Você está na página 1de 39

Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas

PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

O Turismo Enológico
A sua influência no Crescimento das Regiões

2020 / 2021

Renata Filipa Maia Lopes - 12º F

Prova de Aptidão Profissional


Curso Profissional Técnico de Receção

Julho de 2021

Orientador PAP: Gabriel Silva


Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Agradecimentos

Neste trabalho não posso deixar de expressar o meu mais sincero agradecimento às
pessoas que contribuirão para a realização deste trabalho. Assim vou deixar as minhas
palavras de agradecimento:

O meu Orientador de formação, Gabriel Silva pelo apoio e a dedicação e pela


disponibilidade a todos por igual, e o empenho em nos manter sempre motivados foi
inalcançável.

Á Escola Básica e Secundaria de miragaia que me deu a oportunidade de aplicar os


conhecimentos adquiridos, e claro não podia deixar de mencionar todos os professores
que diretamente ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho pela
atenção e ajuda que todos me ofereceram.

Á minha tia que prestou suporte desde o inicio do processo e que sempre me manteve
motivada e sempre disponível para qualquer tipo de duvida foi sem duvida um grande
apoio.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Resumo

Esta Prova de Aptidão Profissional (PAP) consiste no meu projeto final de curso,
resultado de três anos de estudo empenho e dedicação.

O tema deste projeto é O Turismo Enológico- A sua influência no Crescimento das


Regiões

A presente Prova de Aptidão Profissional é elaborada no âmbito do curso profissional


Técnico de Receção, lecionado pela Escola Básica e Secundaria de Miragaia.

Neste projeto irei falar sobre O Turismo Enológico - e sua influência no Crescimento
das Regiões, onde também serão abordadas todas as informações sobre o mesmo.

Este projeto tem como finalidade divulgar o turismo enológico , dar a conhecer o
crescimento vinícola nas diferentes regiões , e fazer com que as pessoas adiram e
fiquem a conhecer também um pouco mais sobre os vinhos do nosso país.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Índice de Figuras

Fig 1- Regiões vitivinícolas em Portugal Pág 18

Fig 2- Região dos Vinhos Verdes Pág 19

Fig 3- Trás-os-Montes Pág 20

Fig 4- Douro Pág 21

Fig 5- Bairrada Pág 22

Fig 6- Dão Pág 23

Fig 7- Beira Interior, Távora-Varosa e Lafões Pág 23

Fig 8- Lisboa Pág 24

Fig 9- Tejo Pág 25

Fig 10- Península de Setúbal Pág 26

Fig 11- Alentejo Pág 26

Fig 12- Região Vitivinícola da Madeira Pág 27

Fig 13- Passado e Presente Pág 28

Fig 14- Vinificação Pág 30

Fig 15- Região Vitivinícola dos Açores (Graciosa, Pico e Biscoitos) Pág 31

Fig 16- Épocas de cultivo e ciclo biológico das principais variedades/castas na vinha
Pág 34

Fig 17- Épocas de plantação Pág 35

Fig 18- Manutenção do solo Pág 36

Fig 19- Intervenções na videira Pág 37

Fig 20- Poda Pág 38

Fig 21- Desponta Pág 39

Fig 22- Monda de cachos Pág 40


Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Fig 23- Rota dos vinhos de portugal Pág 47

Fig 24- Rota dos Vinhos Verdes Pág 48

Fig 25- Rota do Vinho Verde Alvarinho Pág 48

Fig 26- Rota do Vinho do Porto Pág 49

Fig 27- Rota da Bairrada Pág 50

Fig 28- Rota dos Vinhos da Península de Setúbal Pág 51


Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Introdução

Portugal é um país de forte tradição vitivinícola, e a excelente qualidade dos seus vinhos
tem reconhecimento em todo o mundo, sendo numerosos os prémios e distinções
conquistados em concursos internacionais. E para os apreciar e conhecer, nada como
visitar as regiões onde se produzem, sendo os vinhos um excelente pretexto para
descobrir também as paisagens, o património, a cultura e as gentes que aqui vivem.

O Douro e o Alentejo são as regiões onde se concentra o maior número de espaços


dedicados ao enoturismo, mas um pouco por todo o país, incluindo o Algarve, há
unidades de produção vinícola que recebem visitantes, seja para conhecer as vinhas, a
adega, provar os vinhos e, porque não, pernoitar e conhecer a região em redor.

É na região do Alto Douro Vinhateiro, criada em 1756, que se produz o vinho do Porto,
desde sempre destinado à exportação. Não admira pois que aqui haja uma tradição
secular de receber visitantes e de com eles partilhar o melhor da região. Desde logo a
soberba paisagem do vale do Douro, onde o homem construiu socalcos para plantar
vinha nas encostas duma região de solos agrestes. Deu lugar a uma paisagem
classificada pela Unesco como Património Mundial, povoada de quintas
tradicionalmente ligadas ao vinho. Com possível entrada pelo Porto, onde ficam as
Caves do Vinho do Porto, uma boa maneira de descobrir a região é a bordo dum
cruzeiro, que permitirá visitar alguns dos locais mais emblemáticos ligados á produção
dos excelentes vinhos do Douro e do Porto.

A fundação de Portugal começou pelo norte, berço das mais antigas famílias nobres que
ajudaram os nossos reis na conquista do território. Por este motivo, no norte, onde se
produzem os vinhos verdes, encontramos inúmeros solares e casas senhoriais que, junto
com os seus brasões, ostentam a mais aristocrática hospitalidade. Podemos instalar-nos
em casas e quintas onde nos esperam provas de vinhos e outras experiências, como a
visita a outros elementos do seu património. Nesta região ficam cidades históricas como
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Braga, Guimarães, Viana do Castelo e muitas outras, no litoral ou no interior, algumas


delas à beira de rios que lhes acrescentam frescura e fascínio.

Na região Centro encontramos cidades patrimoniais como Viseu, Coimbra -


recentemente incluída na lista do Património Mundial - Aveiro na costa, e ainda outros
locais de charme como o Buçaco e termas centenárias. Também encontramos excelentes
unidades de Enoturismo, algumas propriedade de antigas caves portuguesas, embora
todas elas tenham acompanhado as atuais tendências de produção vínica e disfrutem dos
mais modernos métodos de produção. São casas bem apetrechadas, que tiram partido da
antiguidade do seu legado histórico, por vezes até com núcleos museológicos.

O Alentejo é uma região fértil em unidades de enoturismo, não fosse esta uma região
onde se encontram vários dos principais produtores nacionais e a sua qualidade é
apreciada em todo o mundo, tendo sido considerada como a melhor região vinícola do
mundo para visitar em 2014 pelos leitores do conceituado jornal americano USA Today.
A vinha corre ao longo de extensas planícies e acompanha olivais e florestas de
montado. É nesta paisagem de vastos horizontes que se inserem quintas e herdades
produtoras de vinho com créditos firmados também na hospitalidade e na gastronomia
por que são conhecidas. Com centro em Évora, outra cidade do Património Mundial que
nos deixa encantados pela beleza e placidez do seu casco histórico, também nestas
herdades podemos participar nas vindimas e observar as diferentes etapas de elaboração
de um vinho. Também destaque especial merece Reguengos de Monsaraz, que em 2015
foi a cidade europeia do vinho e propõe muitas iniciativas a não perder como
observações astronómicas com provas de vinhos, colheita de uvas para a criação de um
vinho comemorativo, provas temáticas e jantares enogastronómicos.

Do outro lado do Atlântico destaca-se o Vinho Madeira que nos mais variados pontos
do globo ganhou fama e prestígio, um verdadeiro “tesouro” que já no século XVIII era
apreciado por reis, príncipes, generais e exploradores. Entre as castas utilizadas para o
Vinho Madeira são de salientar as Sercial, Boal, Verdelho, Tinta Negra e Malvasia, esta
última representando o vinho doce, encorpado, de perfume intenso e cor vermelha. As
vinhas, dispostas em socalcos sustentados por paredes de pedra, fazem lembrar
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

escadarias, que nalgumas partes da ilha ligam o mar à serra em paisagens


deslumbrantes.

Em suma, existe em Portugal, uma oferta muito qualificada de enoturismo,


frequentemente associado ao turismo rural e a hotéis de charme em localizações
privilegiadas. Além dos vinhos, podemos desfrutar de outros produtos de produção
própria, como os frutos e compotas, queijos, azeites, doçaria artesanal e a própria
gastronomia local. Muitas vezes de aspeto tradicional, não nos deixemos enganar pois
trata-se de hotéis contemporâneos e de adegas e caves que investiram em avançada
tecnologia, algumas com assinatura de reputados arquitetos nacionais.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

OBJETIVOS DO PROJETO

Objetivos gerais

 Identificar as principais variedades/castas vitícolas.


 Reconhecer os sistemas culturais da vinha.
 Identificar as práticas culturais utilizadas na viticultura, de acordo com o
objetivo de produção.
 Identificar as práticas agrícolas adequadas à proteção dos recursos e à
manutenção da fertilidade, numa perspetiva de sustentabilidade, no cultivo de
uma vinha.
 Identificar a legislação aplicável á viticultura e as principais normas de
qualidade e de segurança alimentar.

Objetivos específicos

 Reconhecer, no mínimo cinco das principais variedades/castas vitícolas


 Reconhecer a importância os sistemas culturais da vinha, sem recurso ao
manual, em menos de 10 minutos;
 Selecionar, pelo menos três práticas culturais utilizadas na viticultura, de acordo
com o objetivo de produção, de forma individual;
 Reconhecer pelo menos três regras de gestão do tempo, num estudo de caso, sem
erros;
 Identificar, corretamente, as práticas agrícolas adequadas à proteção dos
recursos e à manutenção da fertilidade, numa perspetiva de sustentabilidade, no
cultivo de uma vinha no exercício fornecido;
 Identificar, corretamente a legislação aplicável á viticultura e as principais
normas de qualidade e de segurança alimentar no exercício fornecido.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Viticultura
Importância económica a nível regional e do país
A vitivinicultura está historicamente ligada a Portugal como atividade agrícola de
relevante importância económica e social. No quadro do valor da produção do ramo
agrícola nacional, este sector representa 13% do total.
Com uma superfície vitícola de 240 mil hectares, a cultura da vinha ocupa cerca de
6,9% da Superfície Agrícola Útil portuguesa. Verifica-se que cerca de metade da área
do Continente se encontra em explorações especializadas em viticultura, com o maior
contributo da Península de Setúbal, Alentejo, Trás-os-Montes e Ribatejo.
Relativamente à estrutura fundiária neste sector, constatam-se grandes disparidades
entre regiões, com a área média por parcela variando entre 0.17 ha/exploração no Minho
e quase nove vezes mais em Setúbal e Alentejo, para uma média nacional de 0.8 ha.
Dado que 68% das explorações têm plantações com mais de 30 anos, trata-se de uma
atividade com raízes temporais profundas e, ao mesmo tempo, um elevado grau de
envelhecimento e consequente necessidade de reestruturação.
A produção de vinho, expressa em número de produtores, distribui-se por todo o país,
com predominância a norte do Tejo, acentuando-se a norte do Mondego e sempre nos
distritos do centro e litoral. A produção associada de 104 adegas cooperativas tem
contribuído com cerca de cinquenta por cento para a produção de vinho do Continente,
verificando-se que o diferencial entre este segmento e o dos produtores individuais tem
vindo a aumentar a favor destes. A grande maioria da área desta cultura é explorada por
produtores individuais. É no Alentejo e Península de Setúbal que o peso das sociedades
é mais significativo. No sector do vinho a estrutura empresarial é diversificada,
coexistindo empresas de cariz familiar, de Pequenas e Médias Empresas, por vezes
apenas de base regional, a par de grupos económicos de dimensão internacional, sendo
ainda de destacar o sector cooperativo, que apresenta uma importância determinante
pelo peso do número de produtores abrangidos pela sua atividade de concentração e
comercialização, contribuindo para cerca de metade da produção nacional.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Principais produtores e consumidores

Segundo a Organização Internacional do Vinho e da Vinha (OIV), a Espanha é o país do


mundo com maior área de vinha (1,018 milhões de hectares), logo seguida da França
(800 mil) e da Itália (769 mil). Os restantes do ranking são a China (570 mil), Turquia
(517 mil) e Estados Unidos (407 mil). Portugal vem a seguir, com 239 mil hectares de
vinha; ou seja, o nosso país é o sétimo país do mundo com maior área de vinha. Note-
se, contudo, que as áreas da China e especialmente da Turquia poderão incluir uva que
não está destinada a vinho. A Turquia, por exemplo, é um grande produtor de uva passa.
Portugal é líder mundial em percentagem de área de vinha, em relação à área total do
país. Ou seja, do território nacional, 2,59% está ocupado com vinha. A Itália é o único
país que se aproxima, com 2,55%. A Espanha tem 2,01% e a França ainda menos,
1,45%. A Argentina, por exemplo, tem apenas 0,08% da sua área com videiras. Destes
valores ressalta que Portugal, Itália e Espanha são os países que, de longe, mais dão à
vinha o seu território nacional.
Existem 3 países que dominam a produção mundial: França, Itália e Espanha. Os
Estados Unidos estão em quarto lugar, mas tem-se aproximado do trio europeu.
Os maiores consumidores de vinho do mundo são a França e os Estados Unidos,
praticamente lado-a-lado, com volumes da ordem dos três mil milhões de litros por ano.
A Itália vem a seguir, com cerca de 2,2 mil milhões. Portugal está em 11º lugar, com
cerca de 455 milhões de litros. Estes números dizem pouco, contudo, porque estão
relacionados, como é evidente, com a população do país. Mais significativo é o
consumo per capita e é aqui que Portugal se destaca em grande força. Na verdade, o
português é o terceiro maior consumidor mundial de vinho, logo abaixo do
Luxemburguês e da França.
.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Principais castas de vinho


Caracterização das principais castas por região (Minho, Trás-os-
Montes, Beiras e Ribatejo, Alentejo e Algarve)
Cada vinho produzido em Portugal, em função da região, clima, solo e principalmente
as castas de uva que são a sua base, tem uma identidade e alma próprias.
O sabor do vinho está intrinsecamente relacionado com a casta escolhida. Com certeza
que esta é escolhida, – dado o know-how acumulado ao longo de pelo menos dois
milénios – de acordo com critérios que favorecem a correta maturação saudável da
planta, consequentemente do fruto e também o tratamento da vinha ao longo do ano. Na
prática, trabalha-se um ano inteiro para aproximadamente 15 dias de vindima.
O termo casta tem a sua origem no latim, significando pura, sem misturas. O seu
significado é: característica comum de um conjunto de videiras, provenientes de uma ou
de várias plantas morfologicamente semelhantes, ou seja, a casta está para as videiras,
como a raça está para os cães, por exemplo.
Em todo o mundo existem entre dez a vinte mil castas, no entanto, destas apenas cerca
de quinhentas foram isoladas, cultivadas e reproduzidas pelo Homem.

Principais castas de uvas de vinho existentes em Portugal:

Estremadura

 Castas brancas: Arinto, Esgana Cão, Galego Dourado, Boal;


 Castas tintas: Negra Mole, Trincadeira, Espadeiro

Península de Setúbal

 Castas brancas: Fernão Pires, Arinto, Rabo de Ovelha, Chardonnay;


 Castas tintas: Castelão, Alfocheiro, Espadeiro, Cabernet Sauvignon,
Merlot;
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Bairrada

 Castas tintas: Baga


 Castas brancas: Bical

Douro

 Castas tintas: Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinto Cão, Tinta


Barroca, Tinta Roriz;
 Castas brancas: Viosinho, Gouveio, Rabigato, Fernão Pires, Malvasia
Fina;

Alentejo

 Castas tintas: Trincadeira, Alicante Bouschet, Argonês


 Castas brancas: Roupeiro, Rabo de Ovelha, Perrum

Região dos Vinhos Verdes

 Castas tintas: Vinhão


 Castas brancas: Alvarinho, Loureiro, Avesso, Trajadura, Azal

Dão

 Castas tintas: Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen;


 Castas brancas: Encruzado, Malvasia fina, Cercial;

Ribatejo

 Castas tintas: Castelão, Trincadeira, Baga


 Castas brancas: Fernão Pires, Arinto
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Algarve

 Castas tintas: Negra Mole, Castelão Francês, Siria

Castas e variedades para produção de vinho e uva de mesa

Principais castas para produção de uva de mesa

 Moscatel de Málaga - Cacho grande constituído por bagos grandes de cor


esverdeada. Paladar moderadamente doce.
 Dona Maria - Cacho grande composto por bagos grandes de cor amarela-
acastanha. Paladar adocicado.
 Cardinal - Possui cachos grandes compostos por bagos grandes de cor rosada.
Tem um paladar moderadamente doce.
 Moscatel de Hambourg - Possui cachos grandes constituídos por bagos pequenos
bastante adocicados de cor tinta.
 Alphonse Lavallé - Uvas com paladar aromático, recomendadas para comer.
Possui um cacho Grande constituído por bagos grandes de cor tinta.
 Red Globe - É uma variedade de uva de mesa obtida na Universidade da
Califórnia, por cruzamento das variedades Emperor, Hunisa e Nocera. O seu
cacho é grande composto por bagos grandes e carnudos da cor rosada.
 Uva de Itália - Variedade de uva de mesa (considerada uva fina), de origem
Italiana. Os seus cachos são formados por bagos grandes e carnudos, com
sementes de diferentes colorações.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Caracterização das regiões vitícolas do país

Portugal é um país com diversos tipos de climas, e por consequências com diversos
tipos de castas, que dão origem a variados tipos de vinho e a diversas regiões
vitivinícolas.

Portugal é constituído por 14 Regiões Vitivinícolas

Figura 1 - Regiões vitivinícolas em Portugal


Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Região dos Vinhos Verdes

A região dos Vinhos Verdes/Minho é a maior região vitícola portuguesa e situa-se no


noroeste do país, coincidindo com a região não vitícola designada por: Entre Douro e
Minho. A região é rica em recursos hidrográficos, sendo limitada a norte pelo Rio
Minho e pelo Oceano Atlântico a oeste.
No interior da região predominam as serras, sendo a mais elevada a Serra da Peneda
com 1373 m.
Na região os solos são maioritariamente graníticos e pouco profundos. Apresentam uma
acidez elevada e baixo nível de fósforo, possuindo uma fertilidade relativamente baixa.
Contudo, devido ação do homem durante séculos (construção de socalcos e utilização
de adubos naturais), tornaram-se mais férteis.
O clima da região é influenciado pelas brisas marítimas do Oceano Atlântico, por isso
as temperaturas são amenas durante todo o ano. Os níveis de precipitação são elevados e
mesmo no Verão é possível que haja vários dias de chuva seguidos, por isso o nível de
humidade atmosférica é relativamente alta.
A região foi delimitada no início do século XX e, atualmente, a Denominação de
Origem divide-se em nove sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Cávado, Ave, Amarante,
Baião, Sousa e Paiva.
A partir desta região única e das suas castas nativas surge um vinho branco
incomparável. Leve, fresco, jovem e deliciosamente aromático.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Região Vitícola de Trás-os-Montes

No extremo Nordeste de Portugal, a norte da região do Douro, existe a região


vitivinícola de Trás-os-Montes que se divide em três sub-regiões: Chaves, Valpaços e
Planalto Mirandês.
O clima é seco e muito quente no Verão e no Inverno, pelo contrário, as temperaturas
atingem muitas vezes valores negativos.
Na sub-região de Chaves a vinha é plantada nas encostas de pequenos vales, onde
correm os afluentes do rio Tâmega. A sub-região de Valpaços é rica em recursos
hídricos e situa-se numa zona de planalto. No Planalto Mirandês é o rio Douro que
influencia a viticultura.
Os vinhos tintos desta região são geralmente frutados e levemente adstringentes. Os
vinhos brancos são suaves e com aroma floral.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Região Vitícola do Douro


A região do Douro localiza-se no Nordeste de Portugal, rodeada pelas serras do Marão e
Montemuro. A área vitícola ocupa cerca de 40000 hectares, apesar da região se
prolongar por cerca de 250000 hectares. O rio Douro e os seus afluentes, como por
exemplo o Tua e o Corgo, correm em vales profundos e a maior parte das plantações
são encaixadas nas bacias hidrográficas dos rios.
Os solos durienses são essencialmente compostos por xisto grauváquico embora, em
algumas zonas, existam solos graníticos. Estes solos são particularmente difíceis de
trabalhar e no Douro a dificuldade é agravada pela forte inclinação do terreno. Por outro
lado, estes solos são benéficos para a longevidade das vinhas e permitem mostos mais
concentrados de açúcar e cor.
As vinhas dispõem-se do cimo dos vales profundos até à margem do rio e criam uma
paisagem magnífica reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade em
2001. Ao admirável cenário, alia-se a excelência dos vinhos produzidos nas três sub-
regiões do Douro: Baixo Corgo a oeste, Cima Corgo no centro e Douro Superior a leste.

Região de Vinhos da Bairrada


A região da Bairrada é rica na produção de vinhos brancos e tintos, elaborados a partir
de castas tradicionais, como a abundante Baga, e outras importadas para solos
portugueses, como a internacional Cabernet Sauvignon.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

É na Beira Litoral, entre Águeda e Coimbra, que se situa a região da Bairrada. A zona é
muito próxima do mar, por isso o seu clima é tipicamente atlântico: Invernos amenos e
chuvosos e Verões suavizados pelos efeitos dos ventos atlânticos.
A maior parte das explorações vinícolas são de pequena dimensão. A área ocupada
pelas vinhas (maioritariamente em solos argilo-calcáricos ou arenosos) não ultrapassa os
10000 hectares.

Região de Vinhos do Dão


A zona do Dão situa-se na região da Beira Alta, no centro Norte de Portugal. As
condições geográficas são excelentes para produção de vinhos: as serras do Caramulo,
Montemuro, Buçaco e Estrela protegem as vinhas da influência de ventos. A região é
extremamente montanhosa, contudo a altitude na zona sul é menos elevada. Os 20000
hectares de vinhas situam-se maioritariamente entre os 400 e 700 metros de altitude e
desenvolvem-se em solos xistosos (na zona sul da região) ou graníticos de pouca
profundidade. O clima no Dão sofre simultaneamente a influência do Atlântico e do
Interior, por isso os Invernos são frios e chuvosos enquanto os Verões são quentes e
secos.

Os vinhos brancos são bastantes aromáticos, frutados e bastante equilibrados. Os tintos


são bem encorpados, aromáticos e podem ganhar bastante complexidade após
envelhecimento em garrafa.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Região de Vinhos da Beira Interior, Távora-Varosa e Lafões


As regiões da Beira Interior, Távora-Varosa e Lafões situam-se no interior do país e
dispersam-se entre a zona da Beira Baixa e da Beira Alta, junto à fronteira com
Espanha. As suas denominações, umas mais históricas que outras, produzem vinhos
muito distintos, fruto dos diversos climas existentes em cada sub-região.

Os solos da região são de origem granítica e xistosa, fruto do relevo acidentado e


montanhoso da região. Por influência das montanhas e da altitude os Verões são secos e
quentes, por outro lado, os Invernos são muito frios e com neve.
Os solos da região são de origem granítica e xistosa, fruto do relevo acidentado e
montanhoso da região. Por influência das montanhas e da altitude os Verões são secos e
quentes, por outro lado, os Invernos são muito frios e com neve.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Região Vitícola de Lisboa


Na região de Lisboa, região com longa história na viticultura nacional, a área de vinha é
constituída pelas tradicionais castas portuguesas e pelas mais famosas castas
internacionais. Aqui é produzida uma enorme variedade de vinhos, possível pela
diversidade de relevos e microclimas concentrados em pequenas zonas da região. A
Região de Lisboa é constituída por nove Denominações de Origem: Colares, Carcavelos
e Bucelas (na zona sul, próximo de Lisboa), Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã
e Óbidos (no centro da região) e Encostas d’Aire (a norte, junto à região das Beiras).

Região de Vinhos do Tejo

Diversidade de solos e climas aliados a explorações vitivinícolas de grande dimensão


com baixos custos de produção são as principais características do Ribatejo. Esta região
fértil, outrora com elevadas produções que abasteciam o mercado interno e as colónias
em África, produz vinhos brancos e tintos de qualidade a um preço extremamente
competitivo.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

A Denominação de Origem do Ribatejo apresenta seis sub-regiões (Almeirim, Cartaxo,


Chamusca, Coruche, Santarém e Tomar). Os solos variam consoante a proximidade do
rio.

Região de Vinhos da Península de Setúbal

A Península de Setúbal é rodeada pelo oceano Atlântico e pelos rios Tejo e Sado. A
região, situada a sul de Lisboa, é essencialmente marcada pelo turismo e pelas grandes
explorações vitícolas.
O clima da região é mediterrânico temperado com Verões quentes e secos e Invernos
amenos e chuvosos. A humidade relativa média anual situa-se entre os 75% a 80%, o
que reflete a proximidade do mar.
A Península de Setúbal compreende duas Denominações de Origem (Palmela e Setúbal)
e a designação de vinhos regionais Península de Setúbal.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Região Vinhos do Alentejo


O Alentejo é uma das maiores regiões vitivinícolas de Portugal, onde a vista se perde
em extensas planícies que apenas são interrompidas por pequenos montes. Esta região
quente e seca beneficiou de inúmeros investimentos no sector vitivinícola que se
traduziu na produção de alguns dos melhores vinhos portugueses e consequentemente,
no reconhecimento internacional dos vinhos alentejanos.
O tipo de relevo predominante na região é a planície, apesar da região de Portalegre
sofrer a influência da serra de São Mamede. As vinhas são plantadas nas encostas
íngremes da serra ou em grandes planícies e em solos muito heterogéneos de argila,
granito, calcário ou xisto. Apesar disso, a pouca fertilidade dos solos é um elemento
comum a todos os solos.
Grande parte, dos 22000 hectares de vinha alentejana concentram-se nas oito sub-
regiões da Denominação de Origem alentejana: Reguengos, Borba, Redondo,
Vidigueira, Évora, Granja-Amareleja, Portalegre e Moura.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Região Vitivinícola da Madeira


Os típicos vinhos licorosos da Madeira se mantêm praticamente inalterados por
mais de dois séculos.

Afastada da costa da África, a 1000 km do Continente português, a ilha subtropical da


Madeira é historicamente famosa pelos seus vinhos fortificados, com denominação de
origem "DOC Madeira". A Madeira optou por utilizar as novas designações da UE:
DOC e IGP. Mais recentemente, acompanhando a sua ilha vizinha arenosa de Porto
Santo, dispõe de uma segunda DOC para os seus vinhos não fortificados, a "DOC
Madeirense". As ilhas também produzem vinhos não fortificados rotulados com "IGP
Terras Madeirenses".

Banhada na Corrente do Golfo, a ilha Madeira tem um clima ameno, com média de 22 º
C no verão, 16 º C no inverno. O clima temperado e húmido e o solo vulcânico fértil são
ótimos para fazer vinhos mais maduros, assim como vinhos leves e com álcool
moderado.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Os primeiros exportadores de vinhos da Madeira perceberam que seus produtos


delicados viajavam melhor quando eram enriquecidos com um pouco de conhaque. Eles
também descobriram que algo milagroso aconteceu durante as longas viagens
marítimas, com temperaturas quentes em todo o equador - o sabor ficava intenso e com
nuances de noz. Produtores do Madeira aprenderam a imitar esse fenômeno de
envelhecimento de vinho fortificado, ao sol, e instalaram telhados de vidro em seus
armazéns, por anos a fio para reproduzir o efeito.

Os vinhos são categorizados pelo método e pelo tempo de envelhecimento. São feitos
de uvas brancas tradicionais ou Tinta Negra, e ficam em barricas de madeira
envelhecida durante pelo menos 5 anos. Os Vintage, ficam em barricas de madeira
envelhecendo por 20 anos.

Região Vitivinícola dos Açores (Graciosa, Pico e Biscoitos)


Fustigado pelo tempo clima incerto do Atlântico, e na mesma latitude de Lisboa, este
pequeno grupo de ilhas possui exuberantes paisagens verdes, picos vulcânicos e lagos,
cavernas, poços de enxofre e fluxos de lava. Tão espetacular são seus históricos
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

vinhedos, que a área de cultivo na ilha do Pico, foi declarada Património Mundial da
UNESCO.
A maioria dos vinhedos de Açores são cultivados dentro de currais, em pequenos
quadrados emparedados por pedras de rocha vulcânica preta. As videiras são plantadas
em buracos e suas raízes se aprofundam entre as rachaduras. As paredes as protegem
dos ventos do Atlântico e do excesso de sal, num cenário particularmente
impressionante.

Atualmente, três ilhas produzem vinho. Grande parte da ilha da Graciosa tem o estatuto
DOC em virtude do seu estilo mais leve dos seus brancos, vinificados na cooperativa
local. Existem mais duas regiões DOC para vinhos fortificados; em algumas áreas
costeiras da ilha do Pico e na região dos Biscoitos, uma pequena área no norte da ilha
Terceira. Uma quantidade do vinho IGP Açores de boa qualidade e não fortificado, é
produzida tanto no Pico como na Terceira por produtores privados e em pequena escala
por cooperativa no Pico. A maioria dos vinhos são brancos, muito frescos, graças ao
nevoeiro e ao clima temperado. Existem também os Vinhos de cheiro, produzido por
castas híbridas, apreciado pelos habitantes locais.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Regiões demarcadas, enquadramento histórico e situação


atual
Em 1703, Portugal e a Inglaterra assinaram o Tratado de Methwen, onde as trocas
comerciais entre os dois países foram regulamentadas. Ficou estabelecido um regime
especial para a entrada de vinhos portugueses em Inglaterra. A exportação de vinho
conheceu então um novo incremento.
No século XVIII, a vitivinicultura, tal como outros aspetos da vida nacional, sofreu a
influência da forte personalidade do Marquês de Pombal. Assim, uma grande região
beneficiou de uma série de medidas protecionistas - a região do Alto Douro e o afamado
Vinho do Porto.
Em consequência da fama que este vinho tinha adquirido, verificou-se um aumento da
sua procura por parte de outros países da Europa, para além da Inglaterra, importador
tradicional. As altas cotações que o Vinho do Porto atingiu fizeram com que os
produtores se preocupassem mais com a quantidade do que com a qualidade dos vinhos
exportados, o que esteve na origem de uma grave crise.
Para pôr fim a esta crise, o Marquês de Pombal criou, por alvará régio de 10 de
Setembro de 1756, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, com o
fim de disciplinar a produção e o comércio dos vinhos da região, prevendo ainda a
necessidade de se fazer, urgentemente, a demarcação da região, o que veio a
concretizar-se. Assim, segundo alguns investigadores, foi esta a primeira região
demarcada oficialmente no mundo vitivinícola.
O século XIX foi um período negro para a vitivinicultura. A praga da filoxera, que
apareceu inicialmente na região do Douro em 1865, rapidamente se espalhou por todo o
país, devastando a maior parte das regiões vinícolas. Colares foi a única exceção,
porque a filoxera não se desenvolve nos terrenos de areia, onde as suas vinhas se
cultivam, ainda hoje. Assim, para fazer face a este flagelo, logo em 1866, António
Augusto de Aguiar, juntamente com João Inácio Ferreira Lapa e o Visconde de Vila
Maior, foram encarregados de avaliar a situação dos centros vinícolas do país e de
estudar os processos que neles se adotavam. Este conhecimento da situação concreta da
vitivinicultura portuguesa, levou António Augusto de Aguiar à nomeação de Comissário
Régio na Exposição de Vinhos, realizada em Londres, em 1874. Foi justamente no
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

âmbito da sua participação nesta exposição da digressão científica que fez pelos países
europeus produtores de vinhos, que desencadeou a análise crítica e audaz ao sector
vitivinícola nacional, expressa nas famosas Conferências sobre Vinhos, proferidas por
António Augusto de Aguiar, em 1875, no Teatro de D. Maria e, posteriormente, no da
Trindade.
O início do século XX, foi marcado pela Exposição Universal de Paris
emblematicamente inaugurada em 1900. Portugal participou ativamente neste evento,
dedicando especial atenção à secção de Agricultura, por todos considerada o sector mais
importante da nossa representação. Deste evento, ficou-nos a obra fundamental de B. C.
Cincinnato da Costa, "Le Portugal Vinicole", editada especificamente para ser
apresentada na exposição.
Em 1907/1908, iniciou-se o processo de regulamentação oficial de várias outras
denominações de origem portuguesas. Para além da região produtora de Vinho do Porto
e dos vinhos de mesa Douro, demarcavam-se as regiões de produção de alguns vinhos,
já então famosos, como são o caso dos vinhos da Madeira, Moscatel de Setúbal,
Carcavelos, Dão, Colares e Vinho Verde.
Com o Estado Novo (1926/1974), foi iniciada a "Organização Corporativa e de
Coordenação Económica", com poderes de orientação e fiscalização do conjunto de
atividades e organismos envolvidos. Foi neste contexto que se criou a Federação dos
Vinicultores do Centro e Sul de Portugal (1933), organismo corporativo dotado de
grandes meios e cuja intervenção se marcava, fundamentalmente, na área da
regularização do mercado.
À Federação, seguiu-se a Junta Nacional do Vinho (JNV) (1937), organismo de âmbito
mais alargado, que intervinha tendo em conta o equilíbrio entre a oferta e o escoamento,
a evolução das produções e o armazenamento dos excedentes, em anos de grande
produção, de forma a compensar os anos de escassez.
A JNV veio a ser substituída em 1986 (D.L. nº 304/86 de 22 de Setembro) pelo
Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), organismo adaptado às estruturas impostas pela
nova política de mercado decorrente da adesão de Portugal à Comunidade Europeia.
Surge, então, uma nova perspetiva na economia portuguesa e, consequentemente, na
viticultura.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

O conceito de Denominação de Origem foi harmonizado com a legislação comunitária,


e foi criada a classificação de "Vinho Regional", para os vinhos de mesa com indicação
geográfica, reforçando-se a política de qualidade dos vinhos portugueses.
Com objetivos de gestão das Denominações de Origem e dos Vinhos Regionais, de
aplicação, vigilância e cumprimento da respetiva regulamentação, foram constituídas
Comissões Vitivinícolas Regionais (associações interprofissionais regidas por estatutos
próprios), que têm um papel fundamental na preservação da qualidade e do prestígio dos
vinhos portugueses.
Atualmente estão reconhecidas e protegidas, na totalidade do território português, 33
Denominações de Origem e 8 Indicações Geográficas.

A entrada de Portugal na União Europeia (na altura CEE) obrigou a certas alterações na
designação dos vinhos produzidos. O conceito Denominação de Origem é atribuído a
vinhos que, pelas suas características, estão intimamente associados a uma determinada
região: têm origem e produção nessa região e possuem qualidade ou, características
inerentes ao meio geográfico (fatores naturais e humanos). Estes vinhos são submetidos
a um elevado controlo em todas as etapas de elaboração. As entidades certificadoras
examinam os processos de elaboração e produção do vinho, de modo a preservar a
qualidade e as suas características únicas.
DOP significa Denominação de Origem Protegida. É uma designação comunitária
adotada para designar os vinhos com Denominação de Origem e que os integra num
registo comunitário único e lhes confere proteção de acordo com a regulamentação.
DOC (Denominação de Origem Controlada): Vinhos provenientes das regiões
produtoras mais antigas e, por isso, sujeitos a legislação própria (características dos
solos, castas, vinificação, engarrafamento).
Vinhos com Indicação Geográfica, ou seja, produzidos numa região específica e
elaborados minimamente com 85% de uvas provenientes dessa região e de castas típicas
da região. Estes vinhos são controlados por uma entidade certificadora.
IGP designa Indicação Geográfica Protegida. É uma designação comunitária adotada
para designar os vinhos com Indicação Geográfica e que os integra num registo
comunitário único e lhes confere proteção de acordo com a regulamentação.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Rota dos vinhos de Portugal


Através das rotas dos vinhos de Portugal podemos fazer excelentes passeios e conhecer
um prazer aperfeiçoado ao longo dos tempos.

Com efeito, sabe-se que pelo menos à época do Império Romano o vinho já era
amplamente cultivado em Portugal. A sua produção passou muitas fases ao longo do
tempo, mas vale a pena destacar a data de 1756, em que o Marquês de Pombal criou a
Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, com a função de delimitar
a 1ª região demarcada do mundo, registar as vinhas e classificar os vinhos de acordo
com a sua qualidade.

Não pode deixar de…

 visitar as caves de Vila Nova de Gaia onde o vinho do Porto envelhece, na Rota
do Vinho do Porto
 brindar também com os recentes mas excelentes espumantes de vinho verde
 degustar alguns vinhos portugueses nas Salas de Provas Vinhos de Portugal, de
Lisboa ou do Porto. Ficam ambas em imóveis e locais que só por si merecem
visita
 fazer um passeio de barco com os golfinhos do Sado, na rota dos Vinhos de
Setúbal
 na mesma rota, conhecer a Península de Troia onde fica a maior extensão de
praias da Europa
 conhecer no Alentejo o maior lago artificial da Europa, o Alqueva, onde pode
fazer-se um cruzeiro ou alugar um barco-casa e passar uns dias de puro
relaxamento
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Rota dos Vinhos Verdes


No extremo noroeste de Portugal, a Rota dos Vinhos Verdes conduz-nos por uma
paisagem também ela de cor verde, dividida em pequenas parcelas que ocupam toda a
região do Minho e se prolongam a sul até ao rio Vouga.

O vinho verde, único no mundo, é um excelente motivo para descobrir a região. O seu
nome estará ligado à cor predominante da região em que se produz ou à acidez que lhe é
peculiar, como se as uvas fossem colhidas verdes. Porém, branco ou tinto, é um vinho
leve que se bebe fresco e acompanha bem peixes e mariscos, abundantes no litoral. O
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

branco, o mais apreciado e conhecido, é especialmente aromático e refrescante, bebe-se


com agrado como aperitivo, com saladas, petiscos ou numa simples pausa num dia de
calor.

As vinhas, que se concentram sobretudo ao longo dos rios, sofrem a influência do


Atlântico e, na sua procura do sol, as videiras entrelaçam-se nas árvores, trepam em
latadas e bordam campos pontuados por típicos espigueiros. Distribuem-se por oito sub-
regiões (de norte para sul): Monção e Melgaço; Lima; Basto; Cávado; Ave; Amarante;
Baião; Sousa e Paiva.

Nesta rota não pode deixar de…

 fazer uma prova de vinho, visitar as vinhas e a adega nas quintas que o permitem
 provar o vinho e adquirir uma garrafa no Solar do Alvarinho, em Melgaço
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Rota do Vinho Verde Alvarinho


A sub-região de Monção e Melgaço, junto ao rio Minho, integra a rota dos Vinhos
Verdes, mas é berço da reputada casta Alvarinho, a mais apreciada casta de vinho verde.
Por essa razão o vinho Alvarinho tem rota própria, com estas cidades como capitais. No
Solar do Alvarinho, em Melgaço ou no Paço do Alvarinho, em Monção, podem fazer-se
provas do vinho e degustar ou comprar outros produtos da região.

Rota do Vinho do Porto


A Rota do Vinho do Porto desenrola-se por encostas de grande beleza paisagística com
o rio Douro a correr ao fundo entre montanhas. Tal beleza e singularidade conquistaram
para a região do Alto Douro Vinhateiro o título de Património Mundial. A Rota abrange
ainda a região do Parque Arqueológico de Foz Coa, outro núcleo do Património
Mundial. Engloba cidades cheias de património e tradição, como Vila Real e Lamego,
mas o que mais distingue o vale do Douro é a imensidão de quintas produtoras de vinho,
muitas delas dedicadas ao enoturismo. Pode-se portanto pernoitar nestas unidades
turísticas, fazer provas de vinho e participar nos trabalhos vinícolas, com especial
destaque para as vindimas. Na mesma rota produzem-se hoje excelentes vinhos de
mesa, os vinhos brancos, tintos e rosés do Douro, nas mesmas vinhas produtoras de
Porto.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Nos anfiteatros grandiosos do vale do Douro, classificados Património Mundial, o


homem fez nascer o vinho do Porto e vinhos de mesa de grande qualidade.

O vinho do Porto é o mais antigo embaixador de Portugal. Cultivado nos socalcos do


Douro, tem a honra de pertencer a uma das mais antigas regiões demarcadas do mundo,
desde que em 1756 foi criada a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto
Douro. A sua missão era delimitar a região, registar as vinhas e classificar os vinhos de
acordo com a sua qualidade.

Aqui nascem também os vinhos de mesa do Douro, que nas últimas décadas têm
adquirido grande notoriedade e projeção além-fronteiras graças à sua qualidade, tanto
nos tintos como nos brancos e até nos rosés.

Inseparável do rio Douro que a percorre em vales profundos desde a fronteira com
Espanha até perto do Porto, esta região de montanhas de xisto, com solos pobres e
agrestes, foi transformada por ação do homem que plantou a vinha degrau a degrau.
Verde no verão, cor de fogo no outono, a vinha deu lugar a uma paisagem única
classificada pela Unesco.

Deixemo-nos pois encantar com a paisagem do Douro: os vales, a fita azul do rio
serpenteando ao fundo, as vinhas em socalcos, o ar puro... Embora hoje já não se vejam
os barcos rabelos transportarem o vinho rio abaixo, ele continua a descer o rio até ao
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Porto, onde envelhece nas vizinhas Caves de Gaia, e por isso herdou do local de partida
para o resto do mundo o nome com que ficou famoso.

A região produtora está dividida em três áreas. A oeste, no Baixo Corgo, fica a capital
do vinho do Porto, a cidade do Peso da Régua, onde devemos fazer uma visita ao
Museu do Douro e ao Solar do Vinho do Porto, para provar e aprender mais sobre este
néctar. O Pinhão já fica na sub-região do Cima Corgo, que concentra os mais afamados
vinhos do Porto. Perto do Peso da Régua, fica o miradouro de São Leonardo de
Galafura. Mas não menos empolgante é a paisagem que se pode admirar do miradouro
de São Salvador do Mundo, já na margem sul e na sub-região do Douro Superior, junto
a São João da Pesqueira.

A Rota do Vinho do Porto tem ainda a particularidade de se poder fazer de carro,


comboio ou barco, uma vez que o rio é navegável do Porto a Barca de Alva, na fronteira
com Espanha. Em jeito de passeio, podemos embarcar no cais de Gaia e seguir até à
Régua, a mais importante estação ferroviária do percurso, onde se pode apanhar o
antigo comboio a vapor e fazer uma viagem histórica. No Pinhão é forçoso conhecer os
azulejos da estação, relacionados com a atividade vinícola, atravessar a ponte e
percorrer as estradas ondulantes que bordejam o rio do lado sul.

E não podemos deixar de aproveitar para visitar algumas das muitas quintas produtoras
de vinho do Douro e do Porto, algumas preparadas para o enoturismo. Onde haveria
afinal melhor lugar para provar um cálice de Porto ou saborear um bom vinho do Douro
à refeição? É que quase trezentos anos depois de o Marquês de Pombal decretar a
demarcação desta zona vinhateira, para além do Porto também os vinhos do Douro
sobem ao primeiro lugar em concursos internacionais. E sabem ainda melhor na terra
que os produz.

A cidade do Porto, de onde se exportam os vinhos do Douro e do Porto, é Património


Mundial e a mais comum porta de entrada para esta rota e vale do Douro.

Na margem norte do rio e com ligação direta à Régua, também a cidade de Vila Real
merece uma visita, assim como o Palácio de Mateus, que fica nas imediações. A visitar
ainda Lamego, também com ligação à Régua, mas já na margem sul. Fica aos pés do
concorrido santuário de Nossa Senhora dos Remédios.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Também a sul, fica o Parque Arqueológico de Foz Coa, uma enorme galeria de arte
rupestre ao ar livre, classificada Património Mundial.

Nesta rota não pode deixar de…

 participar nas vindimas, entre setembro e outubro, na maioria das quintas do


Douro, especialmente nas vocacionadas para o enoturismo
 participar em provas nas quintas produtoras de vinho
 visitar as Caves de Gaia, onde o vinho do Porto envelhece
 visitar as aldeias vinhateiras de Barcos, Favaios, Provesende, Ucanha, Salzedas
e Trevões

Rota da Bairrada
Em pleno Centro de Portugal, a Rota da Bairrada situa-se numa faixa junto ao litoral
onde ficam Aveiro ou a praia da Figueira da Foz, mas abrange também a área de
Coimbra, cidade classificada Património Mundial pela Unesco. Nesta região existem
algumas das mais antigas e reputadas termas nacionais, com spas e programas de saúde.
O leitão da Bairrada, um ex-libris da gastronomia nacional, é particularmente apreciado
na companhia dos bons vinhos da região, nomeadamente dos espumantes de que a
Bairrada foi uma das primeiras regiões produtoras em Portugal.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Rota dos Vinhos da Península de Setúbal


É mais uma região de grande beleza, já a sul do Tejo, onde se perfila a Serra da
Arrábida com o seu Parque Natural e a Reserva Natural do Estuário do Sado, conhecida
pelos simpáticos golfinhos. Às bonitas praias de Sesimbra ou do Portinho da Arrábida, a
norte do Sado, contrapõem-se os enormes areais da Península de Tróia, já do lado sul.
Se Setúbal é a principal cidade com um centro histórico que merece visita a pé, Palmela
e Vila Nogueira de Azeitão são as capitais da Rota, com adegas e quintas para visitar.
Nesta região nasce o vinho Moscatel de Setúbal, um dos mais reputados de Portugal.

Rota dos Vinhos do Alentejo


Região vitivinícola de grande tradição, o Alentejo possui vinhos que nos surpreendem
pela excelência, pelos aromas e pelas cores, tão singulares como a paisagem e a própria
gastronomia.

Esta região de vastos horizontes, a que os sobreiros conferem uma sensação de força e
perenidade, foi em tempos um extenso campo de trigo. Atualmente, as searas dão lugar
a enormes vinhas, cujos vinhos recebem a força da paisagem e do calor ambiente,
estando entre os mais reconhecidos de Portugal.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Para além do Vinho Regional Alentejano, que se encontra por toda a região, os
produtores de vinho distribuem-se por 8 áreas de Denominação de Origem Controlada -
Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos, Vidigueira, Évora, Granja/Amareleja e Moura,
o que permite uma variedade de escolha em qualquer ponto do Alentejo.

As caraterísticas distintas dos solos consoante a área (graníticos, calcários,


mediterrânicos ou xistosos), as inúmeras horas de exposição solar e um conjunto de
castas selecionadas permite uma produção de grande qualidade, aliada à capacidade de
manter a tradição do sabor mas inovando na arte de fazer o vinho.

Quanto ao que os distingue, os vinhos brancos são aromáticos, frescos e harmoniosos,


enquanto os tintos, de cor rubi ou granada, se revelam mais intensos, encorpados e ao
mesmo tempo macios e ligeiramente adstringentes.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas
PAP 06.05Tema Projeto PAP Renata Lopes.docx

Bibliografia
Alves, F. (2003) – Aplicação da Produção Integrada da Vinha na Região Demarcada do
Douro: elaboração de proposta de guia de referência. In” Tese de Mestrado e Pós-
graduação em Fitotecnia Opção Viticultura. UTAD, Março de 2003.

A Reforma da Organização Comum do Mercado Vitivinícola (Dezembro de 2007)

Banco Espírito Santo Research Sectorial (2009), O Setor do Vinho em Portugal

Diagnóstico Sectorial (2007), Vitivinicultura

MADRP (2007), Vitivinicultura: diagnóstico sectorial

MADRP, IVV (2009), Factos e números. A produção de vinho em Portugal


Garcia A.S. Curvelo,1998.Controlo de qualidade dos vinhos.1ªEdição, Instituto da vinha
e do vinho.

Simões, Orlando (1993), Congresso de Estudos Rurais: Território, Agricultura e


Desenvolvimento: A Vitivinicultura. Que papel no Desenvolvimento Local e Regional?
Escola Superior Agrária de Coimbra.

Webgrafia
https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/rotas-dos-vinhos

Você também pode gostar