes da tradição são
desafiados a perceberem a origem e história dos usos e costumes associados ao traje e, a arte
de bem trajar e ‘ourar’ pela genuína moça de Viana.

Fig.2 Festa Nossa Senhora da agonia – Viana do Castelo

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1.3 - Traje da mulher Minhota
O traje em linho, com várias cores características e formas, é um símbolo da região
que a mulher de Viana envergou até aos finais do século XIX consoante a ocasião,
momento da vida e o seu estatuto. O uso do ouro manifestava a riqueza da família,
mas sobretudo o orgulho da A festa faz-se sempre ao som dos bombos e das tarolas,
no seu habitual ritmo ensurdecedor que ecoa por toda a cidade. Sempre ao meio-dia,
doze morteiros misturam-se com este ribombar característico, dando início a um dos
quadros da Romaria d’Agonia que atrai cada vez mais admiradores: a Revista de
"Gigantones e Cabeçudos". No coração da cidade, numa Praça da República cada vez
mais apertada para receber forasteiros curiosos e filhos da terra orgulhosos, grupos de
bombos e Zés Pereiras mostram a sua arte e uma imponente força de braços, em
redor do secular chafariz. São também centenas os artistas populares que dão o seu
melhor em poucos minutos de atuação, acompanhados dos gigantones e cabeçudos
da festa, que dançam de uma forma desajeitada para delícia de quem assiste. O
despique termina “obrigatoriamente” em êxtase entre tocadores de bombos e gaiteiros,
perante o vibrar de um público entusiasmado.

Fig.3 Traje da mulher do Minho.

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1.4 - Festa em Honra de Santa Luzia
A 13 de Dezembro celebra-se a memória litúrgica da Virgem e Mártir Santa Luzia. Jovem do
século III descobriu em Jesus Cristo a razão da sua vida e Ele se consagrou de corpo e alma.

Tal entrega valeu-lhe a perseguição, condenação, tortura e a morte. Entre os castigos infligidos
causaram-lhe a cegueira, que poeticamente contradiz o seu nome.

Luzia deriva de Lux, que significa, luz ou portadora da luz. Assim, Luzia, apesar de invisual e
mesmo depois de martirizada, continuou a ser portadora da luz de Jesus Cristo através dos
séculos.

Também para a cidade de Viana do Castelo Luzia foi portadora da luz de Cristo, a ponto de se
tornar a causa para a atual existência deste santuário ao Sagrado Coração de Jesus.

Por este motivo, há alguns anos retomou-se neste espaço a celebração da memória de Santa
Luzia com a envolvente festa que se estende por vários dias, para dar graças pelo caminho
iluminado até Jesus Cristo, luz do mundo.

Figura nº 26 Confraria de santa luzia.

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2 - BRAGA

2.1 - Noite branca de Braga


São três dias seguidos com muitas atrações para todas as idades. Os concertos ganham as ruas
e são distribuídos em palcos pela cidade, trazendo grandes nomes da música portuguesa. Os
museus e teatros estão todos de portas abertas com atrações livres. Há performances
artísticas pelas ruas. Para quem prefere ambientes mais reservados, a opção são as festas em
branco que são organizadas por bares, casas noturnas e restaurantes. São eventos privados,
cuja diversão fica por conta dos DJs. A Noite Branca é uma ótima oportunidade para conhecer
teatros, casas culturais e museus de graça e ouvir uma boa música portuguesa num clima
tranquilo e de muita animação. Vale a pena aproveitar as madrugadas quentes de verão e
deixar-se envolver pelas luzes e alegria dos bracarenses. Há uma magia nestes dias que nos faz
amar ainda mais esta cidade.

Figura nº4 Noite Branca – Braga

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2.2 - Nossa senhora
da porta – Fafe
Na primitiva fachada da Igreja da Misericórdia, existia um nicho com a imagem em pedra da
Senhora da Misericórdia, a que carinhosamente o povo começou a chamar de Senhora da
Porta. Em 1733, devido ao mau estado em que se encontrava o frontispício, a Mesa
Administrativa decidiu fazer obras de remodelação, tendo sido o Arcebispo de Braga
informado, em 1735, da construção de um altar na fachada, sobre o pórtico, pedindo a
Irmandade autorização para o benzer e nele rezar missa.

Todos os anos, no princípio do mês de Setembro, se fazia uma novena em honra da Senhora
da Porta, consagrando-se o dia 7 em sua honra, dia em que se abria o seu “oratório” à noite,
com iluminação, e se celebrava uma missa. A devoção que a população do concelho dedicava à
imagem, era expressa na enorme quantidade de cera, roupa, cereais, animais e peças em ouro
que ofereciam à Senhora da Porta, como pagamento de promessas. Devido às restrições
orçamentais que a Misericórdia se viu forçada a fazer nos finais do século XIX, deixou de se
realizar a festa em sua honra.

Em 2010 a Irmandade da Misericórdia retomou a tradição, organizando, no terceiro finde


semana de Setembro, uma festa de cariz popular, que tenta recriar o ambiente alegre e
espontâneo das romarias antigas do Alto Minho. Assim, para além de saborear a boa
gastronomia e provar o vinho novo da região, assistir à chegada dos romeirinhos com as suas
ofertas à Senhora, pode compartilhar da alegria esfusiante das rusgas que percorrem toda a
festa, e terminar a noite, madrugada dentro, num dos bailes mandados que os ranchos das
várias freguesias organizam.

Figura nº 5 – Nossa senhora da Misericórdia

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3 – VILA REAL

3.1 - Festival Boreal de inverno


Festival Boreal de inverno em Vila Real, realiza-se entre os dias 22 e 23 de Fevereiro. Este
festival apresenta todos os anos uma programação eclética, pretendendo transformar o Teatro
de Vila Real num único palco para artistas emergentes e os já conhecidos do público. O fest foi
concebido tendo por conceito base o objetivo de quebrar com a sazonalidade dos festivais e
eventos culturais, continuando a trazer público e turistas à cidade mesmo no tempo de
Inverno. Uma urbe que segundo Eugénia Almeida, vereadora da Cultura, se afirma cada vez
mais na vertente cultural.

Figura nº 6 – Teatro de Vila Real

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4 - BRAGANÇA

4.1 - Macedo dos cavaleiros – Caretos de Podence


É um ritual milenar que está ligado aos ciclos da terra-mãe. E acima de tudo, sempre que um
transmontano entra dentro daqueles fatos de cores garridas e tapa a cara naquela máscara
demoníaca, está autorizado a fazer de tudo, inclusivamente de fazer o que não é autorizado.
Este é daqueles casos em que não podemos começar a história pelo princípio, pela singela
razão de não sabermos quando é que ele existe. É possível, bastante possível, ao ponto de ser
a hipótese mais acertada, que os caretos surjam ainda antes dos romanos cá porem pé. Talvez
com diferentes movimentações, possivelmente noutras imediações, seguramente com
diferentes máscaras. O evento põe duas marcas no calendário: uma que festeja o
encerramento do mortiço Inverno (de carácter pagão), outra que antecede a sobriedade da
Quaresma (de carácter cristão). Em ambos os casos, há uma ligação imediata com a Primavera
e a sua chegada às povoações, que lhes traz o período das sementeiras de volta e ficando a
alimentação feita à base de carne à parte. As máscaras e os fatos berrantes dos caretos
revelam isso, nem mais, nem menos. O regresso à cor e à vida. O regresso à irreverência da
terra, que mostra os seus verdes descaradamente outra vez, depois de três meses em
hibernação. O Careto é uma versão antropomórfica dela, e daí ter permissão para tudo, qual
diabo à solta. Tudo, exceto entrar igreja adentro, porque lá não se querem encarnações do
que é malévolo. Correm pela aldeia, acima e abaixo, à procura de mulheres para as
“fecundarem” entendam o uso deste verbo de outra forma que não a literal, por favor. Por
fecundar, devemos ler chocalhar, um abrupto movimento onde os caretos, com uma dança de
cintura, fazem com que os chocalhos que carregam batem nas mulheres, inseminando-as.
Mais uma vez, conseguimos encontrar o simbolismo da situação, sendo a relação dos caretos
com as mulheres uma boa analogia com a fertilidade que a terra começa, naquela altura, a
ganhar.

Figura nº 7 - Caretos de Podence.

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Os trajes destes diabos transmontanos são feitos de colchas vermelhas, decoradas com franjas
de lã colorida, e máscaras angulares de folha de zinco, encarnadas, podendo ser ornamentadas
com tinta. Por cima da cabeça, cobrem-se com um capuz de onde sai uma longa cauda,
também ela usada como catalisadora do ato sexual aqui simbolizado. E depois, à cintura, o que
mais importa, uma alinhada coleção de chocalhos e os seus repiques, os quais ouvimos sempre
que, em grupo, os Caretos, quase todos solteiros, aceleram em direção às mulheres.

Apesar de hoje podermos dizer que estão na moda, sendo já um dos mais reconhecíveis ícones
do folclore e etnografia portugueses, reconhecido pela UNESCO como Património Mundial da
Humanidade, convém lembrar que estiveram por um fio, por alturas da década de 70.

A Guerra Colonial e a emigração limparam as aldeias transmontanas de gente nova, aquela


que dá corpo à figura do Careto, e foi quase do acaso, aquando da realização de um
documentário intitulado “Máscaras”, realizado por Noémia Delgado em 1976, que a tradição
levou novo sangue. Hoje está fresca que nem alface, pronta para as curvas, e recomenda-se.

Figura 8 - Traje dos Caretos de Podence.

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5 – PORTO

5.1 – Festa Popular de São João do Porto


Durante mais ou menos cinco semanas, a cidade do Porto vive em clima de festa constante até
à noite mais longa do ano, de 23 para 24 de Junho. A Festa do São João no Porto é um marco
da vida desta cidade, reunindo milhares e milhares de turistas e visitantes que participam nas
diversas iniciativas que acontecem ao longo de mais ou menos um mês e que decorrem um
pouco por toda a cidade.

A origem do São João remonta ao século XIV (de 1301 a 1400) e no início era uma festa pagã,
em que adoravam o deus Sol e festejavam as colheitas abundantes. Depois foi cristianizada,
em honra a São João. Nos tempos em que era uma festa pagã, celebravam também a
fertilidade e uma das tradições era pendurar um ‘alho-porro na parede da casa para dar sorte,
hoje em dia, as pessoas andam de ‘alho-porro na mão para passar na cara das pessoas.

As ervas aromáticas também ainda assumem um lugar de importância nesta festa. Pelas ruas
vendem-se manjericos, por exemplo, porque, para além das qualidades terapêuticas,
permanece a ideia de que trazem saúde, sorte e fortuna. Para além das sardinhas assadas, na
noite de São João faz parte da tradição comer caldo verde, carneiro, salada de pimentos e
rematar a refeição com leite-creme ou bolo de São João, tudo acompanhado com um bom
Vinho do Porto. Outro aspeto característico é a venda dos tradicionais ‘martelinhos’ (servem
para bater na cabeça de quem passa e começaram por ser usados pelos estudantes
universitários na Queima das Fitas). Para reviver ainda mais a tradição, nas ruas os populares
ateiam as fogueiras de São João e saltam por cima delas, simbolizando coragem e crença nas
qualidades purificadoras do fogo, quer na saúde, ou no casamento.

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Para rematar a decoração das ruas,
os tradicionais balões de São João, feitos em papel e em cores variadas, enfeitam as principais
artérias.

Outros, maiores, são lançados, pintando o céu de centenas de pontos de luz. As igrejas
também se enfeitam com os famosos altares em honra deste santo popular. Nas ruas estão
representadas as cascatas, uma tradição que retrata, em miniatura, hábitos e tradições de
outros tempos e locais desta cidade, com figuras em barro que descrevem atividades ou
profissões de antigamente. À meia-noite há fogo-de-artifício, lançado a partir do Rio Douro. As
margens do Rio Douro enchem-se de pessoas para assistir a este espetáculo.

A festa só termina de madrugada e os mais resistentes encerram a noite percorrendo a


marginal desde a Ribeira até à Foz do Douro, onde aguardam pelo nascer do sol.

Figura nº 9 - População a lançar um balão de são João.

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5.2 - Povoa de varzim – Festa de Nossa Senhora das
Dores
Em setembro, a Póvoa de Varzim celebra as Festas em honra de Nossa Senhora das Dores,
uma das festividades religiosas mais participada do concelho, atraindo inúmeros devotos e
visitantes. As celebrações, organizadas pela Comissão de Festas de Nossa Senhora das Dores,
arrancam dia 14, e prolongam-se até 23 de setembro, sendo que o ponto alto das
comemorações será no domingo, 21, com a grandiosa procissão.

As Majestosas Festas em honra de Nossa Senhora das Dores são um marco na história do
concelho da Trofa e centram-se na Capela de Nossa Senhora das Dores, que tem mais de 250
anos. Dada a devoção do Abade Inácio de Morais Sarmento Pimental por Nossa Senhora das
Dores, surgiu a ideia de construir uma pequena Capela em sua honra, num lugar ermo e
inculto, conhecido por Monte da Carriça, hoje Parque Nossa Senhora das Dores.

Tudo isto aquando da tomada de possa da paróquia de S. Martinho de Bougado, pelo referido
Abade, em outubro de 1750. Assim, foi há mais de dois séculos, em 1766, que teve início a
história do Santuário da Virgem das Dores, popularizada mais tarde por Nossa Senhora das
Dores da Maia, já que à data, a paróquia de S. Martinho de Bougado fazia parte da Terra da
Maia.

Uma vez concluída a obra e depois da inauguração da Capela, tiveram início as festividades
daquela que se tornaria no decorrer dos anos, a mais concorrida e pitoresca romaria da região.
Desde então, a cada ano, uma (ou duas) das dez aldeias da freguesia de S. Martinho de
Bougado são chamadas para organizar as Festas em Honra de Nossa Senhora das Dores que
decorrem sempre durante o mês de agosto.

A cada ano existe uma Comissão de Festas eleita que organiza o programa e fica responsável
pela angariação de fundos para custear as respetivas atividades.

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5.3 – Amarante - Festa de São Gonçalo.
São inúmeras as festas e romarias em Amarante. A mais importante é a que tem lugar em
honra de S. Gonçalo, padroeiro do concelho, embora o dia de S. Gonçalo seja no dia 10 de
Janeiro, em virtude do santo ter falecido neste dia no ano de 1259, a festa acontece no
primeiro fim-de-semana de Junho, atraindo à cidade milhares de romeiros e foliões.

Ao santo, que terá nascido em Tagilde- Guimarães por volta de 1200, estão associados dotes
de casamenteiro, muito requisitados por moças e velhas solteiras, cujas preces se encontram
caricaturadas nos doces fálicos, de tamanhos normais ou desmedidos que, nos dias de festa, se
vendem abundantemente pelas ruas da cidade.

Rapariga encalhada que vá às festas de São Gonçalo e deseje casar, deve puxar o cinturão da
imagem de São Gonçalo três vezes, mas na imagem que se encontra na sacristia, não a da
igreja. Caso não o faça, corre o risco de nunca casar! Indo assim, engrossar o clube das tias
crónicas ou solteironas.

Figura nº 11 - São Gonçalo de Amarante.

Pá gina 20
6 - AVEIRO

6.1 - Festa de São Gonçalinho de Aveiro


Realizada anualmente em honra de São Gonçalo de Amarante, no domingo mais próximo do
dia 10 de janeiro, esta festa é caracterizada pelo "pagamento" de promessas pelos seus
devotos, através do arremesso de cavacas do corredor lateral que circunda o topo da capela
com o mesmo nome, para a multidão em baixo.

Esta, utiliza os mais variados utensílios para apanhar os doces (guarda-chuvas virados ao
contrário, camaroeiros (nassas) ou simplesmente com as mãos), que depois os comem ou
levam para casa. São inúmeros os quilos de cavacas que são lançados durante os dias dos
festejos.

Outro ritual desta festa, realizado no interior da capela, relaciona-se com a “entrega do ramo”
aos mordomos encarregues da romaria do ano seguinte. Trata-se de um ramo de flores
artificiais, conservado há muitos anos, tendo, por isso, um alto valor simbólico. A Festa de S.
Gonçalinho inclui, ainda, a “Dança dos Mancos”, ritual realizado também dentro da pequena
capela. Esta dança é executada por um grupo de homens que, fingindo-se de mancos e
deficientes físicos, se movem, circularmente, mancando e dançando ao som de cantares
populares entoados pelos próprios.

Figura nº 12- Mordomia de são Gonçalinho.

Pá gina 21
6.2 – Romaria em
honra de Nossa Senhora dos Remédios
A Romaria da Senhora dos Remédios de Lamego é um excesso de festividade, multidão e
simbologia, que cruza uma matriz citadina e rural, atestando que Lamego é um património
vivo, uma cidade monumento e nobre que, setembro após setembro, abre as suas portas, para
receber milhares de romeiros e peregrinos durante os seus dias de festa, projetando a
devoção, o sentido e a identidade do povo lamecense, muito para além das muralhas do seu
Castelo.

De origem medieval, as Festas em Honra de Nossa Senhora dos Remédios têm a sua génese no
ritual religioso e nas peregrinações ou romarias que, então, se impunham e preenchiam toda a
vida quotidiana das terras lamecenses.

Incrementadas aquando da construção do novo Santuário de Nossa Senhora dos Remédios,


concluído em 1761, desde logo muito concorrido por multidões, novenas e romagens
processionais à Virgem dos Remédios, as festas contribuem decisivamente para a conquista de
uma verdadeira dimensão de Romaria, intensa e extensa, das Festas da Cidade, num
desmedido e sentido abraço entre a comoção profana e religiosa.

Pá gina 22
Hoje, o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, o seu imponente escadório e o tonificante
manto de verdura que envolve este compósito arquitetural e paisagístico, obra monumental
que faz a honra e o orgulho da ilustre cidade de Lamego, fazendo esquecer, por breves
segundos, qualquer álbum do melhor património monumental da Humanidade. Este projeta
não somente a Romaria no país e no mundo, mas também a identidade, o sentir e o
património cultural lamecense.

E assim, um mar de gente desagua numa Romaria viva e participada, onde confluem tradições
seculares da mítica cidade das Primeiras Cortes de Portugal. Cria-se assim, uma ambiência
festiva. Seja no Arraial quando vagueia uma multidão pela noitada de Lamego, na Novena
quando se gera multidão em madrugadas de fé, quando se lança o seu famoso fogo-de-
artifício, que pincela e rasga os céus num pranto de cor e vivas à Nossa Senhora dos Remédios,
quando se aprecia a “iluminação”, que orgulha e exalta os festejos, quando se comercializa na
feira franca, ou se dança e canta ao desafio, ou se presencia o cortejo etnográfico, ou a
afamada “Batalha de Flores” e a imponente “Marcha Luminosa”, que arregalam espíritos e
desejos, ou se enfrentam os célebres cabeçudos, que afastam os maus espíritos nas suas
arruadas, com o ruído avassalador do ressoar dos bombos, ou ainda quando se vive a original,
iconográfica e singular “Procissão de Triunfo”, que marca por inteiro a Romaria de Lamego.

É, pois, numa eloquente manifestação cenográfica e religiosa, carregada de simbolismo,


espiritualidade e devoção, que a Virgem Maria percorre, no dia 8 de setembro, à tarde, num
ambiente de oração e canto, as ruas do velho burgo lamecense, enchendo de silêncio a alma
de milhares de visitantes em peregrinação.

Pá gina 23
Impondo-se, igualmente, pela sua
tradição secular na autorização pontifícia para usar junta de bois no transporte dos andores e
da famosa “barca da Senhora Bela”, em tributo e homenagem ao trabalho e suor das gentes
de Lamego.

Então, entre grande bulício e olhares de devoção, milhares de romeiros inundam e procuram
entrar no sumptuoso e ornamentado Santuário, ajoelhando e orando à Senhora dos Remédios,
recolhendo-se por efémeros momentos no seguro abrigo do seu manto azul e, esquecendo o
ruído das preces daqueles que com eles lentamente e em sentida romagem superaram os 925
degraus do imponente escadório da colina de Santo Estevão.

Numa espécie de ritual de ascensão e descensão, que certifica a conquista de saúde e vida,
prometem à Nossa Senhora dos Remédios regressar mais um ano à cidade de Lamego e à
Romaria de Portugal.

Figura nº 13 - Nossa Senhora dos Remédios.

Pá gina 24
7 - VISEU

7.1 - Feira de São Mateus


A antiga Feira Franca de Viseu, atualmente conhecida como Feira de S. Mateus, foi criada pela
Carta de Feira concedida pelo rei D. João I em 10 de janeiro de 1392. A nova feira franca anual
tinha início no dia de Santa Cruz (3 de maio) e durava um mês.

Em data desconhecida, mas ainda no reinado de D. João I, a feira passou a realizar-se no dia de
S. Jorge (23 de abril) e foi transferida para Vila Nova (na área da Cava de Viriato) onde existia
uma capela dedicada ao santo. Tanto a mudança de data e de local, como os privilégios
anteriormente concedidos foram confirmados por D. Duarte em 1436, excetuando a isenção
de metade da sisa.

Após anos de dificuldades, a feira anual de Viseu foi reanimada pelo Infante D. Henrique
(Duque de Viseu), que obteve do seu irmão D. Pedro (como regente em nome de D. Afonso V)
autorização para a realização de uma feira anual “na cerca da ualla” (Cava de Viriato), a iniciar
8 dias antes do dia de Santa Iria e a terminar 8 depois (12 a 28 de outubro), com os privilégios
e liberdades da Feira de Tomar.

O exclusivo da construção e aluguer das boticas foi entregue ao Infante, sendo as respetivas
rendas destinadas à construção da sua capela no Mosteiro da Batalha. D. Afonso V confirmou,
em 1449, a autorização ao infante D. Henrique, alterando o período de realização da feira
anual para 15 dias, a começar no dia de Santa Iria (20 de outubro a 4 de novembro).

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Em 1460, o Infante D. Henrique entregou os rendimentos da feira anual ao Cabido da Sé de
Viseu, ficando os cónegos com a obrigação de rezar missa em sua memória todos os sábados
de cada ano e missa em honra de S. Jorge na sua capela e no seu dia, bem como a manutenção
da capela de S. Jorge. Após a morte do Infante, em 1461 o Cabido tomou posse da feira.

Uma década depois, o Cabido solicitou a D. Afonso V a alteração da data da feira, que passou a
realizar-se a partir do Dia de Todos os Santos (1 de novembro), já que em outubro os
mercadores da região acorriam à feira de Medina del Campo e a população local estava
ocupada nas vindimas. Em 1501, após uma interrupção de 4 anos, a feira voltou a realizar-se,
tendo D. Manuel I autorizado a sua transferência para o interior da cidade, a pedido do Cabido
devido à insalubridade da Cava e às “desonestidades” que ali se praticavam.

Entre o 25 de Abril de 1974 e 1994, o recinto da feira estendeu-se às duas margens do Pavia e
a programação desportiva e cultural ampliou-se substancialmente. Os espetáculos musicais
assumiram cada vez mais importância no programa. Em cada ano passaram a estar disponíveis
exposições temáticas, salões de pintura e de banda desenhada, ciclos de cinema para adultos e
para crianças, festivais de folclore nacional e internacional e exposições de artesanato
regional.

Entre 2003 e 2005, no âmbito do programa Pólis, concretiza-se uma profunda reorganização
do espaço e das infraestruturas da feira. Desaparece o emblemático “Picadeiro”, ponto de
encontro incontornável, e os pavilhões de exposições, surgindo o Pavilhão Multiusos. Em 2014,
a Expovis entra em processo de extinção, sendo substituída em 2016 pela Viseu Marca, a nova
entidade organizadora da Feira de São Mateus.

Entretanto, em 2015 dava-se início à revitalização da feira, com alterações ao nível da sua
programação e promoção, bem como da disposição do recinto.

Entre a aposta na conquista de novos públicos e a reconciliação com as tradições históricas da


feira, em 2015 assistiu-se, por exemplo, ao regresso das sessões de cinema e do mítico
“Picadeiro”, a avenida que atravessa todo o recinto da feira desde a porta de Viriato até ao
palco.

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8 - GUARDA

8.1 - Feira de São João


A Feira de S. João na Guarda é uma das mais antigas e importantes da região, tendo sido criada
por decreto régio em 1255. O certame anual, de vital importância económica, juntava feirantes
e populares do interior do país. No recinto transacionavam-se produtos agrícolas, animais e
artesanato.

A Câmara Municipal da Guarda retomou a tradição e tem vindo a apoiar esta iniciativa pelo
que durante 3 dias (23, 24 e 25 de Junho) no Largo João de Deus vais encontrar a recriação
histórica da feira do início do século XX.

Nesta evocação, dezenas de figurantes trajados a rigor, encontrarás uma verdadeira feira
tradicional onde poderás comprar produtos da terra, artesanato e arte popular.

Nas bancas encontrarás couves, alfaces, feijão, hortaliças, castanhas piladas, mel, vinho,
licores, pão caseiro, presunto e queijo, biscoitos, coscoréis, doces, compotas, bolachas,
manjericos e flores.

Do artesanato regional podes levar como recordação os cobertores de papa e as campainhas


de bronze de Maçainhas, as tesouras da tosquia do Jarmelo, as facas do Verdugal, a cestaria de
vime de Gonçalo e em madeira de castanho de Famalicão.

Nas tasquinhas improvisadas para aqueles dias podes descansar enquanto saboreias o caldo
verde ou o caldo de grão da Guarda, ou as sardinhas assadas ou carnes variadas grelhadas.

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O ponto alto da feira é a noite de S. João, quando pela meia noite se ascende a fogueira de
rosmaninho e se queima a boneca de farrapos após o que se inicia o baile ao som dos
acordeãos.

Se a determinada altura escutares o barulho dos cascos na calçada, olha com atenção e verás o
desfile de cavaleiros jovens e velhos, alguns com traje a rigor, em cavalos brancos, castanhos
ou malhados.

Estes percorrem os cantos da cidade desde o antigo matadouro até ao espaço da feira,
passando pela Sé Catedral, Igreja de S. Vicente e Igreja da Misericórdia.

Figura nº15 - Feira de São João Guarda.

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9 - COIMBRA

9.1 - Festas da Cidade de Coimbra e da Rainha Santa


Isabel
O mais notável terá sido o chamado milagre das rosas. Segundo a lenda, numa das muitas
vezes em que a rainha se preparava para ir distribuir esmolas e pão, foi surpreendida por D.
Dinis que percebendo que escondia algo no regaço, quis saber do que se tratava, ao que a
rainha respondeu: “São rosas, Senhor”. Porém o rei não acreditou e obrigou-a a abrir o manto.
Milagrosamente, os pães tinham-se transformado em rosas.

Após ter morrido em Estremoz no ano de 1336, cumpriu-se a sua vontade de regressar a
Coimbra, tendo D. Afonso IV, cumprido a vontade de sua mãe, transladando o seu corpo para
Coimbra e sepultando-o no Mosteiro de Santa Clara.

Apesar de só ter chegado a Coimbra vários dias depois e de se estar em pleno verão, a urna
que continha o corpo de Isabel de Aragão exalava um suave perfume a rosas.

Impressionado com tal facto, o povo não tardou a dar-lhe foros de santidade e a prestar-lhe o
culto. Após a sua beatificação, em 1516, pelo Papa Leão X, o culto à Rainha Dª Isabel é
reconhecido pelo rei D. Manuel I. A Rainha Santa foi canonizada em 1625 pelo Papa Urbano
VIII.

Atualmente as Festas em honra da Rainha Santa Isabel realizam-se no mês de julho, em anos
pares.

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Num misto de manifestações religiosas e profanas, as Festas têm como ponto alto as duas
procissões (uma diurna e outra noturna) nas quais a imagem da Rainha é transportada até à
Igreja do Mosteiro de Santa Cruz, regressando depois ao local de origem, o Mosteiro de Santa
Clara-a-Nova, onde se encontra sepultado o corpo incorrupto da Rainha Santa Isabel. São dias
de grande devoção, nos quais a cidade, engalanada, ganha uma atmosfera única e muito
própria.

Figura nº 16 - Festas da Cidade de Coimbra.

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10 - Castelo Branco

10.1 - Festa Nossa Senhora de Mércoles.


É a mais popular das festas da cidade. Decorre no segundo domingo depois da Páscoa e
prolonga-se até à terça-feira seguinte que é feriado municipal.

A romaria decorre junto à capela homónima, situada numa das entradas da cidade. A origem
desta festa terá a ver com um voto de agradecimento a Nossa Senhora por a cidade ter ficado
livre da peste e outras pragas. O culto remonta ao século XVI.

Figura nº 17 - Nossa Senhora de Mércoles.

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11 - LEIRIA

11.1 - Festa em Honra Nossa Senhora da Gaiola.


Trata-se de uma festa secular, realizada sempre no 1.º domingo deste mês, de que há notícia
desde pelo menos 1542, mas de tradição imemorial. A Carta Régia de D. João III, justamente de
31 de maio de 1542, concede licença aos moradores para realizarem e pedirem para o Bodo,
estabelece os critérios de distribuição das esmolas e fala deste costume como sendo de
“antigamente”. Sobre a lenda que envolve a designação da Padroeira das Cortes, escreveu Frei
Agostinho de Santa Maria (“Santuário Mariano”, Lisboa, 1711): «Pastoreavam uns rústicos
aldeões por aquele sítio o seu gado, e chegando-se mais aos matos que ali havia, descobriram
no tronco de uma árvore, que alguns querem fosse oliveira ou zambujeiro, uma imagem da
Mãe de Deus.

Não consta se ela lhes falou ou se viram algum prodígio. Refere-se por tradição que, alegres
com o achado, lhe fizeram uma cabana tecida de ramos junto à mesma árvore e nela a
começaram a venerar (este domicílio que deram à Senhora parecia mais gaiola que casa, por
ser composto de ramos de salgueiro e de outras árvores). Com o título de Gaiola a começaram
a invocar, e com o mesmo é ainda hoje venerada.»

Cortes e seu termo faziam inicialmente parte da freguesia de S. Martinho, que tinha sede na
então vila de Leiria e cuja igreja foi demolida em meados do século XVI. Fez depois parte da
freguesia de S. Pedro, durante pouco tempo, e finalmente, em 1550, no reinado de D. João III,
o bispo D. Brás de Barros «erigiu a ermida de N. Senhora da Gaiola, do lugar das Cortes, como
em freguesia, para os moradores do mesmo lugar e vizinhos, enquanto se não fizesse a sé,
para onde os havia de mudar». Foi D. Pedro de Castilho que levantou, em definitivo, a ermida
das Cortes em freguesia no ano de 1592. Em 1607, já no período filipino, inaugurou-se a nova
igreja paroquial, tendo o bispo D. Martim Afonso Mexia mandado demolir a velha ermida,
“sobre o que teve demanda com o cabido, mas derribou-se”. A paroquial é um majestoso
templo de recorte barroco com um imponente retábulo em talha dourada a decorar o altar-
mor. Este ardeu quase completamente em 1996 e foi restaurado nos anos seguintes. A festa
de Nossa Senhora da Gaiola é habitualmente organizada por um número avultado de

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mordomos, que tem como motivos principais as cerimónias religiosas, especialmente a sua
monumental procissão com os Meninos e seus fradinhos, os cabazes do pão e as imagens das
padroeiras de todos os lugares e seus estandartes. Ímpar, no seu género, na região. Atração
indiscutível é a distribuição do pão a todos os presentes na festa, uma reminiscência do velho
Bodo de Nossa Senhora da Gaiola.

No corrente ano de 2014, a festa voltou a contemplar as luzidias cerimónias religiosas, com o
templo cheio de fiéis e uma procissão imponente pelas ruas do lugar sob um sol primaveril. Em
particular, no domingo, depois da recolha dos Meninos e da saudação das duas filarmónicas
presentes (Cortes e Maceira), o pároco procedeu à bênção do pão e de novas imagens de
Meninos, seguindo-se a Eucaristia, às 14h30. Foi depois desta que se realizou a colorida
procissão, após o que o público pôde assistir no arraial ao concerto das filarmónicas.

Pelas 18h30, o pároco procedeu à bênção das mães, uma vez que a data coincidiu com o Dia
da Mãe, e, pelas 19h00, o adro encheu-se para participar na distribuição do pão, símbolo da
grande festa do bodo que era apanágio desta celebração.

Figura nº 18 - orações a nossa senhora da Gaiola 1969

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12 - LISBOA

12.1 - Festas de Santo António


A maior festa popular de Lisboa e uma das maiores do país celebra-se em honra de Santo
António, que nasceu na capital portuguesa em finais do século XII e, segundo algumas fontes,
morreu em Itália 39 anos depois.

Esta festa, que também se realiza em junho, tem alguns momentos únicos a nível nacional que
atraem milhares de pessoas vindas de todo o país, mas também do estrangeiro – aí terei de
destacar, sem dúvida, as marchas populares.

Com mais de oito décadas de história, as marchas populares de Lisboa já são uma tradição
desta época festiva e reúnem os vários bairros da cidade num cortejo. Como já é costume,
estas marchas realizam-se no dia 12 de junho na bonita Avenida da Liberdade e contam com
centenas de participantes. Outra tradição desta festa são os famosos casamentos de Santo
António que também se realizam no dia 12 de junho e que juntam vários casais para a
celebração do matrimónio – não fosse Santo António considerado o santo casamenteiro.

Mas esta festa popular não se resume às marchas populares e aos casamentos de Santo
António. As pessoas aproveitam esta altura para embelezar as suas casas e os seus bairros com
manjericos e o cheiro a sardinha assada anda no ar.

Figura nº19 - Desfile de santo António

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13 - SANTARÉM

13.1 - Festas Anuais de Amiais de Baixo


Uma das tradições de maior destaque das gentes de Amiais de Baixo relaciona-se com a anual
Festa em Honra do Mártir S. Sebastião. Com a duração de 4 dias, de sábado a terça-feira,
realiza-se sempre na semana anterior ao Carnaval desde 1847.

Porquê em Honra de Mártir S. Sebastião? Não existe uma explicação oficial. Para uns por se
tratar de um Santo muito venerado na região e certamente, por influências das cruzadas, que
por onde passavam deixavam referências a santos mártires dos tempos romanos.

Para outros, é uma alusão ao martírio dos homens de Amiais, obrigados a longos períodos de
ausências passados nos pinhais, que sempre regularam o seu calendário de trabalho para
poderem estar presentes na festa. Mas nesta celebração, o povo não esquece a sua padroeira,
Nossa Senhora da Graça, merecedora das maiores honras e de muita veneração.

Nesta festa existem momentos particularmente típicos. Aquele que atrai mais visitantes é o
fogo de artifício de sábado à noite, o qual é antecedido pela procissão com os archotes ao
cemitério para ir buscar a imagem do arcanjo S. Miguel para a Igreja.

No domingo, há outra procissão que sai da igreja, com crianças vestidas a rigor, seguidas de
várias imagens que percorrem o centro da vila, perante a forte adesão das pessoas, que, na
passagem, cumprem as promessas, colocando nos andores as suas ofertas.

Segundo os populares, esta procissão serve para mostrar ao Arcanjo S. Miguel as obras
realizadas durante o ano.

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À segunda-feira, realiza-se a última procissão, na qual, o Arcanjo S. Miguel é reconduzido ao
cemitério, à sua capela, onde permanecerá até à festa do ano seguinte.

Esta última procissão carrega forte simbolismo, sendo particularmente bonito e comovente o
momento da despedida do Arcanjo S. Miguel das outras imagens, representadas pela
Padroeira, Nossa Senhora da Graça que regressa à Igreja em ambiente de tristeza.

À noite, a comissão antiga entrega a bandeira à nova comissão. Na terça-feira de manhã, há a


apresentação da nova comissão de festa, com um pequeno cortejo pelas ruas da vila.

Durante a tarde, realiza-se o leilão e à noite a despedida da banda musical, com a procissão de
archotes e fogo de artifício.

Para além das procissões serem reveladoras da forte devoção das gentes de Amiais, as festas
são, em si, um momento extraordinário de convívio onde sobressai o espírito hospitaleiro e
acolhedor da população.

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14 - Tomar

14.1 - Festa dos tabuleiros


A Festa dos Tabuleiros realiza-se de 4 em 4 anos e a próxima terá lugar em Julho de 2023. A
bênção dos tabuleiros, as ruas ornamentadas, as colchas colocadas nas janelas, o lançar de
flores sobre o cortejo dos tabuleiros, constituído por centenas de raparigas que transportam à
cabeça os tabuleiros, é um espetáculo inesquecível.

O Cortejo dos Tabuleiros, anunciado por gaiteiros e fogueteiros, é presidido pelo Pendão do
Espírito Santo e pelas três Coroas dos Imperadores e Reis. São seguidos pelos Pendões e
Coroas de todas as freguesias, com a participação das raparigas que levam os tabuleiros,
terminando com os carros do pão, da carne e do vinho, puxados pelos bois do sacrifício
simbólico, de cornos dourados e fitas pendentes.

As raparigas que transportam os tabuleiros devem usar vestido comprido branco, com uma fita
colorida a cruzar o peito. São ajudadas por rapazes que também têm um traje a rigor, camisa
branca de mangas arregaçadas, calças escuras, barrete preto e gravata na cor da fita da
rapariga. O tabuleiro, que deve ter a altura da rapariga, é feito de 30 pães, de formato especial
com 400 gramas cada, enfiados equitativamente em 5 ou 6 canas. As canas são prendidas a um
cesto de vime e rematadas por uma Coroa com a Cruz de Cristo ou a Pomba do Espírito Santo.
A decoração é completada com flores de papel, verdura e espigas de trigo.

Figura 19 - Festa dos tabuleiros em tomar

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15 - PORTALEGRE

15.1 - Festa do Castanheiro / Feira da Castanha


Esta festa realiza-se no segundo fim-de-semana de Novembro no município de Marvão. Aí
podemos encontrar castanhas, vinho, artesanato, gastronomia com castanha, doces de
castanha, produtos regionais e animação musical.

No fundo, tudo o que contenha castanha, faz parte desta fantástica festa. "No âmbito da feira
decorre também o Concurso de Gastronomia com Castanha, e o Concurso de Doçaria de
Castanha. Estas duas iniciativas têm como principal objetivo a recuperação da gastronomia á
base de castanha." Cinco mil quilos de castanha e dois mil litros de vinho são um dos atrativos
da Festa da Castanha na Vila de Marvão.

É o acontecimento anual de maior impacto na Vila Alentejana a Festa da Castanheiro/Feira da


Castanha. "Centenas de artistas de animação nas ruas; quatro magustos colocados em sítios
estratégicos da vila com excelente castanha assada e vinho da região; Mais de 80 postos de
artesanato do mais autêntico e português; Área de enchidos e queijos; Área de compotas,
licores e doces caseiros; Concurso de Doçaria com castanha na Casa da Cultura; Tenda dos
produtores locais com os melhores produtos da terra. Outro atração é a Quinzena
Gastronómica da Castanha que decorre de 1 a 16 de Novembro, nos restaurantes aderentes
do Concelho."

Figura nº 20 - Danças na festa da castanha.

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16 – SETÚBAL

16.1 - Feira de Sant’iago


A Feira de Sant’Iago, realizada anualmente no Parque Sant’Iago, nas Manteigadas, durante a
última semana de julho e a primeira de agosto, assume-se como uma das maiores e mais
importantes festas populares a sul do país. A Feira de Sant’Iago, com mais de quatro séculos
de história, tendo já percorrido várias localizações, consegue sempre surpreender pela
renovação e inovação que apresenta a quem a visita, sendo um polo expressivo na região da
oferta cultural e de lazer à população local e aos visitantes do concelho.

O certame é feito de várias dimensões. Cada edição é preenchida por espetáculos musicais e
animações de rua para todos os públicos, por dezenas de stands de artesanato, tasquinhas
gastronómicas e diversões, a par de zonas de atividade desportiva e de lazer, áreas
institucionais e do tecido empresarial da região, que captam as atenções dos visitantes,
sobretudo a exposição da Câmara Municipal de Setúbal, na principal entrada do recinto.

Subordinada anualmente a um tema específico, a Feira de Sant’Iago assume-se como um local


de encontro e de experiências, desde as mais tradicionais às interativas, um espaço onde as
atrações atingem uma vasta diversidade de públicos, dos mais aos menos jovens, dos que
gostam de fado aos que gostam de hip hop, dos que preferem comer uma fartura aos que não
dispensam o choco frito e provas de vinhos.

Figura nº 20 - Feira de Sant’iago.

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17 - ÉVORA

16.1 - Festa de Nossa Senhora das Candeias


Num paraíso de encanto e calmaria, com paisagens únicas rodeadas pelas águas de Alqueva
podemos encontrar uma pequena vila com casario branco e gente humilde, onde se ergue no
cimo do monte o castelo, e no qual está integrado a Igreja Matriz de Nossa Senhora das
Candeias que acolhe a padroeira da terra.
Mourão localiza-se no Alentejo Central, é sede de concelho, e tem o Feriado Municipal no dia 2
de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias, data em que todos os mouranenses
regressam à Terra para comemorar a festa em honra da padroeira.

A devoção deste povo a Nossa Senhora das Candeias remonta aos primórdios do século XIV,
cerca de 1316, no reinado de D. Dinis. Era então venerada como Santa Maria do Tojal, já que
segundo a lenda, a Virgem teria aparecido entre moitas de tojo. Certo é, que até aos dias de
hoje, o culto a Nossa Senhora das Candeias faz com que milhares de pessoas se desloquem
anualmente a Mourão por ocasião da festa em sua honra, com maior destaque no dia 2, dia
em que a Padroeira percorre as ruas da vila acompanhada por uma enorme multidão de gente,
a perder de vista.

Aqui, surgem gentes de vários pontos do país, mas a grande fatia de população incide sobre os
filhos da terra e sobre os devotos de Nossa Senhora que residem nos concelhos vizinhos, e dos
quais as preces recaem sobre a Senhora das Candeias de Mourão.

A Procissão é uma das maiores e mais antigas manifestações religiosas do Alentejo. Aqui
podemos encontrar um misto de emoções e sentimentos patente no rosto e no olhar de cada
devoto. A fé, a esperança e a gratidão depositada em Nossa Senhora só é percetível aos olhos
de quem assiste.

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A preparação da festa exige um
exímio trabalho por parte dos mouranenses que adornam o altar e o andor de Nossa Senhora
com flores naturais, oferecidas conforme as promessas de cada um, assim como o manto
bordado a ouro. Um ritual que se repete anualmente e que antecede o início da novena a 24
de janeiro.

No dia 2, a festa religiosa inicia com uma missa solene em homenagem a Nossa Senhora, e ao
final da tarde a Imagem sai à rua, carregada em braços por dezenas de homens que todos os
anos se voluntariam para esta missão e que carregam o pesado andor movidos pela fé e pela
adoração à Mãe de todos os mouranenses.

Nas ruas, os populares esperam a passagem de Nossa Senhora e têm no primeiro contacto
visual com a Imagem o momento de maior comoção e o auge das suas preces, seguindo atrás
do andor. A procissão é escoltada pela Guarda de Honra da GNR e é composta por todos os
guiões representativos dos Santos e movimentos que compõem a Paróquia.

A acompanhar a procissão toca a Banda Municipal Mouranense, uma banda quase centenária
que anualmente acompanha a Padroeira. Já com a noite a cair e os sinos a repicar, Nossa
Senhora recolhe à sua Igreja sobre o olhar atento de todos os que esperam ser abençoados no
regresso às suas moradas. E eis que na despedida o céu noturno de Mourão se ilumina com
um esplendoroso espetáculo de fogo-de-artifício.

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18 - BEJA

18.1 – Ovibeja - Feira agrícola


É uma feira que apela à participação ativa, ao exercício da cidadania, à construção de mais-
valias resultantes de todos os sectores de atividade ao encontro da afirmação das diferentes
dinâmicas, sejam do sector agrícola e agro-pecuário, dos desenvolvimentos tecnológicos, da
investigação científica, do saber fazer e do saber ser.

É uma feira que nasce na terra e se desenvolve na cidade. A Ovibeja é uma feira agrícola. Da
produção. Mas também da transformação, dos serviços, uma mostra institucional, um centro
de negócios, de apresentação e discussão dos temas das atualidades.

É uma feira das pessoas. Construída e vivida por quem nela participa. A Ovibeja é uma feira
diferente. Sem preconceitos.

De todas as idades. Da diversidade do campo. Das diferentes expressões da cidade. Ergue-se


com respeito à mais pura ruralidade, mas constrói-se de modernidade, numa paleta de todas
as cores.

A Ovibeja é a construção do sonho. “Todo o Alentejo deste Mundo”! A Ovibeja nasceu em


1984 com uma exposição de ovinos num recanto da tradicional Feira da Primavera, num
verdadeiro esforço de voluntariado.

Os produtores reuniram-se com o objetivo de responder a alguns desafios da sociedade e do


sector agrícola de então e também para criar uma associação, a ACOS - Associação de
Criadores de Ovinos do Sul que, em 2012, mudou de designação para ACOS – Agricultores do
Sul.

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Esta associação, a mesma que organiza todos os anos a já conhecida como a maior feira
agrícola do país, tem vindo a aumentar e diversificar a sua área de atuação, num permanente
esforço de atualização, de modernização e de resposta aos novos desígnios colocados aos seus
associados, ao sector, à região e ao próprio País.

Com o contínuo crescimento da feira e a sua valorização a nível nacional, no início dos anos 90,
a Ovibeja alarga-se além-fronteiras, passando a ser denominada por “Expo-Internacional”.

A feira continuou a afirmar-se progressivamente e, além de muitos outros fatores de sucesso,


o nome Ovibeja é um dos que a diferencia dos restantes certames. Passou, por isso, a
denominar-se simplesmente “Ovibeja”. A Ovibeja das pessoas e para as pessoas.

Figura nº 21 – Ovelha na feira agrícola

19 - FARO

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19.1 - Procissão do
Enterro do Senhor
As celebrações da Semana Santa em Faro remontam a 1678, ressaltando pela sumptuosidade
a tradicional Procissão do Enterro do Senhor, evocando a paixão de Cristo, sendo as ruas
ricamente decoradas e as varandas e janelas adornadas com colchas e velas acesas para
acolher o cortejo.

O secular préstito procura anualmente reviver, com densidade silenciosa, o episódio


protagonizado por José de Arimateia.

Pilatos, depois da confirmação da morte de Jesus, entregou o corpo de Cristo a este membro
do conselho do Sinédrio para que fosse sepultado.

A Procissão do Enterro do Senhor –, a segunda de maior expressão realizada no Algarve, logo


depois da de Nossa Senhora da Piedade (Mãe Soberana) –, que percorre as principais artérias
da capital algarvia perante a presença e participação de milhares de pessoas, sai aberta por
uma representação a cavalo da GNR e um friso de tochas.

Segue-se a matraca, cujo som áspero que se ouve ao longe, e que simboliza as ondas de ódio
amontoadas pelos judeus à volta de Cristo. A certa distância vem o guião ladeado por duas
lanternas.

Alguns metros desviados, a iniciar as alas os balandraus com tochas, a cruz com o lençol
pendurado. Entre as alas, o “tumbinho” carregando o corpo de Cristo, debaixo do pálio.

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Participam ainda no préstito
autoridades eclesiásticas, civis e militares, as Ordens Terceiras de Nossa Senhora do Monte do
Carmo e Franciscana Secular, a Irmandade da Misericórdia, os Bombeiros Municipais e
Voluntários de Faro, os agrupamentos do Corpo Nacional de Escutas, os grupos dos Escoteiros
de Portugal e a companhia da Associação de Guias de Portugal, entre outras entidades e
instituições.

No meio, seguem os três andores, comportando as imagens de Nossa Senhora, o apóstolo João
e Maria Madalena, os três que permaneceram junto à cruz.

Figura nº 22 - Procissão do Enterro do Senhor

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20 - Açores

20.1 - Festas do Espírito Santo


Anualmente, as festas do Espírito Santo decorrem um pouco por todo o arquipélago dos
Açores, todas as semanas desde a Páscoa até ao Domingo de Pentecostes, em alguns casos, ou
Domingo da Trindade, noutros casos.

No geral, durante as festividades semanais realizam-se as “alumiações” - um misto de


veneração das insígnias do Divino e de convívio alegre - e canta-se o “pezinho” ao mordomo e
às pessoas que realizam generosas ofertas ao Espírito Santo.

Nestes festejos podem ouvir-se cantares ao desafio semelhantes ao norte de Portugal. Em


algumas localidades, a sexta-feira é o dia do sacrifício do gado, com vista ao “bodo” que o
mordomo, no domingo, oferecerá aos seus convidados.

No domingo realiza-se a primeira procissão que vai a casa do mordomo buscar a coroa, o cetro
e a salva, que são transportadas ritualmente por jovens vestidas de branco para a igreja, onde
se realiza a cerimónia da coroação.

A bandeira do Espírito Santo, de fundo escarlate com a Pomba-branca bordada, segue sempre
à frente na procissão. Estas procissões atualmente são acompanhadas pelas filarmónicas, mas
antigamente eram-no pelos foliões.

Pá gina 46
A sequência ritual das festas do Espírito Santo permite um conjunto de refeições, dádivas e
distribuições de alimentos cerimoniais às populações.

Nestas dádivas estão incluídas em algumas localidades, as Sopas do Espírito Santo - feitas à
base de carne de vaca cozida e de fatias de pão de trigo - diversas variedades de pães e de
massa sovada, biscoitos e doces. Estas sopas são oferecidas pelo mordomo a toda a
população.

As festas do Espírito Santo têm bastante significado nos Açores, embora de ilha para ilha
existam algumas diferenças nos festejos.

Nas Terras do Priolo, as festas do Espírito Santo são comemoradas em todas as freguesias,
existindo algumas que ainda cumprem com todas as festividades semanais, enquanto outras
realizam só em algumas as semanas, por falta de disponibilidade de mordomos.

Figura nº23 - Festas do Espírito Santo

Pá gina 47
20.2 - Festas Sanjoaninas

Angra do heroísmo
As Festas Sanjoaninas são outra das mais bonitas festas e romarias em Portugal e têm lugar na
bonita cidade de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, Açores.

Tal como a Festa da Flor, na Madeira, também as Festas Sanjoaninas são um dos principais
postais de visita dos Açores e atraem milhares de visitantes todos os anos, por altura das
comemorações do S. João, em junho.

Com um programa com mais de uma semana de duração, as Festas Sanjoaninas têm vários
motivos de interesse onde se destacam os concertos, a Feira Taurina de São João e as marchas
de São João.

A Feira Taurina de São João é um momento que pode ser apreciado por amantes da
tauromaquia – nesta feira poderá assistir, entre outras coisas, às touradas à corda e às
largadas de touros. As marchas de São João são o momento alto desta festa popular e mais de
3000 figurantes participam neste que é um momento de música, dança e diversão. Classificado
pela UNESCO em 1983 como Património da Humanidade.

Figura nº 23 – Desfile Sanjoanino

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21 - MADEIRA

21.1 - Funchal - Festa da flor


Desde há muitos anos que a ilha da Madeira é também conhecida como a “ilha das flores” e
isso deve-se ao facto de esta ilha reunir as condições climatéricas e não só para que vários
tipos de flores aqui desabrochem.

A nível histórico, a ilha sempre foi um ponto de passagem para navios que rumassem aos
continentes africano e americano.

Ao desembarcarem e ao passearem pelas ruas do Funchal, os visitantes eram abordados pelas


floristas que lhes venderiam todo o tipo de flores; para além disso, as pessoas também podiam
apreciar os belos jardins de cada casa.

Esta relação entre a Madeira e as flores continua viva e atrai cada vez mais visitantes de todo
o mundo. Há alguns momentos desta festa que não pode perder como o Cortejo Infantil, que
consiste num desfile de centenas de crianças vestidas de flores que vão até à Praça do
Município, onde é feito o “Muro da Esperança“.

O Cortejo Alegórico da Flor é, contudo, o momento alto das celebrações. Constituído por
centenas de figurantes vestidos a preceito e vários carros alegóricos, este cortejo espalha por
algumas ruas do Funchal a alegria tão típica deste tipo de eventos – um momento a não
perder.

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Pode aproveitar igualmente esta altura do ano e esta festa em particular para admirar os
bonitos tapetes de flores e as exposições em torno deste tema.

A Festa da Flor é mais uma das bonitas festas e romarias em Portugal e é um postal de visita à
bonita ilha da Madeira, considerada a “Pérola do Atlântico” e eleita por várias vezes como o
melhor destino insular do mundo.

Figura nº 25 - Popular com um Vestido feito de flores.

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WEBGRAFIA
1 viana do castelo - Festa das rosas

http://www.cm-viana-castelo.pt/pt/festas-e-romarias

Viana do castelo - A Festa da Senhora da Agonia

https://www.vianafestas.com/pt/eventos-e-romarias/romaria-sra-da-agonia#gigantones-
cabecudos

https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/santuario-da-senhora-da-agonia

https://templosantaluzia.org/templo/festa-de-santa-luzia/

2 braga - Noite branca

https://www.brasileiraspelomundo.com/as-principais-festas-populares-em-braga-1901115626

Fafe - Romaria de Nossa Senhora da Porta

https://www.visitarcos.pt/o-melhor/grandes-eventos/galeria-93

3 vila real -Boreal festival de inverno

https://clinica-avancada.pt/5-eventos-a-nao-perder-em-vila-real/

4 Bragança - Macedo de cavaleiros – caretos de Podence

https://www.portugalnummapa.com/caretos-de-podence/

5 Porto - são João do porto

https://www.visitar-porto.com/pt/eventos/porto-eventos/festas-de-sao-joao.html

Povoa de varzim - nossa senhora das dores

https://www.cm-pvarzim.pt/eventos/festas-de-nossa-senhora-das-dores/

https://trofanews.pt/noticia.php?id=619#.YPbRauhKg2x

Festa de São Gonçalo.

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https://www.rtp.pt/programa/tv/
p19236/e4

http://penafielterranossa.blogspot.com/2013/01/s-goncalo-de-amarante.html

6 Aveiro - Festa de São Gonçalinho de Aveiro

https://pt.wikipedia.org/wiki/Festas_em_honra_de_S%C3%A3o_Gon%C3%A7alinho

Lamego - Romaria nossa senhora dos remédios

https://7maravilhas.pt/portfolio/festas-em-honra-de-nossa-senhora-dos-remedios/

7 Viseu - Feira de São Mateus

https://www.feirasaomateus.pt/historia

8 Guarda - Feira de São João

https://guarda.costasur.com/sites/feira-de-s-joao-da-guarda/pt/index.html

9 Coimbra - Festas da Cidade de Coimbra e da Rainha Santa Isabel:

https://www.cm-coimbra.pt/areas/visitar/ver-e-fazer/festas-feiras-e-romarias/festas-da-
cidade-de-coimbra-e-da-rainha-santa-isabel

10 Castelo Branco - festa Nossa Senhora de Mércoles

https://lifecooler.com/artigo/atividades/romaria-de-nossa-senhora-de-mrcoles/321511

11 Leiria - festa em honra Nossa Senhora da Gaiola.

https://www.leiria-fatima.pt/nossa-senhora-da-gaiola-festejada-nas-cortes/

12 Lisboa Festas santo António - Lisboa

https://gotoportugal.eu/pt/festas-e-romarias-portugal/

13 Santarém - Festas Anuais de Amiais de Baixo

https://www.cm-santarem.pt/descobrir-santarem/animacao-turistica/item/2117-festas-
anuais-de-amiais-de-baixo

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Tomar - Festa dos tabuleiros

https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/festa-dos-tabuleiros

14 Portalegre - Festa do Castanheiro / Feira da Castanha

https://lendasetradicoes.blogs.sapo.pt/18160.html

15 Setúbal - Feira de Sant’iago

https://www.mun-setubal.pt/feira-de-santiago/

16 Évora - Festa nossa senhora das candeias

https://7maravilhas.pt/portfolio/procissao-em-honra-de-nossa-senhora-das-candeias/

17 Beja - Ovibeja Feira agrícola

https://www.ovibeja.pt/apresentacao

18 Faro - Procissão do Enterro

https://diocese-algarve.pt/misericordia-de-faro-promove-procissao-do-enterro-do-senhor-
das-mais-imponentes-do-algarve/

19 Açores - Festas do espírito santo

https://www.azores.gov.pt/Gra/srrn-cets/conteudos/livres/Culto+do+Esp
%C3%ADrito+Santo.htm

Festas Sanjoaninas – angra do heroísmo ilha terceira açores

https://gotoportugal.eu/pt/festas-e-romarias-portugal/

20 Madeira - Festa da flor

https://gotoportugal.eu/pt/festas-e-romarias-portugal/

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