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04/05/2021

Cultura do feijão

EPAGRI – A cultura do feijão em Santa Catarina. Florianópolis, 1992, 285p.


Sartoratto, A.; Rava, C.A. Principais doenças do feijoeiro e seu controle.
EMBRAPA, 1994, 300p.
Feijão no inverno. Informe Agropecuário, v.17, nº178. 1994.
Araújo, R.S. et al. Cultura do feijoeiro comum no Brasil. Piracicaba: POTAFÓS,
1996. 786p.
Vieira, C. Estudo monográfico do consórcio milho – feijão no Brasil. Viçosa:
UFV, 1999, 183p.
Thung, M.D.T.; Oliveira, I.P. Problemas abióticos que afetam a produção do
feijoeiro e seus métodos de controle. EMBRAPA - CNPAF, 1998, 172p.
Vieira, C. et al. Feijão: Aspectos gerais e culturais no Estado de Minas Gerais.
UFV. Viçosa, 1998. 596p.
Kluthcouski, J. et al. Fundamentos para uma agricultura Sustentável com ênfase
na cultura do feijoeiro. EMBRAPA Arroz e Feijão, 2009. 452p.
Carneiro, J. E. et al. Feijão do plantio à colheita. Editora UFV, 2014. 384 p.
Arf, O. et al. Aspectos gerais da cultura do feijão (Phaseolus vulgaris L.). FEPAF,
2015. 433 p.
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Considerações gerais

Origem

Origem no continente Americano


Europa e Ásia (após descobrimento da América)
+ 7000 anos
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Origem

Centro de origem
Colômbia / Peru e Argentina - sementes grandes
México - sementes pequenas

Centro primário de domesticação:


Mesoamérica e sul dos Andes

Domesticação

 Hábito de crescimento; silvestres ou selvagens, são de


hábito altamente indeterminados;
 Aumento do tamanho de sementes de 20 para +200(300)
mg (+10 A 15X); -
 Redução da deiscência das vagens;
 Altura da inserção da primeira vagem.
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Características gerais
Proteínas = 22% (cv. Bolinha > 30%)
100g de feijão = 345 cal
Carne Branca = 28%
Arroz = 7-9%
Pão = 11%

Fornecimento de proteínas: a população de baixa renda; teor


varia de 20-30%;
Consumo per capta: o brasileiro tem consumido entre 15-20
kg/habitante/ano; depende: oferta, preço, conjuntura
econômica e preço da carne (bovina/suína/aves);
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Arroz e feijão

 Complementariedade nutricional: tem lisina e triptofano,


mas é deficiente em aminoácidos sulfurados – metionina e
cistina, ambos essenciais na alimentação humana;
 Cereais (Poaceae – arroz e milho), possuem os Aa,
metionina e cistina, em quantidades suficientes, mas são
deficientes em outros dois – lisina e triptofano, feijão os
possui!
 Por isto – dupla perfeita em Aa, se completam: ARROZ
(metionina e cistina) e FEIJÃO (lisina e triptofano).
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Considerações gerais

 Adaptação as diversas condições de clima e solo;

 Explorado por pequenos, médios e grandes produtores;

 Cultivo pode ser solteiro, consorciado ou intercalado.


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Considerações gerais
 Cultivado em 3 safras anuais: “das águas” , “da seca” e “de inverno”;

 Em SC, é comum o cultivo da safra e da safrinha.


 Área cultivada de 350.000 a 400.000 ha/ano;
 + 70% cultivo da safra; 30% safrinha
 Safra: regiões: oeste, planalto de canoinhas, campos de Lages e
Curitibanos
 Safrinha, oeste.
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Considerações gerais

 Cultivares apresentam grãos de tamanho e cores


diferentes;
 É um produto que perde rapidamente o valor comercial e
nutritivo após a colheita.

Produção e produtividade

Brasil esta entre os maiores produtores e talvez o maior


consumidor mundial de feijão;
Áreas em torno de 1,6 ha; SC + MG = 460.000 produtores
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Produção e produtividade

Produção de feijão tem oscilado de 15 a 18 milhões de


toneladas de grãos, na média dos últimos anos.

Brasil, Índia, China, Burma, México e EUA.


70% produção mundial

Área de produção

Índia, Brasil, México, China, EUA e Argentina

28 milhões de ha
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Produção e produtividade

Produção e produtividade

 Produção em pequenas propriedades e pequenas unidades


produtivas;
 Áreas de declive acentuado;
 Áreas impróprias à cultura e outras culturas;
 Baixa fertilidade do solo , baixo índice de fertilização com
adubos minerais;
 Baixa adoção de práticas conservacionistas do solo;
 Pequena utilização de insumos químicos, quando se aplica,
muitas vezes, já acima do limiar de dano econômico;
Sementes de baixa qualidade, fisiológica e sanitária
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Cenário nacional

O maior produtor nacional tem sido o Paraná, produção


representa algo como 15-20% do total produzido;
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SC

 5-6% da produção nacional


 160.000 propriedades catarinenses cultivam pequenas
propriedades em pequenas unidades produtivas;
 + 70% possuem menos de 1 hectare;
 Produção destinada ao consumo, mas maioria da produção
é destinada a comercialização;
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Botânica e morfologia

Botânica e morfologia

ORDEM Fabales
FAMÍLIA Fabaceae (Leguminosae)
SUBFAMÍLIA Faboideae (Papilionoideae)
TRIBO Phaseoleae
GÊNERO Phaseolus
ESPÉCIE Phaseolus vulgaris L
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Consumo

Gênero Phaseolus
Phaseolus vulgaris - (80%)

Gênero Vigna
Vigna unguiculata - (20%)

Botânica e morfologia

 O Phaseolus apresenta mais de 100 espécies, (2n = 22


cromossomos)
 Quatro são as mais importantes (+ cultivadas)
Phaseolus vulgaris – feijão comum – mais de 80% dos cultivos
Phaseolus coccineus – feijão ayocote
Phaseolus acutifolius - feijão terapi
Phaseolus lunatus - feijão de lima, feijão fava, faba – cultivado
no Brasil
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Morfologia
Características gerais

 Ciclo entre 70 e 120 dias


 Crescimento determinado: Florescimento inflorescência na
parte terminal
 Crescimento indeterminado: Florescimento emitindo ramos
vegetativos
 C3

Morfologia
Semente

 Testa (tegumento): Capa protetora da semente


 Rafe: Sutura formada pela soldadura do funículo com os
tegumentos
 Hilo: Cicatriz deixada pelo funículo que conecta a semente
com a placenta
 Micrópila: Abertura próxima ao hilo através da qual se
realiza a absorção de água
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Morfologia
Semente

 Grande variabilidade
- Cor;
- Forma;
- Tamanho
- brilho

Morfologia
Sistema radicular

 Tipo axial ou pivotante, uma raiz principal mais


desenvolvida, oriunda da radícula, já diferenciada no
embrião;
 Sistema radicular superficial: cerca de 80% das raízes
concentram-se a 0-10 cm de profundidade no solo, +97%
na profundidade de 0-20 cm;
 Planta muito suscetível a estiagens, estresses de natureza
climática, deficiência hídrica, agravado pelo ciclo curto ~ 90
dias.
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Morfologia
Folhas

 Três tipos de folhas

 Cotiledonares
 Primárias
 Compostas
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Morfologia
Folhas

 Cotiledonares

Reserva
Fotossíntese

Morfologia
Folhas

 Primárias

 São duas únicas, folhas simples do feijoeiro, inseridas no


segundo nó da planta / caule, acima dos cotilédones
 São folhas, opostas, inteiras
 Já estão formadas no embrião - embriogênese
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Morfologia
Folhas

 Secundárias – compostas – trifólios

 São as folhas típicas do feijoeiro;


 Estão inseridas alternadamente no caule;
 Representam mais de 95% da área foliar;
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Morfologia
Caule

 Origina-se a partir do meristema apical do embrião


Caule principal

1º ponto de inserção dos cotilédones
2º ponto de inserção da folha primária
3º ponto de inserção da 1ªfolha trifoliada

Nó = formado de um conjunto de gemas axilares que podem originar,


folhas, flores, ramos (hastes) ou gavinhas;
Entrenós = espaço compreendido entre dois nós
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Morfologia
Caule

 Serve para identificação de cultivares


Cor
Pilosidade

Característica da parte terminal


Determinado / indeterminado

Morfologia
Caule

 Tipo I – determinado arbustivo, com ramificação ereta e


fechada
 Tipo II – indeterminado, com ramificação ereta e fechada
 Tipo III – indeterminado, com ramificação aberta
 Tipo IV – indeterminado, prostrado ou trepador
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Morfologia
Caule

 Ramificações
 Desenvolvem-se a partir do complexo de gemas axilares da
planta;
 Localizadas nas axilas dos trifólios, nós;
 As gemas são chamadas tríades; são três gemas;
 Podem ser
•Completamente vegetativa,
•Completamente floral / reprodutiva,
•Vegetativa e floral = mista.

Morfologia
Inflorescência

 Axilar (plantas do tipo II, III e IV)


 Terminal (plantas do tipo I)

 Componentes:
-Eixo
-Pedúnculo e ráquis
-Brácteas
-Botões florais
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Morfologia
Inflorescência

 Possuem coloração branca, rosa ou púrpura


 Estrutura básica característica da sub-família Faboidea
(Papilonoidea), sua corola possui cinco pétalas:
•Estandarte (1),
•Asas (2) e
•Quilha (2) (protegem os órgãos reprodutivos);

Morfologia
Inflorescência

 Possuem correlação positiva entre coloração da flor e


coloração do grão
 90% das cultivares de feijão do grupo comercial preto
apresentam flores de coloração violeta.
 Cultivares de feijão do grupo carioca apresentam flores de
coloração branca, porém alguns têm cor violeta, devido a
introdução do caráter porte ereto.

 Fecundação autógama, penas 0,2 a 5 % de fecundação


cruzada, naturalmente;
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Morfologia
Inflorescência

 Florescimento basípeto (tipo I)


 Vagens mais maduras em cima

 Florescimento acrópeto (tipo II, III, IV)


 Vagens mais maduras em baixo

Morfologia
Fruto

 Duas valvas, unidas por duas suturas (dorsal e ventral);


 Sementes prendem-se à sutura ventral;
 Ricos em proteínas
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Morfologia
Fruto

 O número de frutos por planta de 3 a 50;


 O número de sementes por fruto = 4-7 mais comum nas
cultivares comerciais ( 4-12 nos selvagens)
 Depende de hábito de crescimento, cultivar, condições
edafo-climáticas;
 Sob mesmas condições edafo-climáticas, as plantas de
hábito determinado apresentam menor número de vagens
por planta;
 O comprimento das vagens varia de 9-12 centímetros;
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Estádios de desenvolvimento

Estádios
Fenologia: é o estudo dos eventos periódicos da vida vegetal em função
da sua reação às condições do ambiente e sua correlação com aspectos
morfológicos da planta.

Fase vegetativa e fase reprodutiva


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Estádios
V0 – Germinação: semeadura a emergência
– rompimento da superfície do solo;
 absorção de água pela semente;
 emissão da radícula e sua transformação em raiz primária;
 Sensibilidade a falta e/ou excesso de água;
 Temperaturas <12 ºC reduzem a taxa e a velocidade de germinação –
valores próximos a 25 ºC favorece.
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Estádios
V1 – Emergência: exteriorização das estruturas na superfície do solo,
formato de gancho e formato ereto;
 os cotilédones aparecem ao nível do solo
 separam-se
 o epicótilo começa seu desenvolvimento

Estádios
V2 – Folhas primárias: folhas simples do feijão;
 Folhas primárias totalmente abertas.
 Fase muito sensível a herbicidas, não recomenda o uso, aplicar somente
após 2º Trifólio
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Estádios
V3 – 1ª Folha trifoliolada = 1º trifólio:
 abertura da primeira folha trifoliada e
 aparecimento da segunda folha trifoliada.
 1º trifólio,
 época para aplicar herbicidas, menores danos, menores efeitos
fitotóxicos; adubação de cobertura...

Estádios
V4 – 3º Trifólio: predomina o processo de formação das raízes e em
seguida o processo de formação de folhas,
 Abertura da terceira folha trifoliada e
 Formação de ramos nas gemas dos nós inferiores.
 Início da ramificação da planta, a partir de gemas laterais (as mais
basais)

 V4–4 = 4º Trifólio
 V4–5 = 5º Trifólio
 V4–6 = 6º Trifólio
 V4–7 = 7º Trifólio...
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Estádios
R5 – Pré-florescimento:
botão floral, 40-45 dias até a primeira flor;
 aparecimento do primeiro botão floral e do primeiro racemo.
 Os botões florais das variedades determinadas se formam no último nó
do talo e do ramo.
 Nas variedades indeterminadas os racemos aparecem primeiro nos nós
mais baixos.
 Ideal é de 15-20 trifólios, fotossinteticamente ativos;

Fase importante para porque ocorre formação de sacos embrionários


Estresse nesta fase compromete diretamente o potencial produtivo –
componentes do rendimento

Estádios
R6 – Florescimento:
 abertura da primeira flor.
 pleno florescimento, diferentes floradas, aborto de flores

 Nas plantas de habito de crescimento determinado (Tipo I), a floração


tem inicio no ultimo nó da haste principal e prossegue em sentido
descendente.

 Nas plantas de habito indeterminado (Tipos II, III e IV) sentido


ascendente.
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Estádios
R7 – Formação de vagens: fase canivete; abortos dos frutos (hídrico)
 aparecimento da primeira vagem
 até primeira vagem estar com 2,5 cm de comprimento

R8 – Enchimento de grãos: formação das vagens, aborto de grãos


 início do enchimento da primeira vagem
 crescimento da semente
 Ao final do estádio, as sementes perdem a cor verde
 começam a mostrar as características da variedade.
 Inicia-se a desfolhação.
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Estádios
R9 – maturidade fisiológica/colheita:
 as vagens perdem sua pigmentação
 começam a secar.
 as sementes desenvolvem a cor típica da variedade,
 70-80% de queda de folhas,
 grãos com 30-35% de umidade;
 Colheita, grãos com menos de 20-18 % de umidade,
 muito úmido deteriora,
 muito seco, aumenta perda pré-colheita e danos na colheita, +
bandinhas, + rompimento de tegumento, ( - ) elasticidade;
 Secar para 15%, natural ou artificial

Estádios
R9 – maturidade fisiológica/colheita:
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Exercício 1
1) Pesquise qual foi a produção, área plantada e produtividade de feijão
nos três estados da região sul do Brasil na ultima safra.
2) Explique porque é importante saber a escala fenológica da cultura do
feijão.
3) Descreva as fases de desenvolvimento da cultura do feijão.
4) Como o feijão é classificado quanto ao tipo de desenvolvimento.
5) Você foi questionado quanto a aplicação de um determinado herbicida
na cultura do feijão no estádio V2, qual sua opinião sobre realizar ou não a
aplicação?
6) Qual o estádio fenológico recomendado para fazer a aplicação de Ureia
em cobertura na cultura do feijão?
7) Explique porque o feijão é uma cultura muito sensível ao déficit hídrico.

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