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CULTURA DO

FEIJÃO
ORIGEM
O gênero Phaseolus originou-se nas Américas e compreende
aproximadamente 55 espécies, das quais apenas cinco é cultivado:
1. o feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris);
2. o feijão de lima (P. lunatus);
3. o P. polyanthus;
4. o feijão Ayocote (P. coccineus)
5. o feijão tepari (P. acutifolius).
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA (1ª
safra)
PRINCIPAIS PRODUTORES

O Brasil é o maior produtor mundial de feijão, responsável por 16,5% da


produção mundial, seguido pela Índia e México, responsáveis,
respectivamente, por 16,4% e 9% da produção.
MORFOLOGIA
MORFOLOGIA

Raiz: o sistema radicular do feijoeiro é formado por uma raiz principal, ou


primária, da qual se desenvolvem, lateralmente, as raízes secundárias e
terciárias. O sistema radicular é bastante superficial 20 – 40 cm do solo.
MORFOLOGIA

Caule: é herbáceo (haste), constituído por eixo principal, formado por


uma sucessão de nós e entrenós. O primeiro nó constitui os cotilédones,
o segundo corresponde à inserção das folhas primárias e o terceiro, das
folhas trifolioladas.
MORFOLOGIA

Folhas: são simples e opostas nas folhas primárias; e compostas,


constituídas de três folíolos (trifolioladas), com disposição alterna,
características das folhas definitivas.
MORFOLOGIA

Flores: São agrupadas em inflorescências do tipo rácimo axilar (no


hábito de crescimento indeterminado) e rácimo terminal (no hábito
determinado). É uma planta autógama, com taxa de cruzamento natural
em torno de 2%.
MORFOLOGIA

Fruto: é um legume, deiscente, constituído de duas valvas unidas por


duas suturas, uma dorsal e outra ventral; a forma pode ser reta,
arqueada ou recurvada e o ápice, abrupto ou afilado, arqueado ou reto.
MORFOLOGIA

Semente: exalbuminada, isto é, não possui albume, as reservas


nutritivas estão concentradas nos cotilédones. Pode ter várias formas:
arredondada, elíptica, reniforme ou oblonga, e tamanhos que variam de
muito pequenas (<20g/100 sementes) a grandes (>40g/100 sementes) e
apresentar ampla variabilidade de cores, variando do preto, bege, roxo,
róseo, vermelho, marrom, amarelo, até o branco.
MORFOLOGIA
CLIMA
Temperatura

Para que o feijoeiro possa atingir seu rendimento potencial, torna-se


necessário que a temperatura do ar apresente valores mínimo, ótimo e
máximo como sendo 12ºC, 21ºC e 29ºC, respectivamente. Com relação
à germinação do feijoeiro, valores de temperatura em torno de 28°C são
considerados ótimos.
CLIMA
Exigências hídricas

A cultura exige um mínimo de 300 mm de precipitação pluviométrica bem


distribuídos durante o ciclo. É mais suscetível a déficit hídrico durante a
floração e no estádio inicial de formação das vagens. O período crítico
ocorre 15 dias antes da floração.
SOLO

O feijoeiro pode ser cultivado em solos de textura variando de arenosa


leve até argilosa. Solos muito argilosos e com problemas de drenagem
devem ser evitados. O feijoeiro não tolera excesso contínuo de água no
solo.
ÉPOCAS DE PLANTIO

É possível explorar a cultura em três épocas distintas, divididas em três


safras consecutivas: Primeira safra ou “safra das águas”, Segunda safra
ou “safra da seca” e Terceira safra ou “safra de inverno”.
ÉPOCAS DE PLANTIO

 A safra das águas, cujo plantio é realizado entre os meses de agosto e


novembro e a colheita entre novembro e abril, está concentrada nas
regiões Sul e Sudeste e no Estado da Bahia, na região de Irecê. É a
maior das três safras, em produção e rendimento.
ÉPOCAS DE PLANTIO

A safra da seca é normalmente plantada entre janeiro e março e colhida


entre abril e julho. Essa safra abrange os estados das regiões Sudeste e
Sul, com concentração na Região Nordeste que, em anos normais,
contribui com mais de 50% da produção.
ÉPOCAS DE PLANTIO

Na safra de inverno, cultiva-se o feijão irrigado. A plantação ocorre entre


abril e julho e a colheita entre agosto e outubro.

A decisão de plantio influenciada pelo comportamento dos preços na


comercialização do feijão colhido na safra da seca.
Hábito de Crescimento: Tipos de
Plantas
Tipo I - hábito de crescimento determinado, arbustivo e porte da planta ereto.

1. Haste principal e os ramos laterais terminando em inflorescência;

2. Talo principal resistente (pouco ramificado);

3. Pequeno porte (25 – 50 cm);

4. Ciclo precoce;

5. Período de florescimento reduzido;

6. Uniformidade de maturação de vagens;


Hábito de Crescimento: Tipos de
Plantas
Tipo II - hábito de crescimento indeterminado, arbustivo, porte da planta
ereto e caule pouco ramificado.

1. Haste principal de crescimento vertical, ramos laterais não numerosos


e geralmente curtos; Talo principal resistente (pouco ramificado);

2. Satisfatório potencial produtivo;

3. Hábito de crescimento propicia adequada distribuição de flores e


vagens na planta (melhor qualidade);
Hábito de Crescimento: Tipos de
Plantas
Tipo III – hábito de crescimento indeterminado, prostrado ou
semiprostado, com ramificação bem desenvolvida e aberta.
1. Grande número de ramificações;
2. Guias longas + ramos laterais bem desenvolvidos = aptidão trepadora;
3. Período de florescimento amplo (15 a 20 dias);
4. Grande potencial de produção;
5. Grande desuniformidade de maturação das vagens e grande
quantidade de vagens localizadas na parte baixa da planta;
Hábito de Crescimento: Tipos de
Plantas
Tipo IV – hábito de crescimento indeterminado, trepador; caule com forte
dominância apical e número reduzido de ramos laterais, pouco
desenvolvido.
1. Grande desenvolvimento da haste principal (dois a três metros), baixo
no de ramos laterais;
2. Grande no de nós presentes (30 nós) e acentuada dominância apical;
3. Floração se prolonga por semanas (Colheita parcelada);
4. Não são cultivadas no Brasil (exceção – produção de vagens verdes);
FENOLOGIA
O desenvolvimento do feijoeiro compreende duas grandes fases
distintas, denominadas de Fases Vegetativas e Reprodutivas,
diferenciadas entre si pela manifestação de diferentes eventos.

A fase vegetativa tem seu início compreendido entre a germinação até o


aparecimento dos primeiros botões florais.

 A fase reprodutiva transcorre desde a emissão dos botões florais até o


pleno enchimento de vagens e a maturação das sementes.
FENOLOGIA
Estádio V0 (Germinação): após a absorção de água pela semente,
inicia-se o processo de germinação, caracterizado pelo aparecimento da
radícula (geralmente pelo lado do hilo).

Temperaturas inferiores a 12oC reduzem significativamente a taxa e a


velocidade de germinação das sementes. Por outro lado, valores de
temperatura próximos a 25oC, favorecem consideravelmente o processo
referido.
FENOLOGIA
Estádio V1 (Emergência): a emergência é caracterizada pela presença
dos cotilédones acima da superfície do solo em processo de
desdobramento da “alça” do hipocótilo. A seguir, o epicótilo alonga-se e
as folhas primárias, que já se encontravam diferenciadas no embrião da
semente, expandem-se.
FENOLOGIA
Estádio V2 (Desdobramento das folhas primárias): a rapidez do
desdobramento, a conformação e o tamanho da folhas primárias são
extremamente importantes para o estabelecimento da cultura no campo
por representar a sede inicial de conversão de energia.

Normalmente, o tamanho potencial das folhas primárias está relacionado


com o tamanho das sementes.
FENOLOGIA
Estádio V3 (Emissão da primeira folha trifoliada): inicia-se quando a
primeira folha trifoliada ou verdadeira encontra-se plenamente
desdobrada, o que pode ser caracterizado pela constatação dos folíolos
em posição horizontal.

Nesse estádio, os cotilédones encontram-se em fase final de exaustão e,


freqüentemente, já sofreram o processo de abscisão.
FENOLOGIA

Estádio V4 (Emissão da terceira folha trifoliada): neste período, a


terceira folha trifoliada está plenamente desdobrada e tem início o
processo de ramificação da planta.
FENOLOGIA
Estádios Vegetativos Início de cada etapa dias

V0 Germinação Sementes em condições de germinar 5

V1 Emergência 50% das plântulas c/ cotilédones acima do nível do 2-3


solo
V2 Fls 1as 50% das plantas c/ folhas primárias abertas 4

V3 1a folha 50% das plantas c/ 1a folha trifoliolada aberta 5-9


trifoliolada
3a folha
V4 trifoliolada 50% das plantas c/ a 3a folha trifoliolada aberta 7-15
FENOLOGIA

Estádio R5 (Botões florais): esse estádio é caracterizado pelo


aparecimento dos primeiros botões florais.

Nas variedades de hábito de crescimento indeterminado (II, III e IV) o


desenvolvimento vegetativo prossegue, mediante a emissão de novos
nós, ramos e folhas.
FENOLOGIA
Estádio R6 (Florescimento): a abertura das primeiras flores define o
presente estádio.

Nas plantas de hábito de crescimento determinado (TIPO I), a floração


tem início no último nó da haste principal e prossegue em sentido
descendente.

Nas plantas de hábito de crescimento indeterminado (TIPOS II, III e IV),


a abertura das flores segue sentido ascendente.
FENOLOGIA

Estádio R7 (Início da formação das vagens): o presente estádio é


caracterizado pelo aparecimento das primeiras vagens, após a murcha
da corola, apesar da planta continuar emitindo novas flores, por tempo
variável relacionado aos tipos de plantas correspondentes.
FENOLOGIA
Estádio R8 (Enchimento das vagens): a etapa R8 inicia com o
enchimento da primeira vagem. Nesse estádio, o tamanho da vagem já
se encontra definido e a ocorrência de condições climáticas
desfavoráveis, principalmente falta de água e nutrientes, poderão
concorrer para a redução da produção, em número e peso de grãos.

No final da presente etapa, evidencia-se o início do processo de


pigmentação das sementes e em seguida das vagens.
FENOLOGIA
Estádio R9 (Maturidade das vagens): o referido estádio é
caracterizado pela mudança da cor das vagens (amarela ou pigmentada
de acordo com a variedade). As sementes adquirem sua cor e brilho final.
FENOLOGIA
Estádios reprodutivos Início de cada etapa Dias

R5 Pré-floração 50% das pls c/ pelo menos 1 botão floral 9-11


R6 Floração 50% das pls c/ pelo menos 1 flor aberta 4-6
R7 Formação de vagens 50% das pls c/ pelo menos 1 vagem visível 8-9
Enchimento das 50% das pls c/ grão em enchimento na 1a
R8 vagens vagem 18-24

50% das plantas c/ mudança de cor nas


R9 Maturação vagens 14-15

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