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Fruticultura

CEF Operador Agrícola


Descrever os princípios básicos e as principais culturas frutícolas

MÓDULO 3 FRUTICULTURA -
ENQUADRAMENTO
1.Enquadramento geral das frutícolas
Distribuição Geográfica
A repartição das frutas por região
evidencia a tendência para a
especialização:
- Algarve em citrinos e frutos secos
(amêndoa, por exemplo).
- Trás-os-Montes Frutos Secos.
- Beira litoral Maçã
- Regiões do Ribatejo e do Oeste pera
- Entre Douro e Minho, a tradição da
policultura
Importância

O cultivo de plantas frutícolas caracteriza - se por aspetos importantes no


contexto socioeconómico de um país, tais como:

a) Utilização intensiva de mão-de-obra;


b) Possibilita um grande rendimento por área, sendo por isso uma
ótima alternativa para pequenas propriedades rurais;
c) Possibilita o desenvolvimento de agro - indústrias, tanto de
pequeno quanto de grande porte;
d) Contribui para a diminuição das importações;
e) Possibilita aumento das exportações (pera Rocha);
f) As frutas são de importância fundamental como complemento
alimentar, sendo fontes de vitaminas, sais minerais, proteínas e fibras
indispensáveis ao bom funcionamento do organismo humano, entre
outras.
Apesar de sempre
terem
sido cultivadas no
nosso
país, as frutas têm
tido um
crescimento
enorme, quer
em termos de
ocupação de
área de cultivo,
quer em
produção.
É também de
salientar o
crescimento de
espécies,,
como, por
exemplo, o kiwi
e o maracujá.
Onion – cebola
Garlic and leek – alho e alho
francês
Pea – ervilhas
Cabbages – repolho
Pumpkin – abóbora
Lettuce – alface
Potato – batata
Bean – feijão
Green bean – feijão verde
Bell-pepper – pimentão
Tomato – tomate
Carrot – cenoura
Flowers – flor
Plum – ameixeira
Chestnut – castanhas
Cherry – cerejas
Figs – figos
Kiwi –
Citrus – citrinos
Apple – maçã
Melon and melo – melão e meloa
Strawberry – morangos
Pear – pera
Small fruits – frutos pequenos
Table grapes – uvas
Peach – pessegos
Pineapple – ananás
Banana
Anona
Watermelon - melância
2.Botânica e fisiologia das árvores de fruto –
Vegetação e frutificação das árvores de fruto

2.1.Ciclo anual de desenvolvimento


Árvores de folha caduca
Árvores de folha persistente

2.2.Hábitos de vegetação e frutificação

Árvores de folha caduca


Pomóideas - frutos de pevide (pereira; macieira)
Prunóideas – frutos de caroço (amendoeira; Ameixeira; Cerejeira;
Damasqueiro; Ginjeira; Pessegueiro)
Outras - Frutos secos - Juglandáceas (Nogueira)

Árvores de folha persistente


Citrinos – frutos de espinho(laranjeiras; limoeiros; Tangerineiras; Toranjeiras)
Outras - Oleáceas(oliveira)
2.1.Ciclo anual de desenvolvimento
Árvores de folha caduca
Estas árvores têm
Período de dormência (inverno) desde a
queda das folhas até ao principiar da
rebentação.
Período de atividade vegetativa (Principio da
primavera até ao fim do outono)
Características do Período de dormência

• Necessidades mínimas
• Absorção radicular mínima ou nula
• Cessa a elaboração de Hidratos de carbono embora
continuem a deslocar-se e a depositar-se no caule e raízes
• Respiração reduzida
• A seiva quase não circula
• Sem folhas

Melhor período para efetuar podas, transplantações e


tratamentos mais agressivos
Características do Período de atividade vegetativa

• Despertar da atividade vegetativa (pela ação


do calor nos meristemas) - princípio da
primavera
Desenvolvimento reduzido das folhas não permite
produzir seiva elaborada
A planta recorre às reservas do caule e raiz
Período crítico em que os acidentes atmosféricos
podem danificar a planta (geadas, granizos, ventos,
frios…)
• Atividade vegetativa – maior parte da primavera e
verão
A planta passa a viver unicamente da atividade dos seus
órgãos subterrâneos e aéreos
Período crítico em que não pode haver carências nem falta
de água no solo
Pode dar-se a diferenciação floral nalgumas espécies (gomos
folheares transformam-se em florais)
• Enfraquecimento da atividade vegetativa –outono
(redução da humidade do solo, abaixamento da temperatura e dias
mais curtos)
Frutos atingem tamanho definitivo
Ramos param de crescer e lenhificam
As funções das folhas vão diminuindo e a cor vai
mudando começando a cair
Árvores de folha persistente

•Embora não tenham nenhum período sem


folhas têm ciclo anual de desenvolvimento
vegetativo idêntico ao das árvores de folha
caduca (exceto a nespereira).

•O período de menor atividade vegetativa


corresponde ao de dormência nas de folha
caduca
2.2.Hábitos de vegetação e frutificação
• O conhecimento
dos diferentes
modos de
vegetar é um
auxiliar
importantíssimo
para o domínio
que o podador
pretende da
árvore.
2.2.Hábitos de vegetação e frutificação (cont.)

Gomos (gemas)
Quanto à posição Terminais - na extremidade do ramo
Axilares – nas axilas das folhas

Quanto ao número de gomos


Solitários – só um gomo na axila
Grupados – mais de um gomo na
mesma axila
Adventícios – forma-se em qualquer
outro sítio do caule
2.2.Hábitos de vegetação e frutificação (cont.)

Gomo floral

Quanto à natureza Gomos folheares

Folheares (olhos) – emitem ramos ou folhas


(pequenos e pontiagudos)
Florais (botões) – produzem flores com ou sem
folhas (grandes e bojudos ou arredondados)
Mistos – emitem lançamentos ao longo dos quais
surgem folhas e flores
2.2.Hábitos de vegetação e frutificação (cont.)

Quanto à época de desenvolvimento

Gomos de formação pronta ou prontos – forma-se e desenvolvem-se no


mesmo ciclo vegetativo produzindo ramos ou flores no próprio ano em que
aparecem

Gomos hibernantes - evoluem no ano seguinte ao da sua formação

Gomos dormentes – são os que só se desenvolvem alguns anos depois da sua


formação ou podem nunca chegar a evoluir

Quanto à orientação em relação à copa

Internos – voltados para o interior da copa


Externos - voltados para o exterior da copa
Laterais - situados lateralmente
2.2.Hábitos de vegetação e frutificação (cont.)
ramos
Ramos
•Ramos de fruto
•Ramos mistos
•Ramos de madeira

pernadas
Ramos de fruto – aparecimento de flores
e formação de frutos Tronco

Dardo – pequeno ramo com entrenós


muito curtos, atarracado e pontiagudo,
que se desenvolve lentamente. Termina
num gomo folhear , pode aparecer com
gomos florais em qualquer dos anos
seguintes e transformar-se em esporão.

Ramos de madeira em evolução para ramos


de fruto Dardos: Ramo pequeno de entre nós
curtos
2.2.Hábitos de vegetação e frutificação (cont.)

Esporões – (tortuoso, reto, ramalhete)


Ramo normalmente pequeno e rugoso,
especialmente adaptado à produção de frutos
E geralmente mantem a produção vários anos

Reto – tem gomo terminal folhear (cerejeira,


damasqueiro)

tortuoso – tem gomo floral terminal e não se


pode desenvolver a direito (pereira, macieira)

ramalhete – gomos florais e folheares


misturados e muito juntos (cerejeira, amendoeira)
Verdasca – ramo delgado e flexível mais
ou menos curto com acentuada
tendência para a frutificação

Verdasca
Verdasca coroada
simples:
As verdascas são órgãos formados no ano Ramo flexível
anterior ou seja com 1ano de idade, que termina
flexíveis e de comprimento médio num gomo
Coroada termina num gomo floral . folear
Ramos mistos – ramos mais ou
menos compridos que têm
gomos foleares e florais

Ramos de madeira – têm


comprimento variável e só têm
gomos foleares
Bolsas – entumescimentos junto
às cicatrizes dos frutos que são
verdasca depósitos de reserva
Verdasca coroada

esporão
3. Principais espécies e variedades fruteiras
Pomóideas

Prunóideas
Citrinos
Pereira
Pereira
• Pomóidea
• Folha caduca
• Frutifica em dardos, esporões
(tortuosos) e verdascas
• As peras necessitam de um local quente, protegido de ventos
fortes.
• Deve ser plantada a árvore de pera rocha em raiz no Outono ou
Primavera, quando as árvores estão no seu período de dormência.
• Cresce melhor em solos profundos com boa drenagem e um pH por
volta dos 6,5.
• Têm dificuldades em solos arenosos e alcalinos onde são mais
suscetíveis a certas doenças
Esporão que originou uma
verdasca
Verdasca – ramo que
normalmente
interessa manter-se
em frutificação
A produção de Pera Rocha é feita em
praticamente toda a região do Oeste, no
entanto é de salientar concelhos como o
Cadaval com uma área de cultivo de 2073
hectares, que tem vindo a crescer muito na
última década.

Cerca de 90% da produção feita na Região do


Oeste tem como destino principal os mercados
internacionais
Macieira
Macieira
• Um dos aspetos cruciais na produção da maçã e fundamental
para qualquer produtor é garantir que o seu pomar de macieiras
terá acesso a grandes quantidades de água, essencialmente na
altura dos meses mais quentes, que é quando esta é mais
precisa. A falta de água nos meses de Verão pode traduzir-se
numa maçã de qualidade e tamanho inferior o que compromete
irremediavelmente o rendimento do produtor.
• Determinado tipo de climas podem trazer dificuldades acrescidas
à produção de maçã. A ocorrência de geadas ou queda de granizo
são geralmente os maiores riscos para os produtores de maçã,
riscos esses que não são compensados adequadamente mesmo
no caso de pomares abrangidos por seguros de colheita.
Escolher o tipo de planta de maçã (Cultivares)

•As plantas de maçã mais frequentemente produzidas em Portugal


produzem fruta saborosa e adaptam-se bem ao nosso clima.

• Os cultivares mais procurados e usados em Portugal para


produção comercial são: Royal Gala, Golden Delicious, Red
Starking, Fuji, Reineta, Jonagold e ainda a Bravo de Esmolfe, uma
qualidade típica do nosso país.
• Todas conseguem produtividade semelhantes em regime de
produção intensiva (40 a 50 ton/ha) com exceção da Bravo de
Esmolfe que costuma não ser tão constante e ter produções de 20-
30 ton/ ha.
•As maçãs de qualidade Reineta e Bravo de Esmolfe por terem
particularidades como variabilidade de quantidade produzida e
mesmo algumas pragas/doenças características destas maçãs nem
sempre são as escolhidas.
•As Gala, Golden e Red têm sido mais predominantes nas
plantações mais recentes, pela sua atratividade comercial e no
caso da Gala, pelo maior valor por Kg conseguido na venda.
Macieira antes e depois da poda.
Nogueira

inflorescência de flores masculinas


flores femininas
As nogueiras são árvores de folha
caduca cuja plantação é
tradicionalmente mais forte no
norte do país.

Normalmente tem uma


longevidade entre 300 e 400
anos, embora com condições
perfeitas possa ultrapassar os
1000

A árvore atinge dimensões


consideráveis (até 30 m) e ao
fim de alguns anos começa a
produzir ótimos e saudáveis
frutos
Nogal
• O solo ideal deve ter boa
drenagem e ter um pH
ligeiramente ácido entre os
4,5 e os 6,5,ser húmido e
profundo.
• Se o solo tiver alguma
inclinação é o ideal (muita
inclinação não é
recomendada devido à
dificuldade acrescida na
colheita).
•Necessita humidade mas sem
encharcar
•rega moderada a abundante.
•Suporta grandes variações de
temperatura (até -20ºC)
• é sensível às geadas tardias.
•A árvore produz químicos que,
arrastados para o solo pela chuva,
inibem o crescimento de outras
plantas debaixo da sua copa,
nomeadamente macieiras, batatas,
tomates ... Resumindo, não é a
melhor árvore de companhia.
•Modos de propagação: Por
semente
Pode-se efetuar sementeira direta ou em vasos e depois transplantá-las
Sementeira em vasos individuais

Semeiam-se assim que estiverem


maduras em vasos individuais algo
profundos, pois produzem uma raiz
profunda que se ressente se
perturbada.

A semente normalmente germina


no fim do inverno ou na primavera.

Mudam-se as plantas para as suas


posições definitivas na primavera e
devem ser resguardadas do frio
durante os primeiros invernos.
sementeira direta
Preparar as sementes

O número de sementes a dependerá do


espaço existente e do número de árvores
que se pretende.
As sementes devem estar bem limpas
para que germinem mais depressa na
primavera.
Devem ser retiradas da casca com
cuidado (esta prática aumenta a
possibilidade de sucesso da sementeira).
sementeira direta

Uma regra geral na sementeira e que se


aplica também para as nogueiras, é nunca
pôr a semente a uma profundidade superior
à largura desta. Isto significa que apenas
deve fazer um buraco no solo
suficientemente fundo para tapar a semente.

Pode semear -se em qualquer altura, mas as


nozes precisam habitualmente de um
período de frio para permitir a germinação
na Primavera, pelo que semear no Outono é
o ideal.
sementeira direta

Podem semear-se duas


sementes no mesmo buraco
para aumentar as possibilidades
de sucesso. Se as duas
germinarem procede-se à
transplantação de uma.

É importante garantir que o local


está protegido de animais que
podem facilmente estragar toda
a sementeira.

A germinação deverá ocorrer no


início da primavera.
A árvore atingirá uma altura de 30 a 60 cm
no primeiro ano.

É recomendável plantar/semear as árvores


com uma distância de 4 metros entre elas e
garantir que a zona da árvore está livre de
ervas e plantas que possam competir em
termos de nutrientes que são necessários ao
desenvolvimento normal da planta/semente.
Pessegueiro
Os pêssegos comerciais pertencem ao género Prunus Persica
pertencente à família Rosaceae, que envolve um vasto número de
frutos conhecidos por "frutos com caroço“- Prunóideas

As variedades cultivadas são inúmeras


predominando as de polpa amarela, sobretudo as
semi-tardias e tardias
Zonas de Produção

As zonas de produção de pêssego


localizam-se essencialmente

• na região do Ribatejo e Oeste


(Palmela, Oeste e Ribatejo),

•Beira Interior (Cova da Beira),

•Alentejo (Montargil e Maranhão)

•Algarve,

• Trás-os-Montes (Mirandela).
Clima
O pessegueiro é uma planta que requer Invernos frios,
Primaveras suaves e Verões quentes.

Nas regiões com risco de geadas primaveris e ventos frios,


deve evitar-se o cultivo do pessegueiro.

exige valores elevados de luminosidade e temperatura


durante a sua vegetação

Beneficia ainda com a alternância entre temperaturas


quentes durante o dia e frescas de noite.

Por estas razões e por questões fitossanitárias, a cultura está


adaptada a condições de baixa pluviosidade e humidade
relativa, desde que se recorra ao regadio.
Solo
O pessegueiro é uma planta que não tolera excesso de
humidade, ou valores elevados de calcário

 O pessegueiro requer solos com espessura efetiva


superior a 80 cm, de textura franco arenosa, bem
drenados, bem estruturados e
com pH neutro a ligeiramente alcalino.
Preparação do Terreno
A preparação do terreno para a plantação do pomar, deve assegurar um
bom desenvolvimento radicular e boas condições para a alimentação
Hídrica e mineral.
Durante o Verão precedente à plantação deve mobilizar-se o solo até 1 metro de
profundidade sem alteração do seu perfil.

Compasso

Pode optar-se por :

 pomares conduzidos em vaso e plantados a 5


x 4 m,
 ou conduzidos em eixo com 4 x 1 m

a forma de condução deve garantir as melhores


condições de luminosidade das plantas.
Citrinos
ZONAS DE PRODUÇÃO

Em Portugal as principais regiões de


produção de laranjas situam-se

•no Algarve (65%), que é igualmente a


principal região de produção de
tangerinas e limões,

• Ribatejo (14%)

• Alentejo (12%). ORIGEM


Os citrinos tiveram a sua
•A área nacional cultivada é de cerca 9359 origem em regiões tropicais e
ha. subtropicais da Ásia (Sul da
China, Indochina, Índia).
Clima

Temperatura

O seu desenvolvimento ocorre com temperaturas compreendidas


entre os 10-12 0C e os 38 0C, situando-se as ótimas entre os 23 0C e os
34 0C.
A maioria das espécies de citros paralisa o crescimento, quando
submetidas a temperaturas constantes entre 12 e 13°C.
Acima de 12°C, a taxa de crescimento aumenta progressivamente,
atingindo o máximo em temperaturas entre 25 e 31°C.
Acima de 31°C, a taxa de crescimento decresce gradativamente até
36°C e cessa entre 38 e 40°C.

Precipitação pluviométrica
 
A exigência de água pelas espécies de citros varia entre 1.000 e 2.000
mm de chuva por ano
Solo
 
Os citros são pouco exigentes em tipo de solo, adaptando-se bem em
solos arenosos e até nos relativamente argilosos.
Os solos que permitem melhor desenvolvimento são os leves, bem
arejados, profundos e sem impedimentos físicos.
Os solos muito argilosos devem ser evitados, pois dificultam o
desenvolvimento e o arejamento do sistema radicular, prejudicando o
crescimento das plantas.
Época de produção

A oferta de laranja estende-se de Outubro a Setembro, contribuindo para isso


a cultivar Valência Late, associada ao processo atual de expansão da cultura
no Algarve porque para além de ter uma boa aceitação no mercado, tem uma
época de colheita fora do período tradicional dos citrinos.

Para além desta, são muito cultivadas as cultivares Dalmau, Baía, Jaffa e
Setúbal.
Oliveira
Solos

A oliveira vai bem em quase todos os tipos de solo, embora prefira os de


textura moderadamente fina - francos, francolimosos, franco-argilosos e
franco-argilo-limosos - ricos em calcário, com boa profundidade (cerca de 1
m) e bem drenados.
Dá-se em solos moderadamente ácidos a ligeiramente alcalinos (pH 8,5).

Variedades
A variedade predominante no país é a Galega Vulgar que
dá um azeite excelente; é pouco produtiva, alternante,
com baixas fundas e sensível à mosca, cochonilha, traça,
gafa e tuberculose.
Hoje estão a plantar-se outras variedades, mais
produtivas e com maior percentagem de azeite, como
são os casos da Cobrançosa, Arbequina e Picual. Esta
última é muito sensível ao "olho de pavão" e o azeite
apresenta um sabor muito característico.
Entre as variedades para conserva salienta-se, para a
região, a Negrinha do Freixo.
Fertilização

Como qualquer outra cultura, a oliveira


necessita de uma alimentação equilibrada,
sendo particularmente sensível à falta de azoto,
potássio e cálcio.

Entre os microelementos verificam-se, com


certa frequência, carências de boro.

Se tivermos em atenção que tem de haver


crescimentos anuais para haver produção, é
absolutamente imprescindível que o olival seja
adubado anualmente socorrendo-nos, para o
efeito das análises de solo e/ou foliares, por
forma a melhor se conhecerem as necessidades
do solo.
Compassos

Os compassos a usar dependem


da variedade,
do solo,
da possibilidade da cultura ser ou não
regada
 do destino a dar à azeitona - azeite ou
conserva.

Para azeite devem ser plantadas entre 200 e


300 árvores/ha, devendo as linhas distarem
7 m entre si, para facilitar a colheita
mecânica.

Para conserva podemos plantar mais de 300


árvores/ha.
Condução

Atendendo a que devido aos custos a colheita mecânica será


imprescindível no futuro, deveremos ter em atenção a altura do tronco
(0,8/1 m), local onde se fará a cruz com 2, 3 ou 4 pernadas principais.

Na formação e frutificação devemo-nos preocupar, no futuro, com a


localização do fruto, por forma a facilitar a colheita.
Também nos deverá merecer atenção o arejamento e a iluminação de
toda a copa, para facilitar a polinização, o desenvolvimento dos frutos e
dificultar o ataque e a disseminação de pragas e doenças.

Com o aparecimento do período de velhice das plantas, as produções


diminuem, havendo então necessidade de fazer podas de renovação.

A poda mecânica começa também a praticar-se, ainda que em fase de


experimentação no nosso país.
Irrigação

Absolutamente indispensável na azeitona para


conserva para obtenção de bons calibres, também
a destinada a azeite beneficia com a rega, dado
que permite um aumento substancial da produção
e influência os problemas da safra e contrassafra.

Sendo a água necessária durante o cicio anual, há


dois períodos críticos:
 o primeiro na fase de desenvolvimento do
caroço que em primaveras secas endurece, não
aumenta de tamanho e condiciona o
desenvolvimento do fruto
e o segundo ocorre com o desenvolvimento da
polpa; os frutos enrugam e o conteúdo em azeite
pode diminuir consideravelmente.
Sanidade

Não é difícil manter a oliveira em bom


estado sanitário, muito embora também
não seja fácil indicar-se um calendário de
tratamentos, porquanto os anos não
decorrem sempre iguais, fazendo com que
as pragas principais - mosca, traça,
cochonilha e as doenças - gafa, olho de
pavão e tuberculose - se antecipem,
retardem ou até nem prejudiquem.

Correto será o olivicultor inscrever-se no


Sistema de Avisos, que lhe indicará
quando e como fazer os tratamentos; para
além da oliveira, obterá também
conselhos sobre a maneira de tratar vinha,
a macieira, os citrinos, a batata, etc.
Colheita

A colheita deverá ocorrer na fase de


viragem - quando a azeitona está a ficar
roxa -, altura em que atinge o máximo de
azeite e este apresenta as melhores
características e de forma a não destruir
os crescimentos da oliveira, que nos
garantem a produção do ano seguinte.

A azeitona deve ser limpa no olival para


não transmitir defeitos ao azeite, ficando
os resíduos a enriquecer o solo.
Senhor Olivicultor: Durante a colheita
não corte e não pode as oliveiras.
Quando o faz está a prejudicar as plantas
e a prejudicar o seu rendimento. Pode
também estar a contribuir para a morte
das oliveiras devido ao frio.
Laboração

A azeitona deve ser laborada imediatamente a seguir à


colheita;

não se deve fazer tulha (máximo 48 horas);

deverá ser transportada em caixas plásticas perfuradas


para se manter íntegra.

A azeitona do chão deve ir à parte para o lagar e o azeite


obtido, de pior qualidade, deverá constituir um lote
diferente.
Ameixeira
Condições Edafoclimáticas

O sucesso na exploração de um pomar de ameixeira


depende muito de sua localização.

Condições de Clima

A ameixa geralmente atinge melhor qualidade em áreas onde as temperaturas, no


verão (principalmente próximo à safra), são relativamente altas durante o dia e
amenas no período noturno.
Secas prolongadas durante a plantação e antes da colheita trazem considerável
prejuízo à cultura.
Ventos fortes também são, prejudiciais pois causam danos mecânicos, dilacerando as
folhas e contribuindo para a propagação de doenças, principalmente bacterianas.

Recomenda-se a utilização de quebra-ventos, instalando-os perpendicularmente, às


direções de maior predominância dos ventos. Deve-se deixar uma distância das
primeiras plantas, para evitar sombreamento, quando o mesmo for instalado na
posição Norte.
O frio é classificado como o parâmetro de maior importância, tanto para
eliminar a dormência, como após a floração. Quando as necessidades de frio
não são satisfeitas, ocorre floração e rebentação heterogénea e insuficientes,
Dos fenómenos climáticos que causam danos à produção merecem destaque
as geadas, os ventos fortes e as secas.
Condições de Solo

Em relação ao solo, a ameixeira desenvolve-se bem nos profundos,


permeáveis e bem drenados. As raízes precisam de bom arejamento para
realizarem, adequadamente, as atividades metabólicas. Por essa razão, boa
drenagem é um dos principais aspetos a ser considerado ao escolher-se a
área para instalação do pomar.

Solos que possibilitam o crescimento das raízes até um metro de


profundidade, proporcionam a formação de árvores maiores, mais
produtivas e de maior longevidade.

O pH favorável situa-se ao redor de 6,0.

É importante selecionar um local com elevação e bem exposto ao sol.


Áreas onduladas ou encostas com declive não muito acentuado são as mais
convenientes ( As margens dos rios, o fundo dos vales e áreas baixas, por
estarem sujeitos a geadas, são desaconselháveis).
Pragas e Métodos de Controle

Os danos causados pelos insetos à ameixeira são variáveis e podem ser


observados em todas partes do tecido vegetal.

Vários insetos podem sugar a seiva de caules, ramos, folhas e frutos,


causando o definhamento das plantas.

Podem injetar substâncias tóxicas, produzindo alterações no


desenvolvimento dos tecidos, comprometendo a produção.

Alguns são vetores de doenças, principalmente viroses, causando prejuízos


irrecuperáveis à lavoura.

Existem insetos que utilizam partes da planta e principalmente os frutos


para reprodução, inutilizando-os para comercialização.

Vários insetos têm importância para esta cultura


Problemas que podem atingir as ameixas, as cerejas e os pêssegos…

Doença Sintomas Solução


Cancro bacteriano Secreções pegajosas nos Retirar casca doente,
troncos e ramos e cobrir com produto
depressões na casca cicatrizante e queimar
ramos doentes

Doença do Folhas com tonalidade Cortar ramos atingidos e


chumbo acinzentada, podendo queimá-los. Se o tronco
ficar castanhas cedo estiver afectado, eliminar
demais a árvore

Lepra do Folhas deformadas e Apanhar e queimar folhas


pessegueiro inchadas. Caem atingidas e pulverizar
prematuramente com calda bordalesa
(sulfato de cobre com cal
apagada) antes da
floração

Ferrugem da Manchas castanhas por Retirar e destruir folhas


ameixeira debaixo das folhas atingidas
Pragas Sintomas Solução
Conchonilhas Troncos cobertos de Nas árvores mais
insectos castanhos, jovens, retirar
em forma de insectos com a mão
concha e esfregar com
álcool etílico ou
pulverizar com óleo
de verão e água
(1,5/100 l)

Pulgões Colónias de pulgões Não há soluções


castanho-escuros eficazes
nos rebentos e nas
flores das cerejeiras

Hoplocampas Larvas fazem frutos Destruir frutos


da ameixeira cair atingidos pela praga
prematuramente
Implantação do pomar

A implantação do pomar, varia com a topografia e tipo de solo.


Entretanto, alguns aspetos são os mesmos, independentes das
particularidades da topografia e do solo.

Assim, limpeza do terreno retirada de pedras, raízes e ramos de


árvores ou arbustos, devem ser sempre realizadas, pois irão
dificultar os tratos culturais do pomar.
Além disso, a permanência de restos vegetais poderão ser focos de
contaminação de doenças de raízes.
As operações básicas normalmente recomentadas, são a
subsolagem e a gradagem.

FIM

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