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Os 6 hábitos dos

investidores bem-
sucedidos (hábito 3)
Neste artigo vamos continuar com a série “Os 6
Hábitos dos Investidores Bem-Sucedidos”. Agora
veremos o Hábito Número 3: Mantenha seu plano
apesar da oscilação do mercado, mas avalie o mercado
continuamente. Ele pode ficar nervoso, mas você sabe
onde quer chegar. Prefira seguir em frente com seu
plano, mas fique de olho no mercado.
Leandro Strasser
07/05/2018

Série: Os 6 hábitos dos investidores bem-sucedidos


Para ler o artigo dos hábitos 1 e 2 clique aqui.

Não tenha receios e mostre que tem controle sobre sua ansiedade. O
mercado pode ficar nervoso? Sim, pode, mas você sabe onde quer
chegar. Olhe para seu plano, prefira seguir em frente com ele, mas
fique de olho no mercado.

HÁBITO 3: PROCURE MANTER SEU PLANO APESAR DA


OSCILAÇÃO DO MERCADO, MAS AVALIE O MERCADO
CONTINUAMENTE

A estratégia básica e estável para seus investimentos, ordenadamente


balanceada ao longo do tempo, deve ser preservada. A psicologia
econômica explica nossa inerente aversão a perdas e nossa atitude
quando os preços dos mercados de renda fixa ou variável caem
fortemente. Não é simples continuar sustentando posições nessas
ocasiões de grande volatilidade. Entretanto, os melhores investidores
entendem o seu horizonte de investimento e sua capacidade financeira
para encarar perdas. Manter líquido um percentual dos investimentos e
defini-lo de forma técnica e clara é essencial na alocação estratégica.
De forma geral, sua tolerância emocional às altas e baixas do mercado
se mantém alinhadas ao plano quando isso é bem construído.

Tente lembrar-se da crise que se abateu sobre o mercado acionário em


2008, quando o Ibovespa caiu mais de 50% e se recuperou no final de
2009. Vender no topo, antes da queda de 2008, e comprar no nível
mais baixo quase ao final do mesmo ano teria sido o ideal, mas o
timing de execução, embora pareça absolutamente simples quando
conhecemos os dados em retrospectiva, pode ser menos evidente do
que aparenta. Use luvas se tentar segurar uma faca caindo.

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos em 2017 mostra que mais de
25% dos investidores que venderam ações durante a crise nunca
voltaram ao mercado, o que os fez perder toda a recuperação e ganhos
dos períodos seguintes. Essa é uma decisão que teve um impacto
negativo sobre os planos de investimento.
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No mercado brasileiro esse percentual deve ser ainda maior porque a


cultura de investimentos em ações nos Estados Unidos é muito mais
disseminada do que aqui. No Brasil, os investidores são extremamente
bem remunerados pelo mercado de juros, isso torna mais provável e
sedutora a movimentação de parte da carteira estratégica alocada em
renda variável para juros em momentos de crises ou de dificuldade.

Isso é diferente do que se observa no mercado americano onde as


taxas que remuneram o mercado de juros no curto prazo são baixas e
os ciclos melhor definidos. Vejamos:
Caso 1
Investidores que estivessem alocando estrategicamente parte de suas
economias em renda variável (Ibovespa) a partir do início de 2006,
seguindo um mercado já em alta, observando um horizonte de
investimento de 20 ou 25 anos e tivessem se mantido dentro do plano,
teriam acumulado até dezembro de 2017, 128,37% de rendimento.

Caso 2
No caso de terem zerado suas posições no mercado de renda variável
(Ibovespa) e se movido permanente para o mercado de juros em
setembro de 2008, um pouco antes do momento de maior agudez da
crise que ocorreu em outubro de 2008, procurando proteger-se da
queda do preço das ações teriam acumulado até dezembro de 2017,
281%. Reflexo das altas taxas de juros de curto prazo no período do
estudo.

Nesse caso o investidor teria de ter percebido que se configurava para


o mercado brasileiro um ciclo econômico-político de estagnação de
médio prazo, o que não ficou muito claro antes de 2011 quando o
debate fiscal se acentuou.

Caso 3
Se tivesse reduzido sua alocação em renda variável em 50%, ao invés
de reduzi-la a zero, como no caso 2 acima, e novamente elevá-la a
100% quando os preços tivessem atingido um patamar próximo do
verificado antes da crise, já no início de 2010, permanecendo assim
até dezembro de 2017 teria acumulado 109,4% de rendimento.

Se você é tentando a mover-se para juros quando o mercado acionário


sofre crises, sejam elas consideradas maiores ou menores, pense em
uma alocação mais balanceada, menos volátil. Um mix mais estável
para a alocação estratégica. Isso não quer dizer que você não possa
usar sua capacidade analítica para reduzir ou aumentar a participação
no mercado acionário na área de sua carteira definida como
estratégica, para movimentos cíclicos, como visto acima.

O que sabemos é que investidores que confundem movimentos curtos,


mal definidos, com cíclicos ou vice-versa, como descrito no caso 3, e
atuam sobre eles redefinindo sua alocação estratégica, basicamente
acumulam menos capital quando comparados a investidores que
permanecem no curso.

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