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O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas

Teoria da Tectónica de Placas



 Alfred Wegener (1880-1930), propôs a Teoria da Deriva Continental,
ao constatar um ajuste quase perfeito das margens da América do Sul e de
África. Esta teoria, apesar de se apoiar em diferentes dados,
morfológicos, paleoclimáticos, paleontológicos e geológicos, foi
rebatida pelos físicos da altura, pois não era conhecido nenhum
mecanismo capaz de fazer deslocar grandes massas continentais.
 Harry Hess (1906-1969) e Robert Dietz (1914-1995), mais tarde
associaram esta teoria à formulação de outra – Teoria da Expansão dos
Fundos Oceânicos.

Teoria da Deriva Continental  Os continentes atuais estiveram unidos no


passado, formando, até há cerca de 280 a 200 Ma, um único supercontinente – a
Pangeia -, e desde então este fragmentou-se lentamente em continentes de
menores dimensões.

Dados morfológicos: as margens dos continentes encaixam umas nas outras,


nomeadamente a América do Sul e a África.

Dados paleoclimáticos: vestígios de climas muito frios em zonas que


atualmente apresentam climas quentes e vice-versa.

Dados paleontológicos: ocorrência de fósseis de espécies iguais,


tipicamente não marinhas, em diferentes continentes que, atualmente, estão
separados por oceanos.

Dados geológicos: existência de formações rochosas mais antigas com


litologias semelhantes em continentes diferentes, que atualmente estão
separados.
Teoria da Expansão dos Fundos Oceânicos  A crosta oceânica
encontra-se separada por riftes, grandes fraturas através das quais ascende
magma proveniente do interior da Terra, formando nova crosta oceânica. Em
consequência, os oceanos expandem e os continentes movem-se.

As novas tecnologias, com o pós-guerra permitiram a exploração do


fundo oceânico, levando, consequentemente, a um maior conhecimento da sua
forma e do seu relevo. O fundo dos oceanos é constituído por zonas distintas:
 Plataforma continental – zona pouco inclinada, que não excede
aproximadamente os 200m de profundidade. É formada por crosta
continental.
 Talude continental – zona de transição entre os continentes e o
fundo oceânico, com um declive muito acentuado, que se estende
até cerca de 2000 metros de profundidade. É formada por crosta
continental.
 Planície abissal – regiões muito extensas do fundo oceânico,
essencialmente planas, situadas entre 3000 metros e 5000 metros
de profundidade. São formadas por sedimentos marinhos sobre a
crosta oceânica.
 Dorsal oceânica – extensa crista montanhosa que interrompe a
planície abissal.
 Rifte oceânico – fratura longitudinal na região central da dorsal
oceânica. Zona através da qual o magma proveniente do interior da
Terra chega à superfície.
 Falhas transformantes – falhas transversais que entrecortam os
riftes, que podem atingir, em alguns casos, todo o comprimento da
planície abissal.
 Fossa abissal ou oceânica – junto à margem de alguns continentes
ou arquipélagos encontram-se depressões profundas que se
denominam fossas abissais ou oceânicas.
Com isto, podemos identificar a idade das rochas da crosta oceânica, pois,
nos riftes, a partir da ascensão do magma, impulsiona a crosta oceânica mais
antiga, na direção dos continentes, explicando assim a expansão dos oceanos e o
movimento dos continentes.

Crosta oceânica – rocha vulcânica basáltica (+ densa do que a crosta


continental)
Crosta continental – rocha granítica (- densa do que a crosta oceânica)

Pressupõe-se que os fundos oceânicos serão destruídos nas fossas oceânicas,


uma vez que a Terra não aumenta de volume e que os fundos oceânicos se
formam continuamente.

Dados que apoiam a Teoria da Expansão dos Fundos Oceânicos



 Morfologia do fundo oceânico (dorsais e riftes)
 A idade das rochas da crosta oceânica, que vai aumentando com a
distância ao rifte.

Teoria da Tectónica de Placas

litosfera – zona rochosa mais superficial da Terra, rígida e com uma espessura
média de 100 km. Encontra-se dividida em diversas placas – placas litosféricas
ou placas tectónicas – principais que deslizam, afastam-se ou convergem, umas
em relação às outras.

A litosfera inclui a crosta terrestre que forma os continentes, e oceânica,


localizada nos fundos oceânicos, e uma pequena parte rígida do manto superior.

astenosfera – encontra-se logo abaixo da litosfera,


(tem provavelmente cerca de 300 km de espessura), pertencente ao manto
superior, uma zona de baixa rigidez, devido ao facto de ter na sua constituição
material dúctil.

Correntes de Convecção

As forças que provocam o movimento das placas litosféricas resultam do calor


interno do próprio planeta, calor que gera correntes de convecção no
manto/astenosfera. Estas correntes são fluxo de material quente e, portanto,
menos denso proveniente de zonas profundas da Terra, que ascende em direção
à superfície.

Material rochoso: mais quentemenos denso (ascende)


menos quentemais denso (afunda(subducta))

Este fenómeno é considerado o motor dos movimentos das placas litosféricas,


pois explica a ascensão de material quente de origem mais ou menos profunda
nas zonas de rifte.

As fossas oceânicas são as formas de relevo que marcam zonas de subducção


existentes em profundidade. Nestas zonas é destruída a crosta oceânica, na
medida em que quando duas placas litosféricas colidem, a que for mais antiga,
mais espessa e mais densa, afunda (subducta) sob a outra. A construção de
crosta oceânica nos riftes é compensada pela sua destruição nas zonas de
subducção, onde as placas oceânicas são subductadas por serem mais densas.

Tipos de limites entre placas litosféricas

Há evidências de que também o afundamento nas zonas de subducção, ao puxar


as placas litosféricas para baixo, obriga-as a deslocarem-se.

 Limites em que ocorre ascensão de magma (riftes  limites divergentes


ou construtivos;
 Limites em que as placas colidem  limites convergentes ou
destrutivos – quer seja uma colisão oceânica-oceânica ou oceânica-
continental existe a subducção da placa que for mais densa. No caso de
uma colisão continental, não existe subducção. Verificam-se episódios de
vulcanismo.
 Limites em que as placas deslizam horizontalmente umas em relação às
outras – não há nem criação de litosfera, nem a sua destruição limites
transformantes. Verifica-se sismicidade.

Em resultado do deslocamento de placas, nos limites divergentes e


convergentes a atividade vulcânica e sísmica são intensas.

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