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ORIGEM E DSTRIBUIÇÃO

O cajueiro, Anacardium occidentale L. é uma árvore nativa do Brasil, mas que foi levada pelos
colonizadores portugueses para várias de suas colônias na África e Ásia. A partir dessas localidades,
a espécie espalhou-se por vários países tropicais ao redor do mundo, e hoje é
economicamente importante tanto para os agricultores que o cultivam, quanto para a economia de
seus países (FONTENELE, 1982).

O cajueiro, Anacardium occidentale L. é uma planta da família Anacardiaceae, originária das


regiões Norte e Nordeste do Brasil. Trata-se de uma frutífera tropical na qual a comercialização dos
produtos envolve intensa actividade económica com expressiva movimentação de recursos. Além da
amêndoa, o cajueiro fornece outros produtos aceitos pelo mercado, destacando-se o líquido da casca
de castanha, o suco, a polpa, os doces, dentre outros derivados (MENDONÇA & MEDEIROS,
2011).

A produção mundial de castanha de caju oscila bastante de um ano para o outro. Os dados mais
recentes disponíveis mostram que entre 2009 e 2010 ela subiu de 3.8 a 7.0 milhões de toneladas,
mas caiu em 2011 para 4.2 milhões de toneladas em uma área plantada de 4.milhões de hectares
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA - FAO
2013).

O caju é formado por um pedúnculo, ou pseudofruto, que se forma junto a castanha, o verdadeiro
fruto que constitui um importante contributo para o sustento das famílias rurais de Moçambique.
Cerca de 95% da produção actual de caju é feita pelos pequenos produtores, sendo poucas as
propriedades agrícolas comerciais. (TULLO, 2008).

Caracteristicas

Morfologia

O cajueiro é uma planta perene, de porte médio e ramificação baixa, sendo que nas áreas costeiras a

copa é normalmente espalhada, em razão dos ventos. A folhagem é permanente, embora, no período

de renovação da folhagem, a aparência seja de perda total das folhas. Na realidade, essa a renovação

ocorre após o ciclo produtivo e se dá de forma contínua, razão de se considerar esta fase como de

repouso aparente da planta. É aparente porque, biologicamente, não ocorre repouso, já que alguns

processos do metabolismo da planta continuam em andamento. As folhas são simples, inteiras,

medindo de 10cm a 20 cm de comprimento por 6cm a 12cm de largura.

A diversidade de plantas do cajueiro tem sido agrupada em dois tipos: o comum e o anão precoce.
As plantas do tipo comum têm altura média de 5m a 8m e diâmetro da copa de 12m e 14m, com

plantas em que a altura chega a 15m de altura e a copa a 20m de diâmetro. As plantas do tipo anão

precoce alcançam altura média de 4m e diâmetro de copa entre 6m e 8m, sendo possível, no

entanto, encontrar plantas fora desse padrão.

O sistema radicular é formado por uma raiz bem desenvolvida, que pode ir além de 10m de

profundidade, e uma malha lateral que se localiza de 15cm a 32cm de profundidade. Este sistema de

raízes laterais é importante para a planta, em razão de 82% das raízes efetivas na absorção de

nutrientes encontrarem-se até a 30cm de profundidade. Em plantas jovens, a planta segue um

modelo de dois para um na relação raízes laterais/envergadura, ou seja, o sistema lateral atinge duas

vezes a projeção da copa. Já em plantas adultas do tipo comum, as raízes laterais chegam a 20m do

tronco. Essas informações são importantes para um adequado manejo do pomar.

Modelo de Crescimento

O primeiro ciclo reprodutivo pode ocorrer já no primeiro ano de vida da planta, como se verifica

com o tipo anão precoce. No tipo comum, este ciclo se inicia normalmente a partir do segundo ano

e depende da constituição genética e do ambiente onde a planta se encontra, sendo o fator

quantidade de água disponível o mais importante. Depende também da forma de propagação, se por

semente ou por via assexuada. Após o primeiro fluxo reprodutivo, a planta passa a ter dois fluxos de

crescimento: um vegetativo e um reprodutivo.

No fluxo de crescimento, iniciado após a fase de repouso, há a substituição das folhas velhas por

brotações novas que resultarão em novas inflorescências (fluxo reprodutivo). O formato da copa é

bastante influenciado pelos tipos de ramificações que a planta produz: extensivas e intensivas. As

ramificações intensivas crescem 25cm a 30cm e terminam em panículas. Desses ramos, nascem

simultaneamente três a oito novos ramos a 10cm-15cm do ápice, os quais podem originar outras

panículas. As ramificações extensivas crescem 20 cm a 30cm e repousam, ou seja, não resultam em


panículas. Desses ramos, nascem outros, a 5cm-8cm do ápice, com o processo continuando por dois

e três anos, sem que sejam produzidas panículas. O balanço entre a quantidade dos dois tipos da

ramificação determina o formato da copa. A predominância de ramificações do tipo intensiva resulta

em copas com formato de guarda-chuva. Este formato é desejável por reduzir o número e a

intensidade de podas na condução dos pomares. A predominância de ramificações do tipo extensiva

resulta em copas mais abertas e as plantas tendem a produzir menos, em decorrência da menor

quantidade de panículas por unidade de superfície. Além disto, demandam mais esforço de poda

para uma melhor condução do pomar.

A Inflorescência

O cajueiro é uma planta classificada como andromonoica, ou seja, o seu sistema reprodutivo é

constituído por flores masculinas (estaminadas) e flores hermafroditas. A inflorescência é uma

panícula onde se encontram os dois tipos de flores em quantidades e proporções que variam muito,

tanto entre plantas como entre panículas de uma mesma planta. A importância do conhecimento

sobre a distribuição dos dois tipos de flores na planta é importante, porque pode explicar muito do

comportamento produtivo. Em geral, as plantas pouco produtivas apresentam poucas flores

hermafroditas.

A flor

A flor é constituída de cinco sépalas, cinco pétalas, um ovário simples - que é rudimentar

nas flores estaminadas - e sete a quinze estames: um grande e seis a quatorze

pequenos. Algumas variações e anomalias dos componentes florais são frequentes e o

número de flores de uma panícula varia muito, como também varia a relação entre os

tipos masculino e hermafrodita.


Florescimento

A duração da fase juvenil - que é a que antecede à primeira floração - depende das
características genéticas da planta e das condições do ambiente onde ela se desenvolve.
O cajueiro anão precoce inicia o florescimento no 1º ou 2º ano e ocajueiro comum no 2º
ou 3º ano. Atingida a idade reprodutiva, a atividade passa a ser anual, dependendo
também das características da planta e do ambiente, principalmente o regime de chuvas,
razão pela qual as informações disponíveis nem sempre são as mesmas.

Antese
As flores masculinas iniciam a abertura por volta das 6h e continuam por todo o dia, até

aproximadamente 16h. A abertura das flores hermafroditas concentra-se entre 10h e

meio-dia, com pouca variação. É comum um modelo de abertura de flores que

compreende: uma fase masculina, onde predomina este tipo de flores; segue-se uma fase

mista, quando abrem ambos os tipos; e, finalmente, uma segunda fase masculina, com as

mesmas características da primeira fase. Entretanto, outros modelos podem ser

encontrados, dependendo das características da planta e do ambiente.

Receptividade do Estigma

O estigma fica receptivo um dia antes da abertura das flores e permanece receptivo até

dois dias depois. A polinização ocorre normalmente até o meio-dia do dia da abertura da

flor.
Viabilidade do Pólen e Polinização

A viabilidade do pólen do cajueiro normalmente é alta e a estrutura da flor - com o estigma

situando-se em posição superior aos estames - favorece mais a polinização cruzada. É

possível ocorrer polinização entre flores de uma mesma planta. Por causa disto, o plantio

por sementes resulta em grande variação entre plantas, o que afeta não só o seu formato

como também sua produção.

A flor tem odor bastante ativo, indicando ser atrativa para os insetos. No Brasil, foi

comprovado o efeito favorável dos insetos na polinização do cajueiro, sendo a

abelha Apis mellifera a espécie mais importante, com pico máximo de visitas às panículas

entre 9h e 14h.

Frutificação

O percentual de frutos formados em relação à quantidade de flores hermafroditas

produzidas é muito baixo no cajueiro e varia de região para região, com a época do ano,

entre plantas e mesmo entre panículas de uma mesma planta. Entre as causas da queda

de frutos imaturos, destacam-se o ataque de fungos e insetos, efeitos nutricionais e

fatores mecânicos, como ventos fortes.

O Fruto

Quando ocorre a fertilização, a haste que sustenta a flor apresenta-se avermelhada e,

após uma semana aproximadamente, o fruto torna-se visível. Por volta da quinta semana,

o fruto para de crescer e começa a diminuir até completada a maturação, quando atinge
de 73% a 77% do tamanho máximo. Inversamente, o pseudofruto tem um crescimento

inicial bem mais lento, atingindo o tamanho máximo apenas próximo de completada a

maturação. Até a quarta semana aproximadamente, o fruto torna-se maior que o

pseudofruto.

Após a maturação, não obstante a grande variação da relação peso do fruto/peso do

falso fruto, o fruto representa de 8% a 12% do peso total.Do surgimento até a completa

maturação do fruto, decorre um período variável de tempo, entre 56 e 60 dias, sendo 52

dias para o cajueiro do tipo anão precoce. O fruto consiste em epicarpo, mesocarpo,

endocarpo e amêndoa, que é coberta por uma panícula. O mesocarpo constitui-se de

uma camada de células esponjosas, na qual se localiza o líquido da casca da castanha

(LCC).armazenamento

É importante seguir algumas recomendações com relação ao transporte para o galpão de

embalagem, bem como conhecer as operações que devem ser feitas no galpão.

Os cajus devem ser transportados para o galpão nas próprias caixas de colheita,

revestidas com espuma. As caixas devem ser colocadas no veículo com cuidado. O

empilhamento deve permitir a ventilação entre as caixas e o fundo de uma caixa nunca

deve tocar os pedúnculos da caixa abaixo dela. Deve-se orientar o motorista do veículo

para evitar velocidade alta e solavancos.

O galpão de embalagem deve estar localizado no meio da propriedade e as vias de

acesso devem ser mantidas em boas condições, devendo ser um local ventilado e claro e

apresentar, entre outras, as seguintes características: portas, janelas e acessórios fáceis

de serem limpos; facilidade para limpeza do piso, equipamentos e drenagem da água;

proteção contra animais domésticos, pássaros etc.; superfícies de trabalho lisas e de fácil

limpeza; água potável para as operações de lavagem; proteção contra possibilidades de

contaminação do produto e roupas de proteção adequadas e limpas..


Clima

O clima constitui o factor mais importante no estabelecimento e desenvolvimento

de qualquer cultura. É o factor determinante da distribuição dos vegetais na

natureza e das possibilidades de sucesso de uma exploração económica em qualquer

região. O cajueiro, apresenta hábitos vegetativos característicos das plantas do

clima tropical. Embora seja encontrada medrando em regiões subtropicais, a

cultura excede onde há condições climáticas que possibilitem um bom

desenvolvimento, associado as condições edáficas desejáveis, e quando recebem os

tratos culturais adequados (FROTA et al., 1985).

As principais regiões produtoras de caju, exigem para seu desenvolvimento

regime de altas temperaturas, sendo bastante sensível ao frio e as geadas. A

temperatura média ideal para seu desenvolvimento e frutificação normal é de 27o

C. Suporta, no entanto, temperaturas médias mais elevadas (33o a 35o C), sendo

porém sensível a períodos prolongados sob temperaturas abaixo de 22o C, uma vez

que as plantas jovens são fortemente prejudicadas pelo frio. As adultas apesar

de suportarem melhor as temperaturas baixas, por curto período, têm a produção

afectada quando ocorrem no período de floração ou frutificação, (BARROS et al.,

1984). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AKAIKE, H. A. (1994).

Solos

Tradicionalmente esta cultura tem sido cultivada em solos arenosos, seguindo,


em extremo, a tradição de que esta planta t em preferência por estes tipos de
solos. O cultivo do cajueiro é praticado em solos leves e pobres, não pelo facto
da planta preferir este tipo de solo, mas sim pelo facto de: nestes solos, serem
muito poucas as culturas com possibilidades de serem exploradas economicamente.

Este solo para ser considerado bom para o cultivo de cajueiro deve ser
profundo, ou seja, o substrato rochoso ou outro impedimento qualquer situa - se
abaixo de 200 cm. Solos com impedimento a uma profundidade de até 150 cm não são
recomendados ou têm indicação de uso restrito. Assim, o cajueiro, como qualquer
cultura, desenvolve – se melhor em solos de boa fertilidade, profundos, textura
média, onde raízes possam penetrar livremente, com pH compreendido entre 5.0 e
6.5, livres de alumínio, bem drenados, mas com boa retenção de humidade (LOPES
et al., 1993).Para novos plantios, o terreno deve ser desmatado, destocado e livre de
raízes, principalmente, na área ao redor do local onde vai ser preparada a cova,
assegurando, dessa maneira, a não concorrência com outras plantas.

No preparo do solo, é recomendável diminuir a utilização de máquinas pesadas, para


evitar os riscos de compactação do solo.A correção do solo com calcário, quando necessária,
deve ser realizada em duas etapas: a primeira antes da aração e a segunda, por ocasião da gradagem
e em quantidades suficientes para elevar a saturação por bases a 60% e os teores de cálcio e
magnésio trocáveis para o mínimo 16 e 3 mmolc dm-3, respectivamente.1.

Taxonomia

O cajueiro (Anacardium occidentale L.) pertence ao género Anacardium da família


Anacardiaceae, que contém 65 géneros, com aproximadamente 440 espécies sendo a
única espécie do género cultivada comercialmente. Diversas outras espécies foram
descritas, sendo possível, no entanto, a existência de espécies ainda
desconhecidas, como também uma superposição entre as conhecidas, necessitando,
portanto, de mais estudos na área de sistemática para melhor classificação
taxonómica do género (BARROS et al., 1993).
Além do cajueiro, outras anacardiáceas de importância económica são conhecidas,
destacando-se a manga (Mangifera indica L.), o pistache (Pistaciavera L.), o
umbu (Spondias tuberosa), o cajá (Spondias mombin L.), a siriguela (Spondias
purpurea L.) e o cajá–manga (Spondias cytherea Sonn.), mas nenhuma destas
espécies apresenta tamanho destaque na actividade frutícola como o cajueiro
(BARROS, 2002).

Características botânicas do cajueiro

O cajueiro divide-se em dois grupos de plantas, classificadas quanto ao porte: o comum e


o anão. O tipo comum, também conhecido como gigante, é o mais difundido,
apresentando porte elevado, altura entre 8 e 15 m e envergadura (medida da expansão
da copa) que pode atingir geralmente até 20 m (CRISÓSTOMO et al., 2001). O tipo anão
caracteriza-se pelo porte baixo, altura inferior a 4 m, copa homogénea, diâmetro do caule
e envergadura de copa inferiores ao do tipo comum, precocidade etária, iniciando a
produção entre 6 e 18 meses (BARROS et al., 1998).
O cajueiro anão apresenta algumas vantagens sobre o cajueiro comum, sobretudo na
colheita dos frutos e pseudofrutos, pois as plantas de porte inferior facilitam a realização
de tratos culturais durante as etapas de produção, sendo recomendada sua utilização na
formação de pomares comerciais (GIRÃO PARENTE, 1991).
Apesar de classificado como A. occidentale V. nanum, o cajueiro-anão-precoce, também
conhecido por cajueiro-precoce e cajueiro-de-seis-meses, parece ser um ecótipo ou forma
botânica do cajueiro-comum.

Armazenamento

É importante seguir algumas recomendações com relação ao transporte para o galpão de


embalagem, bem como conhecer as operações que devem ser feitas no galpão.Os cajus
devem ser transportados para o galpão nas próprias caixas de colheita,revestidas com
espuma. As caixas devem ser colocadas no veículo com cuidado.
O empilhamento deve permitir a ventilação entre as caixas e o fundo de uma caixa nunca
deve tocar os pedúnculos da caixa abaixo dela. Deve-se orientar o motorista do veículo
para evitar velocidade alta e solavancos.
O galpão de embalagem deve estar localizado no meio da propriedade e as vias de
acesso devem ser mantidas em boas condições, devendo ser um local ventilado e claro e
apresentar, entre outras, as seguintes características: portas, janelas e acessórios fáceis
de serem limpos; facilidade para limpeza do piso, equipamentos e drenagem da água;
proteção contra animais domésticos, pássaros etc.; superfícies de trabalho lisas e de fácil
limpeza; água potável para as operações de lavagem; proteção contra possibilidades de
contaminação do produto e roupas de proteção adequadas e limpas.

Armazenamento Refrigerado

A vida útil do pedúnculo do cajueiro, quando armazenado em temperatura ambiente (sem

refrigeração), não ultrapassa 48 horas. Após esse período, o pedúnculo apresenta-se

enrugado e, consequentemente, deixa de ser atraente. No entanto, sob refrigeração, a

5°C e em 85% a 90% de umidade relativa, e devidamente embalado, a vida útil mínima do

caju e´de cerca de 10 a 15 dias, sem apresentar danos pelo frio. Para cajus alaranjados, o

armazenamento deve ser feito a 3°C, com a vida útil podendo chegar a

PRAGAS E DOENCAS
Originário da América Tropical, o cajueiro pertence à família Anacardiaceae, que inclui
árvores e arbustos tropicais e subtropicais, encontrando-se disperso numa extensa faixa
compreendida entre os paralelos de 27º N, no sudeste da Flórida, e 28º S, na África do
Sul.
Considerada uma das mais importantes espécies cultivadas das regiões tropicais, o
cajueiro ocupa, no mundo, uma área estimada em 3,39 milhões de hectares,
apresentando como principais produtos de expressão econômica a amêndoa comestível e
o líquido da casca da castanha (LCC).
A produção mundial de castanha é estimada em 3,1 milhões de toneladas, destacando-se
o Vietnã, a Índia, o Brasil e a Nigéria como principais países produtores. Podemos
destacar as seguintes doencas e pragas;
Broca-das-pontas

Anthistarcha binocularis Meyrick (Lepidoptera: Gelechiidae) é considerada uma das

principais pragas do cajueiro, em razão do tipo de dano que ocasiona. Os ataques

ocorrem quase sempre nos ramos frutíferos, os quais secam, inviabilizando a formação

de frutos.

O adulto é uma mariposa pequena, de coloração cinza e asas esbranquiçadas. A postura


dos ovos é feita nos ponteiros das inflorescências. Após a eclosão, as lagartas penetram
no tecido tenro e movem-se em direção ao centro do galho formando galerias. A larva tem
coloração amarelada e completa a fase de crisálida no interior do ramo atacado.
Os sintomas principais são murcha, seguida de seca das inflorescências, podendo haver

ou não acúmulo de goma próximo ao orifício lateral de saída do adulto. Na maioria dos

casos, ocorre quebra do ramo da inflorescência no orifício de saída do adulto. A lagarta,

que pode ser encontrada no interior do ramo brocado, expele excrementos que

demonstram sua presença. Esses sintomas permitem distinguir entre o ataque da praga e

o da antracnose, que também causa a seca da inflorescência.

Traça-da-castanha

Anacampsis phytomiella Busck (Lepidoptera: Gelechiidae) é considerada a principal praga

dos frutos do cajueiro, por causa dos graves danos econômicos que causa, visto que sua

ação resulta na destruição da amêndoa.

O inseto mede aproximadamente 13mm de envergadura, apresenta coloração escura,

com pequenas áreas claras nas asas. Próximo à fase de pupa, a lagarta apresenta 12mm
de comprimento e coloração rosa-claro com a cabeça preta. A colocação dos ovos é feita

nos frutos e a pequena lagarta penetra na fase de maturi pela castanha, próximo da

inserção com o pedúnculo, destruindo totalmente a amêndoa e tornando-a imprestável

para a comercialização. Geralmente, encontra-se apenas uma lagarta por fruto.

Pulgão-das-inflorescências

O pulgão Aphis gossypii Glover (Homoptera: Aphydidae) apresenta-se como uma

importante praga do cajueiro, tanto pelo nível de população como pelas consequências do

seu ataque. Pelo fato de sugar intensamente a seiva, causa a seca e, consequentemente,

diminui a quantidade de inflorescências viáveis por plantas, com reflexos diretos na

produção. É um pequeno inseto de corpo mole, de movimentos lentos, podendo ter asas

ou não. Sua cor varia do amarelo-claro ao verde-escuro. Vive em colônias numerosas nas

inflorescências e frutos jovens, onde suga a seiva. Os insetos com asas são os

responsáveis pela infestação da cultura.

O inseto, ao mesmo tempo em que suga a seiva da planta, solta uma substância

açucarada denominada “mela”, que recobre, principalmente, as inflorescências e folhas,

servindo de nutriente para o crescimento da fumagina, que é um fungo de coloração

negra. As inflorescências atacadas murcham e podem secar. A presença de colônias de

pulgões, o aparecimento de inúmeras películas brancas, o surgimento de "mela" e

fumagina sobre as folhas, panículas e maturis revelam o ataque da praga.

O controle natural deste inseto é feito pelo Scymnus sp., que é comumente encontrado

em colônias dessa praga. O controle químico deverá ser feito quando o grau de

infestação aumentar, utilizando apenas inseticidas registrados para o cajueiro.


Tripes-da-cinta-vermelha

Normalmente, este inseto, Selenothrips rubrocinctus Giard (Thysanoptera: Thripidae)

aparece nas épocas de estiagem. O adulto apresenta coloração preta, medindo 1mm de

comprimento. As formas jovens (ninfas) são, em geral, amareladas, com os dois primeiros

segmentos abdominais vermelhos. A fêmea introduz os ovos sob a epiderme da folha e

cobre-os com uma secreção que se torna escura ao secar. O ciclo completo dessa praga

é cerca de 30 dias.

O inseto ataca, principalmente, a face inferior das folhas, preferindo as de meia-idade.

Ataca também ponteiros, inflorescências, pedúnculos e frutos. As partes atacadas tornam-

se amareladas a princípio, passando depois para uma coloração marrom-clara, com

tonalidades bronzeadas. Ataques severos causam ressecamento e queda intensa Mosca-

branca

Atualmente a mosca-branca, Aleurodicus cocois (Homoptera: Aleyrodidae) encontra-se

espalhada por todas as regiões produtoras de caju. Contudo, seu ataque se inicia a partir

de pequenos focos de infestação, em número reduzido de plantas, os quais podem se

estender para todo o pomar.

A forma adulta deste inseto assemelha-se muito a uma pequena borboleta, de cor branca.

São insetos com quatro asas, medindo 2mm de comprimento e 4mm de envergadura. As

ninfas são achatadas, ficam presas às folhas e medem 1mm de comprimento; possuem

coloração amarelada, semelhante a cochonilhas e encontram-se envolvidas e rodeadas


por uma espécie de cera branca, que pode recobrir toda a folha atacada.

Presença de colônias de insetos envolvidos por uma secreção branca (cera) na face

inferior da folha e ocorrência de fumagina na face superior da folha. O ataque inicial é

marcado pela cera em forma de círculos aproximadamente regulares, feitos pela fêmea

na parte inferior da folha. Os ovos são depositados nestes círculos, que ficam recobertos

pela cera.

O controle deverá ser feito utilizando apenas inseticidas registrados para o cajueiro, tendo

o cuidado de dirigir o jato para as partes inferiores da folha.

das folhas, diminuindo a área foliar da planta, ocorrendo também secamento da

inflorescência.

O controle deverá ser feito utilizando apenas inseticidas registrados para o cajueiro,

Percevejos dos frutos

Existe um complexo de percevejos que visita o cajueiro, principalmente durante a fase de

frutificação, alimentando-se de folhas, castanhas e pedúnculo.

Sphictyrtus chryseis Lichtensteinard (Hemiptera: Coreidae), quando adulto mede cerca de

16mm de comprimento, possui cabeça avermelhada e olhos pretos interligados por uma

faixa preta na extremidade posterior da cabeça. A parte inicial do tórax do inseto é verde

brilhante, delimitado por duas faixas avermelhadas nas extremidades anterior e posterior.

Um outro percevejo, o Crinocerus sanctus Fabricius, (Hemiptera: Coreidae), quando

adulto mede 17mm de comprimento e apresenta uma coloração amarelo-terra. Os

fêmures do último par de pernas são robustos e salpicados de tubérculos pretos, saindo

de cada um deles um espinho da mesma coloração.

tendo o cuidado de dirigir o jato para as partes inferiores da folha


Larva-do-broto-terminal

As larvas deste inseto, cujo nome é Stenodiplosis sp. = Contarinia sp. (Díptera:

Cecidomyidae), atacam as gemas terminais; com a morte do broto, a planta emite novas

brotações laterais que são atacadas imediatamente.

O principal sintoma é a formação de uma estrutura semelhante a um “repolhinho”, que

abriga as larvas, na gema terminal do ramo. A inflorescência emitida, a partir de um broto

atacado, é de pequeno tamanho, deformada e sem condição de se desenvolver e

produzir.

O controle deverá ser feito utilizando apenas inseticidas registrados para o cajueiro

Desfolhadores

Existem muitos insetos que se alimentam das folhas do cajueiro causando sérios

prejuízos aos produtores:

A Lagarta Véu-de-noiva, Thagona postropaea (Lepidoptera: Lymantriidae), por exemplo, é

uma mariposa branca que mede 22mm de envergadura e possui o corpo coberto de

escamas, que se desprendem facilmente. A postura dos ovos realiza-se diretamente na

folha, em fileiras. As lagartas, de coloração verde-clara, apresentam o corpo recoberto de

pelos longos e esverdeados.

Díptero-das-galhas ou Verruga-das-folhas

Este inseto, Stenodiplosis sp. = Contarinia sp. (Diptera: Cecidomydae), ataca


intensamente o cajueiro na época de lançamento da folhas novas e, principalmente,

quando o fluxo foliar ocorre no período úmido. A fêmea faz a postura internamente no

tecido vegetal, havendo a formação de pequenas esferas, onde vivem as larvas, que

podem causar deformação e redução da área foliar. Há uma nítida preferência desta

praga pelas folhas mais jovens.

O sintoma principal é o aparecimento de galhas ou pequenas esferas com formato de

verrugas nas folhas, de coloração alaranjada.

Armazenamento Refrigerado
A vida útil do pedúnculo do cajueiro, quando armazenado em temperatura ambiente (sem

refrigeração), não ultrapassa 48 horas. Após esse período, o pedúnculo apresenta-se

enrugado e, consequentemente, deixa de ser atraente. No entanto, sob refrigeração, a

5°C e em 85% a 90% de umidade relativa, e devidamente embalado, a vida útil mínima do

caju e´de cerca de 10 a 15 dias, sem apresentar danos pelo frio. Para cajus alaranjados, o

armazenamento deve ser feito a 3°C, com a vida útil podendo chegar a 28 dias.

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