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Aula Caqui

 João Alexio Scarpare Filho

 Adaptado da aula de caqui do Eng. Agrônomo


 Fernando Picarelli Martins
Cultura do Caqui
Poesia
 O caqui foi celebrado em versos por inúmeros poetas
japoneses, mas, entre todos eles, quem realmente
ganhou fama como o "grande poeta do caqui" foi Shiki
Masaoka, que viveu entre 1867 e 1902. Mestre dos
poemas de estilo haiku, sempre curtíssimos, ele
recebia milhares de versos para apreciação. Generoso
e paciente, passava horas a fio às voltas com as
criações alheias. Fazia questão de ler todos, mas se
outorgava uma compensação: a cada 3 000 poemas
lidos, saboreava dois caquis. Shiki gostava tanto da
fruta que a colocou no epitáfio escrito para o próprio
túmulo, em estilo haiku: "Descreva-me/Como alguém
que adorava poesia/E caquis".
“CAQUIFONIA”

 O que o Cacá quer?


Cacá quer caqui. Que caqui que o
Cacá quer?
Cacá quer qualquer caqui. 
 
ORIGEM

A lenda, descrita em O Livro das Frutas, de Jane
Grigson (Companhia das Letras, São Paulo,1999),
envolve um grande líder samurai do século XII,
Yoshitsune. Com astúcia, ele derrotou o gigante
Benkei num único golpe. O samurai "não era maior
que uma bota", porém tinha a valentia de um tigre e
desferiu um golpe certeiro que fez o gigante cair no
chão, abrindo um grande buraco. Ouviu-se enorme
estrondo e da fenda surgiu uma árvore alta, repleta
de frutas vermelho-alaranjadas e suculentas. O
samurai e o gigante saborearam, juntos, o caqui e
se tornaram amigos inseparáveis.
Origem - China

 Cultivo- séc VIII- China, Japão e Coréia


 Introdução nos Estados Unidos 1828
 Depois Europa- Itália e Espanha
 Difusão de cultivo- depois da 1ª Guerra
 Década de 50-redução no plantio devido
problemas de pós-colheita
Década de 60

 Aperfeiçoamento nas técnicas de


maturação

 Planta relativamente rústica

 Produção no início do outono-


racionalização da mão-de-obra
Produção Mundial
  A produção mundial de caqui, em 2004, foi de 2,5
milhões de toneladas, segundo a Food Agricultural
Organization (FAO). A China é o maior produtor, com
1,7 milhão de toneladas, seguida de Japão com 270
mil toneladas e Coréia do Sul com 250 mil toneladas,
enquanto o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking
mundial.
Em 2003, a cultura do caqui no Brasil ocupou área de
7,5 mil hectares, com produção de 158 mil toneladas.
Presente em oito estados brasileiros, a cultura está
mais desenvolvida nas regiões Sudeste e Sul
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

ESPÉCIE Diospyros kaki, Família das Ebenáceas

 GÊNERO Diospyros
. 200 espécies: maioria nativa regiões tropicais e subtropicais
. espécies de importância:
Diospyros kaki
Diospyros lotus (Ásia; extração tanino e porta-enxerto)
Diospyros oleifera (China; extração tanino e porta-enxerto)
Diospyros virginiana (EUA; porta-enxerto e fruta fresca e
processada)
Diospyros inconstans ( arb. Urbana-marmelinho)
Diospyros ebenum ( produtora de madeira-ébano )
CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE

 PLANTA
. Porte
. Desenvolvimento inicial e longevidade
 FOLHA
. Características
. Distinção de variedades
 FLORES
. Localização
. Tipos
. Geralmente se comporta como espécie dióica
. Variedades comerciais: só flores femininas

 GEMAS
. Vegetativa e Mista

 FRUTOS
. Bagas
Flores femininas
TIPOS DE CAQUIZEIRO

 Monóico – Flores masculina e feminina


na mesma planta
 Dióico – Flores masculina e feminina em
plantas diferentes
 Polígamo – Flores hermafroditas com
flores masculinas ou femininas, ou
ambas na mesma planta
Frutificação

 Tendência para produção de frutos


partenocárpicos

 Frutos – várias formas e cores

 Polinização por insetos


TIPOS E VARIEDADES

 TIPOS
. 3 tipos: de acordo com as características dos frutos

 TANINOSO ou ADSTRINGENTE ou SHIBUGAKI


. Características: polpa amarelada sempre taninosa com ou sem
sementes

 NÃO ADSTRINGENTE ou DOCE ou AMAGAKI


. Características: polpa amarelada, não taninosa com ou sem
sementes. Também conhecidos como caquis doces ou duros

 VARIÁVEL
. Características: variedades de polpa taninosa e cor amarelada
quando sem sementes. Quando com sementes, apresentam polpa
cor achocolatada (caqui chocolate)
TIPO TANINOSO - TAUBATÉ
VARIEDADES RECOMENDADAS

 TAUBATÉ
. Origem: material de origem desconhecida, difundido por K.
Honda, que o encontrou em pomar de propriedade
de Eugenio David, em Taubaté (SP)
. Tipo taninoso
. Ainda é a variedade mais cultivada
. Planta: vigorosa e bastante produtiva
. Fruto: grande (180 g), globoso e vistoso
. Defeitos: rachamento e rápido amolecimento
. Colheita: do final de fevereiro a abril
. Produção de caqui-passa por processo industrial
TAUBATÉ
TAUBATÉ
VARIEDADES RECOMENDADAS

 POMELO
. IAC 6-22: Chocolate x Hanagosho; lançamento em 1965
. Tipo taninoso
. Variedade de maturação mais precoce
. Planta: vigorosa e bastante produtiva; desbaste
. Fruto: grande (160 g), globoso, normalmente com
sementes
. Produz flores masculinas, mas não se presta como
variedade polinizadora
. Colheita: fevereiro
. Alternativa para a cv. Taubaté nas regiões mais quentes
POMELO
TIPO VARIÁVEL - RAMA FORTE e GIOMBO
VARIEDADES RECOMENDADAS

 RAMA FORTE
. Origem: material de origem desconhecida, cujo nome foi
dado em homenagem a Joaquim da Rama Forte,
responsável pela sua difusão, no final dos anos 1920
. Tipo variável
. Variedade em grande expansão
. Planta: vigorosa e bastante produtiva
. Fruto: médio (130 g), achatado, de boa consistência, quase
sempre sem sementes e taninoso; sabor bastante
agradável
. Colheita: normalmente em março-abril; existem variações
clonais mais precoces e mais tardias
RAMA FORTE
RAMA FORTE
VARIEDADES RECOMENDADAS

 GIOMBO
. Variedade originária do Japão, antiga no Estado de São
Paulo; desconhece-se seu introdutor, mas sua difusão
deve-se a K. Honda
. Tipo variável
. Cultivo em expansão: produções tardias
. Planta: bastante vigorosa e extraordinariamente produtiva
. Fruto: médio a grande (140 g) e ovóide, de qualidade
razoável
. Colheita: fins de março a fins de maio; colheitas mais tardias
. Frutos sem sementes: caqui-passa de excelente qualidade
GIOMBO
GIOMBO
TIPO NÃO ADSTRINGENTE - FUYU
VARIEDADES RECOMENDADAS

 FUYU
. Variedade mais cultivada no mundo; originária do Japão,
foi introduzida no Brasil, no início do século passado
por imigrantes japoneses; em 1929, João Dierberger
fez nova introdução, trazendo-a dos Estados Unidos
. Tipo não adstringente
. Exigente de clima ameno e tratos culturais
. Planta: porte médio, com produção inferior à das
cultivares dos tipos adstringente e variável
. Produz só flores femininas; requer polinizantes
. Fruto: grande (180 g), globoso-achatado, de excelente
qualidade e conservação
. Colheita: fins de março a fins de maio
FUYU
FUYU
FUYU
Alternância de produção
EXIGÊNCIAS EDAFO-CLIMÁTICAS

 SOLOS
. Adaptação aos mais variados tipos: boa capacidade de
retenção de água
. Condições mais propícias: areno-argilosos, profundos,
bem drenados e com bom teor de matéria orgânica
. Escolha do porta-enxerto

 TEMPERATURA
. Planta tipicamente subtropical: ampla capacidade de
adaptação às nossas condições ambientais. Regiões
tropicais: altitude elevada, temperatura média 20°C
. Área de cultivo: mesma das plantas cítricas e figueira
. Variedades mais e menos exigentes de frio hibernal
EXIGÊNCIAS EDAFO-CLIMÁTICAS

 UMIDADE
. Exigência: precipitação entre 1000-1500 mm anuais;
chuvas indesejáveis durante o florescimento
. Irrigação: corretivo da má distribuição das chuvas;
antecipação da brotação

 VENTOS
. Prejuízos causados por rajadas fortes
. Instalação do caquizal: evitar faces mais sujeitas aos
ventos dominantes; instalação de quebra-ventos
Fenologia do Caquizeiro

(A) gema dormente; (B) gema intumescida; (C) ponta-verde;

(D) alongamento do ramo e (E) aparecimento dos


expansão foliar; 0 dia botões florais nos
ramos mistos;
(F) fim do alongamento e (G) mudança de cor da corola; (H) antese; 30 dias
abertura do cálice do botão;

(J) fruto verde;


(I) secamento e queda da corola;
Fruto de vez
(K-1) fruto maduro

(K-2) senescência foliar (notar despigmentação


das folhas no canto inferior direito); 180 dias (L) planta desfolhada
PRODUÇÃO DE MUDAS

 PORTA-ENXERTOS
. Instalação do pomar: mudas enxertadas; qualidade.
Nova Zelândia: estacas herbáceas enraizadas
. Porta-enxertos: caqui comum D. kaki e caqui americano
D. virginiana
. Caqui comum: mais usado; sementes das variedades
comerciais; sistema radicular pivotante: terrenos
profundos
. Caqui americano: sistema radicular fasciculado e
superficial: solos rasos ou úmidos; plantas desuniformes
em tamanho e vigor; perfilhamento
. D. lotus: antes também usado; seedlings vigorosos e
uniformes; maior resistência ao frio; mais suscetível
à galha da coroa; certa incompatibilidade com cvs.
amagaki
PORTA-ENXERTOS - Diospyros virginiana
PORTA-ENXERTOS - Diospyros virginiana
PORTA-ENXERTOS - Diospyros virginiana
PORTA-ENXERTOS - Diospyros kaki
PRODUÇÃO DE MUDAS

 SEMEADURA
. Sementes: obtidas de frutos maduros; extração
imediata, lavadas e deixadas secar à sombra;
escassa disponibilidade de sementes
. Plantio imediato ou conservação em geladeira (5ºC;
tratamento com fungicidas)
. Semeadura: canteiros, sacos plásticos (20 x 30 cm,
paredes escuras e espessas) ou tubetes;
germinação a partir de 30 dias; proteção
. Canteiros bem preparados, com bastante matéria
orgânica e bem drenados; espaçamento 20 x 2 cm
SEMENTES
SEMEADURA EM CANTEIROS
SEMEADURA EM TUBETES
PRODUÇÃO DE MUDAS

 TRANSPLANTE
. Viveiro ou sacos plásticos: dias nublados ou chuvosos;
cuidados sistema radicular; redução da área
foliar
. Viveiro: mudas 20-25 cm, espaçamento 1,0 x 0,3 m;
sulcos: 20 cm profundidade; adubação: 5 kg
esterco curral e 200 g superfosfato, por metro
. Sacos plásticos: mudas 8-12 cm
. Nova prática: transplante dos porta-enxertos para o
local definitivo; bons resultados
TRANSPLANTE PARA SACOS PLÁSTICOS
PORTA-ENXERTOS PRONTOS PARA ENXERTIA
PRODUÇÃO DE MUDAS

 ENXERTIA
. Processo mais usado: garfagem de fenda cheia ou
lateral, no topo de porta-enxertos com 1 ou 2 anos de
idade, a 5-25 cm do solo; garfos bem maduros;
melhores resultados: julho e agosto
. Enxertia por borbulhia: tipo T ou janela; período
vegetativo: outono e primavera
. Garfos e borbulhas: matrizes representativas da
variedade e de sanidade comprovada
. Tratos culturais devidos: eliminação brotos do porta-
enxerto, tutoramento do enxerto, etc.
. Plantio no local definitivo, no inverno do ano seguinte
ENXERTIA POR BORBULHIA
MUDAS ENXERTADAS POR BORBULHIA
IMPLANTAÇÃO DO CAQUIZAL

 PREPARO DO TERRENO
. Limpeza do terreno: incorporação dos restos de
cultura, roçada, destocamento, etc.
. Aração e gradagem. Calagem
. Práticas conservacionistas adequadas

 ESPAÇAMENTO
. De acordo com a variedade a ser cultivada
. Tipos taninoso e variável: 8 x 7 m, 7 x 7 m, 7 x 6 m
. Tipo não taninoso: 7 x 6 m, 6 x 6 m, 6 x 5 m
IMPLANTAÇÃO DO CAQUIZAL

 ABERTURA DAS COVAS E ADUBAÇÃO DE INSTALAÇÃO


. Abertura manual ou mecânica
. Dimensões mínimas: 60 x 60 x 60 cm
. Adubação de instalação: 30 a 60 dias antes do plantio, de
acordo com o resultado da análise de terra
. Resultados satisfatórios com: 20 kg esterco curral curtido,
1 kg de calcário dolomítico, 160 g P2O5 e 60 g K2O,
por cova; a partir do início da brotação: 60 g N por
planta, em 4 parcelas de 15g, a cada dois meses
IMPLANTAÇÃO DO CAQUIZAL

 PLANTIO
. Mudas de qualidade comprovada: variedade e sanidade
. Planta de folhas caducas: mudas de raiz nua, plantio no
período de repouso hibernal
. Construção da ‘bacia’; cobertura do solo; irrigação: até o
início das chuvas
. Mudas formadas em sacos plásticos: qualquer época do
ano; dias chuvosos ou nublados; redução da área foliar
CAQUIZAL EM FORMAÇÃO
PODA DE FORMAÇÃO

. Constituição do esqueleto básico da planta: auxílio de


bambus, esticadores, etc.

. Via de regra: plantio mudas de raiz nua e haste única

. 1º ano: deixa-se desenvolver 3-4 pernadas, radialmente


dispostas, 10-15 cm uma da outra, a partir de 50 cm
do solo; eliminação de todos os demais ramos

. 2º ano: durante o inverno, cada pernada primária é


encurtada, para permitir a emissão de ramificações
vigorosas, das quais só 2-3 são deixadas, constituindo
as pernadas secundárias

. Anos seguintes, durante o inverno, até a formação da


copa: encurtamento das pernadas e raleio de ramos
PODA DE FORMAÇÃO - ESQUEMA

Fonte: Rigitano, 1955


Técnicas Culturais
CULTURAS INTERCALARES

. Baratear custo de implantação do pomar: culturas


intercalares nas entrelinhas do caquizal

. Culturas de pequeno porte: manejo como se fossem


culturas solteiras

. Plantio de adubos verdes


CULTIVO DO SOLO

. Métodos: mesmos empregados para outras frutíferas

. Capinas: superficiais e em número suficiente;


perfilhamento; injúrias: galha da coroa

. Roçadeiras: eficientes; não movimentam o solo

. Uso de herbicidas: glifosato ou mistura de paraquat e


diuron

. Cobertura morta: total ou parcial; capim seco ou


qualquer outro material orgânico; vantagens e
desvantagens
CULTIVO DO SOLO

CAQUIZAL NO MATO’

CAQUIZAL MANTIDO ROÇADO


PERFILHAMENTO
PODA DE PLANTAS ADULTAS

. Poda de produção: período, final do inverno

. Importante: normalmente somente nas pontas do ramo


do ano estão localizadas as gemas mistas (3 a 4
gemas)

. Eliminação, pela base, de ramos supérfluos, mal


situados, doentes ou secos

. Poda verde: período vegetativo; pelo menos duas


desbrotas, para eliminação dos brotos em excesso
PODA DE PLANTAS ADULTAS
QUEBRA DA DORMÊNCIA

. Locais livres de geada: antecipação da brotação

. cianamida hidrogenada H2CN2 : Dormex®; solução


2-4% + 1% óleo mineral; nas regiões frias: não é
necessário adicionar óleo

. Época de aplicação: 20-45 dias antes da época


normal da quebra da dormência
QUEBRA DA DORMÊNCIA

POMAR SEM APLICAÇÃO DE DORMEX

POMAR COM APLICAÇÃO DE DORMEX


CALAGEM E ADUBAÇÃO

. Adubação anual: restituir ao solo os elementos dele


retirados através da colheita dos frutos, poda dos ramos e
queda das folhas

. Calagem e adubação recomendadas pelo IAC, com base


nos resultados da análise do solo

. Adubação do pomar em formação: 10-15 kg de esterco de


curral, 40-60 g de N, P2O5 e K2O, por ano de idade

. Adubação pomar adulto: 40 kg esterco de curral,


300-500 g de N, 150-300 g de P 2O5 e 180-360 g de K2O

. Modo de aplicação dos adubos

. Micronutrientes: esterco e defensivos; deficiências:


pulverizações ou aplicação no solo
RECOMENDAÇÕES DO IAC

Fonte: Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Instituto Agronômico, Boletim Técnico 100, 1997
RECOMENDAÇÕES DO IAC

Fonte: Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Instituto Agronômico, Boletim Técnico 100, 1997
 ESCORAMENTO DE RAMOS

. Plantas adultas com grande produção: rompimento de


galhos; reflexos na produção
. Escoramento dos ramos mais abertos e carregados
. Escoras de madeira com forquilha na cabeceira
. Abraçadeiras com arames ou cordéis
. Colocação do escoramento: frutos com tamanho pequeno

 TRATAMENTO FITOSSANITÁRIO

. Cultura com poucos problemas fitossanitários


. Esquema de controle preventivo: evitar prejuízos à planta
ou à produção
RAMA FORTE - RAMO SEM ESCORAMENTO
ESCORAMENTO DE RAMOS
Raleio
 Objetivo: melhorar a qualidade dos frutos
(tamanho e cor)

 Época: 15 dias antes da abertura das


flores até um mês após o florescimento

 Intensidade: deixar somente 1 a 2 frutos


por ramos. Dar preferência para as flores
da base do ramo
PRAGAS E DOENÇAS

 CULTURA COM POUCOS PROBLEMAS FITOSSANITÁRIOS

 PRAGAS: INSETOS E ÁCAROS

 DOENÇAS: FUNGOS E BACTÉRIAS

 CONHECIMENTO PERMITE ADOÇÃO DO CONTROLE


ADEQUADO
PRAGAS

 MOSCA DAS FRUTAS


. Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata
. Principal praga da cultura
. Larvas minam a polpa dos frutos, causando a sua
deterioração
. Larva de Ceratitis: branca ou branco-amarelada, 9 mm;
larva de Anastrepha: semelhante, porém
maior
. Adulto de Anastrepha maior que o de Ceratitis; asas com
manchas amareladas e sombreadas de preto, em
forma de S e V invertido
. Controle: Triclorfon (Dipterex 500), Fention (Lebaycid 500)
MOSCA DAS FRUTAS

Adulto de Anastrepha fraterculus

Fonte: Medeiros, C.A.B. & Raseira, M.C.B. A cultura do pessegueiro, Embrapa Clima Temperado, 1998
MOSCA DAS FRUTAS

Larva de Anastrepha fraterculus

Fonte: Medeiros, C.A.B. & Raseira, M.C.B. A cultura do pessegueiro, Embrapa Clima Temperado, 1998
MOSCA DAS FRUTAS
PRAGAS

 LAGARTA DOS FRUTOS


. Hypocala andremona
. Inseto adulto: mariposa, com 45 mm envergadura
. Lagarta: cinza-escuro com estrias, com 35 mm comprimento
. Postura no cálice; lagartas de alimentam do cálice e do fruto,
que se torna imprestável para a comercialização; em
casos esporádicos, atacam também as folhas
. Controle: Triclorfon (Dipterex 500), Paration Metílico (Folidol
600), Fenitrotion (Sumithion 500 CE)
LAGARTA DOS FRUTOS

Fonte: Boletim Técnico nº 109 - EPAGRI


LAGARTA DOS FRUTOS

Inseto adulto

Fonte: Entomologia Agrícola. Biblioteca de Ciências Agrárias Luiz de Queiroz, vol. 10, 2002
PRAGAS

 TRIPES
. Heliothrips haemorrhoidalis
. Inseto com pouco mais de 1 mm, coloração parda, com
corpo estreito e asas franjadas
. Ataca folhas: secam e caem; frutos: danos na casca,
depreciação para a comercialização
. Controle: a partir do florescimento; Paration Metílico
(Folidol 600), Fenitrotion (Sumithion 500 CE), Fention
(Lebaycid 500 CE)
PRAGAS

 COCHONILHA
. Pseudococcus comstocki
. Inseto sugador: corpo coberto com secreção pulverulenta
branca, 3 mm de comprimento e 2 mm de largura
. Ataca ramos e frutos que ficam depreciados para a
comercialização
. Controle: Tratamento de inverno (Calda Sulfocálcica);
Paration Metílico (Folidol 600, Folisuper 600 BR, Mentox
600 CE)
COCHONILHA

Pseudococcus sp.

Fonte: Entomologia Agrícola. Biblioteca de Ciências Agrárias Luiz de Queiroz, vol. 10, 2002
PRAGAS

 BESOURO DE LIMEIRA
. Sternocolaspis quatuordecincostata
. Besouro: 7-10 mm de comprimento, coloração verde-
azulada brilhante; fêmeas maiores que os
machos
. Causa grande prejuízo à folhagem de várias frutíferas,
entre elas o caquizeiro
. Controle: outubro-fevereiro; Paration Metílico (Folidol
600), Fention (Lebaycid 500), Fenitrotion
(Sumithion 500 CE)
PRAGAS

 LEPIDOBROCA
. Leptaegeria spp.
. Adulto: mariposa preta, asas hialinas, 17 mm de
envergadura; lagarta: branco-amarelada, 30 mm
. Lagartas constroem galerias subcorticais que causam
secamento parcial ou total da planta
. Controle difícil: pasta de fosfina; obstrução das galerias
ou esmagamento das lagartas; poda e queima dos
ramos afetados
LEPIDOBROCA

Inseto adulto

Fonte: Entomologia Agrícola. Biblioteca de Ciências Agrárias Luiz de Queiroz, vol.10, 2002
PRAGAS

 ERIOFIÍDEO-DO-CAQUI
. Eriophyes diospyri
. Ácaro: corpo afilado, coloração esbranquiçada e 0,2 mm
de comprimento
. Normalmente, vive debaixo do cálice do fruto
. Vem sendo responsabilizado pela grande queda de
frutos imaturos, que ocorre em certas
ocasiões
. Em Santa Catarina foram obtidos bons resultados com
Propargite (Omite) e Fenpiroximato (Kendo)
DOENÇAS

 CERCOSPORIOSE ou MANCHA DAS FOLHAS


. Cercospora kaki
. Principal doença que incide sobre as folhas
. Sintomas: lesões irregulares, de tamanho variável
. Prejuízos: queda prematura das folhas
. Controle: Tratamento de inverno (Calda Sulfocálcica);
Cúpricos (Cobre Fersol, Cuprozeb,
Ramexane 850 PM, Sulfato de Cobre Inderco),
Mancozeb (Tillex)
CERCOSPORIOSE
CERCOSPORIOSE - PLANTAS SEVERAMENTE ATACADAS
DOENÇAS

 ANTRACNOSE
. Colletotrichum gloeosporioides
. Incide sobre folhas, ramos e frutos
. Sintomas: manchas concêntricas (folhas), lesões
escuras e deprimidas no centro (ramos e frutos)
. Prejuízos: queda prematura das folhas; rompimento de
ramos; frutos sem valor comercial
. Controle: Tratamento de inverno (Calda Sulfocálcica);
Cúpricos (Agrinose, Cupravit Azul BR, Cuprozeb,
Fungitol Verde, Sulfato de Cobre Microsal), Mancozeb
(Tillex)
DOENÇAS

 GALHA DA COROA
. Agrobacterium tumefaciens
. Ocorre principalmente em viveiros de mudas e pomares
plantados em terrenos úmidos e mal drenados;
infecção através da enxertia e de ferimentos
. Sintomas: engrossamento de aspecto granuloso, que se
manifesta na região do colo e nas raízes; murchamento
das folhas
. Prejuízos: morte das plantas
. Controle: não existe controle eficiente; medidas de caráter
preventivo
DOENÇAS

 PODRIDÃO DAS RAÍZES


. Rosellinia necatrix
. Surge com maior freqüência em pomares instalados em
terrenos de recente desmatamento ou
muito ricos em matéria orgânica e úmidos
. Sintomas: as raízes atacadas mostram a formação de um
escurecimento típico; amarelecimento e
secamento lento das folhas
. Prejuízos: morte das plantas
. Controle: não existe controle eficiente; medidas de
caráter preventivo
 COLHEITA

. Produção crescente a partir do 3º ano; se estabiliza por


volta do 15º ano

. Variedades mais e menos produtivas

. Plantas adultas, em culturas bem conduzidas: 100-150 kg


de frutos, por ano; produtividade média: 15 a 20
toneladas de frutos por hectare

. Época: fevereiro a julho, dependendo da variedade e da


região

. Colheita: manual; movimento de torção e tração

. Galpões: classificação e embalagem


RUBI
COLHEITA
DESTANIZAÇÃO

 ADSTRINGÊNCIA
. Caquis tipo taninoso e tipo variável quando sem sementes:
polpa adstringente, mesmo quando maduros
. Adstringência: provocada pelos taninos, que são
polifenóis solúveis em água; formam complexos com
proteínas e glicoproteínas do muco da boca,
resultando diminuição da sua ação lubrificante e a
sensação de adstringência (‘língua travada’)
. Perda da adstringência natural ou induzida; coagulação
ou polimerização dos taninos, que se tornam insolúveis
DESTANIZAÇÃO

 CONSUMO DOMÉSTICO
. Ácido acético
. 1 colher de chá de vinagre, no cálice dos frutos
. Maturação se completa em 4-5 dias

 CULTURAS COMERCIAIS
. Destanização de grandes quantidades: câmaras de
maturação ou ‘estufas’; tempo de tratamento: variedade,
ponto de maturação e temperatura
. 2,5 m x 2,5 m x 2,0 m (12,50 m3): 150 caixas tipo K
. Temperatura ideal: entre 22 e 28ºC. Fontes de calor
. Substâncias empregadas: acetileno, monóxido de carbono,
vapores de álcool e etileno
DESTANIZAÇÃO - CÂMARA DE MATURAÇÃO
DESTANIZAÇÃO

 TRATAMENTO COM CARBURETO

. Acetileno: perigo de explosão


. Carbureto: 200 g/m3; água: 3 l/kg de carbureto
. Tratamento: 10-20 horas; maturação se completa em 2-5 dias
. Frutos com polpa mole e não têm boa conservação
DESTANIZAÇÃO - TRATAMENTO COM CARBURETO
DESTANIZAÇÃO

 TRATAMENTO COM COM SERRAGEM


. Processo barato; resultados satisfatórios
. Serragem: 1,5-2,0 kg/m3; início da combustão: ao ar livre;
‘gosto de fumaça’
. Tratamento: 15-24 horas; maturação se completa em 2 dias
. Frutos com polpa mole e não têm boa conservação
DESTANIZAÇÃO - TRATAMENTO COM SERRAGEM
DESTANIZAÇÃO - TRATAMENTO COM SERRAGEM
DESTANIZAÇÃO - TRATAMENTO COM SERRAGEM
DESTANIZAÇÃO

 TRATAMENTO COM VAPORES DE ÁLCOOL


. Processo que dá melhores resultados: frutos se conservam
por período mais longo
. Álcool sobre tijolo quente: 0,5 l/m3
. Tratamento: 5 dias
. Processo simplificado: pulverização 100 ml/caixa tipo K
DESTANIZAÇÃO - TRATAMENTO COM VAPORES DE
ÁLCOOL
DESTANIZAÇÃO - TRATAMENTO COM VAPORES DE
ÁLCOOL
DESTANIZAÇÃO

 TRATAMENTO COM ETILENO


. Bastante usado atualmente
. Produtos comerciais: etileno diluído em nitrogênio; mínimo
risco de explosão
. Dosagem: varia com o ponto de maturação; gás injetado 1
ou 2 vezes, com intervalo de 24 horas
. Geradores de etileno
DESTANIZAÇÃO - USO DE ETILENO
DESTANIZAÇÃO - USO DO GERADOR DE ETILENO
COMERCIALIZAÇÃO

 CONSUMO
. Praticamente 100% como fruta fresca e mercado interno
. Maiores mercados: São Paulo e Rio de Janeiro
. Exportação

 COTAÇÕES
. Variedades tipos taninoso e variável: oscilações
. Variedades tipo não adstringente: preços mais estáveis
COMERCIALIZAÇÃO

 EMBALAGENS
. Caixa K: 26 kg; várias camadas separadas por cepilho ou
capim seco. Tipos: A (bom), B (regular) e C (fraco)
. Meia-caixa: 10 kg; sem tampa; duas ou três camadas
separadas por cepilho ou capim seco. Tipos: A (bom),
B (regular) e C (fraco)
. Caixa caqui: 4,5 kg; duas camadas de frutos separadas por
jornal ou papel picado; tipos: 36, 40, 48, 56, 64, 72 e 80
. Caixeta: caixa semelhante às de uva; variedades mais finas;
1 camada de frutos protegidos por cepilho ou redes
plásticas. Tipos: 7, 8, 9, 10, 12, 15, 18 e 21
. Outras embalagens
EMBALAGEM - CLASSIFICAÇÃO DOS FRUTOS

CLASSIFICAÇÃO POR TAMANHO

CLASSIFICAÇÃO POR PESO


EMBALAGEM - CAIXA CAQUI
EMBALAGEM
EMBALAGEM
EMBALAGEM
EMBALAGEM - FRUTO PROTEGIDO COM REDE
PLÁSTICA
COMERCIALIZAÇÃO

 PROGRAMA HORTI & FRUTI


. Programa Paulista para a Melhoria dos Padrões Comerciais
e Embalagens de Hortifrutigranjeiros; iniciativa da
Câmara Setorial de Frutas; adesão voluntária
. Normas para classificação do caqui produzido no Estado de
São Paulo, visando a sua valorização
. Frutos acondicionados em embalagens paletizáveis, com
peso de até 13 kg. Rótulo: grupo (tipo), sub-grupo (cor),
categoria (defeitos leves e graves) e classe (calibre), além
do peso líquido, data da embalagem e dados de
identificação do produtor
COMERCIALIZAÇÃO - PROGRAMA HORTI & FRUTI
COMERCIALIZAÇÃO - PROGRAMA HORTI & FRUTI
CONSERVAÇÃO
. Aumentar vida pós-colheita, através da frigorificação
. Dilatação do período de comercialização
. Fatores: variedade, grau de maturação, condições de temperatura e umidade
relativa na câmara frigorífica
. ITAL: pesquisas com as principais variedades
Taubaté: saco polietileno 80μ, 0ªC: 9 semanas; sem acondicionamento, 0ºC
e UR 90%: 7 semanas
Giombo: saco polietileno 80μ, 0ªC: 8 semanas; sem acondicionamento, 0ºC
e UR 90%: 6 semanas
Rama Forte: saco polietileno 80μ, 0ªC: 7 semanas; sem
acondicionamento, 0ºC e UR 90%: 5 semanas
Fuyu: revestido com filme polietileno 50μ, 12ºC: 4 semanas; idem, 0ªC: 8
semanas
. Caquis taninosos: sem destanização; retirados antes do tempo: Etil ou
Azetil 0,2% do volume da câmara, 24 h a 25ºC
INDUSTRIALIZAÇÃO
 USOS
. Caqui-passa e vinagre

 CAQUI-PASSA
. Produto altamente nutritivo; sabor agradável; produção
pequena
. ITAL: processo industrial, variedade Taubaté
. Produção artesanal: variedades Giombo e Taubaté. Frutos
‘de vez’, colhidos com pedúnculo. Pré-secagem: frutos
descascados, ao sol ou luz infravermelho. Secagem:
estufas com temperatura não superior a 48ºC, com
circulação interna de ar. Frutos semi-desidratados:
retirados da estufa para eliminação das crostas. Voltam
para a estufa: secagem se completa em 5-6 dias.
Eliminação dos pedúnculos, antes da embalagem.
Rendimento: 100 kg de frutos dão 20 kg de caqui-passa
CAQUI-PASSA
INDUSTRIALIZAÇÃO

 VINAGRE
. Produto de alta qualidade
. Aproveitamento de descartes
. Produção artesanal: mosto preparado com frutos bem
maduros; adição de metabissulfito de potássio:
20g/100 l de mosto. Coar mosto 4 dias após início da
fermentação tumultuosa. Fermentação lenta: mais 15 dias.
Trasfega. Início da fermentação acética: inoculação com
vinagre não pasteurizado; acetificação: processo
aeróbico, com duração de 6 a 12 meses. Nova trasfega e
engarrafamento. Rendimento: 100 kg de caquis dão 60 l
de vinagre
O CAQUI NA CULINÁRIA

 Diversos usos
. Sucos
. Mousses
. Geléias
. Bolos
. Compotas
. Sorvetes
. Tortas
. Biscoitos
. Como ingrediente de pratos variados
O CAQUI NA CULINÁRIA
O CAQUI NA CULINÁRIA
LITERATURA RECOMENDADA
LITERATURA RECOMENDADA
CAQUIZAL EM FORMAÇÃO
FLORES MASCULINAS
FLORES FEMININAS E MASCULINAS

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