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Sismo e tsunami de Tohoku de 2011

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Sismo e tsunami de Tohoku de 2011

Vista aérea de Sendai em 12 de março de 2011.

Localização do epicentro e intensidade do sismo e


réplicas.

Epicentro 38° 19' 19.2" N 142° 22' 8.4" E

Profundidade 24

Magnitude 9,1[1] MW

Data 11 de março de 2011, 14:56:23


hora local

Zonas atingidas Japão

Vítimas 15 894 mortos confirmados,


6 152 feridos e cerca de 2 562
desaparecidos[2]

Sismo e tsunami de Tohoku de 2011 ou sismo e tsunami de Sendai (designado


oficialmente Grande Terremoto do Leste do Japão[3][4]) foi um sismo de magnitude de
9,1 MW[5] com epicentro ao largo da costa do Japão ocorrido às 05:56 UTC (14:56
no horário local) de 11 de março de 2011. O epicentro foi a 130 km da costa leste
da península de Oshika, na região de Tohoku, com o hipocentro situado a uma
profundidade de 24,4 km. O sismo atingiu o grau 7 — a magnitude máxima da escala de
intensidade sísmica da Agência Meteorológica do Japão — ao norte da Prefeitura de
Miyagi, grau 6 em outras prefeituras e 5 em Tóquio.[6][7]
O sismo provocou alertas de tsunami e evacuações na linha costeira japonesa
do Pacífico e em pelo menos 20 países, incluindo toda a costa do Pacífico da América do
Norte e América do Sul. Provocou também ondas de tsunami de mais de 10 m de altura,
que atingiram o Japão e diversos outros países. No Japão, as ondas percorreram mais de
10 km de terra.[8][9][10]
De acordo com as autoridades, houve 15 894 mortes confirmadas e mais de 2 500 ainda
desaparecidos.[2] O sismo causou danos substanciais ao Japão, incluindo a destruição de
rodovias e linhas ferroviárias, assim como incêndios em várias regiões, e o rompimento de
uma barragem. Aproximadamente 4,4 milhões de habitantes no nordeste do Japão ficaram
sem energia elétrica, e 1,4 milhão sem água.[11] Muitos geradores deixaram de funcionar e
pelo menos dois reatores nucleares foram danificados, o que levou à evacuação imediata
das regiões atingidas enquanto um estado de emergência era estabelecido. A Central
Nuclear de Fukushima I sofreu uma explosão aproximadamente 24 horas depois do
primeiro sismo, e apesar do colapso da contenção de concreto da construção, a
integridade do núcleo interno não teria sido comprometida.[12][13]
Terremotos ocorrem quase que diariamente no Japão, que se localiza na junção de
várias placas tectônicas que estão em constante movimento[14]: do Pacífico, norte-
americana, Eurasiática e das Filipinas. Contudo, estima-se que a magnitude do sismo de
Sendai faça deste o maior sismo já registrado no Japão e um dos cinco maiores do mundo
desde que os registros modernos começaram a ser compilados.[15][16][17]

Índice

 1Sismo
o 1.1Impacto geofísico
 2Tsunami
o 2.1Japão
o 2.2Em outras partes do Pacífico
 3Consequências
o 3.1Centrais nucleares
 4Reações internacionais
 5Ver também
 6Referências
 7Ligações externas

Sismo[editar | editar código-fonte]


Tempo estimado de viagem do tsunami gerado pelo sismo.
O sismo gerou um tsunami com ondas de quatro metros, estando alertas ativos para vários
países, regiões e arquipélagos como Nova
Zelândia, Austrália, Rússia, Guam, Filipinas, Indonésia, Papua-Nova
Guiné, Nauru, Havai e Marianas Setentrionais (Estados Unidos), Taiwan, Equador e Chile.
O aviso de tsunami emitido pelo Japão foi o de maior gravidade na escala de alertas,
esperando-se que possam ser atingidos os 10 metros de altura de algumas ondas.[18]Uma
onda de 0,5 m de altura atingiu a costa norte do Japão[19] A agência Kyodo relatou que
uma onda de 4 m de altura atingiu a prefeitura de Iwate no Japão, e houve também
inundações na prefeitura de Miyagi, arrasando a parte baixa da costa, levando automóveis
e causando destruição.[20]
O número de vítimas é impreciso, com relatos iniciais apontando mais de mil mortos e
milhares de feridos.[21] Estes dados não contam com a destruição quase completa da
cidade de Sendai.
Impacto geofísico[editar | editar código-fonte]
Relatórios do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Servia sugerem que o
efeito dos terremotos na região foi tão forte que o eixo da Terra foi alterado em 10
cm.[22] Um relatório separado do Serviço Geológico dos Estados Unidos disse que Honshu,
a principal ilha do Japão, foi movimentada em 2,4 m na direção leste.[22]

Tsunami[editar | editar código-fonte]

Aeroporto de Sendai destruído pelo tsunami de 2011.


Mapa do NOAA da altura da onda do tsunami.

Animação do NOAA da propagação do tsunami.


Japão[editar | editar código-fonte]
O terremoto provocou um alerta de tsunami e evacuações da costa japonesa do Pacífico e
de pelo menos outros 20 países, incluindo toda a costa do Pacífico, tanto da América do
Norte como da América do Sul, desde o Alasca até ao Chile.[8][9][10] O alerta de tsunami
emitido pelo Japão foi a mais grave em sua escala de alerta, o que implica que a onda era
esperada para ter uma altura de, ao menos, 10 metros de altura.[23] Uma onda desse
tamanho ocorreu às 15:55 JST inundações Aeroporto de Sendai, que fica perto da costa
da Prefeitura de Miyagi,[24][25] com ondas varrendo carros e inundando vários edifícios
conforme ia para o interior da ilha.[26] O impacto do tsunami em torno do Aeroporto de
Sendai foi filmado por um helicóptero de notícias da rede NHK, mostrando vários veículos
em estradas locais tentando escapar da onda que se aproximava rapidamente.[27] Uma
onda de tsunami de 4 metros de altura atingiu a Prefeitura de Iwate.[28]
Como no Sismo do Oceano Índico de 2004 e no Ciclone Nargis, o dano da afluência de
água, embora muito mais localizado, pode ser muito mais letal e destrutivo do que o
terremoto em si. Há relatos de "cidades inteiras destruídas" nas áreas atingidas pelo
tsunami no Japão, incluindo 9500 desaparecidos
em Minamisanriku;[29] Kuji e Ofunato foram "varridas...não deixando nenhum vestígio de
que uma cidade estava lá."[30]
Em outras partes do Pacífico[editar | editar código-fonte]
Em Guam, dois submarinos de ataque dos Estados Unidos foram retirados de suas
amarras, mas logo foram tomados ao abrigo do reboque.[31] O estado do Havaí estimou os
danos à infra-estrutura pública em três milhões de dólares, com danos privados ainda
maiores. Uma casa foi levada para o mar.[32]
O Centro de Alerta de Tsunami da Costa Oeste dos Estados Unidos e do Alasca emitiu um
alerta de tsunami para as zonas costeiras da Califórnia e do Oregon, de Point Conception,
na Califórnia, até à fronteira do Oregon e Washington.[33] Na Califórnia, o porto em
Crescent City foi atingido por ondas de tsunami de oito pés, com docas e cerca de 35
barcos severamente danificados, enquanto o porto de Santa Cruz estimou prejuízos de 10
milhões de dólares como resultado dos danos, com outros 4 milhões de dólares em danos
em embarcações que atracam ali.[34] A Ilha Catalina, na Califórnia e Brookings, no Oregon,
também sofreram danos.[35][36]
Ao longo da costa do Pacífico no México e na América do Sul, foram registrados surtos de
tsunami, mas na maioria dos lugares causou pouco ou nenhum dano.[37] O Peru relatou
uma onda de 1,5 m e mais de 300 casas foram danificadas na cidade de Pueblo Nuevo de
Colan e Pisco.[37]

Consequências[editar | editar código-fonte]


Vista aérea de área atingida pelo tsunami.
O sistema de alerta de terremotos da Agência Meteorológica do Japão alertou a população
cerca de um minuto antes do tremor, através de emissoras de televisão e rádio, além de
correio eletrônico e mensagens via celular para pessoas cadastradas no sistema.[38]
O sismo atingiu severamente Honshu, incluindo Tóquio. Verificaram-se numerosos
incêndios em instalações industriais. Cerca de 13 horas depois do primeiro grande abalo,
dois fortes sismos de magnitude 6,2 e 6,1 atingiram novamente a costa do Japão.[39] Um
barco com cerca de 100 pessoas a bordo foi virado pelo tsunami que atingiu a costa do
Japão. A embarcação estava na costa da prefeitura de Miyagi.[40] Um
grande incêndio atingiu a cidade de Kesennuma.[41]
Centrais nucleares[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Acidente nuclear de Fukushima I

Mapa mostrando o epicentro do terremoto e a posição das centrais nucleares


afetadas (legendas em inglês).
Outro dos efeitos do sismo foi a explosão ocorrida no dia 12 de março na Central Nuclear
de Fukushima I.[42] O tsunami atingiu-a e provocou uma avaria no sistema de refrigeração.
O corte de electricidade impediu a recuperação desse sistema, permitindo que os bastões
do combustível continuassem a aquecer, aumentando a pressão e originando a explosão.
No dia anterior fora declarado estado de emergência na central nuclear e, apesar da
informação de que não existiam fugas radioactivas, evacuaram-se cerca de 3000
residentes num raio de 3 km do reator.[43] Horas depois o raio de evacuação tinha sido
elevado para 10 km, afectando já 45 000 pessoas.[44] O reactor é refrigerado através da
circulação de água através do seu combustível nuclear, tendo sido detectada uma alta
pressão de vapor no reactor, o dobro do que é permitido. A empresa Tokyo Electric Power
avaliou a possibilidade de libertar parte deste vapor para reduzir a pressão no mesmo,
vapor esse que contém material radioactivo. Os níveis de radiação na sala de controlo da
central eram cerca de 1000 vezes maiores que os níveis normais.[45] e na entrada da
central foram medidos níveis 8 vezes superiores aos normais.[46][47] existindo a
possibilidade do derretimento do núcleo dos reatores.[48]
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, falou ao país após o sismo, lamentando o
sucedido e oferecendo as suas condolências às famílias das vítimas. Indicou igualmente
que já estaria em marcha a construção de um quartel-general para as operações de
emergência e assegurou que não foi detectada nenhuma fuga radioactiva nas centrais
nucleares do país.[49]

Reações internacionais[editar | editar código-fonte]


Marinheiros dos Estados Unidos carregando um helicóptero humanitário em
um porta-aviões.
O Japão recebeu mensagens de condolências e ofertas de ajuda de diversos líderes
internacionais. De acordo com as Nações Unidas, equipes de busca e resgate de 45
países foram oferecidas ao Japão. O país requisitou especificamente equipes
da Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos;[50][51] solicitou
também (através de sua agência espacial JAXA) a ativação do International Charter on
Space and Major Disasters, permitindo que imagens via satélite das regiões afetadas
fossem compartilhadas de forma imediata com organizações de ajuda e
resgate.[52] A Alemanha enviou especialistas do Technisches Hilfswerk, enquanto o Reino
Unido enviou 70 técnicos, incluindo dois cães farejadores especialmente treinados para
localizar sobreviventes soterrados.[53][54][55] Ma Ying-Jeou, presidente de Taiwan, requisitou
ao governo a doação de 100 milhões de novos dólares taiwaneses ao Japão, enquanto
uma equipe de resgate taiwanesa preparava-se para juntar-se aos esforços
humanitários.[56]
O Governo brasileiro enviou nota de solidariedade ao Japão, prestando sinceras
condolências a todo povo japonês. O Governo acompanha, com preocupação, os
desdobramentos após o terremoto e o consequente tsunami. O Brasil possui a maior
colônia de imigrantes japoneses e inúmeros descendentes. Cerca de 254 mil brasileiros
vivem atualmente no Japão. A Embaixada do Brasil no Japão e os Consulados Gerais
em Tóquio, Nagoia e Hamamatsu até o momento não têm notícia de mortos ou feridos
brasileiros.[57][58]
O Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, enviou uma mensagem de
condolências ao Imperador Akihito e ao povo japonês, em nome do povo português, pelas
vítimas dos trágicos efeitos do sismo e do tsunami que atingiram o Japão.[59]

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