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Vive la France!

O
vinho fino como
investimento
Você já pensou em investir em vinhos finos?
Acompanhe a melhor série de artigos da internet sobre
investimentos em vinho e aprenda a diversificar sua
carteira com o mais popular e rentável passion asset
que existe no mundo.
Leandro Strasser
22/10/2018

Leia o primeiro artigo dessa série clicando aqui.

Não é só para beber e dividir momentos de alegria, é para investir e


ganhar dinheiro.

Assim como acontece com outros investimentos alternativos, como


arte ou carros clássicos, os vinhos finos são um ativo físico tangível e,
portanto, a oferta é naturalmente limitada.

Apenas certas localizações geográficas podem produzir os vinhos


finos que mais interessam aos investidores, e safras excepcionais só
aparecem de vez em quando. Esses vinhos melhoram de qualidade à
medida que envelhecem e sua disponibilidade diminui quanto mais
vinhos forem abertos e bebidos.

Nas melhores regiões produtoras do mundo, regras estritas controlam


a qualidade, limitando a produção com o intuito de manter a reputação
secular de seus vinhos.
O sistema de denominação de origem controlada baliza quais vinhos
podem ser cultivados/produzidos, onde e como eles são classificados.
Essa prática restringe efetivamente a produção. Em famosas regiões,
como Bordeaux e Borgonha, expandir os vinhedos hoje é praticamente
impossível.

Nas melhores regiões produtoras do


mundo,regras estritas
controlam a qualidade, limitando a
produção com o intuito
de manter a reputação secular de seus
vinhos

O resultado é que os vinhos finos que constituem o mercado de


investimento, não mais de 5% do vinho produzido no mundo, são os
que também têm a menor oferta.

O equilíbrio entre a oferta e a demanda desses vinhos foi sempre


delicado e nos últimos anos a pressão da demanda vem se
fortalecendo.

O robusto e contínuo crescimento asiático provocou uma explosão de


novos ricos que apreciam tomar um excelente vinho ou presentear
com garrafas que custam milhares de euros. O fato e os
comportamentos têm apoiado o aumento dos preços.

Como avaliar os vinhos finos?


A maioria dos investidores não é um afiado conhecedor de vinhos
finos. Mas isso não pode ser uma desculpa. Embora seja bastante
recomendável amparar nosso investimento no conhecimento de um
especialista, usando alguns critérios, podemos desenvolver ao longo
do tempo nossa própria capacidade de avaliação do potencial de
rentabilidade de um vinho e do mercado.
Podemos desenvolver ao longo do tempo
nossa própria capacidade de avaliação do
potencial de rentabilidade de um vinho

Destacamos os seguintes critérios: marca, história do produtor,


qualidade vintage (alta qualidade e valor duradouro), pontuação da
crítica especializada, oferta (disponibilidade no mercado),
desempenho histórico, análise comparativa dos preços e tendências de
mercado.

Especialistas, ponderando critérios, experiência e habilidade,


constroem a imagem do valor do vinho e quanto ele poderia receber
de investimento. Um especialista pode determinar quais vinhos devem
estar desalinhados com o crescimento dos preços de seu índice de
referência e os mais adequados para formar parte da nossa carteira de
investimento direcionada aos passion assets.

Como dissemos no artigo anterior, os investimentos alternativos são


uma boa ferramenta para diversificar nossa carteira e reduzir o risco
que enfrentamos nos mercados tradicionais. Além disso, o histórico
dos preços nos indica que vinhos finos protegem nossos investimentos
do aumento da inflação.

Os vinhos finos normalmente têm uma


vida útil
próxima de 50 anos, mas podem ser
bebidos
cerca de 60 anos depois

Vinhos finos investment grade


Vinhos de grau de investimento podem vir de regiões de todo o
mundo, mas aqueles que são considerados Fine Wine, em livre
tradução, vinhos finos, estão sujeitos a controles estritos. Os
regulamentos variam de país para país, mas são geralmente
consagrados em lei, com algumas classificações datando de mais de
150 anos, reforçadas com o sistema de denominação de origem
controlada.

A espinha dorsal do mercado de vinhos finos é o Bordeaux, embora a


proporção venha caindo nos últimos anos, refletindo a diversificação
do mercado e o crescimento em outras regiões vinícolas francesas
como Borgonha, Champagne e Rhone, assim como vinhos italianos,
alemães, espanhóis, portugueses e vinhos do “Novo Mundo”.

Com uma história vinícola secular, não é surpresa que a França seja o
lar da maior proporção de vinhos finos com grau de investimento,
como podemos ver no gráfico abaixo.
O que é a Liv-Ex?
A Liv-Ex, ou London International Vintners Exchange, é a plataforma
de negociação de vinhos finos mais conhecida no mundo. Centenas de
comerciantes negociam e liquidam operações com investidores do
mundo todo. Referência que fornece preços confiáveis para a maior
lista global de vinhos finos, a Bolsa dá transparência e liquidez ao
mercado, permitindo a precificação de carteiras de investimento em
vinhos.

A Bolsa Liv-Ex também publica um conjunto de índices úteis para


medir a evolução dos preços do mercado de vinhos finos que é base
para alguns fundos de investimento passivos / ETFs.

Na tabela abaixo, os 5 índices da Liv-Ex e suas referências.

No próximo artigo vamos comparar os índices da tabela acima com o


desempenho de retorno-risco do mercado de ações, ver como podemos
compor uma carteira com vinhos finos e comentar algumas razões
para se ter cuidado ao investir nesse passion asset./

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