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A cultura da

Figueira
(Fícus carica L.)

Prof. Zecca e Renato


História:
Conhecida desde os primórdios da humanidade,
mencionada até na Bíblia. Há relatos no Velho
Testamento que “ Adão e Eva esconderam-se atrás de
uma figueira com cujas folhas se cobriram, e
receberam de Deus um figo cada para se alimentar no
caminho’’. No Brasil foram os portugueses que
começaram a plantar no século XVI.
Origem:
A figueira é originária do Sul da Arábia (Cária),
de onde foi difundida para a Europa e,
posteriormente, para a América.

•Em 1532, Martim Afonso de Souza introduziu a


figueira no Brasil;

•Imigrantes italianos em São Paulo, trouxeram a


maior parte das cultivares

* 1920 cultivo comercial;


Aspectos econômicos

* Turquia é o maior produtor mundial, com uma


produção anual de cerca de 280.000 t/ano. Deste
total, exporta 40.000 t/ano;
* O Brasil situa-se como segundo produtor mundial e
maior produtor da América do Sul;
* Região de Valinhos, SP - consumo "in natura“;
* Minas Gerais - produção de figos verdes - figo
cristalizado.
O Estado do Rio Grande do Sul é o
maior produtor nacional, seguido de São
Paulo e Minas Gerais. RS e MG possuem a
produção quase que totalmente destinada a
fabricação de doces. No Estado de São Paulo,
a região do Circuito das Frutas detém a maior
produção, com destaque para os municípios
de Valinhos, Vinhedo, Louveira e Campinas.
Em Minas Gerais, destaca-se São Sebastião
do Paraíso e Lavras.
Produção no RS

Cidade Área (há) Produção Ton. Nº produtores


Bento Gonçalves 22 220 60
Caçapava do Sul 21 16,4 29
Canguçu 100 2.400 29
Caxias do Sul 50 400 60
Feliz 40 480 56
Frederico W. 1 10 1
Gramado 30 360 65
Iraí 3 18 5
Lavras do Sul 11 7 7
N. Petrópolis 25 225 35
Pelotas 60 144 50
Piratini 90 540 100
Planalto 280 700 80
Seberi 3,30 9,20 5
Tio Hugo 11 65 10
TOTAIS 1.174,80 8.613 1.562
Fonte/RS – ASCAR 2007
Índice sazonal do volume comercializado de figo na CEAGESP, 2005.

250
índice Sazonal

200 Preço

150
100
Preço
50
0

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Fonte: Instituto de Economia Agrícola, SP, 2005. SEDES/CEAGESP.
Aspectos nutricionais
Item Quantidade
Umidade 88 %
Energia 41 kcal
Proteína 1,0 g
Carboidrato 10 g
Fibra alimentar 1,8 g
Cálcio 27 mg
Magnésio 11 mg
Manganês 0,1 mg
Fósforo 15 mg
Ferro 0,2 mg
Potássio 174 mg
Vitamina C 1,0
Tabela Brasileira de Composição de Alimentos/NEPA – UNICAMP
Propriedades do figo
•altamente energético;
•destacam-se K, Ca e P;
•formação de ossos e dentes;
•evitam a fadiga mental;
•eficácia contra inflamações do aparelho
respiratório;
•estimula musculatura do intestino;
•problemas de fígado e vesícula biliar.
Produtividade
•Região Pelotas – Anos sem geadas tardias e
sem estiagem período vegetativo (700 pl/ha):
•13,5 kg/planta de figos verdes;
•23,1 kg/planta figos maduros;
•16 toneladas figo maduro;
•9,5 toneladas figo verde;
•Região Valinhos (sp) –
•Pomares bem formados, 6 anos, (1600 pl/ha):
•20 a 30 toneladas figos maduros por hectare;
•15 a 25 kg por planta;
Preços
• Figo maduro
•Variação de 11,00 a 25,00/kg;

• Figo verde
•Supermercados de Porto Alegre
• 11,90 por kg de figo verde;

(Fonte, Ceasa/2007)
Processamento do figo

compota de figo verde;

compota de figo maduro;

figo cristalizado;

polpa de figo;

figada (doce de corte);

geléias.
Características da planta:
Botânica e taxonomia
Família Moraceae
Gênero Ficus – 2000 espécies

Caule tortuoso, casca cinzenta e lisa,


ramos frágeis. Flores muito pequena
folhas caducas, grandes, palmeadas e
alternas. Árvore de crescimento amplo
pode atingir até 8m de altura.
Características da planta:
O sistema radicular é superficial e
fibroso. Em condições adequadas
para o seu desenvolvimento, o
sistema radicular da figueira pode
aprofundar-se até 6m e, lateralmente,
pode se expandir por até 12 metros.
Características da planta:
No caule e outras partes da planta, há
células lactíferas, as quais produzem um
látex rico em ficina, uma enzima
proteolítica que, em contato com a pele,
causa irritação, o que requer cuidado,
especialmente quando das desbrotas e
colheita dos frutos.
Fruto
Possui uma estrutura carnosa e
suculenta, comestível (sincônio), de
coloração que vai do branco-
amarelada até a roxa.
Formato piriforme, frutifica
conforme a poda ou o ano todo.
Sicônio:
Características do fruto
infrutescência
formada por um
receptáculo floral Ostíolo
com grande
número de flores

Frutos verdadeiros: Aquênios

Eixo floral Côncavo


(Pedúnculo)
Fruto
Os primórdios florais formam-se na
axila de cada folha, onde uma gema central
vegetativa é acompanhada por duas gemas
florais. Algumas cultivares desenvolvem
somente um figo por nó, enquanto que
outras desenvolvem frutas de ambas as
gemas.
O crescimento do figo (peso ou diâmetro),
segue uma curva sigmoidal dupla.
Cultivares:
Único cultivar comercial no Brasil

Roxo de Valinhos
Roxo de Valinhos
•Formato Piriforme
•Cor roxo-violácea
•Polpa rósea, macia
•7,5 cm Comprimento
•60 – 90 gramas
• Rústica, vigorosa, produtiva e boa
adaptação;
• O fruto é alongado, grande e
periforme, com pedúnculo curto,
coloração externa roxo-escura e na
região interna da polpa, rosaviolácea;
7,5 cm comp. 60 a 90 cm
diâmetro;
•Consumo "in natura" e industrialização;

•Limitação - ostíolo muito aberto, com

tendência e rachaduras;

* Sinônimos, tais como 'Nero', 'Corbo',


'Brown Turkey', 'Granata', e 'San Pairo'.
“Negrito” – variação da Roxo de Valinhos
* rusticidade;
* vigor;
* boa produtividade,
* duplo propósito (in
natura e indústria);
* solos bem drenados;
* ricos em MO e pH entre 6,0 a 6,8;
Pingo de mel

* planta bom vigor, produtiva.


* Fruto médio a pequeno (30 a 60 g),
* resistente ao transporte,
* doce e sem acidez
* Ostíolo médio, fechado, selado por
uma gota de goma quando maduro

Outras Cultivares:
‘Albicone’, ‘Adriático’, ‘Bonatto’, ‘Genoveza’, ‘San Piero’
e ‘Turkey’
Exigências edafoclimáticas
* A figueira sp. caducifólia de clima
temperado, com invernos suaves e úmidos e
verões quentes e secos;
* Grande capacidade de adaptação a diferentes
condições climáticas;
* A exigência em frio hibernal - 100 a 300
horas de frio (abaixo de 7,2ºC);
* A figueira tolera temperaturas de até 25 a
42ºC.
* Geadas tardias - temperaturas entre 3 a 6ºC
podem matar os figos em formação e os ramos
mais herbáceos;
* Sensível a falta de umidade no solo,
principalmente no período de frutificação -
sistema radicular superficial;
* Exigência de chuvas distribuídas -
precipitações em torno de 1200 mm anuais;
* Solos areno-argilosos, bem drenados e com
bom teor de matéria orgânica. O pH ideal para a
cultura está em torno de 5,6 a 6,8.
Propagação
Propagação sexuada
•sementes - melhoramento genético

* Propagação assexuada:
* Estaquia - principal método – estacas
lenhosas
* Enraizadas em viveiros
* Enraizadas diretamente no pomar
* Enraizadas recipientes
Mergulhia
(mergulhia de cepa e alporquia)

•Enxertia e a propagação através de


rebentões ou de filhotes

Obs: a utilização de brotações oriundas


do colo da planta, ou seja, rebentões, é
proibida por lei na produção comercial de
mudas, devido ao risco de disseminação
de nematóides.
Propagação por Estacas:
Estacas com 20 a 30 cm de comprimento e com
1,5 a 3,0 cm de diâmetro;
* AIB (ácido indolbutírico) a 100-200 ppm
durante 24 horas;
* Tratamento com fungicidas das estacas
imergindo-as totalmente ou apenas 5,0 cm de
suas bases em solução de Captan e Benomyl;
* Armazenamento – areia úmida, na posição
vertical, deixando apenas duas gemas acima do
substrato por até 2-3 semanas;
* Comercialização – mudas de raiz nua;
Plantio no campo - repouso hibernal, antes da
brotação das gemas;
* Plantio - estacas não-enraizadas diretamente
no campo - pegamento médio em torno de
60%; idade -1 ano; 30 a 40 cm comp. 1,5 a
3,0 cm diâmetro
* Mudas em recipientes (sacos plásticos,
vasos, entre outros) - garantir a substituição,
no período de dezembro–janeiro, daquelas
estacas que não vingaram;
Enxertia - pesquisa -

Obtenção de porta-enxertos
resistentes a nematóides Ficus racemosa,
F.cocculifolia e F. pumila são resistentes a
nematóides e, por serem compatíveis com
F. carica, podem ser utilizados como
porta-enxertos.
Para a enxertia, podem ser usados
tanto a garfagem quanto a borbulhia
Mudas e época de plantio:
As mudas podem ser:
-Mudas de raízes nuas ou estacas:
época de plantio de junho a julho.
- Mudas produzidas em recipientes:
em qualquer época, mas dar
preferência para a época das chuvas.
Espaçamento:
Para consumo in natura espaçamento:
2,5 x 2,5m ou 3 x 2m: 1.600plantas/ha
Para industria: 3 x 1m ou 2,5 x 1,5m:
3.300/ha
Escolha e preparo da área
* pouca declividade e não estejam localizadas em
baixadas;
* solos bem drenados e bem providos de matéria
orgânica, com profundidade superior a 1 metro;
* textura areno-argilosa. Os solos arenosos devem ser
evitados devido à rápida infestação de nematóides.
Solos muito argilosos não proporcionam boas
condições para o desenvolvimento da planta;
* tenha sido feita rotação de culturas por, no mínimo,
2 anos; * não apresentem nematóides;
h) não esteja em área com grande ocorrência de
geadas.
Plantio
Adubação
Poda da Figueira
Cronograma para poda de formação e frutificação
em figueira (Souza et al., 2004)
A formação da planta prossegue até o
4o ou 5o ano pós-plantio, duplicando-se
anualmente o número de ramos da planta.

A planta é considerada formada


quando atinge 8 a 12 ramos por ramo
inicial ou, no total, 24 a 36 ramos por
planta.
Em geral, em figueiras destinadas à
produção de frutas frescas, deixa-se um
menor número de ramos, para favorecer o
tamanho e a qualidade dos figos.

Em figueiras destinadas à produção


de frutas para indústria, deixa-se maior
número de ramos.
Após a formação, anualmente deve ser
realizada a poda de frutificação:

- retirada dos ramos que já frutificaram.


-os ramos são podados drasticamente,
deixando-se 5 a 10 cm (duas gemas bem
localizadas).
-após a brotação, são escolhidos 1 a 2
brotos em boa posição por galho podado, d
modo que os ramos cresçam verticalmente
formando um círculo à volta do tronco.
-os demais brotos que aparecem são
totalmente eliminados.
-A figueira tolera bem a poda drástica,
qual também tem benefícios no controle d
broca-de-figueira (Azochis gripusalis)
Para acelerar ou retardar a época da
colheita, a poda pode ser feita de maio a
novembro, respectivamente, conforme as
condições climáticas e o desenvolvimento
da planta.
A planta podada nestes períodos
poderá ter sua atividade afetada, porém há
vantagens econômicas. Dependendo das
condições climáticas e tratos, a colheita tem
início cerca de 4 a 5 meses após a poda de
frutificação.
Outros tratos culturais:
Manter uma cobertura morta ao redor
da planta ou na linha
Controle de Plantas Invasoras
•Apenas na linha, mantendo-se alguma
vegetação roçada na entrelinha;

•Capina pode ser usado nos primeiros anos


e longe das plantas

* Cobertura morta na linha - capim


triturado, bagaço de cana ou outro material
disponível na propriedade.
Irrigação:
Recomendada em épocas que
há estiagem na primavera mas de
forma localizada, de preferência
por gotejamento.
Principais pragas:
PRAGAS Medidas preventivas
* Compra de mudas sadias;
* calagem e Adubação equilibrada;
* plantar em local apto para a cultura e não-
infestado por pragas e doenças;
* espaçamento correto;
* quebra-ventos;
* conduzir da planta;
* monitorar periodicamente o pomar;
* poda drástica como controle de pragas e
doenças.
Broca-dos-ramos,
dos ponteiros ou da
figueira
(Azochis gripusalis)

30%
O adulto é uma mariposa de mais ou
menos 30 mm de comprimento, com asas
marrom-amareladas, parecida com a cor da
palha, com manchas estriadas marrom-
escuras, disposta longitudinalmente.
Ovoposição sobre os ramos ou na base do
pecíolo das folhas. As larvas atingem 25 mm
de comprimento, têm coloração rosada e
cabeça marrom;
Sua maior infestação se dá após novembro,
podendo chegar até abril.
(Azochis gripusalis)
Larva da broca-dos-ramos

No local de penetração da broca, notam-se


excrementos ligados por uma teia de natureza
sedosa, que vai obstruir a entrada da galeria,
protegendo a broca;
Em pleno ataque à planta
Danos
* atrofiamento dos ramos novos;
* murcha das folhas;
* seca dos ponteiros.

O controle deve ser feito integrando-se


métodos culturais, físicos e químicos.
Os métodos culturais
a) podas rigorosas dos ramos e queimá-los;
b) esmagar as lagartas nas galerias usando
arame e
c) manter a cultura em terreno limpo;

Os métodos físicos
armadilhas luminosas, lâmpadas fluorescentes
ultravioletas. 1 armadilha / 7 há -acionadas
todas as noites – setembro a março;
Os métodos químicos
pulverizações sistemáticas após os
primeiros ataques, observados de
novembro em diante;
* Produtos: aplicados junto com a calda
bordalesa.
* Dipterex-50 (300 ml/100 litros de água);
* Folidol-600 (100 ml/100 litros de água);
* Deltametrina-2,5CE (50 ml/100 litros de
água).
Coleobrocas:
Principais:
-Colobogaster cyanitaris
-Marshallius bonelli
-Trachyderes thoracicus
-Teaniotes scalaris
Trachyderes thoracicus
Teaniotes scalaris
Controle: Destruir as larvas com canivete ou
esmagá-las introduzindo um arame nas galerias.

Medida preventiva:
* recomenda-se mistura de um inseticida
fosforado pulverizando o tronco da figueira ou o
pincelamento do tronco após a poda com uma
das misturas:
* inseticidas fosforado (Díptero-50, 1,0 Kg +
fungicida cúprico (1 Kg + 10 litros de água) ou
* (10 Kg de cal + 2 Kg de enxofre + 1 Kg de sal
+ 100 litros de água).
Cochonilhas
Vivem na superfície de diversos órgãos
vegetais aéreos, onde se fixam e
sugam a seiva dos tecidos, enfraquecendo a
planta. As principais
cochonilhas que causam danos à cultura da
figueira são:
* Morganella longispina
* Asterolecanium pustulans
Morganella longispina
Controle - período de entressafra, após a
poda dos ramos, dada a dificuldade de se fazer
o controle durante a brotação e a frutificação;
* Reprodução - setembro a novembro, deve-se
efetuar a aplicação após o início da brotação.
Devem ser feitas duas a quatro pulverizações
com óleos emulsionáveis, juntamente com
fosforados a cada 20 dias (por exemplo,
Éxciton-50CE ou Feniton-50CE (150 mt litros
de água).
Eriofídeo-da-figueira
(Aceria fícus ou Eriophyes fícus)
Pequenos ácaros vermiformes,
desenvolvem nas gemas sobre as folhas mais
novas e entre as sépalas das flores. Vetores
do"mosaico da figueira". Os sintomas
resultantes diretamente da alimentação dos
ácaros são a distorção foliar, com leves
cloroses de bronzeamento. Ocorrência em
reboleiras e as plantas apresentam internódios
curtos.
Controle: pulverização com enxofre
( por exemplo, Sulto-800 PM, 500g/100
litros de água), usando-se 500 litros de
calda/ha.
Cigarrinha-das-frutíferas (Aethalion reticulatum)
Inseto mede cerca de 10 mm de
comprimento, apresenta coloração avermelhada,
nervuras esverdeadas e salientes nas asas. Vive
em colônias, nos ramos novos, constituídas de
formas jovens (ápteras) e adultas (aladas), suga
a seiva da planta e o excesso é expelido por via
anal, atraindo formigas;
* O controle é feito através do controle para a
broca da figueira.
O controle é feito através do controle
para a broca da figueira.
Formigas cortadeiras:
Principais:
-Saúvas
-Quenquéns
Mosca do figo - Zaprionus indianus
• Identificada SP em 1999; Perdas de 40%
produção;
• Ataca 75 espécies - mamão, goiaba,
banana, citros,pêssego, manga;
• Postura fruto verde ou início maturação;
• Leveduras e bactérias se desenvolvem
ostiólo e interior figo;

Controle – limpeza pomar - eliminação
de frutas em maturação, podres,
danificadas insetos/pássaros;
• Protetores de ostíolo - etiqueta adesiva,
gel e calda bordalesa reduz infestação;
Principais doença
Ferrugem (Cerotelium fici)
* Caracteriza-se pelo aparecimento de
pequenas manchas verde-amareladas nas
folhas, sendo que na página inferior delas,
corresponde à área das lesões, formam-se
pústulas recobertas por uma massa
pulverulenta ferruginosa constituída de esporos
do fungo;
* Queda prematura de folhas, fazendo com que
os figos cresçam minguados, com péssima
qualidade e caiam prematuramente;
Ferrugem
Ferrugem
Ferrugem
A ferrugem é um dos principais
obstáculos à produção de figos, sendo,
controlada eficientemente a partir de
um calendário de pulverizações
preventivas, associando o uso de
produtos curativos, quando necessário.
O controle inicia com o tratamento de inverno,
realizado logo após a poda (julho/agosto),
utilizando calda sulfocálcica.

Após a brotação das plantas, são realizadas


pulverizações quinzenais, intercalando
produtos à base de Mancozeb, Azoxystrobin,
Hidróxido de cobre, Oxicloreto de cobre,
Tebuconazole, entre outros.
Antracnose:
(Colletotrichum gloesporioides)

Manchas deprimidas, mais ou


menos circulares, sobre as quais se
observa um crescimento branco
constituído das hifas do fungo;
* O fungo persiste de um ano para outro no
solo, nos restos de cultura. A disseminação
dentro de uma cultura se dá pelos respingos de
chuva

* Após a colheita, deve-se fazer a


imediata destruição, pelo fogo, de todas
as partes vegetativas atacadas pelo
fungo;
Murcha ou seca da figueira
(Ceratocystes frimbriata)

O agente causal é o fungo Ceratocystes


frimbriata, transmitido pelo besouro
(broca) Phloetribus picipennis Eggers.
* Plantas atacadas geralmente morrem e o
plantio de novas mudas na mesma área torna-se
inviável;
* Controle, deve-se evitar a ocorrência de
ferimentos nos troncos, para evitar a formação
de portas de entrada para o fungo. Faz-se
também a eliminação de plantas mortas ou em
vias de secamento, queimando-as em local
distante da cultura. – calda bordaleza
Podridão dos figos maduros

Caudado por fungos:


Podem ser responsáveis por perdas de
frutas no campo e no período pós-
colheita, principalmente nos períodos
muito chuvosos e quentes;
Cladosporium cladosporioides Rhizopus stolonifer

Outros fungos causadores de podridões


Alternária alternata
Aspergillus niger
Colletotrichum gloeosporioides
Nematóides:
Principais:
-Meloidogyne incognita: o nematóide das
galhas.
-Heterodera fici: o nematóide dos cistos.
A formação de galhas obstruí o fluxo
normal da seiva dos assimilados:
* Diminuição da taxa fotossintética;
* Porta de entrada para outros microorganismos
como fungos, vírus e bactérias;
* Deslocamento do córtex radicular, paralisação
do crescimento da ponta da raiz, rachaduras,
deformação das raízes e sintomas de deficiência
nutricional na planta;
* Morte das raízes e até morte das plantas;
Fazer aração e rotação de cultura com
Crotalaria spectabilis ou cravo de defunto
(Tagetes sp.);
* Deve-se evitar ao máximo a entrada de solo de
área contaminada e observar a procedência da
água que será utilizada para a irrigação;
* Duas aplicações no início do período chuvoso.
Por exemplo, pode-se usar Temik, Furadan,
Nemacur, Mocap ou Fenix; reduzem a
população a um nível não-prujudicial.
Egg masses of M. incognita (R. Gapasin).
Medidas culturais
preventivas:
-Aquisição de mudas sadias;
-preparo do solo corretamente;
-fazer a calagem recomendada;
-fazer uma adubação equilibrada na
cova;
-plantar em local que não esteja infestado
de pragas e doenças;
-conduzir corretamente a planta, deixando
o número correto de ramos;
-monitorar periodicamente o pomar;
-manter sempre limpo o pomar, livre de
galhadas que tenha sido retirada das podas
para não ocorrer doenças;
a) eliminar todas as plantas doentes e circunvizinhas e
queimá-las no local;
b) incorporar 0,5 kg de cal virgem por metro quadrado
de cova;
c) não fazer novo plantio no mesmo local, antes de um
ano;
d) após a poda de inverno, queimar todo o material
vegetal fora do pomar;
e) fazer o tratamento de inverno com calda bordalesa
ou calda sulfocálcica de boa qualidade;
f) pincelar os cortes com pasta bordalesa;
g) desinfetar ferramentas utilizadas na poda com água
sanitária, tipo qboa a 20%;
h) controlar inseto vetor de fungo e brocas da figueira;
i) evitar ferimentos no tronco das plantas durante as
capinas e outros tratos culturais;
j) fazer e manter os cordões de contorno ou curvas de
níveis, para evitar escorrimento da água de
chuva;
k) aplicar matéria orgânica de boa qualidade (estercos
bem curtidos);
l) lavar máquinas e implementos, para evitar a
disseminação de nematóides e outras doenças;
m) utilizar água de irrigação isenta de patógenos e de
mananciais distante de lavouras;
n) fazer arações profundas (20 a 30 cm) nos locais
infestados, para expor nematóides ao ressecamento
pelo sol.
Produtividade normal:
Varia de 20 a 22 t/ha de frutos maduros
ou inchados,
ou de 10 t/ha de frutos verdes num
pomar adulto bem conduzido.
Colheita
Depende da época de poda e do
destino do fruto a ser produzido.
Geralmente: de novembro a maio.
Colheita:
Deve ser feita diariamente,
procedendo-se manualmente, e sendo
realizada logo pela manhã, nas horas
mais frescas do dia para evitar o seu
rápido dessecamento. Os figos
maduros são delicados e altamente
perecíveis.
Colheita:
Os figos devem ser arrancados com
cuidado da planta, com todo o pedúnculo, e
depositados com delicadeza nos cestos de
coleta. Estes cestos devem ser forrados com
palha, algodão ou espuma fina, de modo a
não permitir o esmagamento dos figos pelo
atrito.
Os figos destinados para mesa, devem
ser colhidos "de vez", para poderem
chegar ao mercado sem deteriorarem.
Este ponto é reconhecido quando o figo
começa a perder sua consistência dura,
ganhando sua película a cor arroxeada
para as variedades roxas e a coloração
verde-amarelada para as variedades
brancas. O termo "de vez" significa o
estádio em quem o fruto atinge do ponto
de maturação comercial.
Colheita:
O figo, quando utilizado pela
indústria para a produção de figo em
calda e doces para cortes, é colhido 20 a
30 dias antes do figo para a mesa e deve
ser colhido quando a cavidade central
estiver completamente cheia.
Colheita
É comum a prática da colheita durante 6 meses
do ano (nov. maio em Valinhos, no Sul, não ultrapassa
março) .
A utilizando cestos de bambu, dentro dos quais
são acondicionadas caixas pequenas com 32 frutos.
Quando à comercialização, utilizam-se caixas de
madeira, dentro das quais são colocadas as caixas de
papelão com 24 frutas cada (3 caixas de papelão por
caixa de madeira).
Embalagem comercializada:
Caixa de Madeira ou Papelão
Para diversificar a colheita o produtor pode modificar
a época de poda ou utilizar a técnica de oleação: tocar
levemente, com uma gota de óleo, o ostíolo ("olho")
do figo em vias de amadurecer, a fim de acelerar a sua
maturação.
Antigamente, usava-se o óleo de oliva, mas hoje são
utilizados vários óleos: de caroço de algodão, de milho
e de soja.
A operação é feita 10 a 15 dais antes da época normal
de maturação e depois de dois dias, o figo começa a
inchar. Dentro de sete dias, completa a maturação para
a colheita.
3 anos de pesquisa, testes e ajustes mais
uma tecnologia desenvolvida pela
Embrapa Instrumentação Agropecuária .
cesta foi desenhada com a ajuda da
tomografia de ressonância magnética
para proteger os frutos durante a colheita
e transporte.

Perdas de até 15% durante o transporte.

é colocado em células individuais e


anatômicas.
Outra técnica para a antecipação da
colheita: aplicação de Ethephon, que
permite ao produtor colher parceladamente
sua produção. É aplicado no figo em jato
dirigido com um pequeno pulverizador
manual, na dosagem de 250ppm. A fruta,
para receber este tratamento, deve estar a
15-20 dias da maturação natural, depois de
8 dias ela pode ser colhida. As frutas
pulverizadas fora do estágio adequado
tendem a murchar.
Pós-colheita

É recomendado o pré-resfriamento.
Controla o crescimento de
microorganismos, reduzir a taxa
respiratória e retardar a atividade
metabólica.
Armazenamento

* Figo de mesa maduro “de vez” :


0 ºC a 4 ºC e com 85% UR – 10 dias – após
consumo imediato – risco apodrecimento;

* Figos verdes : 0 ºC, 90% UR – 30 dias


Desordens fisiológicas em figos maduros
* "Growth Crakers" e "Splitting" – são
rachaduras que ocorrem no figo na região do
ostíolo. Posteriormente, a fruta pode se partir,
devido ao excesso de turgidez, como resultado
de chuvas ou frio;
* "Sunscald" ou "Sunburn" – ocorre em
numerosos produtos, devido à exposição direta e
prolongada à luz solar. Em figos, aparecem
manchas de consistência firme, marromescuras,
como forma pontos ou fitas em volta do ostíolo
ou nas paredes laterais
* Deterioração pós-colheita em figos:
Alternaria, Aspergillus niger, Fusarium
moliniforme, Cladosporium e bactérias.
Mercado Externo
• Está entre as 20 principais frutas exportadas
pelo Brasil;

• Em torno de 10% da produção Brasileira de figo


fresco é exportada;

• Terceira posição no ranking de volume


exportado dentre as frutíferas de clima
temperado 0,9 mil toneladas;

• Fica atrás apenas da maçã com 153 mil


toneladas e da uva com 28,8 mil toneladas.

• Escoamento através de embarques aéreos;


Quem são os compradores?
Exportação Brasileira de Figo por País de Destino 2006
Países Valor (US$ FOB) Volume (Kg)
PAISES BAIXOS (HOLANDA) 1.222.143 369.958
FRANCA 906.370 297.402
ALEMANHA 360.815 101.965
BELGICA 120.030 36.151
SUICA 117.618 34.732
DINAMARCA 44.821 11.317
REINO UNIDO 43.081 11.230
CANADA 23.418 8.021
ESPANHA 8.208 2.072
ITALIA 4.515 1.504
PORTUGAL 1.770 672
Total 2.852.789 875.024
Fonte: Secex/Datafruta-Ibraf
Mercado Interno

• Crescente demanda;
• Não atende o consumo;
• Industrialização;
• Dificuldade Logística;
• Baixa qualidade;
• Em São Paulo 5 atacadistas são
responsáveis por 81% do volume de
comercialização de figos;

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