Você está na página 1de 24

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/261949152

Bacias Sedimentares Brasileiras - Cartas Estratigraficas

Article  in  Boletim de Geociencias - Petrobras · January 2007

CITATIONS READS

28 10,838

7 authors, including:

Edison Jose Milani Gilmar Vital Bueno

67 PUBLICATIONS   1,857 CITATIONS    19 PUBLICATIONS   138 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Juliano Stica Wilson Winter


Petróleo Brasileiro S.A. Petróleo Brasileiro S.A.
5 PUBLICATIONS   119 CITATIONS    8 PUBLICATIONS   155 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Evolution of a volcanic basin in the south margin of Brasil - The Pelotas Basin. View project

Margin Tectonics View project

All content following this page was uploaded by Juliano Stica on 04 September 2014.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


Bacias Sedimentares Brasileiras - Cartas
Estratigráficas
Introdução
Edison José Milani1 (Coordenador), Hamilton Duncan Rangel2, Gilmar Vital Bueno3,
Juliano Magalhães Stica2, Wilson Rubem Winter4, José Maurício Caixeta5,
Otaviano da Cruz Pessoa Neto6

Os mais de 50 anos de trabalho exploratório daram, de modo que mesmo para esses casos as car-
cumulativo empreendido pela Petrobras nas bacias tas agora apresentadas mostram-se diferentes das an-
sedimentares brasileiras propiciaram a compilação teriores, o que por si só constitui um estimulante mate-
de um enorme acervo de informações geológico- rial para alimentar o debate técnico-científico que, cer-
geofísicas, que permitem hoje uma compreensão se- tamente, é por ele suscitado.
gura do arcabouço estratigráfico e estrutural dessas As cartas ora publicadas, além de um conteúdo
áreas. Apoiados pelas pesquisas em bioestratigrafia atualizado, incorporam alterações em sua forma quan-
e sedimentologia sobre dados de poços e afloramen- do cotejadas às de 1994. A mais expressiva das mudan-
tos, e com um importante suporte da sísmica de re- ças foi a supressão da coluna relativa ao zoneamento
flexão, aos geólogos da Companhia é possível re- bioestratigráfico, uma informação proprietária de inesti-
presentar o arranjo estratigráfico das várias provín- mável valor estratégico no processo exploratório e cuja
cias geológicas na forma de diagramas cronoestrati- atualização permanente é fonte de inequívoca vanta-
gráficos, as comumente denominadas cartas estrati- gem competitiva da Petrobras no estudo das bacias se-
gráficas, representativas dos atributos fundamentais dimentares brasileiras. Mas se o detalhado biozonea-
do preenchimento sedimentar-magmático de cada mento realizado pela empresa não é aqui apresentado,
uma das bacias pesquisadas para petróleo no País. ele serviu de base ao posicionamento das seções sedi-
Embora apresentadas de maneira isolada em publi- mentares das bacias brasileiras em escalas
cações diversas desde os anos 60, foi no Boletim de geocronológicas internacionais. A referência de idades
Geociências da Petrobras v. 8, n. 1, de 1994, que as absolutas utilizada foi a de Gradstein et al. (2004), de
cartas de todas as bacias foram padronizadas e apre- quem foram emprestadas também as cores padroniza-
sentadas em conjunto. das de cada intervalo de tempo geológico. Os desenhos
Nos últimos três anos, os geólogos da Petrobras se acomodam em escalas verticais variáveis, adaptadas
novamente se mobilizaram para um processo extensi- aos diferentes tipos de bacia apresentados e à amplitu-
vo de revisão das cartas estratigráficas. Diversas bacias de temporal de seu registro estratigráfico.
tiveram uma enorme evolução do conhecimento des- Uma segunda alteração importante na forma das
de 1994, pela aquisição de um volume muito grande cartas ora disponibilizadas se relaciona a uma diferen-
de novos dados geológicos e geofísicos e pela evolu- ciação gráfica imposta às seções sedimentares, conso-
ção natural do conhecimento acumulado. Em outras, ante em seu relacionamento - pleno ou secundário - a
nada ou muito pouco foi feito em termos de atividade uma determinada bacia. É assim que, no desenho das
exploratória desde a publicação da versão anterior das cartas cronoestratigráficas, foram representadas, em
cartas, mas as equipes de interpretação das bacias mu- cores, as unidades rochosas que dizem respeito ao pre-

1
Centro de Pesquisas da Petrobras/P&D de Exploração/Geologia Estrutural & Geotectônica - e-mail: ejmilani@petrobras.com.br
2
E&P Exploração/Gestão de Projetos Exploratórios/NNE
3
E&P Exploração/Geologia Aplicada a Exploração/Modelagem de Sistema Petrolífero
4
Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Campos/Exploração/Sedimentologia e Estratigrafia
5
E&P Exploração/Interpretação e Avaliação das Bacias da Costa Leste/Interpretação
6
E&P Exploração/Interpretação e Avaliação da Margem Equatorial e Bacias Interiores/Interpretação

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 183


enchimento daquela bacia específica: permanecem Mudanças também se apresentam no que diz
numa representação em preto-e-branco as seções sedi- respeito ao foco descritivo utilizado nos textos
mentares pré-existentes, que ocupavam aquele mesmo explicativos de cada bacia. Considerando-se que o
contexto geográfico em ciclos anteriores mas que não Boletim de 1994 enfatizou os aspectos litoestratigráfi-
guardam relação genética alguma com a bacia em ques- cos, produzindo uma síntese para todas as bacias nesse
tão. Exemplificam essa situação os relictos de sedimen- particular, preferiu-se adotar, agora, uma descrição
tação paleozóica que ocorrem por debaixo das bacias privilegiando aspectos evolutivos, emoldurados pelas
do Recôncavo e de Sergipe-Alagoas, e a seção unidades aloestratigráficas de cada bacia sedimentar.
proterozóica a cambriana do Grupo Purus, subjacente à Permanecem plenamente válidas as assertivas litoes-
Bacia do Amazonas. Da mesma forma, ciclos sedimen- tratigráficas da versão anterior, e a ela se fará refe-
tares posteriores àquela bacia em particular, tais como a rência sempre que necessário. Da mesma forma, sem-
seção cretácea que recobre parcialmente a Bacia do pre que julgadas oportunas, novas propostas de uni-
Parnaíba, estão representados sem cores. Com essa es- dades estratigráficas ou mudanças no ranking das
tratégia, pretendeu-se reforçar o conceito de bacia sedi- mesmas estão sendo aqui apresentadas, o que é o
mentar enquanto área subsidente e sítio deposicional caso apenas para algumas poucas bacias.
durante um determinado ciclo geotectônico da história A partir da nomenclatura adotada em 1994, em
geológica. As litologias presentes nas bacias, que conti- que as Seqüências Meso-Cenozóicas foram denomi-
nuam com representação similar àquela das cartas de nadas por uma letra - K ou T - e uma sucessão numé-
1994, são mostradas na figura 1. rica - 10, 20, 30 etc - representativa do empilhamento
sedimentar, a evolução do conhecimento conduziu a
um detalhamento daquele pioneiro arcabouço
aloestratigráfico e isso implica em algumas alterações
em relação ao esquema original. É assim que, embora
tentando preservar as denominações já estabelecidas,
correspondentes a intervalos de tempo específicos na
escala geocronológica de idades absolutas, mudanças
foram impostas para que fosse possível acomodar as
novas seqüências agora reconhecidas, na verdade, um
processo em contínuo desenvolvimento. É importante
ressaltar que os limites das seqüências exibem uma
certa variação temporal de bacia para bacia, fruto de
aspectos particulares na história evolutiva de cada uma
delas. Na definição das seqüências em escala
interbacias, buscou-se evidenciar a continuidade dos
principais eventos estratigráficos.
Uma outra alteração necessária adveio da eli-
minação do termo Terciário das cartas internacionais
de referência, de modo que a denominação das Se-
qüências Cenozóicas passou a ser E para as paleógenas,
e N para as neógenas, segundo critério de abreviatura
utilizado pela International Commission on Stratigraphy
(ICS) - (http://www.palaeos.com/Timescale/
timescale.html). A opção aqui adotada para os casos
em que o detalhamento e a individualização de novas
seqüências tenham acarretado um conflito com as de-
nominações anteriores é exemplificado na figura 2. Para
as unidades paleozóicas, são mantidas as denomina-
ções aloestratigráficas de caráter local, específicas de
cada bacia em particular. As discordâncias aparecem
Figura 1 – Simbologia litológica Figure 1 – Lithological representation. nas cartas com denominações que são as de uso inter-
utilizada nas cartas estratigráficas. no na Petrobras, não estabelecidas segundo um rígido
critério de nomenclatura.

184 | Introdução - Milani et al.


BGP v.8 n.1(94)
BACIA W

BACIA X

BACIA Y

BACIA Z

BACIA Z
GEOCRONOLOGIA
Ma
ÉPOCA IDADE

PALEOCENO
T HAN E T I AN O
SUP.
60 S E LAN D I AN O

E10-
N50
INF. DAN I AN O T10

K120
70
(S EN ON IAN O )

K110
CAM PAN IAN O
SUPERIOR

80
CRETÁCEO

K100
SAN T O N I AN O
C O N I AC I AN O K90
90
T U R O N I AN O
K80
C E N O MA N IA N O

100
K70
INFERIOR

AL B I AN O

K60
( GÁ LI CO )

110
K50
APTIANO ALAGOAS K50

Figura 2 – Critérios de correlação e nomenclatura das Figure 2 – Correlation and nomination criteria for
seqüências estratigráficas. Observar que um determinado stratigraphic sequences used in this volume.
intervalo de tempo geológico corresponde, em diferentes
bacias, a um número variável de seqüências.

Um outro assunto em que o entendimento dos na forma de almofadas, domos e diápiros, mui-
geológico evoluiu muito pós-1994 é o dos evaporitos tos destes com mais de sete quilômetros de altura,
do Andar Alagoas da margem leste brasileira, tema tendo assumido a halocinese um fundamental pa-
apresentado e discutido em detalhes na obra “Sal - pel na história das bacias da margem continental,
geologia e tectônica”, organizado por Mohriak et inclusive em sua Geologia do Petróleo. Na escala
al. (2008) e patrocinado pela Petrobras. Um aspecto de tempo em que são construídas as cartas estrati-
em particular - com impacto no desenho das cartas gráficas, a seção salina aptiana aparece como es-
estratigráficas - é o da taxa de acumulação salina, treito intervalo, sendo esta, todavia, a representa-
estimando-se que o empilhamento original de alguns ção mais fiel do entendimento presente dos aspec-
milhares de metros de sal, encontrado em algumas tos cronogenéticos dessa importante seção das ba-
regiões das bacias brasileiras, possa ter se produzido cias brasileiras. Esta situação é bem exemplificada
em menos de um milhão de anos. Com a evolução na carta da Bacia de Santos (fig. 3), em que espes-
posterior da margem, os evaporitos foram mobiliza- suras similares - da ordem dos 4 mil metros - de

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 185


Figura 3 – Variabilidade na representação de seções sedimentares em escala Figure 3 – Representation of sedimentary sections in a time scale,
de tempo, exemplificada pela carta estratigráfica da Bacia de Santos. exemplified by the stratigraphic chart of Santos Basin .

evaporitos (Formação Ariri) e da seção carbonática tar-magmático e o contexto tectônico em que se de-
“pré-sal” (formações Barra Velha, Itapema e Piçar- senvolveram: Sinéclises Paleozóicas, Bacias Meso-
ras) contrastam expressivamente quando numa re- Cenozóicas de Margem Distensiva, Bacias Meso-
presentação em escala de tempo geológico. Cenozóicas de Margem Transformante, Riftes
É notável a evolução experimentada na Mesozóicos Abortados e Bacias de Antepaís Andino
capacitação em Estratigrafia das universidades bra- (fig. 4). A Bacia do Acre é a singular representante,
sileiras. Diversos já são os projetos e as linhas de em território brasileiro, das bacias dessa última clas-
investigação conduzidas e os programas de pós-gra- se. Na realidade, esta bacia tem história complexa,
duação nacionais focados nessa vertente particular policíclica, alojando unidades sedimentares a partir
do conhecimento geocientífico. Diante deste qua- do Eopaleozóico, quando era parte do contexto mar-
dro, reafirma-se neste volume a tradicional vocação ginal do Gondwana. Durante o Meso-Cenozóico, com
para parcerias que a Petrobras mantém com a co- a instalação da Cordilheira Andina, a Bacia do Acre
munidade acadêmica do país: convidadas a partici- experimentou uma importante fase de subsidência
par, a Universidade Estadual Paulista (UNESP) e a flexural assimétrica, aprofundando para oeste no sen-
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) tido das vizinhas calhas deposicionais peruanas de
se fazem presentes com artigos atualizados sobre, Marañon e Ucayali. Nessa etapa, alguns milhares
respectivamente, as bacias do Araripe (M. Assine) e de metros de sedimentos terrígenos a ela aportaram.
Pernambuco-Paraíba (V. Córdoba e colaboradores). Localmente, o território interior do país abriga
resquícios sedimentares com pequena área de ocor-
rência, remanescentes de ciclos deposicionais preté-
ritos de idades variadas e, hoje, sobreviventes do
extensivo processo de denudação que modela o con-
Bacias Sedimentares tinente sul-americano. Tais seções podem apresen-
tar uma expressão geográfica significativa quando
do Brasil - contexto foram recobertas por sucessões sedimentares mais

regional jovens, o que as preservou da remoção erosiva.


Exemplifica esse caso a presença local de unidades
de idade paleozóica sob os pacotes meso-cenozóicos
As Bacias Sedimentares Fanerozóicas brasilei- das bacias marginais e em seus ramos abortados.
ras agrupam-se em cinco grandes conjuntos, consi- Principalmente no interior da região Nordeste do país
derando-se a idade de seu preenchimento sedimen- são abundantes esses remanescentes sedimentares

186 | Introdução - Milani et al.


Figura 4 – Mapa das bacias sedimentares brasileiras. Figure 4 – Brazilian sedimentary basins.

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 187


mono ou policíclicos, e o mais expressivo deles cons- Seguiu-se a Fase Drifte, cujo início foi mar-
titui a Bacia do Araripe, cuja interessante geologia cado pela instalação da crosta oceânica e da efe-
motivou sua inclusão no presente volume. Da mes- tiva separação progressiva dos continentes. A dis-
ma forma, a Bacia Proterozóica do São Francisco é cordância de breakup materializa a importante mu-
aqui apresentada numa visão que considera as infor- dança de regime tectônico experimentada pelas
mações de subsuperfície (geofísica e poços) adquiri- bacias da margem continental na passagem rifte/
das pela Petrobras em atividades conduzidas duran- pós-rifte para drifte. Com a deriva continental, im-
te alguns períodos nas últimas duas décadas. plantou-se um processo regional de basculamento
A análise integrada das bacias sedimentares, da margem continental, amplificado pela carga se-
representadas nas diversas cartas estratigráficas, per- dimentar proveniente das áreas emersas, sob ero-
mite a correlação entre elas e o reconhecimento de são, e definindo a configuração fisiográfica atual
fases evolutivas, caracterizadas cada uma delas por das bacias marginais.
um conjunto de atributos geológicos comuns a diver- Agora, apresentam-se resumidamente as ba-
sas áreas. São reconhecidas diversas superseqüências, cias brasileiras agrupadas segundo sua classe de afi-
unidades que materializam a seção sedimentar acu- nidade geológica.
mulada durante um determinado estágio de sua evo-
lução tectono-sedimentar. Para as bacias da margem
continental, as Superseqüências Pré-Rifte, Rifte, Pós-
Sinéclises Paleozóicas
Rifte e Drifte constituem o arcabouço fundamental.
Subsidência e sedimentação cratônica pós-
Ressalte-se que os conceitos de pré-rifte e
brasiliana foram iniciadas no Meso-Ordoviciano,
pós-rifte não são aqui inseridos com um significa-
documentada nas bacias do Solimões (Formação
do apenas temporal (anterior ou posterior à Fase
Benjamin Constant), do Amazonas (Formação
Rifte), outrossim, tais termos trazem também uma
Autás-Mirim), do Parnaíba (Formação Ipu) e do
vinculação genética ao processo de evolução das
Paraná (Formação Alto Garças). A sucessão sedi-
bacias da margem continental, e à seção sedimen-
mentar inicial dessas bacias arranja-se num
tar/magmática correspondentes. É assim que por
hemiciclo transgressivo que culmina em condições
Fase (ou Superseqüência) Pré-Rifte entende-se
de amplo afogamento marinho, já no Siluriano,
aquele estágio precoce da evolução das bacias
materializado em cada área, respectivamente,
marginais (e os depósitos correspondentes) em que
pelos sedimentos das formações Jutaí, Pitinga,
fenômenos de subsidência flexural foram induzi-
Tianguá e Vila Maria (fig. 5).
dos pelo processo de estiramento litosférico que,
O segundo hemiciclo transgressivo
adiante, culminaria na separação continental. Nes-
fanerozóico é documentado pelo Sistema
se estágio, entre o Jurássico terminal e o Cretáceo
Devoniano das bacias brasileiras. O pacote basal
mais inferior (Idade Dom João), define-se uma bacia
é de natureza arenosa nas bacias do Amazonas
com geometria sag, ampla e com mergulhos sua-
(Formação Maecuru), do Parnaíba (Formação Itaim)
ves, desprovida de falhamentos pronunciados. Em e do Paraná (Formação Furnas). Na Bacia do
continuidade ao pré-rifte, com o avançar da subsi- Solimões, aparece uma seção de diamictitos e are-
dência mecânica propiciada por falhas normais, nitos (Formação Uerê). Para cima, ocorre um es-
instala-se a Fase Rifte, cuja seção correspondente pesso intervalo de folhelhos marinhos de platafor-
é a Superseqüência Rifte. O estilo estrutural domi- ma distal, muito fossilíferos e com potencial gera-
nante nessa etapa, que aconteceu de maneira dor de hidrocarbonetos (formações Jandiatuba, na
diácrona ao longo da margem leste brasileira, foi Bacia do Solimões; Barreirinha, na Bacia do Ama-
o de blocos falhados e rotacionados, com grábens zonas; Pimenteiras, na Bacia do Parnaíba; e Ponta
alojando grandes depocentros sedimentares. Ces- Grossa, na Bacia do Paraná).
sada a atividade principal das falhas normais, in- O Devoniano foi sucedido por importantes
tensificaram-se fenômenos de subsidência térmi- modificações climáticas e paleofisiográficas, de tal
ca que se manifestam no desenvolvimento de uma sorte que o pacote permo-carbonífero das sinéclises
segunda bacia com geometria sag, agora na Ida- brasileiras registra uma grande diversidade de am-
de Alagoas - a Fase Pós-Rifte; persiste ainda algu- bientes de sedimentação e sistemas deposicionais
ma atividade de falhas normais. associados. Intervieram condições glaciais-periglaciais

188 | Introdução - Milani et al.


GEOCRONOLOGIA
SOLIMÕES AMAZONAS PARNAÍBA PARANÁ
Ma
ÉPOCA

NEO
CRETÁC EO

EO
JURÁSSICO

NEO

MESO

EO
TRIÁSSICO

NEO

MESO

EO
LO PIN G IAN O
PERMIANO

C I SU RAL I ANO
CAR BO N ÍFE RO
D E V ON IAN O

NEO

MESO

EO

WENLOCK
LIANDOVERY
ORDOVICIANO

NEO

MESO

EO
CAM B RIANO

Figura 5– Cartas estratigráficas das sinéclises paleozóicas. Figure 5 – Stratigraphic charts of Brazilian Paleozoic basins.

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 189


(Grupo Itararé e Formação Aquidauana na Bacia mida pelas placas Africana e Sul-Americana na fase
do Paraná - diamictitos, arenitos e folhelhos); con- de deriva continental, dois domínios são reconheci-
texto marinho raso em clima árido (Formação dos na margem brasileira: um segmento dominan-
Carauari, na Bacia do Solimões; Nova Olinda, na temente distensivo e um trecho de natureza
Bacia do Amazonas; e Pedra do Fogo, na Bacia transformante, este correspondendo à margem
do Parnaíba, com seus característicos depósitos equatorial brasileira.
de evaporitos; e Formação Irati, na Bacia do O segmento distensivo inclui as bacias situa-
Paraná, com folhelhos betuminosos, margas, car- das do extremo nordeste da margem brasileira, na
bonatos e evaporitos subordinados). Aportes deflexão continental junto à Bacia Potiguar até o
deltaicos (bem documentado pela Formação Rio limite meridional da Bacia de Pelotas, um amplo
Bonito, na Bacia do Paraná) também pontuam o contexto onde predominou a tectônica extensional
intervalo Permiano. Rumo ao final deste período, como mecanismo formador de espaço à acomoda-
todas as sinéclises passam a experimentar condi- ção sedimentar na Fase Rifte. O arcabouço estrutu-
ções crescentes de aridez em função do fecha- ral desse segmento da margem é definido por fa-
mento definitivo ao ingresso de águas oceânicas lhas normais orientadas preferencialmente numa
por sobre o Gondwana. Contextos flúvio-lacustres direção paralela à costa, segmentadas localmente
que, com o ressecamento progressivo, evoluíram por zonas de transferência que aparecem a altos
no adentrar do Triássico para desertos arenosos, ângulos em relação àquelas. O processo de riftea-
aparecem como o registro sedimentar final da lon- mento desenvolveu-se de modo diácrono ao longo
ga história paleozóica dessas bacias (Formação da margem leste brasileira;
Andirá, na Bacia do Amazonas; Formação Asmus e Ponte (1973) consolidaram a visão
Sambaíba, na Bacia do Parnaíba; e formações de que a margem leste brasileira evoluiu segundo
Pirambóia e Sanga do Cabral, na Bacia do quatro grandes estágios: pré-rifte, rifte, marinho res-
Paraná). Na Bacia do Paraná, extensiva deflação trito e marinho aberto. As clássicas seqüências “do
eólica perduraria até o Eocretáceo. Tal condição continente, do lago, do golfo e do mar” daqueles
está documentada nos sedimentitos da Formação autores documentam, respectivamente, cada um dos
Botucatu, preservados no registro geológico por estágios tectônicos acima mencionados e aparecem,
terem sido recobertos - logo após sua acumula- embora não onipresentes, no registro estratigráfico
ção - pelo pacote de lavas Serra Geral. das bacias da margem leste.
O magmatismo mesozóico é um capítulo à O pacote pré-rifte, neojurássico-eocretáceo
parte na história das sinéclises intracratônicas bra- (figs. 6 e 7), ocorre na Bacia de Sergipe-Alagoas (for-
sileiras. Como precursores da ruptura do Gond- mações Candeeiro, Bananeiras e Serraria) e, para
wana, os diques, soleiras e derrames de rochas sul, é reconhecido até a região de Cumuruxatiba (for-
ígneas acomodaram-se em grandes volumes nes- mações Monte Pascoal e Porto Seguro). O pacote
sas bacias, tendo idade predominantemente pré-rifte é representado por sedimentitos no geral
eojurássica nas bacias do Solimões e do Amazo- avermelhados, de contextos deposicionais fluvial,
nas e eocretácea na Bacia do Paraná. A Bacia do eólico e lacustre muito raso.
Parnaíba exibe registros de ambos os eventos mag- A seção rifte tem natureza diversa em vários
segmentos ao longo da margem leste, além de re-
máticos acima mencionados, com predominân-
gistrar um perceptível diacronismo do fenômeno de
cia do mais antigo deles em termos de volume
ruptura e formação dos depocentros lacustres no Eo-
de ocorrência.
cretáceo. É abundante a presença de ígneas básicas
neocomianas sinrifte nas bacias mais meridionais, en-
Bacias Meso-Cenozóicas de tre Pelotas e o Espírito Santo (fig. 8). Os lagos do
rifte acomodaram uma seção de folhelhos que são
Margem Distensiva importantes como rochas geradoras de hidrocarbo-
netos, entre os quais incluem-se os do Grupo Lagoa
Considerando-se a natureza e a orientação Feia, na Bacia de Campos, e Formação Barra de
dos campos de tensões regionais durante a fase de Itiúba, em Sergipe-Alagoas. Ocorrem também con-
ruptura litosférica e a subseqüente dinâmica assu- glomerados, arenitos e coquinas.

190 | Introdução - Milani et al.


PERNAMBUCO- SERGIPE ALAGOAS ARARIPE JACUÍPE
Ma PARAÍBA
ÉPOCA
0

NEÓGENO
10

20

30
PALE Ó G E NO

40
EOCENO

50

60
PALEOCENO

70

80
NEO

90

100
CRETÁCEO

110

120
EO

130

140

150

250

300

350
490

542

Figura 6 – Cartas estratigráficas das bacias meso-cenozóicas de margem Figure 6 – Stratigraphic charts of Brazilian Mesozoic-Cenozoic, extensional
distensiva - segmento setentrional. Bacia do Araripe Interior, também incluída. margin-northern segment. Interior Araripe Basin also included.

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 191


CAMAMU ALMADA JEQUITINHONHA CUMURUXATIBA MUCURI
Ma
ÉPOCA

NEÓGENO
PALE Ó GE N O

EOCENO
PALEOCENO
NEO
CRETÁCEO

EO

Figura 7 – Cartas estratigráficas das bacias Meso- Figure 7 – Stratigraphic charts of Brazilian, Mesozoic-
Cenozóicas de margem distensiva - segmento central. Cenozoic extensional margin - central segment.

192 | Introdução - Milani et al.


ESPÍRITO SANTO CAMPOS SANTOS PELOTAS
Ma
ÉPOCA

NEO
EO

MESO
EO

Figura 8 – Cartas estratigráficas das bacias meso- Figure 8 – Stratigraphic charts of Brazilian, Mesozoic-
cenozóicas de margem distensiva - segmento meridional. Cenozoic extensional margin - southern segment.

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 193


O Andar Alagoas da margem leste abarca a bastante particular. Naquela área implantou-se, no
seção marinha restrita, bem caracterizada pelo pa- Aptiano, um binário de cisalhamento dextrógiro,
cote de evaporitos (principalmente halita e anidrita), mecanismo responsável pela ruptura litosférica e sub-
muito importante em espessura e área de ocorrên- sidência transtensional em diversos depocentros que
cia nas bacias de Santos (Formação Ariri), de Cam- então se estabeleceram. Segundo Pedro Victor Zalán
pos (Formação Retiro do Grupo Lagoa Feia) e do Es- (informação verbal), quatro estágios evolutivos mar-
pírito Santo (Membro Itaúnas da Formação Mariri- caram a margem equatorial:
cu). A bacia evaporítica da margem leste prolonga-
va-se seguramente até a região de Sergipe-Alagoas • Triássico-Mesojurássico: criando o gráben de Tacutu
(Membro Ibura da Formação Muribeca), e com ex- e um sag Pré-Rifte na área de Cassiporé, Bacia da
tensão provável até Pernambuco-Paraíba, área onde Foz do Amazonas, onde se acumularam os red beds
existem evidências apenas por geofísica da presen- e rochas ígneas associadas da Formação Calçoene
ça de horizontes evaporíticos, com sua característica (fig. 9);
assinatura em dados sísmicos. Abaixo dos sais, e tendo
o conjunto sido acumulado no contexto de um gran-
• Neocomiano-Barremiano: o mesmo evento que
de golfo proto-oceânico, aparecem depósitos carbo-
produziu extensivamente a ruptura da margem
náticos e siliciclásticos, com algum magmatismo lo-
leste brasileira, mas na margem equatorial estan-
cal associado. Tais depósitos, juntamente com os
do restrito aos domínios das bacias da Foz do Ama-
evaporitos, caracterizam a seção pós-rifte da mar-
zonas e Marajó. A esta fase associam-se pacotes
gem leste brasileira. Os carbonatos da Formação Barra
sedimentares relacionados à porção mais inferior
Velha, da Bacia de Santos, constituem os reservató-
da Formação Cassiporé, na Foz do Amazonas, e
rios “pré-sal” naquela bacia, uma seção que se no-
às formações Jacarezinho e Breves, em Marajó;
tabilizou nos últimos tempos em função dos grandes
volumes de petróleo que aloja. • Aptiano: de ampla ocorrência em toda a margem
Seguiu-se à deposição dos evaporitos a insta- equatorial. Ao rifte aptiano estão relacionadas as se-
lação de condições francamente marinhas. No Al- ções sedimentares da Formação Mundaú, da Bacia
biano, sob tais condições, foram depositados os car- do Ceará, e as unidades correlatas nas demais bacias;
bonatos das formações Portobelo (Bacia de Pelotas),
Guarujá (Bacia de Santos), Regência (bacias do Espí- • Albiano: o mais intenso deles, ampliando lateral-
rito Santo, Jequitinhonha e Cumuruxatiba), Algodões mente a área da margem, que alcançaria agora
(Bacia de Camamu-Almada), Riachuelo (Bacia de regiões antes não afetadas, tais como a Bacia de
Sergipe-Alagoas) e Estiva (Bacia de Pernambuco- São Luiz/Bragança-Viseu/Ilha Nova e a porção ter-
Paraíba), além daqueles do Grupo Macaé da Bacia restre da Bacia de Barreirinhas. O Grupo Canárias,
de Campos. Acima dos carbonatos, ocorre espessa das bacias do Pará-Maranhão e Barreirinhas, é uma
seção de sedimentitos siliciclásticos, dominantemente das seções que representa essa fase evolutiva da
folhelhos e arenitos, estes de naturezas variadas (de margem equatorial.
plataforma rasa, de leques costeiros e turbiditos de
talude e bacia), compondo em seu conjunto um gran- Não ocorrem evaporitos extensivos na margem
de ciclo transgressivo-regressivo entre o Neocretáceo equatorial, que seriam a materialização do contexto
e o Recente. marinho restrito, indicando ter sido a invasão de
águas marinhas naquela área, provenientes de no-
roeste - oceano Atlântico Central, implantado no
Bacias Meso-Cenozóicas de Jurássico - um fenômeno bastante rápido.
A natureza da seção marinha nas bacias da
Margem Transformante margem equatorial, do Albiano ao Recente, é aná-
loga à da margem leste, correspondendo a arenitos
O estilo tectônico dominante durante a evolu- e folhelhos da cunha clástica, a que se interpõem
ção das bacias da margem equatorial brasileira foi carbonatos de plataforma.

194 | Introdução - Milani et al.


Ma FOZ DO AMAZONAS PARÁ-MARANHÃO BARREIRINHAS CEARÁ POTIGUAR
ÉPOCA
0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150
194
200

235
350

400

542
+
+

Figura 9 – Cartas estratigráficas das bacias meso- Figure 9 – Stratigraphic charts of Brazilian
cenozóicas de margem transformante. Mesozoic-Cenozoic transform margin.

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 195


TACUTU MARAJÓ RECÔNCAVO TUCANO SUL TUCANO NORTE
CENTRAL JATOBÁ
ÉPOCA

210
250

300

350

400
416

443
450

500

550

Figura 10 – Cartas estratigráficas dos riftes Figure 10 – Stratigraphic charts of Brazilian


mesozóicos abortados. Mesozoic aborted rift basins.

196 | Introdução - Milani et al.


Riftes Mesozóicos Abortados regressiva dominantemente arenosa da Formação
Açu, albo-cenomaniana, e pelos carbonatos
neocretácicos da Formação Jandaíra.
Os processos tectônicos responsáveis pela rup-
A Bacia do Recôncavo-Tucano-Jatobá consti-
tura mesozóica do Gondwana, além de individualiza-
tui o clássico exemplo brasileiro de rifte intraconti-
rem as placas Africana e Sul-Americana, definindo-
nental abortado. O preenchimento da bacia inclui um
lhes os contornos, promoveram o desenvolvimento de
pacote pré-rifte (Grupo Brotas) constituído por sedi-
alguns braços abortados de rifte, que se projetam para
mentos continentais aluviais, fluviais, eólicos e
o interior do continente a partir da margem (fig. 4). A
lacustres rasos, assinalados às formações Aliança,
idade dessas bacias correlaciona-se ao evento rifte
Sergi e Itaparica. A seção rifte é marcada pela ativa-
daquele trecho da margem continental em que estão
ção da grande Falha de Salvador, o elemento tectô-
inseridas. A amplitude temporal e a natureza do seu
nico que controlou a subsidência do gráben. A For-
preenchimento sedimentar é bastante variável, sen-
mação Salvador, uma grande cunha de conglomera-
do algumas delas restritas apenas à seção sintectônica,
dos, ocorre nas vizinhanças daquela falha normal. A
enquanto outras incluem um pacote pré-rifte ou um
seção lacustre sinrifte inclui folhelhos, arenitos turbi-
pós-rifte em seu registro geológico (fig. 10).
díticos, progradações deltaicas (Formação Candeias
A Bacia do Tacutu implantou-se nos terrenos
e Grupo Ilhas) e um assoreamento final por sistemas
pré-cambrianos do Escudo das Guianas. Seu preen-
arenosos fluviais (Formação São Sebastião). Encer-
chimento sedimentar corresponde ao intervalo tem-
ram a história de preenchimento da bacia os depósi-
poral Neojurássico-Eocretáceo, e a bacia é
tos clásticos arenosos da Formação Marizal, que ca-
assoalhada por um basalto eojurássico (Formação
racterizam sua Fase Pós-Rifte.
Apoteri). Bastante singular é também a presença de
uma seção de evaporitos neojurássicos (Formação
Pirara), documentando uma incursão marinha do
Oceano Atlântico Central àquela época.
Assim como Tacutu, a Bacia de Marajó assi-
nala manifestações do rifteamento neotriássico-
agradecimentos
eojurássico do Atlântico Central, do qual representa
a terminação mais meridional. No Aptiano, principal A padronização gráfica das cartas estrati-
época de subsidência na bacia, desenvolveu-se um gráficas foi um trabalho que requereu muita de-
grande depocentro onde foi depositado uma seção dicação e paciência. Nesse particular, o grupo de
sedimentar com cerca de 10 mil m de espessura, revisão é grato aos Técnicos de Projetos Adelino
dos quais praticamente a metade corresponde ao Teixeira Dias, César Fraga de Oliveira e José
pacote pós-rifte (Formação Marajó), representado por Sergival da Silva, o primeiro do Centro de Pesqui-
sistemas deposicionais costeiros, marinho-marginais. sas da Petrobras (CENPES) e os demais da Gerên-
A seção sinrifte da Bacia de Marajó (Formação cia Executiva de Exploração, que foram incansá-
Cassiporé), pouco amostrada por poços, é dominan- veis no preparo das múltiplas versões dos dese-
temente arenosa. Sotopostos à seção mesozóica da nhos. A participação inicial de Gerhard Beurlen,
Bacia de Marajó ocorrem remanescentes erosivos da da Gerência de Bioestratigrafia e Paleoecologia
sedimentação paleozóica, que cobrira originalmen- do CENPES, foi fundamental na definição dos
te toda aquela ampla área, outrora conectada a ter- padrões a serem adotados no desenho das car-
renos hoje situados na placa africana. tas. Além dos autores e co-autores de cada carta,
Na Bacia de Bragança-Viseu/São Luís/Ilha inúmeros outros colegas, que não será possível
Nova, o pacote sinrifte albiano, que se desenvolveu listar aqui, contribuíram enormemente para a
em condições transtensionais, é representado pela viabilização final deste trabalho. O apoio gerencial
Formação Itapecuru, dominantemente arenosa. A Ba- da área de Exploração, em todos os seus níveis
cia Potiguar, em sua porção terrestre, inclui um pa- na Companhia, foi o ingrediente que serviu de
cote de sedimentitos lacustres de idade neocomiana incentivo tanto ao planejamento e inserção do
(Formação Pendência), recobertos pela seção aptiana tema na pauta do Boletim de Geociências da Pe-
marinha restrita (Formação Alagamar), pela seção trobras quanto à finalização da tarefa.

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 197


referências
bibliográficas
ASMUS, H. E.; PONTE, F. C. The brazilian marginal
basins, In: Nairn, A. E.; Stehli, F. G. (Ed.). The ocean
basins and margins: the south atlantic. New York:
Plenum, 1973. V. 1, p. 87-132.

GRADSTEIN, Félix M.; OGG, Jim G.; SMITH, Alan G. A


geologic time scale. Cambridge: Cambridge University
Press, 2004. 589 p.

MOHRIAK, W. U.; SZATMARI, P.; ANJOS, S. Sal: geo-


logia e tectônica. São Paulo: Beca, 2008. 448 p.

bibliografia
FEIJÓ, F. J. Introdução. Boletim de Geociências
da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 5-8,
jan./mar. 1994.

webgrafia
KAZLEV, M. Alan. Geological time. In: Palaeos: the
trace of life on earth. 2002. Disponível em: <http://
www.palaeos.com/Timescale/default.htm>. Acesso
em: 25 out. 2007.

198 | Introdução - Milani et al.


Brazilian Sedimentary Basins -
Stratigraphic Charts

Introduction
Edison José Milani1 (Coordenador), Hamilton Duncan Rangel2, Gilmar Vital Bueno3,
Juliano Magalhães Stica2, Wilson Rubem Winter4, José Maurício Caixeta5,
Otaviano da Cruz Pessoa Neto6

More than 50 years of cumulative exploratory charts now presented are different from the earlier
work undertaken by Petrobras in the Brazilian ones, which by itself is certainly material to rouse
sedimentary basins has generated the compilation and sustain the technical debate.
of an enormous geological-geophysical data bank The charts published here, besides having up-
that today allows a firm understanding of the to-date content, incorporate alterations to their format
stratigraphic and structural framework of these areas. when compared to those of 1994. The most significant
The Company’s geologists, assisted by the change was the suppression of the column related to
biostratigraphic and sedimentary research of well data the biostratigraphic zoning. This piece of information
and outcrops, and the important support of seismic is of invaluable strategic value to the exploratory
images, are able to represent the stratigraphic process and whose permanent update is a source of
arrangement of the various geological provinces in the unequivocal Petrobras competitive advantage in
the form of chronostratigraphic diagrams. These are Brazilian sedimentary basin studies. But if the detailed
usually called stratigraphic charts, representative of biozoning made by the company is not shown here,
the fundamental sedimentary-magmatic characteristic it serves as a basis for the sedimentary section
deposits of each basin prospected for petroleum positioning of the Brazilian basins in international
throughout the Country. Although these have been geochronological scales. Gradstein et al. (2004),
shown in an isolated manner in diverse publications reference was used for the absolute ages from which
since the 60s, it was in the Petrobras Geosciences were also taken the standardized colors of each
Bulletin v. 8, n. 1, in 1994, that all the basin charts geological time interval. The drawings appear in
were standardized and published together. variable vertical scales, adapted to the different types
During the last three years, Petrobras geologists of featured basin and to the temporal amplitude of
again organized an extensive revision process of the its stratigraphic record.
stratigraphic charts. Various basins have had an A second important alteration to the chart
enormous information evolution since 1994, through format made available herein, relates to a graphic
the acquisition of a very large volume of new differentiation imposed on the sedimentary sections,
geological and geophysical data and by the natural according to its relationship - full or secondary - to a
evolution of the accumulated knowledge. In others, particular basin. In this way, in the chronostratigraphic
nothing or very little had been done in terms of chart drawings, the rock units that were deposited in
exploratory activity since the chart’s previously that specific basin are represented in colors. Whereas,
published version. However, the basin interpretation the preexisting sedimentary sections that occupied
teams have changed, so that even in these cases the the same geographical context in previous cycles but

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 199


which have no genetic relationship with the basin in the Neogenic, according to the International
question remain in black and white. This situation Commission on Stratigraphy (ICS) abbreviation
exemplifies the relicts of Paleozoic sedimentation that criterion (http://www.palaeos.com/Timescale/
occurs beneath the Recôncavo and Sergipe-Alagoas timescale.html). The option adopted herein for ca-
Basins, and the Proterozoic to Cambrian section of ses where this detail and the new sequences
the Purus Group, subjacent to the Amazonas Basin. individualization have caused a conflict with the
In the same way, later sedimentary cycles in that previous denominations is illustrated in figure 2. For
particular basin, such as the Cretaceous section that the Paleozoic units, the local character
partially covers Parnaíba Basin, are represented allostratigraphic denominations are specifically
without colors. With this strategy, it is intended to maintained for each particular basin. The Petrobras
reinforce the sedimentary basin concept as the internal use, where no rigid nomenclature criterion
subsident area and depositional site during a particu- has been established.
lar geotectonic cycle of geological history. The basin The evaporites of the Andar Alagoas on the
lithologies that continue with a similar representation Eastern Brazilian margin are another subject in which
to those of the 1994 charts are shown in figure 1. the geological understanding has evolved a lot since
Changes also appear in respect of the 1994. This is a theme introduced and discussed in detail
descriptive focus used in the explanatory texts for in the work “Salt - geology and tectonic”, organized by
each basin. Bearing in mind that the 1994 Bulletin Mohriak et al. (2008) and sponsored by Petrobras. One
emphasized the lithostratigraphic aspects, it produced aspect in particular - with an impact on the drawing of
a synthesis for all the basins in that particular version. stratigraphic charts - is the rate of saline accumulation,
Now it is preferred to adopt a description privileging where it is estimated that the original deposition of some
evolutionary aspects, framed by the allostratigraphic thousands of meters of salt, as found in some Brazilian
units of each sedimentary basin. However, the basin regions, could have been produced in less than
lithostratigraphic assertions of the previous version one million years. With the later evolution of the margin,
remain completely valid, and they will be referred to evaporites were mobilized into the form of cushions,
whenever necessary. In the same way, whenever domes and diapirites, many of these more than seven
considered appropriate in the case of just a few kilometers high. Halokinesis assumed a fundamental
basins, new proposals or changes in the ranking of role in the continental margin basin history, including
stratigraphic units are shown. its Petroleum Geology. In the time scale in which the
From the nomenclature adopted in 1994, in stratigraphic charts are built, the Aptian saline section
which the Meso-Cenozoic Sequences were appears as a narrow interval, this being, however, the
denominated by the letters - K or T - and a numeric most faithful representation in the current understanding
succession - 10, 20, 30 etc - representative of the of the chronogenetic aspects of this important Brazilian
sedimentary deposits, knowledge evolution has led to basins section. This situation is well demonstrated in
a detailing of that pioneering allostratigraphic the Santos Basin chart (fig. 3), in which similar
framework and this has required some alterations to thicknesses - of around 4000 m - of evaporites (Ariri
the original outline. In this way, although trying to pre- Formation) and of the carbonatic “pre-salt” section (Bar-
serve the already established denominations ra Velha, Itapema and Piçarras formations) expressively
corresponding to specific time intervals in the contrast when represented in a geological time scale.
geochronological scale of absolute ages, changes have The evolution experienced in Stratigraphy
been imposed so that it was possible to accommodate qualification courses in Brazilian universities is notable.
the new currently recognized sequences, in a There are already several projects, lines of
continuously developing process. It is important to investigation and national post-graduation programs
emphasize that the sequence limits exhibit a certain focused on this particular branch of geoscientific
temporal variation from basin to basin, fruit of particu- knowledge. Faced with this scenario, this edition
lar aspects in the evolutionary history of each one. In reaffirms the traditional vocation for the partnerships
the inter-basin scale sequence definitions, the continuity that Petrobras maintains with the country’s academic
of the main stratigraphic events was sought to be shown. community: São Paulo State University (UNESP) and
Another necessary alteration occurred in the Rio Grande do Norte Federal University (UFRN) were
elimination of the term Tertiary in the international invited to participate with updated articles on,
reference charts, whereby the Cenozoic Sequence respectively, Araripe (M. Assine) and Pernambuco-
denomination became E in the Paleogenic, and N in Paraíba basins (V. Córdoba and collaborators).

200 | Introdução - Milani et al.


Brazilian Sedimentary the evolutionary phases, characterized for each one
by a set of common geological attributes in several

Basins - regional areas. Various Supersequences are identified, units


that make up the accumulated sedimentary section
context during a certain stage of its tectono-sedimentary
evolution. For the continental margin basins, Pre-Rift,
Rift, Post-Rift and Drift Supersequences make up their
The Brazilian Phanerozoic Sedimentary Basins fundamental framework.
are grouped into five large assemblies, depending It is emphasized that the concepts of Pre-Rift
on their sedimentary-magmatic deposition age and and Post-Rift are not inserted here with just temporal
the tectonic context in which they developed: meanings (previous or posterior to the rift phases),
Paleozoic Synclises, Meso-Cenozoic Extensional similarly, such terms also bring a genetic link to the
Margin Basins, Meso-Cenozoic Transform Margin continental margin basin’s evolutionary process, and
Basins, Aborted Mesozoic Rifts and Andean Foreland to the corresponding sedimentary/magmatic section.
Basins (fig. 4). The Acre Basin is the only Brazilian Therefore, the meaning of Pre-Rift Phase (or
territory representative of the basins of this last Supersequence) is that earlier evolutionary stage of
denomination. In fact, this basin has a complex the marginal basins (and the corresponding deposits).
history, polycyclic, lodging Eopaleozoic sedimentary This was when subsidence flexural phenomena were
units, when it was part of the Gondwana marginal induced by the lithospheric stretching process that, in
context. During Meso-Cenozoic, with the Andean time, would culminate in the continental separation.
mountain range installation, the Acre Basin During this stage, between terminal Jurassic and the
experienced an important asymmetric flexural most inferior Cretaceous (Dom João Age), a basin
subsidence phase, deepening to the west in the with sag geometry is defined, wide and with gentle
direction of the neighboring Peruvian depositional sites dips, without any pronounced faults. In continuity to
of Marañon and Ucayali. In this stage, some thousands the Pre-Rift, with the advance of the mechanical
of meters of terrigenous sediments entered it. subsidence caused by normal faults, the Rift Phase is
Locally, the country’s interior territory shelters installed; whose corresponding section is a the Rifit
sedimentary vestiges, which occur only in a small Supersequence. The dominant structural style in this
area, rejected remainders of depositional cycles of stage, which happened in a diachronial manner along
various ages and, today, survivors of the extensive the Brazilian Eastern margin, was one of faults and
denuding process that models the South American tilted blocks, with grabens accommodating large
continent. Such sections can show a significant sedimentary depocenters. With the cessation of the
geographical expression when they were covered by main normal fault activity, thermal subsidence
younger sedimentary successions, which preserved phenomena intensified that manifested themselves
them from erosive removal. This case is exemplified in the development of a second basin with sag
in the local presence of Paleozoic age units under geometry, now in the Alagoas Age - the Post-Rift
the Meso-Cenozoic marginal basin packages and in Phase, some normal fault activity persists.
its aborted branches. Mostly inside the country’s Then followed the Drift Phase, whose beginning
Northeast region, these mono or polycyclic was marked by the oceanic crust installation and the
sedimentary remainders are abundant. The most progressive separation effect of the continents. Break-
expressive of these makes up the Araripe Basin, up incomformity form the important tectonic regime
whose interesting geology motivated its inclusion in change experienced by the continental margin basins
the current edition. In the same way, the São Fran- with the passing of the Rift/Post-Rift phases to the
cisco Proterozoic Basin is shown here in a vision that Drift phase. With the continental drift, a regional con-
contemplates the subsurface information (geophysics tinental margin uphift process was implanted,
and wells). This data was acquired by Petrobras in amplified by the sedimentary load originating from
activities conducted during a number of periods over the emersed eroded areas and defining the current
the last two decades. physiographic configuration of the marginal basins.
The integrated sedimentary basins analysis, There now follows a summary of the Brazilian
represented in the various stratigraphic charts, allows basins grouped according to its geological affinity
the correlation between them and the recognition of classification.

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 201


Paleozoic Syneclises deserts at the beginning the Triassic, finally
appearing as the sedimentary record of the long
Paleozoic history of these basins (Andirá Formation,
The Post-Brazilian Cratonic subsidence and in the Amazonas Basin; Sambaíba Formation, in
sedimentation were initiated in the Meso-Ordovician, the Parnaíba Basin; and Pirambóia and Sanga do
documented in the following basins: Solimões (Ben- Cabral Formations, in the Paraná Basin). In the
jamin Constant Formation), Amazonas (Autás-Mi- Paraná Basin, extensive wind deflation would last
rim Formation), Parnaíba (Ipu Formation) and Paraná
until the Early Cretaceous. This condition is
(Alto Garças Formation). The initial sedimentary
documented in sediments of the Botucatu
succession of these basins are found in a
Formation, preserved in the geological record for
transgressive hemicycle that culminates in extensive
having been covered - soon after its accumulation
marine flooding conditions, while in the Silurian,
- by the Serra Geral lava package.
there occurred in each respective area, sediments
Mesozoic magmatism is a chapter apart in
from the Jutaí, Pitinga, Tianguá and Vila Maria
the Brazilian Intracratonic syneclises history. As
formations (fig. 5).
The second Fanerozoic transgressive hemicycle precursors of the Gondwana rupture, the dikes, sills
is documented by the Brazilian basin Devonian and igneous rock flows were accommodated in
System. The base package is of a sandy nature in large volumes in these basins, having
the following basins: Amazonas (Maecuru Formation), predominantly Early Jurassic ages in the Solimões
Parnaíba (Itaim Formation) and Paraná (Furnas and Amazonas basins and Early Cretaceous in the
Formation). In the Solimões Basin, a diamictite and Paraná Basin. Parnaíba Basin exhibits registrations
sandstone section appears (Uerê Formation). from both the above mentioned magmatic events,
Upwards, occurs a thick interval of distal platform with the older one being predominant in terms of
marine shales, very fossiliferous and with potential occurrence volume.
hydrocarbon generation (Formations: Jandiatuba, in
the Solimões Basin; Barreirinha, in the Amazonas
Basin; Pimenteiras, in the Parnaíba Basin; and Ponta
Meso-Cenozoic Extensional
Grossa, in the Paraná Basin). Margin Basins
The Devonian was followed by important
climatic and paleophysiographic modifications, of such
Depending on nature and the regional stress
a type that the permo-carboniferous package of the
field orientation during the lithospheric rupture phase
Brazilian Syneclises registers a large diversity of
and the subsequent movement assumed by the
sedimentation environments and associated
African and South American plates in the continen-
depositional systems. Glacial-periglacial conditions
intervened (Itararé Group and Aquidauana tal drift phase, two domains are recognized on the
Formation in the Paraná Basin - diamictites, Brazilian margin: A segment predominantly
sandstones and shales); shallow marine context in Extensional and a nother with a Transform nature,
arid climate (Carauari Formation, in the Solimões this corresponding to the Brazilian equatorial margin.
Basin; New Olinda, in the Amazonas Basin; and The Extensional segment includes the basins
Pedra do Fogo, in the Parnaíba Basin, with their situated on the Brazilian extreme northeast margin,
characteristic evaporites deposits; and Irati from the continental deflection close to the Potiguar
Formation, in the Paraná Basin, with bituminous Basin until the southern limit of the Pelotas Basin, a
shales, marls, carbonates and subordinated wide context where the extensional tectonics
evaporites). Deltaic wedges (well documented by predominated as the space forming mechanism for
the Rio Bonito Formation, in the Paraná Basin) also the sedimentary accommodation in the Rift Phase. The
punctuate the Permian interval. Towards the end structural framework of this margin segment is defined
of this period, all syneclises pass through by normal faults preferentially oriented in a direction
experiences of increasingly arid conditions due to parallel to the coast, segmented locally by transfer
the permanent closing to oceanic water ingress over zones high angles from that. The Rifting process
the Gondwana area. Fluvial-lacustrine contexts developed in a diachronic manner along the Brazilian
that, with the progressive drying, evolved into sandy Eastern margin.

202 | Introdução - Milani et al.


Asmus and Ponte (1973) consolidated the has been highlighted in the recent times due to the
vision that the Brazilian Eastern margin evolved due large volumes of petroleum that it lodges.
to four large stages: Pre-Rift, Rift, Restricted Marine The deposition of the evaporites is followed by
and Open Marine. The classical sequences, “of the the installation of full marine conditions. In the Albian,
continent, lake, the gulf and the sea” of those authors under such conditions, carbonates were deposited in
document, respectively, each one of the above the formations: Portobelo (Pelotas Basin), Guarujá (San-
mentioned tectonic stages and they appear, although tos Basin), Regência (Espirto Santo Basins, Jequitinho-
not omnipresent, in the eastern margin basin’s nha and Cumuruxatiba), Algodões (Camamu-Almada
stratigraphic record. Basin), Riachuelo (Sergipe-Alagoas Basin) and Estiva
The Pre-Rift package, Late Jurassic - Early (Pernambuco-Paraíba Basin), in addition to those of
Cretaceous (fig. 6 and 7), occurs in the Sergipe-Ala- the Campos Basin Macaé Group. Above the
goas Basin (Candeeiro, Bananeiras and Serraria carbonates, a thick siliciclastic sediment section occurs,
Formations) and, to the South, it is recognizable until predominantly shales and sandstones, of varied natures
the Cumuruxatiba Region (Monte Pascoal and Porto (shallow platform, coastal fans and slope and basin
Seguro Formations). The Pre-Rift package is turbidites), composing in its assemblage a large
represented by generally reddish sediments, of fluvial transgressive-regressive cycle between Late Cretaceous
depositional, wind and very shallow lacustrine contexts. and the Recent.
The rift section has a diverse nature in several
segments along the Eastern margin, besides registering Meso-Cenozoic Transform
a perceptible diachronism of the lacustrine depocenters
rupture and formation phenomenon during the Early Margin Basins
Cretaceous. The presence of basic igneous Neocomian
Syn-Rift rocks is abundant in the more southern basins, The dominant tectonic style during the Brazilian
between Pelotas and Espirito Santo (fig. 8). The Rift Lakes equatorial margin basin evolutions was very particular.
contain a shales section that is important as hydrocarbon In that area in the Aptian, a Right lateral shear couple
generator rocks, between which are included the Lagoa was implanted, that was responsible for the
Feia Group, in the Campos Basin; and Barra de Itiúba lithospheric rupture and transtensional subsidence in
Formation, in Sergipe-Alagoas. Conglomerates, several depocenters that were established then.
sandstones and soft porous limestones also occur. According to P. V. Zalán (verbal information), four
The Andar Alagoas on the Eastern margin evolutionary stages marked the equatorial margin:
holds the restricted marine section, well characterized
by the evaporites package (mostly halite and gypsum-
• Triassic-Mesojurassic: Creating the Tacutu Graben
anhydrite), very important in thickness and occurrence
and a sag Pre-Rift in the Cassiporé Area, Foz do
area in the Santos Basin (Ariri Formation), of the Cam-
Amazonas Basin, where red beds and igneous rocks
pos Basin (Retiro Formation of the Lagoa Feia Group)
associated with the Calçoene Formation
and of the Espírito Santo Basin (Itaúnas Member of
accumulated (fig. 9);
the Mariricu Formation). The Eastern margin evaporitic
basin firmly continues until it reaches Sergipe-Ala- • Neocomian-Barremian: That same event extensively
goas Region (Ibura Member of the Muribeca produced the Brazilian Eastern margin rupture, but
Formation), and with a probable extension on to the in the equatorial margin it was restricted to the
Pernambuco-Paraíba area where there is some basins domains of Foz do Amazonas and Marajó.
geophysics evidence of the presence of evaporitic In this phase are associated the sedimentary
horizons, with its characteristic seismic data signature. packages related to the lower portion of the
Below the salts, and having the accumulated site in Cassiporé Formation, in Foz do Amazonas Basin, and
the context of a large proto-oceanic gulf, carbonate to the Jacarezinho and Breves Formations, in Marajó;
and siliciclastic deposits appear, with some locally
associated magmatism. Such deposits, together with • Aptian: Of wide occurrence in the whole equatorial
the evaporites, characterize the Post-Rift section of margin. The sedimentary sections of the Mundaú
the Brazilian Eastern margin. The Barra Velha Formation, in the Ceará Basin, and the correlated units
Formation carbonates, of the Santos Basin, make up in the other basins are related to the Aptian Rift;
the “pre-salt” reservoirs in that basin, a section that

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 203


• Albian: The most intense of them all, expanding cipal subsidence period in the basin, a large
the margin area sideways, that would now reach depocenter developed where a sedimentary section
regions not affected before, such as the São Luis/ of about 10 thousand m thick was deposited.
Bragança-Viseu/Ilha Nova Basin and terrestrial Practically half of this corresponds to the Post-Rift
portion of the Barreirinhas Basin. The Canárias package (Marajó Formation), represented by
Group, of Pará-Maranhão and Barreirinhas Basins, coastal marine-marginal depositional systems. The
is one of the sections that represent this Syn Rift section of the Marajó Basin (Cassiporé
evolutionary phase of the equatorial margin. Formation), little sampled by wells, is predominantly
sandy. Beneath the Mesozoic section of the Mara-
Extensive evaporites do not occur in the equa- jó Basin occur erosive remainders of the Paleozoic
torial margin that would have been the production sedimentation that had originally covered the whole
of a restricted marine context, indicating that there area, formerly connected by terrains today situated
had been a marine water invasion in that area, on the African plate.
originating from the Northwest - Central Atlantic In the São Luis/Bragança-Viseu/Ilha Nova Basin,
Ocean, implanted in the Jurassic - a very fast the Albian Syn Rift package, which developed in
phenomenon. transtensional conditions, is represented by the
predominantly sandy Itapecuru Formation. The Poti-
The nature of marine section in the equato- guar Basin, in its terrestrial portion, includes a lacustrine
rial margin basins, from the Albian to the Recent, is sediment package of Neocomian age (Pendência
similar to the Eastern margin, matching the Formation), covered by the Aptian restricted marine
sandstones and shale clastic wedges that intervene section (Alagamar Formation), by the predominantly
the platform carbonates. sandy regressive section of the Açu Formation, Albo-
Cenomanian, and by the Late Cretaceous carbonates
of the Jandaíra Formation.
Aborted Mesozoic Rifts The Recôncavo-Tucano-Jatobá Basin constitutes
the classical Brazilian example of an aborted intercon-
The tectonic processes responsible for the tinental Rift. The basin deposition includes a Pre-Rift
Gondwana Mesozoic rupture, besides individualizing package (Brotas Group) formed by continental alluvial,
the African and South American plates, by defining fluvial, wind and shallow lacustrine sediments, marking
their outlines, it also promoted the development of the formations Aliança, Sergi and Itaparica. The rift
some aborted branches of the Rift, which project from section is marked by the activation of the large Salva-
the margin towards the continent interior (fig. 4). dor Fault, the tectonic element that controlled the
The age of these basins is correlated to the rift event graben subsidence. The Salvador Formation, a large
of that continental margin stretch in which they are wedge of conglomerates, occurs in the vicinity of that
inserted. The temporal amplitude and nature of its normal fault. The Syn Rift lacustrine section includes
sedimentary deposition is very variable, some of them shales, sandstone turbidites, deltaic progradations
being restricted just to the syntectonic section, while (Candeias Formation and Ilhas Group) and a final silting-
others include a Pre-Rift or one Post-Rift package in up by fluvial sandy systems (São Sebastião Formation).
its geological record (fig. 10). The sandy clastic deposits of the Marizal Formation
The Tacutu Basin is located in the Precambrian conclude the basin depositional history, which
terrains of the Shield Guianas. Its sedimentary characterizes its Post-Rift Phase.
deposition corresponds to the temporal interval of
Late Jurassic-Early Cretaceous, and the basin has an
Early Jurassic basalt floor (Apoteri Formation). Very
Acknowledgements
unique also is the presence of a Late Jurassic
evaporite section (Pirara Formation), registering a The graphic standardization of the stratigraphic
Central Atlantic Ocean marine incursion at that time. charts was a work that required much dedication and
Like the Tacutu Basin, the Marajó Basin patience. In this particular instance, the revision group
witnesses Central Atlantic Late Triassic-Early is thankful for the Project Technicians: Adelino Teixeira
Jurassic Rift manifestations, which represent the Dias, César de Oliveira and José Sergival Da Silva,
southernmost termination. In the Aptian, the prin- the first from the Petrobras Research Center (CENPES)

204 | Introdução - Milani et al.


and the Fraga from the Exploration Executive
Management, they were tireless in the preparation
webgraphy
of multiple versions of the drawings. The initial
participation of Gerhard Beurlen, of the CENPES
Biostratigraphic and Paleoecological Management, KAZLEV, M. Alan. Geological time. In: Palaeos: the
was fundamental in the standards definitions that trace of life on earth. 2002. Disponível em: <http://
were adopted in the chart drawings. Besides the www.palaeos.com/Timescale/default.htm>. Acesso
authors and co-authors of each chart, there were em: 25 out. 2007.
countless other colleagues that will not be possible
list them all here, they contributed enormously to
the final viability of this work. The managerial support
of the Exploration area, in all their levels in the
Company, was the ingredient that served as an in-
centive not only in the planning and insertion of the
theme in the Petrobras Geosciences Bulletin list but
also regarding the conclusion of the task.

bibliographical
references
ASMUS, H. E.; PONTE, F. C. The brazilian marginal
basins, In: Nairn, A. E.; Stehli, F. G. (Ed.). The ocean
basins and margins: the south atlantic. New York:
Plenum, 1973. V. 1, p. 87-132.

GRADSTEIN, Félix M.; OGG, Jim G.; SMITH, Alan G. A


geologic time scale. Cambridge: Cambridge University
Press, 2004. 589 p.

MOHRIAK, W. U.; SZATMARI, P.; ANJOS, S. Sal: geo-


logia e tectônica. São Paulo: Beca, 2008. 448 p.

bibliography
FEIJÓ, F. J. Introdução. Boletim de Geociências
da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 5-8, jan./
mar. 1994.

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 183-205, maio/nov. 2007 | 205

View publication stats

Você também pode gostar