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​ Fundos oceânicos e tectónica

de placas
​ A Teoria da Deriva Continental deu lugar a outras teorias que
surgiram com os avanços científicos e tecnológicos. Estes
permitiram constatar que os fundos oceânicos se encontram em
expansão, conhecer a sua morfologia e delinear mapas destas
regiões da Terra.
​ Morfologia dos fundos oceânicos
​ Plataforma continental: Prolongamento submerso dos continentes
e de pouca profundidade.
Talude continental: Zona de declive acentuado entre as plataforma
continental e a planície abissal.
Planície abissal: Região extensa e plana, constituída por uma
camada fina de sedimentos, com profundidade entre 3000 e os 6000
metros.
Dorsal oceânica: Cadeia montanhosa com milhares de quilómetros
de comprimento, que se situa na zona média dos fundos oceânicos.
Rifte: Vale situado na região central da dorsal oceânica, por onde
ascende e consolida material rochoso, parcialmente fundido,
proveniente do interior da Terra.
Fossa oceânica: Depressão profunda e alongada do fundo
oceânico.


Fig. 1 - Morfologia dos fundos oceânicos.
​ Idade e paleomagnetismo das rochas dos fundos
oceânicos
​ A tecnologia também permitiu descobrir que a Terra apresenta um
campo magnético e que este variou ao longo do tempo, sofrendo
inversões na sua polaridade.
É possível estudar as inversões do campo magnético terrestre, uma
vez que, os minerais metálicos existentes em algumas rochas, como
é o caso dos basaltos dos fundos oceânicos, se orientam de acordo
com o campo magnético terrestre existente na altura em que as
rochas se formaram mantendo essa orientação, durante centenas de
milhões de anos.
No rifte, a nova crosta oceânica formada solidifica em ambos os
lados da dorsal em placas diferentes que tendem a afastar-se.
Quanto mais perto do rifte, mais recentes são as rochas, pois é aí
que existe formação de nova crosta terrestre e as mais antigas são
as que estão mais longe do rifte.

​ Teoria da Expansão dos Fundos Oceânicos e Teoria
da Tectónica de Placas
​ Os fundos oceânicos formam-se a partir dos riftes, mas depois vão
sendo destruídos nas zonas de subdução, nas fossas oceânicas.
Isto faz com que continentes se aproximem nuns locais e se afastem
noutros, fazendo com que a Terra mantenha o mesmo volume.
Para explicar a expansão dos fundos oceânicos surgiu a Teoria da
Tectónica de Placas que refere que a litosfera se encontra
fragmentada em placas litosféricas e que estas se movem sobre a
astenosfera, onde se encontram as correntes de convecção térmica,
geradas pelo calor interno da Terra.


​ Tipos de limites entre placas
litosféricas


​ Fig. 1 - Placas litosféricas.
​ A Teoria tectónica de placas explica que a litosfera se encontra
fragmentada em várias placas litosféricas (ou placas tectónicas) e que
estas se movem sobre a astenosfera, onde se encontram as correntes de
convecção térmicas, geradas pelo calor interno da Terra.

Os limites das placas litosféricas podem ser de três tipos:

​ Limites divergentes - correspondem às zonas de riftes, nos quais as
placas se afastam uma da outra, formando-se nova litosfera. Os limites
divergentes são regiões com muita atividade vulcânica e alguma atividade
sísmica.

​ Limites convergentes - correspondem a zonas de colisão de placas
litosféricas. Pode haver aumento da espessura da Litosfera, com
formação de montanhas ou, nas zonas de subducção, haver destruição de
litosfera. Os limites convergentes de placas litosféricas são regiões com
muita atividade sísmica e vulcânica.

​ Limites transformantes - correspondem a zonas em que as placas
deslizam uma em relação à outra, sem formação nem destruição de
litosfera. Os limites transformantes de placas litosféricas são regiões com
muita atividade sísmica.
​ Teoria da Deriva Continental

​ Fig. 1 - Posição dos continentes há 225 Ma e atualmente.


​ A Teoria da Deriva Continental foi apresentada por Alfred
Wegener, em 1915, e defendia que os continentes atuais já
estiveram unidos no passado, formando um supercontinente –
Pangeia, estando este rodeado por um único oceano – Pantalassa.
Este supercontinente ter-se-á fragmentado em vários continentes,
que se deslocaram ao longo do tempo chegando até às posições
atuais.
​ Wegener defendeu que as massas continentais movimentavam-se,
lenta e continuamente, sobre o oceano, flutuando como icebergues,
alterando a sua posição ao longo do tempo. A deslocação dos
continentes seria causada pela força de rotação da Terra, pelo
movimento das marés e devido à força de atração do Sol e da Lua.
Os argumentos utilizados por Wegener que apoiavam a Teoria da
Deriva Continental são:
○ Argumentos morfológicos: As margens das costas atlânticas
de África e da América do Sul encaixam-se como um puzzle,
como se estes já estivessem juntos no passado.
○ Argumentos paleontológicos: Comparando o registo fóssil
em diferentes continentes, verifica-se a existência de fósseis
semelhantes em locais que atualmente se encontram
distantes.
○ Argumentos geológicos (ou litológicos): Comparando a
geologia das margens dos continentes que terão estado
unidos, verifica-se a existência de formações rochosas
idênticas e com a mesma idade em diferentes continentes.
○ Argumentos paleoclimáticos: Existem vestígios de glaciares
antigos, que hoje em dia se encontram em zonas tropicais.

Para mais informações, explora a secção La dérive des continents,


do site Géosciences3D.
Esta teoria foi bastante criticada pela comunidade científica,
contrariando Wegener e alegando que os materiais que constituem
os continentes não permitem que estes flutuem sobre os fundos
oceânicos, assim como a força centrífuga resultante da rotação da
Terra e a atração de outros astros não são suficientes para provocar
o movimento dos continentes.
Contudo, os estudos de Wegener foram muito importantes, uma vez
que impulsionaram e permitiram ampliar conhecimentos científicos
nesta área.

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