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10.

º Fascículo | pessegueiro

Manual
de Boas Práticas
de Fruticultura
Frutas Legumes e Flores em parceria com INIAV, I.P. (Estação Nacional
de Fruticultura Vieira Natividade) e COTR
Contexto geral

Maria Paula Simões Ciclo de vida


Instituto Politécnico de Castelo Branco – Tal como outras plantas frutícolas podemos destacar o ci-
Escola Superior Agrária clo anual, que se repete todos os anos ao longo da vida
das plantas e se caracteriza pelos estados fenológicos
O pessegueiro [Prunus Persica (L.) Batsch] é uma planta (Figura 1), e o ciclo de vida que corresponde ao período
frutícola, da família das Rosáceas e subfamília das Pru- desde a plantação até ao arranque. O pessegueiro tem um
nóideas, sendo a característica determinante desta sub- ciclo de vida curto, observando-se uma duração média de
família o fruto ser uma drupa, vulgarmente também desig- um pomar de pessegueiros de 10 a 13 anos. Ao segundo
nado por fruto de caroço e que se caracteriza por ter um ciclo vegetativo já pode haver produção e ao 4º ciclo con-
epicarpo fino (pele), um mesocarpo carnudo (polpa) e um sidera-se o pomar em plena produção. No conjunto das
endocarpo lenhoso (caroço), dentro do qual podemos en- árvores de fruta, pela curta duração do seu ciclo de vida,
contrar uma a duas sementes. Pertencem às Prunóideas os pomares são renovados com elevada frequência (10 a
a cerejeira, a ameixeira, a amendoeira, a ginjeira e o da- 12 anos), embora se possam encontrar pomares com 15 a
masqueiro. Os pêssegos são frutos grandes, sumarentos, 18 anos, em bom estado produtivo, se a cultivar continuar
aromáticos e refrescantes, com elevado teor em potássio. a apresentar interesse comercial.
É uma fruta de verão.
Os frutos apresentam elevada diversidade quanto à forma, Hábitos de frutificação
ao revestimento do epicarpo, à aderência do endocarpo O pessegueiro possui gomos foliares, que, pelo seu de-
ao mesocarpo, à coloração do epicarpo e do mesocarpo. senvolvimento dão origem a ramos que têm folhas, tam-
A forma é habitualmente arredondada, mas existem culti- bém designados lançamentos, e que asseguram o cresci-
vares com formas achatadas conhecidas por paraguaios. mento vegetativo desse ano e a produção do ano seguinte.
O revestimento do epicarpo pode ser glabro (sem pelos) Possui também gomos florais que, pelo seu desenvolvi-
– nectarinas, ou ser revestido por indumento – pêssego. mento dão origem a flores que podem transformar-se em
Os pêssegos com caroço aderente à polpa designando-se frutos assegurando a produção. Os gomos localizam-se
por pêssegos de roer ou pavias. A cor da polpa pode ser nos ramos com um ano e maioritariamente desenvolvem-
amarela, branca e vermelha. Os frutos de polpa branca se na axila das folhas, sendo os gomos foliares mais pe-
são muito mais sensíveis ao manuseamento. As cultiva- quenos e pontiagudos e os gomos florais mais volumosos.
res com frutos de polpa vermelha não se encontram muito Gomos foliares e florais aparecem frequentemente em po-
difundidas. A cor do epicarpo pode ser amarela, branca, sição colateral ao longo do ramo (Figura 2). Cada gomo
vermelha, apresentando uma grande diversidade em nível
da homogeneidade da sua coloração.
O pessegueiro é uma árvore perene (que dura vários anos)
e caducifólia (que passa anualmente por um período sem Gomo foliar
folhas, designado por repouso invernal), e que retoma o
seu desenvolvimento anualmente através do abrolhamen-
to dos gomos formados no ano anterior.

Gomos florais

Figura 2 – Gomo foliar e gomos florais num ramo de pessegueiro

floral encerra apenas uma flor, sendo esta uma caracterís-


tica distintiva relativamente a outras prunóideas.
Os ramos do pessegueiro podem caracterizar-se pelo seu
comprimento, pelo tipo de gomos que têm e, ainda, pela
ramificação que apresentam, podendo distinguir-se: Ra-
Figura 1 – Pêssegos mos florais – que são ramos pequenos (10 a 20 cm) nos
boas práticas

quais há muitos gomos florais e um número muito reduzi- última geada de uma região seja sempre mais cedo que a
do de gomos foliares; Ramos mistos – onde se distribuem data de floração das cultivares a utilizar. Para zonas com
gomos florais e foliares ao longo do seu comprimento e geadas mais tardias dever-se-á selecionar cultivares com
cujo tamanho é variável com o vigor da planta e com a data de plena floração mais tardia.
cultivar mas tem frequentemente 30 cm a 70 cm, podendo,
também atingir 1 a 1,5 m; Ramos mistos com antecipadas Ciclo anual
– são ramos mistos com ramificações provenientes do de- A caracterização do ciclo anual baseia-se na evolução da
senvolvimento de gomos prontos, ou seja, de gomos que morfologia dos gomos, utilizando-se os estados fenológi-
se formam e abrolham no mesmo ano, levando à ramifi- cos definidos por Bagiolini e caracterizado na Figura 1.
cação do ramo. São ramos com mais vigor e, nestes, os Os estados fenológicos mais importantes são a floração
gomos florais encontram-se maioritariamente nas anteci- e a maturação. O período de floração é quando a maioria
padas. Em situações extremas estes ramos podem atingir dos gomos se encontram entre o estado D e G, e a plena
2 a 3 m, apresentando um porte bastante ereto e desguar- floração é quando se observa a maior percentagem de go-
necido de ramificações na parte basal, sendo designados mos no estado fenológico F (Simões, 2016a). O período
por ramos ladrões (Simões, 2016a). de floração e as condições meteorológicas em que ocorre,
condicionam a produção; a maturação e a colheita condi-
Condições edafoclimáticas mais favoráveis cionam a qualidade da produção, sendo o conjunto destes
Em termos de exigências edáficas a principal exigência dois fatores determinantes no rendimento da cultura.
do pessegueiro é a boa drenagem dos solos, pois é muito
sensível ao encharcamento. Prefere solos de textura ligei- Poda
ra, mas férteis. Os solos argilosos e com má drenagem A poda de inverno é a primeira operação cultural a efe-
levam ao aparecimento de asfixia radicular e morte das tuar no ciclo vegetativo, decorrendo desde a queda da
plantas. Devido ao elevado vigor das plantas e a grande folha até ao abrolhamento. Nos pessegueiros a poda é
capacidade de crescimento, a fertilidade do solo deve ser uma operação fundamental que tem de ser realizada pelo
conjugada com o vigor do porta-enxerto a utilizar, para ob- menos uma vez por ano, pois é uma árvore que tem um
ter plantas equilibradas e tirar partido das condições edá- forte crescimento anual, crescimento esse constituído por
ficas. inúmeros ramos. Um pessegueiro que não é podado ra-
Em termos climáticos, o pessegueiro é considerado uma pidamente entra em declínio. A poda tem como objetivos
espécie com baixa necessidade de horas de frio, mas principais (1) manter o equilíbrio entre o crescimento vege-
apresenta elevada diversidade nesse aspeto, entre 400 tativo e a frutificação, (2) permitir a entrada de luz para que
horas a 1000 horas (Velarde, 2003), sendo uma linha do as folhas otimizem a capacidade fotossintética, (3) manter
melhoramento a obtenção de cultivares com baixa neces- a altura/volume da copa de modo a facilitar as operações
sidade de horas de frio, de modo a permitir o seu cultivo culturais, (4) procurar atingir a carga ótima de frutos para
em zonas subtropicais, expandindo a área de cultivo desta minorar o posterior ajuste através da monda, (5) distribuir
cultura (Layne e Bassi, 2008). É uma planta heliófila, que os ramos pela copa para que a estrutura consiga suportar
necessita de sol e calor. É sensível às geadas tardias, pelo o peso dos frutos. A poda é uma operação dispendiosa,
que deverá ter-se em consideração que a data média da mas há uma observação cuidada das plantas durante a

A – Gomo de Inverno B – Gomo inchado C – Vê-se o cálice D – Vê-se a corola E – Vêm-se os estames

F – Flor aberta G – Queda das pétalas H – Vingamento I – Fruto em desenvolvimento J – Maturação


Figura 3 – Estados fenológicos do pessegueiro (adaptado de Bagiolini)
boas práticas

sua realização (Simões et al., 2019). A poda de fruteiras um elevado somatório de graus-hora, entre 7ºC e 35ºC,
envolve conhecimento específico dos hábitos de frutifica- podem conduzir a desequilíbrios entre a necessidade de
ção e vegetação de cada espécie e tem de ter em conta fotoassimilados por parte dos frutos e a capacidade de re-
a forma de condução que é utilizada. Conhecimento mais mobilização de reservas por parte da raiz, não permitindo
detalhado sobre a poda de manutenção de pessegueiros um favorável desenvolvimento inicial e posterior dos fru-
conduzidos em vaso pode ser adquirido através do curso tos, dando origem a baixos calibres.
breve disponível em https://e-cursos.ipcb.pt/course/index. O cálculo aproximado do somatório dos graus-hora, entre
php?categoryid=5cular 7ºC e 35ºC, no período de 30 DAPF é um parâmetro que
Na região da Beira Interior a floração dos pessegueiros poderá ajudar na avaliação das necessidades de monda
ocorre durante o mês de março (Simões et al., 2017a). de frutos. Resultados da região da Beira Interior indicam
Nas cultivares de floração temporã ocorre no início de que um valor de 3500 graus-hora deverá ser considerado
março e nas cultivares de floração tardia ocorre no final de com indicativo da necessidade de monda de frutos (Si-
março. Durante a floração dá-se a polinização, que corres- mões, 2016c). Um bom sistema de previsão meteoroló-
ponde à chegada do pólen ao estigma da flor. Este pólen gica é um fator essencial no suporte à decisão. No caso
pode ser proveniente da mesma flor ou de outras flores da de previsão de condições meteorológicas adversas depois
mesma árvore ou de árvores adjacentes. Os pessegueiros dos 30 DAPF deve atrasar-se a monda de frutos pois a po-
são maioritariamente autoférteis, pelo que, após a polini- derá ocorrer uma monda natural. Se, pelo contrário após
zação, o grão de pólen consegue germinar no estigma da esses 30 DAPF com um valor superior a 3500 graus-hora
mesma flor, fecundando a flor que se transforma em fruto. se previr condições meterológicas de temperaturas eleva-
Por esta razão não há necessidade de cultivares poliniza- das e ausência de precipitação, deve iniciar-se a monda
doras podendo existir parcelas mais ou menos extensas de frutos para garantir o necessário ajuste entre vegeta-
da mesma cultivar. ção e frutificação.
Após o vingamento inicia-se o desenvolvimento do fruto, A monda de frutos é uma técnica cultural particularmente
que pode ser avaliado através da evolução do seu diâ- importante na cultura do pessegueiro, podendo caracteri-
metro (calibre). Para Westwood (1982) e Baldini (1992), zar-se pelo modo de realização, a intensidade e a época
a curva de crescimento dos frutos das prunóideas desen- de realização. Quanto ao modo de realização pode ser
volve-se segundo uma dupla sigmóide, correspondendo o manual, químico ou mecânico. A monda mecânica de fru-
período de abrandamento do crescimento ao período de tos apresenta a desvantagem de retirar os frutos de maior
endurecimento do caroço. Esta fase ocorre aos 50 a 70 calibre e poder danificar os frutos que ficam na árvore. A
Dias Após Plena Floração (DAPF), segundo Baldini (1992) monda química não tem apresentado resultados consis-
ou aos 90 a 120 DAPF, segundo Westwood (1982). Nas tentes embora novos estudos tenham vindo a ser publica-
observações realizadas na região da Beira Interior, no ci- dos recentemente.
clo 2015, não se registou esse período de abrandamento A prática habitual é a monda manual de frutos que, apesar
do crescimento do fruto nas cultivares temporãs, sendo
esse período muito reduzido nas cultivares de estação,
ocorrendo entre os 70 a 115 DAPF (Simões, 2016b).

Monda de frutos
Sempre que se verifiquem condições climáticas favorá-
veis, nomeadamente ausência de precipitação, tempera-
turas amenas e pouco vento, é de esperar uma taxa de
vingamento elevada e os frutos constituem-se como gran-
des consumidores de fotoassimilados e o crescimento ve-
getativo não consegue acompanhar as necessidades da
planta. Nessa situação é premente realizar a monda de
frutos auxiliando a planta a alcançar o equilíbrio desejável
entre a frutificação e o crescimento vegetativo, de modo a
permitir que os frutos atinjam calibres comerciais desejá-
veis (Simões, 2016b).
DeJong (2006) evidenciou a influência da temperatura,
no período dos 30 Dias Após a Plena Floração (DAPF),
no crescimento dos frutos e na época de colheita. O au-
tor refere que primaveras quentes, em que se verifique Figura 4 – Ábaco da monda para a cultura do pessegueiro
boas práticas

Produção Azoto Fósforo Potássio Magnésio


Esperada (N) (P2O5) (K2O) (Mg)
(t/ha) Insuficiente (a) Suficiente (a) Elevado (a) Suficiente (a) Suficiente (a) Suficiente (a)

15 55 45 0-25 10 45 5

30 90 75 0-40 25 90 10

45 105 90 0-45 35 135 15

60 130 120 0-60 50 180 20

Quadro 1 – Recomendação de fertilização para pomares de pessegueiro, expressa em kg/ha de N, P2O5, K2O e Mg,
com base na composição foliar e na produção esperada // Fonte: LQARS (2006)

de ser onerosa e demorada, é seletiva e precisa, trazendo No que respeita à forma de aplicação dos adubos, esta
vantagens evidentes na sua prática (Simões et al.,2017b). deve ser preferencialmente feita ao solo ou através da
A monda manual de frutos em pessegueiro envolve co- água de rega (fertirrega). Só em situações especiais se
nhecimento específico que pode ser adquirido através do justifica a aplicação de nutrientes por via foliar, como nos
curso breve disponível em https://e-cursos.ipcb.pt/cour- casos de ocorrência de carências de nutrientes devida-
se/view.php?id=27, e foi produzido, no âmbito do projeto mente diagnosticadas ou necessidade de atuação rápida
AgroI9, o ábaco da monda que é um auxiliar para o cálculo (Calouro e Jordão, 2016).
do número de frutos a deixar em cada árvore, tendo em Particular atenção deve ser dada à fertilização azotada
consideração o compasso de plantação e a produção po- pois, sendo o pessegueiro uma árvore de muito vigor, um
tencial do pomar (Figura 4). excesso de azoto induz a grande desenvolvimento vege-
Uma alternativa e/ou ação complementar à monda de fru- tativo, o que provoca o ensombramento da parte inferior e
tos é a monda de flores, pois como o pessegueiro tem interior da copa levando à morte dos ramos aí localizados
uma floração muito abundante e é autofértil, a monda de por falta de luz. Com elevada fertilização azotada as árvo-
flores contribui para reduzir o potencial de produção logo res apresentam elevado número de ramos ladrões exigin-
à floração. A monda de flores pode ser feita com equipa- do uma poda mais intensa e, portanto, mais dispendiosa,
mentos mecânicos acoplados ao trator, como o DARWIN conduzindo simultaneamente ao empobrecimento de ra-
ou equipamentos manuais com o electroflor. mos produtivos e equilibrados na parte inferior da copa.
Para assegurar um cabal desenvolvimento dos frutos, Paralelamente, os frutos podem perder qualidade nomea-
para além da monda de frutos, deverá prestar-se especial damente diminuição da dureza e menor coloração. A ferti-
atenção à fertilização e à rega. lização azotada deverá ser fracionada, recomendando-se
a aplicação de 70% da quantidade total do nutriente até
Fertilização duas semanas antes da data prevista de colheita. A aplica-
A fertilização a efetuar nos pomares deve ser racional, o ção de azoto sob a forma de ureia, por via foliar no final do
que pressupõe a utilização adequada dos fertilizantes, de ciclo, antes do início da queda das folhas permite à planta
modo a fornecer às plantas os nutrientes que efetivamente aumentar as reservas de azoto nas raízes, tronco e per-
são necessários, nas quantidades e épocas adequadas, nadas (Tagliavini et al., 1998), reservas essas que são a
preservando simultaneamente o ambiente. Para tal, é ne- fonte de nutrientes para o abrolhamento do ano seguinte.
cessário não só conhecer o estado de fertilidade do solo,
através de análises de terra, para saber os nutrientes aí Manutenção do solo
existentes e o estado de nutrição das plantas, o que é rea- Na gestão de um pomar é considerada manutenção do
lizado através da análise foliar (Calouro e Jordão, 2016). solo o conjunto de operações culturais que se realizam ao
A colheita de folhas para avaliação do estado de nutrição nível do solo e que apresentam como objetivo principal o
das plantas é realizada aos 110-120 DAPF, ou seja, du- controlo do desenvolvimento das infestantes ou mesmo a
rante o mês de julho se considerarmos que a floração é sua eliminação (Simões, 2016c). O sistema mais comum
em março. utilizado em pomares é um sistema misto constituído por
A fertilização em macronutrientes a efetuar deve ter por solo nu não mobilizado na linha (conseguido através da
base os resultados das análises foliares e da produção aplicação de herbicidas) e solo enrelvado na entrelinha
esperada, sendo recomendados, de acordo com LQARS (Figura 5), sendo que o enrelvamento pode ser obtido só
(2006), os valores constantes do Quadro 1. por vegetação espontânea ou semeado. A eliminação das
boas práticas

como principais vantagens relativamente a outros méto-


dos de rega a economia de água, pela redução das perdas
por evaporação e humedecimento apenas na fração do
solo coberta pela cultura, possibilidade de emprego em
realidades topográficas impeditivas do uso de outros sis-
temas, elevada precisão na fertilização mineral (fertirriga-
ção) e economia de mão-de-obra, com a possibilidade de
automatização integral dos sistemas (Duarte, 2016).
A necessidade de rega tem por base o estado fenológico,
o desenvolvimento da cultura, as condições meteorológi-
cas e as disponibilidades de água do solo. Na rega pode-
mos distinguir a dotação de rega e o intervalo entre regas.
Como valor indicativo para a região da Beira Interior, po-
demos dizer que as necessidades de rega variam entre
Figura 5 – Solo nu na linha e enrelvamento da entrelinha 3080 m3/ha e 4340 m3/ha. As cultivares temporãs apre-
sentam menores necessidades de água, enquanto as cul-
tivares tardias são mais exigentes em água. A zona sul
infestantes na linha das plantas é particularmente impor- da serra da Gardunha apresenta necessidades de água
tante no primeiro ciclo vegetativo após a plantação, pois de rega 25% superiores à zona norte da serra da Gardu-
as jovens plantas apresentam uma taxa de crescimento nha (Duarte, 2016), tendo-se observado um consumo de
menor que as infestantes. Uma técnica dispendiosa, mas 4000 m3/ha a 5000 m3/ha num ensaio de rega realizado
com resultados positivos no controlo das infestantes e no no ciclo 2016 (Veloso et al., 2017).
crescimento das plantas é a utilização de cobertura da li- Ainda para esta região da Beira Interior a rega inicia-se
nha com filmes. Podem utilizar-se plásticos com cores dis- (em média) no mês de maio e termina em setembro, sen-
tintas, com vantagens na economia de água por redução do o mês de julho, o mês mais quente e onde se verificam
da evaporação. A utilização de uma manta fabricada a par- as maiores necessidades de água.
tir de desperdícios da indústria têxtil (Manta Ecoblanket) Sendo a água um bem escasso e o primeiro fator limitan-
(Simões et al., 2017c), permitiu verificar que, para além do te ao desenvolvimento das culturas, a monitorização do
controlo das infestantes, a manta reduz a amplitude térmi- teor de humidade do solo apresenta-se como uma ação
ca ao nível do solo e conserva maior teor de humidade no importante já que pode permitir ao regante introduzir os
primeiro ciclo vegetativo das plantas. O efeito da manta ajustes necessários na gestão da rega, com a consequen-
na temperatura e humidade do solo foi menor quando o te economia de água e energia, rentabilizando este fator
desenvolvimento da copa das plantas era suficiente para de produção. Atualmente, com o grande desenvolvimento
fazer ensombramento da linha, o que ocorre após o 3º ci- de técnicas de sensorização, estão no mercado diversos
clo vegetativo. Num futuro de previsível escassez de água sistemas que permitem uma automatização dos sistemas
e quando se pretende uma agricultura mais sustentável, de rega contribuindo para a otimização da gestão da rega.
maior ênfase devia ser dada à utilização de coberturas do
solo para controlo das infestantes. Poda em verde
Uma técnica cultural particularmente importante na cul-
Rega tura do pessegueiro é a poda em verde, que é realiza-
A rega é essencial para a produção de pêssegos e tem por da em junho /julho. A poda em verde tem como principal
objetivo compensar as plantas pelas perdas de água ocor- objetivo regular o desenvolvimento dos ramos ladrões,
ridas através da evapotranspiração, sendo a quantidade melhorar o desenvolvimento dos ramos mistos e permitir
de água a fornecer e a periodicidade de rega, dependen- a entrada de luz no interior da copa contribuindo para a
tes de vários fatores, nomeadamente meteorológicos, da melhoria da taxa fotossintética da planta e o desenvolvi-
cultura e seu estado fenológico, do desenvolvimento radi- mento de ramos mistos equilibrados na parte inferior da
cular e das propriedades do solo (Duarte, 2016). copa. A poda em verde pode ser mecânica, utilizando-se
Atualmente, os sistemas de rega que equipam a gene- podadoras acopladas ao trator, o que torna a operação
ralidade dos pomares de pessegueiros são sistemas de muito rápida e uniformiza a altura das plantas, ou pode
rega localizada, sobretudo gota-a-gota ou mini-aspersão. ser manual, sendo a operação altamente facilitada com a
O sistema de mini-aspersão é utilizado em solos de textu- utilização de tesouras elétricas. A realização da poda em
ra mais ligeira onde a rega gota-a-gota faz um volume de verde é particularmente importante nas cultivares tempo-
humedecimento demasiado estreito. Estes sistemas têm rãs e nas cultivares vigorosas pois retira vigor às plantas e
boas práticas

induz ao desenvolvimento de ramos mistos equilibrados, mais curto (2,5 a 3 meses) é necessária uma boa gestão
que assegurarão a produção no ciclo vegetativo seguinte, de todas as técnicas culturais, nomeadamente poda, mon-
na parte mais acessível da copa. A poda em verde tam- da, fertilização e rega, para conseguir atingir os calibres
bém é fundamental na poda de formação, no primeiro ciclo desejados. A acidez é um parâmetro de qualidade dos fru-
vegetativo, pois permite obter ramificações equilibradas, tos que apresenta muita influência no reconhecimento da
induzindo à entrada em produção. Deste modo diminui-se qualidade ao nível do consumidor. Um teor de acidez ele-
o período improdutivo inicial. vado sobrepõe-se à perceção do teor de açúcar por parte
dos consumidores, impedindo-os de distinguir diferentes
Colheita e qualidade dos frutos teores de açúcar quando os frutos são ácidos (Crisosto
A colheita é uma técnica cultural à qual deve ser dada par- e Crisosto, 2005). O melhoramento foi dirigido para a ob-
ticular importância. O pessegueiro apresenta uma colheita tenção de cultivares com baixa acidez, o que permite uma
escalonada, ou seja, a fruta é colhida em diversas pas- colheita com maior dureza dos frutos sem comprometer
sagens, retirando das árvores os frutos que apresentam a aceitação do consumidor, com claras vantagens para o
o grau de maturação adequado à qualidade pretendida e manuseamento no processo de colheita e pós-colheita.
deixando os frutos que ainda estão “verdes”, ou seja ainda Na colheita deve manusear-se os frutos com cuidado e
não atingiram a maturação correta. A colheita escalonada a experiência dos trabalhadores é fundamental para re-
torna mais cara a colheita, mas, simultaneamente, há um tirarem os frutos que estão na maturação certa e deixar
aumento médio do calibre dos frutos, pois os frutos que os restantes para a colheita seguinte. Esta seleção é feita
ficam na árvore continuam o seu crescimento. com base na cor e no calibre dos frutos. A higienização
Os principais parâmetros de qualidade dos frutos são a das embalagens utilizadas é fundamental para a conser-
dureza, o calibre, o teor de sólidos solúveis e a acidez (Fi- vação no pós-colheita e para a necessária segurança dos
gura 6). A dureza é o parâmetro que define a data de co- alimentos.
lheita, pois a dureza dos frutos tem de permitir minimizar Sendo o pêssego um fruto altamente perecível, é impor-
os danos físicos no manuseamento inerente à colheita e tante reduzir/minimizar a taxa respiratória após colheita,
pós-colheita. A dureza dos frutos é avaliada com um pene- sendo a refrigeração o meio mais utilizado para o efeito.
trómetro utilizando a ponteira de 8 mm, e, à colheita, deve Assim, a colheita deve ser realizada nas horas da manhã
ser próxima de 5 kgf, devendo ser mais elevada quando e o transporte para as câmaras de refrigeração deverá ser
se trata de destinos comerciais mais distantes e pode ser o mais rápida possível.
também superior para cultivares de baixa acidez (Simões
e Ferreira, 2016). O calibre define o escoamento e valo- Fitossanidade
rização da produção, sendo o calibre A (67 – 70 mm de As principais doenças do pessegueiro são a lepra, a moni-
seção equatorial; 155 – 195 g/fruto) e superior a A, os cali- lia, o oídio e o cancro.
bres mais valorizados. Assim, o objetivo é chegar à época A lepra é uma doença chave, dado que ocorre em todos
de colheita com a maioria dos frutos nesta classe de cali- os pomares de pessegueiros ou nectarinas e requer con-
bre, antes do início da perda de dureza. Nas cultivares tar- trolo químico sistemático, sendo causada pelo fungo Ta-
dias, com períodos grandes para o desenvolvimento dos phrina deformans (Berk.) (Layne e Bassi, 2008). O fungo
frutos, esse objetivo é facilmente atingindo, mas, nas culti- hiberna nas rugosidades e escamas dos gomos, na forma
vares temporãs, que têm um período de desenvolvimento de conídeos. Na primavera, a planta fica recetiva à infe-

Figura 6 – Análise de qualidade de pêssegos


em laboratório no âmbito de projetos de investigação Figura 7 – Lepra
boas práticas

Figura 8 – Monilia

ção, logo na fase inicial da rebentação dos gomos foliares. Figura 9 – Cancro bacteriano
Quando a temperatura mínima atinge 7ºC, estão reunidas
as condições para a germinação dos conídeos e o início
das infeções, que estarão dependentes do tempo em que torno difuso. O conhecimento da biologia da doença, das
os tecidos vegetais permanecem molhados. Este último condições meteorológicas e suscetibilidades das cultivares
fator dita a severidade da infeção. A lepra ataca sobretudo é de enorme importância para delinear uma estratégia de
as folhas, apesar de se poderem verificar infeções em ra- combate eficaz (Vieira e Silvino, 2016). Devem evitar-se
mos e frutos. Após infeção e incubação, as folhas jovens cultivares suscetíveis, e adotar técnicas culturais que fa-
apresentam engrossamentos, deformações e endureci- cilitem o arejamento, reduzindo a humidade no interior da
mentos dos tecidos (Vieira e Silvino, 2016). Posteriormen- copa. Caso a cultivar apresente interesse económico deve
te escurecem, secam e permanecem ligadas às árvores instalar-se na zona mais arejada para evitar a humidade.
(Figura 7). Nas condições da Beira Interior, o controlo da O cancro bacteriano é uma doença causada por uma bac-
doença requer a aplicação de produtos fitofarmacêuticos, téria do género Pseudomonas, existindo três patovares de
no período entre o entumecimento dos gomos até ao vin- Pseudomonas syringae que causam sintomas virtualmente
gamento, sempre de caracter preventivo. indistinguíveis (Luz, 2019). O primeiro sintoma da infeção
A Moniliose é uma doença causada por dois fungos Mo- é, no início da primavera, os gomos não abrolharem, ou co-
nilinia laxa – e Monilinia fructigena, requerendo frequente- meçam a abrolhar, mas logo em seguida murcham e mor-
mente uma ou mais intervenções químicas em cada ciclo rem. A invasão bacteriana progride rapidamente no ramo e
vegetativo, sendo os períodos da queda das pétalas e ma- áreas consideráveis dos ramos e tronco podem ser invadi-
turação onde a doença causa mais estragos e prejuízos. A das e as lesões podem ser detetadas especialmente pela
infeção nas flores causa necrose das peças florais e dos exsudação abundante de uma goma cor de âmbar (Figura
tecidos florais de ligação aos ramos, por vezes com exu- 9). A doença caracteriza-se por um ciclo sazonal definido
mados gomosos (Figura 8). A infeção nos frutos, próximo em que uma fase parasitária outonal-invernal alterna com
da maturação, provoca manchas castanhas circulares, uma fase epifítica de verão. Embora os resultados de com-
terminando no apodrecimento do fruto. A suscetibilidade bate ao cancro tenham sido irregulares é recomendado um
é maior quando existem condições de humidade, quer por esquema de tratamentos outonais com produtos cúpricos
precipitação, quer por rega excessiva e árvores com ele- (sulfato de cobre, oxicloreto de cobre e hidróxido de cobre),
vada densidade de folhagem provocada por vigor elevado no período da queda da folha, de modo a reduzir as popu-
ou fertilizações desequilibradas (Vieira e Silvino, 2016). lações bacterianas na superfície das folhas e, desse modo,
O oídio é também uma doença bastante presente, sendo diminuir o inóculo que é arrastado pelas chuvas outonais
causada pelo fungo Sphaerotheca pannosa, um ectopara- e penetra pelas feridas da queda das folhas. O número de
sita, que ataca as folhas e frutos. A sintomatologia consis- tratamentos deverá ser normalmente de dois a três, espa-
te no aparecimento de mancha pulverulenta fina e branca çados de 15 dias e devem ocorrer antes de períodos de
composta por conídeos. As folhas infetadas apresentam chuva (Luz, 2019). Mais uma vez o sistema de previsão
ondulação do limbo, com manchas esbranquiçadas e os meteorológica conjugado com a fenologia é um auxiliar
jovens frutos surgem manchas esbranquiçadas de con- fundamental à decisão.
boas práticas

As principais pragas do pessegueiro são a mosca do me- O aranhiço amarelo pode ser responsável por estragos
diterrâneo, o piolho verde, o aranhiço amarelo e a anarsia, muito avultados, mas a sua presença está frequentemente
que requerem a sua monitorização de forma sistemática e associada a fenómenos de stresse hídrico, que se iniciam
a utilização de meios de luta todos os ciclos. em finais de maio e muito frequentes a partir junho/julho.
A mosca do mediterrâneo é um dos inimigos com maior Os ataques de Aranhiço Amarelo ocorrem com tempera-
importância na cultura do pessegueiro, tanto pelos eleva- turas elevadas e baixa humidade no solo que conduz à
dos estragos que pode acarretar, como pela sua grande dessecação da flora adventícia e à migração da popula-
polifagia. Os sintomas, inicialmente quase impercetíveis ção destes tetraniquídeos para a cultura. Em situações de
(a postura é efetuada apenas com uma pequena incisão), densidade de populações muito elevadas podem ser visí-
são visíveis quando se inicia a alimentação das larvas veis teias nas folhas dos pessegueiros (Figura 11), que re-
que destroem parte significativa da polpa dos frutos. Ao duzem drasticamente a atividade fotossintética e reduzem
abrir um fruto atacado podem observar-se várias larvas e a qualidade dos frutos (Barateiro et al., 2016).
destruição total ou parcial da polpa. A monitorização pode
ser realizada por armadilhas cromotrópicas ou garrafas Porta-enxertos
mosqueiras e, após as primeiras capturas deve monitori- O conjunto das prunóideas apresenta grande inter-compa-
zar-se através da observação visual. Tendo em conta que tibilidade de enxertia, utilizando-se diversas espécies de
a postura é efetuada preferencialmente em frutos mais Prunus como porta-enxertos, ou mesmo híbridos de diver-
maduros, as observações àqueles deverão ser feitas por sas espécies. A escolha deve fazer-se em função das ca-
cultivar, em função do seu estado de maturação (Barateiro racterísticas edáficas, nomeadamente, preferir Porta-en-
et al., 2016). xertos de pessegueiro, quando os terrenos são arejados,
O afídeo verde do pessegueiro aparece todos os anos (Fi- permeáveis, profundos; porta-enxertos de ameixeira, nos
gura 10). Em pomares em plena produção a sua importân- casos de solos menos permeáveis, mais pesados e nos
cia é tanto maior quanto mais próximo o ataque estiver do casos de replantação para evitar fenómenos de fadiga dos
período de floração, onde, por um lado, se devem evitar as solos e híbridos de amendoeira com pessegueiro, quando
intervenções químicas (para proteção dos insetos polini- o terreno seja calcário uma vez que a amendoeira é mais
zadores), e, por outro lado, os estragos são muito nocivos resistente ao calcário e o pessegueiro é sensível (sempre
(morte de flores; picadas sobre o cálice das mesmas ou que o solo possua mais de 7 a 8 % de calcário ativo ou
sobre frutos recém-vingados), e inibição do crescimento quando o solo tenha reação básica) ou se pretende tole-
das folhas que ficam encarquilhadas e pegajosas devido rância ao stresse hídrico nos casos de escassez de água.
à exsudação de seiva. O piolho verde do pessegueiro ata- A escolha do porta-enxerto deve ser realizada com base
ca as plantas no início da rebentação levando à paragem no vigor e capacidade produtiva que induz à cultivar, bem
de crescimento dos gomos, ao encarquilhamento das fo- como às resistências que apresenta a parâmetros edáfi-
lhas e à consequente debilidade das plantas. Em plantas cos como encharcamento, salinidade ou agentes patogé-
jovens (após plantação) levam à deformação dos ramos nicos. Como o pessegueiro é autofértil, as plantas são,
fundamentais à formação da planta, comprometendo a maioritariamente homozigóticas, pelo que são utilizados
obtenção de árvore com boa estrutura. A monitorização porta-enxertos francos (ou seja, obtidos por germinação
realiza-se por observação visual (Barateiro et al., 2016). seminal), que apresentam grande homogeneidade.

Figura 10 – Afídeo verde Figura 11 – Aranhiço amarelo


boas práticas

Vigor Tolerância
Porta-enxerto Origem (1 - elevado; encharcamento Observações
2 - médio; 3 - fraco) (1 - bom; 2 - médio; 3 - fraco)

GF 305 França 2 2 Induz a elevadas produtividades

Montclar® França 2 2 Resistência à clorose férrica

Híbrido pessegueiro x amendoeira, tolerante


GF 677 França 1 3
ao calcário e secura

Nemaguard USA 1 2 Tolerância a nemátodos

Utilizado sobretudo para replantação, mas


Guardian USA 1 2
susceptível a Armillaria sp.

Penta Italy 1 1 Adaptado solos alcalinos

Cadaman França 2 1 Não permite grande longevidade das plantas

Montizo Espanha 3 1 Adaptado solos alcalinos

Julior França 3 1 Apresenta muitos lançamentos (pôlas) (b)


(a)
Série Rootpack Rootpac 40 (menos
Série obtida para intensificação da cultura
(20, 40, 70, 90) Agromillora 30% relativamente 1
com vigor crescente de R20 a R90
Rootpac R GF677)

Quadro 2 – Caracterização de alguns porta-enxertos utilizados na cultura dos pessegueiros //


Adaptado de Reighart & Loreti, 2008; (a) https://www.agromillora.com/rootpac/; (b)Simões et al, 2006

A utilização de porta-enxertos com pouco vigor está indi- obsoleta. Contudo os produtores não têm atualmente em
cada para solos férteis e densidades elevadas, com me- Portugal um Centro Experimental que permita a avaliação
nor número de frutos/planta. No Quadro 2 apresenta-se agronómica das novas cultivares que vão sendo lançadas
uma lista de porta-enxertos e suas características. pelos programas de melhoramento e difundidas pelos vi-
veiristas, pelo que assumem o risco de instalarem novas
As cultivares cultivares sem conhecimento seguro da sua adaptabilida-
A diversidade de cultivares é enorme e, todos os anos são de às condições locais. Um Centro Experimental das Pru-
libertadas cultivares novas. Os principais parâmetros a uti- nóideas com a dinamização adequada é uma necessida-
lizar na seleção da cultivar a instalar são a época de matu- de há muito reclamada pela região da Beira Interior e que
ração dos frutos, a capacidade produtiva, a qualidade dos permitiria uma produção contínua de conhecimento não
frutos, a resistência/tolerância a inimigos (doenças e pra- só das cultivares e porta-enxertos em contínuo lançamen-
gas) e a data de floração. Relativamente à época de pro- to, como teste e criação de novas tecnologias de produção
dução as cultivares podem ser classificadas em temporãs, (Simões et al., 2017c).
quando a maturação ocorre até 30 junho, as cultivares de
Estação, quando a maturação ocorre em julho até 20 de Referências
agosto e as Tardias, quando a maturação ocorre após 20 • Baldini, E. 1992. Arboricultura general. Ediciones Mundi-Pren-
sa, Madrid.
de agosto (Simões et al., 2017b). Para permitir uma oferta
• Barateiro, A., Ramos, C., Fragoso, P. e Lopes, S. 2016. Prin-
de pêssegos de junho até setembro os produtores devem cipais pragas do pessegueiro na região da Beira Interior. In Si-
selecionar as cultivares de modo permitir a colheita e ofer- mões, M.P. (coord). +pêssego – Guia Prático da Produção. Cen-
ta ao longo de todo o período, fazendo assim uma boa tro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional: 195-214.
gestão da mão-de-obra e do mercado. A capacidade pro- ISBN 9789728785048.
dutiva e a qualidade dos frutos é determinante para cada • Calouro, F. e Jordão, P. 2016. Nutrição e Fertilização. In Si-
mões, M.P. (coord). +pêssego – Guia Prático da Produção. Cen-
época de produção, podendo para a mesma data de ma-
tro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional: 195-214.
turação haver cultivares muito distintas. Sempre que, para ISBN 9789728785048.
uma determinada época de maturação, surja uma cultivar • Crisosto, C. H. e Crisosto, G. M. (2005). Relationship between
com características superiores, essa cultivar é instalada ripe soluble solids concentration (RSSC) and consumer accep-
nas renovações frequentes e a menos favorável passa a tance of high and low acid melting flesh peach and nectarine
(Prunus persica (L.) Batsch) cultivars. Postharvest Biology and • Simões, M.P., Capitia, S., Gueifão, S. e Cadima, R. 2009. Produ-
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