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ECONOMIA DO TURISMO

DOCENTE: FRANCISCO MADELINO

PROJETO DE INVESTIMENTO
Ano letivo 2022/2023

Diana Costa – 98260


Inês Mendes – 98364
Margarida Borralho – 98380
Marisa Barão – 98294
Introdução
O presente trabalho pretende desenvolver uma ideia de investimento
turístico, enquadrar o setor a que pertence, no mundo, em Portugal e na região
escolhida, analisar de que modo o projeto seria viável e verificar que impactos teria
na região.
Assim, a ideia do grupo consiste na criação de um hotel rural, situado na
região Oeste, mais precisamente no Bombarral. Este hotel iria localizar-se no meio
das vinhas e possuíria ainda um restaurante. Nestas condições, o hotel iria ter uma
vertente mais familiar e outra mais luxuosa e direcionada para eventos.
As ofertas do hotel, na vertente familiar, baseiam-se na organização de
atividades de desporto e culturais, desde aulas de surf nas praias de Peniche ou do
Baleal, até a atividades de campismo e de trilhos na Serra do Montejunto. Para além
disso, são ainda organizadas excursões a cidades e vilas próximas, como Óbidos,
Alcobaça ou Nazaré.
Para a vertente de luxo e para eventos, o hotel e o restaurante organizariam
provas de vinhos. Teriam ainda disponibilidade para organizar eventos como
casamentos, batizados, galas ou outros. O restaurante iria explorar a gastronomia
local, providenciando pratos típicos da região. Adicionalmente, as vinhas situadas
na região possuem quintas que produzem os vinhos. Em parceria com o nosso
projeto, seriam organizadas visitas guiadas a esses espaços que iriam explicar todo
o processo envolvido para a produção destes vinhos.
Este projeto tem como objetivo dinamizar a região e proporcionar uma
experiência para os consumidores muito completa e da qual a oferta não é muito
elevada.
No corpo do trabalho, a ideia deste projeto será desenvolvida, especificando
mais pormenorizadamente a parte relacionada com a vertente de luxo das provas
de vinho, fazendo esta parte do enoturismo e, começando pela caracterização e
análise do setor, enquadrando teoricamente e estatisticamente, no mundo, em
Portugal e na região.
Na segunda parte, iremos desenvolver o projeto em si, explicitando os
critérios de escolha, o enquadramento nos objetivos e analisando a viabilidade do
projeto. Por último, iremos retirar as conclusões mais importantes da análise e
descrever os impactos que este projeto poderá ter na região.
Tendências da Atividade

No mundo

O Enoturismo é uma atividade que alia todos os aspetos inerentes à cultura


do vinho com o turismo, promovendo o conhecimento das etapas do processo
produtivo do vinho.
A atividade turística onde está inserida a cultura do vinho, vai muito além de
uma simples visita às caves seguida de uma prova de vinhos. O Enoturismo convida
a vivenciar a cultura e a tradição local de forma a contextualizar a importância
histórica desta atividade agrícola na região. A atividade proporcionada ao enoturista
vai desde a simples escolha do melhor vinho a acompanhar com a refeição,
passando pela participação nas vindimas (colheita das uvas e pisa a pé com os
trabalhadores locais), até à oportunidade de poder dormir confortavelmente envolto
por vinhas perfeitamente integradas com as magníficas paisagens.
De um modo geral, o enoturismo, atualmente, é um mercado maduro,
impulsionado essencialmente pelo mercado interno. Muito mais aberto aos turistas
internacionais (42% de enoturismo estrangeiro na França), o enoturismo europeu
está a tornar-se mais estruturado, ainda assim, tem um forte potencial de
desenvolvimento.

A indústria do vinho é competitiva. Existem tantas empresas de vinho nos


EUA e no mundo que torna a concorrência violenta. Para dar alguma referência,
existem mais de 11.000 vinícolas apenas nos EUA. Este número cresceu 50%
desde 2009 e deverá continuar a crescer. Essas vinícolas produziram 718,1 milhões
de litros de vinho, o que representa apenas 12% do total produzido no mundo. Isto
demonstra a magnitude da indústria mundial do vinho e como é competitiva.
A indústria do vinho é lucrativa. Só em 2020, a indústria global de vinhos
faturou mais de US$ 350 biliões em receita, apesar de um ano de queda nas vendas
para muitos setores devido à pandemia do COVID-19. Esta está fragmentada uma
vez que existem muitas variedades de vinho cultivadas em todo o mundo.
Desta forma, uma empresa não pode produzir em massa todos os tipos de
vinho a partir de um local central porque as uvas que entram em cada tipo de vinho
precisam de climas diferentes para crescer e os métodos usados para envelhecer o
vinho são diferentes.
Como resultado, é difícil para apenas um conjunto de empresas governar a
indústria do vinho. Além disso, é relativamente fácil para os clientes pesquisar e
alternar entre variedades de vinho, o que permite que vinícolas locais menores
concorram com as empresas maiores.
Os cinco principais países para o consumo total de vinho são os EUA,
França, Itália, Alemanha e China. Reino Unido, Espanha, Rússia, Argentina e
Austrália compõem o restante da lista dos dez países que mais consomem vinho.
Os EUA lideram o mundo na quantidade de vinho consumido a cada ano,
bebendo cerca de 872 milhões de litros. No entanto, ficam muito atrás quando se
trata da quantidade de vinho consumida per capita: Portugal, França e Itália lideram
com 12,8, 10,3 e 9,6 litros de consumo por pessoa por ano, respetivamente.
No entanto, Itália, França e Espanha foram os três maiores produtores de
vinho no mesmo ano.

A sustentabilidade é uma das maiores tendências da indústria do vinho em


2022. Ainda assim, os consumidores estão preocupados com a sua saúde pessoal e
com a saúde da terra. Felizmente, focar na vinificação sustentável também se
traduz em benefícios para a saúde, por exemplo, os produtores certificados como
orgânicos não podem usar pesticidas, herbicidas e fertilizantes químicos.
A indústria mundial do vinho vale mais de US$ 340 bilhões. Globalmente,
espera-se que a indústria do vinho cresça mais de US$ 456 bilhões em 2028, o que
seria um CAGR1 de 4,3% de 2021 a 2028. Além disso, somente em 2022, estima-se
que haverá 281 milhões de casos de vinho vendido em todo o mundo, que
corresponderá a cerca de US$ 32,9 biliões.
Através da análise mais profunda deste setor verificamos as inúmeras
vantagens associadas ao mesmo, possibilitando o crescimento e desenvolvimento
económico não só da região como no país. Salienta-se também, que reforçará o
consumo de vinho em todo o mundo.

1 - taxa de crescimento anual composta


Em Portugal

Portugal assume-se como um país que apresenta forte tradição vitivinícola,


sendo reconhecido mundialmente pela produção e pela qualidade dos seus vinhos.
Este setor, a nível nacional, tem elevada importância pela criação de valor que gera
para o país e para a sua população.
Para potenciar o setor, o país tem apostado no enoturismo e, por isso,
decidimos investir neste setor, pois permite o desenvolvimento turístico em Portugal,
com a agregação do setor do turismo ao dos vinhos, proporcionando a sua
valorização e o aumento do seu valor.
A oferta a nível nacional destaca-se pela diversidade de práticas e regiões
vitivinícolas. Muitas empresas tendem a apostar nestes projetos onde há a
combinação de várias experiências alicerçando visitas às vinhas, às adegas,
passeios nas quintas e herdades, provas de vinhos, refeições, alojamento entre
muitas outras atividades.
Estas quintas/hotéis podem ser encontradas em todo o território nacional
destacando-se entre elas o Douro e o Alentejo, uma vez que, é onde se encontram
o maior número de espaços dedicados ao enoturismo.
Um dos maiores concorrentes, para o nosso projeto de investimento é, por
isso, o Douro, porque é uma das mais antigas e belas regiões vinícolas de Portugal
e do mundo. Esta região apresenta uma vista para o vale do Douro, onde se veem
quintas produtoras de vinhos, há contacto com o rio e podemos usufruir de visitas a
quintas e à cave do vinho do Porto e ainda a participação nas próprias vindimas ou
na pisa da uva. Além da escolha do vinho para a refeição surge a oportunidade de
ficar durante a noite num hotel envolto com belíssimas paisagens.
A procura por estes espaços de lazer/descontração tem vindo a crescer
devido à notoriedade dos vinhos portugueses. No início, quando as empresas
entraram neste setor começaram a abrir os seus estabelecimentos para provas de
vinhos para estimular as vendas dos seus produtos. No entanto, esta procura foi
evoluindo e as empresas começaram a abrir restaurantes e a ter espaços para
alojamentos.
Um dos outros fatores que podem ter levado ao aumento da procura são os
gostos/preferências dos consumidores por destinos em que haja “um maior contacto
com a natureza e atividades que lhes permitam “desligar” das suas rotinas e fazer
um “detox” urbano” refere Maria Manuel Ramos, diretora de turismo da Sogevinus.

Região Oeste
Após conhecermos melhor o setor do enoturismo tanto em Portugal como no
mundo conseguimos perceber o aumento da procura destes serviços. Surge, então,
a pergunta “Porquê a escolha da região Oeste?”
A Região Oeste beneficia de um posicionamento territorial relativamente
central no quadro do espaço de Portugal Continental, inserindo-se no corredor que,
entre as metrópoles de Lisboa e Porto, melhor comportamento demográfico e
económico tem evidenciado no contexto nacional.

A região apresenta uma luminosidade intensa, em que a costa marítima e o


campo se interligam e de clima muito ameno. É um espaço unido por uma herança
cultural comum, cimentada em séculos de cultura da vinha e num apego muito forte
à terra e ao mar. Esta é especial devido, principalmente, às seguintes
características:

● Recursos naturais, paisagísticos e patrimoniais privilegiados;


● Serras de Montejunto, Aire e Candeeiros;
● Castelo Óbidos, Alenquer e Torres Vedras;
● Conventos da Graça, em Torres Vedras, de S. Francisco, em Alenquer,
e Stº António, no Varatojo;
● Praias de areia fina como o arquipélago das Berlengas e a tranquila
Lagoa de Óbidos.
● Mosteiro de Alcobaça - Património Mundial pela Unesco, Óbidos –
Património Nacional desde 1951

Esta região, ainda que central, é de fácil acesso, e com uma variedade de
opções de deslocação para a mesma, podendo os potenciais clientes
deslocarem-se através de autoestradas como a A1 ou A8 ou ainda para quem
preferir deixar o carro em casa e ir de transportes públicos, o comboio.
Mais especificamente, o concelho do Bombarral por se localizar na região do
circuito de “Rota da Vinha e do Vinho do Oeste”, beneficia da possibilidade de quem
assim optar, ter a oportunidade de visitar o “Circuito das linhas de Torres”, o “Circuito
de Óbidos” ou o “Circuito das Quintas de Alenquer”, os três incluem experiências
diferenciadoras que conjuntamente com o projeto de investimento hotel +
restaurante permitiriam obter uma experiência rural e típica.
Já para quem preferir uma estadia com visitas mais perto da hospedagem
pode sempre optar por visitar as Quintas do Sanguinhal, das Cerejeiras, de São
Francisco ou dos Loridos. Esta última permite a prova de vinhos em grupo ou
individual, com atendimento personalizado tendo em conta a preferência de vinho
dos visitantes, o que para o serviço de luxo pretendido tornaria a experiência ainda
mais diferenciadora face aos concorrentes, principalmente fora da região.
Analisando o enoturismo específico da região reparamos que em
comparação aos últimos 20 anos a região oeste aparece no topo apresentando os
maiores níveis de produtividade face às restantes regiões produtoras de vinho,
verificando-se um crescimento de mais de 66% face a 2011, tornando-se assim
atrativa não só para lazer como para trabalho.

Face ao ano de 2020, verificou-se um acréscimo da exportação de vinho


desta região para países como França, Reino Unido, EUA ou Brasil o que
demonstra ser um bom indicador para motivar os consumidores deste tipo de vinho
a virem conhecer a região, descentralizando o turismo das grandes cidades.
A procura por este tipo de experiências envolventes tem aumentado na
região, no entanto não existe ainda na mesma um projeto de investimento para
turismo de luxo, um fator determinante para a evolução positiva do mesmo.

Quais as principais diferenças do nosso projeto comparativamente ao Douro?


Comparativamente a um dos nossos maiores concorrentes neste setor, o
nosso projeto pretende oferecer não só experiências únicas para adultos, como
também permitir usufruir de um conjunto de atividades que promovem essa
interatividade entre as famílias.

E comparativamente ao mundo?
Um dos fatores que influenciam a procura turística são as condições
meteorológicas e estas revelam-se importantes na escolha das pessoas para o seu
destino turístico. O clima em Portugal é mais favorável do que em França, uma vez
que no país francês neva mais, o que faz com que as pessoas não se desloquem
para sítios onde existe a prova dos vinhos e outras atividades comparativamente ao
clima de Portugal que é mais ameno.

Devido a este fator produtivo do lado da procura poderá levar a que as


pessoas se desloquem a Portugal, aumentando assim as exportações e um
aumento do enoturismo nas regiões.

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