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Regiões Vinícolas Portuguesas

Gonçalo Neves
Douro

Regiões Vinícolas
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Património Mundial

- A mais antiga denominação de origem controlada do mundo. Uma região com


250 anos de história.

-O Douro constituiu uma continuidade histórica, sendo a sua «paisagem


cultural, evolutiva e viva» reconhecida, desde 2001, como património mundial
pela UNESCO.

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Algumas datas importantes…

• A cultura da vinha nesta região remonta á pré-história, ao séc. XX antes de Cristo

• 1703 Tratado de Methuen

• 1756 foi demarcada a região pela mão do Marquês de Pombal

• 1908 foram corrigidas as demarcações com base nas freguesias dando origem á
região como a conhecemos hoje em dia

• 1932 é criada a Casa do Douro

• 1993 é criado o IVP

• 1998 a Comunidade Europeia reconhece a Região Douro e Porto, criando


mecanismos para proteger as menções relativas á Região Douro: “Vintage”, “LBV”,
“Tawny” e “Ruby” , entre outras.

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Serviço de Vinhos
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TRADIÇIONAL VERSUS MODERNO

Escola Hotelaria e Turismo de Coimbra


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Região Demarcada do Douro 16

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Região Demarcada do Douro

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Região Demarcada do Douro
-Cerca de 40 000 hectares de vinha

- Representam cerca de 18% da região

- cerca de 33000 agricultores, o que dá uma média de menos de 1 hectare por


cada um
- As pequenas parcelas estão presentes em toda a região, estando as grandes
explorações maioritariamente no Douro superior

- Baixo Corgo apesar de ter a menor área é a que tem mais área de vinha.

-O rio Douro e os seus afluentes, como por exemplo o Tua e o Corgo, correm
em vales profundos e a maior parte das plantações são encaixadas nas bacias
hidrográficas dos rios.

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Características do solo

- Xistoso e algumas partes granítico


- O xisto funciona como uma esponja que absorve a água e a fornece ás
videiras sempre que necessário, não havendo a rega gota-a-gota
- Esta característica dos solos confere proteção contra a erosão hídrica,
boa permeabilidade às raízes e à água e elevada absorção de energia
radiante com consequências positivas na maturação e na diminuição da
amplitude térmica diurna
-- O homem teve grande influência na constituição dos solos, moldou-os
para poder trabalhar a terra

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Características do clima

- AS SERRAS DO MARÃO E DE MONTEMURO, SERVEM DE


BARREIRA À PENETRAÇÃO DOS VENTOS HÚMIDOS DE OESTE. SITUADA
EM VALES PROFUNDOS, PROTEGIDOS POR MONTANHAS, A REGIÃO
CARACTERIZA-SE POR TER INVERNOS MUITO FRIOS E VERÕES MUITO
QUENTES E SECOS.
- A PRECIPITAÇÃO, DISTRIBUÍDA ASSIMETRICAMENTE, VARIA
COM REGULARIDADE AO LONGO DO ANO, COM VALORES MAIORES EM
DEZEMBRO E JANEIRO (NALGUNS LOCAIS EM MARÇO), E COM VALORES
MENORES EM JULHO OU AGOSTO.

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Características do clima

-A exposição ao sol, fator de grande importância na caracterização climática


de qualquer região, reveste-se no Douro de redobrado interesse já que
permite uma melhor compreensão do comportamento da vinha nas
diferentes situações. A margem norte do rio está sob a influência de ventos
secos do sul, estando a margem sul exposta aos ventos do norte, mais frios e
húmidos, e a uma menor insolação. A temperatura do ar é mais alta nos
locais expostos a sul do que nos locais expostos a norte.

- Amplitudes térmicas muito elevadas.

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Castas mais utilizadas

Brancas

Arinto TINTAS
Viosinho
Rabigato TOURIGA NACIONAL
Côdega TINTA RORIZ
Gouveio BASTARDO
Moscatel galego SOUSÃO
Sercial ou esgana-cão TINTA AMARELA OU
Verdelho TRINCADEIRA
GRAND NOIR
TINTA BARROCA
MOURISCO TINTO
TINTA FRANCISCA

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Vinhos produzidos
-Os principais vinhos são produzidos de lotações de várias castas, tanto
brancos como tintos, apesar de hoje em dia haver alguns produtores a fazer
monocastas.

-São vinhos geralmente com bom corpo, bastante aromáticos e muitos


deles com boa capacidade de envelhecimento.

-O Douro durante muito anos focou as suas atenções para o Vinho do Porto e
só a partir da década de 90 começou a apostar nos vinhos de brancos e
tintos.

-Curiosidade: 1ª colheita de Barca Velha foi em 1952!


53, 54,55, 57, 64, 65, 66, 78, 81, 82, 83, 85, 91, 95, 99, 2000, 2004, 2008 e
2011

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CASTAS PORTUGUESAS

Rabigato
 Casta branca portuguesa, implantada no Douro, de
forma mais enraizada no Douro Superior. Pouco
produtiva.
 Uma das tradicionais castas que conferem acidez ao
Vinho do Porto, pois é senhora de uma elevada acidez
natural.
 Muito boa estrutura, sustentada por boa graduação
alcoólica, menor capacidade aromática.
 Acácia, flor de laranjeira, sugestões vegetais e quando a
vide tem idade adulta, oferece-nos vibrantes notas
minerais.
CASTAS PORTUGUESAS
Tinta Roriz / Aragonês
 É a mesma casta que a espanhola Tempranillo. A Tinta Roriz é
muito fina e de extraordinária qualidade, por isso está presente em
dois vinhos lendários produzidos na Península Ibérica: o português
Barca Velha e o espanhol Vega Sicilia. Esta uva também tem sido
cultivada há séculos no Alentejo, mas com o nome de Aragonês.
Em bons anos produz vinhos encorpados, escuros e muito
aromáticos. Tem aromas finos e delicados, de pimenta e uvas. A
casta Aragonês tem alto rendimento e é indispensável para o lote
de um bom Vinho do Porto. Vinhos tintos variados também
mostram bons resultados, especialmente na região do Dão,
enquanto os melhores lotes do Alentejo geralmente correspondem
a vinhos com amplas percentagens de Tinta Roriz, tal como os
tintos secos do Douro.
CASTAS PORTUGUESAS
Touriga Franca
 Também conhecido localmente (embora não juridicamente) como
Touriga Francesa, é a casta mais cultivada no Vale do Douro e é
responsável por muitas das uvas que entram na produção dos
vinhos secos do Douro e do Vinho do Porto. Os produtores adoram
a Touriga Franca, pois é fácil de cultivar, resistente e de confiança
quanto à obtenção de bons rendimentos. Mostra aromas delicados
mas intensos, com notas de frutas escuras e flores, combinadas
com corpo amplo e pigmento profundo. É uma das principais
variedades utilizadas em lotes de Vinho do Porto, juntamente com
outras variedades bem conhecidas do Douro, como a Tinta Roriz e
Touriga Nacional. Encontra-se mais no Alentejo, Tejo, Beiras e ao
redor de Lisboa. Apesar da força como variedade de lote, pode ser
utilizada sozinha, como monovarietal.
Web Douro

HTTP://WWW.IVDP.PT/PT/DOCS/REVISTA%20PORTO_DOUR
O_MAGAZINE_N_6.PDF

HTTP://WWW.MAISNET.NET/TAG/IVDP/

HTTP://DOURO-250-ANOS.BLOGSPOT.PT/

HTTP://WWW.INFOVINI.COM/PAGINA.PHP?CODNODE=3893

HTTP://WWW.IVDP.PT/

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Távora-Varosa

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Távora-Varosa 17

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Távora-Varosa
A região situa-se próxima da região do Douro, fazendo fronteira a sul.
Tem nas proximidades os rios Paiva, Távora e Varosa.
A vinha está plantada num planalto a altitude entre os 500 e 800 metros

As suas condições edafo-climáticas únicas, de solos predominantemente


graníticos e pobres em calcário, por vezes xistosos com erosão
acentuada e ácidos e clima temperado continental e seco, com invernos
rigorosos, fazem com que esta região seja interessante na produção de
vinho.
Relativamente aos vinhos brancos, a natural acidez, o intenso aroma e o
carácter citrino e fresco, permitem realçar a sua qualidade, mas de igual
modo, os vinhos tintos, vêm buscar essa delicadeza no aroma e corpo,
alcançando excelentes aromas com o tempo.

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Távora-Varosa

É uma região de pequena dimensão, mas com grande tradição na


produção de espumantes, demarcada desde 1989 para espumantes DOC.
A área de vinha, com cerca de 2.100 hectares, abrange os concelhos
de Lamego, Tarouca, Moimenta da Beira, Armamar, Tabuaço, São João
da Pesqueira, Sernancelhe e Penedono.

As castas brancas são as predominantes na região (malvasia fina,


cerceal, gouveio, chardonnay). As castas tintas mais plantadas são a
touriga francesa, tinta barroca, touriga nacional, tinta roriz e pinot noir.
Apesar da produção da região ser liderada por espumantes, também são
produzidos brancos frescos e tintos suaves.

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Vinhos Verdes

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Vinhos Verdes 14

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Vinhos Verdes

A REGIÃO DEMARCADA DOS VINHOS VERDES ESTENDE-SE POR TODO


O NOROESTE DE PORTUGAL, NA ZONA TRADICIONALMENTE
CONHECIDA COMO ENTRE-DOURO-E-MINHO. A REGIÃO É RICA EM
RECURSOS HIDROGRÁFICOS, SENDO LIMITADA A NORTE PELO RIO
MINHO E PELO OCEANO ATLÂNTICO A OESTE.

NO INTERIOR DA REGIÃO PREDOMINAM AS SERRAS, SENDO A MAIS


ELEVADA A SERRA DA PENEDA COM 1373 M, ASSIM COMO A ARADA E
MONTEMURO, GERÊS, CABREIRA E MARÃO. EM TERMOS DE ÁREA
GEOGRÁFICA É A MAIOR REGIÃO DEMARCADA PORTUGUESA.

UMA REGIÃO COM GRANDE TRADIÇÃO NA PRODUÇÃO DE VINHO, QUE


JÁ NOS SÉC. XVI E XVII EXPORTAVA OS SEUS VINHOS PARA O NORTES
DA EUROPA, TENDO SIDO RECONHECIDA E DEMARCADA EM 1908.
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Vinhos Verdes

Há alguns anos atrás, devido à dimensão da propriedade média ser muito reduzida,
raramente superando o meio hectare por família, as vinhas foram obrigadas a
compartilhar o pouco espaço disponível com as restantes culturas essenciais para a
A REGIÃO TEM
sobrevivência dasINFLUÊNCIA ATLÂNTICA,
famílias, o milho, batatas,COM SOLOS
couves NA SUA
e demais MAIORIA
produtos DE
hortícolas. Para
ORIGEM GRANÍTICA,
aproveitar a propriedadeO tão
CLIMA É AMENO
reduzida, E COM recorriam
as famílias ELEVADA aPRECIPITAÇÃO, QUE SEda
métodos de condução
VAI TRADUZIR
vinha NA
alternativos PRODUÇÃO
que forçavam aDE VINHOS
vinha FRESCOS,
a elevar-se LEVES
do solo E ELEGANTES.
em direção ao céu,
favorecendo métodos como as uvas em enforcado, rodeando e abraçando as árvores, ou
a latada, plantando a vinha nas bordaduras dos campos e lançando os seus ramos em
redor de postes altos que forneciam uma sombra retemperadora, permitindo assim
libertar muito do espaço tão precioso no solo, o que levava, por vezes, à dificuldade na
maturação correta das uvas na altura das vindimas.

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Vinhos Verdes

HOJE, PORÉM, E DESDE HÁ MAIS DE TRÊS DÉCADAS, A REALIDADE


MUDOU POR COMPLETO. AS VINHAS SÃO CONDUZIDAS COMO EM
QUALQUER OUTRA REGIÃO, EM ESPALDEIRA E COM CONDUÇÕES EM
TUDO SEMELHANTES À DAS RESTANTES DENOMINAÇÕES
NACIONAIS, PROPORCIONANDO UVAS TÃO MADURAS QUANTO AS
VINDIMADAS EM QUALQUER OUTRA REGIÃO NACIONAL. DA MESMA
FORMA QUE EXISTEM REGIÕES QUE SE APELIDAM BAIRRADA,
ALENTEJO, DOURO, DÃO, TEJO OU LISBOA, EXISTE UMA REGIÃO
DEMARCADA QUE TOMOU O NOME DE REGIÃO DO VINHO VERDE.

O NOME CARACTERIZA DE FORMA FIEL A PAISAGEM DO


MINHO, A REGIÃO MAIS VERDE DE PORTUGAL, A DE MAIOR ÍNDICE
PLUVIOMÉTRICO, A MAIS FRESCA E VIÇOSA DO PORTUGAL
CONTINENTAL. É APENAS UM NOME DE UMA REGIÃO, SEM
QUALQUER SIGNIFICADO QUANTO À MATURAÇÃO DA FRUTA.
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Vinhos Verdes

AS DIFERENÇAS CLIMÁTICAS SÃO SIGNIFICATIVAS AO LONGO DA


REGIÃO DOS VINHOS VERDES E ISTO REFLETE-SE NAS SUAS NOVE
SUB-REGIÕES, CUJOS NOMES PROVÊM DE RIOS OU CIDADES:
MONÇÃO E MELGAÇO, LIMA, CÁVADO, AVE, BASTO, SOUSA, BAIÃO,
PAIVA E AMARANTE. AS CASTAS LOCAIS TAMBÉM VARIAM. OS VINHOS
ALVARINHO (PRODUZIDOS A PARTIR DA ENCORPADA CASTA
ALVARINHO, COM DELICADAS NOTAS AROMÁTICAS) SÃO UMA
ESPECIALIDADE DA SUB-REGIÃO DE MONÇÃO E MELGAÇO, NA PARTE
NORTE DA REGIÃO DO VINHO VERDE. A PLUVIOSIDADE AQUI É MAIS
REDUZIDA E NO VERÃO AS TEMPERATURAS SÃO
SIGNIFICATIVAMENTE MAIS ELEVADAS DO QUE NO RESTO DA
REGIÃO. NESTE MICROCLIMA A CASTA ALVARINHO DÁ ORIGEM A UM
VINHO SECO ENCORPADO, COM UM AROMA SUBTIL, FRESCO E
COMPLEXO DE ALPERCE, PÊSSEGO E CITRINOS. AO QUAL SE
COMBINA UM CARÁTER MINERAL MUITO ATRAENTE.
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Vinhos Verdes

A SUL DE MONÇÃO E MELGAÇO ENCONTRAM-SE AS SUB-REGIÕES


LIMA, CÁVADO E AVE. AQUI, A PRINCIPAL CASTA É A LOUREIRO,
EMBORA A ARINTO E A TRAJADURA TAMBÉM SEJAM
FREQUENTEMENTE UTILIZADAS. OS VINHOS NESTAS SUB-REGIÕES
SÃO NORMALMENTE FRESCOS E AROMÁTICOS, MUITAS VEZES COM
UM PERFUME CITRINO E DE FLOR.

AS SUB-REGIÕES MONTANHOSAS DE BASTO E SOUSA TAMBÉM


PRODUZEM VINHOS LEVES A PARTIR DE VÁRIAS CASTAS. NAS SUB-
REGIÕES DE AMARANTE E BAIÃO, A CASTA AVESSO ORIGINA VINHOS
BRANCOS SECOS E FRESCOS COM AROMAS RICOS E UM CARÁTER
MINERAL. AMARANTE E PAIVA, ESTA ÚLTIMA A SUL DO RIO DOURO,
SÃO MUITO RECONHECIDAS PELOS SEUS VINHOS TINTOS.
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Vinhos Verdes

OS VINHOS PRODUZIDOS NA REGIÃO DOS VINHOS VERDES


APRESENTAM UM ESTILO ÚNICO, OS BRANCOS SÃO POR REGRA LEVES,
FRESCOS, MINERAIS, DE ACIDEZ VIVA, POUCO ALCOÓLICOS, POUCO
ENCORPADOS, FLORAIS, PARTICULARMENTE BEM ADAPTADOS AOS
CALORES DO VERÃO, MAS TAMBÉM SÃO PRODUZIDOS VINHOS
ESTRUTURADOS, COM AROMAS E SABORES COMPLEXOS, INTENSOS E
MINERAIS E COM BOA CAPACIDADE DE GUARDA. DESTACAM-SE
PARTICULARMENTE OS BRANCOS ELABORADOS COM AS CASTAS
ALVARINHO, LOUREIRO E AVESSO SÃO VINHOS COM BASTANTE
ELEGÂNCIA E HARMONIA QUE, ALGUNS DELES, ENVELHECEM TAMBÉM
MUITO BEM. OS TINTOS SÃO POR REGRA IGUALMENTE ACÍDULOS, POR
VEZES TANINOSOS E AGRESSIVOS. EM ALGUNS CASOS, TAMBÉM JÁ SE
ENCONTRAM TINTOS, QUE SÃO ELEGANTES, SECOS, MINERAIS E
FRUTADOS. POR ÚLTIMO, SURGEM OS VINHOS ESPUMANTES DA
REGIÃO, UMA DAS APOSTAS DE ALGUNS PRODUTORES E QUE TEM
OBTIDO TAMBÉM BONS RESULTADOS.
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Castas mais utilizadas

BRANCAS
Alvarinho
Avesso
TINTAS
Arinto (pedernã)
Alvarelhão
Loureiro
Vinhão
Azal
Padeiro
Trajadura
Amaral
Godelho
Espadeiro
Lameiro
Viosinho

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CASTAS PORTUGUESAS
Loureiro
 Cultivada sobretudo no Alto Minho, aromaticamente
exuberante, há quem a considere, a par do Moscatel,
a mais perfumada das castas portuguesas, sugerindo
loureiro (e daí lhe virá o nome), tília, acácia, laranja e
pêssego. Tal como acontece com o Alvarinho, o
Loureiro é uma casta de grande tipicidade, usada
também em vinhos de casta única. As suas
excepcionais qualidades aromáticas constroem, com
outras uvas da região, alguns dos melhores vinhos
brancos portugueses.
CASTAS PORTUGUESAS
ALVARINHO

 Casta antiga e de qualidade excepcional, responsável


pela fama dos vinhos brancos produzidos na região
do Vinho Verde, mais precisamente nas regiões de
Monção e Melgaço.
 Perfil floral e frutado, notas de tília, erva-cidreira,
madressilva, pêssego, toranja e maçã, tudo bem
casado com a elevada acidez típica dos brancos
frescos do Noroeste da Península Ibérica. Produz
vinhos equilibrados, com boa estrutura e teor
alcoólico.
Trás-os-Montes

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Trás-os-Montes 15

Regiões Vinícolas
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Características da Região

Já durante a ocupação dos romanos se cultivava a vinha e se produzia


vinho na região de Trás-os-Montes, tornando-se estes conhecidos e
apreciados pelas suas qualidades.
A oriente do Minho e até à fronteira Espanhola com a qual também
confina a norte, estende-se uma vasta região que termina na margem
esquerda do Douro.
Os solos desta região são predominantemente formados por xistos, com
algumas manchas graníticas, existindo numa pequena área manchas
calcárias e de aluvião.
Os vinhos da região de Trás-os-Montes são bastante diferenciados, em
função dos microclimas em que têm origem (altitude, exposição solar,
pluviosidade, temperatura, etc.).

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Características da Região

O nome Trás-os-Montes refere-se à localização da região: situa-se para lá


das Serras do Marão e Alvão, a norte do rio Douro.

O clima é seco e muito quente no verão e no inverno, pelo contrário, as


temperaturas atingem muitas vezes valores negativos.

A região de Trás-os-Montes divide-se em três sub-regiões: Chaves,


Valpaços e Planalto Mirandês.

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Características da Região
Na sub-região de Chaves a vinha é plantada nas encostas de pequenos
vales, onde correm os afluentes do rio Tâmega. A sub-região de Valpaços
é rica em recursos hídricos e situa-se numa zona de planalto. No Planalto
Mirandês é o rio Douro que influencia a viticultura.

As castas plantadas são praticamente comuns nas três sub-regiões. As


castas tintas mais plantadas são a trincadeira, bastardo, marufo, tinta
roriz, touriga nacional e touriga franca. As castas brancas de maior
expressão na região são a síria, fernão pires, gouveio, malvasia fina,
rabigato e viosinho.

Os vinhos tintos desta região são geralmente frutados e levemente


adstringentes. Os vinhos brancos são suaves e com aroma floral.

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Bairrada

Regiões Vinícolas
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Bairrada 12

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Características da Região

A Bairrada é uma região que apesar de sua longa história de produção de vinhos, a
certificação da região ainda é recente. A demarcação para vinhos tintos e brancos é de 1979
e para espumantes de 1991.

Há registos que desde o século X é elaborado vinho na região. Em 1867, o cientista António
Augusto de aguiar estudou os sistemas de produção de vinhos e definiu as fronteiras da
região e em 1867, vinte anos mais tarde, fundou a Escola Prática de Viticultura da Bairrada.
Destinada a promover os vinhos da região e melhorar as técnicas de cultivo e produção de
vinho. O primeiro resultado prático da escola foi a criação de Vinho Espumante em 1890.

A região da Bairrada situa-se entre Águeda e Coimbra, delimitada a norte pelo rio Vouga, a
sul pelo rio Mondego, a leste pelas Serras do Caramulo e Buçaco e a oeste pelo oceano
atlântico. É uma região de orografia maioritariamente plana, agricultura de pequenas
propriedades, com vinhas que raramente ultrapassam os 120 metros de altitude, que, devido
a sua planura e a proximidade do oceano, goza de um clima temperado por uma fortíssima
influencia atlântica, com chuvas abundantes e temperaturas medias comedidas.

Regiões Vinícolas
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Características da Região
Os solos da região são de diferentes épocas geológicas, predominando os terrenos pobres que
variam de arenosos a argilosos, encontrando-se também, com frequência franco-arenosos, no
entanto a vinha é cultivada predominantemente em solos de natureza argilosa e argilo-
calcaria.
Os invernos são longos e frescos e os verões quentes, amenizados por ventos de oeste e de
noroeste, que com maior frequenta e intensidade se fazem sentir nas regiões mais próximas
do mar.

Integrada numa faixa litoral submetida a uma fortíssima densidade populacional, a


propriedade rural encontra-se dividida em milhares de pequenas parcelas, com dimensões
medias de exploração que raramente ultrapassam um hectare de vinha, favorecendo a
presença de grandes adegas cooperativas e de grandes empresas vinificadoras, a par de um
conjunto de produtores engarrafadores que muito dignificam a região.
As fronteiras oficiais da bairrada foram estabelecidas em 1867, por António Augusto de
Aguiar, tendo sido das primeiras regiões nacionais a adotar e a explorar os vinhos
espumantes, uma vez que na região, o clima fresco, húmido e de forte ascendência marítima
favorece a sua elaboração, oferecendo uvas de baixa graduação alcoólica e acidez elevada,
condição indispensável para a elaboração dos vinhos espumantes de qualidade.
.
Regiões Vinícolas
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Castas mais utilizadas

A casta baga é a variedade tinta dominante na região e normalmente é plantada


em solos argilosos. Os vinhos feitos a partir da casta baga são carregados de cor e
ricos em ácidos, contudo são bem equilibrados e têm elevada longevidade.
Mais recentemente, foi permitido na região DOC da Bairrada plantar castas
internacionais, como a cabernet sauvignon, syrah, merlot e pinot noir que
partilham os terrenos com outras castas nacionais como a touriga nacional ou a
tinta roriz.

As castas brancas são plantadas nos solos arenosos da região, sendo a casta
fernão pires (na região denominada por maria gomes) a mais plantada. Em
quantidades mais reduzidas existem as castas arinto, rabo de ovelha, cercial e
chardonnay. Os brancos da região são delicados e aromáticos.

Regiões Vinícolas
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IG Beira Atlantico e Terras de Sicó

Os vinhos Terras de Sicó, são produzidos na IG Beira Atlântico. Tendo em conta as


características desta zona foi reconhecida como “Sub-Região Terras de Sicó”.

A área geográfica de produção limita-se aos concelhos de Alvaiázere, Ansião, Condeixa-a-


Nova, Penela e Soure e às freguesias de Lamas (Miranda do Corvo), Abiúl, Vila Cã, Redinha e
Pelariga (Pombal) e Aguda (Figueiró dos Vinhos).

Inserindo-se numa mancha de vinha localizada no litoral Centro de Portugal. São solos de
origem argilo-calcárea, de diferentes nuances com pequenos afloramentos de xisto,
povoando o verde das encostas solarengas da Serra de Sicó, com um clima de invernos frios e
húmidos e verões quentes e secos.

As castas que se encontram mais nesta sub-região são o alfrocheiro preto, baga, bastardo,
rufete, tinta roriz e trincadeira nas tintas, e nas brancas, a Fernão pires, rabo de ovelha,
arinto e cerceal.

Regiões Vinícolas
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CASTAS PORTUGUESAS

Bical
 Casta especialmente presente e divulgada no centro
do país. Tem como característica ser bastante
temporã, ou seja, amadurece cedo. Pode produzir boa
graduação alcoólica mas tem tendência a cair na
acidez.
 Produz vinhos aromáticos, de boa estrutura corporal.
 Quando bem trabalhada, apresenta bons resultados ao
ser fermentada em barrica de carvalho.
Beira interior

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Beira Interior 19

Regiões Vinícolas
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Características da Região
A denominação de origem Beira Interior foi criada em 1999, resultado da
aglutinação das regiões de Castelo Rodrigo, Cova da Beira e Pinhel, que
passaram a sub-regiões desde então.

Na região atualmente identificada como denominação Terras da Beira o


vinho foi, durante séculos, um produto de grande importância,
remontando a época Romana. Mas foi no seculo XII, pelas mãos dos
monges de Cister, que a vinha teve um grande crescimento.
Situada no interior norte, junto a fronteira raiana com Espanha, numa das
regiões mais montanhosa de Portugal continental, tendo no seu interior
as Serras da Marofa, Serra da Gardunha e parte da Serra da Estrela. O
clima tem uma influencia continental muito marcada, com grandes
variações de temperatura, verões curtos, quentes e secos e invernos
prolongados e muito frios.

Regiões Vinícolas
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Características da Região

Os solos são maioritariamente de natureza granítica, com alguma


presença de xisto e, embora menos comuns, alguns solos arenosos.
A Beira Interior encontra-se subdividida em três sub-regiões, Castelo
Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira. As duas primeiras, Castelo Rodrigo e
Pinhel, partilham sensivelmente as mesmas especificidades materiais,
apesar de se encontrarem separadas por cadeias montanhosas com picos
de mais de mil metros de altitude onde a combinação de solos pobres,
acidez elevada e maturações robustas garantem a produção de vinhos
interessantes e que merecem ser experimentados.
A cova da beira expõe características divergentes e alternativas, que vão
desde os contrafortes a leste da Serra da Estrela até ao vale do Tejo, a sul
de Castelo Branco.

Regiões Vinícolas
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Características da Região

- Os vinhos são influenciados pela montanha, levando a que a altitude


onde estão plantadas as vinhas, com variações entre os 350 e os 750
metros, em zonas de encosta ou de planalto, contribua muito para a
obtenção de vinhos frescos e com boa acidez.

- A região conta com cerca de 16 000 hectares de vinhas e uma grande


variedade de castas. Destacam-se nas brancas a síria, fonte cal, malvasia
e arinto e, nas tintas, a rufete, touriga nacional, touriga franca e tinta
roriz.

. Desta combinação de fatores resultam vinhos brancos com boa


exuberância aromática e muita frescura e, nos tintos, vinhos firmes,
frescos e elegantes, e com boa longevidade.

Regiões Vinícolas
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Dão

Regiões Vinícolas
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Dão 18

Regiões Vinícolas
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Características da Região

A zona do Dão situa-se na região da Beira Alta, no centro norte de


Portugal. As condições geográficas influenciam a produção dos vinhos: as
serras do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela protegem as vinhas da
influência de ventos. A região é extremamente montanhosa, contudo a
altitude na zona sul é menos elevada. Os 20 000 hectares de vinhas
situam-se maioritariamente entre os 400 e 700 metros de altitude e
desenvolvem-se em solos graníticos de pouca fertilidade e também
alguns apontamentos de xisto a sul e poente da região. O clima no Dão
sofre simultaneamente a influência do atlântico e do interior, por isso os
invernos são frios e chuvosos enquanto os verões são quentes e secos.

Regiões Vinícolas
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Características da Região

Na idade média, a vinha foi essencialmente desenvolvida pelo Clero,


especialmente pelos monges de Cister. Era o Clero que conhecia a maioria das
práticas agrícolas e como exercia muita influência na população, conseguiu ocupar
muitas terras com vinha e aumentar a produção vitícola. Todavia, foi a partir da
segunda metade do século XIX, após as pragas do míldio e da filoxera, que a
região conheceu um grande desenvolvimento. A região foi demarcada em 1908.

O Dão é uma região com muitos produtores, onde cada um detém pequenas
propriedades. Durante décadas, as uvas foram entregues às adegas cooperativas
encarregadas da produção do vinho. O vinho era, posteriormente, vendido a
retalho a grandes e médias empresas, que o engarrafavam e vendiam com as suas
marcas.

Regiões Vinícolas
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Características da Região

Com a entrada de Portugal na CEE (1986) houve necessidade de alterar o sistema de


produção e comercialização dos vinhos do Dão. Grande parte das empresas de fora da região
que adquiriam vinho às adegas cooperativas locais, iniciaram as suas explorações na região e
compraram terras para cultivo de vinha. Por outro lado, as cooperativas iniciaram um
processo de modernização das adegas e começaram a comercializar marcas próprias,
enquanto pequenos produtores da região decidiram começar a produzir os seus vinhos. As
vinhas passaram também por um processo de reestruturação com a aplicação de novas
técnicas vinícolas e escolha de castas apropriadas para a região.

As vinhas são constituídas por uma grande diversidade de castas, entre as quais a touriga
nacional, alfrocheiro, jaen e tinta roriz (nas variedades tintas) e encruzado, bical, cercial,
malvasia fina e verdelho (nas variedades brancas). Os vinhos brancos são bastantes
aromáticos, frutados e bastante equilibrados. Os tintos são encorpados, aromáticos e podem
ganhar bastante complexidade após envelhecimento em garrafa.

Regiões Vinícolas
62
DO Lafões

Um pouco a norte da região do Dão, podem ser produzidos os vinhos com a DO


“Lafões".
Lafões é uma pequena região de transição, “encravada” entre as denominações
do Dão e Vinho Verde, cortada pelo rio Vouga, com solos maioritariamente
graníticos, solos estes húmidos e férteis, onde as castas de referência branca são
o arinto, cerceal, dona branca, esgana cão e rabo de ovelha, sendo os tintos
dominados pelas castas amaral e jaen.
A região, contudo, apresenta algumas semelhanças com a região dos Vinhos
Verdes, quer pelo tipo de condução das videiras que se encontram nos campos de
cultura a servir de bordaduras, encostadas a "uveiras", em latadas ou ramadas,
predominando desta forma a vinha alta, quer pelas características do vinho
branco (pouco alcoólico, com acidez viva e bastante frutado) e do vinho tinto, com
boa capacidade de envelhecimento.

Regiões Vinícolas
63
CASTAS PORTUGUESAS
ENCRUZADO
 É considerada uma das grandes castas portuguesas,
capaz de dar origem a excelentes vinhos brancos.
 É cultivada quase exclusivamente na região do Dão.
 Vinhos elegantes e complexos, com sugestões
aromáticas minerais, de pimento verde, rosas,
violetas e citrinos. Com fermentação em barricas de
carvalho, sobressaem aromas de baunilha e uma boa
envolvência e untuosidade na boca
CASTAS PORTUGUESAS
Touriga Nacional
 No passado, a Touriga Nacional foi a variedade dominante do Dão,
onde se diz ter origem e é, em grande parte, responsável pela
fama dos vinhos tintos desta região. Hoje é, também, uma das
variedades mais importantes do Douro, considerada uma das
melhores de Portugal e do mundo. A Touriga Nacional dá origem a
vinhos escuros poderosos, encorpados e com aromas complexos e
excepcionais. Frequentemente revela notas de amora preta, mirtilo,
esteva e alecrim. A fama tem assegurado a sua disseminação por
todas as regiões do país (dos cantos mais a Norte ao Sul do
Algarve). É também grande o interesse dos viticultores no
estrangeiro: já está a ser plantada na Austrália e nos EUA, entre
outros países. Os vinhos Touriga Nacional envelhecem lindamente
e alcançam complexidade aromática com um criterioso estágio em
barrica.
Lisboa

Regiões Vinícolas
66
Lisboa

•1| Encostas de Aire


•2| Lourinhã
•3| Óbidos
•4| Torres Vedras
•5| Alenquer
•6| Arruda
•7| Colares
•8| Carcavelos
•9| Bucelas

Regiões Vinícolas
67
Características da Região

Na região de Lisboa a cultura da vinha na Idade Média, a partir do SÉC. XII,


desenvolveu-se consideravelmente, principalmente devido à ação de diversas
ordens religiosas, com particular destaque para Alcobaça, onde os seguidores
de S. Bernardo se instalaram no mosteiro mandado erigir pela ordem de Cister.
O principal objetivo na altura era a elaboração de vinho para celebração das
missas, tendo os vinhos alcançado grande consumo e prestígio, tornando-se
num dos produtos de maior peso na atividade económica da região.
Identificada como uma das maiores regiões vitivinícolas do país em termos de
área de vinha e de produção de vinho, a área da região de produção da
indicação geográfica Lisboa abrange todos os concelhos da faixa atlântica a
norte do estuário do Tejo, confinando a norte com a Beira e a leste com o
Ribatejo.

Regiões Vinícolas
68
Características da Região

A região, anteriormente conhecida por Estremadura, situa-se a noroeste de


Lisboa numa área de cerca de 40 km. O clima é temperado em virtude da
influência atlântica. Os verões são frescos e os invernos suaves, apesar das
zonas mais afastadas do mar serem um pouco mais frias.
Esta região possui boas condições para produzir vinhos de qualidade, todavia
há cerca de quinze anos atrás a região de Lisboa era essencialmente
conhecida por produzir vinho em elevada quantidade e de qualidade
mediana. Assim, iniciou-se um processo de reestruturação nas vinhas e
adegas. Provavelmente a reestruturação mais importante realizou-se nas
vinhas, uma vez que as novas castas plantadas foram escolhidas em função
da sua produção em qualidade e não em quantidade. Hoje, os vinhos da
região de Lisboa são conhecidos pela sua qualidade e boa relação
qualidade/preço.

Regiões Vinícolas
69
Características da Região

A região concentrou-se na plantação das castas portuguesas mais


emblemáticas e alguma estrangeiras e em 1993 foi criada a categoria “Vinho
Regional da Estremadura”, hoje “Vinho Regional Lisboa". A nova categoria
incentivou os produtores a estudar as potencialidades de diferentes castas e,
neste momento, a maior parte dos vinhos produzidos na região de Lisboa são
regionais (a lei de vinhos DOC é muito restritiva na utilização de castas).
A região de Lisboa é constituída por nove denominações de origem: Colares,
Carcavelos e Bucelas (na zona sul, próximo de lisboa), Alenquer, Arruda,
Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos (no centro da região) e Encostas d'Aire (a
norte, junto à região das beiras).

Regiões Vinícolas
70
Características da Região

As regiões de Colares, Carcavelos e Bucelas outrora muito importantes, hoje


têm praticamente um interesse histórico. A proximidade da capital e a
necessidade de urbanizar terrenos quase levou à extinção das vinhas nestas
denominações de origem.

A denominação de origem de Bucelas apenas produz vinhos brancos e foi


demarcada em 1911. Os seus vinhos, essencialmente elaborados a partir da
casta arinto, foram muito apreciados no estrangeiro, especialmente pela
corte inglesa. Os vinhos brancos de Bucelas apresentam acidez equilibrada,
aromas florais e tem uma boa capacidade de envelhecimento.

Regiões Vinícolas
71
Características da Região

Colares é uma denominação de origem que se situa na zona sul


da região de Lisboa. É muito próxima do mar e as suas vinhas
são instaladas em solos calcários ou assentes em areia. Os
vinhos tintos aqui produzidos são essencialmente elaborados a
partir da casta ramisco, uma casta muito interessante, mas que
precisa de muito tempo de estágio. Nos brancos a casta
utilizada é a malvasia. Os vinhos aqui são produzidos em
pequenas quantidades.

Regiões Vinícolas
72
Colares

Regiões Vinícolas
73
Colares

Regiões Vinícolas
74
Características da Região

A zona central da região de Lisboa (Óbidos, Arruda, Torres Vedras e Alenquer)


recebeu a maioria dos investimentos na região: procedeu-se à modernização
das vinhas e apostou-se na plantação de novas castas. Hoje em dia, os
melhores vinhos DOC desta zona provêm de castas tintas como por exemplo,
a casta castelão, a aragonez (tinta roriz), a touriga nacional, a tinta miúda e a
trincadeira que por vezes são lotadas com a alicante bouschet, a touriga
franca, a cabernet sauvignon e a syrah, entre outras. Os vinhos brancos são
normalmente elaborados com as castas arinto, fernão pires, seara-nova e
vital, apesar da chardonnay também ser cultivada em algumas zonas.

Regiões Vinícolas
75
Características da Região

A região de Alenquer produz alguns dos mais prestigiados vinhos DOC da região de
Lisboa (tintos e brancos). Nesta zona as vinhas são protegidas dos ventos atlânticos,
favorecendo a maturação das uvas e a produção de vinhos mais concentrados. Nas
outras zonas da região de Lisboa, os vinhos tintos são aromáticos, elegantes, ricos em
taninos e capazes de envelhecer alguns anos em garrafa. Os vinhos brancos
caracterizam-se pela sua frescura e carácter citrino.
A maior denominação de origem da região, Encostas d'Aire, foi a última a sofrer as
consequências da modernização. Apostou-se na plantação de novas castas como a
baga ou castelão e castas brancas como arinto, malvasia, fernão pires, que partilham
as terras com outras castas portuguesas e internacionais, como por exemplo, a
chardonnay, cabernet sauvignon, aragonez, touriga nacional ou trincadeira. O perfil
dos vinhos começou a alterar-se: ganharam mais cor, corpo e intensidade.

Regiões Vinícolas
76
DOC Lourinhã

A região da Lourinhã está ligada à produção vitícola desde há muitos anos,


como se pode perceber pela carta de foral, dada pelo D. Jordão, com
autorização do Rei D. Afonso Henriques. Também se faz referência a esta
zona em diversa documentação ligada à história da viticultura portuguesa.
A 7 de março de 1992, o empenho de vários produtores, juntamente com a
elevada qualidade da aguardente, viu o seu mérito reconhecido com a
publicação do decreto-lei nº34/92 que estabelece a Região Demarcada da
aguardente vínica de qualidade com Denominação de Origem Controlada
“Lourinhã” ,aquela que constitui a primeira e única região demarcada do país
somente para produção de aguardentes. É uma das três regiões no espaço
Europeu, em posição de igualdade com as célebres aguardentes Francesas,
Armagnac e Cognac.
As castas com maior expressão para a produção desta aguardente são a
malvasia rei, o fernão pires e a tália.

Regiões Vinícolas
77
DOC Lourinhã

A região da Lourinhã está ligada à produção vitícola desde há muitos anos,


como se pode perceber pela carta de foral, dada pelo D. Jordão, com
autorização do Rei D. Afonso Henriques. Também se faz referência a esta
zona em diversa documentação ligada à história da viticultura portuguesa.
A 7 de março de 1992, o empenho de vários produtores, juntamente com a
elevada qualidade da aguardente, viu o seu mérito reconhecido com a
publicação do decreto-lei nº34/92 que estabelece a Região Demarcada da
Aguardente vínica de qualidade com Denominação de Origem Controlada
“Lourinhã” aquela que constitui a primeira e única região demarcada do país
somente para produção de aguardentes. É uma das três regiões no espaço
Europeu, em posição de igualdade com as célebres aguardentes Francesas,
Armagnac e Cognac.

Regiões Vinícolas
78
Vinho Medieval de Ourém

Um vinho com mais de 800 anos de história!

Os produtores do concelho de Ourém, nas suas pequenas adegas artesanais, ainda


produzem o vinho segundo métodos ancestrais e, embora tenham passado mais de
800 anos, a tradição mantém-se.
Nas vinhas mais antigas é bastante frequente encontrar oliveiras e outras árvores de
fruto como macieiras, pereiras e pessegueiros, dispersas no meio das cepas, ou em
bordadura. As cepas são conduzidas em taça, com poda a talão e menos
frequentemente à vara. São em tudo muito semelhantes às vinhas da idade média.

Nas adegas de Ourém, simples, frescas, escuras, pouco húmidas e que muitas vezes
ocupam o rés-do-chão da habitação do viticultor, são utilizadas, exclusivamente, uvas
das castas fernão pires para mosto branco e trincadeira para mosto tinto, sendo a
vindima feita, obrigatoriamente, à mão.

Regiões Vinícolas
79
Vinho Medieval de Ourem

As uvas brancas são prensadas em lagares e os mostos obtidos são


envasilhados logo após o esmagamento, em vasilhas de madeira de modo a
não exceder os 80% da sua capacidade total, onde inicia a sua fermentação
(vinificação em bica aberta).

Posteriormente, as uvas tintas são desengaçadas e fazem, isoladamente, a


fermentação com curtimenta em dornas de madeira, menos frequentemente
em lagares, durante 4 a 10 dias, sendo efetuado o recalque com um rodo de
madeira, no mínimo duas vezes por dia, de modo a obter mosto tinto com os
parâmetros de qualidade adequados.
Praticamente no final de ambas as fermentações, o mosto tinto (20%) não
prensado e com as películas, é envasilhado diretamente na vasilha que já
contém o mosto branco (80% da vasilha), de modo a completar o seu
enchimento e a terminarem as fermentações em conjunto.

Regiões Vinícolas
80
Vinho Medieval de Ourem

Ainda que sendo feito maioritariamente de uvas brancas muito maduras este
vinho é “tinto”, “guloso” e “forte”. Tem aromas de vinho branco, que variam
com o estado de maturação das uvas, bem “casados” com os de tinto, e com
boa acidez. Este método permite obter vinhos macios e complexos, tanto a
nível aromático como gustativo.

Este vinho, cuja produção é regulamentada pela portaria 167/2005,


acompanha não só a rica gastronomia da região, mas também muitos pratos
típicos portugueses. É muito interessante para acompanhar pratos com
alguma gordura e untuosidade.

Regiões Vinícolas
81
Vinho Medieval de Ourem

Regiões Vinícolas
82
Vinho Medieval de Ourem

Regiões Vinícolas
83
Vinho de Carcavelos

Regiões Vinícolas
84
Vinho de Carcavelos

De renome internacional e de tradição secular, o vinho de


carcavelos detém qualidades reconhecidas e confirmadas pela
carta de lei de 18 de setembro de 1908, na qual foi definida a
região demarcada, então "formada pelas freguesias de S.
Domingos de Rana e Carcavelos, do concelho de Cascais, e pela
parte da freguesia de Oeiras que é tradicionalmente reconhecida
por produzir vinho generoso", bem como os princípios gerais da
sua produção e comercialização. A produção deste vinho situa-se
portanto em área situada dentro do território dos municípios de
Cascais e de Oeiras, naquela que é a mais pequena região vinícola
de Portugal.

Regiões Vinícolas
85
Vinho de Carcavelos

No entanto, muito antes, já no séc. XIV, documentos selados


com a chancela real, se referiam aos “bem cuidados vinhedos de
Oeyras”. Depois, no século XVIII, com a ascensão de Sebastião
José de Carvalho e Melo, ministro do reino, feito conde de
Oeiras em 15 de julho de 1759 e posteriormente Marquês de
Pombal, o vinho generoso de Carcavelos foi refinado na sua
produção, face às qualidades fantásticas das uvas da sua quinta
em Oeiras.

Regiões Vinícolas
86
Vinho de Carcavelos

No último quartel do século XVIII, era já um vinho prestigiado e conhecido das elites
europeias. A produção chegou a atingir 3.000 pipas nos primeiros anos de oitocentos,
verificando-se intensa exportação, sobretudo através de Inglaterra, para mercados como
a América do Norte, Índia e Austrália.
Porém, nem só de momentos bons viveu o “Carcavelos” pois ao longo da sua já longa
existência teve alguns reveses, em virtude das pragas vinhateiras. Foi o que aconteceu
décadas mais tarde com a terrível filoxera que assolou o país e quase o extinguiu.
Associada a esta desgraça surgiu, na segunda metade do século XX, a necessidade de
urbanizar terrenos e com ela outra terrível praga: a especulação imobiliária!
Na década de 1980, as Quintas da Ribeira, dos Pesos e da Samarra, em Caparide,
arriscaram reiniciar nos seus terrenos a prática produtiva interrompida, esforço que a
Câmara Municipal de Cascais reconheceu, através da respectiva inclusão no catálogo-
inventário do património municipal. Em vista está ainda a implementação de um projecto
museológico, através da recuperação e adaptação da adega e respectivos anexos a
museu, apoiando assim a CM Cascais a retoma da produção do vinho generoso, criando
rotas enoturísticas no território e associando-se às iniciativas da Confraria de Enófilos do
Vinho de Carcavelos.
Regiões Vinícolas
87
Vinho de Carcavelos

O “Carcavelos” é constituído pelas seguintes castas: arinto,


galego dourado e ratinho, e apresenta uma cor de mel. É
fortificado em grande parte com a famosa aguardente da
Lourinhã. Evidencia altíssimos padrões de qualidade, e integra
com o “Porto”, o “Madeira” e o “Moscatel de setúbal”, o
restrito grupo dos vinhos generosos portugueses.

Regiões Vinícolas
88
CASTAS PORTUGUESAS

ARINTO / PEDERNÃ
 Uma das castas portuguesas mais antigas e de grande
tradição, especialmente na região de Bucelas.
 Encontra-se na maioria das regiões vitivinícolas,
adaptável.
 Boa acidez é o seu trunfo, a que se junta uma
estrutura de qualidade. O aroma com notas de maçã
verde e limão. Produz vinhos que evoluem muito
bem em garrafa
CASTAS PORTUGUESAS
FERNÃO PIRES / MARIA GOMES
 Uma das castas portuguesas mais antigas e, de
longe, a mais cultivada das castas brancas.
 De grande capacidade produtiva, dá desde
vinhos planos, por falta de acidez, mas quando
boa, faz vinhos distintos e de forte
personalidade. Apresenta aromas cítricos
maduros e notas de mimosa, tília e laranjeira,
integrando-se na família de castas aromáticas
como o Alvarinho, o Loureiro e o Moscatel.
Tejo

Regiões Vinícolas
91
Tejo 10

Regiões Vinícolas
92
Características da Região

A região do Tejo foi reconhecida para a produção de vinhos brancos, tintos e


vinhos frisantes em 2009. Com esta nova indicação geográfica pretendeu-se dar
uma nova visibilidade e uma nova dinâmica aos vinhos produzidos na região,
de modo a tentar o crescimento qualitativo dos vinhos da região.
Situada no Centro de Portugal, a região possui inegáveis condições naturais
para o desenvolvimento das atividades agrícolas, florestais e pecuárias. A
história da viticultura do Tejo perde-se nos tempos, mas o apogeu do comércio
destes vinhos foi sobretudo no século XIII, no fim da sua primeira metade, que
só para Inglaterra, chegou a atingir a cifra de quase 30.000 pipas.

Regiões Vinícolas
93
Características da Região

No ribatejo pratica-se uma agricultura extensiva: produtos


hortícolas e frutícolas, arroz, oliveiras e vinha preenchem as
vastas planícies ribatejanas. O rio Tejo é omnipresente na
paisagem ribatejana e um dos responsáveis pelo clima, pelo solo e
consequentemente, pela fertilidade da região.

No ribatejo o clima é mediterrânico, contudo sofre a influência do


rio, por isso as estações do ano são amenas.

Regiões Vinícolas
94
Características da Região

A denominação de origem do Tejo apresenta seis sub-regiões (Almeirim, Cartaxo,


Chamusca, Coruche, Santarém e Tomar). Os solos variam consoante a proximidade do
rio. O campo ou lezíria são zonas muito produtivas que se situam à beira-rio. Devido às
inundações do tejo é comum que as vinhas da zona fiquem, por vezes, completamente
submersas. Na margem direita do Tejo, depois dos solos junto ao rio, situa-se a zona do
bairro. É constituída por solos mais pobres e de origem calcária e argilosa, dispostos em
terrenos mais irregulares entre montes e planícies. As principais plantações na zona do
bairro são as oliveiras e as vinhas. Da margem esquerda do Tejo às regiões do sul
próximas do Alentejo localiza-se a zona designada charneca. Aí, os solos são pouco
produtivos e explora-se culturas que necessitam de pouca água, como por exemplo
vinhas e sobreiros. Apesar de ser uma zona muito seca e apresentar as mais altas
temperaturas do ribatejo, as uvas têm melhores condições para a maturação do que em
outras áreas da região.

Regiões Vinícolas
95
Características da Região

A região do Tejo já foi famosa por produzir enormes quantidades de vinho que
abasteciam especialmente os restaurantes e tabernas de Lisboa. Era uma
região onde as grandes casas agrícolas pretendiam obter o máximo rendimento
das vinhas e posteriormente produzir um vinho de pouca qualidade que seria
vendido a granel. Nos últimos 15 anos, a região foi submetida a mudanças
significativas tanto nos campos como nas adegas. Muitas vinhas foram
transferidas da zona de campo para os solos pobres da charneca e do bairro: a
produção baixou, contudo a qualidade melhorou significativamente.

Regiões Vinícolas
96
Características da Região

Além da reestruturação das vinhas da região, as adegas e os produtores da


região modificaram e modernizaram as suas adegas. Os grandes tonéis e
depósitos de cimento que produziram milhões de litros de vinho foram
substituídos por cubas de aço inoxidável, sistemas de refrigeração e pipas de
carvalho para o envelhecimento do vinho

Os vinhos da região tem características interessantes, com brancos muito


frutados e de aromas tropicais ou florais e tintos jovens, aromáticos e de
taninos suaves.

Regiões Vinícolas
97
Alentejo

Regiões Vinícolas
98
Alentejo

•1| Portalegre
•2| Borba
•3| Évora
•4| Redondo
•5| Reguengos
•6| Granja-Amareleja
•7| Vidigueira
•8| Moura

Regiões Vinícolas
99
Características da Região

Hoje, o Alentejo tem um enorme potencial na produção vitivinícola, todavia a região nem sempre
contou com o apoio das políticas agrícolas nacionais. Devido às especificidades do clima, solos
pobres e estrutura agrária (grandes propriedades) as principais produções do Alentejo sempre
foram os cereais, a oliveira, o carvalho e o gado. Durante as primeiras décadas do século XX, o
governo tencionava fazer do Alentejo o “celeiro” de Portugal, por isso a cultura do milho e outros
cereais foi amplamente divulgada. O vinho tinha uma importância diminuta e destinava-se
essencialmente ao consumo local. A vinificação era realizada segundo os processos tradicionais
herdados dos romanos e a fermentação realizava-se em grandes ânforas de barro.
Nos anos 50, foi criada a primeira adega cooperativa da região com o objetivo de controlar a
produção vinícola. No entanto, foi apenas nos anos 80 que o Alentejo se submeteu à grande
revolução na produção vitivinícola. Demonstrando uma enorme capacidade de organização, os
produtores alentejanos constituíram inúmeras associações, revitalizaram as cooperativas e
encorajaram os produtores privados. Assim, o sector vitivinícola ganhou outra relevância,
justificando a demarcação oficial da região em 1988.

Regiões Vinícolas
100
Características da Região

O Alentejo é uma das maiores regiões vitivinícolas de Portugal, onde a vista se perde em
extensas planícies que apenas são interrompidas por pequenos montes. Esta região
quente e seca beneficiou de inúmeros investimentos no sector vitivinícola que se
traduziu no crescimento da quantidade e qualidade dos vinhos produzidos e
consequentemente, no reconhecimento a nível nacional.
É uma zona muito soalheira permitindo a perfeita maturação das uvas e onde as
temperaturas são muito elevadas no verão, tornando-se indispensável regar a vinha.
O tipo de relevo predominante na região é a planície, apesar da região apresentar
também alguns relevos que tem grande influencia nos vinhos nessas zonas. A serra de
S. Mamede no norte do Alentejo, a cordilheira mais alta a sul do Tejo, constitui o
exemplo flagrante desta influência, levando a uma frescura retemperadora que só a
altitude pode proporcionar. Também o Redondo, protegido pela barreira natural da serra
da Ossa, tal como a Vidigueira, abrigada pela serra de Portel, beneficiam desta situação
para apresentarem vinhos mais frescos e elegantes.

Regiões Vinícolas
101
Características da Região

Grande parte dos 22 000 hectares de vinha alentejana concentram-se nas oito
sub-regiões da denominação de origem alentejana:
Na sub-região de Portalegre as vinhas são plantadas nas encostas graníticas da
serra de São Mamede, sofrendo a influência de um microclima (temperaturas
são mais baixas devido à altitude). No centro do Alentejo situam-se as sub-
regiões de Borba, Reguengos, Redondo e Évora que produzem vinhos bastantes
similares. No sul alentejano (mais quente e seco) localizam-se as sub-regiões de
Moura, Vidigueira e Granja-amareleja.

Os solos são muito heterogéneos de argila, granito, calcário ou xisto. Apesar


disso, a pouca fertilidade dos solos é um elemento comum a todos os solos.

Regiões Vinícolas
102
Características da Região

No Alentejo há inúmeras castas plantadas, contudo umas são mais relevantes que outras (seja
pela qualidade ou pela área plantada). As castas brancas mais importantes na região são a
roupeiro, a antão vaz e a arinto. Em relação às castas tintas, salienta-se a importância da
casta trincadeira, aragonez, castelão e alicante bouschet (uma variedade Francesa que se
adaptou ao clima alentejano).

Os vinhos brancos DOC alentejanos são geralmente suaves, ligeiramente ácidos e apresentam
aromas a frutos tropicais. Os tintos são encorpados, taninos médios e com aromas a frutos
silvestres e vermelhos.

Além da produção nas sub-regiões DOC, o Alentejo apresenta uma elevada produção e
variedade de vinho regional. Os produtores optam, muitas vezes, por esta designação oficial
que permite a inclusão de outras castas para além das previstas na legislação de vinhos DOC.
Assim, é possível encontrar vinhos regionais produzidos com touriga nacional, cabernet
sauvignon, syrah ou chardonnay.

Regiões Vinícolas
103
Borba

Borba é a segunda maior sub-região do Alentejo, ao longo do eixo que une


Estremoz a Terrugem, estendendo-se por Orada, Vila Viçosa, Rio de Moinhos e
Alandroal, terras com solos diferentes, com o mármore a marcar bem a
viticultura e o carácter dos vinhos da sub-região.

As manchas alargadas de xisto vermelho, as terras pobres e austeras,


constituem a tipologia alternativa marcante de Borba, resultando na
possibilidade de dinamismo no perfil dos vinhos por parte dos produtores.

O microclima de Borba assegura índices de pluviosidade levemente superiores


à média, bem como níveis de insolação ligeiramente inferiores à média
alentejana, proporcionando vinhos frescos e elegantes.

Regiões Vinícolas
104
Évora
No passado, durante a parte final final do século XIX, Évora gozou de um
prestígio muito grande, tendo sido reconhecida como uma das sub-regiões
mais admiradas do Alentejo, berço de muitos dos vinhos mais cobiçados da
região.

A filoxera, primeiro, logo seguida pelo estigma da campanha cerealífera do


estado novo, encarregaram-se de suprimir quase por inteiro a vinha na sub-
região, relegando Évora a um esquecimento forçado.

Foi preciso esperar até ao final da década de oitenta do século passado para
assistir ao renascimento de Évora, capital e parte integrante do Alentejo
central. A paisagem é dominada pelos solos pardos mediterrânicos, numa
paisagem quente e seca que propicia a elaboração de alguns dos vinhos mais
prestigiados do Alentejo.

Regiões Vinícolas
105
Granja-Amareleja

A Granja-Amareleja fica mais no interior, paredes-meias com a fronteira espanhola,


disposta em redor da Vila de Mourão, condicionada por um dos climas mais áridos de
Portugal.

Os solos muito pobres, onde predominam barro e o xisto, obtendo-se produções e


rendimentos baixíssimos, com as colheitas a serem marcadas pela recorrente falta de
água

É uma zona de extremos que dá corpo a vinhos com personalidade. Os verões muito
quentes e secos implicam maturações precoces, dando azo a vinhos quentes e suaves,
de grau alcoólico elevado.

A casta moreto, uma das variedades mais características da sub-região, adaptou-se


especialmente bem à região.

Regiões Vinícolas
106
Moura

O clima revela uma forte tendência continental, com amplitudes térmicas


dilatadas, invernos frios e rigorosos e verões muito quentes, secos e
prolongados.

Os solos são muito pobres, com o barro e o calcário a alternarem na paisagem,


solos pouco profundos, duros para a vinha mas com boa capacidade de
retenção de água.

A casta castelão domina a paisagem por inteiro, bem adaptada aos rigores de
um clima tão extremado.

Os vinhos de Moura apresentam um perfil quente e macio, com graduações


alcoólicas também elevadas.

Regiões Vinícolas
107
Portalegre

Portalegre é uma sub-região muito diferente das restantes sete. É aquela que mais se
diferencia pela originalidade e condição.

Em Portalegre tudo é diferente da realidade tradicional do Alentejo, dos solos às vinhas,


da altitude à idade das cepas.
As vinhas, dispostas maioritariamente nos contrafortes da serra de S. Mamede, em
fragas cujos picos chegam a transpor os mil metros de altitude, beneficiam com o clima
moderado pela altitude, muito mais fresco e húmido que o calor das planícies do sul,
proporcionando vinhos frescos, elegantes, com personalidade e alguma longevidade.

Os solos predominantemente graníticos surgem intercalados, nas zonas mais baixas,


com pequenas manchas de xisto. Nas vinhas da serra a propriedade encontra-se muito
fragmentada, dividida em inúmeras parcelas semeadas por vinhas muito velhas, com
idades que chegam a atingir os setenta anos.

Regiões Vinícolas
108
Redondo

A Serra d'Ossa, um dos maiores acidentes orográficos do Alentejo, eleva-se a


cerca de 600 metros de altitude, dominando e delimitando a sub-região do
Redondo, resguardando as vinhas a norte e nascente, proporcionando invernos
frios e secos compensados por verões quentes e ensolarados.

Os solos, apesar de heterogéneos, como é regra no Alentejo, privilegiam o


granito e xisto dispostos em encostas suaves com predominância na exposição
a sul.

É uma das sub-regiões mais consistentes face à proteção que a Serra d´ Ossa
oferece.

Regiões Vinícolas
109
Reguengos

É a maior das sub-regiões do Alentejo, assente em terrenos pobres e rochosos


que marcam de grande forma a paisagem de Reguengos.

Os solos xistosos e o clima profundamente continental, com invernos muito


frios e verões extremamente quentes, condicionam a viticultura, oferecendo
vinhos encorpados e poderosos, com capacidade de envelhecimento.

Apesar da dimensão, Reguengos é uma das sub-regiões onde a propriedade se


encontra mais fragmentada, com áreas médias de vinha reduzidas para as
referências tradicionais alentejanas.

Reguengos é reduto de algumas das vinhas mais velhas do Alentejo, reservas


únicas de clones e variedades hoje quase perdidas.

Regiões Vinícolas
110
Vidigueira
A falha da Vidigueira que marca a divisória entre o alto e o baixo Alentejo,
determina a razão de ser da Vidigueira, a sub-região alentejana situada mais a
sul.
As escarpas da falha, de orientação este-oeste condicionam o clima da
Vidigueira convertendo-a, apesar da localização tão a sul, numa das sub-
regiões de clima mais suave do Alentejo.

Os solos são pouco produtivos, predominantemente de origem granítica e


xistosa. Na Vidigueira encontramos a tinta grossa, uma das variedades mais
misteriosas do Alentejo que é apontada como sendo a mesma que a casta tinta
barroca.

Apesar da localização tão a sul, a Vidigueira foi durante anos palco privilegiado
para os vinhos brancos Alentejanos, graças ao clima temperado da sub-região.

Regiões Vinícolas
111
CASTAS PORTUGUESAS

Antão Vaz
 Cultivada no Alentejo, bem adaptada a regiões
quentes.
 Aromática, notas tropicais, menor acidez,
gulosa e envolvente.
 Na boca, os vinhos são macios, ligeiramente
acídulos e estruturados, mantendo a fineza e o
frutado referidos no aroma
 Funciona muito bem com fermentação em
barrica.
CASTAS PORTUGUESAS
Trincadeira/ Tinta Amarela
 Embora a Trincadeira seja uma das castas portuguesas mais
difundidas, desenvolve-se melhor em locais quentes, secos e com
muito sol, tornando-se perfeitamente adequada para regiões como
o Alentejo. No entanto, não é fácil de produzir uma vez que é
propensa a rendimentos irregulares e bolores desastrosos. Mas, na
maioria dos anos, a Trincadeira produz grandes vinhos com
excelente acidez, taninos suaves e aromas abundantes e intensos
de ameixa preta e amora em compota, resultando em vinhos
elegantes e bem equilibrados.
 Quando em lote com Aragonês, no Alentejo, ou com Touriga
Nacional, no Douro, onde é conhecida como Tinta Amarela, irá
resultar num vinho muito envolvente.
Península de Setúbal

Regiões Vinícolas
114
Características da Região

A Península de Setúbal é rodeada pelo Oceano Atlântico e pelos


rios Tejo e Sado. A região, situada a sul de Lisboa, é
essencialmente marcada pelo turismo e pelas grandes
explorações vitícolas. Desde as grandes explorações dominadas
pela casta castelão até ao moscatel, que dá origem a um dos
vinhos generosos nacionais, esta região sempre teve um grande
destaque na história dos vinhos Portugueses.

Regiões Vinícolas
115
Características da Região

A Península de Setúbal apresenta dois tipos de paisagens. Uma caracteriza-se


pelo seu relevo mais acentuado com vinhas plantadas em solos argilo-calcários,
entre os 100 e os 500 metros, aproveitando as encostas da Serra da Arrábida
que as protegem do oceano Atlântico. A outra zona que representa, cerca de
80% do total da região, abrange terras planas ou com suaves ondulações,
raramente ultrapassando os 150 m de altura. Estes terrenos são compostos por
solos de areia, tornando-os bastante pobres e perfeitamente adaptados à
produção de uvas de grande qualidade.

O clima da região é mediterrânico temperado com Verões quentes e secos e


Invernos amenos e chuvosos. A humidade relativa média anual situa-se entre
os 75% a 80%, o que reflete a proximidade do mar.

Regiões Vinícolas
116
Características da Região

A Península de Setúbal compreende duas Denominações de Origem (Palmela e


Setúbal) e a designação de vinhos regionais Península de Setúbal. A maior
parte dos vinhos tintos da região utilizam a casta Castelão na sua composição.
Esta é a casta tradicional da zona e a legislação para a produção de vinhos DO
obriga à utilização de uma percentagem elevada de Castelão. Por vezes, a
Castelão é misturada com a casta Alfrocheiro ou Trincadeira.

As castas brancas dominantes na região são a Fernão Pires, a Arinto e


naturalmente, a Moscatel de Setúbal, que é utilizada em vinhos brancos e
também nos vinhos generosos da Denominação de Origem de Setúbal.

Regiões Vinícolas
117
Características da Região

O vinho generoso de Setúbal elaborado a partir das castas Moscatel e Moscatel


Roxo é um vinho com muita história e muito conhecido também pelos
apreciadores de vinhos de todo o Mundo.

O Moscatel de Setúbal é um vinho generoso de excelente qualidade, em


especial quando envelhecido durante largos anos em madeira. Trata-se de um
vinho de aroma muito intenso, a flores de laranjeira, com sabor meloso e cheio,
que evolui com a idade para notas de frutos secos, passas e café.

Produzidos em pequena quantidade, os vinhos licorosos elaborados a partir da


casta Moscatel Roxo têm características semelhantes ao Moscatel de Setúbal,
no entanto são mais finos e apresentam aromas e sabores muito complexos de
laranja amarga, passas de uva, figos e avelãs.

Regiões Vinícolas
118
Moscatel

Regiões Vinícolas
119
Moscatel

Os Moscatéis são vinhos generosos elaborados a partir de uvas das


variedades do tipo moscatel e que constituem um grupo de castas
particular, que se carateriza por possuir uma riqueza aromática
invulgar, uma vez que detém em relação à média das castas o dobro
da concentração de substâncias aromáticas e de percursores de
aromas. Em Portugal são utilizadas essencialmente três castas do tipo
moscatel: moscatel de setúbal (ou moscatel branco de bagos grandes),
moscatel galego (ou moscatel de bagos pequenos) e moscatel roxo.
A tipicidade imprimida pelos terroirs, castas e processos vitivinícolas
característicos conduziram à criação de duas denominações de origem
de vinhos generosos realizados a partir de uvas moscatel: o Moscatel
de Setúbal e o Moscatel do Douro.

Regiões Vinícolas
120
Moscatel

Nos Moscatéis da região de Setúbal é permitido que a fermentação


alcoólica seja cessada tanto pela adição de aguardente vínica com um
volume alcoólico compreendido entre 52% e 86% vol como empregando
álcool vínico com um volume alcoólico superior a 96% vol.
Contudo, a maioria dos produtores opta pela utilização de aguardente
vínica, porque embora seja necessária uma quantidade maior e
consequentemente haja uma maior diluição, o seu menor volume
alcoólico permite a preservação dos aromas mais delicados do vinho,
como os aromas florais. Ao contrário do álcool com volume alcoólico
muito elevado que promove a degradação destes aromas.
No moscatel do douro, tal como no vinho do Porto, a aguardentação é
realizada com aguardente vínica de teor alcoólico entre 76 e 78% por
volume.

Regiões Vinícolas
121
Algarve

Regiões Vinícolas
122
Algarve

Encontramos boas referencias históricas da tradição e


importância da vinha no Algarve, bem como do papel de
relevo que o vinho ali produzido desempenhou nas trocas
comerciais durante as Idades Média e Moderna.

Durante a ocupação Muçulmana, os Árabes não só


plantavam a vinha como exportavam o vinho produzido.
Após a reconquista, os cristãos aproveitaram e
incrementaram a organização económica deixada por este
povo.

Regiões Vinícolas
123
Algarve

Considerada uma zona de turístico de eleição, o Algarve é uma região


onde a área de vinha decresceu ao longo dos anos. A indústria turística
ocupou grande parte da área dos terrenos agrícolas e o vinho algarvio
esteve próximo da extinção. Hoje, há de novo interesse vitivinícola na
região e investe-se no desenvolvimento deste sector.

É uma região com um clima muito específico: está próximo do mar,


contudo também sofre a influência da montanha (serras Espinhaço de
Cão, Caldeirão e Monchique). As serras são muito importantes na
agricultura algarvia, pois protegem as explorações de ventos
provenientes do norte. Deste modo, o clima é quente, seco e com
reduzidas amplitudes térmicas.

Regiões Vinícolas
124
Algarve

Nos últimos anos, a região está a receber investimentos para revitalizar o


sector vitivinícola. Iniciou-se a replantação de castas, a modernização
das adegas, o que levou ao aumento de qualidade dos vinhos.

A região do Algarve é constituída por quatro Denominações de Origem:


Lagos, Lagoa, Portimão e Tavira. Contudo, a maior parte do vinho
produzido insere-se na designação “vinho regional do Algarve”. As castas
tradicionais da região são a Castelão e a Negra Mole (nas variedades
tintas) e a Arinto e a Síria (nas variedades brancas). A casta Syrah foi
umas das castas utilizadas na replantação das vinhas e demonstrou total
adaptabilidade ao clima da região, por isso tem sido muito plantada
pelos viticultores. Os vinhos algarvios são suaves, bastante frutados e
com uma boa acidez.

Regiões Vinícolas
125
Açores

Regiões Vinícolas
126
Açores

127
Açores

•1| Graciosa
•2| Pico
•3| Biscoitos

Regiões Vinícolas
128
Açores
Em pleno Oceano Atlântico e a uma distância de 1600 Km a Oeste da costa
continental Portuguesa, situa-se o arquipélago dos Açores constituído por nove
ilhas, em três das quais se cultiva a vinha: Terceira, Pico e Graciosa.
Estas Ilhas foram colonizadas em meados do Séc. XV, pensando-se que foram os
Frades Franciscanos quem nelas introduziram o plantio da vinha; na época
constataram semelhanças entre as condições edafoclimáticas da Sicília e algumas
ilhas deste Arquipélago, tendo trazido várias plantas da casta mais conhecida, o
Verdelho (antigo Verdecchio siciliano, segundo alguns investigadores), cuja
expansão foi rápida e abundante.

O vinho produzido tornou-se famoso e foi largamente exportado, particularmente


o produzido na Ilha do Pico, para todo o Norte da Europa e até para a Rússia.

A qualidade e o prestígio dos vinhos dos Açores são conhecidos de longa data,
facto que levou a que fossem reconhecidas três Indicações de Proveniência
Regulamentada: "Pico", "Graciosa" e "Biscoitos".

Regiões Vinícolas
129
Açores
Dada a sua localização, os Açores têm um clima com características
tipicamente marítimas, que se traduz em temperaturas amenas, com
pequena amplitude térmica, pluviosidade elevada e bastante humidade.
A cultura da vinha, no arquipélago dos Açores, remonta aos primórdios
da sua colonização. Aproveitando se da rusticidade da planta, o homem
deu vida aos extensos mantos de magma consolidado. Rasgando fendas
na lava ardida, favoreceu a deposição de resíduos orgânicos que viriam a
formar “a cama” das jovens videiras.
Pela necessidade de arrumar a excessiva quantidade de pedra que
impossibilitava a prática agrícola, ergueu os “currais” e abrigou a vinha
dos ventos marítimos. Este engenhoso sistema de proteção definiu na
paisagem um monumental rendilhado de micro espaços separados por
muros de pedra solta, com mais de 500 anos, que foram em 2004
classificados como património mundial da humanidade pela UNESCO.

Regiões Vinícolas
130
Açores

A proximidade ao mar, solos em rochas vulcânicas, clima atlântico e de ilha,


castas únicas e exclusivas dos açores, o papel da enologia é servir como vetor no
transporte dessas características para o vinho, resistindo à tentação de fazer
melhor, diferente ou original, focando em dar expressão a vinhos que quase
nascem no mar.
Verdelho
O verdelho é a única casta tradicional dos Açores que mantém a designação entre
as ilhas do Pico, Terceira e Graciosa. Este facto é coerente com a história da casta
no arquipélago, pois, como se depreende das citações sobre a origem da vinha na
região, é considerada a mais antiga e mais típica do encepamento.
É igual à verdelho cultivada na madeira e na austrália, para onde foi levada da
ilha da madeira, por volta de 1824.

Regiões Vinícolas
131
Açores
Arinto dos açores
O arinto dos açores é a casta mais importante do arquipélago. É uma
casta autóctone e única no mundo, desconhecendo-se até ao momento a
sua origem. No entanto, recentes estudos apontam para que seja
descendente da casta verdelho.
É, das três castas tradicionais cultivadas no pico, a mais resistente às
intempéries, evidenciando maior capacidade de produção aliada a uma
qualidade enológica semelhante ou até superior à do verdelho.
Terrantez do pico
A terrantez do pico é das três castas autóctones dos açores a que tem
menor área cultivada. É única no mundo e esteve quase em extinção, O
uso do nome geográfico justifica-se para não criar confusão com a casta
terrantez cultivada no continente e também na madeira. A
caracterização molecular mostra que é uma casta diferente de todas as
outras cultivadas no país.
Regiões Vinícolas
132
Açores

O vinho licoroso da ilha alcançou grande notoriedade a partir do século XVII, e tornou-
se um importante produto de exportação. Documentos históricos atestam a presença
frequente dos vinhos "verdelho do Pico", em cartas de vinho de banquetes reais dos
czares Russos.

No entanto, na segunda metade do século XIX, a plantação de uvas na ilha foi


dizimada com o ataque das pragas míldio, oídio e filoxera, reduzindo a produção
vinícola ao consumo local. Apenas nos anos 70, seguindo um plano de reestruturação
da produção vitivinícola da ilha, a produção de vinho voltou a ganhar importância
econômica.

Nesta nova versão, a uva verdelho divide espaço com a arinto. Elas são fermentadas
em cascos até o vinho atingir 14,5% de teor alcoólico, quando é então fortificado com
aguardente vínica para chegar a 16,5% de álcool. Em seguida, amadurece por 3/4 anos
em madeira, antes de ser engarrafado.

Regiões Vinícolas
133
Açores

Regiões Vinícolas
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Açores

O vinho licoroso da ilha alcançou grande notoriedade a partir do século XVII, e tornou-
se um importante produto de exportação. Documentos históricos atestam a presença
frequente dos vinhos "verdelho do pico", em cartas de vinho de banquetes reais dos
czares russos.

No entanto, na segunda metade do século XIX, a plantação de uvas na ilha foi


dizimada com o ataque das pragas míldio, oídio e filoxera, reduzindo a produção
vinícola ao consumo local. Apenas nos anos 70, seguindo um plano de reestruturação
da produção vitivinícola da ilha, a produção de vinho voltou a ganhar importância
econômica.

Nesta nova versão, a uva verdelho divide espaço com a arinto. Elas são fermentadas
em cascos até o vinho atingir 14,5% de teor alcoólico, quando é então fortificado com
aguardente vínica para chegar a 16,5% de álcool. Em seguida, amadurece por 3/4 anos
em madeira, antes de ser engarrafado.

Regiões Vinícolas
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Madeira

Regiões Vinícolas
136
Madeira

Regiões Vinícolas
137
Madeira
Com uma superfície total de 738Km2, a Ilha da Madeira está situada em pleno
Oceano Atlântico.
Descoberta por navegadores Portugueses em 1418, a Ilha da Madeira cedo
despertou o interesse do Infante D. Henrique que a considerou privilegiada
para o plantio da vinha e da cana do açúcar, pois introduziu o seu cultivo na
ilha, mandando vir da Grécia, cepas "Malvasia”.

O minifúndio, muito parcelado e valorizado em larga medida por uma cultura


bastante intensiva e variada que associa tradicionalmente a criação de gado ao
milho, ao feijão, à batata e à vinha na periferia, geralmente disposta em
latadas ou ramadas, é semelhante ao que encontramos no Minho.

As zonas eleitas para a cultura da vinha são as encostas soalheiras viradas a sul
onde, na sua forma alta, a vinha dá abrigo a outras culturas, muito embora se
cultive também em forma baixa, em especial nas vizinhanças do mar.

Regiões Vinícolas
138
Madeira

A ilha da Madeira tem um clima tipicamente mediterrânico:


temperaturas amenas durante todo o ano e baixas amplitudes
térmicas, embora a humidade atmosférica seja sempre elevada. Os
solos são de origem vulcânica e pouco férteis. O relevo da ilha é muito
irregular, por isso as vinhas são plantadas nas encostas de origem
vulcânica.

A Denominação de Origem Madeira é constituída por cerca de 450


hectares de vinha, onde são plantadas castas tintas e brancas. A casta
Tinta Mole é emblemática na região, assim como a Sercial, a Boal, a
Malvasia, Verdelho e Terrantez.

Regiões Vinícolas
139
Madeira
O vinho da Madeira começou a ser exportado para todo o mundo a partir do
século XVIII. Os barris de vinho eram transportados em barcos, por isso ficavam
sujeitos a inúmeras variações de temperatura até chegarem ao destino. Uma
vez no destino, havia vinho que não sendo vendido, voltava para o destino de
origem. Uma vez na Madeira, verificava-se que o vinho apresentava-se muito
mais aromático e com novo sabor. Deste modo, a partir de 1730, os barris de
Madeira começaram a ser enviados em longas viagens com o objetivo de
apurar as qualidades do vinho.

No início do século XIX, os produtores começaram a estudar formas de


reproduzir os fenómenos de aquecimento e arrefecimento a que os vinhos
eram sujeitos em alto mar. A estufagem e o canteiro foram os processos
utilizados para simular as ações de aquecimento/arrefecimento e
consequentemente melhorar as qualidades do “Madeira”.

Regiões Vinícolas
140
Madeira
O processo de fortificação consiste na paragem da
fermentação com a adição de álcool vínico a 96% vol. A
escolha do momento da interrupção da fermentação faz-se
de acordo com o grau de doçura pretendido para o vinho,
podendo-se, com este procedimento, obter quatro tipos de
vinho: o seco, o meio-seco, o meio-doce e o doce.

Findo este processo, os vinhos podem ser submetidos a um


dos dois processos de envelhecimento: “estufagem” ou
“canteiro”.

Regiões Vinícolas
141
Madeira
«Estufagem»
O vinho é colocado em cubas de inox, aquecidas por um sistema de
serpentina, por onde circula água quente, por um período nunca
inferior a 3 meses, a uma temperatura entre os 45 e 50 graus celsius.
Concluída a «estufagem», o vinho é sujeito a um período de «estágio»
de pelo menos 90 dias à temperatura ambiente. A partir deste
momento pode permanecer em inox, ou ser colocado em cascos de
madeira, até reunir as condições que permitem ao enólogo fazer o
acabamento do vinho, para que possa ser colocado em garrafa, com a
garantia de qualidade necessária. No entanto, estes vinhos nunca
podem ser engarrafados e comercializados antes de 31 de outubro do
segundo ano seguinte à vindima. São vinhos maioritariamente de lote.

Regiões Vinícolas
142
Madeira
«Canteiro»
Os vinhos selecionados para estágio em «canteiro» (esta denominação
provém do facto de se colocar as pipas sob suportes de traves de
madeira, denominadas de canteiros) são envelhecidos em cascos,
normalmente nos pisos mais elevados dos armazéns onde as
temperaturas são mais elevadas, pelo período mínimo de 2 anos. Trata-
se de um envelhecimento oxidativo em casco, desenvolvendo os vinhos,
características únicas de aromas intensos e complexos. Os vinhos de
canteiro só poderão ser comercializados, decorridos pelo menos 3 anos,
contados a partir de 1 de janeiro do ano seguinte ao da vindima.

HISTÓRIA DO VINHO MADEIRA

Regiões Vinícolas
143
Madeira
Podemos encontrar várias designações no vinho da madeira: os vinhos de lote, sem
indicação de idade, para os vinhos que tenham um envelhecimento mínimo de 3 anos;
ou com indicação de idade, podem ser de 5, 10, 15, 20, 30, 40, 50 e mais de 50 anos de
idade.

Outras menções tradicionais são frasqueira ou garrafeira para vinhos que indiquem o
ano de colheita e casta recomendada, produzidos pelo processo de canteiro e
envelhecimento contínuo mínimo de 20 anos em madeira. Já os colheita devem indicar o
ano da colheita, como o próprio nome indica, e serem envelhecidos continuamente em
madeira pelo menos durante 5 anos.

A menção canteiro é para os vinhos que, após a fortificação, são submetidos a um


estágio em madeira por um mínimo de 2 anos.

Outras menções são reserva (velho), reserva velha (reserva especial ou muito
velho) e reserva extra, cujos padrões estejam em conformidade com as idades de 5, 10 e
15 anos, respetivamente.

Regiões Vinícolas
144

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