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1.1. Classificação
A espécie (Pyrus communis L.) é uma planta de copa arredondada quando jovem
tornando-se ovalada quando adulta. Pode chegar a 20 metros de altura e viver até 65 anos.
Em cultivo, as rosáceas atingem geralmente a altura de 3 a 5 metros, dependendo do tipo
e porta – enxerto e sistema de cultivo.
O tronco é alto e grosso onde se destacam placas lenticelares. Os ramos se inserem
formando um ângulo agudo com o tronco de aproximadamente 45o.
O sistema radicular é profundo, com a raiz principal bem desenvolvida, o que permite uma
boa ancoragem e resistência à seca. As folhas são ovais, finamente dentadas, coriáceas,
glabras ou raramente tomentosas,com pecíolo do tamanho da largura da folha, ou menor. A
principio as folhas são pilosas, porém tornam-se lisas tendo a margem crenada-serreada
(www.infoagro.com).
As flores da pereira japonesa são geralmente hermafroditas se desenvolvendo
acropetalmemente. Estão dispostas em rácemos do tipo corimbo formado por cinco a onze
flores e um número similar de folhas. As flores possuem geralmente 5 pétalas, cinco sépalas,
2 a 5 pistilos, sendo mais comumente 5, e de 15 a 30 estames com anteras
avermelhadas(EPAGRI, 2001).O cálice é formado por sépalas lanceoladas, estreitas na
ponta, as pétalas medem geralmente 12-15 mm e são obovadas e livres, apresentando
coloração branca ou branco-rosadas (www.infoagro.com). O ovário é ínfero, com cinco
carpelos ligados no tecido do receptáculo,contendo 10 óvulos sendo 2 por carpelo(www.uga.
edu.fruit/Pear.htm).
Figura 2. Desenho esquemático dos órgãos florais da pereira.
Fonte: Epagri(2001)
As folhas são alternadas, simples, pecioladas, denteadas a lisas. Para uma boa
produção, são necessárias cerca de 20 a 30 folhas/fruto, sendo que estas não precisam
necessariamente estar situadas junto aos frutos. As sementes são responsáveis pela
produção do ácido giberélico, que inibe a formação de gemas florais em esporões próximos
aos frutos.
O fruto da pereira apresenta quatro estágios de desenvolvimento que compreende: a
divisão celular (estágio I) ; o pré-crescimento celular (estágio II); o aumento no peso e
tamanho do fruto (estágio III) e a entrada e senescência (estágio IV) (Tabela 6).
Tabela 6. Esquema ilustrativo do desenvolvimento do fruto da
pereira japonesa da floração à senescência.
3.0. Cultivares.
3.1. Cultivares copa.
As cultivares mais consumidas no mundo podem ser divididas em dois grupos que
são: as européias (Pyrus communis) e as asiáticas representadas pelas japonesas (Pyrus
pyriolia var . culta) e pelas chinesas (Pyrus bretschneideri e Pyrus ussuriensis).
As pereiras japonesas geralmente apresentam frutos de formato arredondado,
semelhantes à maçã. O diâmetro do frutos (Housui) é maior que o comprimento. A polpa é
crocante, mas macia, doce e muito suculenta, sendo que algumas cultivares apresentam
grãos arenosos. As cultivares Housui e Kousui apresentam polpa macia, de coloração
branca, textura fina, crocante, com médio a alto teor de açúcar, sem aroma e muito
suculentas quando maduras (Faoro&Shiba,1999). A colheita dos frutos das japonesas dá-se
quando estão maduros, podendo ser consumidos logo em seguida. Os frutos são
extremamente sensíveis à danos físicos, tanto durante a colheita quanto na
classificação, armazenamento e comercialização (EPAGRI,2001).
A pêra chinesa tem formato piriforme - ovalado, com sabor pouco
pronunciado, e pouco doce (EPAGRI 2001). A pereira chinesa, é cultivada em algumas
regiões do Brasil, tais como em Araucária (PR), Castro(PR), Campina Grande do Sul (PR), e
Itaiópolis (SC), e não apresenta frutos com alta qualidade comercial. No entanto, esse tipo de
pêra tem a vantagem de necessitar menor número de horas de frio durante o repouso
hibernal para quebra da dormência.
A pêra européia apresenta como característica mais importante no formato mais ou
menos piriforme, a polpa amanteigada quando maduras, sem grãos arenosos, suculentas e a
maioria com aroma. Comercialmente, a colheita ocorre quando os frutos estão ainda verdes,
devendo estes ser mantidos em câmara fria para completar o amadurecimento (Faoro 1999).
Tabela 7. Algumas características dos frutos de sete cultivares de pereira
Tipo e cultivar Fruto
Coloração Qualidade
Tipo Européia Verde coloração verde- Tendência a produzir frutos
Packam’s amarelado quando grandes em plantas com pouca
Triumph maduro.Pouco a médio carga. Polpa doce,
russeting amanteigada, sem adstringência,
suculenta
Max Red Bartlett Avermelhado,ficando verme Polpa doce, amanteigada,sem
lho amarelado quando adstringência, suculenta.
maduro.Sem ou com pouco
russeting
William’s Verde, ficando amarelado Polpa doce, manteigada, sem
(=Bartlett) quando maduro adstringência suculenta.
Tipo japonesa Marrom, ficando marrom- Polpa doce, crocante e macia, se
Housui dourado quando maduro m adstringência,extremamente
suculenta.
Nijisseiki Verde, ficando amarelado Polpa doce, crocante e macia,
quando maduro sem
adstringência, mutio suculenta.
Kousui Marrom, ficando marrom- Polpa doce, crocante e macia,se
dourado quando maduro m adstringência, muito suculenta
Tipo chinesa Verde com lenticelas Polpa menos doce,crocante, sucu
Ya li grandes, ficando verde- lenta e sabor pouco
Tsu li claro quando maduro. Com pronunciado.
russenting próximo ao
Pedúnculo
Fonte: Faoro (1999)
No Estado de São Paulo, os cultivares mais recomendados são: Híbridos IAC: Pêra
Seleta (IAC 16-28), Triunfo (IAC 16-34) e Tenra (IAC 15-20, polinizante). O Instituto
Agronômico lançou promissoras seleções de pereiras Primorosa (IAC 9-3) e Centenária (IAC
9-47), com bom comportamento, em condições de inverno de pouco frio. Peras rústicas
tradicionais: Pera D'Água (branca, d’água de Valinhos,d’água, de são roque) Pera Francesa
(Madame Sieboldt e Grazzine), e tipo dura ou d’água de outono (Kieffer, Schimidt e Parda).
Peras orientais: Okussankichi, Hossui, Kossui, Atago e Yari (para regiões mais frias). Pêras
européias: Packham’s e Triumph (para regiões frias) .
Apesar da existência de bons cultivares, para ter sucesso no cultivo da pereira, é
preciso ter bom nível técnico na condução da cultura e escolher um adequado porta-enxerto.
A pereira é uma planta que exige polinização cruzada, sendo por isso recomendável o plantio
de cultivares (10 a 20%) polinizadores que sejam compatíveis e tenham o ponto de floração
coincidente .
As pêras européias com alta qualidade recomendadas para o plantio em regiões frias
do estado de Santa Catarina são: “Packam’s Triumph”, “Williams” e Max Red Bartlett
(Faoro,1999). As japonesas recomendadas são Housui, Kousui e Nijisseiki (Século XX)
(Tabela 8).
Tabela 9. Dados de fenologia, produção e peso médio dos frutos da cultivares de pereira na
Estação Experimental de São Joaquim, SC.
Cultivar idad Período de Início de Peso Kg/planta
e floração maturaçã médio do
o fruto (g)
Packham’s Triumph (a) 20 14/09 a 02/10 17/02 280 138
Red Bartlett (a) 20 23/09 a 09/10 03/02 271 75
William’s (a) 20 28/09 a 16/10 03/02 241 68
Winter Nelis (b) 9 14/09 a 02/10 25/02 200 40
Nijisseiki (Século XX) (c) 16 28/09 a 14/10 07/02 211 56
Housui (d) 9 16/09 a 05/10 28/01 160 25
Kousui (d) 15 28/09 a 11/10 28/01 150 29
(a) Enxertadas sobre “seedlings” de Garber- dados médios dos últimos dez anos
(b) Enxertadas sobre “seedlings” - dados médios dos últimos dez anos
(c) Planta sobre-enxertadas - dados médios dos últimos cinco anos
(d) Planta sobre-enxertadas - dados médios dos últimos dez anos
Fonte: EPAGRI (2001).
As pereiras japonesas apresentam diferenças marcantes desde o local de plantio a
armazenagem, que precisam ser conhecidas para um bom manejo e produção.
Tabela 10. Principais diferenças entre pereiras tipo européias e tipo japonesas.
Características Européias Japonesas
Nome científico e Pyrus communis P.Triumph’ Pyrus pyrifolia var. culta: ‘Housui’,
exemplo de , ‘William’s’ ‘Nijisseiki’
cultivares
Local de plantio mais Países europeus e Países asiáticos
comum americanos
Início da produção Do 5o ao 6o ano Do 3o ao 4o ano
Adaptação Geralmente mais exigentes Geralmente com média exigência
em frio(700 horas 7,2o C) em frio (300 a 900 horas 7,2o C)
Folhas Pequenas Grandes
Condução da planta Comumente em líder central Comumente em latada ou 3 a 4
ramos principais
Compatibilidade com Geralmente compatíveis Geralmente incompatíveis
marmeleiro(P.enxerto
)
Cálice da flor Com sépalas Essencialmente caduco
Frutos Piriformes Arredondados
Colheita Frutos ainda verdes, Frutos maduros podendo ser
devendo consumidos imediatamente
ficar em câmara fria para
posterior consumo
Resistência a danos Suportam mais Extremamente sensíveis
na colheita e comerc.
Armazenagem Frutos climatéricos Frutos pouco climatéricos, com
pouca produção de etileno
Fonte: Faoro(1999)
Em uma bandeja forrada com algodão coloque as sementes e molhe bem com uma
solução à base de um fungicida de amplo espectro. Em seguida envolva a bandeja em um
plástico transparente, e, deixe na geladeira a uma temperatura de 2 a 4ºC durante três
meses, ou até o início da germinação, mantenha a bandeja sempre úmida. A germinação das
sementes foi um sucesso, é hora de fazer a semeadura, por que as pequenas raízes já
possuem um comprimento de 0,5 à 1,0 cm. Esta semeadura pode ser feita em bandejas,
sacos de papel, plástico ou em copinhos. O substrato para semeadura, pode ser composto
de nove partes de terra não contaminada com doenças ou pragas, e três partes de cama de
aviário de preferência de duas crias, e uma parte de areia de rio. Para cada metro cúbico de
substrato acrescente de 2 a 4 kg de adubo 5-20- 10, ou, se for preciso, 4 a 5 kg de cal
hidratada. Este substrato só pode ser usado, depois de ficar 30 dias em repouso.
Uma semana após a semeadura as plântulas já começam a emergir. Com 3 a 4 meses
possuem de 10 a 15 cm de altura, e, estão prontas para o plantio no viveiro. No ano seguinte
os porta-enxertos vão estar prontos para enxertia.
4.0 - Enxertia
O material que vai ser usado com enxerto deve ser retirado de plantas matrizes
sadias, livres de doenças e pragas, bem nutridas e vigorosas. Cortar os garfos com uma a
três gemas úteis. Tenha cuidado de fazer o corte superior logo acima de uma gema, a
enxertia de garfagem mais usada é a dupla fenda ganha conhecida como inglês complicado.
Esse tipo de enxertia pode ser feito em galpão, enxertia de mesa ou diretamente à campo,
no viveiro. Tanto na mesa como no campo o procedimento é o mesmo, para amarração use
de preferência fita especial, com o tempo essa vida vai se degradando e não há necessidade
de retirar o material depois da cicatrização do enxerto. A época indicada para prática da
enxertia é no inverno durante os meses de julho e agosto quando o porta-enxerto e a copa
ainda estão dormentes. Assim há tempo para enxerto cicatrizar antes do início da brotação.
Na garfagem dupla fenda, os garfos podem ser conservados em câmara fria por até 3
meses em to de 2 a 6 oC com 80% de UR para uma melhor brotação.
Depois do plantio no viveiro a muda vai ter até o próximo outono para se desenvolver.
No inverno seguinte esta muda vai ser arrancada e preparada para o plantio no pomar.
No caso de plantar uma muda mais fraca, esta deve ser cortada mais baixo para que
origine uma ramo mais forte, para que no ano seguinte possa ser cortada na altura
certa. Não deve se esquecer de fazer o tutoramento da muda, que pode ser feito com
bambú.
Para manter a produtividade do pomar e a qualidade dos frutos, a pereira adulta
necessita de podas anuais. Esta poda mantém a planta equilibrada e renova os órgãos de
frutificação. Uma preocupação constante que você deve ter é de manter as plantas abertas e
evitar o sombreamento. Para isso é feito a poda verde que consiste na retirada de ramos
muito vigorosos e ramos que se encontram na posição vertical.
A poda verde quando realizada durante o período vegetativo da planta objetivo dessa
poda é eliminar os ramos na vertical ou que estejam competindo com os ramos escolhidos
como permanentes. A intensidade da poda verde vai depender do sistema de condução. No
sistema em “V” com a inclinação dos ramos ângulos em 45°, há um desenvolvimento maior
de ramos vigorosos, por isso a poda verde é necessária para eliminar todos os ramos que se
desenvolveram na parte central da copa. Nesta prática é recomendada a eliminação de todo
os ramos, e não é feito o desponte destes. Em Pomares adultos a poda verde pode ser
necessária para permitir a entrada de luz no interior da planta, principalmente nos sistemas
de condução de lider central e vaso aberto.
9.0 - Polinização:
A pereira japonesa para produzir seus frutos necessita de polinização cruzada quer
dizer os grãos de pólen de uma flor não conseguem fecundar os óvulos da mesma flor, nem
de outra flor de uma planta da mesma cultivar. Por isso, é preciso que você plante no mesmo
pomar duas cultivares que floresçam na mesma época. Para melhor entender como
acontece a formação de frutos na pereira, é preciso conhecer seus órgãos reprodutores, que
estão nas flores. Na pereira japonesa vamos encontrar os órgãos masculinos (antera, filete,
pólen) e femininos (estigma estilete ovário, óvulo), nos órgãos masculinos estão os grãos de
pólen que são liberados das anteras, quando a flor esta aberta. Os órgãos femininos que são
esses finos tubos(estiletes) localizados na parte central da flor, eles estão ligados ao ovário,
onde acontece a fecundação. A polinização que a fase onde você pode interferir, é a
transferência dos grãos de pólen das anteras para o estigma. Na pereira japonesa este
casamento deve ser feito entre cultivares diferentes e compatíveis. Para que os grãos de
pólen sejam transferidos, são necessários agentes polinizadores. No caso da pereira
japonesa este trabalho é feito pelos insetos principalmente abelha, ou pelo próprio homem,
através da polinização manual. Voando de flor em flor a abelha acaba transferindo os grãos
de pólen de uma cultivar para outra. Mas para que isso aconteça é preciso que as cultivares
floresçam na mesma época. Se a polinização for deficiente os frutos vão formar poucas
sementes e poderão ser deformados. Quanto maior o número de sementes mais bem
formado será o fruto assim dá para concluir que é muito importante a escolha das cultivares
polinizadoras, a distribuição destas plantas no pomar, e o manejo das abelhas para permitir
uma boa por polinização. Alguns produtos devem ser
evitados de serem aplicados na floração porque podem causar queda de flores, sendo estes
cobre e enxofre.
9.1 - Para você ter no seu pomar uma boa cultivar polinizadora é importante observar
essas características da planta:
Para colher peras de alta qualidade você deve dedicar uma atenção especial durante
a fase de crescimento dos frutos. Uma característica da pereira japonesa é produzir vários
frutos por cacho. Se todos os frutos permanecerem na planta, o resultado final será a
produção de muitos frutos pequenos, e de baixo valor comercial. Por isso a prática do raleio
é fundamental para a produção de peras grandes e de excelente aparência. Na hora da
venda, este fruto vai ter o melhor preço. A queda natural dos frutos da pereira geralmente
acontece de 3 a 6 semanas depois da queda das pétalas das Flores. Nesta fase você já
pode identificar os frutos imperfeitos. Assim, o momento adequado para você iniciar a prática
do raleio em um pomar é cerca de três semanas depois da floração. Na pereira japonesa a
película dos frutos é muito sensível, eles não podem ficar encostados em ramos, ou em
outros frutos porque essa película pode manchar. Por isso é recomendado que você deixe
apenas um fruto por cacho, espaçados um do outro em aproximadamente 20 cm, ou um
palmo. Como os outros não se desprendem da planta com facilidade faça o raleio com uso
de uma tesoura. Retire os frutos afetados por pragas e doenças frutos deformados, de menor
tamanho, aqueles onde o cálice não caiu depois de seco e os frutos que estão de ponta
cabeça por que apresenta o menor teor de açúcar. O ideal é que a pera japonesa tem o fruto
o mais arredondado possível por isso. Por isso, procure sempre deixar o terceiro ou quarto
fruto no cacho, já que as primeiras flores tendem a produzir frutos mais achatados, e as
últimas, produzem frutos mais alongados. Seguindo esta orientação alguns produtores de
pera japonesa no município de Frei Rogério em Santa Catarina estão colhendo frutos com
peso médio de 270g.
Logo depois do raleio é feito ensacamento dos frutos. O ensacamento dos frutos é
mais uma tecnologia usada no cultivo da pereira japonesa, para se obter frutos de alta
qualidade principalmente das cultivares de película amarela. O ensacamento dos frutos
representa o aumento no custo da mão de obra. Mas em compensação, a aparência final das
peras será bem melhor. A casca vai ficar mais lisa e com uma cor mais atrativa. Além disso,
você reduz praticamente a zero os danos causados pelos insetos. Outras vantagens que
você vai ter fazendo ensacamento dos frutos da Pedreira: Além na melhoria da qualidade,
essa prática evita os danos causados principalmente para mosca das frutas lagartas e
grafolita. Reduz o risco de infecção por algumas doenças. Evita o russeting especialmente
nas cultivares de casca verde. Diminui o uso de fungicidas e inseticidas. Protege os frutos
contra damos causados por pássaros, chuvas leves e granizo. As peras que possuem casca
verde ficando amarela quando maduras, necessitam do ensacamento, caso contrário os
frutos desenvolvem o russeting, e adquirem um aspecto machado e de má aparência
comercial. Este é o caso da cultivar Nijisseiki. Já as cultivares de película marrom como
Housui e Kousui o ensacamento não é obrigatório. Mesmo assim, alguns produtores estão
realizando esta prática cultural, para obter frutos de melhor aparência e, consequentemente,
de maior preço no mercado.
Russeting: Rugosidade formada pela presença de alta umidade e sol sobre a casca dos
frutos fazendo com que as células rompam formando uma superfície rugosa de células
mortas. Esta rugosidade começa aparecer um mês depois da polinização. A alta umidade e
sol nos frutos é a maior responsável pelo aparecimento do russeting. Para que isso não
aconteça no seu pomar, você deve fazer ensacamento dos frutos. Conforme a cor da casca
dos frutos os ensacamento é realizado em uma ou duas etapas. Para frutos com a casca
amarela, como cultivar Nijisseiki, você vai usar sacos pequenos e sacos grandes. Os sacos
pequenos são colocados cerca de 3 semanas depois da plena floração, quando os frutos
possuem em tôrno de 2 cm de diâmetro, ou o tamanho de uma noz. O tipo de saco mais
usado é o de papel manteiga transparente, de preferência parafinado para não aumentar
muito a temperatura interna. Para facilitar o fechamento, abertura dos saquinhos deve conter
uma fita adesiva ou um pequeno pedaço de arame. O trabalho de prender o saquinho frutos
se torna mais fácil. Os sacos grandes são colocados nos frutos depois de 2 meses da plena
floração. Nesta fase dos frutos já estão com tamanho de 3 a 3,5 cm de diâmetro. Os sacos
grandes devem ser colocados sobre os sacos pequenos antes que eles comecem a rasgar
pelo crescimento dos frutos. O ideal que nesta etapa você use sacos com comada dupla. Da
cor interna amarela, e externa bege. Mas pelo custo e dificuldade de encontrar no mercado
embalagens com essas características, você pode usar sacos de papel com uma só camada,
e de preferência de cor marrom. O importante é que estes sacos durem pelo menos três
meses na condição de campo. Sacos transparentes não devem ser usados por que não
evitam o desenvolvimento do russeting. Para facilitar o fechamento estes sacos devem ter
na abertura um pedaço de arame preso por uma fita adesiva. É importante que tenha uma
pequena abertura ou corte no fundo, para permitir o escoamento da água.
Como fazer ensacamento de frutos com película marrom como os das cultivares housui e
kousui. Para estes frutos são usados somente sacos grandes com uma camada de papel. O
ensacamento é feito na quarta e quinta semana após a polinização. Nesta fase os frutos
estão 2,5 a 3,0 cm de diâmetro. Os sacos são deixados nos frutos até o momento da
colheita, por isso deve-se evitar o uso de sacos de papel que podem ser facilmente
danificados pelo sol e pela chuva. Os sacos de cor marrom dão bons resultados. Para as
cultivares Housui e Nijisseiki
Deve-se usar sacos maiores por que os frutos crescem mais do que os da cultivar Kousui.
Em Santa Catarina, colheita da pera japonesa é feita geralmente nos meses de janeiro e
fevereiro. O amadurecimento provoca muitas mudanças nos frutos aumentando o teor de
açúcar, e, diminuindo a firmeza. O método mais simples de saber se os frutos estão maduros
é através das transformações que acontecem na sua cor. Os frutos de casca verde, depois
de maduros adquirem uma cor amarelada. Já nos frutos de casca marrom, a cor de fundo é
que fica amarelada, embora seja um excelente indicativo do ponto de colheita a cor da casca
não deve ser analisada isoladamente, pois pode ser influenciada pela luz, temperatura e teor
de nitrogênio. Existem tabelas de cor de fundo da casca desenvolvidas especialmente para
pera japonesa, essas tabelas representam a melhor cor para colheita, tanto para
armazenagem como para consumo imediato do fruto. O uso dessas tabelas é importante
para o produtor se acostumar com o ponto ideal de colheita da pera japonesa. Nos frutos de
cor verde, é fácil identificar o ponto de maturação, porque a película fica amarelada. No caso
dos frutos de casca marrom existem duas maneiras de saber o ponto ideal de maturação.
Raspe levemente a casca na região próxima ao cálice do fruto, que é o melhor local para
avaliação do ponto de colheita. E, faça a comparação com a cor de fundo da tabela geral de
cores, que possui 8 classes. Ou então, use a tabela específica da cultivar, e observe
diretamente a cor da casca. Além do uso de tabelas, é importante também que você observe
o tamanho do fruto, e o teor de açúcar, que é feito com o uso de um aparelho específico para
esse fim. Como existem diferentes cultivares de pereira japonesa com diferentes cores de
frutos, para que a colheita seja feita na época certa, observe nos frutos a mudança na cor da
película ficando amarela para Nijisseiki, e, marrom dourada para Houssui e Koussui. O
aumento no teor de açúcar para mais de 11 graus brix, a mudança da cor de fundo de verde
para amarelo, e o aumento no tamanho dos frutos.
A maturação não acontece de maneira igual em todos os frutos da planta, por isso você deve
fazer de duas a cinco colheitas no pomar no prazo de duas a três semanas. A colheita é uma
etapa de trabalho muito importante, os frutos devem ser colhidos com todo o cuidado para
não haver batidas que podem causar danos irreparáveis na polpa e na película desses
frutos. Maneira de colher a pera: Segure, o fruto com a palma da mão, e sem muita pressão
gire pera para cima até quebrar o pedicelo que é o local que prende o fruto à planta. Em
seguida, com uma tesoura sem ponta corte o pedúnculo o mais próximo possível da casca,
para evitar que ele machuque outros frutos nas caixas. As peras não devem ficar
sobrepostas em mais de duas a três camadas. Em regiões onde o clima é mais frio a
tendência é que a colheita da pera japonesa, seja feita mais tarde. Essa situação pode trazer
vantagens na hora de vender os frutos, proporcionando melhores preços.
No Brasil, cultivo de pera japonesa em escala comercial é pequeno. Por isso, não existe
ainda uma classificação oficial para essa fruta. Os produtores que precisam classificar o
maior número de frutos, estão adotando a mesma classificação da maçã, desde que fique
entre 90 a 135 frutos por caixa. Essas caixas são para 10 kg, por que a pera japonesa é mais
sensível a danos durante o transporte. As peras menores podem ser vendidas a granel, ou
em caixas contendo 18 Kg de frutos, e consequentemente o preço vai ser menor. Outros
produtores vendem a sua produção para mercados específicos e obtêm melhores preços.
Neste caso a classificação é feita por número de frutas por caixa de 5kg. Os frutos são
colocados em uma só camada. Cada caixa pode conter: 9, 12, 15, 18 ou até 21 frutos.
Normalmente os maiores preços são obtidos com frutos de maior tamanho mas o mercado
consumidor é menor. A preferência é para as caixas contendo 15 ou 18 frutos que apresenta
o peso médio de 270 a 280 gramas. Esse é o peso obtido pelos produtores que fazem raleio
no pomar. Dentro das Caixas os frutos podem ser colocados em bandejas, ou envolvidos
com papel ou redes de polietileno, esses cuidados evitam danos durante a armazenagem e
transporte. Uma boa armazenagem dos frutos resulta em maior retôrno econômico para o
produtor. Um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que o pré-condicionamento
pode aumentar o preço final em até 30%. Já que leva o consumidor a comprar mais.
Depois da colheita é indicado que você deixe os frutos um dia à sombra e em temperatura
ambiente, antes de serem armazenados em câmaras frias. Frutos doentes, com danos e até
mesmo outros tipos de frutos não devem ser armazenados junto com a pera japonesa. Pois
provoca o escurecimento da película dos frutos sadios. Em câmaras de atmosfera normal, a
melhor temperatura para armazenagem é de 0 graus centígrados e a umidade maior que
90%. No Brasil existem poucas informações sobre armazenagem da pera japonesa em
atmosfera controlada. As primeiras informações indicam que há menor desenvolvimento da
cor amarelada.
13.1 - Calagem.
A correção da acidez tem como objetivo elevar o pH para níveis onde haja melhor
disponibilidade de nutrientes para as plantas e melhores condições de desenvolvimento
radicular. A quantidade de calcário aplicada deve ser a necessária para elevar o pH a 6 nos
40 cm superficiais de solo, incorporando o corretivo a essa profundidade sempre que
possível. Do total da CTC do solo, o Ca deve perfazer de 70 a 80% e o Mg, de 10 a 15%
(EPAGRI,2001), ou no mínimo 8 mmolc/dm3 (www.agrocasa.com.br). Para o estado de São
Paulo 9mmolc/dm3 (Van Raij et al 1996). Em culturas já instaladas deve ser feita a análise do
solo a cada 4 anos (Bartz 2000). Aplicando o calcário mais gesso em cobertura sobre o
terreno (www.agrocasa.com.br). A aplicação de gesso agrícola é uma prática viável como
fonte complementar de Ca, para correção da relação Ca:Mg ou para aumentar o Ca e
diminuir o Al na superfície (EPAGRI, 2001).
Para pereiras japonesas também recomenda-se fazer análise com o mesmo intervalo
para verificar a necessidade de calagem, bem como obter informações sobre a
disponibilidade de outros nutrientes, que servirão de subsídio à análise foliar para aplicação
dos adubos de manutenção.
Como fonte de corretivo da acidez, aplicar calcário dolomítico ou mistura de calcário
dolomítico e calcítico para que após a reação no solo resulte numa relação Ca:Mg de 3 a 5:1
para favorecer a absorção de cálcio (EPAGRI,2001). De acordo com Nogueira (1985),
sempre que a relação Ca/Mg estiver abaixo de 2,5 :1 deve-se optar por calcário calcítico. E
dolomítico, quando ultrapassar o valor 4:1.
A quantidade recomendada deve ser incorporada 50% antes da
subsolagem ou aração profunda e outras 50% na gradeação (agrocasa.com.br). O corretivo
pode ser aplicado por todo o terreno, antes do plantio ou mesmo durante a exploração do
pomar (www.guirra.com.br; www.ruralnews.com.br). Segundo Bartz (2000), com base no
índice SMP (para pH 6 em água) consta a aplicação de 3,2 toneladas por hectare de
calcário.
Nos pomares já instalados, apesar da correção feita antes do plantio, continua o
processo de acidificação dos solos. Este processo originado pela lixiviação do Ca e Mg, é
mais rápido nos solos leves e sob regimes de alta pluviosidade, e é ainda acelerado por
algumas adubações nitrogenadas, notadamente pelo uso de sulfato de amônio. Deste modo
as calagens anuais tornam-se imprescindíveis para a manutenção de um adequado pH do
solo (Nogueira,1985).
O método mais freqüente de aplicação de calcário em pomares implantados é a
aplicação superficial de 2 a 3 ton/ha ao ano, em linha sob a projeção da copa. Deve-se evitar
a aplicação de quantidades superiores a 6 ton/ha, pois ocorrerá supercalagem na superfície
do solo. Este efeito será mais intenso em solos arenosos de baixa CTC do que em solos
argilosos de alta CTC e elevado poder tampão (EPAGRI, 2001).
13.2. Adubação.
13.2.1 - Adubação de pré-plantio.
Tabela 12. Nutrientes a serem aplicados na adubação de formação de acordo com a análise
do solo e idade das plantas.
Idade N P resina,(mg/dm3) K+trocável, (mmolc/dcm3)
(anos) (g/planta) 0-12 13-30 >30 0-15 1,6 – 3,0 >30
P2O5 g/planta K2O g/planta
1–2 40 60 40 20 60 40 20
2–3 80 100 60 40 100 60 40
3–4 120 150 100 50 150 100 50
4–5 160 200 120 70 240 160 80
Fonte:van Raij et al. (1996).
Os adubos devem ser aplicados em quatro parcelas, de dois em dois meses, a partir
do início da brotação. Se desejado, parcelar apenas o N, aplicando o P e K na primeira
adubação (van Raij et al 1996).
Bibliografia
FAORO,I,D. Pêras comerciais para as regiões mais frias de Santa Catarina. Agropecuária
Catarinense, Florianópolis, v.12,n.2,p.5-8,1999.
http://apps.fao.org