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COMPOSIÇÃO DO FUNDO DO OCEANO

Depois da plataforma continental, os oceanos se tornam muito mais profundos


rapidamente. Isso se deve aos chamados taludes ou declives continentais. Com uma
inclinação acentuada, a profundidade aumenta rapidamente, podendo chegar aos 2 km
ou mais, a depender do local. Assim como na plataforma continental, os materiais que
recobrem essa região são predominantemente areia, rochas e lama — composta por
sedimentos minerais e restos de organismos marinhos.

A expansão dos fundos oceânicos é um processo geológico que conduz a que as


estruturas dos fundos oceânicos sejam formadas por materiais provenientes do manto,
que emergem devido à ação das correntes de convecção mantélicas. Ao emergir,
o magma força a expansão da dorsal, abrindo uma espécie de fenda ao longo da sua
crista onde ocorre intenso vulcanismo submarino.
Todavia, essa fenda criada na crista da dorsal pelo afastamento do material anterior é
preenchida pelo magma, que, ao se solidificar, leva a novo afastamento das estruturas
laterais da dorsal e, assim sucessivamente, à expansão da crosta oceânica.
Para explicar a deriva continental, Alfred Wegener e Alexander du Toit postularam
que os continentes em movimento se arrastavam através do fundo do mar fixo e
imóvel. A ideia de que o próprio fundo do mar se move e também carrega os
continentes com ele à medida que se expande a partir de um eixo dorsal central foi
proposta na década de 1960 por
Harold Hammond Hess, da Princeton University, e Robert Dietz, do U.S. Naval
Electronics Laboratory em San Diego. O fenómeno é hoje o conceito nuclear da
moderna tectónica de placas. Em locais onde duas placas se afastam, nas dorsais
meso-oceânicas, um novo segmento de crosta oceânica é continuamente formado
durante a expansão do fundo do mar.[4]

A Dorsal Mesoatlântica é uma cadeia montanhosa no fundo do oceano onde acontece


a separação de placas tectônicas (Imagem: NOAA)
Em locais de afastamento de placas tectônicas— como é o caso do Oceano Atlântico
entre o Brasil e a África — o que se segue é uma vasta planície abissal. Estas regiões
alcançam de 3.000 a 6.000 metros de profundidade e correspondem a quase 70% do
oceano global. Apesar do nome, estas áreas não são totalmente planas, existem
formações como colinas, vales e montes submarinos. Locais como esse não recebem
luz solar e possuem uma fauna adaptada para estas condições.

NAS GRANDES PROFUNDEZAS

No centro das planícies abissais, encontramos as dorsais oceânicas — cadeias


montanhosas nas profundidades do mar, onde as placas tectônicas estão, hoje, se
separando. Para preencher o espaço deixado pelo lento afastamento delas, o magma
no manto do planeta sobe, se integrando à crosta terrestre. É nessas regiões que se
concentram as fontes hidrotermais oceânicas — as fumarolas — em que o calor do
manto cria na água um ambiente que cientistas imaginam que seja próximo ao do
surgimento da vida na Terra.

Os peixes abissais vivem na faixa de 75 a 4.000 metros de profundidade (Imagem:


Masaki Miya/Wikimedia Commons)
Se, quando as placas tectônicas se afastam, elas criam as planícies e as dorsais
oceânicas, quando elas se encontram — e uma entra embaixo da outra — o oceano
chega a suas maiores profundidades. São as chamadas fossas oceânicas — a maior
delas é a Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, com 10.920 metros de
profundidade.

O peixe-caracol das Marianas (Pseudoliparis swirei) já foi encontrado a 7.000 metros


no fundo do mar (Imagem: Wang et al./Reprodução via Nature)
A ausência de luz e a alta pressão nesses locais tornam as fossas habitats inóspitos,
mas alguns peixes e, principalmente, bactérias quimiossintetizantes, ainda os habitam.
Estas não usam a luz como fonte de energia e, sim, moléculas como o metano ou
compostos de enxofre, ferro e nitrogênio.

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